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Causas de Inelegibilidade - TSE-BIEJE

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Nº 2, 14 de março de 2014 
 
 
 
 
1 
Eleições 2014 
 
 
Causas de inelegibilidade 
 
* Conceito e objetivos 
 
A inelegibilidade consiste na existência de causas negativas 
que restringem o direito de exercer a capacidade eleitoral passiva, isto 
é, o direito de ser votado. Nessa linha, são as palavras de José Jairo 
Gomes1: 
 
Denomina-se inelegibilidade ou ilegibilidade o impedimento ao 
exercício da cidadania passiva, de maneira que o cidadão fica 
impossibilitado de ser escolhido para ocupar cargo político-
eletivo. Em outros termos, trata-se de fator negativo cuja 
presença obstrui ou subtrai a capacidade eleitoral passiva do 
nacional, tornando-o inapto para receber votos e, pois, exercer 
mandato representativo. 
 
Tais impedimentos podem ter origem (i) em fatos pessoais, (ii) 
em motivos funcionais, (iii) na prática de determinadas condutas e têm 
como propósito a proteção da probidade administrativa, da 
moralidade para o exercício do mandato eletivo e da normalidade e 
legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou 
abuso do exercício de função, cargo ou emprego da administração 
direta ou indireta (art. 14, § 9º, da CF/1988). 
 
Daí que, para concorrer a qualquer cargo eletivo no Brasil, o 
candidato deverá preencher todas as condições de elegibilidade e não 
incidir em quaisquer das causas de inelegibilidade. 
 
 
1 José Jairo. Direito Eleitoral. 8. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2012, p. 151. 
Nº 2, 14 de março de 2014 
 
 
 
 
2 
* Hipóteses 
 
As inelegibilidades são de natureza constitucional (art. 14, 
§§ 4º, 6º e 7º) e infraconstitucional (Lei Complementar nº 64/1990). 
 
Não se admite, no ordenamento jurídico brasileiro, causa de 
inelegibilidade implícita. Portanto, todas as inelegibilidades devem ter 
previsão na Constituição Federal ou em lei complementar. 
 
o Causas de inelegibilidade constitucionais: 
 
Analfabeto (art. 14, § 4º) 
 
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), considera-se analfabeto o 
cidadão que não sabe ler e escrever minimamente (Ac. de 18.10.2012 no 
AgR-REspe nº 10.907, Rel. Min. Arnaldo Versiani; no mesmo sentido o Ac. de 
18.10.2012 no AgR-REspe nº 6.616, Rel. Min. Arnaldo Versiani.) 
 
A alfabetização deve ser comprovada por ocasião do pedido de 
registro de candidatura por meio da apresentação do comprovante de 
escolaridade ou, ainda, por declaração de próprio punho do candidato, 
na qual este escreverá e assinará um pequeno texto para comprovar 
que sabe ler e escrever. 
 
O TSE já decidiu que o exercício de mandato eletivo anterior não 
afasta a necessidade de comprovação da condição de alfabetizado, 
haja vista a impossibilidade de se presumir essa condição (AgR no 
REspe nº 17.903/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, PSESS de 4.10.2012). 
 
Inalistáveis (art. 14, §§ 2º e 4º) 
 
A Constituição Federal prescreve que não poderão alistar-se 
como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar 
Nº 2, 14 de março de 2014 
 
 
 
 
3 
obrigatório, os conscritos (tema objeto do estudo Alistamento 
Eleitoral). Tais fatores negativos, portanto, impedem o exercício da 
capacidade eleitoral passiva. 
 
Motivos funcionais (art. 14, §§ 5º e 6º) 
 
A Carta Magna trata da inelegibilidade de chefe do Poder 
Executivo para exercício de terceiro mandato consecutivo para o 
mesmo cargo. Confira-se: 
 
Art. 14 [...] 
§ 5 º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do 
Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou 
substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para 
um único período subsequente. 
 
A esse respeito, o TSE já registrou que “consoante o disposto no 
art. 14, § 5º, da CF/1988 e o entendimento do TSE e do STF acerca da 
matéria, eventual substituição do chefe do Poder Executivo pelo 
respectivo vice ocorrida no curso do mandato e fora do período de seis 
meses anteriores ao pleito não configura o desempenho de mandato 
autônomo do cargo de prefeito” (AgR no REspe 7.055/BA, Rel. Min. 
Nancy Andrighi, PSESS de 11.12.2012). 
 
Assim, aquele que houver sucedido (investidura permanente no 
cargo do titular) ou substituído (investidura temporária no cargo do 
titular) o titular nos seis últimos meses do mandato, somente poderá 
concorrer ao mandato consecutivo àquele em que houve a 
substituição ou a sucessão, hipóteses consideradas como exercício da 
titularidade do cargo. 
 
Essa questão, aliás, foi novamente debatida por ocasião do 
julgamento do AgR-REspe 37.442/PR, da lavra do Min. Marco Aurélio 
Mello, oportunidade em que o TSE registrou que “*o+ fato de o Vice 
Nº 2, 14 de março de 2014 
 
 
 
 
4 
haver substituído o Prefeito, ainda que dentro dos seis meses 
anteriores à eleição, não implica estar inelegível para a titularidade”. 
 
No inverso, se o chefe do Poder Executivo estiver no exercício 
do segundo mandato, não poderá candidatar-se ao cargo de vice, pois 
haveria possibilidade de, pela terceira vez consecutiva, assumir a 
titularidade nas situações de substituição ou de sucessão (TSE, Cta 
925/DF, Rel. Min. Peçanha Martinhs, DJ de 15.10.2003). 
 
Finalmente, o titular de cargo do Poder Executivo poderá, após 
cumprir o segundo mandato, candidatar-se a outro cargo, desde que 
se desincompatibilize2 até seis meses antes das eleições, consoante 
regra insculpida no § 6º do art. 14 da CF/1988. Confira-se: 
 
Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da 
República, os Governadores de Estado e do Distrito 
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos 
mandatos até seis meses antes do pleito. 
 
Reflexa (art. 14, § 7º) 
 
As situações das quais decorrem as inelegibilidades reflexas 
estão descritas no § 7º do art. 14 da CF/1988, que assim prescreve: 
 
§ 7º São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, 
o cônjuge e os parentes consanguíneos ou afins, até o 
segundo grau ou por adoção, do Presidente da 
República, de Governador de Estado ou Território, do 
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja 
substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, 
salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à 
reeleição. 
 
 
2 Desincompatibilização “(...) consiste na desvinculação ou no afastamento do 
cargo, emprego ou função públicos, de maneira a viabilizar a candidatura.” José 
Jairo. Direito Eleitoral. 8. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2012, p. 154. 
Nº 2, 14 de março de 2014 
 
 
 
 
5 
A causa de inelegibilidade mencionada estende-se, ainda, aos 
companheiros, nas situações de união estável, e ocorre tão somente 
em relação aos titulares de chefes do Poder Executivo. 
 
No tocante aos cônjuges, companheiros ou parentes do vice, a 
inelegibilidade acontecerá apenas nas hipóteses em que ele tiver 
sucedido o titular ou, ainda, o tiver substituído nos últimos seis meses 
antes das eleições. 
 
o Causas de inelegibilidade infraconstitucionais: 
 
As inelegibilidades infraconstitucionais estão fixadas na Lei 
Complementar nº 64/1990 e podem ser classificadas em absolutas 
(art. 1°, I, “a” até “q”) e relativas (art. 1°, II a VII). 
 
As causas de inelegibilidade absolutas “ensejam impedimento 
para qualquer cargo político-eletivo, independentemente de a eleição 
ser presidencial, federal, estadual ou municipal”3, e consubstanciam-
se, por exemplo, pela prática de abuso de poder econômico e político 
(art. 1°, I, “d”, da LC nº 64/1990) ou, ainda, pela rejeição de contas 
relativasao exercício de cargos ou funções públicas (art. 1°, I, “g”, da 
LC nº 64/1990). 
 
As inelegibilidades relativas, por sua vez, causam impedimento 
apenas quanto a alguns cargos ou impõem restrições à candidatura. 
Em geral, são baseadas no critério funcional, tornando necessária a 
desincompatibilização para a disputa de cargo político-eletivo na 
circunscrição em que o servidor exerce suas funções4. 
 
Na hipótese, por exemplo, de um ministro de Estado ter 
interesse em se candidatar para os cargos de presidente ou vice-
 
3 José Jairo. Direito Eleitoral. 8. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2012, p. 174. 
4 José Jairo. Direito Eleitoral. 8. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Atlas, 2012, p. 199. 
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6 
presidente da República, deverá se afastar definitivamente de seu 
cargo até seis meses antes das eleições. 
 
* Momento de arguição 
 
As inelegibilidades constitucionais não precluem e, portanto, 
podem ser arguidas por ocasião do pedido de registro de candidatura e 
no recurso contra a expedição de diploma (RCED). 
 
De outra parte, as inelegibilidades infraconstitucionais ou 
legais – caso não arguidas no momento do registro de candidatura – 
precluem, salvo se supervenientes, isto é, se surgirem no período entre 
o pedido do registro e a data da eleição. Nesse caso, poderão ser 
arguidas no RCED5. 
 
* Consequências 
 
Transitada em julgado ou publicada a decisão proferida por 
órgão colegiado que declarar a inelegibilidade do candidato, ser-lhe-á 
negado registro, ou cancelado, se já tiver sido feito, ou declarado nulo 
o diploma, se já expedido (art. 15 da LC nº 64/1990). 
 
5 Art. 262. O recurso contra expedição de diploma caberá somente nos casos de 
inelegibilidade superveniente ou de natureza constitucional e de falta de condição 
de elegibilidade.

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