Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Em um escritório de contabilidade de porte médio, Ana, contadora-chefe, recebeu a incumbência de liderar a implantação de um programa de contabilidade de conformidade. A narrativa que se segue entrelaça procedimentos, normas e decisões técnicas, com o objetivo expositivo de explicitar o que constitui a contabilidade de conformidade, por que ela é crítica e como se operacionaliza no cotidiano empresarial. A contabilidade de conformidade não é apenas o cumprimento mecânico de normas contábeis; é um conjunto integrado de políticas, controles, sistemas de informação e evidências que asseguram que as demonstrações financeiras, os registros fiscais e os relatórios regulatórios reflitam a realidade econômica dentro dos parâmetros legais e normativos vigentes.
Ana iniciou pelo mapeamento de riscos: identificou áreas sensíveis como reconhecimento de receita, provisões, valuation de ativos, benefícios tributários, folha de pagamento e transações com partes relacionadas. Para cada risco mapeado desenvolveu uma matriz de risco-controle que vinculava ameaças específicas a controles preventivos e detectivos. Exemplo técnico: para reconhecimento de receita, definiu-se um controle automático no ERP que bloquearia a emissão de notas fiscais (NF-e) sem a validação de entrega (comprovante de logística) e a reconciliação automática entre contas a receber e registros contábeis. Tal controle incorpora a segregação de funções, documento essencial da governança: a pessoa que emite fatura não pode conciliar recebimentos.
A narrativa técnica prossegue com a implantação de trilhas de auditoria digitais. Ana exigiu logs imutáveis, timestamped e armazenados externamente para garantir integridade e não repúdio. A contabilidade de conformidade moderna depende de evidências eletrônicas confiáveis: arquivos SPED, XML de NF-e, recibos do eSocial, relatórios de integração contábil e fiscal. Esses artefatos permitem a auditoria independente e a análise forense em caso de discrepâncias. A norma técnica exige que conciliações mensais entre razão, livro diário e demonstrações sejam documentadas com responsáveis e prazos. A não conformidade gera ajustes fora de período, correções de histórico e risco reputacional.
Do ponto de vista normativo, a contabilidade de conformidade no Brasil dialoga com os pronunciamentos do CPC e incorporação das normas IFRS quando aplicável, além das obrigações fiscais e previdenciárias regidas pela legislação tributária e trabalhista. Ana estruturou um painel de conformidade que cruzava indicadores contábeis com indicadores regulatórios: dívida fiscal versus provisões, tributos diferidos frente a testes de recuperabilidade de ativos, e aderência a critérios de mensuração, como custo amortizado ou valor justo. Esses cruzamentos permitiram sinalizar inconsistências e priorizar auditorias internas.
Tecnologia e controles automatizados amplificaram a efetividade do programa. RPA (Robotic Process Automation) foi aplicado para executar conciliações pré-definidas, reduzir erros humanos e manter trilhas replicáveis. Contudo, a tecnologia exige controles complementares — gerenciamento de acesso, backup, criptografia e políticas de alteração de configuração — para não criar novos vetores de risco. Ana estabeleceu procedimentos de change management que vinculavam alterações em fórmulas contábeis a testes unitários, aprovação de gestor e registro em repositório de alterações.
A cultura organizacional recebeu atenção técnica: formação contínua em princípios contábeis, ética e proteção de dados (LGPD) foi mandatória. A contabilidade de conformidade transcende processos e incorpora canais de denúncia, investigação e remediação. Quando um potencial desvio de reconhecimento de receita foi reportado por um analista júnior, a estrutura de investigação permitiu isolar o problema, identificar uma exceção no módulo de faturamento e aplicar correção antes da divulgação das demonstrações. Esse episódio demonstrou a importância de KRI (Key Risk Indicators) e SLA (Service Level Agreements) para tempos de resposta.
A narrativa culmina na preparação de relatórios de conformidade destinados à diretoria e aos auditores externos. Ana compilou evidências, descreveu testes de eficácia dos controles e apresentou um plano de ação para itens pendentes. A contabilidade de conformidade não visa apenas evitar sanções; busca garantir que a informação contábil seja útil para tomada de decisão, transparência e confiança dos stakeholders. Para isso, são fundamentais políticas escritas, documentação das estimativas contábeis, memórias de cálculo para provisões e critérios explícitos para julgamentos significativos.
Em termos práticos, a implementação exigiu cronograma, recursos e métricas: taxa de conformidade de lançamentos, tempo de reconciliação, número de exceções por mês e percentual de controles automatizados. O monitoramento contínuo, com auditorias internas rotativas e relatórios gerenciais, transformou a contabilidade de conformidade em um ciclo iterativo de melhoria. A história de Ana ilustra que a contabilidade de conformidade é disciplina técnica aplicada em narrativa operacional — uma combinação de normas, controles, tecnologia e cultura que assegura a integridade da informação financeira e protege a organização contra riscos regulatórios e econômicos.
PERGUNTAS E RESPOSTAS:
1. O que é contabilidade de conformidade?
Resposta: É o conjunto de políticas, controles, sistemas e evidências que garantem que registros e relatórios contábeis atendam normas legais e contábeis.
2. Quais os principais riscos mitigados?
Resposta: Reconhecimento indevido de receita, erros em provisões, omissão fiscal, fraudes, falta de segregação de funções e falhas em controles tecnológicos.
3. Quais controles são essenciais?
Resposta: Segregação de funções, conciliações automáticas, trilhas de auditoria, gerenciamento de acesso, testes de eficácia e documentação de estimativas.
4. Como a tecnologia contribui?
Resposta: Automatiza conciliações, mantém logs imutáveis, reduz erros humanos e gera evidências, mas demanda controles adicionais de segurança e change management.
5. Que indicadores monitorar?
Resposta: Taxa de conformidade de lançamentos, tempo de reconciliação, número de exceções, eficácia dos controles e indicadores de risco-chave (KRI).

Mais conteúdos dessa disciplina