Prévia do material em texto
MICROBIOLOGIA NP2 BACILOS GRAM POSITIVOS Formadores de esporos Bacillus spp · Bacillus cereus: intoxicação alimentar · Bacillus anthracis: zoonose Clostridium spp · Clostridium perfringens: infecções teciduais e intoxicação alimentar · Clostridium difficile: colite · Clostridium tetani: tétano · Clostridium botulinum: botulismo. Bacillus spp 60 espécies, maioria saprófitas · Bacillus anthracis · importância histórica: primeira bactéria a que foi associada uma doença, em 1877 por Koch. · Produzem endósporos, ubíquos aeróbicos ou anaeróbios facultativos, Catalase positiva (maioria). Termófilos (75°C) e psicrófilos(5-8°C). Sobrevivem em alterações extremas de pH (pH 2 - 10) · Doenças associadas: Antraz cutâneo: pústulas malignas (mais comum - 95%); Antraz pulmonar: inflamação de linfonodos (mais fatal); Forma gastrintestinal: incomum, ingestão de esporos · Zoonose: ovelhas, cabras, cavalos · Humanos: inoculação subcutânea ou inalação Diagnóstico laboratorial: · Material: secreções de lesões, secreções pulmonares, sangue · Microscopia: BGP com endósporos, crescimento em ágar sangue, imóvel. Tratamento: Penicilinas, ciprofloxacina · Bacillus cereus Características Gerais e morfologia: · Bacilos gram positivos grande, aeróbio ou anaeróbio facultativo com flagelos e esporos centrais e subterminais. · Habitat: Solo, vegetais e alimentos processados Características bioquímicas · Aeróbio, anaeróbio facultativo; · Fermenta vários carboidratos · Catalase positiva; · Todas as cepas são produtoras de hemolisina · Temperatura ótima para crescimento: 28 a 35 °C Características da Doença · A- Síndrome diarréica: Período de incubação varia de 8 a 16 h. · Sintomas: diarréia intensa, dores abdominais, náuseas e vômitos (raro). Duração de 12 a 24 h. · B- Síndrome emética: de 1 a 5 h. · Sintomas: vômitos, náuseas e mal-estar geral · Alimentos: farináceos, principalmente arroz. Síndrome do restaurante chinês Clostridium spp Características Gerais: São bacilos gram positivos que contêm endósporos que geralmente deformam a célula, possibilitando maior resistência ao calor e muitos compostos químicos. · Bastonetes gram positivos. · Anaeróbios. · Móveis. · Habitat natural: Solo ou trato intestinal de animais e seres humanos, onde vivem como saprófitas. Morfologia e identificação: · Cultura: Só crescem em condições anaeróbias: Tubos de cultura ou placas de ágar num recipiente fechado, com remoção do ar. Clostridium botulinum · Neurotoxina (um dos venenos mais potentes conhecido): Liberação durante crescimento e autólise. · Existem 7 variedades antigênicas ( A-G ). · São destruídas pelo calor a 100 ºC, durante 20 minutos. · Doses diminutas: uso terapêutico (botox). (Blefaroespasmo) Patogenia: Ingestão de alimentos contaminados, Germinação e produção de toxina, bloqueia a liberação de acetilcolina, Paralisia flácida. A toxina botulínica bloqueia a liberação de Acetilcolina, inibindo a contração Clostridium tetani Muito comum em solo contaminado com fezes de animais. Neurotoxina: tetanospamina. · Responsável pelo TÉTANO. · Distribuição mundial. · Encontrado no solo e nas fezes de cavalos e outros animais. · Foco típico: farpa de madeira · Produz neurotoxina, a tetanospasmina. · Morte: paralisia mm. Respiratórios · Tratamento: Antitoxina (soro antitetânico) · Sensibilidade a cefalosporinas, metronidazol, penicilinas · Diagnóstico: clínico, bacterioscopia, cultura Patogenia: A toxina tetânica se liga a interneurônios inibitórios, impedindo a liberação de Glicina e o relaxamento muscular Clostridium perfringens: Gangrena gasosa. · Fermentação de carboidratos no tecido, produção de gases que incham o tecido. · Toxinas: Toxina teta exerce efeitos hemolíticos e necrotizantes: gangrena · Enterotoxina promove hipersecreção acentuada no jejuno e íleo, com perda de líquido e eletrólitos. (diarreia) Tratamento: · Remoção do tecido necrosado · Exposição ao oxigênio · Amputação Não formadores de esporo · Listeria spp: Listeriose: septicemia e meningite, 10% população: portadores · Corynebacterium spp : Corynebacterium diphtheriae Listeria spp · Cocobacilo Gram-positivo (0,5-2m por 0,4-05 m) · Intracelular · Anaeróbio facultativo · Oxidase - Catalase + · Não esporulado · Móvel · Esculina + Taxa de mortalidade na listeriose · Meningite - superior a 70%; · Septicemia - 50% · Infecção perinatal/neonatal maior que 80%. · Em infecções durante a gestação a mãe normalmente sobrevive. Tratamento e controle: · Penicilina (ampicilina) só ou em combinação com gentamicina tem mostrado efetividade. · Trimetoprim+sulfametoxazol para alérgicos a penicilina · Pode ser usada a eritromicina ou tetraciclina. Corynebacterium spp Corynebacterium diphtheriae · Habitat: garganta e nasofaringe · Produção de toxina: ação em coração e nervos periféricos · Significado clínico: infecção trato respiratório superior: Formação de pseudomembrana · Diagnóstico: Cultura · Imunização: DTP (não confere imunização definitiva) · Tratamento: Anti toxina, Antibióticos: penicilina ou eritromicina. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL DAS INFECÇÕES FÚNGICAS 12 1-Fungos levedureformes: crescem com aspecto cremoso, viscoso 2-Fungos filamentosos ou bolores: crescem com aspecto de veludo ou algodão Micoses superficiais Definição: São afecções produzidas por fungos, limitadas às camadas superficiais queratinizadas ou semiqueratinizadas da pele, aos pêlos e unhas, sem lesar o tecido subcutâneo, ossos, articulações e órgãos internos. Fatores que contribuem para o aparecimento de Micoses superfíciais: · Endógenos (diabetes, AIDS imunodeprimido, doenças sistêmicas) · Exógenos (umidade, má higiene, distrofias). Principais tipos: · Pitiríase Versicolor: descoloração da pele. · Tinea nigra: manchas pigmentadas castanhas ou negras. · Piedras negra e branca: nos pelos Pitiríase Versicolor (Malassezia furfur) Infecção crônica da camada córnea. Prevalente em climas tropicais. Na maioria das vezes assintomáticas. Conhecida popularmente como pano branco. Fatores responsáveis pelo rompimento do desequilíbrio Malassezia furfur - hospedeiro: · Diminuição do Tunover das células escamosas. · Predisposição genética. · Estado nutricional precário. · Infecções crônicas. · Sudorese excessiva. Tinea nigra (Exophiala werneckii) Agente etiológico: Exophiala werneckii · Característica: Fungo dimórfico produtor de melanina. Diagnóstico da Tinea nigra · Visualização das células leveduriforme. · Fragmentos de hifas de raspados tratados com KOH. Piedras negra · Agente etiológico: Piedraia hortae · Característica: Fungo teleomórfico quando coloniza a haste do pêlo. Piedra Branca · Agente etiológico: Trichosporon beigelii Característica: · As culturas jovens são brancas de consistência pastosa · Culturas velhas são de coloração amarela e consistência cremosa. · Bom crescimento em meio em meios laboratoriais, exceto aqueles que contêm ciclo-heximida. Tratamentos para Pitiríase Versicolor e da Tinea Nigra: · Remoção do microrganismo da pele (uso tópico de agentes ceratolíticos) exemplo: preparação tópica contendo nitrato de miconazol · Corte dos pelos infectados próximo à superfície do couro cabeludo. · Higiene pessoal adequada. Dermatofitoses (Micoses cutâneas) Infecções da camada queratinizada da pele, dos pelos e das unhas. Causadas por fungos dermatófitos (fungos que utilizam a queratina da pele, dos pelos e das unhas como alimento) Sinais e sintomas – prurido, descamação, pelos tonsurados, lesões arredondadas na pele e unhas espessadas e opacas. Infecções na pele são as dermatofitoses. Na unha é chamada de Tinea unguium Alta prevalência mundial. São causadas por fungos de três gêneros: · Microsporum · Trichophyton · Epidermophyton Espécies de Trichophyton: Morfologia: · Infectam cabelos, a pele e as unhas. · Formam macroconídios cilíndricos de parede lisa e microconídios característicos. Espécies de Microsporum: M. gypseum M. canis Morfologia: · Infectam os pêlos e a pele. · Formam macroconídiosmulticelulares distintos, com paredes rugosas. Epidermophyton floccosum Morfologia: · Infecta a pele e as unhas. · Produz macroconídios claviformes, de parede lisa, com duas a quatro células. Micoses Subcutâneas - Esporotricose Envolvem as camadas profundas da pele, incluindo córnea, músculos e tecido conjuntivo. Formam abcessos e úlceras que não cicatrizam · Micose subcutânea na qual a infecção se dá via inoculação traumática do fungo na pele a partir de material orgânico contaminado. · Descrita classicamente em profissionais como jardineiros, agricultores, mineiros. · A partir do final do século XX: casos de esporotricose humana vinculados ao contato com animais, particularmente o gato Formas: · Cutâneas fixas: Lesão única, recorrente no mesmo local · Cutâneo – linfática - utiliza os linfonodos para se espalhar (vasos linfáticos) · Cutânea disseminada: múltiplas lesões em diversas áreas EX: Sporotrix schenckii Hifas+microconideos dispostos em margaridas Tratamento: · Calor local · Itraconazol: 1ª escolha, disponível em todas as unidades de saúde · Outros: iodeto de potássio, terbinafina, anfotericina B: Especialista ou centros de referência Micoses sistêmicas Causadas por fungos dimórficos*. Ocupam nichos ecológicos específicos. Infecção primária é no pulmão e depois atinge outros órgãos. · Histoplasmose: Histoplasma capsulatum · Paracoccidioidomicose: Paracoccidióides brasiliensis, pulmonar em 90% dos pacientes, febre, tosse, expectoração, infiltrado de leucocitos no pulmão (asa de borboleta) *alguns fungos podem apresentar as duas formas, levedure forme ou filamentosa, em temperatura ambiente filamentos, a 37ºC levedureforme. · Conidios inalados convertem sua forma de filamento para levedureforme a 37ºC, podendo ocorrer a progressão da doença, podendo levar a micose pulmonar ou progredir para medula e outros. · Epidemiologia: Micose cosmopolita · Habitat: O fungo é saprófita na natureza, sendo os conídios isolados de solos enriquecidos com excrementos de galinha, pássaros e, principalmente, de morcegos. · Etiologia: Paracoccidióides brasiliensis · Fungo dimórfico: forma filamentosa forma leveduriforme · Habitat natural: solo Disseminação comum em mucosas de boca e nariz. roda de leme ou cabeça do mickey (Paracoccidióides brasiliensis) Histoplasma capsulatum Micoses oportunistas Micoses sistêmicas oportunistas Cryptococcus neoformans, Candida spp, Aspergillus spp, Pneumocystis jirovecii. Essas infecções são observadas em indivíduos: · imunocomprometidos (incluindo receptores de transplante); · pacientes internados em UTI; · neutropênicos; · portadores de câncer e - AIDS. Cryptococcus neoformans · Variedades: Cryptococcus neoformans var. Neoformans, Cryptococcus neoformans var. Gattii Candida albicans Habitante normal de digestório e de reprodutivo. Levedura, não forma hifas. Apresenta alongamento da levedura – pseudohifas : característico de invasão patologica (candidíase) O diagnóstico laboratorial ocorre por identificação morfológica das cepas leveduriformes, onde as cepas são isoladas em meios de cultivo microbiano específico e identificadas através de provas morfológicas, testes bioquímicos e técnicas moleculares. Leveduras. Células arredondadas, ausência de hifas e a evidência de brotamento corroboram essa hipótese. Para escolha do tratamento medicamentoso que é feito com antifúngicos e para auxiliar na escolha de identificação e classificação dos fungos. Exemplo: No Exame microscópico pela coloração de gram todos os fungos coram positivos, não visa à diferenciação dos fungos. Exame Microscópico Direto · Montagem com hidróxido de potássio (KOH). (limpa a lâmina, destrói células menos os fungos, possibilitando uma melhor visualização) · É usado para exame de pelos, pele, unha, tecido obtido por biópsia, exsudatos espessos e outros materiais densos. · Amostra sobre a lâmina, adicionar a solução, cobrir com lamínula e aquecer. · Examinar após 20 minutos ao microscópio (40 X). (KOH: dissolver estruturas teciduais, clarear pigmentos evidenciando as estruturas fúngicas). image6.png image7.png image8.png image9.png image10.jpg image11.png image12.jpg image13.png image14.png image15.png image16.png image17.png image18.jpeg image19.png image20.png image21.png image22.png image23.png image24.png image25.png image26.png image27.png image28.png image29.png image1.jpg image2.jpg image3.png image4.png image5.png