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Relatório de Aula Prática 
Reologia e Reometria 
 
 
 
Disciplina de Física Industrial 
Docente: Prof. Dr. Luiz Alexandre P. Freitas 
 
 
 
 
 
 
Giovani Pinton Tomaleri 
 Giovanni Loureiro Raspantini 
Jéssica Rodrigues Dias 
Karoline Mendonça 
Letícia Yossida 
Marcelo Fiori Marchiori 
Paula Shinto 
 
 
 
Ribeirão Preto 
Setembro/2013 
 
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS DE RIBEIRÃO PRETO 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 3 
 
1.1. Reologia ........................................................................................................ 3 
 
1.2. Viscosidade ................................................................................................... 3 
 
2. OBJETIVOS ...................................................................................................... 4 
 
3. MATERIAIS ....................................................................................................... 5 
 
4. MÉTODOS ........................................................................................................ 5 
 
4.1. Viscosímetro de Hagen-Poiseuille ................................................................. 5 
 
4.2. Viscosímetro de Ostwald ............................................................................... 6 
 
4.3. Viscosímetro de Queda de Esfera ................................................................. 6 
 
4.4. Reômetro Cuba e Cilindro ............................................................................. 7 
 
4.5. Viscosímetro do tipo Copo-Ford .................................................................... 8 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 9 
 
5.1. Viscosímetro de Hagen-Poiseuille ................................................................. 9 
 
5.2. Viscosímetro de Ostwald ............................................................................... 10 
 
5.3. Viscosímetro de Queda de Esfera ................................................................. 10 
 
5.4. Reômetro Cuba e Cilindro ............................................................................. 11 
 
5.5. Viscosímetro do tipo Copo-Ford .................................................................... 14 
 
6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 15 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. REOLOGIA 
A reologia trata a respeito do comportamento dos fluidos, incluindo sistemas 
líquidos, sólidos e semissólidos, quando estes são submetidos a uma tensão de 
cisalhamento e inclui o estudo de propriedades como viscosidade, elasticidade e 
plasticidade. Assim, pode-se dizer que este é o ramo da mecânica dos fluidos que 
estuda as propriedades físicas que influenciam o transporte de quantidade de 
movimento num fluido. A palavra Reologia é derivada do vocabulário grego, que 
significa: Rheo = Deformação; Logia = Ciência ou Estudo. 
A Reologia é uma área da física que analisa as deformações ou as tensões de 
um material provocadas pela aplicação de uma tensão ou deformação. O material 
pode estar tanto no estado líquido, gasoso quanto no estado sólido. A deformação de 
um sólido pode ser caracterizada por leis que descrevem a alteração do volume, 
tamanho ou forma, enquanto que o escoamento de um fluido que pode estar no 
estado gasoso ou líquido, é caracterizado por leis que descrevem a variação contínua 
da taxa ou grau de deformação em função da tensão aplicada. 
Nas ciências aplicadas à área da farmácia, o estudo da reologia é 
indispensável para o entendimento de diferentes fenômenos, abrangendo aqueles que 
são essenciais à vida, à eficácia dos medicamentos e aos processos tecnológicos. As 
medidas visco elásticas são baseadas nas propriedades mecânicas dos materiais que 
exibem propriedades viscosas dos líquidos e propriedades elásticas dos sólidos. 
Dessa maneira, temos como exemplos: cremes, loções, suspensões e dispersões 
coloidais, emulsões, todas apresentando determinado comportamento visco elástico 
importante para a manutenção de sua viabilidade. 
 
1.2. VISCOSIDADE 
A viscosidade pode ser definida como sendo a resistência ao movimento do 
fluir de um material. A viscosidade é dada pela medida da fricção interna de um fluido, 
uma vez que esta fricção se torna aparente quando uma camada de fluido se move 
sobre a outra. Quanto maior a fricção, maior a força necessária para causar este 
movimento denominado cisalhamento. Fluidos altamente viscosos, portanto, 
requerem mais força para se mover do que materiais menos viscosos. 
Os fluidos podem ser classificados em: 
 
a) Fluidos newtonianos: a uma dada temperatura têm viscosidade constante e a 
relação entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade é linear. Para um 
fluido newtoniano, a força F necessária para manter a gradiente de velocidade dv/dx, 
entre planos adjacentes de um fluido de área A, é dada pela seguinte expressão 
matemática: , onde m é uma constante denominada por coeficiente 
de viscosidade. Esta constante é dada em Pascal no Sistema Internacional de 
Unidades (S.I.), e em Poise (P) no sistema de unidades c.g.s.. Esta viscosidade é 
frequentemente denominada de viscosidade absoluta ou dinâmica para evitar 
confusão com a viscosidade cinemática (n), que é dada pela razão entre a viscosidade 
 
 
4 
 
absoluta e a densidade do fluido em questão. A unidade do S.I. é o metro quadrado 
por segundo (m2/s), e Stoke (St) no c.g.s., que é equivalente a 1 cm2/s. 
Se o gráfico da tensão de cisalhamento em função da taxa de cisalhamento à 
temperatura e pressão constantes for linear, a viscosidade será constante e igual ao 
coeficiente angular da reta. A maioria dos líquidos puros e muitas soluções e 
dispersões apresentam este tipo de comportamento e são denominados líquidos 
newtonianos, neste caso é a viscosidade absoluta. 
 
b) Fluidos não newtonianos independentes do tempo: Muitas soluções 
(especialmente se forem concentradas) e dispersões (especialmente se contiverem 
partículas assimétricas) apresentam desvio deste comportamento e são denominadas 
de sistemas não newtonianos. Estes incluem os plásticos de Binghan, que requerem 
uma tensão de cisalhamento inicial até que comecem a se deformar e, a partir daí, 
existe uma relação linear entre a tensão de cisalhamento e o gradiente de velocidade. 
Já os pseudoplásticos possuem infinitas viscosidades aparentes e quando submetido 
a uma tensão de cisalhamento, suas moléculas se orientam e ocorre uma redução da 
viscosidade. E os dilatantes são os fluidos que apresentam aumento da viscosidade 
aparente conforme são submetidos a uma tensão de cisalhamento. 
 
c) Fluidos não newtonianos dependentes do tempo: Após o processo de 
aumento da velocidade seguido pela redução da velocidade de cisalhamento, as 
curvas do reograma não são sobreponíveis. Os fluidos tixotrópicos são aqueles que 
sofrem redução da viscosidade com o tempo de deformação. Já os reopéticos 
apresentam um aumento de viscosidade com o tempo de aplicação da tensão. 
 
A reometria envolve as medidas do comportamento reológico dos fluidos e a 
viscosidade pode ser medida através do uso de diversas técnicas. A primeira forma 
de análise de viscosidade é através do sensorial, que é de grande importância para 
produtos cosméticos. Também existem métodos pontuais, através do uso de 
viscosímetros de Ostwald, de Queda de Esfera ou do tipo Copo-Ford. Nestes métodos 
todos os fluidos são observados como sendo newtonianos, pois só é possível realizar 
uma medida e, portanto, o reograma apresenta apenas um ponto, permitindo traçar 
uma reta passando pela origem. 
Ainda podem ser usados viscosímetrosrotacionais, como o viscosímetro de 
Cuba e Cilindro, sendo que neste caso é possivel determinar vários valores de 
viscosidade aparente e então traçar um reograma mais preciso que permita indicar a 
classificação do fluido em questão. Outro viscosímetro que pode ser utilizado é o de 
Hagen-Poiseuille, o qual também permite analisar a variação da tensão de 
cisalhamento de acordo com o gradiente de velocidade, e assim avaliar o 
comportamento da viscosidade. 
 
2. OBJETIVOS 
 Determinar as propriedades reológicas do shampoo, do hidratante Suavity e do 
hidratante Hidramais, com o emprego de diferentes viscosímetros e reômetros, 
comparando os valores obtidos em cada procedimento. 
 
 
 
5 
 
 
 
3. MATERIAIS 
- Viscosímetro de Hagen-Poiseuille 
- Viscosímetro do tipo Copo-Ford 
- Viscosímetro de Ostwald 
- Viscosímetro de Queda de Esfera 
- Reômetro Cuba e Cilindro 
- Béquer 
- Cálice 
- Proveta 
- Funil de vidro 
- Pró-pipeta 
- Termômetro 
- Cronômetro 
- Glicerina (líquido de referência) 
- Esferas de referências 
- Paquímetro 
- Shampoo 
- Hidrante Suavity 
- Hidrante Hidramais 
 
4. MÉTODOS 
 
4.1. VISCOSÍMETRO DE HAGEN-POISEUILLE 
 O viscosímetro foi preparado com um tubo circular horizontal de comprimento 
de 118 cm e raio interior de 1,37 mm, como mostra a Figura 1, permitindo a geração 
de um escoamento laminar isotérmico em regime permanente. Nestas condições tem-
se, para fluidos newtonianos, a viscosidade dada pela expressão de Hagen-Poiseuille: 
 



 











 

3
.
.32
.4
.
D
Q
L
PD
 (1) 
 
L
PD
.4
. 
 
3
.
.32
D
Q
  
 
 
 

ln
ln
4
1
4
3
d
d
 
 
 
 
 
6 
 
 
Figura 1. Viscosímetro de Hagen-Poiseuille. 
Onde: D - diâmetro; L - comprimento do tudo; Q – vazão; ΔP - queda de pressão; σ - 
tensão de cisalhamento; γ - taxa de deformação; μ - viscosidade. Enquanto que, para 
fluidos dependentes do cisalhamento, a equação (1) pode ser modificada. 
 Neste experimento, foi medida a vazão Q em função do tempo em diferentes 
alturas H, para uma amostra de solução de CMC 0,5%. Para isto, marcou-se o tempo 
que a amostra demorava em escoar 2,0 mL nas diferentes alturas (43, 36, 29, 22, 15, 
08 e 01 cm). A partir destes valores, foi possível determinar a tensão de cisalhamento 
(σ) e a taxa de deformação (γ), permitindo construir uma curva de σ contra γ e 
determinar parâmetros reológicos do fluido para a Lei das Potências. 
 
4.2. VISCOSÍMETRO DE OSTWALD 
 
 Este viscosímetro capilar pode ser utilizado na determinação da viscosidade de 
um fluido newtoniano com escoamento laminar. 
 Desta forma, o tempo decorrido para o escoamento, num comprimento pré-
determinado do tubo capilar vertical, da amostra de shampoo foi comparado com o da 
Glicerina (líquido de referência com viscosidade conhecida de 1,2491 mg/mL – 25ºC). 
A viscosidade relativa ou absoluta foi obtida através da equação (2): 
 
22
11
.
.
2
1



 rel (2) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Viscosímetro de Ostwald. 
 
 
 
4.3. VISCOSÍMETRO DE QUEDA DE ESFERA 
 
 A velocidade de queda de uma esfera no interior do shampoo foi determinada, 
através da observação do tempo que esta demorou para percorrer o trajeto pré-
estabelecido. Primeiramente, colocou-se o fluido a ser estudado (Shampoo) dentro do 
 
 
7 
 
 
V
gd lesf
.18
..
2 



cano interior até enchê-lo. Então, adicionou-se uma esfera e tampou-se o aparelho. 
Após girá-lo 360°, para que a esfera ficasse em uma extremidade, e coloca-lo na 
posição vertical novamente, a esfera passou através da primeira marcação e deu-se 
iniciou o cronômetro. Parou-se o cronômetro no momento em que ela atravessou a 
segunda marcação. A escolha da esfera foi feita experimentalmente, uma vez que o 
grupo deveria escolher aquela que ‘percorria’ o shampoo em uma velocidade 
adequada. 
 
A viscosidade foi determinada segundo a Lei de Stokes: 
 
 
 
onde: d - diâmetro da esfera; g - aceleração gravitacional; V - velocidade terminal de 
queda; ρesf - densidade da esfera; ρl - densidade do material. 
 
Figura 3: Viscosímetro de queda de esfera. 
 
4.4. REÔMETRO CUBA E CILINDRO 
 
 Neste reômetro, as amostras do Shampoo, do Creme Suavity e do Creme 
Hidramais foram cisalhadas entre as paredes da cuba e do cilindro. Para determinar a 
viscosidade aparente, as tabelas e equações fornecidas pelo fabricante foram 
utilizadas (Tabelas 1 a 3). Neste experimento, o instrumento usado foi da marca VEB-
MLW, modelo RN-60Hz. Para traçar o reograma, iniciaram-se as medidas com a 
menor velocidade de rotação do aparelho, a qual foi aumentada passo a passo, sendo 
que as velocidades utilizadas foram: N=4, N=2, N=1. 
 A escolha do conjunto de cuba e cilindro foi feita de acordo com a faixa de 
viscosidade dos materiais a serem estudados consultando a Tabela 1, e o volume 
adequado para o conjunto escolhido foi adicionado conforme a Tabela 2. Iniciou-se 
com a menor velocidade (N=4), e quando o ponteiro do indicador analógico do 
aparelho estabilizou, foi anotado o valor de “alfa” (α). A velocidade foi aumentada após 
60 segundos passo a passo (de N=4 até N=1), e o “alfa” foi anotado para cada 
velocidade. Através dos valores da Tabela 3 e da Equação abaixo, foram obtidas a 
tensão σ e a taxa de cisalhamento γ. 
 
 
 
 
 
8 
 
 
Tabela 1. 
Par Viscosidade cP 
N N1 10 a 1.000 
 N2 30 a 3.000 
M M1 100 a 10.000 
 M2 300 a 30.000 
H H1 1.000 a 100.000 
 H2 2.500 a 250.000 
 
Tabela 2. 
Par N1 N2 M1 M2 H1 H2 
ml 13,5 18,0 7,5 10,2 3,0 4,5 
 
Tabela 3. 
Par Taxa de cisalhamento (γ), N 
10 4 2 1 
Z 
(dina/cm2) 
N1 59,2 148 296 592 4,71 
N2 22,6 56,5 113 226 5,13 
M1 22,8 57,0 114 228 16,77 
M2 10,8 25,7 51,4 103 22,83 
H1 9,9 24,8 49,6 99,2 67,59 
H2 6,0 15,0 30,0 60,0 115,70 
 
Equação para cálculo da tensão, σ: 
  Z , 
e é dado em dinas/cm2. 
 
4.5. VISCOSÍMETRO DO TIPO COPO-FORD 
 
 Este viscosímetro tem como vantagem seu baixo custo e fácil manuseamento. 
É utilizado na medida da viscosidade cinemática, porém, como desvantagem, tem a 
limitação de ser utilizado especificamente para fluidos newtonianos. 
 O viscosímetro foi colocado sobre uma superfície plana e teve o orifício inferior 
vedado com o dedo indicador. O recipiente central foi preenchido com solução de 
CMC 0,5% até transbordar. Uma placa foi passada sobre o viscosímetro para acertar o 
nível de líquido, mantendo o volume uniforme entre as medidas. Após a retirada da 
placa, o orifício foi desobstruído e, ao mesmo tempo, o cronômetro foi acionado. Assim 
que o fio de escoamento “quebrou”, ou seja, apareceu um gotejamento, o cronômetro 
foi parado. O copo Ford é fornecido com um conjunto de orifícios-padrão (giglê) feitos 
de bronze polido. Os orifícios de número 2, 3 e 4 são utilizados para medir líquidos de 
baixa viscosidade, na faixa de 20 a 310 centistokes (cst); os de número 5, 6, 7 e 8 
para líquidos de viscosidade superior a 310 cst. 
 
 
9 
 
 Após as medidas em diferentes orifícios (Copo-Ford de nº 3, nº 4 e nº 5), 
mediu-se também o tempo de escoamento da amostra de Shampoo no viscosímetro 
do tipo Copo-Ford de nº 5, apenas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. Viscosímetro de Copo-Ford. 
 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
5.1. VISCOSÍMETRO DE HAGEN-POISEUILLE 
 
 
Material: CMC 0,5% 
Diâmetro: 0,275 cm 
Densidade do CMC 0,5%: 1,1287 g/mL 
g: 980 cm/s2 
L: 118 cm 
Volume: 2,0 cm3 
 
Altura 
(cm) 
Tempo (s) P (g/cm.s2) (dinas/cm2) s
Q 
(cm3/s) 
1 64 1106,13 0,64 8,86 0,0313 
8 35 8849,01 5,16 28,00 0,0571 
15 24 16591,89 9,67 40,84 0,0833 
22 18 24334,77 14,18 54,45 0,1111 
29 15 32077,65 18,69 65,34 0,1333 
36 13 39820,54 23,20 75,39 0,1538 
43 11 47563,42 27,71 89,10 0,1818 
 
 
R² = 0,9915 
0,00
5,00
10,00
15,00
20,00
25,00
30,00
0,00 20,00 40,00 60,00 80,00 100,00

(d
in
as
/c
m
²)
 
 (s-1) 
 
 
 
10 
 
Pelos resultados da tabela,tem-se que quanto maior a altura, maior é a 
pressão hidrostática (P) e, consequentemente, maior é a vazão (Q). Dessa forma, 
quanto maior o Q, maior o gradiente de velocidade () e menor o tempo para completar 
o volume determinado na proveta (2,0 cm3). Além disso, a maior tensão de 
cisalhamento () foi obtida para os maiores valores de altura. 
Pela observação do gráfico, tem-se que o material apresenta comportamento 
Newtoniano, pois a curva obtida (gradiente de velocidade x tensão de cisalhamento) é 
linear, ou seja, a relação (.) entre tensão de cisalhamento e gradiente de 
velocidade é constante. Isto não implica em variação de viscosidade () de acordo 
com o cisalhamento. 
A técnica utilizada, no entanto, não permite verificar se o material é dependente 
ou não do tempo. Então, considerando que o material possa ser independente do 
tempo, o mesmo pode ser classificado como não-newtoniano, mais especificamente 
como dilatante, uma vez que o comportamento da curva, indica o aumento da 
viscosidade em função da taxa de deformação. 
 
5.2. VISCOSÍMETRO DE OSTWALD 
 
Viscosímetro utilizado: d600 
Material de referência: Glicerina (2: 1,2491 g/mL – 25ºC) 
Material Teste: CMC 0,5% (1: 1,1287 g/mL – 25°C) 
Volume: 23 mL 
t2 glicerina: 2’53’’ = 153s 
t1 CMC: 7,49” = 7,49s 
22
11
.
.
2
1



 rel
 
 
rel = 1,1287 x 7,49 / 1,2491 x 153 = 0,0442 
23
60624,22
1123,191
1
2



 
 
A glicerina apresenta maior densidade e tempo de escoamento do que o CMC 
0,5%, o que resultou em um valor de viscosidade relativa do CMC 0,5% pela glicerina 
menor do que 1. Portanto, a viscosidade da glicerina é 23 vezes maior do que a 
viscosidade do CMC 0,5%, o que é condizente com os tempos de escoamento 
obtidos. 
 É importante ressaltar que esta técnica não permite o cálculo da viscosidade 
absoluta, mas sim uma comparação entre um material teste e um material de 
referência. 
 
5.3. VISCOSÍMETRO DE QUEDA DE ESFERA 
 
Material: Shampoo 
g: 980 cm/s2 
 
 
11 
 
 
V
gd lesf
.18
..
2 



l: 0,98 g/mL 
Diâmetro: 11,41 mm = 1,141 cm 
R: 0,5705 
Mesfera: 6,158g 
T: 6,3 s 
Distância: 15 cm 
 
Volume esf = 4/3 x  x r3 
Volume esf = 4/3 x 3,14 x (0,5705)3 
Volume esf = 0,78 cm3 
 
Velocidade (V) = 15 / 6,3 = 2,38 cm/s 
 
esf = 6,158 / 0,78 = 7,89 g/ cm3 
 
 
 
 
 = (1,141)2 x 980 x (7,89 - 0,98) / 18 x 2,38 
 
 = 205,8 g/cm.s = 205,8 P 
 
 Esta técnica permite o cálculo da viscosidade absoluta do material estudado 
através da Lei de Stokes, a qual considera a velocidade com que a esfera se 
locomove no material de interesse. 
 
5.4. REÔMETRO CUBA E CILINDRO 
 
A) Material: Creme Suavity 
 Par escolhido: M/M1 
 
 N= 4: 
α= 19; 60s 
 
 N= 2: 
α= 21; 120s 
 
 N= 1: 
α= 22; 180s 
 
 
N Tempo (s)   Z 
4 60 19 57 16,77 318,63 
2 120 21 114 16,77 352,17 
1 180 22 228 16,77 368,94 
 
 
12 
 
 
 
Pelo perfil da curva, conclui-se que o material é dilatante, visto que sua 
viscosidade aparente aumenta gradualmente com o aumento da tensão de 
cisalhamento e do gradiente de velocidade. 
 
B) Material: Creme Hidramais 
 Par escolhido: N/N2 
 
 N= 4: 
α= 31; 60s 
 
 N= 2: 
α= 29;120s 
 
 N= 1: 
α= 41; 180s 
 
 
N Tempo (s)   Z 
4 60 31 56,5 5,13 159,03 
2 120 29 113 5,13 148,77 
1 180 41 226 5,13 210,33 
 
 
310
320
330
340
350
360
370
380
0 50 100 150 200 250

 (
d
in
as
/c
m
²)
 
(s-¹) 
 
 
13 
 
 
Pelo perfil da curva, conclui-se que o material é ora pseudoplástico (, 
ora dilatante (. Porém, é provável que o comportamento do creme seja 
dilatante, visto que o primeiro ponto utilizado na construção do gráfico foi obtido 
através do experimento realizado por outro grupo, já que o equipamento apresentou 
problema na velocidade correspondente. 
 
 
C) Material: Shampoo 
 Par escolhido: N/N2 
 
 N= 4: 
α= 27,5; 60s 
 
 N= 2: 
α= 31; 120s 
 
 N= 1: 
α= 34; 180s 
 
 
N Tempo (s)   Z 
4 60 27,5 56,5 5,13 141,075 
2 120 31 113 5,13 159,03 
1 180 34 226 5,13 174,42 
 
0
50
100
150
200
250
0 50 100 150 200 250

 (
d
in
as
/c
m
²)
 
(s-¹) 
 
 
14 
 
 
 
Pelo perfil da curva, conclui-se que o material é dilatante, visto que sua 
viscosidade aparente aumenta gradualmente com o aumento da tensão de 
cisalhamento e do gradiente de velocidade. 
 
5.5. VISCOSÍMETRO DO TIPO COPO-FORD 
 
Material: CMC 0,5% 
Densidade do CMC 0,5%: 1,1287 g/mL 
Tamanho da saída do copo: 0,3 cm (Ford nº3) 
t (média): 43,95 s 
 
Material: CMC 0,5% 
Densidade do Shampoo: 1,1287 g/mL 
Tamanho da saída do copo: 0,4 cm (Ford nº4) 
t (média): 20,59 s 
 
Material: CMC 0,5% 
Densidade do Shampoo: 1,1287 g/mL 
Tamanho da saída do copo: 0,5 cm (Ford nº5) 
t (média): 10,76 s 
 
Material: Shampoo 
Densidade do Shampoo: 0,98 g/mL 
Tamanho da saída do copo: 0,5 cm (Ford nº5) 
t (média): 28,45 s 
 
Pelo gráfico Ford Cup Viscosity Conversion Chart tem-se que as viscosidades 
cinemáticas (cin) são: 
 
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
0 50 100 150 200 250

 (
d
in
as
/c
m
²)
 
(s-¹) 
 
 
15 
 
 
CMC 0,5% (copo Ford n°3): 90 cSt 
 
CMC 0,5% (copo Ford n°4): 60 cSt 
 
CMC 0,5% (copo Ford n°5): não foi possível calcular a viscosidade cinemática 
neste caso, uma vez que no gráfico de conversão o tempo de escoamento foi menor 
que o mínimo apresentado pelo gráfico de referência. 
 
Shampoo (copo Ford n°5): 330 cSt. 
 
6. CONCLUSÃO 
 
A prática realizada possibilitou a determinação experimental do perfil reológico 
de diferentes materiais. A partir dos diferentes métodos utilizados nos experimentos foi 
possível analisar o comportamento reológico dos diferentes materiais (CMC 0,5%, 
shampoo e cremes), porém, de acordo com as especificidades de cada equipamento, 
os resultados obtidos não foram conclusivos quanto ao comportamento da viscosidade 
dos materiais em função do tempo. Assim sendo, o ideal seria a utilização do reômetro 
do tipo cuba e cilindro, que fornece resultados mais exatos, uma vez que as fontes de 
erro se restringem ao volume adicionado na cuba e ao erro inerente do equipamento. 
 
 
 
 
 
 
16 
 
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AULTON, M. E., Delineamento de formas farmacêuticas. 2ª edição. Editora Artmed, 
2005. 
 
MORRISON, F. A., Understanding Rheology, Oxford University Press, 2001 
 
SCHOWALTER, W. R., Mechanics of Non-Newtonian Fluids Pergamon, 1978 
 
Anotações e slides de aula.

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