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Quando Dona Maria notou, pela primeira vez, uma mancha mais escura no dorso da mão direita, pensou que era apenas sinal do tempo — “marcas de sol”, disse a filha. Mas as manchas foram surgindo em outros pontos: algumas planas e bem delimitadas, outras mais claras, como se a pele tivesse perdido jejuns de cor. Na sala de espera do posto de saúde, enquanto folheava um folheto sobre envelhecimento ativo, ela ouviu a palavra que mudaria a percepção que tinha sobre aquilo: doenças pigmentares em idosos.
As doenças pigmentares englobam alterações na cor da pele: hiperpigmentações (escurecimento), hipopigmentações (clareamento) e alterações mistas. Em idosos, essas alterações são resultado de uma combinação entre a história individual — genética, exposição solar acumulada — e mudanças próprias do envelhecimento cutâneo. A narrativa clínica costuma incluir lesões benignas, como os lentigos solares (manchas senis), e problemas que exigem atenção, como o lentigo maligno, uma forma de melanoma que pode surgir sobre pele photoexposta de longa data.
A pele envelhecida apresenta redução do número de melanócitos — as células que produzem melanina — mas nem sempre há redução uniforme na produção de pigmento. A melanina pode se acumular em focos (hiperpigmentação) ou se perder em outros (como no vitiligo). Entre as hiperpigmentações mais comuns em idosos estão os lentigos solares, manchas de tamanho variável que surgem por dano cumulativo do sol; a hiperpigmentação pós-inflamatória, que aparece após feridas, dermatites ou procedimentos; e alterações induzidas por medicamentos — certos anticonvulsivantes, antimaláricos e quimioterápicos podem modificar a pigmentação. Já as hipopigmentações incluem o vitiligo, cuja manifestação em pessoas idosas pode vir acompanhada de impacto psicológico, e outras condições menos frequentes.
O diagnóstico começa pelo exame clínico e pelo histórico: quando as manchas apareceram, se há coceira, via de exposição solar, medicamentos em uso e histórico familiar. A lâmpada de Wood e a dermatoscopia são ferramentas simples que ajudam a diferenciar manchas benignas de sinais de alerta. Em casos duvidosos, a biópsia permite o diagnóstico histológico e exclui neoplasias. Para Dona Maria, a visita ao dermatologista trouxe alívio: a maioria das manchas eram lentigos solares, mas uma pequena área exigiria biópsia para afastar lentigo maligno — uma medida que ela aceitou após conversa sobre riscos.
O tratamento deve ser individualizado. Em idosos, a pele é mais frágil, a cicatrização é mais lenta e há maior risco por comorbidades e polifarmácia; por isso, terapêuticas agressivas são ponderadas com cautela. Medidas básicas incluem proteção solar rigorosa — uso diário de filtro solar de amplo espectro, roupas protetoras e evitar exposição solar nas horas de pico — e controle de fatores agravantes, como fricção crônica e uso de substâncias irritantes. Para hiperpigmentações cosméticas, opções tópicas (hidroquinona, retinoides, inibidores de tirosinase, corticosteroides em curto período) e procedimentos (peelings químicos, lasers ablativos ou não-ablativos, crioterapia) podem melhorar a aparência, sempre considerando o risco de hipopigmentação secundária em pele envelhecida.
No vitiligo, terapias incluem corticóides tópicos, inibidores de calcineurina, fototerapia (narrowband UVB) e, em casos localizados e estáveis, enxertos de pele. Para lentigo maligno ou suspeita de melanoma, a excisão cirúrgica com margens adequadas é mandatória, independentemente da idade, levando-se em conta a expectativa de vida e a qualidade de vida. Em idosos frágeis, estratégias menos invasivas podem ser discutidas, mas sem negligenciar o risco oncológico.
Além do manejo médico, as doenças pigmentares têm impacto psicossocial significativo. A perda de cor ou manchas visíveis no rosto e mãos podem afetar autoestima e levar ao isolamento. Abordagens integradas que incluam orientação psicológica, uso de cosméticos corretivos e suporte social frequentemente melhoram a adesão ao tratamento e o bem-estar.
A prevenção é a melhor estratégia. Incentivar hábitos de fotoproteção desde cedo reduz drasticamente a carga de lesões pigmentares na terceira idade. Para os já afetados, o monitoramento regular por profissionais, a educação sobre sinais de alerta (mudança de cor, bordas irregulares, sangramento) e a adequação de tratamentos às condições clínicas do idoso são fundamentais. Dona Maria passou a usar filtro solar diariamente, cobrir as mãos em caminhadas e apareceu para consultas sem receio. Ao reconhecer que suas manchas eram parte de um espectro maior de alterações pigmentares, ela ganhou não só tratamento apropriado, mas também autonomia para cuidar da pele nos anos seguintes.
PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) Quais são as pigmentações mais comuns em idosos?
Resposta: Lentigos solares, hiperpigmentação pós-inflamatória, vitiligo e alterações medicamentosa; algumas exigem avaliação para excluir neoplasia.
2) Por que a pele envelhecida tem manchas?
Resposta: Acúmulo de dano solar, alterações na produção e distribuição de melanina e menor capacidade de reparo celular.
3) Quando procurar um dermatologista?
Resposta: Se a mancha muda de tamanho, cor, forma, sangra ou causa desconforto; também para diagnóstico e opções de tratamento.
4) Tratamentos são seguros em idosos?
Resposta: Sim, porém devem ser individualizados considerando fragilidade, comorbidades e riscos de cicatrização e efeitos adversos.
5) Como prevenir novas manchas?
Resposta: Fotoproteção rigorosa (filtro solar, roupa, evitar sol forte), controle de inflamação cutânea e revisão de medicamentos que possam pigmentizar.

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