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2 Escada MIS et Estimulada de por produtos uma economia voltados que para tem a exportação, como florestal, fundamento nos anos efeitos a 2000, busca negativos a produção pela ampliação são observa- de grãos do dos, avançou grau como de "comoditização" do a cerrado fragmentação para a da floresta qualidade Com e a da perda a crescente água de e serviços do perda solo, que aumenta reservatórios levando à diminuição e vetores da de doenças biodiversidade por conseguinte, e de à alteração desenvolvimento a na disseminação de padrão de doenças homogeneizador tropicais cujo principal implantados recurso a natural partir de explorado década de e 1960 Os trouxeram projetos é para a terra bioma seu subsolo. atividades Sobre econômicas a terra sem floresta secularmente se expandem praticadas as novas pelas populações atividades comercializado econômicas na concorrendo trajetórias com baseadas as economias no uso dos recursos sob florestais. dossel Essas florestal, economias sendo longas invisibilizadas de locais, produção que apresentam em nos pequena mapeamentos escala em de bases uso da agroextrativistas terra por satélite desaparecem e nas políticas de desenvolvimento regio- esta- nal para a pensadas região. mercado de terras na Amazônia se cada produção vez mais de e terras Fruto desse processo histórico, o mercadoria de caráter genérico. A patrimônio belece mercadoria preços para se a faz terra, pela tratando-a transformação como das florestas originárias, transforma um bem público, na mercadoria em "Terra privado. o desmatamento formação representa de estoques de terra para atividades agrárias 8. Assim, a outras coberturas, como momento em que a terra se produto de maior sem no mercado para passa a ser aquele em que a floresta é removida para dar lugar em escala industrial, em valor exóticas ou nativas, geneticamente adaptadas para produção sem floresta se dá pelo forte sistemas de químicos, mecânicos e genéticos, com a utilização de mão de obra solo, ar, e com espécies monocultivo. A manutenção da terra como capital produtivo especializada exógena, uso de insumos resultando em paisagens homogêneas pouco sustentáveis, com impactos na água, biodiversidade e na saúde humana. incentivo a esse tipo de ocupação ignora a presença das populações locais e seus modos floresta, ances- trais de viver e produzir, o que torna inviável qualquer tipo de estratégia de conservação da modos suprimindo conhecimento prático e as tecnologias desenvolvidas por essas populações e seus de uso produtivo e sustentável da floresta. Mais do que ignorar, grande parte dessas populações tem sido vítima de ações violentas, com ameaças e invasões aos seus territórios. Estimativas nacionais mostram que 55% dos conflitos no campo entre 2011 e 2020 ocorreram na Amazônia Legal, atingin- do mais de 100 mil famílias com mais de 300 assassinatos, decorrentes da expansão de atividades de garimpo, disputas fundiárias e por outros recursos naturais. Só em 2021, a Amazônia registrou 52% dos conflitos por terra no Brasil 9. Em estudo realizado na região oeste do Estado do Pará, Brasil 10, compreendendo os municípios de Santarém, Belterra e Mojuí dos Campos, que compõem a Região Metropolitana de Santarém, observa-se que a expansão da monocultura da soja levou a processos de concentração de terras e ao avanço dessa agricultura sobre terras de produção camponesa e ribeirinhas tradicionais, provocando a homogeneização da paisagem e a perda florestal. A área de cultivo de grãos cresceu de no ano de 2000 para em Cerca de 25% da área de agricultura de pequena escala existente em 2000 foi convertida para agricultura e monocultura de larga escala em 2019. Entretanto, esse avanço não eliminou totalmente as formas e técnicas de produção camponesas tradicionais. Nos interstícios da produção de grãos voltada para exportação, persistem as comunidades e formas de produção camponesas, com os sistemas de roçado e cultivo de produtos ligados à produção familiar, além das atividades agroextrativistas, caraterizadas pela produção artesanal que emprega tecnologia e conhe- cimento não formal sobre bioma. Em paralelo, as sedes dos municípios de Belterra e Mojuí dos Campos passaram a absorver a popu- lação mais pobre e aquelas eventualmente expulsas da zona rural pelo avanço da monocultura, pois expansão urbana do Município de Santarém tem sido limitada pelo sítio físico (planalto e alagados). a território da Região Metropolitana de Santarém é disputado por assentamentos dos plantações de grãos, comunidades rurais e por empreendimentos privados, como condomínios agroextrativistas, fecha- formada e Por consequência, Santarém tornou-se um caso diferenciado de polinucleação longo dos tanto por trajetórias tradicionais, expressas pelo conjunto de vilas núcleos articulados 11, rios desde o período pré-colombiano, como pela trajetória mais e recente de articulação ao Cad. Saúde Pública 2023; 39(3):e00021723