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Direito Constitucional


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- Direito Constitucional
- Teoria do Direito Constitucional
Evolução Histórica
Na antiguidade, o poder vinha de Deus e quem o detinha era o representante de Deus na Terra. Cidadãos apenas existiam para servir ao monarca.
Entretanto, em determinado momento, o cidadão começa a perceber que é ele quem detêm o poder. Antes dos seres humanos se organizarem em sociedade, estes eram lives e exerciam tal liberdade em sua plenitude. Para viabilizar a vida em sociedade, são criados limites ao exercício da liberdade pelo povo, limites estes estabelecidos pelo Estado, objetivando a busca do bem comum.
O poder é popular uma vez que o Estado só existe devido ao fato de que cada cidadão abriu mão de parte de sua liberdade para viabilizar a vida em sociedade e a própria criação do Estado. CIDADÃO TRANSFERE O PODER AO ESTADO E NÃO O INVERSO.
Por outro lado, também devem ser estabelecidos limites ao poder estatal. Um Estado sem limites se torna um mosntro incontrolável (“O Leviatã” - Hobbes).
Assim, o estado passa a prestar contas ao povo e, por isso, são criadas garantias individuais e limites ao poder estatal (Direitos Humanos protegem o cidadão do arbítrio do Estado).
Constitucionalismo:
Movimento para a criação de normas fundamentais visando criar, estruturar e limitar o poder do estado, e ainda, prever garantias fundamentais ao indivíduo (Exs.: Magna Carta, Habeas Corpus Act, Bill of Rights).
Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão ÁPICE DO CONSTITUCIONALISMO
Art. 16: Todo estado deve ter uma constituição, que:
Cria o Estado
Organiza o Estado
Limita o Poder SEPARAÇÃO DOS PODERES (na verdade a separação de funções, pois o poder é um só) somado à Teoria dos Freios e Contrapesos.
Expressa os Direitos e Garantias Fundamentais
DIREITOS HUMANOS ≠ DIREITOS FUNDAMENTAIS
Direitos humanos tratam-se da relação de direitos essenciais a todo ser humano em qualquer lugar do planeta, para que este goze de plenitude e dignidade.
Direitos fundamentais tratam-se dos direitos humanos reconhecidos e positivados na legislação constitucional de cada estado.
Assim, temos que uma das funções da constituição é PREVER OS DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS
*Governante: Executa a função do estado. Quando ocorre o uso desmedido do poder, este se torna um violador das liberdades pessoais (Direitos Humanos).
LIBERDADE -------> ESTADO ---------------------> GOVERNANTE -------------> LIBERDADE
 cria o	 é representado por viola a
TAL CICLO DEVE SER QUEBRADO!
Iluminismo
Marquês de Beccaria “Dos Delitos e Das Penas” Princípios Processuais Processo Garantista (em contrapartida ao processo inquisitorio da Idade Média, que buscava a “expiação dos pecados”) “due process of law”
1945
	Declaração Universal dos Direitos Humanos (não só do homem) ONU (Âmbito 	Internacional).
Direito Internacional dos Direitos Humanos ≠ Direito Internacional Humanitário
Direito Internacional dos Direitos Humanos refere-se à tratados internacionais sobre a matéria de direitos humanos.
Direito Internacional Humanitário está relacionado à situações de guerra (forças de paz, cruz vermelha e etc.)
Conceitos de Constituição:
Sociológico: Trata da verdadeira aceitação da norma pela sociedade, por considerá-la adequada e justa (constituição legítima) – Valor social da Constituição Deve ser reconhecida pelo povo
Político: Distinção entre lei constitucional (pode tratar de qualquer tipo de maéria e constituição materialmente constitucional (trata exclusivamente de matéria constitucional). Também há a distinção entre Constituição (documento popular, feito pelo povo para o povo) e Carta Constitucional (lei fundamental imposta pelo governante – não é um documento popular)
Jurídico: A constituição define a hierarquia legislativa, de acordo com a supremacia constitucional
Direito (previsão legal) ≠ Garantia (instrumentalização do direito previsto)
Sentido Jurídico da Constituição (Hans Kelsen)
“Norma Hipotética Fundamental” → poder popular que gera um ordenamento juridico positivado (“Direito Natural”). Seria a Constituição, deste modo, a expressão (positivação) da norma hipotética fundamental.
Verticalidade Hierárquica da Constituição: A constituição irradia suas determinações ao restante do ordenamento, de modo que este se constitua como seu reflexo.
Controle Constitucional: Retira as normas inconstitucionais do ordenamento. Todas as normas extraem sua validade da Constituição.
A constituição é um documento feito pelo povo para o povo. Não é um documento necessariamente jurídico, o trabalho do jurista entra na sua interpretação.
A constituição deve ser escrita (precisa ser vista) e rígida (pode ser alterada, porém há dificuldade, pois é feita por meio de um processo complexo). Possuindo estes dois requisitos, a constituição serve de parâmetro para a análise do restante do ordenamento.
Supremacia Constitucional definindo a Hierarquia Legislativa
TOPO:		CF + EC + TIDH – Constituição Federal + Emendas Constitucionais (podem ser 			inconstitucionais) + Tratados Internacionais de Direitos Humanos (Art. 5º; § 3º)
2º NÍVEL:	LC – Lei Complementar – Complementa a constituição
3º NÍVEL:	LO + LD + MP – Lei Ordinária (leis comuns) + Lei Delegada + Medida Provisória
4º NÍVEL:	Normas regulamentadoras de D. Público (decretos, resoluções, portarias e etc.)
5º NÍVEL:	Normas regulamentadoras de D. Privado (maior grupo – todo tipo de CONTRATO)
- Classificação das Constituições:
Quanto ao CONTEÚDO:
Materiais: São formadas exclusivamente de conteúdo de cunho constitucional (matéria)
Formais: São formadas de conteúdo que não são regulados pelo D. Constitucional, de modo que poderiam ter sido objeto apenas de leis infraconstitucionais (são conteúdo constitucional apenas na forma, não por sua matéria).
Quanto à FORMA:
Escritas: Constituições escritas podem ter duas subclassificações:
Analítica: Trata de diversos assuntos, além da matéria constitucional
Sintética: Regula só a materia constitucional. Busca concisão e generalidade.
Não-Escritas: Baseada nos costumes e tradições do local, portanto, funda-se no D. Consuetudinário. O maior exemplo deste tipo de constituição é a Inglaterra, porém, a tendência deste modelo é deixar de existir.
Quanto à ORIGEM:
Promulgada: Elaborada e aceita pelo povo
Outorgada: Imposta pelo governante (carta-constitucional)
Cesarista: Elaborada pelo governante, porém, colocada à votação para aprovação popular.
CONSTITUIÇÂO (Doc. Popular) ≠ CARTA CONSTITUCIONAL (imposto pelo governante)
Quanto à ESTABILIDADE:
Rígida: Texto constitucional é difícil de ser emendado.
Flexível: Texto constitucional pode ser facilmente emendado, do mesmo modo que uma lei ordinária. Prejudica a estabilidade do estado.
Semi-Flexível: Parte da constituição tem regras rígidas de alteração (parte material) e parte tem regras flexíveis (parte formal).
- Constituições e Cartas Constitucionais brasileiras
	Ano
	Contexto Histórico
	Classificação
	1824
	Carta Imperial elaborada e outorgada por D. Pedro I
	Carta Constitucional
	1891
	Governo deixa de ser Império, passando para República
	Constituição
	1934
	Pressão por parte do estado de São Paulo, por meio da Revolução Constitucional de 32, para que Getúlio Vargas cumpra as disposições da constituição (que alegava serem ultrapassados) ou promulgue uma nova
	Constituição
	1937
	Golpe de Estado de Getúlio (Estado Novo)
	Carta Constitucional
	1946
	Getúlio é deposto e o país passa por um processo de redemocratização
	Constituição
	1967
	Golpe Militar
	Carta Constitucional
	1969
	Há uma controvérsia entre esta ser uma nova Constituição ou uma Emenda Constitucional dando nova redação ao documento inteiro, visto que não houve alteração do regime de governo e apenas um “endurecimento” das disposições anteriores
	Carta Constitucional
	1988
	Fim do governomilitar e redemocratização do país
	Constituição
- Poder Constituinte
O poder constituinte pode ser:
Original (1º Grau): Possui o povo como titular, representado pela Assembléia Nacional Constituinte (ANC)*, a qual, de fato, o exerce. Sua natureza sempre será:
Inicial: Cria o Estado do zero. Não está vinculada a nenhum tipo de preceito anterior.
Ilimitado: Não há limites para a elaboração de uma constituição, podendo conter qualquer tipo de disposição em seu texto (não há vinculação anterior a nada).
Incondicionado: Não está condicionada a nenhum tipo de disposição anterior. Nem mesmo aos tratados internacionais (o novo estado poderá aderir ou não a estes acordos).
Soberano: Deve ser considerada a soberania estatal sobre outros estados, de modo que este está livre para exercer sua vontade sem prestar satisfação aos demais estados.
Permanente: Por mais que haja a possibilidade de alteração da constituição, esta deve ser elaborada visando uma longeviedade, de modo a garantir a estabilidade estatal. Porém, ao longo dos anos, não poderá ficar alheia às mudanças da sociedade, devendo ser alterada de modo a adequar-se às mesmas.
*Assembléia Nacional Constituinte (ANC): Comissão do Poder Constituinte com o único fim de criar uma constituição. Não é necessariamente formada por juristas.
Derivado (2º Grau): Possui o povo como titular, representado pelo Congresso Nacional (CN), o qual, de fato, o exerce. Sua natureza sempre será:
Reformador: Tem como função alterar a Constituição Federal (emendas)
Limitado: Tem por limites as disposições da Constituição Federal
Condicionado: Está condicionado às disposições constantes da Constituição Federal
NÃO ESTÁ SUJEITO À SANÇÃO, OU SEJA, NÃO HÁ VETO PRESIDENCIAL
Norma constitucional emitida pelo poder constituinte derivado (emenda constitucional) pode ser declarada inconstitucional; entretanto, aquelas emitidas pelo poder constituinte originário não.
* Limites do Poder Constitucional Derivado:
Formal: Legitimador – lei dá a capacidade de atuar como poder constitucional derivado a determinados agentes.
Art. 60; caput; CF: Determina quem tem legitimidade para propor Emenda Constitucional (EC):
Presidente da República
1/3 dos deputados ou senadores
Mais da metade das assembléias legislativas dos estados federados, manifestadas pela maioria relativa de seus membros (INVIÁVEL – NUNCA ACONTECEU NA PRÁTICA)
Art. 60; §1º CF: Limitações Circunstanciais
A constituição não poderá ser alterada durante intervenção federal, estado de defesa ou estado de sítio
Estado de sítio = período de guerra (+ grave)
Estado de defesa = anormalidade grave (- grave)
Intervenção Federal = governo federal intervêm no âmbito estadual
Em períodos de instabilidade a constituição não poderá ser alterada, pois nesses períodos há a propensão à tomada de decisões precipitadas.
Art. 60; §2º CF: Processo Legislativo
Emenda deve ser aprovada em votação nas duas casas do congresso, em dois turnos, por maioria qualificada de 3/5
*Maiorias
Considera-se maioria o primeiro número inteiro superior à 50% do total a ser considerado
Maioria Simples (Art. 47 CF – Regra Geral): Maioria deve levar em conta o número dos presentes na votação
Maioroa Absoluta: Maioria deve levar em conta o número do total de integrantes da casa, independentemente de estarem presentes ou não.
Maioria Qualificada: Possui duas modalidades. Por 3/5 do total de integrantes (EC) ou 2/3 do total de integrantes (Impeachment)
Art. 60; §3º CF: Promulgação da Emenda Constitucional
Promulgação é feita unicamente pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
NÃO HÁ VETO PRESIDENCIAL PARA EMENDA CONSTITUCIONAL Congesso atua com função de Poder Constituinte Derivado, não como Poder Legislativo, e tal Poder Constituinte não pode ser submetido à veto do Poder Executivo, que se trata de um poder menor que este.
		Art. 60; §4º CF: Limitações Materiais CLÁUSULAS PÉTREAS
	
Cláusulas Pétreas são aquelas que seu conteúdo não pode ser suprimido da Constituição, entretanto, estas podem ser alteradas para aumentar sua proteção.
		
A Constituição Federal determina como cláusulas pétreas:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
		Art. 60; §5º CF: Limitações Temporais
Uma proposta de emenda constitucional negada pode ser apresentada novamente na próxima sessão legislativa*
 
*Sessão legislativa é  corresponde ao período anual de funcionamento do Congresso Nacional, ou seja, de 2 de Fevereiro a 22 de Dezembro (com recesso entre 17 de Julho a 1 de Agosto).
- Recepção Constitucional
A recepção é um sistema de adequação constitucional e trata-se do único sistema adotado no Brasil. A nova constituição recepciona materialmente e adequa formalmente as normas infraconstitucionais. 
A recepcionalidade, salvo clara afronta à nova ordem constitucional, é presumida a toda a legislação infraconstitucional. Constuma ser discutida conforme surgem os conflitos, de modo que pode ser declarada posteriormente à promulgação da Constituição.
NÃO RECEPÇÃO ≠ INCONSTITUCIONALIDADE
A não-recepção é declarada com relação à normas anteriores à promulgação da Constituição, ao passo que a inconstitucionalidade ocorre com as normas elaboradas sob a égide da Constituição vigente. Assim, temos que não existe inconstitucionalidade superveniente.
Ainda, vale mencionar outros dois sistemas de adequação constitucional, porém, ressaltando-se que NENHUM DESTES É ADOTADO NO BRASIL:
Repristinação
A repristinação ocorre quando a nova Constituição recepciona também aquela anterior à Constituição revogada pela atual, ou seja:
CF 1					CF 2	X			CF 3
Revogada pela CF 2			Revogada pela CF 3		Recepciona a CF devido 
									à revogação da CF 2
			
Desconstitucionalização
A desconstitucionalização ocorre quando uma nova constituição, ao invés de revogar a antiga, recepciona esta como norma infraconstitucional (por isso, ocorre sua “desconstitucionalização, ou seja, perda do caráter constitucional).
- Classificação das Normas Constitucionais
Quanto à Eficácia (“aplicabilidade” da norma):
Plena: Normas que não precisam de complementação por norma infraconstitucional, portanto sua aplicabilidade é imediata
Contida: São normas que possuem eficácia por si sós, porém, necessitam de complementação para melhor adequação aos propósitos da lei. Por isso, se diz que sua eficácia é contida.
Limitada: Normas que só obtêm eficácia quando regulamentadas por lei infraconstitucional. Diz-se assim, que tais leis são “fracas”, pois não possuem eficácia sozinha. Podem ser:
Princípio Institutivo: Criam novos institutos (Ex.: EC 45 – cria a CNJ)
Princípio Programático: Criam planos de governo, fundamentados nas políticas de estado previstas nos princípios constitucionais (Ex.: erradicação da pobreza – salário mínimo)
- Controle de Constitucionalidade dos Atos Normativos
Processo de extirpação de normas inconstitucionais do ordenamento jurídico
Espécies de Inconstitucionalidade: Como a norma pode ser inconstitucional?
Por ação: Lei contêm algo contrário à Constituição, podendo caracterizar:
Vício Formal: Contraria a Constituição por incompetência legislativa ou processo legislativo indevido NÃO PODE SER CORRIGIDO!!
Vício Material: Possui conteúdo contrário à Constituição É POSSÍVEL SER CORRIGIDO!!
Por Omissão: Lei não possui algo que a constituição determina para sua validade.
Sempre que possível, deve-se buscar a adequação da lei aos preceitos constitucionais, pois devemos objetivar sempre a manutenção da norma constitucional. A declaração de inconstitucionalidade ocorrerá apenas em último caso, se não hhouver meio de adequar a norma à ordem constitucional.
Todas as leis se presumem constitucionais (presunção de constitucionalidade), porém, trata-se apenas de uma presunção relativa (juris tantum)admitindo, portanto, prova em contrário em eventual contestação no judiciário.
- Momentos de Controle de Constitucionalidade
Prévio ou Preventivo:
Legislativo: Pelo próprio parlamentar (qualquer parlamentar pode questionar a constitucionalidade de um projeto de lei) ou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Deve-se notar que existem várias comissões temáticas no congresso, as quais são especializadas em diversas áreas de conhecimento e fazem uma análise de mérito (do conteúdo) do projeto, antes da votação pelas casas. A Comissão de Constituição e Justiça analisa a constitucionalidade do projeto, assim, consequentemente, todos os projetos passam por ela.
Executivo: Veto – Presidente tem a obrigação de vetar em i) leis contrárias ao interesse público e ii) leis inconstitucionais (assistência do advogado geral da união)
Judiciário: Mandado de Segurança impetrado por parlamentar com a finalidade de coibir atos praticados no processo de aprovação de leis e emendas constitucionais que não se compatibilizam com o processo legislativo constitucional. 
Esta situação é rara e se trata da única possibilidade do judiciário interferir no processo legislativo. Via de regra, o judiciário só analisa lei em vigor.
Posterior ou Repressivo: Controle técnico-jurídico das leis, ou seja, feito exclusivamente pelo judiciário.
Políticos: Cortes ou tribunais constitucionais
Jurisdicional Misto: Pode ser difuso, ou seja, todo o poder judiciário, ou concentrado, ou seja, apenas o tribunal superior – STF (Art. 103 CF indica quem pode entrar com ação direta ao STF). 
O sistema jurisdicional misto é o adotado no Brasil, de modo que a constitucionalidade de uma lei pode ser questionada junto à qualquer juiz do poder judiciário (regra geral) ou diretamente ao STF (excessões admitidas no Art. 103 CF)
Híbrido: Os dois juntos!!
- Interpretação das Normas Constitucionais
Hermenêutica: Interpretar “Desentranhar” o sentido das normas constitucionais, ou seja, buscar a intenção do legislador por detrás da norma legal.
Assim, temos que, na interpretação das normas constitucionais, não se pode levar em conta exclusivamente o aspecto gramatical (formal) da lei, pois nem sempre este transcreve de forma perfeita a intenção do legislador ao criar determinada norma. Tal intenção deve ser buscada pelo intérprete para a determinação do sentido da norma interpretada.
Antes de iniciar a análise de uma norma em relação à constituição, é necessária a interpretação da própria constituição como um sistema, ou seja, levando-se em conta todas as disposições nela presente, além dos princípios constitucionais e parâmentros implícitos em sua extensão.
Além disso, como seu Art. 5º; §2º determina, a interpretação das normas constitucionais não deverá excluir outros direitos ou garantas decorrentes do regime e dos princípios adotados pela própria constituição, ou de tratados internacionais em que o Brasil seja parte.
Deve-se ainda lemrar que a Constituição irradia validade para todo o ordenamento jurídico, ou seja, a interpretação das normas infraconstitucionais também deverá se dar de acordo com os preceitos constitucionais.
Deste modo, muito embora a interpretação não seja uma atividade mecânica, pois é fruto de uma análise particular de cada dispositivo legal em específico, devem ser observados os parâmetros gerais de orientação acima descritos.
Ainda, é possível nos deparamos com interpretações inconstitucionais de uma norma, considerando que uma norma comporta diversas interpretações e uma dela apresenta-se de forma a contrariar a própria Constituição.
Na situação de inconstitucionalidade na interpretação, apenas é vedada a interpretação inconstitucional. A norma continuará vigente, sem alteração no texto, admitindo-se todas as demais interpretações.
 Princípios e Garantias Fundamentais
Como o próprio nome já diz, os princípios principiam a construção das normas constitucionais, dando base para sua aplicação. Assim, a interpretação destas normas SEMPRE deverá estar em consoância com tais princípios.
Deste modo, temos, inicialmente que esclarecer que não há hierarquia entre normas pricipiológicas e normas constitucionais. Por norma principiológica entende-se normas que também constituem princípios do direito, pois regulam valores que servem de orientação à construção do ordenamento jurídico como um todo.
Conclui-se então que princípios são ordenadores do sistema, constituindo-se em diretrizes para a construção e interpretação da Constituição.
Princípios constitucionais podem ser explícitos (identificados literalmente no texto da lei) ou implícitos (identificados através da interpretação da norma constitucional)
Preâmbulo da Constituição
O preâmbulo de uma Constituição é o documento que define as suas intenções. Consiste em uma certidão de origem e legitimidade do novo texto e uma proclamação de princípios, rompendo com o ordenamento constitucional anterior e demonstrando o surgimento jurídico de um novo Estado.[
Deve servir, portanto, de parâmetro para interpretação das normas constitucionis, sendo possível, extrair diversos princípios É possível extrair princípios e diretrizes de seu texto. 
Entretanto, não poderá prevalecer contra o texto expresso da Constituição nem poderá servir de fundamento para uma declaração de inconstitucionalidade. Sua utilização prática se restringe como uma das linhas de interpretação da Constituição. 
*Laicidade significa dizer que não se excluem os elementos religiosos de um estado e sim que deve haver a tolerância a todos estes.
**Atos das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) são normas de transição entre o estado antigo e o novo, regulando a transição das constituições. Possuem vigência temporária e hoje em dia integram a constituição, porém, sem vigência (nos dias de hoje possuem unicamente valor histórico – NÃO SERVEM DE PARÂMETRO DE INTERPRETAÇÃO ).
	REFORMA CONSTITUCIONAL
mudança da constituição por processo de emenda constitucional ALTERAÇÃO NO TEXTO
X
MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL
Mudança na INTERPRETAÇÃO da norma constitucional, sem alteração no texto
- Antinomia das Normas Constitucionais
Trata-se do “conflito aparente de normas”, entretanto no caso de normas constitucionais não é possível se afastar a aplicação de uma norma em detrimento de outra, pois normas constitucionais devem ser aplicadas conjuntamente.
Assim, em caso de antinomia de normas constitucionais, ambas as normas serão aplicadas, porém, uma delas com maior intensidade em relação à outra. Chamamos esta solução de critério do peso, pois uma das normas tera peso maior na decisão, prevalecendo sobre a outra, porém, nenhuma das normas será totalmente afastada
Antinomia das Normas Infraconstitucionais:
Contrária à situação de antinomia entre normas constitucionais, quando esta ocorre entre normas infraconstitucionais, a resolução se encontra no plano da validade (LINDB), sendo uma delas válida e a outra não, sendo esta necessariamente afastada.
Para determinação de qual norma será válida em detrimento à outra, são estabelecidos critérios objetivos (hierarquia; temporariedade e especialidade) que afastam por completo a aplicabilidade da norma declarada inválida.
- Estado, Governo e Administração Pública
Estado: Ente fictício criado pelo poder popular para controlar a vida em sociedade
Não há vida em sociedade sem mecanismos de controle gerais, pois, em liberdade total, a tendência é a resolução de conflitos por meio da violência. Assim, surge a necessidade da criação de um ente maior que controle os demais.
Como o conceito de Estado é abstrato, este costuma ser identificado pela existência de seus elementos constitutivos, os quais são:
Elementos Materiais:
Povo: Brasileiros natos e naturalizado (≠ de população que compreende os brasileiros e estrangeiros presente no território)
Território: Pode ser físico, que compreende os limites territoriais, espaço aéreo, subsolo e mar territorial (12milhas p/ fins de segurança e 200 milhas p/ fins econômicos) ou jurídico, que consiste nas embaixadas (território ficto do país em outro estado – existem imunidades garantidas a este território).
Elementos Formais: 
Soberania: Trata-se de poder incontestável do estado de declarar sua vontade sem dar satisfação à qualquer outro estado.
Ordem Jurídica: conjunto ordenado das funções do Estado que deve garantir a ordem jurídica, econômica e social.
Elemento Final:
Bem Comum: A finalidade de todo estado é prover o bem comum, ou seja, o bem da comunidade (Coletividade).
O poder estatal, entretanto, também deve ser limitado, a fim de que o Estado não se torne absoluto e autoritário. Esta é a finalidade do constitucionalismo, elaborar uma norma fundamental limitando o poder estatal.
Governo: O governo trata da execução das políticas de estado, previstas na constituição (através de políticas de governo).
Política de Estado ≠ Política de Governo
A política de estado se trata de um conceito mais genérico, relacionada aos próprios fins deste (erradicar a pobreza, proteger os direitos humanos e etc.)
A política de governo é a maneira como as políticas de estado são concretizadas pelo governante, através de medidas que, geralmente, seguem a linha de suas catacterísticas (bolsa família, ProUni e etc.)
Os governantes são eleitos temporariamente, na figura de agentes políticos, para executar tais políticas de estado como chefe do poder. Para tanto, elaboram suas políticas de governo, que variam de governante para governante de acordo com suas características, porém devem sempre estarem alinhadas às políticas de estado.
Administração Pública: Conjunto de servidores públicos que dão suporte ao governo. Eles se incumbem da execução, propriamente dita, da execução das políticas de governo elaboradas pelos governantes.
- Federalismo
Federalismo é todo aquele Estado Soberano composto por diversas entidades territoriais autônomas dotadas de governo próprio (“estados federados”). Existem duas formas pelas quais o federalismo pode se desenvolver:
Por agregação: Forma mais comum de ocorrer a federação, onde estados autônomos e independentes se unem em um estado único e maior. Neste sistema os entes federados costumam ter um poder e autonomia maior em relação ao governo federal. Isso se dá pois o governo federal foi criado pelos estados, e, portanto, tomaram para si a maior parcela do poder.
O maior exemplo de federalismo por agregação se encontra nos EUA, formado pela união de 13 colônias inglesas que, ao declararem sua independência da Inglaterra, decidiram por se unir em federação para fortalecimento, caso houvesse uma tentativa de retomada por parte dos ingleses. Nesse sentido, percebe-se que os estados federados norte-americanos possuem um poder e autonomia muito grande com relação ao governo federal, de modo que cada um deles possui legislação e diretrizes próprias.
Por desagregação: Sistema inverso ao da agregação, onde um estado único e soberano se divide em unidades menores para, em seguida, unir-se novamente em federação. Neste modelo, nota-se que a concentração maior do poder se encontra no governo federal, pois, diferentemente do modelo por agregação, os entes federados foram criados pelo governo federal.
Este é o caso do Brasil, onde acredita-se que a origem do nosso federalismo está na divisão por capitanias hereditárias, adotada pelo império português na época da colonização.
 CONFEDERAÇÃO			≠		FEDERAÇÃO
Há direito de secessão (separação)			união é indissolúvel
No Brasil, os entes federados que compõem o Estado são a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, dentre os quais são distribuídas as compentências, em caráter exclusivo ou comum.
O Distrito Federal é definido pela soma da cidade de Brasília, capital federal do Brasil, e das cidades-satélites (regiões administrativas). Localiza-se no estado de Goiás e não possui divisão por municípios, portanto, seu único governante é o governador do Distrito Federal. Possui tratamento especial pois distingue-se dos demais entes federados em alguns pontos particulares, sendo alguns deles os seguintes:
O Distrito Federal não é nem estado nem município, nem se divide como tal, mas possui administração autônoma.
As aglomerações urbanas do Distrito Federal são denominadas de regiões administrativas (cidades-satélite), e sua administração é exercida através de administradores regionais, que são nomeados pelo governador do Distrito Federal.
O Distrito Federal não tem capital, sendo Brasília o local da sede de governo.
As áreas de educação, saúde e segurança pública (polícias civil e militar e o corpo de bombeiros militar) são mantidas pela União, por meio de fundo específico (Fundo Constitucional do Distrito Federal) regulado por legislação específica.
Apesar de o Distrito Federal ser subdividido em regiões administrativas, todo e qualquer cidadão que seja nascido dentro dos limites distritais é chamado "brasiliense".
Poderes do Estado:
União:
Poder Executivo: Presidente da República
Poder Legislativo: Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado)
Poder Judiciário: Tribunais Superiores e STF
Estados:
Poder Executivo: Governador do Estado
Poder Legislativo: Assembléia Legislativa
Poder Judiciário: Justiça Estadual Comum e Especial
Distrito Federal:
Poder Executivo: Governador do Distrito Federal
Poder Legislativo: Câmara Legislativa do Distrito Federal
Poder Judiciário: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios
Municípios:
Poder Executivo: Prefeito Municipal
Poder Legislativo: Câmara Municipal
Poder Judiciário: NÃO EXISTE!!!
- Regimes Políticos:
Democrático (demo = povo; kratos = autoridade)
Governo do povo para o povo. Pode se organizar de três maneiras distintas, dependendo da maneira pela qual se dá o exercício do poder democrático, quais são:
Direta: Todo o povo participa diretamente de todos os atos do estado (Grécia Antiga Hoje não existe mais INVIÁVEL!)
Indireta: Só há participação popular no momento da eleição. Não há previsão de participação do povo em nenhum outro momento,
Semidireta (Representativa): A participação popular se dá pela eleição dos representantes, através do voto, e no exercício dos instrumentos de participação direta. 
O Brasil trata-se de uma Democracia Semidireta (Representativa), de modo que os instrumentos de participação direta previstos em nosso ordenamento jurídico são:
Plebiscito: Consulta popular sobre criação ou alteração de norma feita à priori (antes de efetuada a alteração).
Referendo: Consulta popular sobre criação ou alteração de norma feita à posteriori (depois de efetuada a alteração) Referendar = confirmar
Projeto de Lei de Iniciativa Popular: Para a apresentação de projeto de lei de iniciativa popular, é necessária a assinatura de 1% do eleitorado do país, dividido por, no mínimo 5 estados, sendo que cada estado deverá ter, ao menos 0,3% das assinaturas colhidas CRITÉRIO MUITO RIGOROSO (1% do eleitorado corresponde à, aprox., 1 milhão de pessoas. Dificilmente um deputado é eleito com essa quantidade de votos...) NÃO PRECISA DE ADVOGADO!
A regulamentação do Plebiscito, referendo e projeto de lei de iniciativa popular está na Lei 9.709/98, que regulamenta o disposto no Art. 14; I; II e III; CF
Ação Popular: Pode ser proposta por qualquer cidadão em face de ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural PRECISA DE ADVOGADO CONSTITUÍDO (acaba dificultando a proposição desse tipo de ação)
A previsão legal da Ação Popular está no Art. 5º; LXXIII; CF, que é regulamentada pela Lei 4.717/65, recepcionada pela Constituição Federal de 1988
AÇÃO POPULAR
Proposta por pessoas físicas visando cessar ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural
≠
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Proposta por instituições ouassociações públicas ou privadas (Pessoas Jurídicas) visando defender interesses de uma coletividade.
Não-Democrático: Governos absolutistas, totalitários, tiranias e etc...
- Sistemas de Governo
Presidencialista: Concentra-se na figura do Presidente as funções de chefe de estado e chefe de governo. Sua eleição é por votação direita
Parlamentarista: Apresenta a figura do 1º Ministro como chefe de governo. O chefe de estado varia, pois o parlamentarismo pode ser presidencialista (Presidente) ou monárquico (Monarca).
O 1º Ministro é eleito pelo Parlamento (Poder Legislativo) e este nomeia outros parlamentares para formar um gabinete próprio (Gabinete do 1º Ministro). O gabinete pode ser destituído pelo Parlamento a qualquer momento, em caso da perda de confiança.
AUTONOMIA				≠		SOBERANIA
Chefe de Governo (Relações Internas)			Chefe de Estado (Relações Exteriores)
- Distribuição Constitucional de Competência:
As competências dos entes federados podem ser:
Materiais: Competência para qualquer assunto que não seja a elaboração de leis.
Exclusivas (Privativas): Competem a um único ente de maneira exclusiva (Ex.: Art. 21 CF)
Comuns: Competências compartilhadas entre todos os entes federados (Ex.: Art. 23 CF)
Legislativas: Competência para legislar (elaborar leis).
Divisão Horizontal: Tratam-se das leis de competência exclusiva de determinado ente federado. Como este tipo de lei só poderá ser elaborado por um dos entes federados, diz-se que não há hierarquia entre estas leis.
Divisão Vertical: Tratam-se das competências concorrentes. Assuntos onde todos os entes federados podem legislar concorrencialmente. Nesta situação há hierarquia entre as normas, sendo a mais forte a lei federal e a mais fraca a lei municipal. As leis mais fracas deves se adequar às determinações dadas pelas mais fortes.
*Os Arts. 22 a 30 da Constituição tratam das competências da União, dos Municípios e das competências concorrentes. Os estados possuem competência residual, ou seja, aquilo que não está previsto em lei é de competência estadual.
Administração Pública: Não possui competência e sim atribuições, que é exercida dentro da circunscrição determinada (similar ao conceito de jurisdição ao judiciário)
- Harmonia e Independência entre Poderes
Teoria dos Freios e Contrapesos: Cada poder deve ser autônomo e independente no exercício das funções que são de sua competênca, porém o exercício destas funções deve ser controlado e fiscalizado pelos outros poderes. Assim, temos que os poderes, apesar de autônomos entre si, devem se balancear controlando uns aos outros, em um sistema harmônico. 
É pertinente destacar que, caso haja deficiência no exercício da função por um dos poderes, a tendência natural é que os demais passem a assumir suas funções NÃO HÁ VÁCUO DE PODER!
- Funções Típicas e Atípicas dos Poderes:
	Órgão
	Funções Típicas
	Funções Atípicas
	Executivo
	Administrar
Prática de atos de chefia de estado, chefia de governo e atos administrativos
	Legislativa: Leis Delegadas e Medidas Provisórias (Art. 62 CF)
Jurisdicional: O executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos (servidores públicos)
	Legislativo
	Legislar
Fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial (fiscaliza as contas do executivo)
	Executiva: Organização interna (controle dos fincionários)
 Jurisdicional: O Senado julga o Presidente, caso necessário (Art. 52, II CF)
	Judiciário
	Julgar, dizendo o direito no caso concreto e dirimindo conflitos que lhe são levados quando da aplicação da lei
	Legislativa: Regimento interno dos tribunais
Executiva: Administra ao conceder licenças e férias ao magistrados e serventários (servidores públicos)
- Nacionalidade
A nacionalidade é um dos direitos previstos no Título II da Constituição Federal, que trata dos Direitos Fundamentais (Capítulo III; Arts. 12 e 13; CF). 
Nacionalidade, portanto, é um direito fundamental previsto na Constituição Federal.
Art 12 CF: Determina que são brasileiros:
Natos: Aqueles nascidos em território brasileiro, mesmo que de pais estrangeiros (salvo se estes estiverem a serviço de seu país natal) e aqueles nascidos de pai ou mãe brasileira, mesmo estando no exterior.
Os nascidos no exterior de pai ou mãe brasileira terão nacionalidade brasileira se optarem por esta quando atigirem a maioridade. Caso haja a opção pela nacionalidade brasileira, este deverá ser registrado na repartição brasileira competente do país em que se encontra, ou vir residir no Brasil 
NO BRASIL NÃO HÁ DUPLA CIDADANIA CASO OPTE PELA NACIONALIDADE BRASILEIRA, ESTA IMPLICARÁ EM RENUNCIA À QUALQUER OUTRA PERANTE O ESTADO BRASILEIRO (poderá, entretanto, um brasileiro adquirir dupla cidadania perante outros estados).
Caso o pai ou a mãe brasileira estiver no exterior a serviço do Brasil, NÃO HAVERÁ A POSSIBILIDADE DE ESCOLHA, possuindo o descendente, obrigatoriamente, a nacionalidade brasileira.
Ainda, merece destaque o fato de que o Brasil adota tanto o critério jus solis (nacional é aquele nascido no território do estado) como o critério jus sanguinis (nacional é aquele que possui o sangue de outro nacional), para determinção da nacionalidade.
Naturalizados: Aqueles que não atendam nem ao critério jus solis nem ao jus sanguinis poderão obter a nacionalidade brasileira por naturalização, definida por lei especial (Lei 6.815/80).
O inciso II do art 12 da CF, em sua alínea b) ainda prevê a naturalização, mediante requerimento, de nacionais de qualquer outro estado, residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos, sem condenação criminal.
Art. 12; §2º; CF: É vedada qualquer distinção entre brasileiros natos e naturalizados.
Art. 12; §3º; CF: Prevê uma lista de cargos de exercício privativo a brasileiros natos (única exceção admitida ao §2º acima, onde é feita a distinção entre natos e naturalizados). Assim, só poderão ser exercidos por brasileiros natos, os cargos de:
Presidente e Vice-Presidente da República
Presidente da Câmara dos Deputados
Presidente do Senado Federal
Ministro do Supremo Tribunal Federal*
Carreira Diplomática
Oficial das Forças Armadas
Ministro de Estado da Defesa
Percebe-se que os cargos privativos a brasileiros natos, acima descritos, tratam-se de cargos relacionados à chefia dos poderes, relativos à segurança nacional e às relações exteriores.
*No caso do Supremo Tribunal Federal a vedação não é só ao presidente pois esta função é cíclica entre os Ministros, passada geralmente por um critério de tempo de casa (do mais antigo para o menos antigo), em mandatos de 2 anos. Assim, a tendência é que todos os ministros atuem como presidente em determinado período, não podendo assim, a vedação ser exclusiva ao presidente.
Art. 12; §4º; CF: A perda da nacionalidade ocorre:
Àquele que tiver a naturalização cancelada, devido a atitude nociva ao interesse nacional. O crime, nesta situação, deve ser anterior à naturalização, exceto no caso de tráfico de entorpecentes, que é considerado à qualquer época.
Àquele que adquirir outra nacionalidade, salvo, a) o reconhecimento de nacionalidade originária por lei estrangeira; ou b) a aquisição de nacionalidade diversa foi imposição para a permanência naquele Estado (a nacionalidade não foi adquirida por vontade do sujeito)