Prévia do material em texto
EXCELENTISSIMO SR DR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVEL DA COMARCA DA CAPITAL DE SÃO PAULO-SP Distribuição por dependência ao processo n. xxxxxxx MARILENE, brasileira, portadora do RG n: xxxxxxx, inscrita no CPF n:xxxxxx, residente e domiciliada em São Paulo , vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que a esta subscreve, com fulcro no artigo 914 e seguintes do NCPC opor : EMBARGOS À EXECUÇÃO ,COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO Em face de BRENO, já devidamente qualificado nos autos em epígrafe, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 1 – Preliminarmente A embargante por ser carente na acepção jurídica do termo não dispõe de meios para arcar com as custas e honorários advocatícios sem prejuízo de seu próprio fim e de sua família , e com fulcro no artigo 5º, inciso LXXIV, da CF/88, artigo 98, §3º do NCPC e seus parágrafos, requer a concessão da gratuidade de justiça. 2 – Tempestividade O presente Embargos à execução são tempestivos tendo em vista o prazo de 15 dias, previsto no artigo 915 do CPC, contados na forma do 231 do CPC. 3 – Dos Fatos A embargante manteve relacionamento com o Embargado. Durante o relacionamento o embargado insistiu para que a embargante assinasse alguns papéis informando que se tratava de documentos necessários para que ele, o embargado, pudesse receber um benefício previdenciário. Acontece que a embargante, foi induzida em erro, pois sem muito estudo, assinou acreditando estar apenas declarando que Breno, ainda não tinha recebido R$15.000,00 (quinze mil reais) aos quais alegava fazer jus perante o INSS. Uma das pessoas que assinou como testemunha é vizinha da embargante que sabe que ele, o embargado, a induziu a acreditar que estava assinando apenas uma declaração para que ele obtivesse o benefício junto ao INSS, quando na verdade era uma confissão de dívida no valor de R$15.000,00 (quinze mil reais), tendo sido vítima de artifício para a celebração de negócio jurídico que, se ciente, não realizaria o negócio e assim lhe assiste ao direito à anulação do mesmo e com isso a consequente desconstituição do título executivo na forma do artigo 917, I e VI do CPC 2015. O Juízo deferiu de plano a indisponibilidade dos ativos financeiros da Embargante indicados à penhora pelo Embargado, a saber: três contas bancárias, um carro e o imóvel em que a embargante reside com a família. Ressaltando que uma das contas na qual recaiu a penhora é conta poupança e o imóvel que por sua natureza e destinação é caracterizado como bem de família. 4 – Fundamentação a) Defeito do Negócio Jurídico O Embargado induziu a embargante a assinar um termo de confissão de dívida utilizando-se de meio artificioso. Conforme dispõe o artigo 145 do CC 2002 que diz: “ São negócios jurídicos anuláveis por dolo quando estes for a sua causa”. Também no mesmo diploma repousa o artigo 171, II que diz: “Além dos casos expressamente declarados nesta lei é anulável o negócio jurídico: ...II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.” A embargante foi induzida a erro pelo Embargado, formalizando um negócio viciado por dolo o que faz erigir o direito à embargante para a anulação do negócio bem como a desconstituição do título executivo. b) Impenhorabilidade da conta poupança e do imóvel O imóvel, sobre o qual recaiu a penhora é bem de família, utilizado pela embargante para sua moradia e de sua família. Por esta razão o imóvel está amparado pelo instituto da impenhorabilidade esculpida no artigo 1º da lei 8009/90. A conta poupança da embargante tem sua impenhorabilidade definida no artigo 833, X do CPC 15, disciplinando que quantias depositadas em conta poupança de até 40 salários mínimos em caderneta de poupança são impenhoráveis. c) DA TUTELA PROVISÓRIA A embargante está preocupada em resguardar sua moradia e os valores que tem depositados em sua caderneta de poupança, fundamentais para a subsistência da família, ressaltando que sua mãe está se submetendo a tratamento médico que pode vir a demandar a utilização dessas economias. Assim, com fulcro no artigo 921, I do CPC, e estando presentes os elementos fumus boni iuris e o periculum in mora, requer a embargante a TUTELA PROVISÓRIA em caráter liminar, para que sejam canceladas as constrições da penhora, deferida nos autos da execução, sobre a conta poupança e o imóvel da embargante. Salientando de que a execução já se encontra garantida pelos outros bens que constam penhorados a saber: duas contas bancárias e o carro, cumprindo assim o disposto no artigo 919, parágrafo 1 do CPC 5 – Pedidos Assim, com base no artigo 919, parágrafo 1º do CPC 2015, requer-se: a) A concessão do benefício da justiça gratuita ao embargante. b) A concessão do Efeito Suspensivo em vista a gravidade da penhora realizada sobre o imóvel e a conta poupança da embargante, com fulcro no artigo 919 parágrafo 1º. c) Deferimento da Tutela Provisória para que seja cancelada a penhora recaída sobre os bens: caderneta de poupança e o imóvel bem de família. d) Total acolhimento dos presentes embargos à execução, anulando-se o negócio realizado e a consequente extinção do título executivo em decorrência do vício apresentado. e) Condenação do embargado em custas processuais e honorários advocatícios; Protesta provar o alegado por todas as provas em direito admitidos e moralmente aceitos. Dá-se o valor da causa de R$15.000,00 (quinze mil reais) Nestes Termos, Pede Deferimento São Paulo, ___de___de___. OAB Assinatura. ROL DE TESTEMUNHAS 1 - Vizinha , nacionalidade, estado civil, profissão, endereço: Rua, Bairro, residente e domiciliada em São Paulo , CEP.