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Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Tópico 04 Resíduos Sólidos 10-10-2025

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Tópico 04
Gestão Ambiental e Responsabilidade Social
Resíduos Sólidos
1. Introdução
Você pensa no “lixo” que produz no seu dia a dia? Se não,
deveria, porque o mundo não suporta mais tanto recurso natural
sendo extraído para seu consumo exagerado e nem tem mais
lugar para fazer o depósito de tanto lixo produzido. Será que a
pessoa com uma consciência maior de educação ambiental
produz menos “lixo” e faz escolhas melhores dos produtos que
compra? Pense um pouco sobre isso antes de continuar seus
estudos.
Assista ao vídeo realizado pela Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, e
conheça os dados do último Panorama dos Resíduos
Sólidos no Brasil em 2016. Nele, são apresentados,
dentre outros, os malefícios da gestão inadequada dos
resíduos que afetam mais de 78 milhões de brasileiros.

Panorama dos Resíduos Sólidos 2016 - ABRPanorama dos Resíduos Sólidos 2016 - ABR……
https://www.youtube.com/watch?v=By2PpicqjMY
É evidente que, com o passar dos séculos, a tipologia dos
resíduos e rejeitos tende a ser diferente, e com isso, é necessário
que haja uma adaptação para saber lidar com esse material,
buscando por métodos que reutilizem, o máximo, resíduos e
propor melhorias para que diminua o volume de rejeitos.
Veja aqui um panorama mais atualizado, de 2018/2019.

A composição do “lixo” do início do século XX é a
mesma que a do século XXI? Em qual dos dois séculos a
composição do lixo é formada mais por materiais
plásticos, equipamentos eletrônicos, materiais de isopor,
pilhas e bateria de celular? O impacto do descarte destes
materiais no meio ambiente é o mesmo que os de
matéria orgânica, predominante no início do século XX?

Será que é possível reciclar 99% do “lixo” que é
produzido pelos habitantes de uma cidade? Surpreenda-
se com a resposta ao assistir ao vídeo realizado na
cidade de Borás, na região Sul da Suécia. Parte do “lixo”
é transformado em energia e os moradores pagam até
50% a menos na conta de luz. Além disso, o transporte
público sai 20% mais barato.
É possivel ter desenvolvimento sustentável! Basta ter
conhecimento e boa vontade.

http://abrelpe.org.br/download-panorama-2018-2019/
2. Definição e Classificação de
Resíduos Sólidos
A palavra “lixo” é uma palavra usada no dia a dia das pessoas,
porém ela não é o termo correto. O que vamos usar de agora em
diante são as palavras “Resíduos” e “Rejeitos”, pois são estas as
palavras corretas para o que vulgarmente chamávamos de “lixo”.
Vamos ver o que elas significam.
Resíduo sólido, segundo a Lei 12.305/2010, que institui a
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), é todo aquele
Cidade de Boras na Suecia reaproveita 99% dCidade de Boras na Suecia reaproveita 99% d……
“material, substância, objeto ou bem descartado resultante
de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação final
se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a
proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases
contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades
tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos
ou em corpos d’água, ou exijam, para isso, soluções técnica
ou economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia
disponível”.
BRASIL, 2010, p.1
https://www.youtube.com/watch?v=Zy0aProp3r4
Os resíduos sólidos e semissólidos resultam de atividades de
diversas origens como, por exemplo, resíduos gerados nas
nossas casas/residências e nas indústrias e hospitais (ABNT,
2004). O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas (SEBRAE, 2015) relata que resíduo é tudo aquilo que
tem valor econômico e pode ser reciclado e reaproveitado.
Já rejeito é definido pela Lei 12.305/2010, que institui Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), como sendo todo o
resíduo sólido que
Logo, rejeito é todo resíduo que não pode ser mais reciclado ou
reaproveitado (SEBRAE, 2015).
Com o conhecimento do que é resíduo e do que é rejeito, analise
as figuras abaixo e identifique o que é resíduo e o que é rejeito. 
Resíduo ou Rejeito?
“[…] depois de esgotadas todas as possibilidades de
tratamento e recuperação por processos tecnológicos
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem
outra possibilidade que não a disposição final
ambientalmente adequada”.
BRASIL, 2010, p.1, grifo nosso
Logo, podemos observar que as imagens 1, 2 e 4 são
caracterizados como resíduos. Na imagem 1, temos vários
plásticos que podem ser triturados e convertidos em sacolas
plásticas. Já na imagem 2, temos matérias orgânicas, excelente
material para ser utilizado na compostagem, e na imagem 4,
uma vez aplicada a logística reversa, partes do aparelho
telefônico podem ser reaproveitadas. Na imagem 3, é
caracterizado como rejeito, pois se trata de material biológico.
Vamos começar falando sobre o s Resíduos Sólidos. Não
podemos afirmar que todos eles são iguais, pois há vários tipos
de resíduos e eles são classificados de acordo com sua
composição química, origem e periculosidade. Vamos conhecê-
los?
Os resíduos classificados quanto a sua composição
química podem ser orgânicos e inorgânicos. Os orgânicos
são aqueles “provenientes de matéria viva (animal ou vegetal),
como restos de alimentos, podas de jardim, papel, madeira, etc.”
(SEBRAE, 2015, p.5). Já os inorgânicos são aqueles provenientes
“de origem não viva e derivados especialmente de materiais
como o plástico, o vidro, os metais, a borracha, etc.” (p.5).
Resíduo orgânico ou inorgânico?
Quanto à origem, a Lei 12.305/2010, que institui Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), no seu Art. 13, classifica
os resíduos sólidos em 11 tipos:
1. Resíduos domiciliares: os originários de atividades
domésticas em residências urbanas.
2. Resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição,
limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços
de limpeza urbana. 
3. Resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas
“a” e “b”. 
4. Resíduos de estabelecimentos comerciais e
prestadores de serviços: os gerados nessas atividades,
excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”. 
5. Resíduos dos serviços públicos de saneamento básico:
os gerados nessas atividades, excetuados os referidos
na alínea “c”. 
6. Resíduos industriais: os gerados nos processos
produtivos e instalações industriais. 
7. Resíduos de serviços de saúde: os gerados nos
serviços de saúde, conforme definido em regulamento
ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema
Mais à frente, abordaremos sobre os resíduos sólidos urbanos
(RSU).
Para finalizar a classificação dos resíduos, falta falar
da periculosidade. Segundo a Lei 12.305/2010, que institui
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os resíduos
perigosos e não perigosos são:
3. Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS)
Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) e do Sistema
Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). 
8. Resíduos da construção civil: os gerados nas
construções, reformas, reparos e demolições de obras
de construção civil, incluídos os resultantes da
preparação e escavação de terrenos para obras civis. 
9. Resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades
agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados
a insumos utilizados nessas atividades. 
10. Resíduos de serviços de transportes: os originários de
portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários
e ferroviários e passagens de fronteira. 
11. Resíduos de mineração: os gerados na atividade de
pesquisa, extração ou beneficiamento de minérios; […].
BRASIL, 2010, p.1
1. a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas
características de inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, patogenicidade,
carcinogenicidade, teratogenicidade e
mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde
pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei,
regulamento ou norma técnica; 
b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na
alínea ‘a’.
BRASIL, 2010, p.1
Com o crescimento da produção de resíduos e rejeitosna
sociedade moderna, o meio ambiente e a saúde humana têm
sofrido graves problemas. Esses problemas, dentre outros, são
resultados do manejo e destinação inadequada dos resíduos e
rejeitos, e também da exploração intensa dos recursos naturais
para fabricação dos produtos tão desejados e usados na
modernidade.
Para tentar organizar a forma como o Brasil lida com os resíduos
e rejeitos produzidos, e para poder cobrar dos setores públicos e
privados a forma correta de gerenciar seus resíduos e rejeitos, foi
criada, no ano de 2010, a Lei nº 12.305, que trata sobre Política
Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). 
A Lei nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010) deixa claro que TODOS
têm responsabilidade sobre os resíduos produzidos. Então, já
tinha passado pela sua cabeça que VOCÊ é responsável pelo
resíduo que produz? Por isso, é importante sempre estudar e
adquirir novos conhecimentos, pois eles irão sempre promover
novas informações que levarão à maior conscientização e
transformação no nosso modo de vida. À frente, vamos estudar
um pouco mais sobre o que diz essa a Lei nº 12.305/2010.
Antes de continuar a ler, assista ao vídeo para se situar
em relação ao problema chamado “lixo” e conhecer, de
forma ilustrada, sobre a Lei nº 12.305/2010, que é sobre
a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A PNRS apresenta 15 objetivos, sendo que o primeiro já aborda a
saúde pública e a qualidade do meio ambiente. Vamos conhecer
cada um deles.
No Art. 7º da Lei nº 12.305/2010, os 15 objetivos do PNRS são
assim definidos:
Cidades & Soluções - Política Nacional de ReCidades & Soluções - Política Nacional de Re……
I – proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; 
II – não geração, redução, reutilização, reciclagem e
tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final
ambientalmente adequada dos rejeitos; 
III – estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção
e consumo de bens e serviços; 
IV – adoção, desenvolvimento e aprimoramento de
tecnologias limpas como forma de minimizar impactos
ambientais; 
V – redução do volume e da periculosidade dos resíduos
perigosos; 
VI – incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista
fomentar o uso de matérias-primas e insumos derivados de
materiais recicláveis e reciclados; 
VII – gestão integrada de resíduos sólidos; 
https://www.youtube.com/watch?v=5Wlu0YvQNfQ
VIII – articulação entre as diferentes esferas do poder
público, e destas com o setor empresarial, com vistas à
cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de
resíduos sólidos; 
IX – capacitação técnica continuada na área de resíduos
sólidos; 
X – regularidade, continuidade, funcionalidade e
universalização da prestação dos serviços públicos de
limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção
de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a
recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma
de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira,
observada a Lei nº 11.445, de 2007; 
XI – prioridade, nas aquisições e contratações
governamentais, para: 
1. a) produtos reciclados e recicláveis; 
2. b) bens, serviços e obras que considerem critérios
compatíveis com padrões de consumo social e
ambientalmente sustentáveis; 
XII – integração dos catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 
XIII – estímulo à implementação da avaliação do ciclo de
vida do produto; 
XIV – incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão
ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos
processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos
sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento
energético; 
XV – estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo
sustentável.
A implantação desses objetivos promoverá um mundo melhor
para TODOS. É possível colocar em prática todos esses objetivos,
mas isso vai depender da força de vontade, da conscientização de
que um depende do outro para ter qualidade de vida, e da
educação ambiental. Não é fácil, porque, infelizmente, a maioria
das pessoas pensa somente no “próprio umbigo”, mas isso está
mudando.
De acordo com Ecycle (2018, p.1), os objetivos presentes na
PNRS são possíveis e viáveis de serem cumpridos, porque, na Lei
nº 12.305/2010, há “incentivo à coleta seletiva e à reciclagem,
práticas de educação sanitária e ambiental, incentivos fiscais e à
logística reversa”; também há incentivo quanto à criação e ao
desenvolvimento de cooperativas e associações de catadores de
recicláveis.
Para que PNRS seja implantada, não basta somente criar uma lei
e pronto. Devem-se criar formas/maneiras de essa lei ser
implantada. Para que PNRS saísse do papel e estivesse no dia a
dia da população, a própria PNRS deixou escrito o caminho a
seguir, ou seja, a criação de um Plano. Este Plano é um
documento que contempla um diagnóstico, cenário, diretrizes,
estratégias e metas para cada tipo de resíduo.
O Plano, que deve ser norteador dos demais, é o Plano Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS, mesma sigla da Política Nacional de
Resíduos Sólidos) cuja elaboração é de responsabilidade da
União. Cada Estado brasileiro, em seguida, deveria criar o seu
Plano Estadual de Resíduos Sólidos (PERS) com base na sua
realidade. Depois, cada município deveria criar o seu Plano
Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS).
A PNRS permite que sejam criados planos entre microrregiões
ou intermunicípios. O importante é que exista um Plano com o
diagnóstico, diretrizes, estratégias e metas para serem seguidas;
BRASIL, 2010, p.1
assim, é possível alcançar a redução dos resíduos e sua
destinação adequada. Todas essas informações se encontram no
Art.14 da Lei nº 12.305/2010 (BRASIL, 2010). Para ter mais
informações sobre o que se deve conter no Plano de Resíduos
Sólidos (Planos: Federal, Estadual ou Municipal), acesse os Art.
15, 16, 17, 18 e 19 da Lei nº 12.305/2010.
Além da União, Estados e Municípios têm que ter um Plano de
Resíduos Sólidos. A Lei nº 12.305/2010 apresenta, no Art. 20,
que cada estabelecimento/empresa deve ter um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Preste atenção que agora
está sendo falado em “gerenciamento”, ou seja, como ele vai
lidar (coleta, transporte, tratamento e destinação final) com os
resíduos sólidos e rejeitos. O Plano de Gerenciamento deve estar
de acordo com o Plano Municipal Gestão Integrada de Resíduos
Sólidos (PMGIRS), e de acordo com o Art. 21 da Lei nº
12.305/2010. Também deve conter:
I – descrição do empreendimento ou atividade; 
II – diagnóstico dos resíduos sólidos gerados ou
administrados, contendo a origem, o volume e a
caracterização dos resíduos, incluindo os passivos
ambientais a eles relacionados; 
III – observadas as normas estabelecidas pelos órgãos do
Sisnama, do SNVS e do Sistema Unificado de Atenção à
Sanidade Agropecuária (Suasa) e, se houver, o plano
municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: 
a) explicitação dos responsáveis etapa a etapa do
gerenciamento de resíduos sólidos; 
b) definição dos procedimentos operacionais relativos às
etapas do gerenciamento de resíduos sólidos sob
responsabilidade do gerador; 
IV – identificação das soluções consorciadas ou
compartilhadas com outros geradores; 
V – ações preventivas e corretivas a serem executadas em
situações de gerenciamento incorreto ou acidentes; 
VI – metas e procedimentos relacionados à minimização da
geração de resíduos sólidos e, observadas as normas
estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa,
à reutilização e reciclagem; 
VII – se couber, ações relativas à responsabilidade
compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, na forma do
art. 31; 
VIII – medidas saneadoras dos passivos ambientais
relacionados aos resíduos sólidos; 
IX – periodicidade de sua revisão, observado, se couber, o
prazo de vigência da respectiva licença de operação a cargo
dos órgãos do Sisnama. 
§ 1 O plano de gerenciamentode resíduos sólidos atenderá
ao disposto no plano municipal de gestão integrada de
resíduos sólidos do respectivo Município, sem prejuízo das
normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e
do Suasa. 
§ 2 A inexistência do plano municipal de gestão integrada
de resíduos sólidos não obsta a elaboração, a
implementação ou a operacionalização do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos. 
§ 3 Serão estabelecidos em regulamento: 
I – normas sobre a exigibilidade e o conteúdo do plano de
gerenciamento de resíduos sólidos relativo à atuação de
o
o
o
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi um grande
avanço para desenvolvimento sustentável, porque regulamentou
a destinação final dos resíduos, tratou da sua gestão, trouxe a
obrigatoriedade da logística reversa, deixou claro que todos são
responsáveis na gestão dos resíduos (responsabilidade
compartilhada), incentivou a indústria de reciclagem, valorizou e
cooperativas ou de outras formas de associação de
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; 
II – critérios e procedimentos simplificados para
apresentação dos planos de gerenciamento de resíduos
sólidos para microempresas e empresas de pequeno porte,
assim consideradas as definidas nos incisos I e II do art.
3 da Lei Complementar n 123, de 14 de dezembro de 2006,
desde que as atividades por elas desenvolvidas não gerem
resíduos perigosos.
BRASIL, 2010, p.1
o o
Você já teve contato com um Plano de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRSS)? Se
não, agora é sua chance. Visite o arquivo e saiba como é
o PGRSS. Lembre-se que o PGRSS é um “documento
que direciona os procedimentos relacionados à gestão
dos resíduos, sendo planejado e implementado com
embasamento científico e das normas vigentes
estabelecidas, visando à minimização da produção dos
resíduos, encaminhamento seguro e eficaz dos resíduos
gerados, promoção da saúde ocupacional dos envolvidos
na sua manipulação, minimização de riscos e
preservação da saúde pública e do ambiente”.

https://www.sema.ce.gov.br/wp-content/uploads/sites/36/2018/12/Caderno-Banco-de-Dados.pdf
incluiu o trabalho tão importante realizado pelos catadores de
material reciclável, além de proibir os “lixões” (depósitos de
resíduos a céu aberto sem tratamento da área para receber os
produtos). Também deu prazo de fechamento dos que existiam
até 2014. Para a destinação correta dos rejeitos, deveriam ser
construídos aterros sanitários (KONRAD; CALDERAN, 2011).
Como toda lei, ainda há muito que se concretizar como, por
exemplo, a implantação de aterro sanitário. Os lixões deveriam
estar extintos desde 2014, mas ainda existem no nosso país.
Segundo pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE, 2018), o
Brasil ainda deposita 40,5% dos resíduos em lugares incorretos
como os lixões. Segundo Ecycle (2018, p.1), “um projeto de
lei está sendo analisado para uma prorrogação no prazo para
substituir os lixões por aterros sanitários até 2024”. Esse tipo de
atitude dos nossos governantes (de sempre prorrogar prazos)
Assista ao vídeo realizado em 2019 pela Rede Globo.
Nele, é relatada a situação dos lixões no Brasil e os
problemas causados pela má estruturação dos aterros
sanitários, afetando na qualidade de vida da população
circunvizinha.

Lixões no Brasil | Jornal Nacional - 27/04/20Lixões no Brasil | Jornal Nacional - 27/04/20……
https://www.youtube.com/watch?v=eH_PeM5oivY
ainda demonstra pouco conhecimento sobre os efeitos maléficos
dos “lixões” para a saúde da população e para qualidade de vida
de todos os seres vivos. Nossos políticos não sabem o verdadeiro
significado da palavra “Desenvolvimento Sustentável”.
4. Resíduos Sólidos Urbanos
Segundo o Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2011), os
resíduos sólidos urbanos (RSU) são compostos pelos resíduos
domiciliares e de limpeza urbana. 
Quais seriam esses resíduos domiciliares? E os de limpeza
urbana?
Assista também ao vídeo que faz uma análise crítica
dos 5 anos após a implantação da Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS). Nele, é abordado o
maior lixão da América Latina: Lixão da Estrutural em
Brasília. Vale ressaltar que, em 2018, o lixão de
Brasília foi fechado finalmente.

Resíduos Sólidos - Momento AmbientalResíduos Sólidos - Momento Ambiental
https://www.youtube.com/watch?v=2mYSbkOXl5g
Os resíduos domiciliares são compreendidos pelos restos de
comidas (matéria orgânica), papel e papelão, plásticos, vidro,
metais e outros. Já os de limpeza urbana são decorrentes da
varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços
de limpeza urbana.
Você sabia que os RSU podem ser também classificados como
resíduos perigosos? Pois é, de acordo com a ABNT NBR
10004:2004, os RSU podem ser classificados como resíduos
perigosos (Classe I) e não perigosos (classe II). Os não perigosos
ainda são subdivididos em Classe II A (não-inertes) e classe II B
(inertes).
No ano de 2017, segundo o Plano Estadual de Resíduos Sólidos
do Espírito Santo (2019), o estado gerou cerca 861.308
toneladas de RSU. Sendo que 41% correspondem aos resíduos
inertes (classe II B), seguido pelos não-inertes (classe II A) com
36%, e os perigosos (classe I) com 22%.
Para melhor entendimento da classificação dos
resíduos, acesse o arquivo e dê uma olhada no item 4 da
NBR 10004:2004:

http://www.suape.pe.gov.br/images/publicacoes/normas/ABNT_NBR_n_10004_2004.pdf
Evolução da geração estimada de RSU no Espírito Santo.
Outro ponto que se pode observar quanto aos RSU é que
envolvem uma grande variedade de temas interligados como a
questão da logística reversa, da coleta seletiva, da atuação dos
catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis, da
compostagem e da recuperação energética. Sendo assim, a
seguir, iremos abordar sobre duas temáticas pouco faladas e
colocadas em prática no nosso dia a dia.
Compostagem
Dos resíduos sólidos gerados no Brasil, 52% é constituído por
resíduos orgânicos (IPEA, 2015). Este tipo de material que tem
como principal característica a rápida degradação, possui como
destino final, na maioria das vezes, os aterros sanitários.
Entretanto, neste tipo de ambiente o processo de degradação é
basicamente anaeróbio, e tem como consequência a geração de
Conheça a Lei nº 12.305/2010 na íntegra.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12305.htm
produtos indesejáveis, tais como o chorume e o gás metano,
ambos causadores de significativa poluição. Além disso, reduz o
tempo de vida útil dos aterros e gera despesas que poderiam ser
evitadas. Logo, fica evidente que o tratamento da fração orgânica
dos resíduos sólidos urbanos é indispensável para eficiência da
gestão ambiental das municipalidades brasileiras, de forma que
essa classe de resíduos deve ser coletada e tratada em locais
adequados, desviando esse material dos aterros e evitando ou
diminuindo o volume desperdiçado diariamente nesses
ambientes.
Uma tática viável e sustentável de desviar os resíduos orgânicos
dos aterros sanitários é através da compostagem. A Lei 12.305 de
2010 que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos
corrobora com tal afirmativa, uma vez que estabelece como a
destinação final ambientalmente adequada à compostagem,
possibilitando evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança, esclarecendo que apenas rejeitos devem ser dispostos
nos aterros sanitários.
A compostagem trata-se de uma decomposição biológica da
substância orgânica biodegradável, sob condições controladas de
aerobiose, temperatura e umidade, gerando ao final um produto
estável e rico em matéria orgânica (DE BERTOLDI et al., 1983;
KIEHL, 2004). Ao final do processo, essa técnica reduz em mais
de 60% o volume de resíduo. Dentre os vários tipos de
compostagem existentes, alguns estudos indicam a
compostagem domiciliar como alternativa promissora para
reciclagem da fração orgânica gerada em domicílios (ADHIKARI
et al., 2010; EVANS, 2012).Para entender melhor sobre a compostagem, de forma
animada, assista ao video:

A compostagem domiciliar pode ser entendida como uma
alternativa descentralizada de tratamento dos resíduos sólidos
orgânicos de pequena ou média escala. Esse processo utiliza
tecnologias de baixo custo e proporciona a redução da
quantidade de resíduos no local onde foi gerado e,
consequentemente, de resíduos coletados pelo setor de limpeza,
ocasionando a minimização nos custos com transportes
(MASSUKADO, 2008).
Dicas Catraca Livre: Como fazer compostageDicas Catraca Livre: Como fazer compostage……
Ficou interessado no assunto? Veja como construir uma
composteira na sua casa.

Compostagem: Transforme lixo em adubo paCompostagem: Transforme lixo em adubo pa……
https://www.youtube.com/watch?v=MuLKWv0TdaE
https://www.youtube.com/watch?v=Z7OGx0-k3SE
A compostagem contribui para o aumento da vida útil de aterros
sanitários, reduz os impactos ambientais que estão associados à
degradação dos resíduos orgânicos em locais inadequados e
diminui investimentos em materiais de infraestrutura e
energéticos para o tratamento.
Logística Reversa
A Logística Reversa (LR) está diretamente relacionada com o
que já estudamos, ou seja, com a Lei n° 12.305/2010, que
instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que foi
regulamentada pelo decreto n° 7.404/2010. Em seus objetivos,
presentes no Art.7, a LR está presente nas alíneas:
No Art. 3 da PNRS, a LR é definida como sendo “instrumento de
desenvolvimento econômico e social caracterizado por um
conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar
a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial,
para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos
produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”
(BRASIL, 2010, p.1). Ou seja, o que a indústria produz, após o
uso pelo destinatário final, deve retornar para que ela (indústria)
“[…]
VIII – articulação entre as diferentes esferas do poder
público, e destas com o setor empresarial, com vistas à
cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de
resíduos sólidos; 
XIV – incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão
ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos
processos produtivos e ao reaproveitamento dos resíduos
sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento
energético; […]”.
BRASIL, 2010, p.1, grifo nosso
faça o reaproveitamento e/ou destinação correta sem prejudicar
o meio ambiente. Na LR, todos têm responsabilidade
compartilhada, ou seja, é uma responsabilidade da indústria que
produz, do profissional/cidadão que usa o produto, e do governo
(Federal, Estadual e Municipal) que vai gerenciar e fiscalizar
todo processo. LR é uma questão de desenvolvimento
sustentável e todos os profissionais da área da saúde precisam
ter conhecimentos sobre o assunto, além de colocar em prática
no dia a dia. Só temos um planeta para viver e precisamos cuidar
bem dele!
Assista ao vídeo e conheça, de forma divertida, o que é
Logística Reversa.

Resíduos Sólidos - Coleta Seletiva - LogísticaResíduos Sólidos - Coleta Seletiva - Logística……
Leia o artigo “LOGÍSTICA REVERSA. Sua importância
no cenário ambiental, social e econômico” e conheça
mais sobre a logística reversa nos diferentes cenários.

https://www.youtube.com/watch?v=jYFQGF4dMrs
http://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/LOG%C3%8DSTICA%20REVERSA_Sua%20import%C3%A2ncia%20no%20cen%C3%A1rio%20ambiental,%20social%20e%20econ%C3%B4mico.pdf
http://www.unirv.edu.br/conteudos/fckfiles/files/LOG%C3%8DSTICA%20REVERSA_Sua%20import%C3%A2ncia%20no%20cen%C3%A1rio%20ambiental,%20social%20e%20econ%C3%B4mico.pdf
5. Conclusão
Resíduos e rejeitos são as palavras corretas a serem usadas (ao
invés da palavra lixo, que é tão comumente usado no dia a dia).
Resíduo é tudo aquilo que pode ser reaproveitado, enquanto
rejeito é tudo aquilo que já foi usado e não pode ser mais
reciclado ou reaproveitado. Os resíduos e rejeitos são produzidos
no dia a dia de todas as profissões e estão aumentando a cada
dia, levando a problemas ambientais e de saúde humana
gravíssima, quando são manejados e destinados de forma
inadequada. No Brasil, para tentar minimizar os problemas com
os resíduos e rejeitos produzidos, foi criada a Lei nº 12.305/2010
que trata sobre Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Para efetivação da PNRS, é importante a criação de um Plano, ou
seja, de um documento que contempla um diagnóstico, cenário,
diretrizes, estratégias e metas para cada tipo de resíduo para
União, para Estados e para Municípios brasileiros.
Sendo assim, dentre as diversas tipologias de resíduos, temos os
de origem urbana que são decorrentes das atividades domésticas
e de limpeza pública. Entender sobre os resíduos é fundamental
para a sustentabilidade do planeta, uma vez que, identificado e
destinado de maneira ambientalmente correta, auxilia na
qualidade do meio ambiente e no bem-estar da sociedade.
6. Referências
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Como fazer compostagem caseira. 02 min16seg. Disponível em:
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