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A EVOLUÇÃO DO DIREITO PENAL NO BRASIL

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Professora Lilian Christine Reolon
 Direito Penal I - Noite
 Luiz Felipe Mesquita Mai
A EVOLUÇÃO DO DIREITO PENAL NO BRASIL
Observa-se que as leis criminais no Brasil foram criadas com base na legislação Portuguesa, face a colonização de nosso País. Tais leis tiveram origem nas ordenações Afonsinas (1500-1514), ordenações Manuelinas (1514 – 1603) e nas ordenações Filipinas (1603 – 1830), e tinham suas penas, por influência das leis da Igreja Católica na Idade Média, muito rigorosas e cruéis, os crimes confudiam-se com pecados e ofensas morais, aplicavam-se açoites, mutilações, queimaduras e até mesmo a pena de morte. Eram penas exageradamente desproporcionais e aplicadas com extrema crueldade. 
Com a Proclamação da Independência criou-se a Constituição de 1824, ocasião em que foi criado o Código Criminal do Império em 1830. Tinha como norte a doutrina de Betham, o Código francês de 1810, e o Napolitano de 1819. Com penas mais individualizadas, passou-se a considerar atenuantes e agravantes nas situações em questão, com julgamentos diferenciados a menores de 14 anos. A pena de morte, após muitas considerações, foi aceita para tentar impedir crimes cometidos por escravos.
Em 11 de outubro de 1890, foi criado o Código Criminal da República, houve muitas críticas devido a falhas apontadas, ocasionadas pela pressa pela qual o texto foi elaborado. Foi abolido a pena de morte e criadas por conseguinte as penas de prisão, banimento, interdição, suspensão, perda de emprego público e multa. Foi criado, Inclusive, o regime penitenciário com o intuito de correição. Com a criação do Código de 1890, foram criadas ao longo dos anos, outras leis para modificar e/ou aprimorar alguns pontos, assim acabou gerando confusão e incertezas na aplicação da lei. Foi quando o Desembargador Vicente de Piragibe foi encubido de consolidar essas leis estravagantes, surgindo o Decreto n. 22.213, de 14 de dezembro de 1932 – que chamava-se de Consolidação das Leis Penais de Piragibe, que passou a vigorar até 1940.
Em 1940 foi promulgado o novo Código Penal, que passou a valer a partir de 1º de janeiro de 1942, para que coincidisse a vigência com o Código de Processo Penal. Esse Código não estava vinculado a nenhuma escola ou corrente. Fez-se, no entanto, uma mescla entre as Escolas Clássica e Positiva, aproveitando-se o que havia de melhor nas leis modernas de orientação liberal.
Em 1969, foi apresentado um anteprojeto pelo professor e Ministro Nelson Hungria, que após várias comissões revisoras, foi convertido em lei pelo Decreto n. 1.004 de 21 de outubro de 1969. Sua vigência foi adiada em vista das críticas feitas. Tendo sido totalmente revogada pela Lei n. 6.578 de 11 de outubro de 1978. 
Em 1980, o Ministro da Justiça incumbiu o professor Francisco de Assis Toledo, da Universidade de Brasília, de efetuar a reforma do Código Penal, o que foi feito e está em vigor até hoje. E que a exemplo da Alemanha, foi alterado primeiro a parte geral. A partir da parte geral, foi promulgada a nova Lei de Execução Penal – n. 7.210 em 11 de julho de 1984. Lei esta específica para regular a execução das penas e as medidas de segurança. Tal fato proporcionou a criação de novo ramo do direito – Direito de Execução Penal. 
Por fim, houve, recentemente, no Código Penal alteração através da Lei n. 9.714/98 no que tange as penas restritivas de direito, sendo incluídos os tipos de pena: prestação pecuniária e perda de bens e valores.

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