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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANESTESIOLOGIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
TERMINOLOGIAS: 
 
 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO: 
 
 
 
ANESTESIOLOGIA Estudo das diversas modalidades de procedimentos existentes nos quais, através da administração de fármacos, obtêm-se a contenção do paciente e/ou a diminuição ou abolição 
da sensibilidade dolorosa. 
ANESTESIA Perda ou diminuição da sensibilidade em um segmento do corpo ou de todo o corpo do animal por ação de fármacos que deprimam o SNC (anestesia geral) ou periférico (anestesia 
local). 
ANALGESIA Diminuição ou ausência de dor em resposta a uma estimulação normalmente dolorosa. Avaliada com paciente acordado. 
NOCICEPÇÃO É o processo neural de codificação do processo doloroso/nocivo instituído ao paciente. No caso da anestesia, o estímulo feito é levado até o SNC, mas não é interpretado devido à 
perda da consciência. Durante o ato anestésico a nocicepção é avaliada para verificar se o paciente está sentindo dor. Em caso de dor, há elevação dos parâmetros fisiológicos. 
TRANQUILIZAÇÃO É a mudança do comportamento do paciente, reduzindo a ansiedade e o stress e facilitando seu manuseio durante a manipulação anterior ao procedimento. Um animal muito 
agitado e estressado terá menor período de latência do fármaco devido a maior circulação e distribuição da droga por causa do ↑FC. O stress pode levar a distúrbios circulatórios. 
SEDAÇÃO É um estado que caracteriza a depressão central do paciente, causa miorrelaxamento e sonolência. È associado a bloqueio locorregional para procedimentos cirúrgicos. Estímulos 
nocivos realizados fora da área de bloqueio podem causar reações do paciente. 
NEUROLEPTOANALGESIA È a associação de um anestésico com um sedativo/tranquilizante para obtenção de um efeito sinérgico, potencializando a sedação. Associando fármacos é possível diminuir a dose 
utilizada, potencializar os efeitos e diminuir os riscos. 
ANESTESIA 
LOCORREGIONAL 
É a anestesia local, na qual normalmente se utiliza Lidocaína ou Bupivacaína, na região do corpo do animal que será manipulada. Muitos procedimentos podem ser realizados 
apenas com sedação leve e anestesia local. 
ANESTESIA GERAL É a promoção da inconsciência no paciente através de fármacos. È dose dependente, menos anestésico deixa o paciente mais supercializado, podendo voltar antes do fim da 
cirurgia ou se movimentar; muito anestésico pode aprofundar demais o paciente, podendo levar ao óbito. Busca-se inconsciência, imobilidade, miorrelaxamento, analgesia e 
amnésia. Deve ser sempre associado à anestesia locorregional ou analgésicos. 
ANESTESIA 
BALANCEADA 
É a associação de medicamentos e técnicas para promover um sinergismo entre elas, diminuindo a dose, potecializando o efeito e diminuindo o risco do ato anestésico, 
promovendo analgesia satisfatória e segurança para o paciente. 
ENDOVENOSA È a via mais utilizada para a administração dos anestésicos. Efeito mais rápido, possível titular profundidade anestésica, 
pois alcança rapidamente o SNC. Não possui efeito de primeira passagem, sendo possível utilizar doses mais baixas. 
INTRAMUSCULAR Possui período de latência maior por ser necessário absorção local, alcançar corrente sanguínea e fazer efeito de 
primeira passagem. A absorção depende da vascularização da musculatura e movimentação local. Útil para animais de 
difícil manejo. Muito utilizada na MPA. 
INTRAÓSSEA Possui a mesma eficácia da via IV. Utilizada em pacientes muito pequenos, desidratados e hipovolêmicos. É invasiva, 
dolorosa e desconfortável, requer a imobilização do membro. 
INALATÓRIA Fornecimento de anestésico exclusivamente por via pulmonar. Possui muitas vantagens em relação às outras porque os 
anestésicos inalatórios são 100% absorvidos pela via pulmonar e 97% é eliminado também por via respiratória. Rápido 
aprofundamento, superficialização e retorno. Segurança para usar em hepatopatas e nefropatas. Contra indicado em 
doenças pulmonares. É a técnica mais utilizada para manutenção da anestesia. 
PERIDURAL Utilizada quando necessário realizar procedimentos em região de abdômen e membro pélvico. Deposição de anestésico 
dentro do canal medular. Normalmente associada a analgésicos e anestesia geral. 
TÓPICA Utilizada para pequenos procedimentos superficiais. Anestésico absorvido pela pele promove insensibilização local 
superficial. 
LOCAL Administração de anestésico em uma determinada área ou em torno da área de procedimento. 
 
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AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA: 
CARACTERÍSTICAS Deve ser montada avaliando o paciente através de coisas como espécie, raça, idade, peso, temperamento, anamnese, histórico clínico, exames laboratoriais, exames 
complementares, exame clínico, tipo e extensão do procedimento, necessidade de urgência, comorbidades. Em caso de pacientes descompensados, deve-se compensar 
primeiro caso não haja urgência/emergência. 
FATORES QUE INFLUENCIAM 
O RISCO CIRÚRGICO 
Idade (pacientes jovens ou idosos possuem sistema microssomal hepático e barreira hematoencefálica imatura ou degenerada, jovens tem metabolismo acelerado, idosos tem 
metabolismo lento, comorbidades e sistema imune prejudicado). Peso (alguns fármacos se depositam em tecido adiposo, cuidado com pacientes obesos; alguns fármacos têm 
alta taxa de ligação ás proteínas plasmáticas, cuidado em pacientes desnutridos, hipoproteinêmicos e hepatopatas). Espécie e raça (especificidades e particularidades). 
Temperamento (pode ser necessário sedativo/tranquilizante para ↓stress e ansiedade, o cortisol liberado influencia elevando os parâmetros fisiológicos e predispondo a 
distúrbios cardiovasculares). Grau de dor (pode ser necessário analgesia e tranquilização para que o paciente suporte o manuseio); comorbidades (compensar/curar 
anteriormente ou levar em consideração na escolha do protocolo). Utilização de medicações regulares ou anteriores ao ato anestésico (alguns medicamentos podem ser 
sinérgicos ou antagônicos). Antissepsia inadequada do cirurgião e materiais. Imperícia. Erro de protocolo. 
 
CLASSIFICAÇÃO ASA: 
ASA I ASA II ASA III ASA IV ASA V ASA E OBSERVAÇÕES 
Paciente hígido, sem 
alterações nos exames 
físicos e 
complementares. 
 
Risco anestésico 
reduzido 
 
Ausência de afecções 
sistêmicas ou qualquer 
outro sintoma clínico 
 
 
Doença sistêmica leve, de 
caráter local e compensado. 
 
Risco anestésico moderado 
 
Neonatos ou geriatrícos, mesmo 
saudáveis. 
 
Obesidade moderada (+25%) 
Alterações sistêmicas 
importantes, como 
anemia, desidratação, 
diabetes, que não estão 
totalmente controladas. 
 
Risco anestésico 
moderado a alto. 
Doença sistêmica grave. 
 
Alto risco anestésico 
 
Obeso mórbido (gera 
alterações sistêmicas) 
 
Risco de vida 
 
Dilatação/torção 
gástrica; 
Uremia/toxemia; 
Hérnia diafragmática. 
Moribundo, óbito eminente. 
 
Paciente com sobrevida de menos 
de 24hrs, sem expectativa de 
sobrevivência, com ou sem cirurgia 
dentro de 24hrs. 
 
Prognóstico extremamente 
desfavorável. 
 
Falência múltipla de órgãos; 
Coagulação intravascular 
disseminada – CID; Lesão encefálica 
grave; Aspiração de conteúdo. 
Categoria 
emergencial 
 
Além da classificação 
ASA de 1 a 5, pode-se 
colocar E de 
emergencial (ASA II – 
E). 
 
Animal que não tem 
tempo para exames, 
risco de perda de 
função ou orgão, 
cirurgia imediata 
Quando o animal chegar 
com ASA alta pode ser 
tratado e compensado 
antes da cirurgia para 
diminuir o risco e a 
classificação ASA. 
 
A ficha pré-anestésica é 
um respaldo legal. 
 
EXAMES PRÉ-ANESTÉSICOS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 IDADE 
Estado físico - ASA 6 anos 
I e II Hct, ppt, glicemia. Hct, ppt, renal. Hct, ppt, renal, ECG,
ou seja, é menos potente, necessitando de mais gás anestésico. É utilizado em pesquisas por ser muito caro, está começando a ganhar espaço. É 
o que menos deprime o sistema cardiorrespiratório, sendo o mais seguro e estável de todos. Além do custo do gás, tem o limitante do custo do 
vaporizador, pois esse fármaco tem alta pressão de vapor (se abrir um frasco no ambiente, evapora automaticamente), portanto o vaporizador deve ser 
compesador de temperatura, fluxo e pressão, para que o gás não volatilize antes do tempo. Não é possível utilizá-lo no vaporizador universal. 
NÃO HALOGENADOS ÓXIDO NITROSO Basicamente não se vê o uso dele na MV, pois não tem muito efeito a não ser de segundo gás. Tem tropismo por cavidades ocas como o TGI (não utilizar 
em dilatação vólvulo gástrica, pois vai ocupar o estômago e comprimir diafragma e pulmão, dificultando a ventilação do paciente; não utilizar em cavalo 
com cólica). A biotransformação é de 0,01%, quase inexistente. A vantagem é que tem mínimos efeitos sobre sistema cardiorrespiratório e tende a 
estimular a FC e DC. Aumenta o consumo de O² cerebral. 
 
 
 
 
 
 
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EQUIPAMENTOS E SISTEMAS: Tanto a anestesia injetável quanto a inalatória causa depressão respiratória e abolição dos reflexos protetores no paciente, portanto há risco de o paciente ficar hipoxêmico e 
entrar em acidose respiratória. Como está com os reflexos abolidos, pode regurgitar e aspirar, por isso os equipamentos anestésicos podem ser usados não só para a indução e manutenção das duas 
modalidades anestésicas, mas também para fazer manutenção do metabolismo basal do paciente, ou seja, fornecer oxigênio suplementar, para que todos os tecidos sejam efetivamente oxigenados. Para isso 
são necessários: fonte de gases medicinais, aparelhos e circuitos respiratórios anestésicos (escolhidos de acordo com o peso do paciente), materiais para acesso ás vias respiratórias e p/ manutenção. Os 
principais gases medicinais utilizados são oxigênio medicinal (100% - cor verde), ar comprimido medicinal (21% - cor amarela), óxido nitroso (azul). Esses cilindros não devem 
permanecer dentro do centro cirúrgico, ficam dentro de uma área isolada, bem fixados à parede (pesam 80-100kg). Possuem alta pressão de gás dentro deles (+- 200atm), por isso são 
chamados de torpedos, se a válvular de retenção quebrar (cilindro mal fixado ou não fixado cai no chão, por exemplo), vai virar um torpedo e quebra tudo que tiver pela frente (por isso 
ficam em área isolada). Devido a essa alta pressão não podem ser liberados diretamente no circuito (danificam o aparelho e lesionam o pulmão do paciente), precisam passar por um 
equipamento chamado VÁLVULA REDUTORA DE PRESSÃO até uma pressão que o circuito tolere e que não haja risco de lesionar o pulmão do 
paciente. Aparelhos de grandes animais trabalham com pressão um pouco acima que aparelhos de pequenos animais. O ajuste é manual e deve ser 
feito de acordo com as instruções do fabricante e conforme necessidade. As válvulas e manômetros (pode ter um ou dois) estão indicando a pressão 
que está dentro do cilindro, possuem uma pequena válvula para girar p/ frente e que conforme for girando, vai aumento a 
pressão. O outro manômetro é a saída p/ o aparelho, indica a pressão que está indo efetivamente p/ o paciente. As válvulas de 
dois manômetros são reguláveis e as de um só apenas mostram a pressão que está saindo p/ o circuito. As válvulas possuem 
as mesmas cores dos cilindros, representando cada gás e acompanhadas por rótulos, para evitar erros. 
 
Os EXTENSORES/CHICOTES/CONEXÕES são p/ realizar a conexão entre o posto de consumo e o aparelho de anestesia, possui o 
mesmo padrão de cores e diferentes diâmetros (p/ evitar erros, cada extensor encaixa em seu lugar, traz segurança ao 
procedimento). Para fazer a ligação efetiva do APARELHO DE ANESTESIA, devemos ligá-lo na ADMISSÃO DE GASES, na parte 
traseira do aparelho (possui a mesma identificação de cores). Dentro do equipamento de anestesia, vamos ter alguns 
equipamentos adicionais, como FLUXÔMETROS, VAPORIZADOS e CIRCUITOS ANESTÉSICOS, que serão utilizados de acordo 
com o peso do paciente. Os FLUXÔMETROS dosam e titulam a quantidade de gás diluente (oxigênio, ar comprimido, óxido 
nitroso) a ser fornecido para o paciente. Esse volume é determinado de acordo com o circuito utilizado (pode ter maior ou 
menor volume, precisando de maior ou menor fluxo) e fazer a manutenção do consumo basal desses gases no paciente, determinando o circuito anestésico mais indicado p/ 
cada situação. A titulação é feita em l/min. Não se pode fornecer oxigênio 100% p/ o paciente, pois oxida as células e promove lesão inflamatória, trabalhamos com frações entre 40-60%, que são dosadas 
(exemplo: se tem que administrar 1l de gás diluente para o paciente, faz meio litro de oxigênio e meio litro de gás diluente). A vazão do gás depende do sistema e do peso do paciente. Em CIRCUITOS 
ABERTOS/sem reinalação de gases utilizamos fluxo de 300 a 500mg/kg/min. Em SISTEMA SEMIFECHADO/reinalação parcial de gases, utilizamos 50-80ml/kg/min. Em CIRCUITOS FECHADOS/reinalação total de 
gases, utiliza-se 5-10ml/kg/min. 
 
VAPORIZADORES: O vaporizador CALIBRADO é agente específico (cada agente tem uma cor), compensam temperatura, pressão ou fluxo, permitindo saber exatamente quanto volume 
está fornecendo ao paciente, mesmo alterando o fluxo do circuito, eles compensam o fluxo e não aumentam o fornecimento/fração inspirada do gás anestésico do paciente, mantendo 
constante. Permitem no máximo 4 a 5x a dose terapêutica do anestésico inalatório. O vaporizador UNIVERSAL tem como vantagem ser mais barato e poder ser usado para vários agentes 
(exceto desflurano), mas traz alguns riscos ao paciente, pois permitem até 30% a mais da dose terapêutica, correndo o risco de sobredosagem se não monitorar. Não compensam 
temperatura, pressão e fluxo. Funciona com bolha/cento (monitorar paciente), quanto mais aumenta, mais borbulha. Possui uma campânula interna no meio, o gás diluente vai descer 
por ela até o fundo, onde tem uma malha/rede com microfuros. O gás diluente é quebrado em várias bolhas p/ aumentar a área de contato daquele 
líquido com o anestésico e facilitar a volatilização, até que seja fornecido ao paciente. Os gases não podem ser misturados, caso precise fornecer outro 
gás anestésico deve esvaziar o sistema e colocar outro. 
 
SISTEMAS RESPIRATÓRIOS: Em um SISTEMA ABERTO/SEM REINALAÇÃO DE GASES/AVALVULAR o fluxo é muito elevado, vai de 300 a 500 ml/kg/min. É 
indicado para pacientes com menos de 7kg, ou seja, pros mais pequeninos. Possui um balão pequeno acoplado, que vai permitir a entrada e emissão de gases do circuito 
respiratório no paciente. Possui uma válvula de escape (saída) para o circuito respiratório e um balão reservatório. O fluxo é elevado (porque é sem reinalação de gases), portanto 
toda inspiração do paciente está captando apenas gás fresco (gás diluente + gás inalatório) e tudo que é expirado vai p/ a válvula de escape. O correto seria ter um sistema de 
despoluição para captar o anestésico inalatório + dióxido de carbono exalado, eliminando o restante. A desvantagem desse circuito é que o gás vindo dos cilindros da central não 
 
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é aquecido, vindo à temperatura ambiente. O cão e o gato fazem muita troca de temperatura pela respiração, então com esse sistema tendem a perder temperatura mais facilmente. Além de todo gás que o 
paciente está expirando ser perdido e não reaproveitado, gastando mais anestésico. Possui como vantagem ter baixa resistência durante a inspiração (bom p/ pacientes pequenos). Devido ao fluxo elevado, 
qualquer troca na quantidade de gás diluente (fornecer mais anestésico), o circuito levará rapidamente a nova concentração de gás anestésico
ao paciente, podendo causar oscilações e variando rapidamente a 
profundidade anestésica. O que o paciente está inspirando é sempre o gás fresco que sai vaporizar, o que ele está expirando está sendo eliminado. 
 
Em CIRCUITOS DE SISTEMAS VALVULARES/COM REINALAÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE GASES (valvulares porque possuem válvula expiratória), são 
circulares, pois o paciente respira tudo que inspira (gás fresco) e o gás expirado vai ficar retido no balão reservatório. A partir do segundo ciclo 
inspiratório o paciente respira gás fresco + gás expirado. Para esse tipo de circuito utilizam-se as traqueias conjugadas, que possuem conexão em Y 
(ramo inspiratório e expiratório). Portanto esse aparelho tem um fluxômetro, vaporizador e um circuito circular valvular, no qual vamos ter VÁLVULA 
INSPIRATÓRIA (mangueira que sai do vaporizador, fornecendo gás fresco), VÁLVULA EXPIRATÓRIA (ligada ao Y no paciente, entra no traqueotubo até 
o pulmão p/ promover troca gasosa, volta pelo Y no ramo expiratório), VÁLVULA POPOFF (acoplada à válvula expiratória ou próxima dela, caso se 
utilize um alto volume de gás diluente e o paciente não esteja conseguindo inspirar todo esse gás fornecido nesse sistema fechado, vai acumular, 
aumentando a pressão/volume e “explodir” o pulmão do paciente; essa válvula vai estar aberta para que uma porção do gás expirado saia para o 
ambiente e a outra porção passe pelo CANISTER p/ ir para o BALÃO RESERVATÓRIO). Se o paciente ficar constantemente respirando dentro desse 
circuito, tende a reinalar dióxido de carbono. Para evitar essa reinalação, dentro do CANISTER tem CAL SODADA (grânulos brancos), que é um 
ABSORVEDOR DE DIÓXIDO DE CARBONO, ou seja, evita que o paciente fique constantemente reinalando CO². Além de absorver CO², a cal sodada 
produz uma reação exotérmica, liberando calor e vapor de água/umidade, sendo um benefício porque mantém o sistema respiratório do paciente 
aquecido e úmido, promovendo menor perda de temperatura e não irritanto tanto as vias áreas. Ela não dura para sempre, possui um corante azul-
violeta, que quando está ficando saturada fica de coloração arroxeada ou azulada. Esse corante depois de 1-3 meses some, para saber se está 
efetivamente saturada pode pegar alguns grânulos e apertar entre os dedos, se estiver nova com pouca pressão vai esfarelar e virar pó; quando está 
saturada, já absorveu CO² e vira carbonato de cálcio, vira uma pedrinha. Como nos sistemas valvular o paciente vai inspirar gás fresco + gás inspirado, vai somar e a fração inspirada será mais alta que a 
reinalada. Uma parte do que foi inalado, foi absorvido, então o exalado será menor que um inspirado novo, que está vindo do vaporizador (gás fresco), misturando e tendo uma prorporção média. Geralmente 
tende a estabilizar, só que é preciso monitorar o paciente constantemente, pois ele está inalando uma fração conhecida e uma fração desconhecida. 
 
A diferença do CIRCUITO FECHADO para o CIRCUITO SEMI-FECHADO é que no semi-fechado a válvula popoff está aberta e no fechado está fechada. No CIRCUITO FECHADO temos que diminuir o fluxo de gás 
diluente para não ter tendência ou risco de promover barotrauma ou volutrauma por excesso de volume no circuito respiratório. Por isso utilizamos um volume 10x do que no semi-fechado, que é de 5-
8ml/kg/min. Mesmo que esse sistema tenha cal sodada, deve-se ter muito cuidado para evitar reinalação devido ao baixo fluxo a baixa perfusão pulmonar. Deveriamos obrigatoriamente utilizar nesse circuito a 
capnografia, para monitorar a fração inspirada e expirada de CO², mas não é utilizado na prática. Para determinar qual sistema usar, utilizamos o peso do paciente. 
 
 PACIENTES 7KG: CIRCUITO VALVULAR COM REINALAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DE GASES, OU SEJA, SISTEME FECHADO OU SEMI-FECHADO. Se o bloco possuir capnografia, 
pode utilizar sistema fechado porque vai monitorar o risco. Se está usando circuito fechado, como é utilizado uma menor proporção de gás diluente, ele é mais econômico. Por exemplo, se está utilizando 
circuito valvular fechado e o paciente começou a reinalar CO², a primeira coisa a se fazer é olhar a cal sodada. Mas se não está saturada, roxa e está quebradiça (nova), o fluxo está adequado (5-8ml/kg/min), 
mas mesmo assim o paciente está com uma fração inspirada de CO² de 6mmHg (ideal é próximo a zero, tolera-se até 2mmHg). Para conseguir lavar/retirar esse CO² do circuito, tem que aumentar o gás diluente, 
fugindo do valor adequado e indo p/ 10-12ml/kg/min até que essa fração reduza. Por isso é preciso monitoração constante no circuito fechado. O BARAKA é uma traquéia conjungada à um balão reservatório. 
No circuito valvular, que pode ser semi-fechado ou fechado, vai ter duas conjugadas (ramo inspiratório e expiratório), um MIXON p/ fazer a conexão com o paciente, VÁLVULA INSPIRATÓRIA, VÁLVULA 
EXPIRATÓRIA, POPOFF E CANISTER. 
 
INSTRUMENTAÇÃO DAS VIAS AÉREAS: Para fazer o fornecimento e manutenção da via aérea do paciente, o método mais fácil é através da MASCARA DE OXIGÊNIO, que fornece 
O² suplementar pré-indução, podendo fornecer anestésico inalatório junto a essa via. Por exemplo, na manutenção anestésica em um filhote de gato somente com máscara facial, 
fornecendo O² e isoflurano. Em uma situação emergencial em que o paciente parou, não vamos conseguir ventilar adequadamente esse paciente. Apesar de ele estar ventilando, 
parte do gás vai acessar a via aérea, parando nas aritenóides, traqueia e pulmão; parte vai p/ esôfago e cavidade oral impedindo ventilação e parte vai vazar ao redor da máscara. 
Se esse paciente está relaxado e incosciente, seus reflexos protetores estão abolidos e em caso de regurgitação vai aspirar (não tem nada protegendo a traquéia). O indicado na 
manutenção anestésica com máscara, é que seja usada basicamente para forcener O² suplementar durante a indução anestésica ou p/ procedimentos rápido em pacientes não 
 
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críticos e sem riscos de complicações. Existem dispositivos que são menos invasivos do que intubação por traqueotubo, chamados de DISPOSITIVOS SUPRAGLÓTICOS (V-GEL), sendo específicos para MV. Tem 
efetividade relativa/razoável p/ ventilação. Utilizando o TRAQUEOTUBO, vai entrar dentro da traqueia, ter um balonete que inflamos p/ selar na traqueia, então todo o gás anestésico/diluente que fornecer, o 
paciente vai estar efetivamente inspirando e expirando. No V-GEL, é menos invasivo (não entra na traquéia), sendo utilizado principalmente para espécies que são propensas à estimulação ou irritação de via 
área superiores (felinos e coelhos). Para entubar, o ideal é lubrificar o material com gel, spray anestésico ou lubrificante. A parte ventral vai abraçar as aritenóides e a porção distral vai entrar no esôfago e ocluir 
essa região. O paciente deve estar devidamente induzido, com decúbito esternal e posicionamento laringocópio para visualizar a via aérea superior do paciente. Felinos e coelhos tem predisposição para 
obstrução de via aérea superior por causa da irritação de contato (utilizar anestésico tópico/local). Esse método possibilita ventilar o paciente. A máscara de oxigênio não permite. Esse dispositivo pode ser 
lavado e reutilizado após autoclave. Tem limite de uso de 50-60x e custo por volta de 300$, é necessário ter pelo menos 3 tamanhos para se adequar aos pacientes. Porém, o método mais utilizado na MV é o 
tubo orotraqueal, que é mais invasivo, entrando no trato respiratório do paciente, mas também mais efetivo p/ realizar a ventilação e mais seguro. Os traqueotubos sempre vão ter um balonete na porção distal, 
que estar dentro da traquéia e vai inflar p/ promover vedação, evitando vazamento. Então todo o gás que está fornecendo ao paciente, vai estar efetivamente sendo recebido e o que ele estiver expirando, vai 
voltar para o circuito respiratório. O balonete também serve p/ evitar aspiração
na regurgitação, pois caso o paciente regurgite e esse conteúdo acesse a traquéia, vai ficar retido. Se vermos que o paciente 
regurgitou, temos que inspencionar a cavidade oral, limpar, abaixar a cabeça do paciente p/ tirar todo o conteúdo, desinsuflar o paciente parcialmente e extubar assim, evitar risco de aspiração e 
broncopneumonia. Para escolher o traqueotubo a ser utilizado no paciente, pode fazer palpação digital, palpando os anéis traqueais externos e pegando um tubo um pouco menor. Pode-se utilizar a conta PESO 
x 4 e tira RAIZ QUADRADA, o valor dessa conta vai dar o valor do diâmetro interno da sonda (exemplo: paciente de 10kg, então 10x4=40, √40=6,3 de diâmetro interno da sonda). Se tiver dificuldades em passar o 
traqueotubo no paciente, joga fora e tenta passar outro tamanho, sendo ideal ter 2-3 tamanhos já disponíveis no bloco. Os equipamentos utilizados para passar a sonda são o LARINGOSCÓPIO, que facilita a 
visualização e o abaixamento da epiglote, necessária FONTE DE LUZ p/ iluminar a cavidade oral p/ visualização, GUIAS METÁLICOS que passam dentro do traqueotubo, sendo utilizados principalmente p/ felinos 
e facilitando a intubação porque os traqueotubos utilizandos na MV são humanos e são curvados, mas no animal em decúbito a traquéia estará reta. Necessário ANESTÉSICO LOCAL/TÓPICO p/ insensibilizar a via 
aérea do paciente (princpalmente felinos – cuidado com dose tóxica, principalmente em gatos pequenos, instilar 0,1ml com seringa, não utilizar spray). E uma SERINGA p/ inflar o cuff/balonete, p/ vedar o 
traqueotubo na traqueia do paciente. O plano anestésico que o cão e o gato vão permitir a intubação orotraqueal é o 2-3° plano do 3° estágio da anestesia, quando já foi abolidoo reflexo de deglutição. O 
traqueotubo deve ser introduzido até a marca de listra preta do tubo, que deve passar das aritenóites, nesse momento para de introduzir. 
 
Podemos fazer intubação seletiva, entrando em um só ramo da árvore brônquica p/ ventilar um só pulmão do paciente, necessitando de um endoscópio que funciona como guia e direcionador. Existem 
situações em que isso é indicado, como em cirurgias torácias de retirada de tumor. Se estiver fazendo uma ventilação mecânica baseada em volume, o volume corrente do cão e do gato é de mais ou menos 10-
15ml/kg (o quanto de gás perfunde o pulmão a cada inspiração), então um paciente de 10kg vai receber a cada respiração 100ml, se fizer uma intubação seletiva, um pulmão vai estar recebendo 100ml, ou seja, 
o dobro, promovendo volutrauma e podendo romper alvéolo, por isso deve diminuir o volume corrente. Se o paciente estiver ventilando espontaneamente não corre esse risco. Na porção distal dos 
traqueotubos tem dois orifícios, um distal e um lateral, chamados de Olho de Murphy. Quando o paciente tem muita secreção e hemorragia, obstruindo a porção distal ele não vai conseguir ventilar 
adequadamente, mas através desse orifício é possível ventilar. Isso é um método de segurança que foi implentado ao traqueotubo. 
 
O ideal é inflar o cuff até uma pressão de 20-24mmHg. Para aferir isso, existem dispositivos que são conectados entre o cuff e a seringa, que mostra a pressão que está ficando no cuff, mas na prática inflamos de 
0,5 em 0,5ml e ventilamos o paciente com o ouvido próximo a cavidade oral p/ ouvir vazamentos. Se estiverem presentes, infla mais e faz a ventilação denovo, até não vazar mais. É bem subjetivo, mas evita que 
o cuff se infle demais ou de uma vez só e rompa a traqueia do paciente, ou corte a circulação da traqueia e provoca lesão isquêmica/processo inflamatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANESTESIA LOCORREGIONAL EM PEQUENOS ANIMAIS: Não é sempre necessário que o paciente esteja sob anestesia geral para que seja possível realizar qualquer procedimento. Muitas vezes busca-se associar 
a anestesia locorregional à anestesia inalatória, à TIVA ou à pacientes sedados/tranquilizados. Os benefícios é que se consegue reduzir muito o consumo de anestésicos hipnóticos gerais, consequentemente 
reduzindo o risco de intercorrências, pois vamos bloquear a condução/transmissão do impulso nocivo da manipulação cirúrgica, então o paciente não consegue perceber e receber esses impulsos aferentes da 
perfiferia para o SNC, mantendo uma anestesia estável, tranquila e com menos intercorrências. Anestésicos locais são substâncias capazes de bloquear a condução nervosa de vias aferentes, ou seja, que estão 
vindo da periferia e sendo conduzidos até a medula espinhal de maneira reversível (quando o efeito do fármaco passar, a funão motora, sensitiva e autonômica volta ao normal. Os anestésicos locais vão ser 
dividos em 3 estruturas: radical lipofílico, cadeia intermediária e radical hidrofílico. O radical lipofílico, que antigamente constituído de ácido benzoico e ácido para-aminobenzóico (PABA) causavam muitas 
reações anafiláticas, hoje é constituído de xilidina, que possui um risco muito menor de reações anafiláticas/alérgicas. A cadeia intermediária está relaxionada com a metabolização dos anestésciso, podendo ser 
ester (metabolizado no fígado e por estereases plasmáticas – maior metabolização, menor tempo de ação, maior eliminação) ou amida (metabolizada exclusivamente no fígado). O radical hidrofílico pode ser do 
tipo amina secundária ou terciária, determinando a potência, a toxicidade e a capacidade de penetrar na fibra nervosa. Quanto mais potente um anestésico local, mais tóxico ele é. 
Nossas membranas biológicas são constituídas basicamente de lipídeos, então quanto mais lipofílico for um anestésico local, mais potente é, pois consequentemente 
consegue atravessar mais fácil mente as membranas do axônio do nervo do paciente. Todos os anestésicos são bases fracas, que são muito instáveis e 
possuem um tempo diminuído de prateleira, por isso não são comercializados dessa forma, sendo comercializados em forma de base (anestésico local) + ácido (cloridato), 
por exemplo: cloridato de lidocaína. Quando associamos uma base + ácido, vai ocorrer ionização (ligação), então dentro do frasco de anestésico local temos anestésico ionizado + anestésico não ionizado, essa 
proporção de um p/ o outro é determinada pela constante de dissociação (pKa), que seria proporção entre a fração ionizada pela fração não ionizada. Por exemplo, a lidocaína tem pkA +- 7.7, promovendo uma 
fração ionizada de +- 60-65%, enquanto a fração não ionizada estará entre 35-40%. A fração não ionizada é a fração básica do anestésico local, que tem a capacidade de penetrar na fibra nervosa, passando a 
membrana mieloide do nervo axônio do paciente, enquanto a fração ionizada não tem essa capacidade. Quanto maior for o pKa, maior a fração ionizada, então tem menos anestésico p/ penetrar na fibra 
nervosa, tendo maior período de latência. Consequentemente, quanto menor for o pKA, maior a fração não ionizada, mais rapidamente penetra na fibra nervosa e tem menor período de latência. 
As fibras nervosas que o paciente possui são do tipo A, B e C, sendo motoras, sensitivas, autonômicas e milenizadas sensitivas. As fibras do tipo A são 
mielinizadas e podem ser motoras e sensitivas (Aα). As fibras do tipo C são amielinizadas sensitivas, se tiver uma fibra fina e outra mais calibrosa, o 
anestésico se difunde e bloqueia mais rapidamente a mais fina. Já uma fibra amielinizada e uma mielinizada de mesmo calibre, a que será bloqueada 
mais rapidamente é a mielinizada, porque a condução do impulso é saltatória. Entre duas fibras mielinizadas de diferentes calibres, a que será 
bloquada mais rápido é a mais fina. É necessário saber como o anestésico vai bloquear diferentes tipos de fibras e em que velocidade. Na fisiologia da 
dor, um estímulo mecânico na periferia como uma incisão de pele, manipulação de subcutâneo, redução de fratura, vai estimular os nociceptores 
periféricos (fibras C e Aα) a liberarem substâncias
algogênicas (mediadores pró-inflamatórios: substância P, bradicinica, glutamato, prostaglandina, 
prostaciclina) que vão estimular essas fibras sensitivas e vão transmitir ao corno dorsal da medula espinhal, que vai projetar para o SNC e o paciente vai 
perceber/sentir o estímulo doloroso. Com o bloqueio local, bloquamos a transmissão periférica ou central (no caso da epidural) dessa condução 
nervosa. Bloqueamos a condução periférica antes que ela chegue efetivamente ao SNC. Esse bloqueio acontece do seguinte modo: O principal íon 
extracelular é o Na+, a célula está em repouso em +- 60-80minivolts. Quando tem um estímulo doloroso periférico, esse limiar é reduzido e dispara a 
célula, levando à condução elétrica do estímulo. P/ que essa condução seja propagada ocorre à abertura dos canais de Na voltagem dependente, 
influxo de Na p/ dentro da célula, fazendo com que fique negativa externamente (íons positivos migraram do meio extracelular p/ intracelular), 
invertendo a polaridade e propagando o estímulo. O anestésico local bloqueia o influxo de Na p/ o meio intracelular, ou seja, bloqueia os canais de Na voltagem dependente, impedindo a propagação desse 
estímulo elétrico da periferia p/ o SNC. O anestésico local se liga efetivamente aonde? Vai estar no meio extracelular, onde foi feito a administração, tendo uma fração ionizada e uma fração não ionizada. Na 
membrana do axônio vai ter canais de Na voltagem depentende. A fração ionizada consegue penetrar na membrana celular, mas como o citosol é muito ácido, a tendência é que quando o anestésico local entre 
na célula, ele se ionize novamente e essa fração ionizada se ligue ao canal de Na V.D. Ou seja, a fração não ionizada consegue penetrar na fibra e fração ionizada (que se ionizou dentro da célula) é responsável 
por bloquear os canais de Na+ V.D., impedindo seu fluxo e bloqueando a condução nervosa. A proporção do anestésico local que ficou do lado de fora será absorvida pela vascularização p/ a circulação sistêmica, 
é metabolizada e eliminada. Quanto mais anestésico, maior a tendência dele penetrar na fibra. Se acresentarmos uma solução tampante (bicarbonato) vai basificar e ficar mais forte, aumentando a fração não 
ionizada, penetrando ainda mais na fibra nervosa. Em um processo inflamatório, por exemplo, o anestésico local não faz muito efeito, porque quando aplicamos, pelo baixo pH local (íon H+ circulante no tecido 
inflamado) vai aumentar a fração ionizada, diminuindo sua penetração na fibra nervosa, nesses casos é interessante à adição de bicarbonato p/ modular o pH (proporção de 1ml de bicarnonato p/ cada 20ml de 
lidocaína ou 0,1ml de bicarbonato p/ cada 10ml de bupivacaína), mas pode não ter um bom resultado em tecidos muito inflamados, que terão pH muito elevado, não consegue modular, existindo outros meios 
p/ produzir uma anestesia efetiva no paciente. Na periferia, bloqueia-se primeiro as fibras motoras, depois autonômicas e por ultimo as sensitivas. Nos bloqueios peridurais/raquianestesia, a ordem do bloqueio 
é inversa (no canal medular as fibras sensitivas são mais externas, depois autonômicas e por último motoras). 
 
 
 
 
 
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O local de admnistração dos anestésicos também influência, pois determinados grupos musculares são mais vascularizados do que outros, por exemplo, se fizermos um bloqueio intercostal da musculatura 
torácica, a vasculatura do tórax que está constantemente se movimentando pela inspiração e expiração, vai ter maior absorção do que a musculatura do antebraço, pois devido à movimentação, a necessidade 
de requerimento energético da musculatura é maior, devido à maior e mais rápida absorção. Portanto, em grupamentos musculares com maior vascularização, a tendência é o anestésico local ser absorvido 
mais rapidamente, ficando menos tempo exposto aquela inervação, então o tempo de duração é menor. Como alternativa p/ aumentarmos o tempo de duração do anestésico nessas situações, podemos 
associar um vasoconstritor como a adrenalina, p/ vasocontrigir a região, fazendo com que o anestésico fique exposto mais tempo àquelas fibras nervosas e prologuem o tempo de duração. O tempo de duração 
do bloqueio também está associado à concentração, que influência na concentração da fibra. Quanto maior a concentração/volume de anestésico, maior o tempo de duração do bloqueio. A metabolização é 
feita por hidrólise enzimática no fígado (amida) ou no fígado + plasma. A eliminação de todos os metabólitos formados é feito pela via renal. 
É preciso muito cuidado quando formos utilizar adrenalina com vasoconstritor p/ aumentar o tempo de duração do bloqueio local, porque se fizermos bloqueio em extremidades (ponta de orelha e de cauda, 
dígitos) com vasoconstritor por 2-6hrs podem ocorrer isquemia e necrose na região. Por isso em extremidades, deve-se evitar usar anestésicos locais que possuam vasoconstritor. NUNCA utilizar anestésico local 
com vasoconstritor por via IV. O principal vasoconstritor que temos é a adrenalina, que promove estimulação simpática no sistema cardiorrespiratório do paciente, promovendo taquiarritmias, hipertensão, 
taquipnéia, o que pode descompensar o paciente. Antes de utilizar um bloqueio local, devemos sempre calcular a dose tóxica. Se o bloqueio está passando ou não foi eficaz em bloquear adequadamente a 
região, não deve infiltrar mais, deve fazer outra modalidade anestésica como analgésicos mais potentes p/ não correr o risco de intoxicar o paciente. 
LIDOCAÍNA 
 
- Principal anestésico utilizado na rotina. Possui PkA de 7.7. Tem lipossolubilidade moderada, ou seja, tem a capacidade de penetrar facilmente as membranas celulares nervosas. Inicio 
de latência de 2-5min, tempo de duração vai de 60-120min. 
- As indicações p/ o uso da lidocaína são: suturas de feridas, procedimentos menos invasivos, procedimentos rápidos e procedimentos menos cruentos, que não necessitem de analgesia 
pós-operatória mais prolongada. As doses variam de 7mg/kg (sem vasoconstritor) a 9mg/kg (com vasoconstritor – como reduz a vascularização da região, reduz a absorção sistêmica e 
pode aumentar a dose, reduz risco de intoxicação). Indicado p/ analgesia e infusão contínua (menor toxicidade). 
- O uníco fármaco que pode ser feito IV sem vasoconstritor (adrenalina) é a lidocaína. 
BUPIVACAÌNA - Muito utilizado. Possui pKa de 8,1, extremamente lipossolúvel. Devido ao menor pKa, tem apenas 25% de fração não ionizada, mas uma dose muito menor (devido a alta 
lipossulubilidade, que faz com que consiga facilmente atravessar as membranas celulares). A desvantegem do pKa ser tão elevado é a menor fração não ionizada, que causa um período 
de latência de 15-20min, mas dura de 4-6h até 8hrs dependendo do volume e dose. 
- Indicado para toracotomias, procedimentos mais cruentos e demorados. As doses são de 2mg/kg sem vasoconstritor e 3mg/kg com vasoconstritor. JAMAIS deve ser feito IV, pois é 
extremamente cardiotóxico. 
LEVOBUPIVACAÍNA/ROPIVACAÌNA - São formas derivadas da bupivacaína, que são mais seletivos em bloquear fibras sensitivas do que motoras. Por exemplo, em cirurgias 
ortopédicas extremamente cruentas e com muita manipulação, é desejável um fármaco que dure bastante (pois são cirurgias demoradas). Se 
utilizar um fármaco que também bloqueie fibras motoras (que tem um tempo de bloqeio motor de +- 60-70% do tempo de bloqueios de fibras 
sensitivas - promovem bloqueio sensitivo por até 8hrs) faz com que o bloqueio motor se estenda por 4-6hrs. Então no pós-operatório imediato o 
paciente não sente dor, mas tem défict proprioceptivo, fica arrastando a pata e sentindo desconforto. Se selecionarmos fármacos mais específicos 
como esses, promovemos analgesia no trans e pós-operatório e reduzimos o tempo de bloqueio motor. Se quisermos utilizar só a analgesia, 
podemos trabalhar com esses fármacos em concentrações que são conhecidamente somente
analgésicas, como a lidocaína a 1% (lidocaína 2% faz 
bloqueio sensitivo e motor) ou levobupivacaína e ropivacaína a 0,125%, que só bloqueamos fibras sensitivas, não ocorrendo défict proprioceptivo 
no paciente no pós-operatório. 
- A concentração dos fármacos determina a seletividade para as fibras e o tempo de duração. Quanto mais massa de anestésco, mais rápido ele 
penetra e mais tempo dura, como por exemplo, lidocaína 2% dura 2-3hrs, o dobro do tempo da lidocaína 1%. A presença do vasoconstritor 
também determina modificações no tempo de duração do fármaco. 
 
Quando formos determinar o protocolo anestésico, temos que pensar em todas as características do fármaco que estamos utilizando em relação ao protocolo que será realizado, conjunto ao cirurgião. Por 
exemplo, em uma orquiectomia vamos utilizar bupivacaína ou lidocaína? É um procedimento rápido, então é bom utilizar um fármaco que tenha período de latência mais curto. Se for uma toracotomia ou 
mastectomia radical que são procedimentos extremamente dolorosos, deve-se utilizar um fármaco com maior tempo de duração p/ aumentar o tempo de conforto e a qualidade analgésica no pós-operatório 
do paciente. Em qualquer técnica de anestesia local, É NECESÁRIO CALCULAR A DOSE TÓXICA do fármaco, podemos anotar na ficha do paciente p/ ter em mãos o volume máximo que podemos utilizar evitando 
intoxicações. 
 
 
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MODALIDADES ANESTÉSICAS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL 
TÓPICA Mais comum. Esse tipo de anestesia tem um efeito muito variado, de acordo com a estrutura que se quer bloquear. Anestésicos locais depositados em mucosas são absorvidos 
rapidamente, já na pele não se tem um bloqueio efetivo, pois é muito difícil ultrapassar a derme, tendo um efeito muito supercial. Pode ser utilizado p/ canular veia de coelhos 
(possuem pele fina), rinoscopia instilando lidocaína na cavidade nasal do paciente, colírios anestésicos no globo ocular, instilação de anestésico local na laringe p/ intubação 
(evitar laringoespasmo). È uma técnica muito restrita, p/ procedimentos pouco invasivos. 
INFILTRATIVA Consiste em bloquear diferentes tecidos (pele, subcutâneo, musculatura, tudo ao redor da região que será manipulada). È um bloqueio muito inespecífico porque não se sabe 
exatamente qual nervo está sendo bloqueado, o anestésico insensibiliza a região. Por exemplo, em tumor de pele podemos bloquear ao redor da pele, do subcutâneo até 
musculatura p/ que o paciente não tenha percepção da condução do estímulo nervoso quando o cirurgião começar a divulsionar os músculos. Em caso de tumores, é preciso 
tomar muito cuidado porque ás vezes não é efetivo infiltrar ao redor do tumor, porque a quantidade de anestésico utilizada sem ultrapassar a dose tóxica, não consegue 
insensibilizar toda a área necessária. Nessas situações, é melhor utilizar outras técnicas anestésicas. 
Alguns cirurgiões não gostam dessa técnica porque vai edemaciar o tecido que será manipulado, alterando a conformação anatômica e interferindo na sutura. Podemos utilizar 
ao final da cirurgia, antes do paciente acordar, infiltrando ao redor da linha de sutura p/ que o paciente tenha mais conforto no pós-operatório imediato, principalmente se 
foram utilizados fármacos que tem pouco ou nenhum efeito residual no pós-operatório, como o fentanil. 
SITUAÇÕES QUE SE DEVE EVITAR A UTILIZAÇÃO: Em procedimentos dermatológicos que tem que mandar p/ histopatologia, porque o anestésico local vai vacuolizar as células 
da lesão (entra na célula e gera distensão), alterando o resultado do exame, caso necessário utilizar, deve-se aumentar a área de bloqueio, se distanciando da lesão. 
BLOQUEIO EM LINHA Pré-incisional. Faz bloqueio na pele, subcutâneo e musculatura no local que o cirurgião falou que vai incisar, sempre ampliando um pouco a 
área p/ caso precise aumentar a linha de incisão, o animal não sinta dor. 
ANESTESIA POR 
TUMESCÊNCIA 
É muito utilizada para tumores subcutâneos ou para mastectomias. É nada mais que uma anestesia infiltrativa, mas é extremamente diluída. Pega o frasco de RL de 500ml e 
colocar na geladeira até uma temperatura de 4-6°C, acrescenta 40ml de lidocaína sem vasoconstritor, uma ampola de 1ml de adrenalina e dessa solução infiltra 14ml/kg ao 
redor do tumor ou região que vai ser manipulada. É preciso ponderar os riscos e os benefícios dessas técnicas. È uma técnica bem eficaz, tanto pra analgesia trans-pós 
operatória, mas é uma solução resfriada, pode promover no paciente hipotermia. Nessa solução de 40ml de lidocaína para 500ml de RL, a gente faz uma concentração bem 
elevada nessa dose de 15ml/kg, dá mais ou 18-20mg/kg de lidocaína. A dose tóxica de lidocaína é de 7mg/kg, então a gente está mais do que dobrando a dose. O risco é de 
promover intoxicação, esse risco é atenuado porque é uma solução resfriada e com vasoconstritor. Reduz a vascularização da região e reduz a absorção. Mas alguns pacientes 
são mais sensíveis e podem acabar intoxicando. Como é indicado para tumores mamários, se está infiltrando por debaixo dessa massa tumoral, tem o risco de desprender 
algumas células tumorais e se elas ganham a circulação sanguínea promovem metástase. 
PERINEURAL 
 
Bloqueios próximos aos nervos 
regionais. NUNCA fazer com 
agulha aberta (sem seringa), a 
agulha vai começar a puxar ar 
e vai promover pneumotórax 
iatrogênico. Deve-se utilizar 
sistema fechado, com scalp ou 
agulha, que deve estar 
conectado à seringa. Antes de 
administrar aspira, se vier ar, a 
agulha está dentro do pulmão, 
se não vier está nas pleuras. 
 
 
 
 
 
 
TORÁCICA Para procedimentos no tórax é feito o bloqueio dos principais nervos da musculatura intercostal (nervos intercostais), que estão localizados 
no bordo caudal de cada costela. Apalpamos o gradil costal, entra com a agulha perpendicular à costela, bate nela, desvia caudalmente a 
ponta da agulha e aplica o anestésico local em um volume de 0,05ml/kg por ponto de bloqueio. Em alguns procedimentos como 
toracotomias, a altura do bloqueio faz diferença. Deve-se bloquear preferencialmente mais proximal da medula espinhal, porque é dela que 
surgem as emergências nervosas dos nervos intercostais. A indicação é sempre a mais dorsal possível. P/ toracotomias, devido ao uso de 
afastador autoestático e a manipulação interna do tórax, bloqueiam-se pelo menos mais dois espaços craniais e dois espaços caudais à 
incisão, insensibilizando uma maior área. Como é um procedimento extremamente invasivo e doloroso, utiliza-se como anestésico local a 
bupivacaína ou ropivacaína, que possuem maior tempo de duração e vão dar efeito residual de analgesia no pós-operatório. 
INTERPLEURAL Deposição de anestésico local entre as pleuras visceral e parental do paciente. Por exemplo, um cachorro atropelado que teve fratura de 
costelas e está com dor e taquipneico, perdendo sangue, se utilizados opióides parenterais como analgésicos o risco é alto devido ao efeito 
cardiorrespiratório depressor, então pode-se administrar anestésico local entre as pleuras do paciente porque conforme ele inspira e expira, 
o anestésico local vai se difundindo p/ a porção mais dorsal do tórax, bloqueando os nervos intercostais e entrando em contato com a região 
lesionada, promovendo insensibilização e estabilizando o paciente. Esse método consegue conferir analgesia p/ a cavidade torácica quase 
como um todo. Utiliza-se lidocaína 2% na dose de 3mg/kg e bupivacaína 0,5% na dose de 2mg/kg. Se o paciente estiver disperto fazer 
primeiro a lidocaína, que provoca uma ardência/desconforto (efeito comum dos anestésicos locais devido ao pH, primeiro despolarizam a 
célula e depois bloqueiam), se o paciente está com dor e bloquearmos só com bupivacaína que tem uma latência de 15min, o paciente vai 
ficar com dor por todo esse tempo, a lidocaína tem latência muito menor e já estará atuando no período de latência da bupivacaína. Pode 
deixar um dreno torácico no paciente p/ administrar
anestésico local no pós-operatório, aumentando a qualidade e conforto analgésico, 
reduzindo o consumo de opióides sistêmicos na recuperação do paciente. 
 
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MODALIDADES ANESTÉSICAS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL – PERINEURAL MEMBRO PELVINO 
BLOQUEIO DO NERVO 
ISQUIÁTICO E FEMORAL 
 
 
É uma alternativa à peridural, principalmente em pacientes pesados, obesos e idosos. É um bloqueio mais seletivo que reduz o tempo de recuperação, somente um dos membros vai 
estar insensibilizado, o animal vai andar em 3 patas e a outra provalvelmente estará imobilizada, permite alta hospitalar mais rápido (diferente da epidural, não tem como entregar o 
paciente p/ o proprietário se ele ainda não estiver movimentando as patas traseiras. O nervo isquiático está localizado na face lateral, entre o trocanter maior do fêmur e o ísquio, 
perpendicular a essas estruturas entramos com a agulha em torno de 0,5-0,7cm mais próximo do trocanter e administra o anestésico local. Se aprofundarmos muito (sem guias de 
imagem – raiox e US) podemos seccionar o nervo, se fizer anestésico nele pode romper as fibras), também pode ser utilizado o estimulador de nervos periféricos (quando a ponta da 
agulha estiver próxima do local correto, vai promover a extensão dorsal dos dígitos e flexão plantar os contração dos grastrocnêmicos, que flexionam a articulação – o aparelho incia 
com uma corrente mais alta, que vai abaixando a medida que estamos nos aproximando do nervo, permitindo reduzir a amperagem e diminuindo a contração causada, se estivermos 
com menos de 0,2ma causando estímulo motor, estamos dentro do nervo), esse bloqueio insensibiliza a face lateral a porção caudal do membro. 
Mas não basta bloquear somente o nervo isquiático, tem que bloquear o femoral também para insensibilizar a face medial do paciente. Ele está localizado entre o músculo íleo psoas, 
músculo pectíneo e músculo sartório, vamos fazer +- um triangulo entre esses três músculos e bem no meio desse triangulo passa a principal artéria que é a femoral. O nervo femoral 
está logo abaixo da artéria femoral. Se fizermos as cegas, o principal risco é lesionar o nervo ou entrar na artéria femoral. Para auxiliar, podemos usar o estimular de nervos periféricos. 
A partir do momento que chegarmos próximo ao nervo com o aparelho, ele vai despolarizar musculatura de quadríceps e o animal vai esticar o joelho. 
ORQUIECTOMIA Para fazer um bloqueio para castração em macho, uma orquiectomia, os dois bloqueios que podemos utilizar são: Bloqueio do cordão espermático (que é o que efetivamente o 
cirurgião vai tracionar e vai fazer a ligadura) e bloqueio intratesticular. Não há diferença de eficácia, o que precisamos é de conversar com o cirurgião qual a técnica que ele vai realizar, 
porque se fizer um bloqueio do cordão espermático, o principal emaranhado de vasos é o plexo panpiniforme. Então se puncionarmos e laceramos um vaso, vai dar um hematoma, 
edemaciar e ficar dificil de realizar a ligadura. Mas se fizemos um bloqueio intratesticular, mesmo que dê um hematoma, vai ser no testículo, não vai ser na região que ele usar e ligar. 
A diferença é que quando a gente faz um bloqueio intratesticular, o anestesico tem que ser absorvido, tem que ser difundido até o cordão espermático, que é onde vai fazer seu efeito. 
A latencia de bloqueio intratesticular é 2-3min mais lenta do que faz um bloqueio direto no cordão espermático. E associado a esses bloqueios, sempre bloqueiem a pele aonde o 
cirurgião vai incisar, porque ambos esses bloqueios só vão insensibilizar os testículos. Por isso é preciso perguntar ao cirurgião se a incisão vai ser escrotal, se vai incisar os dois 
escrotos ou só um ou se vai ser uma incisão pré-escrotal. Então por exemplo, um bloqueio intratesticular, a gente isola o testiculo e administra o anestésico diretamente dentro do 
parênquima testicular. Se quer bloquear o cordão espermático, deposita direto dentro do cordão espermático. Na prática, é bem fácil de isolar essas estruturas. 
MODALIDADES ANESTÉSICAS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL – PERINEURAL MEMBRO TORÁCICO 
BLOQUEIO DO PLEXO 
BRAQUIAL 
As principais indicações são para cirurgias em membros torácicos e no terço médio do úmero p/ terço distal para fraturas e tumores. Para realizarmos essas técnicas nós temos 
alguns referenciais anatomicos, sejam em estruturas ósseas ou em estruturas vasculares. Então por exemplo, estruturas ósseas, se a gente localizar na crista da escápula na 
porção distal o acrômio, no úmero na porção lateral temos o tubérculo maior do úmero. Entre essas duas estruturas quando a gente palpa, na porção medial do membro pélvico, 
vamos introduzir a agulha e injetar o anestésico local. Pra facilitar essa técnica, além dos referências ósseos podemos utilizar o fluxo sanguíneo da artéria axilar. Então, com a mão 
direita o anestesista sente o pulso da artéria axilar e com a mão esquerda está entrando entre o acrômio e o tubérculo maior do úmero (é mais ou menos no vazio do peito que 
apertamos o dedão para fazer garrote para a jugular), conforme a gente vai introduzindo o dedo, se a gente cortar o fluxo de sangue ou cortar o fluxo da artéria axilar na porção 
proximal, o fluxo na porção dorsal para ou diminui, então é possível saber é nessa altura, nessa porção e nessa profundidade que temos que introduzir o nosso anestésico local. 
Mas mesmo utilizando esses referenciais, a taxa de sucesso nesses bloqueios é muito baixa, de mais ou menos 65-70%, porque temos que insensibilizar 7 nervos: supraescapular, 
subescapular, radial, ulnar, mediano, musculo-cutâneo. E não passam todos proximos, são uma arvorezinha, são afastados. Por isso a dose também é maior, geralmente a gente 
utiliza 0,4ml/kg de anestésico local para conseguir embeber todas essas inervações. Mas se a gente dispor do recurso tecnológico que é o uso de estimulador de nervos 
periféricos, após colocar a agulha, a despolarização vai fazer com que estique o cotovelo do paciente. A maioria dessas técnicas dá pra fazer também com ultrassonografia, mas é 
preciso ter um treinamento bem mais especializado, tanto que hoje em medicina veterinária existe uma pós-graduação que é só voltada em anestesia locorregional, utilizando 
ultrassom e neuroestimulador. 
 
 
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MODALIDADES ANESTÉSICAS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL – PERINEURAL DE CABEÇA – 0,1ml/kg por ponto de infiltração 
RETROBULBAR Esse bloqueio vai insensibilizar o nervo óptico, que é o principal nervo sensitivo e os nervos da visão, troclear, abducente, óculo-motor e os ciliares. Vai promover um bloqueio 
motor de todas as estruturas do globo ocular e promover também a analgesia, um bloqueio sensitivo. Esse bloqueio é indicado principalmente para enucleação, porque a utilização 
é na porção medial e ventral do globo ocular entra com a agulha entre a esclera e órbita do nosso paciente e raspando com a agulha todo o arcabouço ósseo da órbita, até chegar 
na porção caudal do globo ocular, que é a retro bulbar, ou seja, atrás do globo ocular. Vai depositar o anestésico local próximo a todas essas inervações. Preferencialmente só se usa 
esse bloqueio para fazer enucleação porque as principais estruturas que podem ser lesionadas é o nervo óptico (visão) e também tem artérias bem calibrosas que podem promove 
hematoma ali atrás. Como na enucleação o paciente vai retirar o globo ocular, se ele lesionar não tem tanto problema. Então além de promover um bloqueio motor, que o globo vai 
centralizar e um bloqueio sensitivo que vai conferir analgesia para a manipulação desse procedimento, as fibras sensitivas dos nervos ciliares tem componentes parassimpáticos. Se 
essas fibras forem estimuladas, elas vão conduzir esse estímulo para o SNC, o SNC vai passar para o nervo vago, que vai liberar Ach que vai atuar no coração, promovendo 
bradicardia e bradiarritmias.
Por isso precisamos evitar o reflexo óculo-cardíaco, por isso bloqueamos todas as estruturas traseiras ao olho. 
 
 
PERIBULBAR 
 
 
Caso a gente tenha que fazer um procedimento de catarata ou tenha que mexer em cristalino em que o globo ocular do nosso paciente tem que estar centralizado, e o cão e o gato 
quando estão inconscientes no 2-3 estágio da anestesia ficam com o globo ocular rotacionado medialmente (se aprofundar mais, vai centralizar, mas não há vantagem nisso porque 
vai deprimir o sistema cardiorrespiratório do paciente; se deixar mais superficial, vai centralizar, mas pode movimentar), então para centralizar o globo ocular do paciente utiliza o 
bloqueio peribulbar. Este bloqueio bloqueia as mesmas estruturas que o bloqueio retrobulbar, mas no lugar de chegar com a agulha lá atrás do globo ocular do ladinho dessas 
estruturas, a gente só vai até metade desse caminho, para que todo o anestésico local se deposito no fundo e embeba essas inervações. Só que como só vamos até a metade, temos 
que fazer dois pontos de punção e com o dobro de volume, pra aumentar a chance e a taxa de sucesso do nosso bloqueio. Os pontos de bloqueio são o superonasal na porção 
dorsal medial do globo ocular e o infarotemporal na porção medial ventral lateral da órbita. Nós vamos administrar 0,1ml/kg por ponto do anestésico local. O anestésico vai se 
difundir caudalmente ao bulbo do globo ocular e embeber todas as inervações centralizando o globo ocular e conferindo analgesia no procedimento que está sendo realizado. Esse 
é o estado do paciente, que fica com o globo ocular bloqueado e centralizado. 
RAMO OFTÁLMICO DO 
NERVO TRIGÊMIO 
Imaginem um lhasa no final de semana que foi brincar com o gato e o gato deu uma arranhada no globo ocular dele, infeccionou e inflamou e vai ter enuclear. Mas como está 
infeccionado e inflamado, se fizer qualquer um desses bloqueios peri ou retro bulbar vai funcionar? Poderia adicionar um tamponante como bicarbonato pra tentar aumentar a 
eficácia do bloqueio? Até pode, mas mesmo assim a eficácia vai ser muito baixa. Pra gente conferir uma analgesia suplementar ao globo ocular do nosso paciente, a gente pode 
bloquear o ramo oftálmico do nervo trigêmio, que seria um ponto de bloqueio mais longe daquele local que está infeccionado e inflamado e que também vai conferir analgesia e 
bloqueio motor para o globo ocular. Como a gente localiza esse ponto de punção? Vai pegar o arco zigomático do paciente, na porção mais rostral dele, ventral à orelha, vai 
puncionar a agulha num ângulo de 90° e vai chegar na fossa pterigóide palatina e lá no final da musculatura. Volta um pouquinho a agulha, direciona caudalmente e medial ao corpo 
da mandíbula e vai depositar o anestésico local basicamente do lado do ramo oftálmico do nervo trigemio, conferindo analgesia e bloqueio do globo ocular. Mas não promove um 
bloqueio 100% motor, então não consegue centralizar o olho como em outros bloqueios. Mas promove uma analgesia suplementar para o procedimento que vai ser realizado. 
NERVO INFRAORBITÁRIO Se quiser trabalhar mexendo em canino, incisivos, primeiros molares, nessa porção mais rostral de lábios ou palato. A localização do nervo é dentro do forame infraorbitário, mais 
ou menos entre segundo e terceiro pré-molares, onde tem a inserção do musculo elevador nasolabial, nós vamos sentir esse forame. Entra com a pontinha da agulha e deposita o 
anestésico local e a gente consegue insensibilizar tanto essa porção rostral quanto de tecido mole como de tecido ósseo que vai ser manipulado. Serve para extrair canino, primeiro, 
segundo, terceiro pré-molar, algum procedimento em lábio. Em todos os bloqueios de cabeça o animal tem que tá inconsciente, não tem como fazer com o animal só sedado, 
porque se ele movimentar enquanto você está tentando puncionar o risco de lesão é muito alto. 
 
 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
MODALIDADES ANESTÉSICAS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL – PERINEURAL DE CABEÇA – 0,1ml/kg por ponto de infiltração 
NERVO MENTONIANO Se eu quero mexer na porção rostral de mandíbula, nos incisivos, caninos, primeiros e segundos pré-molares e estruturas moles. Está localizado no forame mentoniano, que é 
mais ou menos na altura do primeiro-segundo pré-molar, sentimos o forame e entramos com a pontinha da agulha. 
 
NERVO MANDIBULAR Se quisermos fazer uma mandibulectomia ou queremos mexer nos ultimos molares. Está localizado no processo angular da mandibula, na curvinha da mandíbula, levemente 
caudal, vamos entrar com a agulha. Com o animal sedado é possivel enfiar a mão dentro da boca do animal e sentir o forame. Conforme a agulha vai chegando perto, consegue 
palpar a ponta da agulha do lado do forame e administra o anestésico local. Uma maneira mais fácil de fazer esse bloqueio é que com um cachorro maior, consegue abrir a 
cavidade oral dele e atrás do último molar pode administrar o anestésico local intraoral. 
NERVO MAXILAR Se quiser trabalhar com os ultimos molares ou fazer uma maxilectomia. Está localizado palpalndo o arco zigomático, na porção mais rostral e vem a ele vamos colocar a mão na 
fossa pterigóide palatina, só que no lugar de desviar caudalmente para pegar o oftálmico trigêmio, desvia cranialmente para pegar o nervo maxilar. Ou um paciente com a 
cavidade oral aberta, atrás do ultimo molar, punciona a agulha e administra o anestésico local, insensibilizando toda a porção rostral ao bloqueio, seja estruturas moles ou ósseas 
como dentição. 
 
Esse é um resumo de todos os bloqueios para lembrar mais fácil. As técnicas de anestesia locorregional não tem só benefícios, podem trazer algumas 
complicações, as principais são a punção inadvertida da própria inervação, porque a maioria desses bloqueios são feitos ás cegas, nos encontramos os 
referenciais anatômicos e começamos a adminsitrar o anestésico local. É um risco inerente a técnica, mesmo com ultrassom, principalmente nesses 
bloqueios de cabeça nós não vemos os nervos, nós vemos os referenciais anatômicos e nossa agulha ali no meio, mas a gente não sabe se está efetivamente 
ou não dentro daquela inervação; tem risco de contaminação assim como a epidural, por isso tem que ser feita uma assespsia rigorosa, não é preciso utilizar 
luvas estéreis, mas o resto do material deve ser descartado. Sempre preocupar com o risco de intoxicação e calcular a dose tóxica. Toda e qualquer técnica 
de anestesia locorregional o primeiro deve ser calcular a dose tóxica, que é o volume máximo que você vai fracionar para Fazer diferentes locais de bloqueio 
no seu paciente. 
 
MODALIDADES ANESTÉSICAS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL - INTRAVENOSA 
REGIONAL 
PERFUSIONAL OU 
ANESTESIA DE BIER 
 
Para alguns procedimentos mais distais tanto em membro pélvico quanto em membro torácico, a gente pode utilizar essa técnica, que apesar de mais comum em bovinos, também 
pode ser empregada em pequenos animais. As principais indicações são para amputações de dígitos, retiradas de tumores e nódulos na porção mais distal do membro. Primeiro vamos 
fazer um garrote na porção proximal do membro, puncionar uma veia na porção distal, retirar uma determinada quantidade de sangue e administrar o anestésico local. O único 
anestésico local que a gente pode fazer pela via IV é a Lidocaína, sem vasoconstritor. Cuidado com o tempo de garrote, ele não pode passar de 1h, estourando 1:30h-2hrs, se ficar 
muito tempo, pode promover isquemia ou lesão direta no nervo. Deve-se retirar o sangue antes porque como ali está garroteado se fizer um alto volume de anestésico local tem o 
risco de romper alguns vasos, promover hematomas. Esperar mais ou menos de 5-7min para que todo esse anestésico do leito vascular se difunda para o interstício e comece a 
embeber todas as inervações daquele membro. O garrote tem que ser solto lentamente. 
 
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MODALIDADES ANESTÉSICAS DE ANESTESIA LOCORREGIONAL - ESPINHAL 
PERIDURAL/ 
EPIDURAL 
 
Desde a década de 90 é muito utilizada na MV. Fácil de ser executada, principalmente a campo. Eficar em termos de anestesia (bloqueiomotor p/ promover miorrelaxamento) e analgesia no 
trans-pós-operatório. É a deposição de anestésico local ou alguns analgésicos como os opióides acima da dura-máter. O fármaco se difunde pelos forames intervertebrais e se distribuem pelos 
nervos que saem da medula espinhal e se difunde pela dura-máter, até acessar o liquor, tendo contato direto com as fibras da medula espinhal do paciente, promovendo o bloqueio. Indicada 
p/ cirurgias abdominais e ortopédicas de membros pélvicos como laparatomia exploratória, castração de fêmea, enterectomia, gastrectomia, procedimento em vulva e períneo, prolapsos 
retais. Se fizermos um alto volume, o anestésico se difunde cranialmente permitindo a realização de procedimentos como toracotomias ou em membros anteriores. No cão e no gato, 
principalmente no cão, o ponto de punção é o lombossacro. Palpam-se as cristas ilíacas com os dedos polegar e médio e com o indicador vamos sentir uma depressão mais proeminente, um 
pouco mais caudal sentimos o processo espinhoso de L7, desviamos um pouco e caímos na fossa lombossacra, mais caudal sentimos o sacro. Posiciona o paciente em decúbito de esfinge 
(decúbito esternal com os membros voltados cranialmente), o que facilita a abertura do espaço intevertebral lombossacro, facilitando a punção. É necessária tricotomia rigorosa, luvas e 
agulhas estéreis. Se tiver alguma contaminação/sujidade, levamos isso p/ dentro do canal vertebral p/ próximo da medula espinhal e daí p/ o SNC, o que pode causar lesões graves e muitas 
vezes irreversíveis no paciente. Pode ser realizada om sedação moderada (desde que o animal permita manipulação, pacientes já deprimidos por morbidades normalmente aceitam) ou sob 
anestesia geral. Ao puncionarmos, posiociona-se a agulha em um ângulo de 45°C, ao avançarmos a agulha sentimos perfurar pele, subcutâneio, musculatura, ligamento flavo/amarelo (grosso 
e arenoso, crepita) e a ponta da agulha chega ao espaço epidural. A administração é lenta (se for rápida ou com alto volume, esse anestésico pode migrar muito cranialmente e bloquear 
musculatura respiratória, promovendo depressão respiratória; pode também chegar à cadeia ganglionar simpática que passa paralela a coluna vertebral e bloquear, causando vasodilatação e 
hipotensão durante todo o tempo de efeito do anestésico, necessitando monitorar o paciente). Os testes confirmatórios p/ saber que a agulha está dentro do canal vertebral são: 
 Teste da gota pendente: Puncionou o espaço lombossacro, no espaço entre L7-S1. Coloca uma gotinha de anestésico local ou solução salina dentro do canhão da agulha, porque quando 
puncionamos e chegamos no espaço peridural, a pressão dentro do canal vertebral é sub-atmosférica, então a tendência é que a gota seja sugada. 
 Utilizar seringas de baixa resistência, como seringas de vidro. Essas seringas não têm resistência no êmbolo, então fazer a aplicação com o embolo puxado, e quando chegar ao canal 
vertebral o embolo vai descer. Não coloca o anestésico, deixa só o ar. Se injetarmos ar, distendemos o espaço epidural, o que é ideal porque o espaço epidural não tem líquido, tem 
pouquíssima gordura e um tecido conectivo. Então é interessante distender um pouquinho para que o anestésico realmente ocupe o espaço epidural. 
 Perda da resistência, não é preciso colocar força no êmbolo, conforme for administrando o anestésico o êmbolo já vai praticamente descendo sozinho. 
No cão e no gato a medula espinhal termina abaixo de L6-L7, abaixo disso tem cauda equina e um prolongamento chamado saco dural, se puncionarmos esses locais não têm o risco de 
puncionar a medula. Mas esse espaço é muito pequeno (0,2-0,4mm – praticamente o bezel da agulha) por isso é interessante distender esse espaço um pouco injetando ar, promovendo um 
afastamento da dura-máter e evitando risco de perfurar a medula ou depositar o anestésico no liquor (promove raquianestesia e sobredosagem, promove bloqueio simpático, aumenta 
pressão do liquor levando à distúrbios neurológicos). A medula do gato termina abaixo de S1-S2, se fizer punção lombossacra tem maior risco de puncionar a medula, pode-se tentar um 
bloqueio sacrococcígeo, mas o espaço é ainda menor (pode usar estimulador de nervos periféricos, quando chegamos próximo, a ponta da cauda do animal vai balançar). Os volumes mudam 
de acordo com a altura que se insensibilizar e o procedimento realizado. P/ procedimentos de membro pélvico utilizamos 0,2ml/kg, p/ abdômen 0,36ml/kg, p/ analgesia torácica utiliza-se 
fentanil/morfina a 0,5ml/kg p/ migração cranial. Os volumes são baseados no peso, em caso de paciente com sobrepeso e fêmeas gestantes deve-se reduzir o volume em pelo menos 15-20% 
(evitar migração cranial, bloqueio simpático e depressão respiratória). 
As contraindicações são fratura de coxal e vértebras (perde-se o referencial anatômico, espículas ósseas podem atrapalhar a punção deslocando vasos e até a própria medula, risco de 
promover lesão em nervos e estruturas importantes); endotoxemia (paciente já tem toxinas circulantes, se romper algum vaso na punção a contaminação pode ganhar o canal vertebral e 
promover uma contaminação direta), hipovolemia (paciente desidratado e hipotenso, em caso de bloqueio simpático vai agravar o quadro); infecções de pele (jamais realizar, risco de levar 
infecção p/ dentro do canal vertebral e promover abcesso); evitar em piometra (mesmo risco de sepse). A bupivacaína 0,5% bloqueia tanto fibras sensitivas como motoras, mas se utilizar a 
bupivacaína a 0,125% vai bloquear só fibras sensitivas. Se utilizarmos apenas bloqueio sensitivo, o paciente pode acabar mexendo durante a cirurgia, mas também deve tomar cuidado p/ não 
promover um bloqueio motor prolongado p/ o cão não ficar arrastando no canil no pós-operatório. Junto do anestésico local podemos administrar analgésicos, principalmente opióides 
(morfina, fentanil) p/ incrementar a qualidade analgésica principalmente no pós-operatório, podendo realizar a administração ao final da cirurgia com os fármacos diluídos em SF. A morfina 
na dose de 0,1mg/kg pode promover uma analgesia de 12-24hrs no pós-operatório (latência de 30min). O fentanil é utilizado na dose de 5mcg/kg e tem uma latência de mais ou menos 5min e 
dura de 30-45min, utilizado pra quando se quer uma analgesia mais intensa e mais rápida. Isso diminui o requerimento de analgésicos opióides no pós-operatório. O opióide administrado por 
essa via praticamente não tem efeitos colaterais depressores, porque é absorvido pelos outros tecidos antes de ganhar a corrente sanguínea. Para procedimentos muito cruentos e demorados 
pode-se realizar a implantação de um cateter peridural com agulha de bier, que permite a passagem de um cateter dentro dela. 
 
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MONITORAÇÃO ANESTÉSICA: Nós temos que discutir quais são os principais métodos de monitoração, suas aplicações e suas limitações, p/ saber fazer um apanhado geral dessas informações e determinar a 
melhor terapêutica ou melhor manutenção do plano anestésico do paciente. È uma atribuição do anestesista fazer essa monitoração desde a avaliação pré-anestésica, durante o trans-operatório e pós 
operatório imediato, sempre buscando identificar e detectar as alterações. As alterações que podem ocorrer no nosso paciente podem estar relacionadas a comorbidades que ele tenha como cardiopatias e 
processos septicos, aos nossos protocolos e associações (todos os fármacos tem efeitos adversos, então dependendo da nossa associação os efeitos podem ser mais ou menos pronunciados) e é precido 
detectar as intercorrências e tratar. Todo esse processo tem que ser devido registrado na ficha anestésica que traz um respaldo legal. Todas essas
oscilações em FC, FR, PA, TEMP, etc., devem ser devidamente 
registrados. Se acontecer alguma alteração tem que tratar e registrar que fez aquele tratamento, pra se a gente for processado por exemplo, tem o respaldo legal que tratou. As funções desse monitoramento é 
manter a homeostase do nosso paciente. A segurança é atribuida em relação a detectar essas alterações, corrigir o plano anestésico do paciente e instituir uma terapêutica adequada através da monitoração dos 
diversos sistemas. 
 
 
MONITORAÇÃO ANESTÉSICA 
SISTEMA NERVOSO 
CENTRAL 
 
A monitoração é feita através da ausência ou presença de reflexos protetores através dos planos de guedel e com parametros clínicos (subjetivos e inespecíficos). Existem métodos mais 
especificos e tecnológicos baseado na atividade eletroencefalográfica, ou seja, são métodos que a gente consegue quantificar a atividade do SNC e essa atividade é transformada em 
um valor numérico que vai determinar o grau de consciência ou inconsciencia do nosso paciente, que é feito através do aparelho Indice bioespectral, que consegue aferir e quantificar a 
atividade do SNC, num score de 100 a 0 que conseguimos detectar se, por exemplo, em 100 o paciente está desperto, consciente e acordado; mas conforme essa atividade vai 
reduzindo, proximo ao valor de 70 o paciente está sedado, mais calmo e relaxado; quando ele está em plano anestésico, no 2-3 plano do terceiro estágio, ele vai estar em uma faixa de 
60-40, conforme vai aprofundando, indices menores de 40 ele está muito aprofundado e em 0 é atividade isoeletrica no SNC, nosso paciente já foi pro canil do céu. È colocado um 
sensor frontal no paciente e conforme ele vai aprofundando vai reduzindo os valores, devendo ficar entre 60-40. Mas é importante lembrar que tem anestésico que primeiro estimula o 
SNC e depois reduz, que é o dissociativo, então a utilização desse aparalho não funciona com esses fármacos. Esse aparelho só funciona com TIVA ou inalatória sem uso combinado com 
anestésicos dissociativos. Não é uma realidade muito comum na nossa rotina e no nosso país, mas já tem ganhado alguns espaços o uso desse equipamento. 
SISTEMA 
CARDIOVASCULAR 
O sistema cardiovascular serve p/ garantir perfusão tecidual e entregar O² p/ os tecidos. Pra isso precisamos de uma bomba funcional que é o coração, que deve estar ritmico e com 
uma capacidade ventricular de ejeção suficiente. Um vasculatura com uma tonicidade, ou seja, conseguir vasoconstringir e vasorelaxar, de acordo com a necessidade e o metabolismo 
de cada tecido. Então em relação a bomba cardíaca precisamos avaliar se ela está ritmica ou não e a sua funcionalidade, a capacidade dela de fazer a contração e a ejeção daquele 
sangue. Em relação a perfusão tecidual, avalia PA, volume de sangue que está chegando aquela região e o conteúdo de O² que está sendo ofertado nos diferentes tecidos. 
ESTETOSCÓPIO: 
O principal método é a estetoscopia, com nosso esteto conseguimos aulscultar diferentes pontos da ausculta cardíaca como pulmonar, aórtico, mitral. Mas só conseguimos determinar 
a FC, os batimentos por min e talvez se o paciente está ritmico ou arritimico. Mas não sabemos qual tipo de arritmia. Esse método de estestocopia só é bom na avaliação pré-anestésico 
porque tem limitações, porque durante a cirurgia o cirurgião coloca vários panos de campo em cima do paciente e tampa toda nossa visão, então tem que ficar levantando o pano, ás 
vezes contamina o material cirúrgico e o cirurgião e as vezes nem consegue chegar no paciente para fazer essa auscultação, então tem uma limitação muito grande. A estetoscopia 
mesmo nós vamos utilizar na avaliação pré-anestésica ou na recuperação anestésica imediata. 
ESTETOSCOPIA ESOFÁGICA: 
Utilizamos a porção proximal igual ao do estetoscopio, mas na porção distal tem um sensorzinho que vai ser introduzido dentro do esofago do paciente até a base do coração, 
conseguindo então aferir a frequencia cardiaca sem encostar no cirurgião ou no pano. Então por exemplo, o nosso paciente está anestesiado e um dos caminhos está bloqueado que é a 
traquéia com o traqueotubo, quando vamos inserindo esse sensor, vamos até o 3-6 espaço intercostal que é mais ou menos a base do coração e a gente vai conseguir auscultar o nosso 
paciente. Assim é possível fazer a auscultação cardíaca do nosso paciente. Nós podemos conectar em uma caixinha de som para facilitar. 
 
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MONITORAÇÃO ANESTÉSICA 
 
 
SISTEMA 
CARDIOVASCULAR 
 
ELETROCARDIOGRAFIA - ECG 
Utilizado p/ saber o ritmo cardíaco, se o átrio está batendo, se está despolarizando junto com ventrículo, etc. É um gráfico gerado baseado na condução elétrica dos cardiomiócitos, 
desde o nodo sinoatrial até as fibras musculares do ventrículo do paciente. Avalia não só a FC, mas a geração desse impulso desde o nodo sinoatrial, passando pelo nodo ventricular, as 
fibras de purkinge, o feixe de riz, até a musculatura vascular. Permite um diagnóstico preciso de qual arritmia está acontecendo e qual a melhor terapêutica a ser implementada. A onda 
P corresponde à desporalização e contração atrial, o complexo QRS corresponde a contração ventricular e repolarização atrial e a onda T corresponde a repolarização ventricular. 
Dependendo da alteração da morfologia dessas ondas é possível detectar quais arritimias estão acontecendo e a gente consegue direcionar qual estrutura do coração está efetivamente 
funcionando ou deixando de funcionar adequadamente. Alguns equipamentos brasileiros vão ter os sensores vermelho, amarelo, preto e vermelho. A gente fala que Brasil está do lado 
esquerdo e flamengo está do lado direito. As cores claras na frente e as cores escuras atrás. Sempre colocando nas articulações do paciente. Mas tem equipamentos que são importados 
e não seguem essas cores. Então a indicação do correto posicionamento dos eletrodos no nosso paciente são de acordo com o equipamento que a gente tá trabalhando.Dependendo da 
especie que estamos trabalhando, o ECG vai ter conformações diferentes, mas em relação ao cão e ao gato a diferença está no tamanho do complexo QRS, que é bem mais evidente. 
Existem tabelas de valores de referência. O ECG vai determinar a FC e a principais arritimias, que podem ser decorrentes dos fármacos que estão sendo utilizados ou da manipulação 
cirúrgica. Por exemplo, um alfa-2-adrenérgico tem como principais efeitos adversos bradicardia, BAV 1 e 2°. Em relação à manipulação cirúrgica pode ocorrer por exemplo, em um 
bloqueio que não pegou bem de globo ocular, estimular o nervo vago e promover bradicardias e bradiarritimias. 
BRADICARDIA SINUSAL 
É uma frequencia que em cães vai estar
sem ter 
nenhum QRS depois. Nessas situações, nem toda onda P vai gerar um complexo QRS. 
 
BLOQUEIO ÁTRIOVENTRICULAR DE 3° 
É o mais grave de todos, tem que fazer implantação de marca passo no paciente. Ele tem intolerância ao exercício, tem síncope e cansa 
fácil. Tem várias ondas P, mas o complexo QRS não está perfeito, o ventrículo está batendo batendo e aí dispara. Esses complexos QRS 
bizarros são os responsáveis por promover a ejeção de sangue porque o nodo sinoatrial não consegue mais despolarizar e levar o 
estímulo até o atrioventricular para despolarizar o ventrículo. É um caso grave. O paciente não responde a anticolinérgicos, atropina, 
escopolamina, só funciona a implantação de marca passo pra resolver essa situação. 
 
As bradicardias e bradiarritmias são tratadas través dos anticolinérgicos. Com atropina na dose de 0,044mg/kg IV ou um inotrópico positivo como a dobutamina na dose de 1-10mcg/kg/min IV, que vai estimular 
os receptores beta-1 do coração, não só estimulando a força de contração mas em doses mais elevadas proximas de 5-10mcg/kg/min vai promover aumento da FC do paciente. Quando utilizamos alfa-2 e 
ocorreu uma intercorrencia, podemos tratar utilizando antagonistas, como a iombina para reverter a xilazina ou atipamezole para reverter a dexmedetomina. Mas lembrando que se a gente reverter esses 
fármacos a gente reverte também a analgesia, miorrelaxamento e sedação que eles promovem. Tem que ponderar o uso de antagonistas para tratar essas bradiarritmias do que utilizar um anticolinérgico por 
exemplo. Depende de cada procedimento. 
 
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MONITORAÇÃO ANESTÉSICA 
 
 
SISTEMA 
CARDIOVASCULAR 
 
TAQUICARDIA SUPRAVENTRICULAR 
 Ocorre quando a FC no cão é >140bpm e no gato >220bpm e pelo menos 3 dos batimentos são ventriculares prematuros. Vai ter onda P, QRS; 
onda P, QRS; Só QRS QRS QRS. Só tá ventriculo batendo em uma alta frequência. Podemos tratar com lidocaína s/v em bôlus de 2mg/kg IV ou 
infusão de 25-100mcg/kg/min ou esmolol com dose de 0,2-0,2mg/kg IV lento ou em infusão de 25-200mcg/kg/min para lentificar a condução 
elétrica e permitir que o átrio consiga despolarizar e depois o ventriculo consiga despolarizar no tempo certo. O que uma taquicardia sustentada vai fazer de ruim no coração? Infarto. O 
átrio contribuiu com quantos % de sangue no coração depois da contração para dentro do ventrículo? 15-25% a mais. O ventriculo é passivo e tem 75-80% do sangue vindo de retorno 
venoso. Em paciente velhinho isso é prejudicado. 
TAQUICARDIA VENTRICULAR: 
Os complexos ventriculares prematuros ou os QRS bizarros podem acontecer em casos de sepse, endotoxemia, lesões diretas e traumas no tecido 
do miocárdio. Há uma desconexão das ondas P, que surge do nada no ritmo sinusal, levando a despolarização antes do tempo do ventrículo. Então 
por exemplo, um P QRS, um P QRS e um batimento ectópico. O ventrículo despolarizou antes do tempo no meio de outro batimento. Com só 
ventrículo batendo, pode levar a taquicardia ventricular, fibrilação e parada cardíaca. Então o QRS vai estar aumentado e ele vai ter 3 ou mais 
extra-sístoles, ou seja, complexos ventriculares prematuros consecutivos. 
FIBRILAÇÃO VENTRICULAR 
Ventrículo não bate adequadamente, não consegue ejetar sangue da camara cardiaca, consequentemente não chega na periferia para oxigenar. O 
único tratamento é a cardioversão para voltar ao ritmo sinusal. 
 
 
 
Como podemos avaliar a perfusão de uma maneira subjetiva? Tempo de preenchimento capilar, que é o TPC. O ideal é estar 7kg), sofre interferencia na leitura em quadros de hipotensão, hipoperfusão ou quando o paciente apresenta 
arritmias cardíacas. Quando inflamos o manguito, ele é inflado normalmente a 40-50mmHg acima da PAS do paciente, ocluindo a passagem de sangue pela periferia. Conforme vai desinflando o sangue volta a 
passar, pequenas e rápidas oscilações vão começar a aparecer e o aparelho detecta essas oscilações, determinando a PAS
urinálise. 
III Hemograma, ppt, glicemia, renal, 
urinálise. 
Hemograma, ECG, glicemia, 
renal, hepático, urinálise. 
Hemograma, glicemia, ECG, 
renal, hepático, gasometria, 
urinálise. 
IV e V Idem anterior + ECG, gasometria. Idem anterior + gasometria, 
Ecodoppler. 
Idem anterior + gasometria, 
Ecodoppler. 
 
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MEDICAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA: 
 
 
Utilização de diversos fármacos (isolados ou principalmente associados) para conferir diversas características como analgesia, relaxamento muscular e tranquilização, p/ que o paciente fique mais cooperativo e 
tolere o manuseio, permitindo a realização do procedimento. Ocorre à redução do stress e ansiedade, reduz a incidência de efeitos colaterais relacionados a outros fármacos que se utiliza dentro da anestesia e 
sedação e previne alterações na homeostase derivadas principalmente do stress. Portanto, MPA é todo agente administrado antes da anestesia com a finalidade de tornar o ato anestésico/cirúrgico mais 
agradável para o paciente, pela indução de sedação física e psíquica, e de assegurar condições mais favoráveis para o trabalho do anestesista. Um protocolo sedativo ideal deve ter um efeito previsível (período 
de latência, ação, efeitos, período de duração), ser de curta-média duração (de acordo com o tempo de procedimento realizado), ter mínimos efeitos depressores (todo fármaco tem algum efeito depressor 
sobre os sistemas, escolher o que mais se adequa ao paciente), possuir antagonista (nem todos os fármacos possuem, mas é preferível utilizar um fármaco que tenha reversores dos seus efeitos colaterais, 
tomando cuidado para que não antagonize também a analgesia do paciente). 
 
 
 OBJETIVOS DA MPA: 
REDUÇÃO DA ANSIEDADE Deixa o paciente calmo e cooperativo. 
MIORRELAXAMENTO Importante para posicionamento para radiografia, ultrassom, outros exames e durante o ato cirúrgico. 
FACILITAR MANUSEIO Facilita o preparo do paciente antes da cirurgia 
PERMITIR REALIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE 
ANESTESIA LOCORREGIONAL 
Com sedação bem realizada, associada à analgesia, o paciente fica mais calmo, tolera a infiltração de anestésico ao redor dos poros da ferida ou do local da 
incisão. Permite até mesmo redução de fratura. 
ANALGESIA PRÉ-TRANS-PÓS-OPERATÓRIA Vários fármacos utilizados dentro da MPA possuem propriedades analgésicas, tendo um efeito no pré e trans cirúrgico e efeito residual no pós-cirúrgico. Promove 
conforto ao paciente. 
DIMINUI SECREÇÕES De vias aéreas e cavidade oral, facilita alguns procedimentos como broncoscopia, entubação. 
PREVINIR VÔMITO Alguns fármacos promovem, outros previnem. O vômito, além de desconfortável, é contra indicado em situações de ↑PIC e ↑PIO, lesões oculares e de TGI. 
SINERGISMO Potencializa o efeito dos analgésicos gerais, pois não existe um único fármaco que consegue promover inconsciência, imobilidade, relaxamento e analgesia. 
Devem-se fazer associações de fármacos e técnicas, diminuindo o risco do ato anestésico. 
COIBIR O SEGUNDO ESTÁGIO DA ANESTESIA Promover indução e recuperação suaves. Evitar euforia/disforia. O paciente chega ao bloco cirúrgico mais calmo e tranquilo, menos ansioso. Auxilio do efeito 
residual para impedir o segundo estágio da anestesia também no pós-operatório. 
CONTRABALANCEAR EFEITOS INDESEJÁVEIS - Prevenção de reflexos autonômicos, derivados do SNP e SNS. Em um paciente estressado, há ↑adrenalina e noradrenalina, que agem no sistema cardiovascular 
causando hipertensão, vasoconstrição periférica, taquicardia e predispõe a arritmias ventriculares. 
- Atenuar efeitos de outros fármacos, através de associações de protocolos e técnicas, contrabalanceando efeitos indesejáveis e diminuindo os riscos. 
- Profilaxia de reações alérgicas e anafiláticas, através de fármacos anti-histamínicos. 
 
 
 
As classes farmacológicas são os FENOTIAZÍNICOS, BENZODIAZEPÍNICOS, AGONISTAS ALFA-2 ADRENÉRGICOS, OPIÓIDES, ANTICOLINÉRGICOS, ANESTÉSICOS DISSOCIATIVOS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FENOTIAZÍNICOS 
CARACTERÍSTICAS Grupo farmacológico mais utilizado na MPA de pequenos animais. Farmaco ansiolítico. Paciente fica responsivo ao que acontece ao seu redor, mas fica relaxado. Reduzem o 
requerimento de anestésicos injetáveis e principalmente inalatórios em 30-40%. São anti-eméticos e antiarritmogênicos. 
REPRESENTANTES ACEPROMAZINA 0,2% – Mais utilizada – Dose de 0,007 – 0,05mg/kg IV, IM, SC. Latência de 5-15min. Efeito de 2-4hrs. 
CLORPROMAZINA /LEVOMEPROMAZINA – Dose de 0,2 – 0,5mg/kg IV, IM. Efeito de 4h. 
MECANISMO DE 
AÇÃO 
Promove tranquilização por depressão do tronco cerebral e conexões para o córtex cerebral. Antagoniza os efeitos da dopamina (neurotransmissor estimulante do SNC), reduz liberação 
de noradrenalina. Promove bloqueio alfa adrenérgico, principalmente alfa-1, promovendo hipotensão ou queda de PA. Bloqueia serotonina, diminuindo limiar convulsivo (evitar em 
paciente convulsivo). Bloqueia receptores muscarínicos ↓FC, reduzindo secreções e motilidade. Atua bloqueando receptores de histamina, promovendo efeitos anti-histamínicos. 
EFEITOS DESEJÁVEIS Cão relaxa e seda bem. Não tem muito efeito em gato com uso isolado, pode promover euforia. 
EFEITOS ADVERSOS - Cardiovascular: ↓PA promovendo ↑FC por taquicardia reflexa incial através do bloqueio de alfa-1 periférico. Potencializa outros vasodilatadores. Pode promover bradicardia, BAV 1°. 
Hipotensão e vasodilatação, então predispõe à hipotermia. 
- Esplenorelaxamento: Promove vasodilatação esplênica, sequestro de hemácias. Não usar em paciente anêmico, pois piora aporte de O². Reduz Ht. 
- Respiratório: Promove depressão respiratória, ↓FR, mantém volume corrente, ↑amplitude. Não há alteração nos gases sanguíneos (gasometria). Braquiocefálicos são mais sensíveis, 
tem maior período de duração do efeito, pode promover encarceramento de palato nesses pacientes, possuem recuperação anestésica tardia, se precisa usar essa classe farmacológica 
nesses pacientes entubar e usar doses reduzidas. 
- Não possui antagonista. Reduz limiar convulsivo. Não é analgésico. 
CONTRA 
INDICAÇÕES 
- Hemorragias ou anemia intensa (sequestro esplênico, queda de PA, baixa de O²). 
- Desidratação e hipovolemia (piora hipotensão) 
- Esplenectomias (sequestro esplênico, baço é retirado com ↑hemácias). 
- Cardiopatas descompensados (aumenta vasodilatação, piora hipotensão). 
- Não é muito indicado para felinos, se usar, usar associado. 
INDICAÇÕES - Tranquilização em paciente sem dor. Transporte. Associação à opióides (neuroleptoanalgesia - ↓ansiedade e stress, tolera manuseio) 
 
BENZODIAZEPÍNICOS 
CARACTERÍSTICAS São ansiolíticos, muito utilizados como anticonvulsivantes. Possuem como principal característica serem miorrelaxante. 
REPRESENTANTES DIAZEPAM: Viscoso e hidrossolúvel. IM dói, demora a absorver. Metabólitos ativos com efeito depressor do SNC. Preferência via IV. 
Dose de 0,1 – 0,5mg/kg IV, IM. Latência 3min (IV) e 15min (IM). Duração de até 4h. 
MIDAZOLAM: Hidrossolúvel, metabólitos inativos. IM, rapidamente absorvido. Metabolização hepática. 
Dose de 0,1 – 0,5mg/kg IV, IM, Intranasal. Latencia de 5min. 
MECANISMO DE 
AÇÃO 
Promovem seus efeitos depressores no SNC através da potencialização do ácido gama-aminobutírico, aumentando o influxo de Cl-, hiperpolarizando a membrana e impedindo a 
condução do estímulo elétrico. Aumenta a afinidade do GABA (principal neurotransmissor inibitório do SNC), potencializando o efeito desse neurotransmissor. 
EFEITOS DESEJÁVEIS - Tranquilização leve e discreta em pacientes neonatos, muito idosos e debilitados. 
- Potencialização de outros agentes, sejam anestésicos, sedativos ou tranquilizantes. 
- Modulação da parte psíquica do componente emocional da dor. 
- Mínima depressão sobre o sistema cardiorrespiratório. Promove mínima redução de PA. 
- Possui antagonista: FLUMAZENIL
do paciente. Conforme passa mais sangue p/ periferia o aparelho detecta oscilações de 
maior amplitude, medindo a PAM. O manguito continua desinflando, a pressão dele vai reduzindo, as oscilações reduzem e antes delas sumirem é determinada a PAD, por isso sofre interferencias caso o 
paciente esteja hipotenso, hipoperfundido ou hipotermico, pois vai ter vasoconstrição e pouco sangue chegando na periferia. Isso ocorre principalmente em aparelhos veterinários, que precisam da FC do 
paciente p/ determinar a PA, então qualquer arritmia, bradiarritmias interferem na determinação da PA. As indicações de uso são p/ procedimentos mais simples e rápidos em pacientes eletivos. Não utilizar em 
animais de maior risco, pois pode levar a erros na interpretação da PA e consequentemente falha na determinação da melhor terapêutica. 
 
O melhor e mais seguro método e o que mais condiz com a PA verdadeira do paciente é o método direto/invasivo. È o método para comparação de todos os outros, a PA que ele fornece é fidedigna e em tempo 
real, mostrando em segundos qualquer alteração na função do paciente. È indicado p/ pacientes críticos, hipotensos, que recebe terapia vasopressora (dobutamina, noraepinefrina, dopamina) e procedimentos 
longos, fornece as 3 pressões. È necessario a canulação de uma artéria periférica e necessita de equipamentos mais específicos (manômetro de pressão ou um transdutor de pressão e monitor 
multiparamétrico). Quando usamos o manômetro aneróide (mais barato e acessível) é necessário usar uma linha não complacente (não sofre deformação). Se for complacente ela dilata e rouba a PA do 
paciente, consequentemente a PA que irá aparecer no manômetro será menor, porque perdeu força p/ o sistema. Dentro dessa linha é necessário heparinizar com uma solução glicosada fisiológica acrescida de 
heparina na concentração de 5UI/ml p/ evitar a coagulação sanguínea. Quando utilizamos manômetro de pressão, a PA fornecida é somente PAM. Para acessar as artérias, que são mais profundas, é necessário 
fazer um pique na pele e palpar, canulando o rumo da artéria, quando acessarmos a artéria o mandril do cateter vai encher rapidamente de sangue vivo. Depois de fixado, conectamos ao sistema de pressão 
(manômetro). O ponteiro mexe conforme a FC do paciente, cad sístole gera um impulso. Esse sistema é conectado à uma solução heparinizada e conectado à artéria do paciente. O sistema deve estar na altura 
do coração do paciente. 
 
No transdutor de pressão (monitor) a canulação da artéria periférica e o uso da linha não complacente é o mesmo. Mas o transdutor vai transformar os impulsos que estão acontecendo dentro da linha de 
amostragem em pulsos elétricos, transmitidos ao monitor multiparamétrico. Cada sísitole irá gerar um pulso. Teremos as 3 pressões em tempo real. È um método um pouco mais sofisticado, que depende de um 
equipamento mais caro. È indicado p/ pacientes críticos, que recebem terapia vasoativa e procedimentos prolongados. 
Iremos intervir em nosso paciente principalmente em quadros de hipotensão, que são os casos mais comuns. Quase todos os fármacos deprimem a função cardiovascular e vasodilatam o paciente, reduzindo o 
volume de sangue ejetado p/ a corrente sanguínea, consequentemente comprometendo a PA do apciente. Quando utilizamos o método Doppler ou oscilométrico nos baseamos principalmente pela PAS, que 
tem como valor mínimo 90mmHg. Começamos a nos preocupar com a PAM quando estiver abaixo de 60mmHg, indicando persufão tecidual inadequada, chegando pouco sangue à periferia, reduzindo a oferta 
de O², o paciente pode entrar em hipoxemia. Para tratar esses quadros de hipotensão devemos lembrar que PA = DC x RVS. O DC depende da FC e VS. O VS depende da pré-carga, pós-carga e inotropismo. A 
maioria dos fármacos reduz a RVS através da vasodilatação (O halotano reduz o VS porque reduz o inotropismo, consequentemente altera PA). Em quadros severos de hipotensão devemos corrigir a 
profundidade anestésica do paciente (superficializar) p/ reduzir os efeitos adversos e PA normalizar. Podemos fazer provas de carga (volume), ou seja, o paciente tem uma desidratação subclínica que na 
avaliação pré-anestésica não identificamos, o VS pode estar comprometido porque reduziu a pré-carga, então reduziu sangue que chega ao ventrículo, tendo pouco sangue p/ ser ejetado, vai reduzir o DC e PA. 
Se aumentarmos esse volume circulante, teoricamente aumentamos a PA do paciente. P/ titularmos essa resposta normalmente utilizamos um bôlus de 15ml/kg de RL ou SF em 15min, se passar desse período e 
o paciente responder (PA elevar) quer dizer que realmente tinha um défict volêmico. Se não houve efeito, temos que partir p/ fármacos vasoconstritores ou inotrópicos positivos, como por exemplo, a dopamina 
e noraepinefrina, que fazem vasoconstrição, atuando no aumento da RSV. Por exemplo, uma cadela com piometra vai estar vasodilatada, sendo a primeira terapêutica a utilização de vasoconstritor. Se temos 
um cardiopata que tem insuficiência mitral ou insuficiência ventrilar esquerda, ele tem um défict de inotropismo, que vai alterar o volume e a PA, sendo necessário utilizar um inotrópico positivo como 
dobutamina, que estimula os receptores do coração a aumentar a força de contração. Então de acordo com a causa escolhemos a terapêutica. Normalmente se corrige o plano anestésico, espera 5min, se não 
melhorar fazemos prova de carga, se não melhorar pensamos na patologia do paciente e escolhemos a melhor terapêutica. 
A OXIMETRIA DE PULSO – SpO² serve p/ avaliar a capacidade de transporte de oxigênio para o paciente. A hemoglobina é quem faz o carreamento de oxigênio p/ os tecidos, dentro dela existem vários 
grupamentos Heme que se ligam ao O², quanto mais O² ligado, maior a afinidade da hemoglobina de captar O² e carrear p/ os tecidos, mantendo o metabolismo aeróbico. É um método não invasivo e contínuo, 
o sensor é posicionado em regiões bem vascularizadas e pouco pigmentadas como língua, orelha, dígito, vulva, prepúcio. É uma estimativa da saturação arterial de O², ou seja, não é preciso coletar sangue 
arterial do paciente p/ ter essa determinação. É continuo porque uma vez posicionado no paciente, cada geração de pulso vai gerar uma saturação que vai ser captada pelo monitor. E além de mostrar a 
saturação de O² e hemoglobina periférica, mostra também a FC do paciente (oximetria de pulso). 
 
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Conforme aumentamos a PA de O², aumentamos a quantidade de O² que vai ser difundido p/ a corrente sanguínea e consequentemente saturamos mais e mais a 
hemoglobina. Mas durante a anestesia geral trabalhamos com frações inspiradas de O² de 40-60%, no ar ambiente tem 21%. A PaO² é 4-5x a fração inspirada. Se a 
fração inspirada que estamos recebendo é de 21%, teoricamente a PaO² será de 8-100mmHg. Se o paciente está recebendo 40-60%, ele está recebendo 200-
300mmHg. No gráfico temos a PaO² e a saturação de O². Conforme passa de 98-100mmHg, começa a satura quase 98-100%, quando chegamos em 110-120mmHg 
de tensão de O², só vamos saturar até 100%. O oxímetro de pulso tem uma correlação muito boa com o principal sinal clínico de hipoxemia, que é a cianose. Para o 
paciente apresentar cianose a SaO² tem que estar em +- 60-65mmHg p/ coincidir com +- 75-85% de saturação da hemoglobina. Em quadros de hipoxemia severa, 
abaixo de 85-90% o paciente vai ficar cianótico. O ideal é que esteja sempre acima de 90%. Esse método tem muitas limitações. È um oxímetro de pulso, ou seja, 
depende da pulsalção do paciente p/ perfusão onde o sensor está posicionado, então pacientes com vasoconstrição, hipoperfusão ou bradiarritmias geram muitas 
alterações na leitura ou a leitura não é feita. Em situações em que o paciente está crítico, se o aparelho e o sensor não forem muito bons não gera leitura pois não 
está chegando sangue adequadamente até a região do sensor. È interessante avaliar a
oximetria de pulso porque do O² presente na circulação sanguínea, apenas 
3% é dissolvido no sangue, os outros 97% são carreados pelas hemoglobinas nas hemácias. 
Para avaliar a FUNÇÃO RESPIRATÓRIA do paciente não adianta só monitorar a movimentação do gradil costal durante a cirurgia ou a movimentação do balão reservatório, porque isso não avalia a capacidade 
ventilatória do paciente. Nós temos que absorver O² e eliminar CO². P/ que essas trocas gasosas sejam eficientes precisamos avaliar o VOLUME MINUTO, que é determinado pelo volume corrente (capacidade de 
gás por volume que conseguimos inspirar e ventilar todos os alvéolos) e FR. Se o paciente tiver um volume minuto adequado, teoricamente consegue absorver O² suficiente e eliminar CO². P/ mensurarmos o 
volume corrente do paciente podemos usar RESPIRÔMETROS, que são manômetros aneroides ou digitais que colocamos na válvula expiratória do circuito anestésico, quando o paciente expira esse manômetro 
consegue quantificar quanto de volume foi exalado, ou seja, quanto de volume saiu do pulmão do paciente. Em cães e gatos o volume corrente fisiológico é de 8-15ml/kg. Se o paciente está sob anestesia geral, 
ou seja, inconsciente, miorrelaxado, em um longo período de cirurgia, a função respiratória vai deprimindo. O volume corrente que começou em 12 abaixa p/ 10-8-6, vai reduzindo devido aos sedativos, 
analgésicos, miorrelaxantes, etc. È preciso saber monitorar essas alterações. Se o paciente está hipoventilando (abaixo do fisiológico), o volume corrente diminuiu muito. Podemos ventilar manualmente por ele 
ou instituir uma ventilação mecânica p/ correção, se corrigir o volume corrente, corrige o volume minuto. 
Para avaliarmos efetivamente a capacidade de trocas gasosas podemos fazer a CAPNOGRAFIA, que é um método indireto p/ aferir quanto de CO² o paciente está 
expirando e inspirando. Podemos inspirar um pouco de CO² (1-5mmHg), que é tolerável, mas acima disso é preciso intervir pois pode promover acidose respiratória e 
metabólica, podendo entrar em colapso cardiocirculatório. P/ avaliar a capnografia temos que coletar uma amostra do gás alveolar do paciente (do gás inspirado e 
expirado). Com o paciente intubado, na porção externa do traqueotubo conectamos os sensores e coletamos as amostras, levamos até o monitor multiparamétrico, 
que determina o quanto o paciente está inspirando de CO², que deve estar o mais próximo de 0 possível, e o quanto está expirando. È um método que fornece a 
estimativa da tensão arterial de CO². È estimativa porque no pulmão do paciente as estruturas que fazer troca gasosa são os alvéolos, as vias condutoras (traqueia, 
brônquios, bronquíolos) são espaço morto anatômico. 
Quando estamos expirando o gás alveolar tem que sair e se 
diluir com o gás que estava preso no espaço morto, então o 
CO² expirado da capnografia sempre vai ser menor do que a 
tensão arterial de CO² devido a essa diluição. O ideial é qua a 
capnografia fica entre 35-45mmHg. Além de fornecer esses valores, fornece também um gráfico de área 
sobre a curva. 
O gás chega ao monitor e é aferido. A porção C-D corresponde ao gás alveolar, no qual foi aferido o gás 
do espaço morto. O gás alveolar vai chegando e é mensurado na porção final do capnograma, 
determinadno a quantidade de CO² expirado. Por exemplo, o paciente começou a expirar, chegou no 
máximo e vai começar uma nova inspiração. Se é um gráfico de área sobre a curva, quer duzer que tudo 
está abaixo da curva é CO². O máximo de CO² que acumulou está na parte D, que é onde é feita a 
mensuração de CO². Então é fornecido o valor expirado e inspirado. O inspirado deve estar inferior a 
13mmH e o expirado tem que estar entre 35-45mmHg. Também funciona p/ determinarmos algumas 
alterações ventilatórias no paciente, como por exemplo, se durante a cirurgia o paciente não está 
recebendo analgésicos suficientes, ele vai ficar taquipneico, hipertérmico, taquicardico e hipotenso, então faz as trocas gasosas mais rapidamente, consequentemente o expirado de CO² vai estar reduzido. Já 
 
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alguns fármacos que oferecemos ao paciente são depressores do sistema respiratório, ou se o paciente tem alguma alteração grave pulmonar que não consegue fazer uma troca gasosa efetiva, vamos observar 
a elevação dos valores de CO². A voltinha no gráfico 6 é causada por coisas como o cirurgião apoiando o cotovelo no tórax do paciente, alterando a mecanica respiratória do animal. Se o paciente está expirando 
e inspirando e de repente para, significa que bloqueou a respiração de algum modo, ou por medicamentos que fazem broncoconstrição, mas principalmente por êmbolos, entrou em apneia, desconectou parte 
do circuito, etc. Por isso a capnografia é importante não só p/ avaliarmos o quanto de CO² o paciente está expirando, mas também todas essas alterações. 
Os ANALISADORES DE GASES ANESTÉSICOS são equipamentos que tem dupla função: aferir o inspirado e expirado de CO² e também o inspirado e expirado (captação) de anestésico inalatório que está sendo 
fornecido para o paciente. Em relação à sistemas de equipamentos, temos 2 tipos de vaporizadores: universais e calibrados. Mas não necessariamente o calibrado sempre está calibrado ou no caso do universal 
não é possível determinar quanto esta saindo e quanto está sendo entegre de anestésico inalatório pro nosso paciente. Já esses monitores/analisadores conseguem dizer em tempo real o quanto o paciente está 
recebendo daquele agente inalatório. Porque isso é importante? A partir do 5-7min iniciais da anestesia inalatória, todo gás alveolar vai estar em equilíbrio com a quantidade que está dissolvida no sangue e com 
o que está chegando no SNC. Então se conseguirmos determinar o quanto está no pulmão do paciente, conseguimos inferir que ele já esteja em uma concentração próxima da que está no SNC. É um método 
automatizado, que facilita a aferição em tempo real da concentração pulmonar/alveolar dos gases inalatórios que estão sendo usados p/ manutenção anestésica do paciente. 
A GLICEMIA é importante p/ monitorar o metabolismo do nosso paciente em que situações em que o paciente é diabético, têm endocrinopatias, neonatos e idosos (pacientes que tem capacidade das reservas 
de glicogênio reduzidas, tem que monitorar pra manter os níveis adequados, pois essa é a principal fonte de energia pra todos os tecidos, principalmente SNC, que possui +- 60-65% de toda reserva circulante 
glicêmica do paciente). Em cães a faixa fica entre 60 a 120 mg/dL. Em gatos: 70 a 130 mg/dL. Essa avaliação deve ser feita constantemente nesses pacientes. É preciso fazer a mensuração na avaliação pré-
anestésica e durante a manutenção anestésica mensuramos a cada 30min-1h. Se houver necessidade, suplementamos com soluções glicosadas p/ manter o metabolismo do paciente. 
A TEMPERATURA também é extremamente importante e é correlacionada com metabolismo do paciente. Quando aumenta a temperatura ocorre vasodilatação pra chegar mais sangue, ofertar mais oxigênio. E 
essa temperatura aumentada faz com que a hemoglobina consiga liberar mais oxigênio para aquele tecido. O contrário também acontece, se aquele paciente estiver extremamente hipotérmico, o metabolismo 
vai reduzir consequentemente a hemoglobina vai liberar menos oxigênio. E se a maioria dos fármacos é metabolizada principalmente pela via hepática e o metabolismo reduziu, o tempo de duração e 
recuperação anestésica do paciente aumenta. Durante a recuperação anestésica, se o paciente está hipotérmico, o principal mecanismo p/ gerar calor e aumentar a temperatura corpórea é o tremor muscular, 
que também pode alterar em 330-500% o consumo de O², podendo levar a sérias complicações. Os fatores de coagulação e atividade plaquetária são temperatura-dependentes, quando a temperatura está 
muito reduzida, abaixo de 32-34°C essa função de agregação e formar coágulos é reduzida, consequentemente
o paciente é sujeito a hemorragia. Então todas essas alterações são fundamentais e muito simples 
de ser aferidas através de termômetro retal ou esofágico. 
O DEBITO URINÁRIO também deve ser monitorado e é fundamental, pois se o sistema cardiovascular está funcionando, o coração está batendo e ejetando sangue. Se o leito vascular está conseguindo manter 
uma perfusão adequada para todos tecidos, está entregando sangue, O² e metabolitos, se a volemia está adequada, o rim teoricamente tem que formar urina. Então o DU é usado principalmente pra 
procedimentos muito prolongados, com pacientes estáveis. Com ele, conseguimos ter uma estimativa indireta da qualidade de perfusão do nosso paciente. Se ele tiver produzindo um volume de 0,5-2ml/kg/h 
de urina quer dizer que a pressão está adequada, o volume circulante está adequado e está perfundindo adequadamente e ele está produzindo o volume condizente com aquela situação. 
O melhor método de avaliar a capacidade de troca gasosa do paciente é através da GASOMETRIA ARTERIAL, que é um método ouro, pois vamos coletar o sangue arterial do paciente. Pra isso precisamos canular 
uma artéria periférica ou coletar direto da carótida ou femoral, tem um aparelho específico que é o gasômetro. Utilizamos pra quantificar quanto de O² esta dissolvido no sangue do paciente, quanto de CO² que 
tambem esta ali dissolvido e o quanto da hemoglobina esta sendo saturada. Esse é um método que nem sempre temos disponível, mas seria o ideal principalmente para pacientes críticos, pacientes em UTI, ou 
com disfunções pulmonares. 
Toda análise de todos os parâmetros que vimos até aqui tem que ser feita de maneira integrada, todos no mesmo contexto, pra podermos determinar melhor a conduta do paciente. Tudo tem que ser 
devidamente registrado na ficha anestésica. Que contém dados desde a resenha do paciente, sexo, idade, raça, pessoas envolvidas (quem é o cirurgião, anestesista), qual a classificação de risco, exames que 
foram pedidos, disso tudo determinamos o protocolo. Se você tem os registros quando o paciente voltar só ir no histórico e ver se o paciente teve intercorrência, se é sensível a algo, etc. Além de ser um registro 
medico legal, tem um respaldo legal, pois conforme monitoramos todos parâmetros do paciente na ficha, mostramos qual foi a nossa avaliação e conduta feita e isso em casos de processos você mostra. 
 
 
 
 
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FISIOPATOLOGIA, RECONHECIMENTO E TRATAMENTO DA DOR: A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que é associada a lesões reais ou potenciais. Quando falamos de nocicepção, tem 
um estimulo periférico nocivo, uma lesão, um trauma, queimadura, ela é transmitida da periferia pro corno dorsal da medula espinhal e da medula é projetada pro sistema nervoso central. Toda essa parte de 
condução de neurotransmissores iniciais chamamos de nocicepção. Quando o paciente tem percepção, consciência do dano/lesão/nocicepçao tem um caráter sensorial e emocional, que é como o indivíduo lida 
emocionalmente, interage, suporta aquela situação dolorosa. A dor e sofrimento são condições clinicamente importantes e tem que ser reconhecidas e tratadas, pois em longo prazo elas vão alterar toda 
homeostase do paciente. A dor é o QUINTO SINAL VITAL. Ela é também uma função biológica, temos que garantir que o paciente tenha essas alterações preservadas. Mas é preciso reconhecer e tratar 
adequadamente para garantir as 5 liberdades (questão ética). Pra entendermos a fisiologia da dor, temos que entender todo mecanismo neuronal que acontece. O primeiro de todos seria TRASNDUÇÃO. Na 
periferia, o estimulo térmico, mecânico, pressão, lesão, vai lesionar as células ou estimular aquelas células periféricas a liberar substancia P, glutamato, bradicinica, prostaglandina, potássio. Todas essas 
substancias vao ativar os receptores periféricos, tanto das fibras A delta, que são os nociceptores de alto limiar, mas de rápida condução nervosa, quanto das fibras C amielinizadas, que também são 
nociceptores, mas são nociceptores silenciosos ou adormecidos, conforme o estimulo aumenta e vai sendo sustentado por um longo período de tempo, essas células adormecidas vão sendo despolarizadas. 
Todo esse estimulo da periferia tem que ser transmitido pro corno dorsal da medula espinhal, aqueles neurônios aferentes vão levar toda essa condução desses estímulos para a medula. Na medula ou ele pode 
ser projetado pro sistema nervoso central ou, por exemplo, se encostamos em uma chapa quente, tem arco reflexo, então queima um pouco, mas a condução do estimulo foi levado pra medula e ela própria já 
responde, o estimulo não precisa chegar no sistema nervoso central pra ser interpretado. Mas se o paciente esta inscociente durante uma anestesia geral ele não consegue fazer arco reflexo. Mesmo que ele 
esteja consciente, todo esse estimulo sendo sustentado por um longo período de tempo da medula ele é projetado pro sistema nervoso central, e ai o paciente vai ter a percepção daquilo que esta acontecendo, 
quando seu tecido esta sendo potencialmente lesado. 
Uma dor não integralmente tratada pode levar a quadros de IMUNOSSUPRESSÃO, o paciente irá reduzir a alimentação, vai aumentar o nível de cortisol, fica mais propenso a infecções (no pós operatório por 
exemplo), propensão a caquexia (ele reduz a ingestão de alimentos, vários hormônios estão elevados, o catabolismo proteico vai quebrar mais células musculares, vai consumir em excesso a glicose, o paciente 
vai definhando). 
COMPROMENTIMENTO DA PERFUSÃO RENAL: A descarga adrenérgica decorrente da dor faz com que haja catecolaminas circulantes, que levam a alteração da aldosterona, através do SISTEMA RAA – RENINA, 
ANGIOTENSINA, ALDOSTERONA), redunzido a perfusão renal, consequentemente pode levar a insuficiência/compromentimento da função renal do paciente. Além disso, pode levar a ALTERAÇÕES DO SISTEMA 
CARDIOVASCULAR, causando taquicardia, hipertensão, propensão a arritmias. Se não tratarmos adequadamente a dor do paciente, podemos levá-los a descompensar durante o procedimento. Também gera 
ALTERAÇÕES DE COMPORTAMENTO, como por exemplo, cães e gatos que são carinhosos começam a ficar mais arredios, se isolam, não brincam, ficam mais agressivos, isso é resultado de um método de 
proteção, o animal sente tanta dor que acaba por sentir medo que as pessoas o encostem. Isso também leva a alterações no padrão do sono, alimentação, higienização e interação social. Os animais de 
produção ou esporte, principalmente ruminantes, tendem a não demonstrar dor facilmente devido ao seu comportamento de presa. Em caso de dor, eles tendem a ficar mais próximos do rebanho para que não 
sejam vistos como potenciais presas, mas dependendo do grau de alteração que apresentam, há limitação de locomoção e eles acabam por ficar afastados. Animais de esporte com lesões musculares reduzem 
performance, interação social, produtividade e rendimento. Jà o SNC, quando submetido a um processo doloroso/nociceptivo, desenvolve NEUROPLASTICIDADE, ou seja, as células nociceptores alteram sua 
morfologia e a capacidade de condução de diferentes íons. Elas podem ser dispolarizadas mais facilmente se aquele processo doloroso é sustentado por um longo período de tempo. Isso ocorre devido ao limiar 
nociceptivo, caso ele já tenha sido pré-sensibilizado, as células despolarizam mais rapidamente em um novo contato. Ocorre aumento da MORBI-MORTALIDADE, devido a complicações pós-operatórias, 
relacionadas a infecção, ao aumento do tempo de internação e ao atraso na resposta ao tratamento. 
Quando fazemos o DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO adequado da dor só temos benefícios, trazendo para o paciente qualidade de vida, conforto, volta de suas funções homeostátiscas. Assim como para a equipe 
médica, que após ver os resultados se sentem melhores, reduzindo o estresse do ambiente de trabalho. Porém é preciso ter alguns cuidados com nossos
pacientes, pois eles não verbalizam. Então cabe a nós 
diagnosticar os principais comportamentos alterados e correlacionar essas alterações com o grau de dor que o paciente apresenta e com qual a melhor terapêutica a ser instituída. Foi realizado um estudo 
demográfico no Brasil para avaliar a utilização de analgésicos pela classe veterinária composto de mais de 1298 questionários, que avaliaram que a percepção e os escores de dor que os veterinários utilizam são 
baseados em comportamentos, porém eles não utilizam os estágios específicos para cada espécie, ou seja, não temos profissionais efetivamente treinados para o reconhecimento da dor. Também foram 
avaliados os escores de dor e uso de analgésicos entre homens e mulheres, sendo que de acordo com o estudo, 70-75% das mulheres são mais preocupadas com a qualidade analgésica do paciente que os 
homens. Em relação a tempo de formado, os veterinários que formaram a pouco tempo se preocupam mais com a analgesia dos pacientes. Quase 85% dos veterinários de maneira geral assumem que todo o 
cuidado que deve ser realizado com o paciente veterinário, seria o mesmo que com o paciente humano. E apenas 60% dos veterinários se preocuparam com a prevenção da dor no pós-operatório. Apenas 39% 
de todos os veterinários consideraram que possuem conhecimento adequado para reconhecer a dor no paciente. 
Para classificar a dor, precisamos entender os conceitos de DOR AGUDA E DOR CRÔNICA. A DOR AGUDA (ADAPTATIVA) é a dor inflamatória, nociceptiva. È a dor inicial causada por um procedimento lesivo como 
traumas, cirurgias, condições médicas ou patológicas, que liberam substâncias algogênicas como potássio, substância P, glutamato e outras substâncias inflamatórias, responsáveis por sensibilizar 
perifericamente os nociceptores. Dura por um período máximo de 2-3 dias quando tratata adequadamente. É a dor mais fácil e eficaz de ser tratada, porque é recém ocorrida, então se conseguirmos modulá-la 
 
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impedimos que ela avance. Caso não façamos o tratamento adequado no pós-operatório, ela pode evoluir para uma dor crônica. A DOR CRÔNICA (MAL-ADAPTATIVA) ocorre quando os nociceptores ficaram 
constantemente expostos as alterações, levando a neuroplasticidade, ou seja, são despolarizados e estimulados com maior facilidade. Dura um tempo prolongado >3 meses. É uma dor de difícil tratamento e 
passa a ser uma doença. 
CLASSIFICAÇÃO DA DOR: Todo o sistema sensorial nociceptivo é um sistema plástico inerente e quando ocorre lesão tecidual/inflamação, a sensibilidade da região danificada é acentuada. Por exemplo, se não 
tratarmos a dor de um paciente lesionado, quando iniciar a cicatrização, se alguém apertar o local estará com todas as fibras sensíveis. Uma pequena estimulação levará à uma alta sensibilização, que é chamada 
de HIPERALGESIA. Depois que a ferida cicatrizar, ainda sim todos os nociceptores estarão sensíveis, ao passar a mão ao redor da cicatriz, vai haver despolarização daqueles nociceptores, chamada de ALODINIA, 
que é quando esse estímulo não lesivo causa alterações nas inervaões e as fibras se despolarizam. Então caso não haja tratamento ou tratamento adequado da dor aguda, ela evolui para dor crônica, podendo 
causar alterações de HIPERALGESIA ou ALODINIA, que pode se sustentar durante toda a vida do paciente. A DOR NEUROPÁTICA é caracterizada por anormalidades sensoriais como sensações anormais de 
desconforto (DISESTESIA), hiperalgesia e alodinia. 
É preciso lembrar que alguns procedimentos realizados no paciente estão associados com a dor, como tratamentos de pacientes oncológicos, dor oral como reabsorção dentária, estomatites gastrointestinais, 
oculares e outros procedimentos hospitalares como ultrassom e raio-x. È o que chamamos de DOR NEGLIGENCIADA OU NÃO DIAGNÓSTICADA. O RECONHECIMENTO DA DOR é multifatorial e pode ser baseado 
em parâmetros fisiológicos como FC, FR, PA, resposta endócrina (elevação de glicemia e/ou cortisol) ou alterações de comportamento. Em relação a esses parâmetros fisiológicos, caso o paciente esteja sentindo 
dor ocorre uma descarga adrenérgica de noradrenalina e adrenalina, causando taquicardia, taquipneia, hipertensão, alteração de padrão respiratório. Porém esses parâmetros podem ser avaliados basicamente 
durante o transoperatório, durante a inconsciência do paciente (paciente imóvel, não ocorre alterações de comportamento que possam alterar a medição desses parâmetros), permitindo saber se a analgesia 
transoperatória é eficiente. Se formos usar a FC e a PA para avaliar a dor no pós-operatório, só o fato de conter o animal já é um fator estressante que vai alterar as catecolaminas circulantes e alterar esses 
parâmetros. A resposta endócrina do paciente com dor é a elevação dos índices glicêmicos e do cortisol, mas nem todos os hospitais são possíveis de realizar a medição desses níveis. Por isso baseamos nossas 
avaliações basicamente em comportamentos como postura, alimentação, vocalização e interação. Por exemplo, cães com postura de reza indicam dor abdominal; 
bovinos com alterações de locomotor, principalmente em cascos, fazem arqueamento postural para reduzir a tensão e o peso no membro afetado; equinos com 
laminite tentam jogar o peso dos membros afetados em membros não afetados, olham para o lado afetado, em casos de cólicas se jogam no chão para avaliar o 
desconforto abdominal. Então é preciso saber que cada espécie passa por alterações específicas e que não basta avaliar apenas um desses parâmetros, sendo 
necessário juntar mais fatores para quantificar o escore da dor (leve, moderada, aguda). Para isso utilizamos AS ESCALAS DE AVALIAÇÃO para mensurar e 
quantificar a dor, conseguindo avaliar toda a sua evolução clínica, se está reduzindo, se nossa terapêutica está fazendo efeito. Por isso existem as escalas 
unidimensionais, que quantificam a severidade da dor baseada no comportamento do paciente, por exemplo, existe uma escala para humanos chamada de 
ESCALA VISUAL ANALÓGICA, que é uma escala que tem muitas variações, porque cada observador vai julgar a partir de sua experiência pessoal, não havendo uma 
padronização. A ESCALA DESCRITIVA SIMPLES é praticamente a mesma escala, porém classifica de 1 a 5, também não levando em consideração parâmetros ou 
comportamentos específicos de cada espécie. Diferente das escalas unidimensionais, que é baseada em diferentes comportamentos, fazendo-se um somatório 
de todas as alterações e tendo uma escala mais precisa, removendo a direnciação dos observadores. Também existem as ESCALAS MULTIDIMENSIONAIS, que avaliam toda a parte de comportamento do 
paciente, mas também a interação com o observador e com o MV. São escalas espécie-específicas e de acordo com procedimento que é realizado e com o tecido manipulado. Por exemplo, para cães e gatos 
temos a ESCALA DO COLORADO, que avalia a postura do paciente, relaxamento, resposta a palpação de ferimentos. No caso de felinos existem uma escala multidimensional INTERATIVA, que avalia a postura, 
atividade e reação do paciente à palpação do ferimento. A melhor tabela a ser utilizada é aquela temos mais habilidade e que estamos mais familiarizados, sendo ideal que sejam espécie-específica e 
multidimensionais. É necessário que no local de trabalho, todos utilizem a mesma escala, evitando variações entre um avaliador e outro e entre a terapêutica utilizada, que será baseada na determinação do 
nível da dor. A padronização da tabela utilizada vai trazer um melhor resultado para o controle analgésico do paciente durante a recuperação. 
A avaliação e reavaliação do nível de dor do paciente deve ser idealmente feito em curtos períodos de tempo, entre 3-6hrs, pois é o período de atuação da maioria dos analgésicos. Mesmo se utilizarmos 
fármacos que durem mais tempo, é preciso reavaliar o paciente, pois essa variação pode ser individual, alguns pacientes podem ter o metabolismo
mais acelerado e metabolizar o fármaco antes desse período 
de ação. Para estimularmos a nossa terapêutica, temos que utilizar a FISIOPATOLOGIA DA DOR → um estímulo periférico, uma incisão de pele, um estímulo térmico, mecânico, químico, deve ser transduzido, 
estimulando os nociceptores a liberar os mediadores inflamatórios (prostaglandinas, prostaciclinas, leucotrienos, potássio pelos íons extracelulares, histamina pelos mastócitos, bradicinina), que vão tranduzir 
esse estímulo externo (seja físico, pressórico, químico) em um estímulo químido que será transmitido ao corno dorsal da medula espinhal. Caso o paciente esteja acordado, ocorre o arco reflexo (a estimulação 
dos nociceptores é tão intensa e rápida que a própria medula consegue responder, mandando um estímulo eferente motor de retirada sem que haja necessidade da continuação da projeção do SNC, esse 
mecanismo de arco reflexo é um mecanismo protetor). Quando o paciente estiver inconsciente/anestesiado não é possível que haja o arco reflexo, então todas as substâncias algogênicas vão estar atuando, o 
estímulo elétrico vai ser transmitido para o corno dorsal da medula espinhal e se esse processo álgico (doloroso) for sustentado, será projetado para o SNC, onde temos a percepção de como responder a esse 
estímulo doloroso (física e emocionalmente), mas o paciente anestesiado não tem essa percepção, porém como foi projetado para o SNC, a liberação de substâncias algogênicas ocorre. Quando esse paciente se 
 
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recupera da anestesia e de sua inconsciência e não recebeu analgesia adequadamente, ele vai sentir dor (o paciente não sentiu dor emocional durante o trans-cirúrgico devido a anestesia, mas pode ter alterado 
seus padrões fisiológicos pela estimulação simpática, mas toda essa atuação central e periférica vai estar ocorrendo), uma dor não tratada durante o ato cirúrgico-anestésico consome muito mais analgésico no 
pós-operatório e tem uma dor mais difícil de ser tratada. 
Durante a fase de transdução vários mediadores pró-inflamatórios são liberados, a principal classe farmacológica que atuam durante essa fase são os antiinflamatórios esteroidais ou não, bloqueadndo essas 
substancias. Além deles, os anestésicos locais e opióides também atuam nessa fase. Para bloquearmos as fibras nervosas durante de transmitir o estímulo, utilizamos AL e alfa-2-adrenérgicos, que também 
atuam no bloqueio da transmissão do estímulo para a medula espinhal. Na medula, podemos utilizar os AL, alfa-2-adrenérgicos, e principalmente os opióides (a medula espinhal possui receptores mi, kappa e 
delta, se fizemos morfina, fentanil, tramadol pela via peridural, esse opióide vai se dinfundir pela dura máter e vai acessar o líquor, atuando diretamente nesses receptores dispostos na medula espinhal do 
paciente. Diretamente no SNC, quem vai estar atuando para o controle da modulação da dor, além dos opióides, são os alfa-2 agonistas e os ansiolíticos. Os dois últimos causam relaxamento relacionado a 
reação emocional do paciente, que ficará mais calmo e menos ansioso, assim sua resposta/percepção ao procedimento aversivo realizado será menor, isso não se deve à um poder analgésico diretamente, mas 
sim indireto, que possibilitará a potencialização de outros fármacos, que vamos estar utilizando em conjunto, entrando no conceito de ANALGESIA MULTIMODAL, isso é, associar diferentes fármacos, que 
possuem diferentes mecanismos de ação, para que de maneira conjunta tenhamos um efeito sinérgico, conseguindo reduzir as doses e ter menos efeitos adversos e atuando nas diferentes etapas de vias de 
sinalização de dor, tendo uma terapêutica mais eficaz. Por exemplo, no pós-operatório de um paciente podemos associar antiinflamatórios, dipirona, morfina, metadona e tramadol. 
Os principais fármacos utilizados para fazer controle efetivo da dor são os OPIÓIDES, que são mais eficazes e tem rápida ação (depende do fármaco utilizado). Sâo os fármacos escolhidos para dor moderada a 
grave, ou seja, para procedimentos de invasão da cavidade abdominal e torácica, ortopédicos, que necessitem de uma manipulação mais intensa. É importante lembrar que esses fármacos têm efeitos adversos 
como náusea, vômito, constipação, depressão cardiorrespiratória, e dependendo do paciente ele pode demonstrar um grau de sedação. Mas pensando em controle da dor de um paciente no pós-operatório, 
esses efeitos são basicamente não aparentes, caso aconteçam é necessário monitorar o paciente, e caso permaneçam constantes e presentes em cada adminsitraão, precisamos pensar se o paciente realmente 
precisa desse analgésico ou se ele não pode ser substituído por outro fármaco tão eficaz quanto que possua menores efeitos adversos. Por exemplo, em um paciente que começamos a utilizar MORFINA para 
analgesia no pós-operatório, mas ele começou a fica constipado e vomitava a cada administração, podemos trocar a morfina pela METADONA que é tão eficaz quanto, mas não tem náusea como efeito adverso. 
O paciente não apresentará mais vômitos e caso continue constipado, podemos fazer enemas ou pró-cinéticos para continuar conferindo analgesia necessária a ele. O que precisamos é reavaliar o requerimento 
anestésico do fármaco, de acordo com as escalas de dor que utilizamos, se o paciente ainda está confortável ou não, se precisa realmente de uma medicação tão potente que tem tantos efeitos adversos ou se 
pode ser mantido com outros fármacos como antiinflamatórios e dipirona, por exemplo. O MANEJO DO CONTROLE ANALGÉSICO no pós-operatório, se feito com OPIÓIDES, temos que lembrar que se 
começamos com um fármaco mi total e depois utilizarmos um fármaco agonista antagonista, vamos evitar os efeitos adversos mas ainda vamos conferir analgesia, mas essa analgesia é inferior quando 
comparada a analgesia fornecida pelo mi total. Além dos efeitos adversos citados acima dos opióides, eles podem causar euforia (excitação derivada principalmente dos mi totais) e midríase unilateral, 
principalmente em felinos; equinos podem ter euforia e agitação, tendo movimentos esteotipados (que não fazem parte do seu comportamento normal) como começar a pisotear dentro do tronco, dança de 
urso, movimentos de cabeça e mascar chicletes. Os opióides, quando utilizados em animais que não sentem dor ou não é uma dora intensa, em uma dose alta, geralmente ocorre o surgimento desses efeitos 
comportamentais nos pacientes. 
 
 
FÁRMACO CARACTERÍSTICAS 
MORFINA É o principal fármaco utilizado e é comparação para qualquer outro opióide. Em cães e gatos as doses vão de 0,2 a 0,5mg/kg no pós-operatório pela via peridural diluído em SF ou 
associado ao AL para incrementar o tempo de analgesia com dose de 0,1mg/kg, que confere analgesia suplementar de 12 até 24hrs no paciente. Pode ser utilizado em IC (infusão 
contínua) pela via IV nas doses de 0,12 a 0,25mg/kg/h. Pela via IM ou SC repetir a cada 4-6hrs de acordo com as variações individuais do paciente. Em equinos se utiliza de 0,05 a 
0,3mg/kg tanto para peridural quanto para IC. Em ruminantes as doses vão de 0,1 a 0,5mg/kg, são animais propensos a terem alterações comportamentais quando utilizamos 
principalmente os fármacos mi totais; caprinos e ovinos vocalizam e ficam midriáticos. 
METADONA Além de atuar nos receptores mi tem um mecanismo de ação complementar bloqueando os receptores NMDA (N-metil-D-aspartato), que são receptores envolvidos com os principais 
neurotransmissores excitatórios do SNC e da via nociceptiva (glutamato), tendo um mecanismo de ação duplo para conferir analgesia. Em relação a morgina é 1,3x mais analgésica. As 
doses em cães e gatos variam de 0,2 a 0,5 mg/kg, tendo como principais efeitos adversos a bradicardia, bradiarritmias e depressão cardiorrespiratória. Em pacientes sensíveis deve-se 
ter cuidado com a dose, pois podem aumentar muito o tônus vagal, intensificando a bradicardia e bradiarritmia, aumentando a PA, a vasocontrição
periféria e estimulando a liberação 
de argenina vasopressina (hormônio antidiurético, promove mais vasoconstrição). Cuidado em pacientes idosos. As vantagens da metadona é não produzir vomito e não liberar 
histamina. Equinos são mais sensíveis, utilizando doses menores de 0,05 a 0,15mg/kg. 
 
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FENTANIL É o principal opióide utilizado para analgesia, principalmente durante o trans-operatório. É 100x mais potente do que a morfina, com pequenas doses atingimos a mesma qualidade 
analgésica. Tem menor período de latência (30-45seg). Em cães e gatos utilizamos um bôlus de 2,5 a 5mcg/kg, podendo instituir um bôlus seguido de IC para mantermos controle 
analgésico durante todo o procedimento. A principal via de metabolização é hepática, então para procedimentos que durem >2hrs, recomenda-se reduzir gradativamente a dose de IC 
em ± 15-20% a cada 30min após as 2hrs, evitando acúmulo no organismo do paciente e evitando promover sobrecarga hepática. Pode utilizar em ruminantes, principalmente caprinos e 
ovinos, em bôlus de 5 a 10mcg/kg e taxa de IC igual a pequenos animais. Pode ser utilizado em equinos, peferencialmente utilizado em potros (resposta favorável as propriedades 
analgésicas dos opióides, principalmente fentanil. Nos cavalos adultos, 30-40% respondem com qualidade analgésica, mas ficam excitados levando a alterações de FC (taquicardia) e 
liberando mediadores pró-inflamatórios e catecolaminas, alterando o consumo do anestésico geral aumentando seu requerimento. Para pequenos animais temos a possibilidade de 
utilizar patchs transdérmicos (adesivos) de liberação lenta de fentanil, que podem ser usados em procedimentos muito dolorosos, pacientes que ficarão internados por muito tempo, no 
pós-operatório em casa por 2-4 dias; para isso deve ser realizada uma tricotomia bem feita e a pele deve estar limpa para fixação, precisando que seja feito alguns pontinhos de sutura e 
do uso do colar elisabetano (paciente não pode comer o adesivo, risco de intoxicação); para que comece a fazer efeito é necessário 12 – 16hrs (até atingir a concentração plasmática 
ideal), fornecendo outros analgésicos nesse período. 
TRAMADOL È o opióde mais comum de ser utilizado para analgesia pós-operatória em qualquer clínica/hospital. É um agonista fraco mi total, não conseguindo estimular 100% dos receptores mi. 
Mas possui outros mecanismos de ação (opióide misto), através da inibição da captação de catecolaminas e a liberação de sorotonina, tendo mecanismos adjuvantes para promover 
analgesia no paciente. É indicado para dores leves a moderadas. Em pequenos animais as doses vão de 2 a 10mg/kg para dor aguda e 1 a 2mg/kg para dores crônicas (paciente vai tomar 
tramadol por vários anos). A dose efetiva para controle analgésico do pós-operatório é de no mínimo 5mg/kg. No cão e no gato, após metabolização hepática, libera metábolito ativo 
que continua a fazer efeito, tendo melhor qualidade nessa espécie do que em outras. Em equinos as doses vão de 1 a 4mg/kg. A qualidade e o tempo analgésico do tramadol para 
quinos, bovinos e pequenos ruminantes é inferior quando comparado a pequenos animais. 
ANTIINFLAMATÓRIOS Interesse que se associe com opióides para modular, principalmente, a transdução do estímulo nociceptivo. Atuando bloqueando ou modulando a titulação das enzimas COX-1 e 2. A 
COX-2 pode ser melhor modulada sem efeitos colaterais, a COX-1, quando modulada por AINES ocasionam hiperperfusão e ↑TFG, alterando fatores de coagulação. Deve-se dar 
preferencia a fármacos seletivos para COX-2, que possuem menores efeitos adversos. A existência de um adjuvante em uma dor leve a moderada é indicada, modulando a inflamação e 
não bloqueando-a totalmente. Os sinais cardinais da inflamação são dor, calor, rubor, inflamação e turgor. A dor é interessante do ponto de vista fisiológico para proteger a área lesada 
e identificar o local da lesão. Quando o organismo aumenta a vascularização da região, leva mais mediadores químicos e células de defesa, mais nutrientes e mais oxigênio para 
regenerar e substituir o tecido lesionado; o calor vasodilata a região levando mais células. Tudo isso é promovido para que o tecido se regenere e cicatrize adequadamente, voltando as 
suas funções biológicas e fisiológicas. O ideal é modular essa inflamação e não a bloquear totalmente (fármacos pró-resolutivos). 
MELOXICAM É o anti-inflamatório não esteroidal mais utilizado em pequenos animais. Em cães e gatos geralmente a gente utiliza uma dose mais elevada para atingir a janela terapêutica, de 
0,2mg/kg e nos dias subsequentes (2-5 dias) utiliza-se uma dose de 0,1mg/kg. Para dor crônica, alguns trabalhos demonstram que pode ser utilizado no cão na dose de 0,5mg/kg por até 
45 dias sem promover alteração hepática, renal ou gastrointestinal, mas nesses pacientes que utilizam o fármaco por um grande período de tempo, o ideal é que seja feita uma 
reavaliação médica para caso alguma complicação surja, já possa ser diagnosticada precocemente. Em equinos é muito eficaz, mas não é muito utilizado, a dose é de 0,6mg/kg a cada 
24hrs. Em ruminantes a dose é 0,5mg/kg. A indicação tanto em equinos quanto ruminantes é que as doses subsequentes sejam reduzidas de 30-50% para evitar essas alterações e 
efeitos adversos que possam acontecer. 
CETOPROFENO É muito utilizado em pequenos aniamis, tem efeito anti-inflamatório principalmente para procedimentos articulares e osteomusculares. As doses variam de 2,2 a 1 – 4mg/kg, seguido 
por 1mg/kg por no máximo 3 dias. É um AINE seletivo para COX-2, mas também atua em COX-2. Quando comparado ao Meloxicam, tem melhores efeitos analgésicos, reduzindo edema 
intensos. È mais utilizado para procedimentos agudos em pacientes que não tenham alterações hepáticas ou renais. No cão e no gato utilizamos uma dose inicial de 2mg/kg seguido por 
1mg/kg por no máximo 3 dias. 
FLUNIXIM 
MEGLUMINE 
É o mais utilizado em equinos, na dose de 1mg/kg por até 5 dias s.i.d. Em ruminantes a dose é de 1 – 2mg/kg, também respeitando o prazo máximo de 3 a 4 dias. 
FENILBUTAZONA É o mais utilizado em equinos, tem um efeito anti-inflamatório muito bom, mas é necessário monitorar o TGI, principalmente quanto a formação e desenvolvimento de úlceras gástricas. 
Então se temos um animal que não está se alimentando bem e nem bebendo água adequadamente e está recebendo esse fármaco, temos que fazer uma endoscopia para avaliar se 
uma úlcera não está se formando. Outro cuidado importante é que pode ser feito VO ou IV, sempre que for feito IV é preciso se certificar que o acesso está realmente no vaso, pois caso 
seja realizado fora do vaso promove uma necrose grave. 
DIPIRONA É um analgésico adjuvante, pode ser associado com outros fármacos e é indicado em caso de dor leve. Em cães, equinos e ruminantes a dose é de 25mg/kg e em gatos a dose é de 15 – 
25 mg/kg de 12 em 12hrs. Em felinos o intervalo é maior devido a metabolização hepática desse fármaco ser deficiente nessa espécie. 
CETAMINA Durante a sinalização do estímulo doloroso na periferia e na transmissão para o corno dorsal da medula espinha, temos vários receptores NMDa, que quando ativados liberam 
glutamato, que é o principal neurotransmissor excitatório do SNC, que também está envolvido na via nociceptiva. Por isso os dissociativos possuem propriedades analgésicas através do 
bloqueio desses receptores, inibindo a liberação de glutamato. São fármacos que se utilizados de forma isolada não promovem analgesia significativa, mas quando associados a outros 
fármacos, principalmente os opióides são maximizados por um sinergismo interessante. Quando utilizados associados, são utilizados em doses sub-anestésicas, não promovendo os 
 
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efeitos adversos. 
LIDOCAÍNA Além de ser utilizada como bloqueio locorregional, também podemos utilizá-la pela via IV e promover
analgesia, atuando na transmissão e modulação da dor. As doses vão de 1,3 a 
2,0mg/kg pela via IV e por IC vai de 25 – 100mcg/kg/min. Indiferente da espécie as doses são as mesmas. È preciso tomar cuidado com felinos, porque é metabolizada puramente no 
fígado, então devido ao acúmulo pode ser utilizado no máximo por 3 a 4hrs na menor dose possível. Em equinos precisamos tomar cuidado porque a dose terapêutica é próxima da 
dose tóxica, não devendo estender muito o uso desse fármaco, como no pós-operatório por exemplo. Pode ser utilizada nas associações de FLK (fentanil, lidocaína e cetamina) e MLK 
(morfina, lidocaína e cetamina), ou seja, três fármacos em IC que bloqueiam diferentes vias nociceptivas no paciente. Além de utilizar essas infusões no trans-operatório, podemos 
utilizar também no pós, em pacientes que precisam de controle analgésico mais efetivo. Uma melhor escolha é o FLK, pois a lidocaína e cetamina podem ser associadas no mesmo frasco 
e o fentanil ser 100x mais potente que a morfina e sua janela terapêutica em IC ser maior, conseguindo modular (aumentando ou reduzindo o fornecimento) conforme o requerimento 
do paciente de uma maneira mais precisa. Já a morfina possui menor janela terapêutica e não consegue modular tanto. 
ALFA-2-
ADRENÉRGICOS 
Tem atuação principalmente promovendo analgesia visceral, mas associados aos opióides também modulam a percepção da dor, bloqueando a liberação de noradrenalina no SNC, 
fazendo com que o paciente fique mais relaxado e tranquilo, dessa forma os analgésicos terão um efeito mais acentuado. As doses são inferiores as doses utilizadas com sedativos, para 
evitar um acentuado grau de sedação no paciente. O principal utilizado é a DEXMEDETOMIDINA, pois é mais seletiva em bloquear os receptores alfa-2 do que os alfa-1, 
consequentemente os efeitos adversos de bradicardia, bradiarritmia e hipertensão seguida de hipotensão são menos incidentes e menos pronunciados. 
BLOQUEIOS 
REGIONAIS 
São os mais efetivos em bloquear a transmissão da dor. A BUPIVACAÍNA dura de 6 – 8hrs e pode ser repetida de 2 a 3x no paciente inconsciente/sedado. Para os bloqueios de 
PERIDURAL e de MEMBRO TORÁCICO podemos implantar um cateter e através dele administramos o AL, prolongando a analgesia do paciente. Em situações mais graves podemos pedir 
ao cirurgião para implantar um dreno torácico a administrar BUPICAVACAÍNA/ROPIVACAÍNA a cada 6 ou 8hrs, fazendo um bloqueio interpleural que com os movimentos respiratórios 
do paciente vai se difundindo e bloqueando as regiões lesadas, bloqueando as emergências nervosas dos nervos intercostais e promovendo uma analgesia completa para a cavidade 
torácica do paciente, podendo ser utilizado em procedimentos como toracotomias associado a anti-inflamatório, dipirona ou baixas doses de tramadol. Também pode ser feito a 
implantação de um cateter peridural para IC de BUPICAVACAÍNA em concentrações analgésicas associadas ao FENTANIL OU MORFINA, incrementando a qualidade analgésica. Esse 
cateter é feito utilizando uma agulha específica, na qual introduzimos um cateter que deixamos implantados para a administração dos fármacos. Nesse tipo de bloqueios doses dos 
opióides são de 5 a 10x menor do que aquelas utilizadas pela via sistêmica IM/IV, limitando a absorção desses analgésicos e diminuindo os efeitos adversos (hipomotilidade, 
constipação, atonia gastrointestinal bovina e equina, timpanismo, cólica), mas a qualidade analgésica é muito eficiente. 
 
EXEMPLO: Em um paciente que precisará passar por uma mastectomia super-radical e extensa, o que fazer? Podemos fazer uma peridural com um alto volume que migre mais cranialmente e bloqueie não só a 
região de membros pélvicos e abdômen, mas também bloqueie tórax. Promover analgesia no pós-operatório através da implantação de um cateter peridural, podemos fazer bloqueios intercostais para bloquear 
a região de tórax, bloqueio infiltrativo pós incisional SEMPRE CALCULANDO A DOSE TÓXICA e infiltrando ambos os lados da incisão com bupivacaína/ropicavaína que duram até 8hrs. Assim a paciente vai se 
recuperar adequadamente e na hora que todos os analgésicos forem metabolizados e eliminados, o AL ainda vai estar conferindo bloqueio. Podemos utilizar também o REMIFENTANIL, que é 1000x mais potente 
que a morfina, sendo também mais potente que o fentanil e é um fármaco que independe de metabolização hepática, depende somente de estereases plasmáticas, mas é importante lembrar que esse fármaco 
quando utilizado em IC tem um período de latência ultra-curto (30seg) mas que assim que pararmos a infusão, nesses mesmos 30seg cessará seus efeitos analgésicos. 
EXEMPLO: Em um paciente que vai realizar uma orbitectomia (retirada do globo ocular) e também vai retirar uma massa tumoral que está invadindo tecido ósseo da órbita, o que podemos fazer? Pode ser 
realizado o bloqueio PERIBULBAR OU RETROBULBAR, e no pós-operatório podemos fazer a implantação de um dreno para fazer IC do AL no paciente, além de Meloxicam e dipirona, sendo receitado tramadol 
quando o paciente foi para casa. Manejar a dor do paciente adequadamente implica em menores usos de analgésicos quando o paciente recebe alta hospitalar, além dessa alta ser mais rápida, fornecendo 
conforto para o paciente e também para o tutor. 
EXEMPLO: Paciente foi picada por uma arranha marrom que causou uma necrose intensa de toda a face. Foi utilizado praticamente todas as classes farmacológicas para remover o quadro. Começou com 
MORFINA associada a CETAMINA com DIPIRONA e MELOXICAM, mas estava sendo insuficiente. Então foi utilizado IC de FENTANIL, LIDOCAÍNA E CETAMINA intercalando com doses de METADONA. Mesmo assim 
estava sendo insuficiente, utilizou-se doses baixas de DEXMEDETOMIDINA para tentar modular a percepção, insuficiente. Até que começou a utilizar fármacos ANTIDEPRESSIVOS TRICICLICOS para DOR CRÔNICA, 
que foi a única solução para dar um conforto maior e uma qualidade analgésica efetiva. Esse animal ficou internado por um mês. Ao ir pra casa foi receitado DIPIRONA e TRAMADOL, retornando a cada semana 
para fazer controle analgésico das dosagens e intervalos, ajustando e desmamando o paciente quando necessário. 
Então, sempre devemos utilizar um conceito de “escadinha”, nas dores leves associamos antiinflamatórios e analgésicos como DIPIRONA por exemplo, conforme o grau de estimulação dolorosa aumente, 
associamos outros fármacos como TRAMADOL, doses baixas de MORFINA (opióide fraco – moderado) e conforme vai subindo o nível de dor, associamos mais e mais fármacos. De mesmo modo, fazemos o 
caminho contrário, conforme a dor vai passando conseguimos reduzir aos poucos as doses dos fármacos, ir retirando os fármacos até que no final fique com o mínimo possível de fármacos nas menores doses 
 
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possíveis. Sempre ponderando a analgesia em relação aos efeitos adversos e vendo se realmente vale a pena e se é necessário continuar a utilizar aqueles fármacos ou se podemos substitui-los por outros. Caso 
o paciente fique por muito tempo tomando essas medicações, devemos avaliar os sistemas orgânicos através de exames para ver como o organismo dele está respondendo, se há alguma alteração que seja 
necessária intervir. A PRESCRIÇÃO MÉDICA não é uma receita de bolo, por isso a avaliação deve ser espécie-específica e de acordo com o procedimento realizado e em como o individuo está respondendo a ele. 
 
ANESTESIA EM EQUINOS 
Em relação a espécie equina, temos que ter algumas considerações muito importantes quanto a fisiologia dessa espécie, principalmente quando comaprada aos pequenos animais. Os equinos são mais utilizados 
para trabalho e esporte, então é uma espécie que demanda de uma capacidade metabólica mais elevada, principalmente de tecido muscular. São animais muito pesados e de maior porte, a demanda do trato 
respiratório, cardiovascular e energética para manter todos esses tecidos é muito elevada.
A principal particularidade referente a essa espécie está relacionada ao TGI, a principal complicação que os cavalos 
podem desenvolver é a cólica e 90-95 dos fármacos que se utilizam como sedativos/anestésicos/analgésicos promovem redução da motilidade gastrointestinal e pode desenvolver ou complicar o quadro de 
cólica. Essa espécie tem muita variação de tamanho, desde pôneis com 50kg a cavalos com ± 350kg, que é o que mais estamos acostumados (QM, MLM) ou de 800-1ton (Bretão). A anestesia de equinos é um 
grande desafio, principalmente por causa do risco anestésico. A mortalidade em equinos é de 1.9%, ou seja, a cada 100 cavalos anestesiados 2 vem à óbito. Isso está muito relacionado ao tamanho do paciente, 
sua fisiologia, da logística do procedimento e de outras patologias envolvidas. Desses 1.9%, 33% da mortalidade ocorre durante a estabilização e indução anestésica, 33 durante a manutenção anestésica e 33 
durante a recuperação anestésica, ou seja, durante todas as fases da anestesia temos muitos riscos e complicações, que devemos saber detectar e evitar. 
Dependendo da condição do paciente e do procedimento que ele deverá ser submetido, podemos ter maiores ou menores riscos e ponderar se há ou não necessidade de levar esse paciente à uma anestesia 
geral, que requer derrubamento por exemplo. Vários procedimentos são passíveis de serem realizados apenas com o paciente sedado, em estação dentro de um tronco, associado a técnicas de anestesia 
locorregional. Um paciente apenas sedado dentro do tronco tem menores riscos anestésicos, a anestesia geral envolve muito mais riscos para essa espécie. Procedimentos odontológicos simples, lacerações de 
pele, castrações a campo, principalmente em pacientes jovens e eletivos, com poucas alterações, são procedimentos passíveis de serem realizados apenas com o paciente sedado. Mas caso encontremos uma 
cirurgia de cólica, emergenciais e críticas, que é necessário expor muito mais o animal, devemos ponderar os riscos, pois não há como trazer segurança para o paciente caso esses procedimentos sejam 
realizados a campo, sendo necessário encaminhar esse animal para o centro cirúrgico para realizar essse procedimento sob anestesia geral, com maiores cuidados e eficácia. 
Para planejarmos a anestesia, devemos conhecer o animal e o procedimento que será realizando, ponderado se é um procedimento possível de ser realizado em estação ou se é necessário levar o paciente à 
decúbito e fazer uma indução anestésica. Caso o procedimento seja realizado a campo, devemos escolher muito bem o local; em caso de cirurgias em estação o ideal é que se tenha um tronco adequado para 
contenção, pois por mais que o paciente esteja seado, ao ser manipulado ele pode começar a escorar no tronco, se movimentar, trocar de apoios ou ainda, caso não esteja muito bem sedado, pode reagir a 
nossa manipulação com coices e mordidas. Se é preciso fazer uma indução anestésica a campo (precisar derrubar o cavalo), é ideal que seja em campo aberto, com grama fofa (vamos derrubar um animal muito 
pesado, é ideal que tenha um “acolchoamento”), evitar a proximidade com cercas, buracos e pedras. Por exemplo, durante a recuperação anestésica o paciente pode voltar atáxico e incoordenado, desorientado 
e se ele resolve ir em direção a alguma cerca/buraco, dificilmente alguém o segurará, trazendo riscos para a pessoa que está manipulando e para o paciente. Além disso, é necessário planejar-se quando a 
previsão do tempo para evitar complicações como chuvas inesperadas, entardecer/anoitecer e dificultar a visibilidade. 
Em relação ao paciente, no momento da escolha do protocolo, devemos ponderar: 
 RAÇA: Algumas raças como PSI são mais energéticas e agitadas e outras raças como MLM são mais calmas e dóceis, facilitando o manejo. 
 IDADE: Animais mais velhos tendem a ser mais calmos pois já estão acostumados ao manejo diário. 
 SEXO: Animais inteiros, principalmente garanhões, são mais difíceis de manejar e necessitam maiores dores de tranquilizantes/sedativos. 
 HISTÓRICO CLÍNICO: É o principal entrave quando se trabalha com essa espécie, pois recebem o manejo de muitas pessoas diferentes (tratadores/proprietários/veterinários), muitas vezes são trazidos por 
alguém sem maiores informações (motorista do caminhão). A pessoa ideal para adquirirmos informações sobre o animal é o tratador. O ideal, é que caso a situação seja grave, que ligue para fazenda, 
veterinário, tratador em busca de informações quanto aos tratamentos que o animal já recebeu, quais analgésicos e sedativos, se passou por fluidoterapia, para definirmos nossa conduta anestésica. Se 
possível, devemos pedir exames (hemograma, bioquímica, gasometria arterial), que são fundamentais para determinar a sanidade e condição do paciente naquele momento. Mas na prática isso é muito 
limitado, principalmente em procedimentos a campo ou proprietários com limitações financeiras. Deve ser feito pelo menos o hematócrito, que vai interferir na hemoglobina, medindo a capacidade de 
transporte de oxigênio das hemácias; e proteína plasmática total (PPT), que o somatório das globulinas com a albumina. Se o paciente tiver uma baixa fração de albumina, a fração livre do fármaco 
aumenta, consequentemente os efeitos adversos são mais pronunciados. Associado a isso, devemos realizar um exame físico adequado para efetivamente saber a condição física do paciente, com 
ausculta cardíaca, pulmonar e principalmente intestinal. 
 
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 AVALIAÇÃO EXTERNA: Por exemplo, um paciente com secreções na via área superior indica que devemos focar nosso exame clínico no trato respiratório. Nesse paciente é mais seguro/indicado uma 
anestesia geral ou a realização do procedimento apenas com sedação associada a uma anestesia locorregional. Se realizamos um bom exame clínico é possível ponderar se o paciente tem condições de 
ser submetido a uma anestesia geral ou se é mais seguro realizar o procedimento apenas com sedação 
 ESCORE CORPORAL: Teoricamente, um animal mais magro terá menos proteína plasmática do que um animal obeso ou normal. A fração de albumina no paciente magro estará reduzida, 
consequentemente as doses que utilizarmos deverão ser reduzidas. Então por exemplo, no lugar de fazer 1mg/kg de XILAZINA que faríamos em um paciente saudável, no debilitados faremos 0,4 – 
0,5mg/kg. A fração livre do fármaco será maior, consequentemente os efeitos serão mais evidenciados se utilizarmos a dose normal. O metabolismo de pacientes menores, como pôneis, geralmente é 
mais elevado do que de pacientes maiores, como Clydesdale. 
O protocolo anestésico deve ser baseado no conceito de ANESTESIA BALANCEADA, associados diferentes fármacos e técnicas para termos maior segurança, menores efeitos adversos. Devemos dar preferência 
para fármacos que possuem antagonistas para que seja possível induzir uma recuperação mais rápida e para fármacos que tenham efeito previsível, assim em poucos minutos já teremos uma sedação efetiva e 
uma indução tranquila e rápida, para que não se tenha tanto risco de variação individual. 
O preparo do paciente começa a após a avaliação clínica, estabelencendo JEJUM ALIMENTAR. O jejum sólido para cavalos adultos é de 8hrs. O jejum liquido não deve passar de 2hrs porque o esvaziamento 
gástrico, principalmente de líquidos, é de até 3hrs para a espécie equina. Potros e neonatos (45 – 60 dias) devem mamar normalmente e após 2hrs podemos realizar o procedimento anestésico. Isso porque a 
reserva de glicogênio nesses pacientes mais jovens é reduzida, então o risco de hipoglicemia é aumentado. 
Procedimentos realizados com os animas em estação, ou seja, apenas sedados, a sedação pode ser feita através de bôlus, em uma única administração, em procedimentos que vão durar o tempo de ação do 
fármaco utilizado, ou para procedimentos prolongados devemos instituir IC (se fizermos vários bôlus a medida
que o paciente for precisando, ele vai ficar constatemente sedando e recuperando, o que causa 
muitas alterações fisiológicas). As principais indicações para os procedimentos em estação são as castrações, laparatomias pelo flanco, lacerações dele, procedimentos odontológicos ou quaisquer outros 
procedimentos em que seja suficiente apenas sedação, lembrando sempre de associar técnicas de anestesia locorregional para que quando seja feita a estimulação da área manipulada, esse estímulo seja 
bloqueado e não seja transmitido para o SNC. A primeira coisa a ser pensada é REALIZAR O ACESSO VENOSO, principalmente em procedimentos a campo em que o cirurgião é o anestesista, então estará todo 
paramentado e terá que pedir ao peão para realizar a sedação caso seja necessário fornecer mais fármacos para o paciente. Além disso, esse acesso pode ser usado para IC, estabilizar o paciente, reidratar, fazer 
transfusões sanguíneas, o que for necessário. Sempre que possível, devemos realizar todos os sedativos na espécie equina pela via IV, que tem menor período de latência e efeito mais previsível, tornando o 
procedimento mais rápido e eficaz. O cavalo é muito mais tolerando a manipulação do que outras espécies, facilitando a manipulação e nosso trabalho. 
A principal CLASSE FARMACOLÓGICA utilizada em equinos são os alfa-2-adrenérgicos. Os mais utilizados no Brasil são a XILAZINA e a DETOMIDINA. Os efeitos dessa classe são evidenciados com o abaixamento 
de cabeça, ptose palpebral e labial (olhos e lábios ficam tão relaxados que caem), ataxia e incoordenação, abrir quadrilátero de apoio, se apoiar nas tábuas caso esteja dentro do tronco. Esses fármacos 
promovem principalmente analgesia visceral e possuem uma grande vantagem de terem ANTAGONISTAS, que é a IOIMBINA na dose de 0,15 – 0,2mg/kg, que consegue reverter tantos os efeitos da Xilazina 
quanto da Detomidina e o paciente recupera mais rapidamente sua função. Quanto mais sedado o cavalo estiver, menor é a distância focinho/lábio dele em relação ao solo. NÃO DEVEMOS CONFUNDIR 
SEDAÇÃO EVIDENTE COM SEDAÇÃO SUFICIENTE. Não é adequado realizar um procedimento em um animal extremamente atáxico que busca apoio dentro do tronco, ele pode escorregar e cair dentro do tronco. 
A FC basal de um cavalo é de ± 48-46bpm, é assim tão baixa porque quem lentifica a condução elétrica do coração é o nervo vago e o tônus vagal da espécie equina é mais acentuada, liberando mais acetilcolina 
e lentificando a frequência. Já que é uma espécie que trabalha com frequências menores, as bradicardias e bradiarritmias tem menor incidência ou são menos evidenciadas quando utilizamos essa classe 
farmacológica. Mas os quadros de hipertensão seguidos de hipotensão acontecem. É clássico vermos um cavalo com sudorese, hiperglicemia e diurese, que são efeitos esperados desses fármacos. As doses de 
XILAZINA para utilizar com bôlus, ou seja, como sedação, variam de 0,3 – 1,0mg/kg, com período de latência de ± 5min e tempo de duração dessa sedação é de até 30-35min. Já a DETOMIDINA tem efeito 
sedativo mais pronunciado quanto comparado a XILAZINA, as doses variam de 5 – 20mcg/kg, também por via IV, a latência aumenta um pouco indo até 10min e o tempo de duração é de 45-50min. Em 
procedimentos mais rápidos dá-se preferencia à XILAZINA, em procedimentos que vão demorar mais tempo podemos utilizar a DETOMIDINA. Caso o animal seja muito arredio podemos utilizar esses fármacos 
via IM, aumentando a dose máxima em 50%, porque a absorção é extremamente variável, então não sabemos se vai sedar muito ou pouco por essa via. Se tiver trabalhando com muares, mesmo pela via IV são 
mais resistentes, então aumentamos em 50 as doses que utilizaríamos em cavalos. Caso estejamos realizando um procedimento que durou mais do que o esperado, podemos readministrar conforme a 
necessidade 1/3 da dose do alfa-2 utilizado para prolongar em ± 15 – 20min o tempo de sedação. Se sabemos que o procedimento durará mais tempo, o ideal é instituir uma IC, fazendo um bôlus inicial do alfa-2 
e instituindo uma taxa de IC de 0,5 – 1mg/kg/h para XILAZINA e de 5 – 20mcg/kg/h de DETOMIDINA. 
Quando realizamos um procedimento em estação dentro do tronco devemos ter alguns cuidados como colocar vendas nos olhos e algodão/gaze (lembrar de tirar depois) nas orelhas do paciente para diminuir 
os estímulos visuais e sonoros e preferencialmente colocar um suporte para a cabeça do paciente porque a tendência é que com a sedação ele abaixe a cabeça nas tábuas do tronco, que pode levar a 
compressão da traquéia e como o paciente está asfixiado ele pode não perceber e quase asfixiar, tomar um susto, reagir e pode cair dentro do tronco. Se for deixar o animal cabresteado, colocar algumas 
 
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compressas pelo menos na porção lateral das cordas para que não haja compressão da inervação facial, que pode ser irreversível. Em um paciente com bloqueio local não se pode estimular o paciente fora da 
área de bloqueio, como para fazer uma aplicação IM, o animal poderá reagir. 
Outros fármacos que podemos utilizar como sedativos são os FENOTIAZINICOS, como o ACEPRAM. A ACEPROMAZINA não tem um efeito sedativo tão evidente quando os alfa-2 nessa espécie, são basicamente 
utilizados para fazer uma tranquilização prévia ao uso dos alfa-2 ou para transporte. São tranquilizantes. Promovem mínima ataxia e incoordenação. Podem ser utilizados na mãe quando há necessidade de 
realizar algum procedimento no potro para que ela não fique ansiosa e agitada. Potencializam muito a qualidade e o tempo de sedação dos alfa-2, permitindo reduzir a dose dos dois. Os fenotiazinicos NÃO 
PROMOVEM ANALGESIA, então devemos associar com algum analgésico. Os principais efeitos adversos são vasodilatação, hipotensão duradoura, exposição peniana, redução do valor do hematócrito. Então em 
animais com escore corporal baixo, anêmico, hipovolêmico, desidratado e garanhões devemos ponderar/evitar a utilização desses fármacos. As doses de acepromazina são de 0,03 – 0,1mg/kg via IV/IM. Pela IM 
a latência é de até 50min. A ACEPROMAZINA tem um efeito ansiolítico muito interessante então dependendo da situação e do animal (animais agitados/arredios) podemos fazer acepram IM para que ela 
permita a manipulação e a punção da jugular por exemplo, para a administração dos outros fármacos. 
Caso seja necessário promover analgesia no paciente ou maximizar os efeitos sedativos tanto dos alfa-2 quanto dos fenotiazínicos, a melhor opção é associar aos OPIÓIDES, promovendo uma 
NEUROLEPTOANALGESIA. O fármaco mais comumente utilizado é o BUTORFANOL, que é um fármaco receptor kappa e antagonista mi, ou seja, promove uma excelente analgesia visceral, incrementando muito 
a sedação, principalmente dos alfa-2 adrenérgicos. Quando essa associação é feita com o BUTORFANOL, o grau de ataxia e incoordenação é muito evidente, devendo ter cuidado, então no lugar de utilizarmos 
10 – 15mcg/kg de DETOMIDINA, fazemos 8 – 10mcg/kg, tendo um efeito benéfico de analgesia e de menor incoordenação. As doses de BUTORFANOL variam de 0,02 – 0,06mg/kg IV, com duração de analgesia 
de até 2hrs (dura pouco, por isso não é tão interessante utilizarmos como analgesia pós-operatória, a cada 2hrs teria que readministrar, sendo inviável principalmente economicamente). 
Como utilizamos basicamente a via IV para administração dos fármacos, não necessariamente temos que começar com doses mais altas, podemos fazer menores doses e esperar alguns minutos para avaliar o 
animal, titulando o grau de sedação conforme a necessidade, caso preciso faz mais um pouco de fármaco. Essa é a grande vantagem de utilização da via IV, que tem esse efeito mais previsível, podendo começar 
com doses menores e ir suplementando conforme a necessidade. Dá-se preferencia para OPIÓIDES MI TOTAIS como a MORFINA E METADONA, nas doses de 0,1 – 0,3mg/kg. São fármacos que quando 
comparados ao BUTORFANOL, reduzem
muito mais motilidade gastrointestinal, mas promovem muito menos ataxia do que o butorfanol se associados aos alfa-2. Promovem analgesia por até 6hrs, podendo ser 
utilizados como analgesia pós-operatória no paciente. São mais baratos, facilitando seu uso. Principalmente em cavalos adultos, os opióides mi-totais (MORFINA, MEPERIDINA, METADONA, FENTANIL) 
estimulam o SNC, aumentando a atividade locomota do cavalo, o paciente parece menos sedado, mas fica menos reativo, fica mais tolerante ao manuseio. Isso promove uma sedação interessante porque o 
cavalo fica mais estável, menos atáxico dentro do tronco, permitindo uma melhor realização do procedimento. Os principais entraves para se utilizar esse tipo de medicação é que reduz muito motilidade 
gastrointestinal, então em procedimentos a campo, temos que avisar o proprietário para reintroduzir a alimentação pra ele com ponta de capim e feno molhado depois de umas 4hrs, não pode deixá-lo comer 
ração, não pode liberar para o pasto. No outro dia pode introduzir gradualmente a quantidade de ração pra ele. O ideal é que o veterinário ou alguém vá monitorando a motilidade desse paciente no pós-
operatório, porque caso reduza ou pare, é possível diagnósticar antecipadamente e intervir para que não ocorra cólica. Um estudo demonstrou que equinos tratados durante o trans e pós-operatório com 
opióides tem menores riscos de ter recidivas de cólicas durante o período do tratamento e menor tempo de internação, porque uma analgesia controlada promove ao paciente menor imunossupressão, menor 
risco de propensão a infecção, o paciente volta a se alimentar mais rápido porque não tem tanto desconforto. Monitorar por pelo menos 12hrs após o término da última dose. Os opióides podem ter alguns 
efeitos adversos, principalmente os mi totais, de aumento da atividade motora do SNC, causando movimentos estereotipados. 
A principal classe farmacológica que a gente utiliza para fazer indução ou manutenção anestésica durante procedimentos a campo são os DISSOCIATIVOS, que atuam bloqueando os NMDA, estimulando o 
sistema cardiovascular (aumentando DC, FC e PA), estimula o sistema respiratório, preserva reflexos protetores. Mas tanto a CETAMINA quando TILETAMINA promovem intensa espamicidade e rigidez muscular, 
ou seja, pra pelo menos bloquear ou atenuar esses efeitos de rigidez muscular podemos associar BENZODIAZEPINICOS ou ALFA-2. Então o passo-a-passo, tem que sedar bem o cavalo, utilizar FENOTIAZINICO, 
ALFA-2, associando ou não a um OPIÓIDE na MPA e como doses indutoras, a CETAMINA usa-se em doses de 2 – 3mg/kg via IV, tem uma latência de 1-2min. A indução anestésica com os dissociativos ou com 
qualquer outro fármaco, principalmente em cavalos adultos, vamos fazer o fármaco lentamente, testando os reflexos protetores do paciente. O paciente vai relaxando, abaixando a cabeça, perdendo reflexo 
palpebral lateral, medial e rotacionando o globo. A indução anestésica em equinos tem uma dose única e latência leva 1-2min, aplicando CETAMINA junto com DIAZEPAM, MIDAZOLAM com ALFA-2, temos que 
respeitar o período de latência, não tendo necessidade de ficar fazendo mais administrações. A TILETAMINA-ZOLAZEPAM, que é ZOLETIL ou TELAZOL, pode ser usado como indutor na espécie equina, mas o 
problema é que a metabolização do BENZODIAZEPINICO é muito lenta na espécie equina, então a tendência da recuperação com essa associação é que o cavalo levante muito atáxico e incoordenado, ou seja, as 
recuperações anestésicas dessa associação são piores do que associar CETAMINA com MIDAZOLAM ou CETAMINA e DIAZEPAM. São associados que promovem um tempo de decúbito/insconsciência de mais ou 
menos de 30-35min. Caso tenha que prolongar o procedimento pode readminstrar 1/4 ou 1/3 da associação inicial para prolongar mais 10-20min, conforme a necessidade. 
Outro fármaco que podemos utilizar como indutor e manutenção anestésica é o TIOPENTAL, que é um fármaco que atua no receptor gaba, aumentando a afinidade pelo principal neurotransmissor inibitório do 
SNC, que é o gaba, que promove intenso relaxamento muscular e intensa depressão cardiorrespiratória. É um fármaco que promove ± 30-35% dos equinos uma apnéia transitória de 2-3min. Se utilizarmos no 
 
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campo, em que não temos traqueotubo e não tem oxigênio para suplementar, devemos ter cuidado com as doses que utilizamos para evitar a apnéia. As doses são de 5-7mg/kg. Esse fármaco tem um pH 
extremamente alcalino, devendo ser feito exclusivamente pela via IV (se administrado fora da veia causa necrose), devemos sempre conferir o acesso antes de administrar. Se o procedimento for longo, 
passando de 4º-45min podemos utilizar IC na anestesia geral IV no campo, para termos efeitos mais estáveis e trazer maior segurança ao procedimento. Um dos fármacos mais utilizados para fazer esse tipo de 
manutenção é o EGG (Èter Gliceril Guaiacol), utilizado nas concentrações de 5-10%. Nunca utilizar em concentrações >10%, porque promove flebite e hemólise. É um miorrelaxante de ação central, promovendo 
depressão cardiorrespiratória leve. A dose indutora vai de 50-100mg/kg e a manutenção é de 100-200mg/kg/h. Também possui pH alcalino e não deve ser feito extra-vascular (necrose). Se utilizado de maneira 
isolada, não promove tanto miorrelaxamento e analgesia. Busca-se utilizar associado a outros fármacos como os dissociativos (principalmente CETAMINA) e alfa-2, ou seja, vamos utilizar IC desses 3 fármacos 
para manutenção. Então por exemplo, para diluirmos o EGG a 10% em um RL 500ml, utilizamos a fórmula CONCENTRAÇÃO=SOLUTO÷SOLVENTE, então 10% de ECG são 100mg/ml, o soluto é o que se quer 
descobrir e o solvente é o RL 500ml, portanto X=50.000mg =50g de EGG (Cada 1g são 1000mg). Para diluirmos, o ideal é dispor de um Becker estéril, abrindo o RL e colocando ± 200ml no Becker, coloca-se a 
ponta do equipo dentro do Becker, coloca o RL no chão e abre o equipo, o liquido volta por gravidade. Na fazenda, podemos improvisar com uma panela e um vidrinho limpo, colocando o soro em banho maria e 
esperando aquecer, acrescendo aos poucos o EGG e diluindo. Depois disso, diluímos a CETAMINA, em cada frasco a concentração inicial de 10% e devemos diluir a 2% em um RL 500ml, utilizamos a formula de 
Vi.Ci=Vf.Cf, então CI é a cetamina 100mg/ml (10%), Vi é o que se quer descobrir, ou seja, quanto de cetamina concentrada tem que retirar do frasquinho para colocar dentro do RL 500ml. Portando, 
Vix100=2x500, então são 10ml de cetamina 10% retirados do frasco e acrescentados no RL que já contem EGG 10%. O alfa-2 é XILAZINA ou DETOMIDINA, de acordo com suas concentrações. Dessa solução final 
fazemos IC (DRIPLE DRIP – GOTEJAMENTO TRIPLO), infundimos 1-2ml/kg/h. Esse tipo de anestesia é indicado para procedimentos de até 1:30h. Nessas associações, 
difilmente o cavalo ficará hipotenso (a não ser que esteja muito aprofundado), porque vamos estar infundindo EGG, cetamina (que tem efeito simpatomimético, 
estimulando FC, DC e PA), já o alfa-2 tem um quadro de hipertensão seguida de hipotensão, mas isso só ocorre quando feito em uma única administração. Mas não 
necessariamente porque o paciente vai estar com uma PA elevada que ele vai estar perfundindo adequadamente todos os tecidos. Em casos de decúbito, a musculatura 
em contato com o chão vai estar sendo comprimida pelo peso do animal e quantidade de sangue que chega até esses tecidos é diminuída, diminuindo também a oferta 
de oxigênio, então essas áreas vão estar sendo hipoperfundidas. Além disso, toda a massa visceral dele vai comprimir o diafragma, que vai comprimir o pulmão, então a 
mecânica ventilatória do paciente, a capacidade de trocas gasosas está comprometida, podendo levar a quadros de hipoxemia e hipoventilação, principalmente se o 
animal estiver em decúbito dorsal (porque os lóbulos dorsais do pulmão do cavalo são muito maiores do que os ventrais, então em decúbito
0,07 a 0,1mg/kg IV (titulando). 1/26 da dose do DIAZEPAM e 1/13 da dose de MIDAZOLAM. 
EFEITOS ADVERSOS - Excitação em paciente hígido se usado isoladamente (efeito paradoxal). Promove relaxamento muscular. Tem efeito anticonvulsivante (aumenta limiar consulsivo). 
- Não tem propriedades analgésicas 
- Quando associado a um fármaco que promove depressão respiratória, acentua esses efeitos. 
CONTRA 
INDICAÇÕES 
- Hepatopatas, desnutridos, hipoproteinemicos: alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas, principalmente albumina, metabolização hepática. 
- Depressão fetal/neonatal: ultrapassam barreira hematoencefálica e barreira transplacentária, sistema microssomal imaturo. 
INDICAÇÕES - Sedação (associado) e miorrelaxamento. 
 
 
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ALFA-2 ADRENÉRGICOS 
CARACTERÍSTICAS Classe mais utilizada. Tem efeito sedativo pronunciado, animal fica extremamente tranquilizado/relaxado, de maneira dose dependende, tanto em cães quanto em gatos. 
Consequentemente, quanto mais aumenta a dose, mais pronunciado os efeitos adversos. 
REPRESENTANTES XILAZINA: 160/1 p/ especificidade alfa-2 adrenérgico (efeito analgésico e sedativo). Efeito hipertensor seguido de hipotensão mais visto. 
Dose 0,2 – 0,5mg/kg IV, IM. Latência de 1-3 minutos. Duração de 20-40 minutos. 
Antagonista: IOMBINA dose 0,1 a 0,15mg/kg IV, IM titulando 
 DETOMIDINA: 260/1 p/ especificidade alfa-2-adrenérgico 
DEXMEDETOMIDINA: 1620/1 p/ especificidade alfa-2 adrenérgico, possui efeitos adversos menos intensos. 
Dose de 1 a 15mcg/kg IV, IM, intranasal. Latência de 2-5 minutos. Sedação não é tão consistente. 
Antagonista: ATIPAMEZOLE dose 0,05 a 0,2mg/kg IV, IM ou exatamente a mesma dose de DEX. 
MECANISMO DE 
AÇÃO 
Bloqueio da fibra pós-sináptica e pré-sináptica, diminuindo a liberação de noradrenalina e sua inteiração com o neurônio, reduzindo a condução elétrica e sedando o paciente. Paciente 
não consegue responder aos estímulos, está alheio ao ambiente. Inicialmente, há uma estimulação da liberação de catecolaminas e depois um bloqueio, promovendo um efeito bifásico 
de estimulação inicial e depois sedação. 
EFEITOS DESEJÁVEIS - Sedação pronunciada dose dependente, sedando bem cães e gatos. 
- Também promove analgesia, mas basicamente visceral. 
- Miorrelaxamento muito intenso. 
- Sinergismo com anestésicos e analgésicos, conseguindo reduzir em até 70% a dose dos anestésicos gerais. 
- Possui antagonista. Revertem todos os efeitos, incluindo analgesia. 
EFEITOS ADVERSOS - Cardiovascular: hipertensão seguida de hipotensão, pois inicialmente estimula a liberação de catecolaminas e pós-feedback negativo, bloqueia os receptores (hipertensão transitória 
ou efeito bifásico na PA, mais observado na Xilazina). ↓FC e velocidade de condução, predispondo o paciente a bradiarritmias, bradicardias, BAV 1° e 2°. ↓DC, ↓O² (trata com 
anticolinérgicos) 
- Respiratório: depressão respiratória intensa, tendo comprometimento do volume minuto e da frequência respiratória, consequentemente o paciente pode ficar hipoxêmico. 
- Pode promover o vômito, evitar em ↑PIC e ↑PIO e alteração de TGI. 
- Hiperglicemiante: evitar em diabéticos. 
- Inibição do ADH, aumentando a micção (cuidado em paciente hipovolêmico e desidratado). 
- Aumento da tonicidade uterina (pode promover aborto, principalmente em vacas). 
CONTRA 
INDICAÇÕES 
- Desidratação, hemorragia, choque, cardiopatas graves (↓FC, ↓DC e ↓O², agrava o quadro). 
- Pacientes de risco e debilitados. 
- Situações onde o vômito seja contra indicado. 
INDICAÇÕES - Contenção de animais indóceis (em pacientes muito estressados vai haver uma grande quantidade de catecolaminas circulantes, diminuindo a eficácia do protocolo sedativo por 
competição aos receptores). Coelhos e suínos são muito estressados, não vale a pena usar. 
- Efeito rebote: paciente não seda, dá mais dose, não seda, dá mais dose, quando cai, cai de uma vez. 
- Requerimento de maior relaxamento. 
- Analgesia complementar trans e pós-operatório. 
 
 
 
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ANTICOLINÉRGICOS 
CARACTERÍSTICAS São antagonistas competitivos da acetilcolina, principalmente nos receptores muscarínicos. São componentes químicos derivados da planta Atropa Belladona. Bloqueio da acetilcolina. 
REPRESENTANTES ATROPINA: Dose de 0,02 – 0,044mg/kg IV, IM, SC. Latência de 3 minutos. 
 ESCOPOLAMINA/HIOSCINA: Dose de 0,2mg/kg IV, IM 
MECANISMO DE 
AÇÃO 
Antagoniza a aceticolina nos receptores muscarísnicos pós-ganglionares. 
EFEITOS DESEJÁVEIS - Reduz a produção de secreções salivares e lacrimal. A saliva fica espessa e viscosa (pode acumular na cavidade oral e promover asfixia). 
- Promove midríase e broncodilatação. 
- Reduz motilidade, previne vômito e diarreia. 
- ↑FC, previnindo e tratando bradicardias. 
- Broncodilatação intensa (aumento do espaço morto anatômico). 
EFEITOS ADVERSOS - Promove taquicardias por 5-15 minutos. Pode induzir taquiarritmias ou até mesmo infarto do miocárdio. 
- Pode promover sonolência, principalmente a Hioscina (atravessa barreira hematoencefálica). 
- Excitação/intraqualidade (atropina) quando feita aplicação rápida. 
CONTRA 
INDICAÇÕES 
- Pacientes taquicardicos, com ↑FC. 
- Hipertensão. 
INDICAÇÕES - Tratamento de bradiarritmias já presentes. 
- Reduzir secreções, principalmente em cirurgias oftálmicas (midríase). 
- Contrabalancear os efeitos de outros fármacos, pois promovem ↑FC. 
 
 
 
OPIÓIDES: São os principais fármacos utilizados na rotina e de maior aplicabilidade. Derivam naturalmente da Papoula ou são sintetizados (opiáceos). São hipnoanalgésicos (induzem sono artificial). Produzem 
anagelsia e tranquilização, principalmente em cães. São muito utilizados no controle da dor aguda e em procedimentos cirúrgicos. Elevam o limiar sedativo de outros fármacos. Atuam em diferentes receptores 
no SNC, sendo os receptores mi os principais ligados à analgesia (os fármacos com mais afinidade a esses receptores promovem melhor qualidade analgésica), porém também está ligado a maioria dos efeitos 
adversos como euforia, disforia, depressão cardiovascular e respiratória. Alguns opióides tem preferência por receptores kappa, que produzem analgesia de menor qualidade em relação aos receptores mi, mas 
tem menores efeitos adversos. A analgesia desses fármacos vai ser estabelecida tanto no SNC no encéfalo, como na medula espinhal e em alguns pontos de periferia. Elevam o potencial das fibras nervosas 
aumentando o influxo de K+ e reduzindo a condução de Ca++, hiperpolarizando as células e evitando a condução nervosa e a propagação do estimulo doloroso. Existem fármacos agonistas parciais, que atuam 
parcialmente nos receptores mi causando uma analgesia inferior; agonistas antagonistas que são agonistas kappa e antagonistas mi, promovendo analgesia discreta e leve, mas sem depressão 
cardiorrespiratória intensa; e agonistas totais, que são fármacos que vão estimular efetivamente 100% dos receptores mi. Quanto mais seletivo para mi, maior o tempo de duração e a intensidade, melhor é a 
analgesia que se produz no paciente. Os agonistas totais são os fármacos de maior eficácia analgésica. Um antagonista total pode ser utilizado para reverter os efeitos depressores de agonista total, porém vai 
reverter também a analgesia. Um agonista antagonista vai reverter os efeitos depressores e manter uma analgesia moderada. 
 
 
 
 
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EFEITOS DESEJÁVEIS: 
 
FÁRMACOS: RECEPTORES: TEMPO DE AÇÃO E DOSES: CARACTERÍSTICAS: 
- Analgesia e sedação, princpalmente em cães. 
Gatos e cavalos podem excitar se usado 
isoladamente. Diminuem o requerimento de 
anestésico geral, modulando o estímulo 
doloroso durante a cirurgia. 
- Podem ser administrados em pacientes de 
risco e debilitados (ajuste da dose).
dorsal a menor que vai 
estar sendo ventilada é a ventral), podendo levar também a áreas de atalectasia. O decúbito dorsal é o pior decúbito para o cavalo ventilar, principalmente de maneira 
espontânea. 
Outros cuidados que devemos ter a campo é tentar selecionar gramados mais altos e planos ou levar algum colchão para o momento de recuperação anestésica, evitando lesões no paciente. Quando 
colocarmos o paciente em decúbito lateral, os membros que estiverem dependentes (em contato com o solo), principalmente membros torácicos, devem ser tracionados cranialmente porque a principal 
inervação que passa na porção medial do MT é o nervo radial e toda a compressão muscular causada pelo peso do paciente pode levar a neuropatias irreversíveis. Procurar estender o máximo possível a cabeça 
do paciente, colocando por baixo do focinho e acima dos olhos toalhas e panos (evitar lesões musculares e de córnea). Podemos improvisar um campo cirúrgico, coloando uma lona embaixo do paciente para ele 
não aspire sujidades durante a respiração, colocar sacos de ração para acolchoamento e decúbito dorsal. 
Para monitorarmos a inconsciência, devemos observar se os reflexos palpebrais laterais e mediais vão estar presentes, mas reduzidos. O reflexo corneal sempre vai estar presente (palpa-se gentilmente a córnea 
do animal, que vai dar uma piscadinha em resposta). O nistagmo (movimentação horizontal do globo ocular) preferencialmente deve estar, um nistagmo leve pode estar presente na anestesia dissociativa (é a 
única situação que se pode ter). Vai estar presente algum lacrimejamento. Para determinarmos o grau de relaxamento e inconsciência do paciente associado as alterações dos reflexos protetores, utilizamos 
também os movimentos respiratórios. Podemos utilizar uma monitoração anestésica mais invasiva e precisa caso necessário. Avaliar ausculta cardíada, padrão respiratório pela movimentação do gradil costal, 
medição de PA. Como são animais grandes, consegue-se canular a artéria transversa, que é calibrosa, ou a artéria facial, conectando a um manômetro de pressão ou a um manômetro aneroide (que avalia PAM). 
A PAM MÍNIMA DE EQUINOS É DE 70MMHG. 
Para trazermos mais segurança e estabilidade para o procedimento e paciente podemos fazer algumas manobras de estabilização com manutenção da anestesia, mesmo no campo. Devemos instituir 
fluidoterapia, com taxa de manutenção de 3-5ml/kg/h para procedimentos eletivos dos cristaloides. Para oxigenioterapia, podemos levar um cilindo de O² e colocar uma cânula nasal no paciente, fornecer de 5-
10l/min para suplementar O², aumentando a fração inspirada e reduzindo o risco de regiões hipoxêmicas, principalmente em musculatura. Levar inotrópicos, vasopressores e antagonistas. 
No momento da recuperação anestésica é preciso saber se o paciente está em condições suficientes de se levantar. Para isso, o animal não deve apresentar nistagmo (principal característica do segundo estágio 
da anestesia – euforia). Deve demonstrar força muscular e movimentação suficiente, sendo capaz de se levantar e se manter em estação. Então mantemos o cavalo em decúbito lateral e contemos fisicamente o 
máximo que puder. Podemos deixa-lo levantar sozinho ou assistido por cordas. Uma pessoa segura uma corda presa na cauda e outra pessoa a corda presa ao cabresto. O equilíbrio do cavalo é tanto na cabeça 
quanto na cauda, devendo fazer um equilíbrio de forças. O cavalo deve levantar lançando primeiro os membros torácicos e depois os membros pélvicos, então caso tente se levantar de um modo diferente 
 
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disso, não podemos deixar pois ainda não é a hora. Se ele quiser ficar um pouco em decúbito esternal primeiro é melhor para que ele se situe. Se ele estiver muito preguiçoso, podemos estimulando puxando o 
cabresto ou esticando os membros torácicos. 
Caso os procedimentos que se for exijam maior complexidade ou tempo de realizado, como uma cirurgia de >4hrs, o ideal é encaminhar o animal para um centro cirúrgico e que se realize a manutenção 
anestésica através da anestesia inalatória, porque todos aqueles fármacos (EGG, ALFA-2, CETAMINA) são metabolizados exclusivamente no fígado, então se tivermos que manter um cavalo anestesiado com essa 
associação por 3-6hrs, o tempo de recureção vai ser de 2-6hrs, porque vai acumular tanto fármaco que vai prolongar o tempo de recuperação. Nesses procedimentos mais complexos e de longa duração, o ideal 
é que haja suporte de ventilação, monitoração mais invasiva e intensa, utilização de fármacos que não necessitem de tanta metabolização, que são os anestésicos inalatórios. A conduta é a mesma, se faz uma 
sedação consistente na MPA e os fármacos indutores (CETAMINA + BENZODIAZEPÍNICOS + EGG ou EGG + CETAMINA ou TIOPENTAL) e intuba o paciente. Para intubar, é preciso ter alguns cuidados. Deve-se lavar 
a cavidade oral do cavalo porque corremos o risco de levar alguma sujidade da boca para dentro do trato respiratório, podendo levar a uma broncopneumonia. Existem alguns entraves durante a intubação 
ototraqueal dos cavalos quando comparado aos pequenos animais, porque a articulação temperomandibular deles é mais limitada, não permitindo tanta abertura da boca. Deve-se colocar um laringo para ver a 
epiglote e passar o traqueotubo em pequenos animais, em cavalos a intubação é feita às cegas. 
È preciso conhecer a sala de indução. O ideal é que ela seja toda acolchoada, em todas as suas laterais, porque na hora de induzir um cavalo, ele pode acabar se debatendo e pode bater a cabeça em algum local 
e se machucar. O cavalo devidamente sedado (lábio caído, pálpebra relaxada), com uma sala acolchoada ao redor, com o colchão adequadamente posicionado no chão para o momento em que ele for cair em 
decúbito lateral, não tem o risco de se machucar. O ideal é que a pessoa que estiver segurando a cabeça do animal, conforme ele for relaxando, empurre a cabeça para trás para que o animal sente, e então 
flexione a cabeça para o lado que você quer que ele deite. Quem está empurrando pela lateral, não precisa usar força, apenas direcionar o animal. Algumas pessoas preferem amarrar a base da cauda do cavalo 
nas argolas da baia de recuperação e cabeça também, porque durante a indução anestésica, se o animal passar para o segundo estágio da anestesia e ficar eufórico, agitado, travar as cordas, a tendência e é que 
ele vá em direção a parede e não machuque as pessoas que estão dentro da sala. No lugar de flexionar a cabeça do cavalo para ele sentar e depois deitar, algumas pessoas gostam de induzir o decúbito esternal 
primeiro. Existem vários métodos que podem levar o paciente a decúbito, a questão é saber qual método se adequa mais ao que você quer e qual a sua equipe é mais treinada em realizar. 
A latência da indução anestésica é até 2 minutos, o cavalo começa a ficar ataxico, incoordenado. Conforme vai relaxando, a tendência é deitar. Então deve-se ter umas 2, 3 pessoas pra dar direção ao cavalo, que 
deve ser deitado devagar. Uma pessoa tem sempre que acompanhar o cabeça do cavalo, não pode soltar, se não vai cair igual no chão com muita força, e pode lesionar o olho, fraturar o seio nasal, etc. Há 
métodos mais seguros e mais eficazes, que é a utilização de cancelas de indução. Coloca o paciente lá dentro, a cancela/portão vai ser fechada. Tem uma argolinha na parede, que vai passar a corda na parede e 
voltar para o portão e durante a indução anestésica, conforme o paciente vai induzindo, relaxando, a tendência é sentar lá dentro, depois que ele sentou em decúbito esternal, abre o portão, traz ele pra 
decúbito lateral. No outro método tinha 3-4 pessoas pra conter o cavalo pra conter o cavalo na parede pra ele induzir e não se machucar, aqui tenho apenas 1 pessoa no portão segurando a corda já dá. Deitou 
lá dentro, relaxou bem devagar, vai abrir o portão, fazer a intubação orotraqueal do paciente. Pode-se fazer a intubação
dele em decúbito esternal, em caso de um paciente com cólica que está com uma sonda 
nasogástrica. Por mais que tenham drenado conteúdo do estômago, o risco de levar ele em decúbito lateral antes de intubar, pode acabar voltando refluxo e ele pode aspirar aquela secreção. Por isso que deita 
ele ali dentro, estica o pescoço, coloca abre bocas, que nada mais é do que um cano de pvc, e passa o traqueotubo as cegas. No momento inspiratório, a gente vai tentar progredir esse traqueotubo pra entrar 
dentro das aritenóides pra acessar a traqueia do paciente. Uma grande dificuldade na hora da intubação é que não consegue visualizar as aritenóides, não tem como colocar o laringo. Por isso o pescoço tem que 
estar bem reto, pra conseguir passar o traqueotubo e fazer a intubação. Infla o cuff e depois traz o cavalo para o decúbito lateral. Se voltar alguma coisa de refluxo, a traqueia tá segura, não tem risco mais dele 
aspirar conteúdo pro trato respiratório. Depois que entubou, pra certificar que foi ao lugar certo, pode apalpar a traqueia. Se entrou no esôfago, vai apalpar e sentir o esôfago e a traqueia, portanto um volume a 
mais, vai ter como se fosse 2 traqueias. Se introduziu certo, na hora que ele expirar, vai sentir a respiração dele na sua mão. Isso é relativamente fácil na maioria dos cavalos, mas em um cavalo com hemiplegia 
laríngea, que uma das aritenóides ou ambas vão estar estenosadas/fechadas, fica difícil. Tem que pegar um traqueotubo muito menor, ou se um traqueotubo menor não tiver passando, tem que pegar um guia, 
como endoscópio, passar dentro do traqueotubo, e depois a pontinha do endoscópio vai passando na cavidade oral pra entrar dentro da traqueia, e ele servir como um guia depois pra empurrar o traqueotubo. 
Se ninguém conseguir entubar um cavalo com hemiplegia laríngea, faz uma traqueostomia, pra conseguir entubar diretamente por um acesso pela traqueia. A partir do momento que induziu o cavalo, ele tem 
que ir inconsciente para uma calha, ou de corrente manual ou mecânica, pra dentro do bloco cirúrgico pra colocar na mesa. E o posicionamento tem que ser muito bem realizado, preferencialmente com 
acolchoamento suficiente pra distribuir a massa muscular dele, deixar bem alinhado. Não pode deixar torto, porque o cavalo vai passar por 6-8h em procedimento anestésico em decúbito dorsal todo mal 
alinhado, o risco de ele se recuperar com alguma lesão muscular ou neurológica ou com muita dor pode acontecer. Paciente em decúbito lateral, quais são os cuidados: distribuir toda a massa corporal do cavalo 
em cima da mesa cirúrgica, e principalmente os membros dependentes (membros em relação à mesa), tem que estar tracionados cranialmente, pra não dar lesão, principalmente de radial. E busquem tirar o 
cabresto em qualquer posicionamento no centro cirúrgico, porque todas as argolas e metais que ficarem vestidos no cavalo podem entrar em contato com o nervo facial e lesionar aquela inervação e o cavalo 
acordar com beiço caído, e muitas vezes essa lesão pode ser irreversível. 
Os principais fármacos pra fazer a manutenção através da anestesia inalatória, são os mesmos de pequenos animais: isoflurano, sevoflurano, halotano. O principal efeito adverso do halotano, 
ou de todos os inalatórios, é reduzir a pressão arterial, mas o halonato reduz muito a PA do paciente, porque ele reduz o inotropismo. A PA é dependente do DC e RVS. DC depende da FC e 
 
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VS (Volume sistólico). VS depende do inotropismo, da pré-carga e da pós-carga. O halotano reduz a condutividade do Ca do meio plasmático pro intracelular, consequentemente reduz o 
inotropismo, reduz o VS, reduz DC, levando a quadros de hipotensão. O DC do cavalo é basicamente dependente da Força de Contração do músculo cardíaco, então se está influenciando 
diretamente nessa fase, os efeitos hipotensores do halotano são muito mais intensos quando comparados ao isoflurano e sevoflurano. Por isso que damos preferência a esses dois fármacos 
em relação ao halotano, principalmente na espécie equina. Por mais que os outros dois promovam Vasodilatação, por reduzir RVS (resistência vascular sistêmica), ela não é tão intensa quanto 
a que o halotano produz. E todos esses efeitos adversos são doses dependentes. OBS: O sevoflurano tem mais ou menos 3-5% da metabolização hepática, o isoflurano só 0,03%. Se o cavalo 
tem alguma alteração em função hepática, tem preferência por aquele que tem uma menor dependência de metabolização. Os efeitos cardiorrespiratórios dos dois são os mesmos, a questão é 
que tem que saber monitorar qualquer intercorrência que acontecer e saber tratar. Todos esses efeitos são doses dependentes, portanto, pra reduzir a dose de manutenção desses 
anestésicos inalatórios, pode associar analgésicos, miorrelaxantes e sedativos durante a manutenção da anestesia geral, independente do anestésico inalatório que está usando. Os principais 
são: lidocaína: excelente pró-cinético e analgésico, em qualquer espécie, mas principalmente na espécie equina. Utiliza bolus de 1,3mg/kg seguido de influsão contínua de 25-50mcg/kg/min. É 
um fármaco que tem efeito pró-cinético, anti-inflamatório, analgésico e que consegue reduzir/poupar o requerimento de anestésico inalatório de até 30-35%, ou seja, a CAM (concentração 
alveolar mínima) do isoflurano é mais ou menos no cavalo 1,4. Se associar com lidocaína, ao invés de ter que utilizar 1,4, consegue utilizar 0,9-1,0-1,1, porque ele reduz em até 30% o 
requerimento daquele anestésico geral. 
Pode associar com os fármacos analgésicos, MORFINA OU METADONA, morfina nas doses 0,1-0,3mg/kg ou em bolus seguidos de infusão contínua, promove uma excelente analgesia, porém o cavalo sedado 
com detomidina e metadona parece menos sedado, porque aumenta a atividade do SNC. Um cavalo adulto que receba morfina ou metadona durante o trans-anestésico tem um efeito extremamente variável, 
tem equinos que vai reduzir o requerimento de anestésico geral, mas tem cavalos que vai aumentar o requerimento de anestésico geral, porque ele estimula o SNC, é extremamente variável, não tem como 
adivinhar que tipo de cavalo que vai reagir de uma maneira ou outra, mas a questão é que se for um procedimento extremamente agressivo, com uma manipulação intensa e precise de analgesia, teoricamente 
nessas situações que o cavalo está com dor, o uso desses analgésicos vai ter só efeitos benéficos, vai reduzir o requerimento do anestésico geral ao invés de estimular e aumentar o seu consumo. O 
BUTORFANOL também pode ser utilizado durante a manutenção anestésica, os bolus de 0,03-0,06mg/kg seguidos de infusão contínua. Promove uma analgesia leve à moderada, mas é um fármaco que não 
reduz e nem aumenta o requerimento do anestésico geral, só promove uma analgesia suplementar. Pode-se utilizar também os fármacos dissociativos pra reduzir o requerimento do anestésico inalatório, 
principalmente a cetamina, em um bolus de 0,3mg/kg, seguido de uma infusão subanestésica. Nessas taxas de 2-10mcg/kg/min ele nem chega a ter aquele efeito simpatomimético, não aumenta a frequência, 
não aumenta débito, não mexe com pressão arterial. Tem puramente um efeito analgésico e um efeito anti-endotoxêmico, ou seja, em um cavalo com cólica, que tem toda aquela translocação bacteriana é uma 
excelente opção pra utilizar esse fármaco associado aos anestésicos gerais ou aos analgésicos. Mas sempre que for trabalhar com cetamina ou lidocaína em infusão durante a anestesia geral, conversem com o 
cirurgião e peçam pra ele avisar quando tiver faltando 40-50min pra ele terminar o procedimento pra poder cessar o fornecimento desses fármacos, pois são os dois principais que promovem muita ataxia 
durante a recuperação anestésica, então tem que cessar o fornecimento antes de levar o cavalo para a recuperação anestésica pra que todo esse fármaco seja metabolizado e eliminado, e o risco/incidência de 
ataxia seja menor,
então provavelmente a recuperação anestésica seria mais favorável. Os alfa-2-adrenérgicos também podem ser utilizados em infusão contínua durante a manutenção anestésica, eles 
conseguem reduzir o requerimento do anestésico geral em mais de 50%, então todos aqueles efeitos adversos dos anestésicos inalatórios, consegue reduzir e muito, por causa dessas associações, tanto da 
xilazina, quanto detomidina, e promovem excelente analgesia visceral. 
Durante a manutenção anestésica, nessa modalidade (anestesia geral e inalatória), como monitorar o grau de inconsciência do paciente? Vai ter que se encontrar no II, III plano do 3ª estágio da anestesia. Ele vai 
se apresentar da seguinte maneira: globo ocular rotacionado medialmente (cão e gato rotaciona ventral). E uma coisa bem característica da espécie equina é a seguinte, no cão e o gato quando rotacionam o 
globo ocular, basicamente 99% deles vão rotacionar os dois ao mesmo tempo, já o cavalo tende a rotacionar 1 enquanto o outro está centralizado, por isso na monitoração anestésica, busquem avaliar os dois 
globos oculares do cavalo durante a manutenção anestésica. Os reflexos palpebrais medial e lateral tem que estar bem reduzidos ou ausentes; Nistagmo, nessa modalidade anestésica, não pode estar presente 
de maneira nenhuma; reflexo corneal sempre tem que estar presente, ou levemente reduzido. Procedimentos que são realizados na cabeça, a gente não consegue ficar avaliando o globo ocular e a presença do 
reflexo corneal, a gente pode testar o reflexo anal do cavalo. Pega uma gaze ou um poninho e dá uma cutucada na prega do ânus do cavalo, ele vai mover. Em procedimentos muito longos, se ficar repetindo 
esse método, aquela musculatura do esfíncter anal vai muitas vezes edemaciar, então esse reflexo vai perdendo com o passar do tempo, enquanto corneal, do início ao final da anestesia, se ele tiver no II ou III 
plano do 3ª estágio, o corneal sempre vai estar presente. O corneal só vai estar ausente quando tiver no IV plano do 3ª estágio ou no 4ª estágio da anestesia, em que ele vai estar muito, muito profundo. Quando 
se vênistagmo nessa modalidade anestésica, quer dizer que o cavalo tá muito superficial. Ou ele está no I plano do 3ª estágio ou no 2ª estágio da anestesia. Se ele estiver com nistagmo nessa modalidade, o risco 
dele mexer em poucos minutos ou segundos é grande. 
Monitoração cardiovascular: Eletrocardiografia se faz extremamente necessária. Considera-se bradicardia quando a FC tiver 60 bpm. Como tratar? Quando o animal está extremamente hipotenso, o 
mecanismo compensatório é aumentar a frequência. Você reidratar o cavalo, utilizar um vasopressor e inotrópico vai melhorar a pressão, teoricamente a frequência vai normalizar. Mas tem 
situações que a gente não consegue controlar. Pra então reduzir a FC desse cavalo, pode utilizar fármacos bradicardizantes, como os alfa-2-adrenérgicos, pra reduzir essa frequência, 
principalmente por causa de, ex: um cavalo que tá com uma frequência muito, muito acelerada. O preenchimento ventricular do VE basicamente 85% dele é passivo, ou seja, ele precisa de um 
tempo relaxado, em diástole, pra que o sangue encha aquela câmara cardíaca, pra quando ele for ejetar tenha sangue suficiente pra mandar pra periferia. Mas se o cavalo tem uma frequência 
tão, tão alta, não há tempo de enchimento ventricular, portanto, compromete VS, DC e agrava ainda mais a PA do cavalo. Dependendo da situação, tem que adequar a terapêutica. 
Além do que, o traçado eletrocardiográfico do cavalo tem duas características principais em relação aos pequenos animais. 1ª: complexo QRS é negativo, por causa da conformação do 
posicionamento dos eletrodos em relação ao coração do cavalo, por causa do ventrículo, a massa muscular dele, ela forma um eixo que vai ficar negativo. A onda P é relacionada a 
despolarização atrial, tem duas ondas P na maioria dos cavalos, porque a condução elétrica é tão lenta e a frequência é tão baixa que despolarizou AD, AE, aparece os dois átrios em uma 
onda P (onda P rígida). A saturação periférica de oxigênio (oximetria), mesma coisa em pequenos animais, tá acima de 95%. A capnografia é uma estimativa da tensão arterial de dióxido de 
carbono, em pequenos animais o EtCo2 é 2-3mmHg
de 
cálcio) em doses de 0,5-1,5ml/kg de forma lenta, ao longo de 10min, tende a normalizar essa concentração sérica de Ca e vai maximizar e melhorar o efeito do inotrópico positivo, ex: 
dobutamina. 
O ideal é que se tenha a monitoração sérica desse Ca, ele tem que estar entre 1,25-1,75mg/dL, mas em situações em que não tenha, de maneira empírica, faz 0,5ml/kg nesses primeiros 10min, faz a menor dose 
possível e observa o efeito. Se tiver efeito positivo, talvez provavelmente ele tá com déficit de Ca, e infunde até a dose máxima. 
Um cavalo que vai estar com a resistência vascular reduzida, vai estar vasodilatador. Ex: em processo séptico, em cavalo com cólica. Vai fazer infusão de noraepinefrina ou bolus de efedrina. São vasoconstritores 
que vão aumentar a RVS (resistência vascular sistêmica) e melhorar a pressão do cavalo. O decúbito influencia e muito na mecânica e capacidade ventilatória, entre decúbito lateral e dorsal, qual é o pior 
decúbito para o cavalo? Dorsal. Para evitar hipoventilação, hipoxemia, atelectasia pulmonar, o que podemos fazer pra melhorar a capacidade ventilatória do cavalo durante a anestesia geral, dentro do centro 
cirúrgico, em que tem todos os recursos que se poderia ter: ventilação mecânica. Vai programar o ventilador com o volume corrente de 8-15ml/kg, uma frequência de 4-8 mov por min em um cavalo adulto, e 
pressões respiratórias de 10-30cmH20, pra que consiga abrir todos aqueles alvéolos e ventilar eles pra haver uma maximização da absorção de O2 e eliminação de CO2. 
Essas pressões inspiratórias são quase 4-5 vezes maiores do que as utilizadas em pequenos animais, puramente por causa do tamanho do paciente, de tanta massa muscular e víscera comprimindo aquela massa 
pulmonar, precisa de altas pressões pra abrir todos os alvéolos. A gente poderia misturar gases ar comprimido com oxigênio medicinal pra evitar áreas de atelectasia nos pulmões do cavalo, como faz em 
pequenos animais? O ar que respiramos tem mais ou menos 21% de O2, tem uma fração até interessante de N, quando a gente tá ventilando, algumas áreas do pulmão são bem perfundidas, chega bastante 
sangue, mas chega pouco oxigênio. Se nesse alvéolo chegar só um pouco de O2, O2 puro, mas tá chegando muito sangue, o sangue vai querer pegar todo aquele oxigênio e jogar na circulação. Se não sobrou 
nada dentro daquele alvéolo, a tendência dele é colabar, ficar atelectasico. Em seres humanos e pequenos animais, se a gente fizer uma mistura de gases (oxigênio medicinal com ar comprimido medicinal), esse 
ar comprimido possui N na sua constituição, então nessas áreas que são bem perfundidas e pouco ventiladas, aquele O2 vai ser absorvido, mas o N vai ficar lá ocupando espaço, impedindo que o alvéolo colabe. 
 
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Mas a questão é a seguinte: em um cavalo, por causa de todas as alterações, por causa do tamanho, da anatomia e fisiologia, NÃO compensa fazer essa mistura de gases pra evitar áreas de atelectasia, 
compensa fazer a utilização da pressão positiva ao final da inspiração, ou seja, PIP (Pressão positiva inspiratória): programa o ventilador pra que quando ele for permitir o cavalo expirar, vai manter ainda uma 
pressão dentro do pulmão, pra manter os alvéolos abertos, que é a capacidade residual funcional. O volume corrente é o quanto de gás a gente vai inspirar e expirar, quando a gente forçar a expiração máxima, 
a gente elimina o volume corrente e o volume residual. Mas o volume residual funcional, que é parte da capacidade residual funcional, nunca vamos conseguir expirar totalmente, é o quanto dos alvéolos ficam 
abertos lá dentro, por causa dos surfactantes. Mas como tem toda aquela massa muscular comprimindo o pulmão, as vísceras comprimindo o pulmão, há uma pressão direta sobre aqueles alvéolos, então a 
capacidade residual funcional vai reduzida, vários alvéolos vão sendo colabados, pra gente reduzir essas áreas de colabamento, a gente institui essa pressão positiva no final da inspiração. Quando o ventilador 
permitir que o cavalo vai expirar, ele mesmo vai manter uma pressão de 5-15cmH20, ou seja, quase metade da pressão inspiratória dentro do pulmão do cavalo, pra evitar que os alvéolos colabem, maximiza, 
mantém a função ventilatória do paciente. 
Como a gente avalia as características que um cavalo recuperando da anestesia inalatória tem capacidade suficiente pra recuperar? São os mesmos avaliados antes pra anestesia dissociativa à campo, a questão 
é a seguinte: para um cavalo recuperar da inalatória, leva de 30min-1h30, leva um tempo um pouco maior. Ele não pode demonstrar nistagmo na hora que você vai deixar ele levantar, porque é característico do 
2ª estágio de anestesia. Se ele levantar com nistagmo, vai levantar muito ataxico, muito incoordenado, vai se machucar e machucar as pessoas ao redor. Tem que demostrar força muscular e movimentação de 
membros. Lembrando: um cavalo, quando tira ele do bloco cirúrgico, tem que ser inconsciente, imagina um cavalo de 400kg, de ponta a cabeça, em uma talha (?), vai movimentar de ponta a cabeça: tem risco 
de mexer muito, acabar soltando de uma das teias, ou arrebentar os cabos e cair no chão, por isso tem que sair inconsciente e pra baia de recuperação. Tem que ficar pelo menos 30min em decúbito lateral na 
baia, pra eliminar todo aquele anestésico inalatório que ainda tá fazendo efeito no SNC, e ainda tá presente no pulmão, pra não ter risco dele ficar muito incoordenado e ataxico e ficar preso no 2ª estágio da 
anestesia. Há alguns animais, que quando são posicionados na baia de recuperação, eles ficam 15min e já ficam querendo movimentar. O ideal é não deixar ele movimentar nesse curto período de tempo. Como 
pode aumentar o tempo de chão dele durante a recuperação? Pode re-sedar esse cavalo, utilizando doses baixas, de acepram, ou xilazina, ou detomidina, pra aumentar o tempo de chão dele, pra ele ventilar 
mais e eliminar o máximo possível de anestésico inalatório. O ideal é que tenha alguns cuidados nessa fase: em relação a via aérea superior, um cavalo em decúbito lateral, e principalmente em decúbito dorsal, 
a drenagem dos seios nasais, paranasais e narinas é comprometida, cavalo edemacia muito narina. Se ele tiver com a região de via aérea superior toda edemaciada, ele vai tentar levantar e vai ter muita 
dificuldade respiratória, vai ficar muito agitado. Pode passar uma sonda nasal em uma das narinas. Pode utilizar soluções de epinefrina ou adrenalina diluídas (1 ampola de epinefrina ou 1 ampola de adrenalina) 
em 20ml de solução fisiológica, vai colocar 10ml em cada narina pra reduzir aquele edema. Ou pode mandar o cavalo intubado. Cavalo tem um espaço interdentário entre os incisivos e os primeiros pré-molares, 
essa é uma espécie que permite ficar intubada mesmo consciente, mas é aconselhável antes de deixar o cavalo levantar nessa situação, tira o traqueotubo bom que se estava usando, e coloca um traqueotubo 
velho, antigo, rasgado, porque cada tubo custa de 1.500-2.000 reais, se o cavalo levanta e os esparadrapos soltam e ele começa a mastigar o tubo, vai perder. 
Outros cuidados: tem locais/escolas que colocam o cavalo dentro da baia de recuperação, colocam o colchão acolchoado, porque ele vai ficar ali 1h-1h30 antes de levantar, e fecha, deixa ele 
recuperar sozinho. Mas pode levantar muito ataxico, incoordenado, escorregar antes da hora. Uma baia quadrada pode cair no canto, emprensar entre os colchões e ficar asfixiado. Ou o 
cavalo levanta, cai, levanta, cai, pode luxar, fraturar algum membro e ter que eutanasiar o cavalo depois. É uma fase extremamente complicada, por isso que daqueles 1,9% de toda a 
mortalidade de equinos, 33% acontece aqui, por causa dessas complicações. Pra que se tenha recuperações mais calmas e tranquilas, pode auxiliar o cavalo com cordas na cauda e na 
cabeça. O ideal com o paciente na baia de recuperação é uma pessoa na cabeça. Nunca deixar os membros
pélvicos e torácicos encostados na parede, porque o cavalo pode ficar dando 
coice nela. Se esse cavalo bater o pé na parede, fazer força, pode rodar e jogar as patas em direção a quem está recuperando ele. Toda essa porção da frente dele em relação a parede é uma 
zona de perigo, nunca fiquem nesse local, porque é pra onde ele vai levantar e buscar apoio, você pode ficar emprensado ali no meio e acabar se machucando. 
Recuperações satisfatórias: cavalo quieto, relaxado, as pessoas vão estimular ele a ir pra decúbito esternal, pra ele se situar e respirar mais um pouco, antes que ele recupere e assuma a 
posição quadrupedal. Retira o colchão de baixo, porque se ele for levantar e pisar no colchão, vai escorrer e pode acabar caindo. Tem uma pessoa com corda na cabeça e uma com corda na 
cauda, essas cordas são presas em argolas de metal na parede da baia de recuperação. Pode estimular o cavalo a levantar. Tem situações que as pessoas recuperam só com as cordas na 
cauda e na cabeça, dando direção. Tem que saber ponderar o tamanho do cavalo e o tamanho da pessoa. Uma pessoa de 50kg para um cavalo de 250kg. Não vai pegar um cavalo de 600kg 
para uma pessoa de 50kg. Esses são exemplos de recuperações satisfatórias, tranquilas, que 80% das vezes acontecem, desde que posicionem adequadamente o paciente dentro da baia, 
tenha esse cuidado de re-sedar, só deixar ele levantar quando ele tenha condições suficientes. 
Os métodos de indução e recuperação, a eficácia e segurança dependem de como toda a equipe é treinada em conjunto. Pra reduzir risco de lesão, principalmente em crânio, pode colocar um 
capacetinho no paciente. Outra coisa, colocar talas ou ligas nos membros pélvicos e torácicos pra ele não ficar tão atáxico e não emboletar durante a recuperação. Dá um pouquinho mais de 
coordenação, não melhora tanto, mas ajuda. 
 
 
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BLOQUEIOS DE CABEÇA – Procedimentos odontológicos e oftalmológicos 
NERVO MAXILAR REFERENCIAL ANATÔMICO: 
INDICAÇÕES: 
NERVO INFRAORBITÁRIO REFERENCIAL ANATÔMICO: Localizado dentro do forame infraorbitário, abaixo do músculo elevador nasolabial. Palpa-se a porção mais rostral da crista da máxima e a incisura 
maxilar, no meio dessas duas estruturas, com o dedo indicador palpa-se o forame, deslocamos dorsal o elevador nasolabial e punciona-se o forame, administrando 5-7ml de AL 
por ponto de bloqueio. 
INDICAÇÕES: Cirurgias em narina, lábio superior ou nos incisivos iplaterais ao bloqueio. 
 
Os bloqueios de cabeça que a gente mais utiliza na rotina de equinos são para procedimentos odontológicos e oftalmológicos por exemplo. Bloqueio do nervo infraorbitário está localizado dentro do forame 
infraorbitário. Vamos utilizar esse bloqueio para cirurgias em narina, lábio superior ou nos incisivos daquele lado ipslateral ao bloqueio que vocês vão fazer. Pra gente localizar o forame infraorbitário é bem fácil, 
fica embaixo do musculo elevador nasolabial e a gente vai palpar a porção mais Rostral da crista da maxila e ,a incisura nasomaxilar, e no meio dessas duas estruturas, com o dedo indicador a gente vai palpar o 
forame e a gente desloca dorsal o elevador nasolabial e punciona o forame e administra o nosso anestésico local. Mais ou menos de 5-7ml de anestésico por bloqueio a gente consegue insensibilizar toda essa 
parte mais Rostral ao nosso bloqueio tanto de pele, ossatura e dentição daquele lado. Então por exemplo, dá pra tirar um dente de lobo, mexer em incisivo, laceração de pele, lábio ou narina do lado que a gente 
fez o bloqueio, vai ser tudo insensibilizado. 
Caso a gente queira fazer o bloqueio dos últimos molares, mexer em maxila, fazer uma trepanação, o bloqueio que a gente vai ter que realizar é no nervo maxilar. È o mesmo de pequenos animais, na porção 
mais ventral ao arco zigomático a gente vai entrar paralelo com a agulha, tem que ser uma agulha longe de 7-10cm dependendo do tamanho do cavalo, entrando na fossa pterigoide palatina, vai bater na 
ossatura, volta meio centímetro e administra de 10-15ml. Tem uma variação dessa técnica que ao invés da gente puncionar perpendicular, na hora que a gente foi na fossa pterigoide a gente volta um 
pouquinho e tenta posicionar a agulha rostralmente, para chegar o mais próximo possível do nervo maxilar. Pra facilitar a localização, além da gente palpar o arco zigomático, para a porção mais rostral ventral a 
ele, se a gente fizer uma linha com o canto lateral do globo é mais ou menos esse o ponto de punção. Lembrando, sempre muito cuidado nessa punção porque mais ventral ainda, se a gente for fazer uma 
porção muito ventral ao arco zigomático, tem risco de pegar a artéria facial e além de promover um hematoma vai promover uma punção inadvertida na artéria facial do paciente. Mais ou menos então de 10-
15ml a gente consegue fazer o bloqueio e bloquear toda a maxila, tanto de tecido mole, ou seja pele, a própria ossatura e desde os últimos molares até a porção mais rostral até chegar nos incisivos. Além de ser 
utilizado também para fazer uma trepanação de seios nasais e paranasais. O marcos já foi fazer cirurgia num cavalo que o cirurgião não tinha furadeira e não tinha material específico, ele ficou 9hrs com o cavalo 
na cirurgia de trepanação, a sorte dele é que ele tinha disponível a ropivacaína que dura mais ou menos todo esse tempo, agora se só tem lidocaína que vai demorar uma hora e meia, as vezes começou o 
procedimento e tá durando duas horas e o cavalo começou a sentir, aí tem que ir lá e infiltrar denovo, ai vai indo indo indo, empolga e passa da dose tóxica. Então sempre calcular dose tóxica. Trepanação é abrir 
seio nasal e paranasal porque ele tem uma infecção ou ou alguma das dentições, principalmente pré-molares e molares acabou infeccionando e você tem que expor aquilo ali pra você conseguir tirar aquela 
dentição ou expor toda a infecção. Você abre o frontal e porção do maxilar pra fazer a lavagem daquela cavidade nasal e paranasal, para retirar aquela infecção ou ter acesso à dentição por exemplo. 
O nervo mandibular, se a gente quiser mexer em mandíbula, nos últimos molares até a porção mais rostral vai bloquear basicamente só a ossatura e dentição, a parte de tecido mole, de pele, a gente não 
consegue bloquear tão eficazmente, caso a gente tenha que mexer, fazer laceração de pele em mandíbula, faz o bloqueio do mandibular testa pra ver se a região foi insensibilizada com pinçamento com agulha 
antes de começar o procedimento, se não a gente tem que fazer uma anestesia infiltrativa, porque o nervo ocular-mandibular, que é o ocular inferior ele basicamente pega ossatura e dentição, a parte de pele 
não pega tão bem. O volume que a gente vai utilizar vai até 20ml e a localização pra gente fazer o bloqueio do nervo alveolar mandibular ela é simples. A gente vai fazer uma intersecção de duas linhas, uma 
seria na mesa dentária da mandíbula, onde todos os molares vão estar inseridos e a segunda seria com o canto lateral do globo ocular, a hora que essas duas linhas se cruzam, seria mais ou menos nesse ponto, 
ou seja, nessa profundidade que a gente vai ter que introduzir a nossa agulha pela porção medial do ramo da mandíbula, dependendo do tamanho do nosso cavalinho a gente vai ter que usar uma agulha de 20-
30cm pra conseguir percorrer todo esse percurso da mandíbula e chegar com a ponta da nossa agulha do lado do nervo mandibular. Existem um método da gente facilitar ou não ter que percorrer tanto de 
percurso pra chegar com a ponta da agulha ali. Com o cavalo bem sedado ou sob anestesia geral, se a gente estender bem o pescoço dele, a gente pode fazer uma abordagem caudal ao corpo da mandíbula, 
porque a distancia que a gente vai tá puncionando é menor em relação a abordagem ventral. È uma questão de praticidade e de dispor de uma agulha mais longa ou não que a gente vai selecionar uma outra 
técnica. 
Caso a gente só queira mexer em porção mais rostral
de mandíbula, só nos incisivos, só em lábio inferior, a gente pode fazer um bloqueio mais seletivo, do nervo mentoniano, que está localizando no forame 
mentoniano. Está localizado bem no meio do espaço interdentário, entre os primeiros pré-molares e os incisivos, a gente palpa o forame. A questão é que quando a gente for fazer esse bloqueio, a gente utilizar 
um volume baixo de 5-7ml, a gente vai bloquear basicamente só a pele, se a gente quiser bloquear ossatura e dentição tem que aumentar esse volume para uns 10ml, para que todo aquele anestésico local 
consiga penetrar por dentro do forame e embeber uma maior quantidade de inervação e efetivamente bloquear o tecido ósseo e a dentição que vocês vão manipular. 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
Se a gente for fazer algum procedimento ofatalmológico, um exame ocular, uma enucleação que o animal que o animal tem que parar de piscar a gente tem que fazer um bloqueio motor de pálpebras, da 
pálpebra superior e inferior, pra isso a gente vai bloquear o nervo auriculopalpebral, que está localizado na porção mais dorsal e caudal do arco zigomático, tem um cordãozinho que se vocês palparem ele, ele 
vai escorregar entre os dedos, deve-se puncionar paralelo a inervação e depositar o anestésico local. È realmente paralelo, não pode empolgar porque a inervação é bem grossa, parece a cefálica de um 
cachorro, então as vezes as pessoas querem canular o nervo, indo com a agulha em cima do nervo, podendo lesar e seccionar irreversivelmente, por isso que é puncionar paralelo aquela inervação e depositar 
de 3-5ml, mas lembrando, o bloqueio auriculopalpebral só promove acinesia de pálpebra superior, ele não promove analgesia, ou seja, o cavalo vai parar de piscar mas se você tiver fazendo um procedimento 
com ele só sedado em estação e você incisar a pálpebra superior, ele vai ter um movimento aversivo, vai sentir dor, porque não bloqueou fibras sensitivas, só bloqueou fibras motoras. 
Se a gente quiser fazer um bloqueio sensitivo de pálpebra superior, a gente vai bloquear o nervo supraorbitário, localizado no forame supraorbitário, com esse bloqueio a gente promove uma analgesia e uma 
anestesia para os dois terços mediais da pálpebra do nosso paciente. Para fazer isso a gente vai utilizar de 3-6ml de anestésico local e nessa porção mais dorsal e medial em relação a orbita a gente vai localizar o 
forame supraorbitário. Desse volume de anestésico local, a gente deposita mais ou menos ¼ de anestésico dentro do forame e ¾ ao redor do forame, porque a hora que essa inervação imerge ela faz vários 
raminhos estão fazendo dessa forma a gente aumenta a analgesia e a eficácia da nossa taxa de sucesso durante a realização desse bloqueio. Se a gente quiser promover analgesia da comissura lateral da 
pálpebra superior, tem que fazer o bloqueio do nervo lacrimal, utilizando mais ou menos 3ml de AL, de meio a 1cm acima da comissura lateral do globo ocular, margeando a orbita do paciente, fazendo um 
cordão de AL para fazer a analgesia dessa porção lateral de pálpebra superior. Ou seja, para o cavalo parar de piscar e para promover analgesia da pálpebra superior são 3 bloqueios. Se a gente quiser promover 
analgesia e anestesia da pálpebra inferior, utilizamos o bloqueio do nervo zigomático. Entre a comissura lateral e medial do globo ocular também margeando, a gente vai palpar a orbita do nosso paciente e 
infiltrar o AL de 3-5ml de anestésico. Então, porção lateral e medial do globo, bem no meio, palpa a orbita e faz um cordão de anestésico local para promover anestesia e analgesia da pálpebra inferior. E faltou a 
porção mais medial da pálpebra inferior e para isso a gente tem que utilizar o bloqueio do nervo infratroclear, mais ou menos 3ml de AL que a gente vai utilizar, cerca de 1cm dorsal lateral a comissura medial, 
margeando a orbita do paciente, tem um defeito ósseo nessa porção, como se fosse um vezinho, nesse defeito deposita o AL para insensibilizar a porção medial da pálpebra do nosso cavalo, ou seja, para 
conseguir bloquear só as pálpebras do cavalo, para o cavalo parar de piscar são 5 bloqueios. Se for fazer uma enucleação, para promover uma anestesia e analgesia do globo ocular deve-se bloquear o nervo 
optico. Sempre que for fazer uma enucleação em cavalo tem que fazer todos esses bloqueios que falou mais o bloqueio retrobulbar para bloquear o nervo optico. 
Pra parar de piscar: Auriculopalpebral + infraorbitário + lacrimal + zigomático + supratroclear 
Pra parar de piscar + enuclear: Todos acima + retrobulbar 
Um resuminhos dos bloqueios utilizados em relação a região insensibilizada: o supraorbital vai pegar os dois terços mediais da pálpebra superior e também toda essa parte de pele da testa e porção medial e 
dorsal dos seios nasais e paranasais do nosso paciente. O infratroclear vai pegar a porção medial da pálpebra inferior e também uma porção de pele. Ou seja, no cavalo que vai fazer uma trepanação, além de 
bloquear o maxilar tem que bloquear também o infratroclear e o supraorbitário para bloquear toda a região de pele que vai ser incisada para depois o bloqueio do maxilar fazer efeito na parte de ossatura. 
Temos que associar 3 bloqueios para fazer uma trepanação no cavalo. O retrobulbar, para fazer uma enucleação, vai bloquear nervo optico, oculomotor, abducente e os ciliares. Em pequenos a gente pegava a 
porção medial ventral do globo ocular, batia na orbita e ia raspando toda ela ate chegar porção mais caudal do globo. A gente pode fazer essa mesma abordagem em equinos, mas tem uma muito mais fácil que 
é a abordagem caudal perpendicular a fossa orbital, o globo ocular do paciente tem essa depressão mais caudal que é a fossa orbital, perpendicular a ela, com uma agulha de 7,8cm a gente vai entrar e quando 
entrar dentro dele, passando do globo ocular, vai sentir uma perda de pressão da musculatura e vai depositar de 5-10ml para insensibilizar o nervo optico, troclear, abducente e o oculomotor, ou seja, promover 
anestesia e analgesia completa do globo ocular. Mas lembrando, as pálpebras superior e inferior precisam de todos aqueles outros bloqueios. Para retirar o globo ocular de um cavalo são seis pontos de 
bloqueio para a gente conseguir insensibilizar. Ou se vocês não lembram de todos aqueles outros, mas lembrou do retrobulbar, que promove anestesia e analgesia do globo ocular, eu tenho que bloquear as 
pálpebras superior e inferior, se esqueceu todos aqueles outros pode fazer uma anestesia infiltrativa nas pálpebras. Vai entrar com a agulha perpendicular a pálpebra superior e vai depositar o anestésico local 
em forma de cordão anestésico, promovendo bloqueio da pálpebra superior e inferior de uma maneira mais simples sem ter que ter todos aqueles refenciais anestésicos. È tão eficaz quanto.
BUTORFANOL - Agonista antagonista: agonista 
kappa e antagonista mi. 
- Duração intermediária. 2hrs. 
 
- Doses de 0,2 – 0,4mg/kg no cão. 
- Doses de 0,3 – 0,6mg/kg no gato. 
- Efeitos menos intensos sob o sistema cardiovascular e 
respiratório. 
- Analgesia principalmente visceral (não utilizar para 
procedimentos invasivos como cirurgias ortopédicas). 
- Pode ser utilizado como antagonista da depressão 
cardiorrespiratória nas doses de 0,07 – 0,2mg/kg, sem 
reverter totalmente a analgesia. 
NALBUFINA - Agonista antagonista: 
agonista kappa e antagonista mi. 
 
FENTANIL - Agonistal total: 100% receptores mi. 
- 100x mais potente que a MORFINA. 
- Ultracurta duração. 15-20min. 
- Latência IV 30-40seg. IM 3min. 
 
- Doses de 2-10mcg/kg 
- Rápida recuperação. 
- Utilizar em infusões contínuas ou bôlus. 
- Para procedimentos rápidos. 
EFEITOS INDESEJÁVEIS: 
 
- Aumento do tônus vagal produzindo 
bradicardias e bradiarritmias (quando EV, dose-
dependente), ↓PA. 
- Depressão respiratótia dose-dependente, 
principalmente quando associados com 
sedativos/tranquilizantes. 
- Defecação seguida de constipação, tudo o que 
está pronto na ampola retal é eliminado e 
depois ocorre a redução da motilidade. 
- Promove miose em cães e midríase em gatos. 
- Reduz a frequência de miccção, causando 
retenção urinária (se preciso sondar paciente). 
HEMIFENTANIL - Agonista total: 100% receptores mi. 
- 1000x mais potente que a MORFINA 
- Ultracurta duração. 15-20min. - Utilizar em infusões contínuas. 
METADONA - Agonista total: 100% receptores mi - Duração intermediária. 4-6hrs. - Raramente promove vômito e difilmente promove liberação 
de histamina. Òtima opção quando não se pode utilizar 
MORFINA. 
- Sedação mais intensa quando comparada a MORFINA, de 
1.5x maior. 
- Efeitos mais pronunciados de bradicardia e bradiarritmias. 
MORFINA - Agonista total: 100% receptores mi - Duração intermediária. 4-6hrs. 
 
- Dose em cães 0,2 – 1mg/kg 
- Dose em gatos 0,05 – 0,5mg/kg 
- Liberação de histamina, vasodilatação intensa 
(principalmente IV, evita-se diluindo e fazendo infusão lenta). 
- Propicia o vômito. Evitar em ↑PIO, ↑PIC e alteração de TGI. 
- Mais utilizado. Pode ser pré, trans e pós-operatória, em 
infusões contínuas. 
MEPERIDINA - Agonista total: 100% receptores mi - Curta duração. 01h30min-2hrs. - Liberação de histamina, vasodilatação intensa 
(principalmente IV, evita-se diluindo e fazendo infusão lenta). 
- Utilizada basicamente para analgesia leve no pós-
operatório, qualidade analgésica 50x do que a MORFINA. 
- Nunca utilizar IV. Sempre diluir. 
- Aumento discreto da FC 
TRAMADOL - Ação mista. Opióide atípico. - Longa duração. 6-8hrs 
 
- Dose 2-10mg/kg. 
- Não produz analgesia intensa e evidente. Eficácia analgesia 
10x menor do que a morfina. 
- Bom para analgesia pós-operatória devido ao tempo de 
duração. 
NALOXONA Antagonista total dos opióides. - Doses variam de 4-40mcg/kg 
(titulando). 
- Reverte TODOS os efeitos dos opióides, inclusive a 
analgesia. 
 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
 
 
 
ANESTESICOS DISSOCIATIVOS: São empregados como sedativos, mas também como promotores de anestesia geral. Para promover esses diferentes efeitos, a questão será a dose empregada. A anestesia 
dissociativa tem algumas peculiaridades como ocasionar a interrupção do fluxo de informações do córtex sensitivo, deprimindo seletivamente alguns centros do SNC. São fármacos que promovem inicialmente 
uma excitação do SNC seguida de depressão. Caso sejam empregadas doses inadequadas, o paciente pode ficar mal dissociado (agitado, incoordenado, desorientado, hiperreativo) tanto na MPA como no pós-
operatório. 
 
CARACTERÍSCAS: FÀRMACOS 
 - São basicamente utilizados como contenção química em animais agressivos e silvestres, como analgesia e como agentes indutores ou 
adjuntores de anestesia. 
- Promove uma inconsciência ou consciência parcial, ou seja, nosso paciente vai ter uma incapacidade de responder a determinados estímulos, 
muitas vezes não ocorrendo reflexos, porém essa informação chega ao SNC, apenas não é interpretada. 
- Mantém os reflexos protetores preservados, inclusive de deglutição, auricolopalpebral, corneal. 
- Promove catalepsia, que é essa disfunção motora do paciente que vai causar espamicidade muscular e incoordenação motora exarcerbada 
(associar miorrelaxante). Não é possível reverter à catalepsia em caso de erro de dose. 
- Promove analgesia leve, insuficiente para procedimentos invasivos (associar analgésico). 
- pH muito ácido,promove dor IM (aplicar rapidamente ou diluir). 
- Taxa moderada de ligação ás proteínas plasmáticas (60%), diminuir dose em hipoproteinemia. 
- Período de latência e duração extremamente variados. 
- São metabolizados no fígado, produzindo metabolito ativo, que também promove efeitos anestésicos (cuidado em insuficiente renal e 
hepático). 
- Promovem analgesia somática leve. Aumentam a PIO e PIC. 
- Intensificam a depressão cardiorrespiratória de outros fármacos. 
KETAMINA IV, IM, Intranasal. 
 
- Contenção química: 6-12mg/kg IM 
TILETAMINA IV, IM, Intranasal. 
ZOLAZEPAM (Tiletamina + Zoletil), vem na composição um 
benzodiazepínico. 
- Associação boa para gatos e ruim para cães (duração do 
efeito de cada fármaco). 
 
- Dose de 5-10mg/kg 
 
 
MECANISMO DE AÇÃO: 
- Antagonização dos receptores N-metil-aspartato, que é o principal receptor ligado aos neurotransmissores excitatórios do SNC. Atuam também nos receptores GABA, aumentando a afinidade com o ácido 
amino-gamabutiríco (principal neurotransmissor inibitório). Promove o bloqueio da captação de catecolaminas. 
EFEITOS: 
- Diminui secreções do TGI e respiratório 
- Estimula o sistema cardiovascular, contrabalancea efeitos de outros fármacos e anestésicos gerais. São considerados simpatominérgicos, ↑FC e ↑PA (coração íntegro). 
- Promove um padrão respiratório totalmente irregular de FR e amplitude, chamada apnêuca. Dose dependente. 
 
 
 
 
 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
FLUIDOTERAPIA: 
OBJETIVOS BENEFÍCIOS DA REPOSIÇÃO VOLÊMICA COMPLICAÇÕES DA FLUIDO DESIDRATAÇÃO 
- A fluidoterapia é feita pelo anestesista visando 
estabilizar pacientes emergenciais. 
- Melhorar a perfusão microvascular (O₂ p/ 
tecidos). 
- Restaurar e otimizar o transporte de O₂. 
- Corrigir desequilíbrios hidro-eletrolíticos. 
 
- Restaurar e manter o volume de fluídos 
(especialmente no intravascular) 
- Melhorar perfusão microvascular e normalizar o 
metabolismo oxidativo 
- Corrigir os disturbios ácido-base e hidro-
eletrolíticos 
- Restaurar, otimizar e manter a capacidade de 
transportar oxigênio 
- Hemodiluição: soro gera diluição das cels 
sanguíneas; mesma quantidade de cels em + 
liquido. 
- ↓viscosidade e fator de coagulação 
- ↑sangramento 
- ↓* + de hemoglobina prejudicando oferta de O₂ 
- Hipotermia (soro na temperatura ambiente, pode 
ser baixa, animal perde calor, ↓ metabolismo, gera 
sangramentos) 
- Disturbios eletrolíticos – erros na infusão 
- Edema – muito fluido gera ↓ pressão 
coloidosmótica e ↑ pressão hidrostática 
- ↓oxigenação em edema pulmonar 
- Pouca fluido pode gerar ↑FC (compensatória, 
baixa volemia), hipotensão, falência renal (rim 
hipoperfundido), choque (desequilíbrio entre 
oferta e demanda de oxigênio) 
- Muita fluido pode gerar edema, hipertensão, 
falência respiratória (edema pulmonar), piora da 
cicatrização de feridas e intestinos, óbito. 
- Classifica em muito suave (
- Hipertônica: 
Perde mais água que solutos 
Na+ e Cl- aumentadas 
Causada por diabetes insipidus, diarréia osmótica, 
diurese osmótica, queimaduras, debre, afecções 
cardíacas. 
QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS: MECANISMOS DE REGULAÇÃO 
- Qual o volume ideal? 
- O fluido ideal? 
- A velocidade ideal? 
- O compartimento a restaurar? 
- O potencial inflamatório de cada classe de fluído? 
- Como monitorar a resposta à terapia volêmica? 
- Pressão hidrostática: joga líquido p/ fora do vaso 
e pode gerar edema 
- Pressão oncótica: proteínas, principalmente 
albumina; segura liquido no vaso 
- Pressão osmótica: menos importante, mantém 
liquido no vaso 
- Drenagem linfática: retorna linfa p/ circulação 
VIAS UTILIZADAS: EQUIPOS: 
- Intravenosa (catéter central ou periférico) 
- Subcutânea 
 - Oral (sonda nasogástrica) 
- Intraperitoneal 
- Intraóssea 
(Anestesia sempre IV e intraóssea devido ao 
tempo) 
- Macrogotas: 20 gts corresponde a 1ml. Para 
pacientes com menos de 7kg. 
- Microgotas: 60 gts corresponde a 1ml. Para 
pacientes com mais 7kg. 
VOLUME DE FLUIDO EQUIPO: 
- Reanimação: 15ml/kg/15min – cães e 10ml/kg/20min – gatos 
- Para reanimação é necessário realizar desafio volêmico com prova de carga, que é fazer vol alto de fluido em curto intervao de tempo e ver se o paciente é 
responsivo ou não. 
 
Macrogotas: 20gts – 1ml 
Microgotas: 60gts – 1ml 
Reidratação: 
Peso x % de desidratação / 100 = ml 
 
Manutenção: 
5-10ml/kg/hr 
3ml para cardiopatas 
Para desidratação inaparente 1x; para leve 1,5x, para moderada a grave 2x. 
Pequenos animais: 40 a 60ml/kg/dia 
Grandes animais: 50 a 100ml/kg/dia 
 
 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
TIPOS DE FLUÍDOS: 
CRISTALÓIDES COLÓIDES 
Solutos com eletrólitos e sem eletrólitos 
Penetram todos os compartimentos líquidos 
Atuam principalmente no LIC e intersticial 
Alto peso molecular 
Permanecem no plasma 
Atuam principalmente intravasculares 
Reposição: composição semelhante ao LEC 
Manutenção: menor teor de sódio e maior de potássio 
HIPOTÔNICOS ISOTÔNICOS HIPERTÔNICOS SINTÉTICO NATURAL 
Glicose a 5% NaCl 0,9% Salgadão NaCl 7,5% Amidos – Voluven Sangue e hemoderivados (sangue total, papa de 
hemácias, plasma – indicado p/ coagulopatias e 
hipoproteinemias; plasbumin 20 – hipoproteinemia; 
hidroxietilamido – choque hipovolêmico). 
 
NaCl a 0,45% 
- Acidificante, pode gerar 
acidose metabólita 
hiperclorêmica. 
- Utilizar somente em caso de 
hipocloremia e hiponatremia 
 
 
- rápido ↑volemia 
- efeito imediato sobre IC (indice 
cardíaco) e RVS 
- ↓PIC (devido a osmolaridade do 
plasma subir) 
- antioxidante 
- sem risco de infecção (muito 
salgado, nada cresce). 
- não corrige desidratação 
- não pode usar em desidratação 
severa 
- baixo custo e fácil aquisição 
 
Gelatinas 
 
Dexanos 
 
Ringer Lactato 
 
- pH próximo do fisiológico 
(menor alteração do 
equilibrio acido base e 
hidroeletrolitico) 
- Na+ não tão alto e Cl- baixo 
- Tem K e tampão 
bicarbonato 
- Usado p/ estimular a 
gliconeogenese 
- Não recomendado p/ 
obstrução ureral devido ao 
K+ alto, p/ diabetes 
(gliconeogênese), 
hepatopatias, ruptura de 
bexiga, lesão renal, 
hiadrenocorticismo, 
hipercalemia. 
 Ringer Simples 
 
- Sem Lactato 
- Alto Cl 
- Acidificante 
 
 
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VOLUME DE FLUIDO ADITIVOS COMPLICAÇÕES 
Reanimação: Potássio, Cálcio, Bicarbonato, Vitaminas, Fosfatos. 
 
Para anorexia, vômito, diarréia, pancreatite, peritonite. 
 
Ileoparalítico, retenção urinária, arritmias, fraqueza e tremores. 
 
Nunca exceder 0,5mEq/kg/hr 
Hiperhidratação – hipervolemia e edema (distensão jugular, 
secreção nasal, estertor pulmonar). Os mais susceptíveis são 
insuficientes renais oligúricos/anúricos; insuficientes 
cardíacos; hipoproteinêmicos. 
 
Hipercloremia, hipocalemia, hipofosfatemia, uso de colóides 
(distúrbios de coagulação, IRA) 
 
Embolia gasosa 
 
Tromboembolismo 
 
Flebite 
 
Trombose 
15ml/kg/15min – cães 
10ml/kg/20min – gatos 
 
Para reanimação é necessário realizar desafio volêmico com prova de 
carga, que é fazer vol alto de fluido em curto intervao de tempo e ver 
se o paciente é responsivo ou não. 
 
Reidratação: 
Peso x % de desidratação / 100 = ml 
 
Manutenção: 
5-10ml/kg/hr 
3ml para cardiopatas 
Para desidratação inaparente 1x; para leve 1,5x, para moderada a 
grave 2x 
Pequenos animais: 40 a 60ml/kg/dia 
Grandes animais: 50 a 100ml/kg/dia 
 
Equipo: 
Macrogotas: 20gts – 1ml 
Microgotas: 60gts – 1ml 
 
TIVA: São fármacos anestésicos administrados pela via IV para fazer a indução anestésica e que também podem ser usados na manutenção da anestesia. Para se fazer uso da anestesia geral pode-se fazer a 
indução e a manutenção através da anestesia inalatória e através dos anestésicos injetáveis/intravenosos. Em ambas essas modadlidades, se possível, utilizar conjuntamente uma técnica de anestesia 
locorregional. A intenção é sempre usar diferentes fármacos (miorrelaxantes, analgésicos, tranquilizantes, anestésicos) e diferentes técnicas anestésicas para realizar um procedimento de anestesia balanceada, 
isso promove um efeito sinérgico, fazendo com que seja possível reduzir a dose desses fármacos e produzir um procedimento mais estável e tranquilo para o anestesista e mais seguro e confortável para o 
paciente. O principal foco quando se vai selecionar um fármaco IV é que ele promova uma rápida indução anestésica e recuperação. As principais indicações desses fármacos IV são indução anestésica, 
manutenção da anestesia, procedimentos rápidos, coma induzido. As vantagens em relação à anestesia inalatória é dispensar equipamentos específicos e ser mais barata, poder ser utilizado em pacientes com 
patologias pulmonares, não liberar gases tóxicos no ambiente. As desvantagens é que a manutenção anestésica é mais difícil devido à rápida distribuição desse fármaco para vários tecidos, então o efeito só vai 
cessar quando todo esse fármaco circulante for metabolizado e eliminado, o paciente demora mais para se recuperar. Além disso, é utilizada basicamente a via hepática para metabolização e a via renal para 
eliminação, portanto dependemos da integridade orgânica do paciente. Não possuem antagonistas comerciais. 
A janela terapêutica é quando atingimos o estado em que nosso paciente vai ficar efetivamente inconsciente e anestesiado. Caso se ultrapasse demais essa janela, o paciente pode aprofundar muito, e caso não 
ultrapasse, o paciente pode ficar superficializado. A TIVA pode ser feita em bôlus, única administração ou infusão contínua (mais estável, primeiro se faz um bôlus para elevar as concentrações plasmáticas). Os 
principais fármacos utilizados como indutores ou manutenção da TIVA são os BARBITÚRICOS. 
 
 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
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FÀRMACOS CARACTERÍSTICAS 
TIOPENTAL 
 
BARBITÙRICO 
- Ultracurta duração, paciente induz e se recupera rapidamente. PH extremamente alcalino (>10) gerando dor na administração em qualquer via, além de poder promover inflamação severa e 
necrose. Por isso é utilizado no máximo à 5% em grandes animais e no máximo à 2,5% no cão e no gato. Além de dor, pode causar hemólise. È pouco utilizado na anestesia, sendo utilizado 
basicamente na eutanásia, promovendo inconsciência e parada respiratória. 
- Possui efeito gabaérgico, aumentando a afinidade desse receptor com o ácido gama-aminobuturíco, principal neurotransmissor inibidor do SNC. Tem alta lipossolubidade, ou seja, afinidade 
por gordura, tomar cuidado em pacientes obesos. A liberação do tiopental no tecido adiposo é lenta, fazendo com que o tempo de recuperação do paciente aumente. Tem alta taxa de ligação 
às proteínas plasmáticas, cuidado em hipoproteinemia, desnutrição, hepatopatia. Cães galgos são sensíveis, reduzir dose. 
- Possui efeito cumulativo, quanto mais se administra,
pior os efeitos adversos e maior o tempo de recuperação anestésica. Fazer infusão contínua. Metabolização puramente hepática, evitar 
em paciente hepatopata. Eliminação via renal 90-95%, evitar em nefropata. 
- Redução do consumo de O² cerebral, redução do fluxo sanguíneo de perfusão, redução da PIC e depressão do centro termorregulador (hipotermia). Bom uso para trauma cranioencefalico. 
Efeito anticonvulsivante, usado em pacientes epilépticos. 
- Sobre o sistema cardiovascular pode promover redução da RVP, de DC e PA, causando uma taquicardia reflexa. Reduz o consumo de O² do miocárdio. Deprime o centro vasomotor, faz 
vasodilatação. Sobre o sistema cardiorespiratório pode promover bradipnéia e até mesmo apneia. É um dos efeitos mais comuns durante a indução anestésica com tiopental o paciente parar 
de respirar, podendo durar até 01min30seg (entubar o paciente). Reduz o volume corrente, afetando volume minuto. O paciente pode entrar em hipercapneia e acidose respiratória. Promove 
vasodilatação, reduzindo a PA e chegando menos sangue ao rim, reduzindo a TFG e DU. 
- Sob o útero reduz a perfusão uterina, chegando menos O², os fetos podem ficar hipoxemicos e a depressão fetal vai ser mais acentuada. Sobre o TGI, há uma redução da motilidade podendo 
ocorrer constipação ou atonia intestinal no pós-operatório. 
- As indicações para a utilização do tiopental é o paciente com menor risco possível, ASA I, com integridade orgânica, sem comorbidades. Em cães utilizamos de 7-12,5mg/kg e no gato de 3-
5mg/kg (menor dose no gato devido a glucorinização hepática ser deficiente nessa espécie). 
- Não é analgésico. Mecanismo de ação gabaérgico. 
PROPOFOL 
 
ALQUIFENOL 
 - É o mais indicado para fazer manutenção anestésica. Anestésico geral que tem como conservante a lectina do ovo (dá a coloração branca), portanto propenso à contaminação bacteriana 
(sepse no paciente). Depois que abrir frasco, utilizar em até 6hrs ou descartar o conteudo. 
- Além de vias hepáticas, utiliza vias extra-hepáticas para metabolização (pode utilizar em hepatopatas). Possui menor tempo de duração. A eliminação é feita pelos rins ou pelas fezes. Tem alta 
taxa de ligação às proteínas plasmáticas. Cuidado em pacientes felinos e cães galgos (reduzir dose). Mecanismo de ação gabaérgico. 
- No sistema cardiovascular, reduz RVP, vasodilata o paciente, reduz PA (efeitos menos pronunciados que o tiopental). Sob o sistema respiratório promove depressão respiratória, compromete 
FR e o volume corrente, diminuindo o volume minuto e podendo levar á parada respiratória. Pode promover apneia (dose alta e rápida administração). 
- Pode promover depressão do centro termorregulatório (hipotermia). Pode ocorrer opstotóno (hiperextensão do membro torácico e relaxamento de membro pélvico – temporário, porque 
atua em receptores motores). 
- As principais indicações de uso são pacientes hepatopatas e nefropatas. Pode ser usado em pacientes obesos. Pode ser usado em pacientes idosos. Pode ser usado em infusão continua (não 
tem efeito cumulativo nem efeitos adversos pronunciados). É indicado em cesarianas. Pode ser usado como anticonvulsivante junto a outros fármacos. 
- Doses variam de 3-6mg/kg tanto no cão quanto no gato. Para manutenção da anestesia as taxas de infusão contínua variam de 0,1 – 0,6mg/kg/min. 
ETOMIDATO 
 
COMPOSTO 
IMIDAZOLÍCO 
- Os efeitos adversos, quando comparados ao tiopental, são muito menores. Produz ótima estabilidade cardiorrespiratória. Tem pH relativamente ácido e é extremamente concentrado, 
podendo promover flebite, necrose e hemólise durante a administração. Deve-se sempre diluir na proporção de 1:1. Alta taxa de ligação ás proteínas plasmáticas, evitando o uso em pacientes 
desnutridos, hipoproteinemicos e hepatopatas. 
- É de ultracurta duração, com latência de 30seg e tempo de duração de 7-10min, tendo uma rápida indução e rápida recuperação. Não tem efeito cumulativo nem preferência por tecido 
adiposo. Não é analgésico. Tem alta lipossolubidade, passando rapidamente pela barreira hematoencefálica. 
- Além de metabolização por via hepática, é metabolizado por estereases plasmáticas (enzimas do plasma), produzem composto inativo. Via de eliminação majoritariamente renal e o restante 
biliar. Mecanismo de ação gabaérgico. 
- Promove redução do consumo de O² cerebral, reduz o fluxo sanguíneo cerebral, reduz PIC. Pode ser usado em trauma cranioencefálico. Não promove arritimas, não altera condução elétrica 
do coração. Reduz a PA (menos que o tiopental), reduz RVP, vasodilata (não significativo em pacientes hígidos). Bom uso em cardiopatas, hipotensos e desidratados. Reduz o volume corrente e 
promove estimulação discreta na FR. Pouca incidência de apneia. Pode promover o vômito durante a indução (não deixar paciente aspirar, pode promover broncopneumonia). Reduz 
motilidade intestinal (constipação) e pode aumentar a produção de secreções do TGI. O paciente pode ter mímica de vômito e não necessáriamente vomitar. 
- Pode causar mioclonias e espamos (associar a miorrelaxante). Causa supressão imunológica se usado em infusão contínua, inibindo a síntese de cortisol e aldosterona. 
- Doses de 1,5-2mg/kg IV. 
 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
ANESTÉSICOS 
DISSOCIATIVOS 
 
DERIVADOS DA 
FENCICLIDINA 
 
CARACTERÍSTICAS: 
- Além de serem utilizados como MPA, se for utilizada uma dose mais elevada promovem anestesia geral (dose dependente, quanto maior a dose, maior a depressão do SNC). Muito utilizados 
como indutores anestésicos, principalmente em grandes animais. 
- Apesar te terem um pH ácido e causarem dor se feitos pela via IM, na indução anestésica e manutenção vão ser utilizados pela via IV, não tendo esse problema. 
- Taxa mediana de ligação ás proteínas plasmáticas, de 54%, principalmente albumina. 
- A metabolização basicamente é hepática e a eliminação pela via renal, ou seja, os pacientes tem que ter integridade orgânica para conseguir metabolizar esses fármacos no fígado e 
efetivamente eliminar pela via renal, para que não haja prolongamento do efeito. 
- Promovem ↑PIC e analgesia somática. Pode promover catalepsia (posturas bizarras), espasmicidade muscular, má dissociação e dependendo da dose promove depressão do sistema nervoso 
central até efetivamente anestesia geral. Para evitar esses efeitos associar (alfa-2 adrenérgico ou benzodiazepínico). 
- Tem efeito simpatomimético, ou seja, estimulam o ↑FC, ↑DC e ↑PA. Promovem uma estabilidade hemodinâmica e respiratória adequada (necessária integridade do sistema cardiovascular 
do paciente, pois esses fármacos descompensam pacientes que possuem alterações prévias). 
- Dificilmente promove apneia. Promove um padrão irregular, o paciente vai ter respirações rápidas e superficiais seguidas de longas pausas expiratórias (padrão apnêustico). Se não utilizar 
miorrelaxantes e tranquilizantes associados, os reflexos protetores sempre vão ser mantidos (reflexos de deglutição, palpebrais e corneal), o que é uma vantagem para cirurgias à campo em 
grandes animais (monitoração do paciente). No caso de pequenos, que a cirurgia é dentro do bloco cirúrgico sempre, o ideal é abolir esses reflexos e intubar o paciente para suprir O², pois 
todos os fármacos anestésicos causam depressão cardiorrespiratória e diminuem o O² circulante. Para abolição desses reflexos, tanto em grandes como pequenos, podemos aumentar a dose 
dos dissociativos ou associar á outros fármacos miorrelaxantes ou propofol (melhor escolha, utilizando um fármaco de efeito sinérgico potencializa o anestésico e diminui os efeitos colaterais), 
por exemplo, assim abolimos o reflexo laringotraqueal e é possível fazer a intubação para ventilar o paciente. 
- Se a indução anestésica for feita IM é preciso aumentar as doses em 4 - 6 vezes, porque o fármaco vai ter que ser absorvido, ganhar a corrente sanguínea, fazer metabolismo de primeira 
passagem, circular pelo SNC até fazer seu efeito. 
- Dependendo da dose
podem promover depressão cardíaca, vasodilatação, hipotensão, arritmias e depressão respiratória. 
CETAMINA - Produz como metabólico a norcetamina, que é um composto ativo e continua a fazer efeito depressor do SNC no organismo. Cuidado em gatos, hepatopatas e nefropatas. 
- Para fazer uma indução anestésica via IV utiliza-se uma dose de 2 - 5 mg/kg (lembrando que o paciente já deve estar pré medicado com tranquilizante/sedativo/analgésico, ou seja, já 
deprimiu um pouco o SNC e vai deprimir o “restante” com cetamina (associada preferencialmente a um benzodiazepínico ou o propofol). 
- Mais difundida, barata e acessível, permite associação com o fármaco que a gente quiser. 
TILETAMINA - Para indução anestésica se usa IV doses de 1 – 4 mg/kg (paciente também já deve estar deprimido). Já vem associada ao zolazepam, o tempo de ação desse fármaco é muito prolongado. 
 
FÁRMACOS CO-INDUTORES: São fármacos adjuvantes (analgésicos, miorrelaxantes, anestésicos), ao ato da indução anestésica, utilizados juntamente com o fármaco indutor, para ter um efeito sinérgico, 
potencializando seus efeitos e contrabalanceando os efeitos adversos, trazendo mais segurança ao protocolo. O objetivo é incrementar miorrelaxamento, contrabalancear os efeitos depressores e reduzir 
efetivamente as doses do fármaco principal. A principal preocupação na administração desses fármacos é não causar efeito paradoxal em animais hígidos (para evitar se faz uma dose baixa 0,5 – 1,0 de propofol 
primeiro, depois o co-indutor, depois o restante do propofol). As doses são sempre através da titulação, de acordo com os parâmetros clínicos que o paciente for demonstrando, muitas vezes não é necessário 
realizar dose cheia. Geralmente, se usa o co-indutor primeiro e depois o indutor principal, com exceção dos benzodiazepínicos. 
FÁRMACOS UTILIZADOS CARACTERÍSTICAS 
BENZODIAZEPÍNICOS - São os mais utilizados. Utiliza-se MIDAZOLAM na dose de 0,2 – 0,3mg/kg IV e DIAZEPAM na dose de 0,2 – 0,3mg/kg IV. Normalmente são co-indutores da cetamina. 
DISSOCIATIVOS - A cetamina é muito utilizada como co-indutor, pois mantém ou estimula o sistema cardiorrespiratório (o propofol e o tiopental tende a deprimir tudo), então esse fármaco 
entra para contrabalancear esses efeitos, fazendo com que a indução fique mais tranquila e estável para o paciente e anestesista, tendo menos riscos de intecorrência. É 
utilizada na dose de 0,5 – 2,0mg/kg IV. Se estiver sendo utilizada isoladamente para indução, a dose é de no mínimo 5mg/kg (efeitos adversos muito pronunciados, 
espasmicidade, catalepsia, salivação intensa, estimulação exarcebada do sistema cardiovascular). Normalmente, a cetamina vai ser co-indutora de fármacos como o propofol e o 
tiopental e os benzodiazepínicos vão ser co-indutores da cetamina. 
OPIÓIDES - São hipnoanalgésicos, promovendo analgesia e sono artificial, principalmente o FENTANIL (efeito mais evidente). Pode ser utilizado também antes da indução anestésica ou 
junto a ela como co-indutor nas doses de 2,5 - 5,0 mcg/kg IV, junto ao propofol, etomidato e até mesmo junto à cetamina. 
LIDOCAÍNA S/V - Confere analgesia sistêmica, mas a principal indicação de uso dela é quando o paciente tem flebite (processo inflamatório do vaso, paciente internado há muito tempo que já 
trocou muito de acesso, fármacos como o etomidato, propofol e tiopental são muito alcalinos e irritantes, devendo ser diluídos para evitar isso). O principal vasoconstritor que 
tem nos anestésicos locais é a adrenalina, que pode acabar descompensando o paciente se ele for um cardiopata, estimulando o sistema cardiovascular, tendo arritmias, 
hipertensão. Então exclusivamente, utiliza-se anestésico local s/v e preferencialmente a lidocaína, pois é o único que pode fazer pela via intravenosa. 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
PLANOS ANESTÉSICOS: Vários fármacos podem promover a indução e manutenção da anestesia, mas não basta 
administrar esses fármacos no nosso paciente sem saber titular e avaliar o grau da inconsciência do paciente. Todos 
os anestésicos que já vimos, conforme aumenta a dose vai deprimindo cada vez mais o SNC, e conforme vai reduzindo 
o seu fornecimento ou cessando, a tendência é o paciente recuperar a consciência e voltar a seu estado normal. O 
tipo de procedimento que o paciente está sendo submetido vai variar em requerimento de anestésico, assim como o 
estado físico do paciente e as comorbidades existentes, paciente muito deprimido requerem menores doses de 
anestésico. O monitoramento da anestesia vai visar avaliar todos os pilares da anestesia: consciência, mobilidade, 
miorrelaxamento, analgesia e proteção neurovegetativa (manter esse equilíbrio entre SNS e SNP, como por exemplo, 
em um paciente que está imóvel, inconsciente e relaxado, ainda sim pode estar com analgesia insuficiente e no 
momento de maior manipulação, esse paciente vai demonstrar dor através da alteração de parâmetros fisiológicos 
devido ao estímulo e descarga de catecolaminas do SNS, desequelibrando os dois sistemas; por isso que analgesia não 
entra como um fator isolado, pois se ela for o suficiente o simpático não é exacerbado em relação ao parassimpático; 
deve-se sempre monitorar o paciente para evitar intercorrências). Caso seja necessário aumentar as doses anestésicas 
durante o procedimento, é importante lembrar que os efeitos adversos também vão ser exarcerbados. Caso o 
paciente não tenha integridade orgânica adequada para metabolização hepática e excreção renal, o tempo de 
recuperação anestésica é prolongado. Tem que saber avaliar adequadamente o grau de consciência desse paciente 
para que seja possível utilizar um protocolo adequado desde o ínicio, reduzir o fornecimento de anestésico geral e consequentemente atenuar esses efeitos. A profundidade da anestesia é determinada pela 
quantidade de fármacos no SNC, a magnitude da estimulação e as condições subjacentes como os efeitos depressores. Um paciente prostado requer menos anestésico, um paciente estressado e em condições 
estimulantes (alguns fármacos de emergência como a adrenalina estimulam a atividade do SNC ou do sistema cardiorrespiratório) requer mais anestésico. Em 1937, foram criados os estágios ou planos de 
Guedel, que são parâmetros para avaliar o grau de insconsciência do paciente, caracterizando a profundidade anestésica. São utilizados apenas para anestesias que promovam hipnose. Os principais sinais e 
parâmetros avaliados são a posição do globo ocular, reflexos oculopalpebrais (palpebral, corneal, pupilar), reflexo interdigital, reflexo laringotraqueal, alterações cardiopulmonares. 
ESTÁGIOS DE GUEDEL 
ESTÁGIO I - É o estagio de alerta à perda de consciência, ou seja, o paciente ainda está consciente só que está mais miorrelaxado, mais tranquilo, menos ansioso. É o paciente depois da MPA. Se conversar 
com o paciente ele ainda vai estar atento. É o inicio da analgesia, traquilização e sedação. Os reflexos corneais e palpebrais ainda estão presentes. A tonicidade muscular está normal. O globo 
ocular está centralizado, pupila com diâmetro normal. 
ESTÁGIO II - ESSE ESTÁGIO DEVE SER EVITADO. O ideal é que o paciente passe do estágio I para o III. É o estagio do delírio e excitação. Isso acontece por que no SNC existem áreas que são inibitórias de vias 
excitatórias, por exemplo, algumas vias vão demandar incoordenação e espasmicidade, se essa via está bloqueada, mas durante a indução anestésica bloqueia a via inibitória que estava 
bloqueando esta via excitatória, o paciente vai ficar excitado. O animal pode ficar extremamente agitado, incordenado, muitas vezes desenvolver tosse, vômito, pupilas dilatadas, hipertonia 
muscular, hiperreatividade a estímulos, euforia e excitação. Isso é desconfortável para o animal e é ruim para os anestesistas contornar essa condição. Para evitar esse estágio usar os co-
indutores, benzodiazepínicos, opióides, os dissociativos junto aos fármacos.
Na MPA, os fenotiazínicos, alfa-2 e analgésico também ajudam a evitar a ocorrência do segundo estagio na anestesia. 
No retorno anestésico, esse estágio também pode acontecer e o paciente pode voltar mal dissociado. Ideal é colocar o paciente em ambiente tranquilo, sem luz e barulho p/ evitar. 
ESTÁGIO III - Grau de inconsciência e anestesia cirúrgica. 
1° PLANO - Superficial. A respiração é costoabdominal, o globo ocular está semi-rotacionado, a pupila está em miose e responsiva à luz, tônus mandibular presente, reflexo interdigital 
presente, reflexos palpebral e corneal presentes. Nesse plano não é possível entubar o paciente (vai deglutir e tossir durante a intubação). 
2° e 3° 
PLANO 
- Leve a moderado. Anestésica cirúrgia, reflexos palpebrais reduzidos/ausentes, globo ocular rotacionado, reflexo corneano presente/discretamente reduzido, reflexo interdigital 
ausente, padrão respiratório abdomino-costal, relaxamento muscular intenso. Considera grau de insconsciência suficiente, o ideal é manter nesse estágio, pois bloqueia os reflexos 
protetores e promove inconsciência, imobilidade e miorrelaxamento. A incidência de intercorrências é mínima, pois o paciente ainda está supercializado. 
4° PLANO - Depressão bulbar. Abolição dos reflexos palpebrais e corneais, globo ocular centralizado, midríase, depressão cardiovascular e respiratória, respiração abdominal. Começa a 
deprimir o bulbo central do paciente, fazendo com que tenha depressão cardiorrespiratória intensa, bradicardia, hipotensão, bradipnéia e apneia. 
ESTÁGIO IV - Choque bulbar e morte. Abolição total de todos os reflexos protetores (palpebral, laringotraqueal, corneal). Depressão cardiovascular e respiratória intensa. Risco de choque bulbar e parada 
cardiorrespiratória. 
 
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ANESTESIA INALATÓRIA: È voltátil. È a introdução de um produto ativo pela via respiratória, com absorção pulmonar e com passagem para a corrente circulatória, ganhando o SNC e promovendo seu efeito. 
Depois da MPA nós temos 3 caminhos p/ fazer os procedimentos cirúrgicos no paciente: TIVA/PIVA (com indução anestésica e manutenção), anestesia inalatória e anestesia locorregional (associada a MPA ou a 
qualquer uma dessas modadlidades). Os principais gases utilizados são o ISOFLURANO e SEVOFLURANO, basicamente 97-99% dele é absorvido e eliminado por via respiratória, não dependendo de 
metabolização hepática e excreção renal. Os anestésicos inalatórios fornecem apenas inconsciência, imobilidade e miorrelaxamento, devendo associar um analgésico ao protocolo. A anestesia inalatória não é 
necessáriamente mais segura do que a injetável, o que determina a segurança do protocolo é o anestesista, pois ele selecionou os melhores fármacos, associações e doses para aquele paciente e procedimento, 
e está monitorando todo o trans-operatório e pós-operatório imediato do paciente. A vantagem da anestesia inalatória é a rápida indução e recuperação do paciente, não precisar passar por metabolização 
hepática e excreção renal. Em 1846 ocorreu a primeira anestesia inalatória efetiva, e ate hojé é a modalidade mais difundida na medicina e na medicina veterinária. Inicialmente em animais o éter e o 
clorofórmio eram muito utilizados, porém esses gases são muito irritantes para a via aérea, tem odor desagradável e promovem ardência e alguns processos inflamatórios. Felizmente na década de 50 surgiram 
outros fármacos, os halogenados, principalmente o halotano, que reduziu esses efeitos adversos, sendo mais seguros e aplicáveis aos pacientes. 
 
VANTAGENS 
COMPARADA A 
ANESTESIA 
INJETÀVEL 
- Controle do plano anestésico é muito mais rápido e efetivo, pois é só parar o fornecimento de anestésico que o paciente superficializa. Recuperação mais rápida, pois a eliminação é 
rápida e por via pulmonar apenas. Metabolização e eliminação rápidas. Mensuração dos agentes no paciente (a partir do momento que se está fornecendo anestésicos inalatórios para 
o paciente, vai saturar o pulmão e por gradiente de concentração vai passar para a corrente sanguínea a alcançar o SNC, decorrido uns 5-10min a concentração no SNC e pulmões vai 
estar em equilíbrio, conseguindo determinar efetivamente qual a dose que está sendo administrada e está atuando no paciente a partir de monitores que mostram a fração inspirada e 
expirada do gás anestésico). Segura em pacientes críticos. 
DESVANTAGENS 
COMPARADA A 
ANESTESIA 
INJETÀVEL 
- Equipamentos dispendiosos e específicos como os vaporizadores, que são caros. O halotano, isoflurano e sevoflurano não vêm na forma de gás, é um líquido que precisa ser 
volatilizado, ou seja, é colocado dentro de uma câmara com oxigênio suplementar e volatiliza até chegar ao paciente. Contaminação do ambiente devido à exposição contínua dos 
profissionais á esses gases (se esses anestésicos são absorvidos e eliminados por via pulmonar, quando o paciente está expirando esse gás + dióxido de carbono vai para o ambiente e 
caso o hospital não tenha sistema de despoluição, nós inspiramos esses gases, podendo causar irritabilidade, dor de cabeça, exposição constante em mulheres gestantes pode levar a 
má formação fetal). 
- Quando o paciente está entubado e tem um circuito anestésico tem que haver um ponto de fuga do gás expirado, senão o paciente vai respirar muito CO² e levar à acidose 
respiratória, de mesmo modo vai chegar um momento de saturação de gás fresco dentro do sistema e ultrapassar a capacidade pulmonar do paciente, levando a um aumento de 
pressão e volume intratorácico. Portanto os sistemas respiratórios devem ter como saída o meio ambiente ou o sistema de despoluição. 
MECANISMO DE 
AÇÃO 
- Bloqueio da transmissão excitatória. Estímulo da transmissão inibitória. Os locais de ação do SNC são o sistema reticular de ativação, córtex cerebral, hipotálamo, medula espinhal. 
- Existem três teorias na literatura: a primeira é que os anestésicos chegam ao SNC, atravessam a membrana celular e despolarizam as células, fechando o canal iônico, bloqueando o 
fluxo de íons Cl- e Ca++, consequentemente alterando a condução nervosa da celula; segunda é que esse anestésico inalatório vai entrar no citoplasma celular causando uma dilatação e 
bloqueando esses receptores; a terceira é o gás vai se ligar a todos esses receptores excitatórios e inibitórios, bloquando sua função e reduzindo a atividade do SNC. 
POTÊNCIAS DOS 
ANESTÉSICOS 
INALATÓRIOS 
- Esses fármacos estão diluídos em gases fornecidos ao paciente, então a dose fornecida é chamada de fração inspirada, que é a fração do gás total que o paciente está inspirando. Para 
comparar os diferentes gases anestésicos e seu efeito (que é produzir inconsciência) utilizamos o conceito de concentração alvolar mínima (CAM - inibe resposta motora a um estímulo 
doloroso supra-máximo em 50% dos pacientes então, por exemplo, em CAM o halotano é de 0,9% e o isofurano é de 1,3%, podendo também relacionar ao índice de potência de cada 
gás). CAM HALOTANO 0,9%. CAM ISOFLURANO 1,28%. CAM SEVOFLURANO 2,3%. CAM ÓXIDO NITROSO 200% (O óxido sempre vai ser utilizado como facilitador de absorção, estando 
sempre associado a outro gás anestésico – isso é chamado de efeito do segundo gás). 
Fatores que interferem na CAM Fatores que diminuem a CAM Fatores que aumentam a CAM 
O paciente, protocolo anestésico, 
patologias e donças 
concomitantes, intercorrências 
anestésicas, levando ao aumento 
do requerimento anestésico. 
Hipotermia, hiponatremia, gestação (a progesterona circulante é um depressor do 
SNC), PaO² 80mmHg, ou seja, o paciente está hipoxêmico, a 
condução elétrica está alterada), PaCO² >95mmHg (o limite máximo é 45mmHg, 
paciente está hipoventilando, o CO² é um depressor do SNC), Hipotensão (diminui 
absorção), Idade (pacientes neonatos ou muito idosos tem atividade do SNC reduzida), 
Fármacos que causem depressão de SNC (sedativos, tranquilizantes, analgésicos, 
relaxantes
musculares, anestesia locorregional – bloqueiam a condução periférica, não 
transmitindo informação para o SNC). 
Hipertemia, hipernatremia, fármacos estimulantes 
(efedrina, anfetaminas, analépticos respiratórios, 
adrenalina exógena). Situações em que o metabolismo 
está extremamente elevado, então o paciente que está 
hipertérmico e com hipernatremia (excesso de sódio) 
tem alteração na condução elétrica, com sinapses 
disparadas facilmente, principalmente no SNC. 
 
 
 
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CAPTAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DOS ANESTÉSICOS INALATÓRIOS: Os fatores que afetam a captação dos anestésicos inalatórios pelos pulmões são a concentração inspirada, ventilação alveolar (padrão respiratório 
e função pulmonar do paciente), efeito do segundo gás, coeficiente de solubilidade do gás/sangue (depende sistema cardiocirculatório). Então não adianta o paciente estar ventilando adequadamente, mas 
estar hipotenso e hipovolêmico, devido ao desvio de perfusão do sangue para algumas áreas, o que causa captação reduzida. O paciente deve estar com a PA adequada. Algumas situações a gente consegue 
modular, aumentar a fração inspirada desse anestésico pelo paciente aumentando o fornecimento, se o paciente estiver com broncoespasmo ou bronconstrito pode usar um broncodilatador em situações de 
emergência. Se o paciente estiver em apneia tem que ventilar por ele. Se mantiver ou aumentar a frequência respiratória e o volume corrente, promovendo um aumento do volume minuto, aumenta a captação 
desses anestésicos. Existem alguns fármacos que tem o efeito de segundo gás, como no caso do oxido nitroso, que é extremamente difusivo do ácino alveolar para a corrente sanguínea. Então se, por exemplo, 
estiver fornecendo o óxido nitroso junto com halotano, isoflurano, sevoflurano, os outros gases tem sua difusão facilitada, pois se unem ao óxido nitroso, sendo carreado mais facilmente para a corrente 
sanguínea e consequentemente para o SNC. Ele é um facilitador da captação do anestésico inalatório, ou seja, ele é um fármaco coadjuvante. 
COEFICIENTE DE SOLUBILIDADE SANGUE/GÁS: É a fração de sangue dividido pela fração de gás. Depois de 5 a 
10 minutos o gás alveolar vai entrar em equilíbrio com o SNC, ele passa do alvéolo vai p/ o sangue e p/ o SNC, 
mas se o fármaco tiver uma alta fração no sangue o coeficiente vai aumentar, tendo pouca fração do gás no 
SNC. Então dependendo do fármaco que a gente estiver trabalhando, ou seja, aqueles que têm um alto 
coeficiente de solubilidade sangue/gás (alguns anestésicos inalatórios que vai ter tropismo p/ ficar diluído no 
sangue ao invés de ir para o SNC) vão ser fármacos que vão induzir e recuperar mais lentamente o paciente. De 
mesmo modo, fármacos que têm baixo coeficiente sangue gás vão promover pouco fármaco diluído no sangue e 
muito fármaco no SNC, então vão ser fármacos que vão induzir e recuperar o paciente mais rápido. Tanto na 
anestesia inalatória quanto na injetável, uma fonte de oxigênio suplementar deve ser fornecida ao paciente 
Saindo do cilindro (1) tem que chegar ao aparelho de anestesia. No fluxomêtro é onde se dosa o oxigênio 
suplementar fornecido ao paciente (depende do peso do paciente e do circuito utilizado), passando para o 
vaporizador (3), que é aonde o anestésico inalatório que já vem comercialmente na fase líquida entra em 
contato com o gás diluente e volatiliza, chegando ao circuito respiratório até o paciente. 
O oxigênio suplementar (100%) ou ar comprimido são os gases utilizados para volatizar o anestésico inalatário. 
Existe o vaporizador calibrado e os universais. Nos vaporizadores calibrados é calibrada a pressão, temperatura 
e agente especifico, ou seja, cada um deles tem uma cor diferente por que cada anestésico inalatório tem uma 
cor diferente (sevoflurano é amarelo, isoflurano é roxo e o desflurano é azul), então eles são específicos para 
determinado gás anestésico. Já no vaporizador universal, pode ser utilizado todos os gases, com exceção do desflurano. O vaporizador calibrado é todo graduado, ou seja, se isoflurano em 1,3% vai promover 
inconsciência nos pacientes, no vaporizador calibrado está saindo 1,3%, no monitor de gases anestésicos que mostra a fração inspirada está em 1,3% de isoflurano, mas para olhar o grau de inconsciência do 
paciente medimos os estágios de Guedel (não basta ficar preso aos valores numéricos, cada paciente pode ter um requerimento). Não é uma dose padrão, não é uma fração que vai do inicio ate o final da 
anestesia, a gente modula o fornecimento conforme o requerimento do paciente. Já no vaporizador universal, conforme abrimos o dial começa a perfundir oxigênio e borbulhar, volatizando o anestésico (não 
tem graduação, só vê borbulhamento, chamado de bolha/cento, não é preciso). Quanto mais borbulhar, mais está vaporizando, quanto menos borbulhar, menos está. 
Se tiver mais gás no SNC e pulmões e pouco no sangue, esse gás tem baixa solubilidade sangue/gás. Se tiver mais gás no sangue do que no SNC e pulmões, esse gás tem alta solubidade sangue/gás. Em ordem de 
solubilidade sangue/gás e indução mais lenta para mais rápida estão respectivamente: Halotano (2,5), Isoflurano (1,4), Sevoflurano (0,6), óxido nitroso (0,47 - associado). Quanto menor o coeficiente de 
solubidade, mais rápida a indução. 
 
 
 
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Resumo - Daniela Taynara Pereira – PUC Minas Betim 
Anestesiologia – Prof. Marcos Paulo – 2/2018 
AGENTES INALATÓRIOS NA MV: 
HALOGENADOS 
Mais utilizados na MV, sendo 
o isoflurano e o sevoflurano 
os mais utilizados. 
HALOTANO Incolor, odor agradável, não inflamável, é degradado na luz UV (se utilizar vaporizador universal, o revestimento deve ser âmbar). È o que mais deprime o 
sistema cardiovascular dentre os gases, ↓DC, ↓VS e ↓contratilidade cardíaca, além de sensibilizar o miocárdio às catecolaminas, predispõe a 
taquiarritmias (não utilizar em cardiopatas). Causa vasodilatação cerebral (não utilizar em trauma cranioencefalico). Pode promover hipertermia maligna 
(doença genética que alguns pacientes desenvolvem quando expostos á alguns anestésicos, principalmente ao halotano, que promove contrações 
involuntárias exarcerbadas da musculatura, aumentando o metabolismo, promovendo acidose metabólica e até óbito). Muito comum em suíno e raro em 
cães. 20 – 25% da metabolização dependem de via hepática (não pode usar em hepatopatas). Pode comprometer a perfusão renal (pois depende da PA e 
perfusão sistêmica – evitar em nefropatas) 
ISOFLURANO É o mais utilizado na MV, tem menores efeitos sobre o sistema cardiovascular (comparado ao halotano), não reduz DC nem contralidade, mas reduz PA 
porque reduz RVP, vasodilata o paciente (preserva a função baroceptora, mas compensatóriamente a baixa PA é detectada pelo sistema aórtico 
parotídico e eleva a PA). Não é inflamável, é um fármaco com odor desagradável (indução via máscara facial faz o animal querer fugir). Mais estável e 
lipossolúvel. Pode ser utilizado em hepatopatas, menos de 1% é metabolizado via hepática. Pode comprometer a perfusão renal (pois depende da PA e 
perfusão sistêmica). Dar preferência em relação ao halotano e ao sevoflurano em nefropatas. 
SEVOFLURANO Tem ganhado espaço na rotina. É mais caro que o isoflurano, mas tem odor agradável, sendo melhor para a indução. Efeitos dose-dependente de 
depressão cardiorrespiratória. Causa hipotensão porque reduz RVP, causando redução de PA. Deprime mais a função respiratória do que o isoflurano. 
Pode ser usado em hepatopatas, 2-3% é metabolizado via hepática. Pode comprometer a perfusão renal (pois depende da PA e perfusão sistêmica). 
Produz um composto ativo A que é nefrotóxico (evitar em nefropatas, pode causar hipotensão, hipoperfusão e reduzir TFG). 
ENFLURANO 
DESFLURANO É o anestésico inalatório mais moderno de todos, ele tem o menor coeficiente sangue/gás, induzindo e recuperando o paciente mais rápido. Tem CAM de 
7 – 10%,

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