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08 LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

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LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR
O exercício da competência tributária pelas pessoas jurídicas de direito público, não é ilimitado, o que poderia resultar em arbítrio ou no mínimo exercício abusivo do poder de tributar, conferido pela Constituição..
Estas limitações ao poder de tributar são impostas:
a) pelas imunidades 
b) pelos princípios (constitucionais) gerais e tributários.
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
1-PRINCÍPIO DA LEGALIDADE- também chamado de Estrita Legalidade ou da Reserva Legal Por este princípio se tem a garantia que, nenhum tributo\seja instituído ou aumentado senão através de lei. ( em sentido estrito). Artigo150 inciso I da CF. Este princípio surgiu quando os súditos dos reis se sentiram cansados pela maneira exorbitante e abusiva com que se impunham os tributos. Em 15/07/1215,foi imposta a Magna Carta Libertatum inglesa a João sem Terra, a qual não admitia a decretação de auxílios ou contribuições ,sem consentimento dos contribuintes, por seus representantes.
D/aí surgiu o princípio da legalidade que mais tarde foi incorporado à legislação
dos outros países. No Brasil a constituição de 1824 já exigia que todas as
contribuições diretas fossem estabelecidas pela assembléia geral, mas foi a
constituição de 1891 no parágrafo 30 do artigo 72 que dispôs: “nenhum imposto de qualquer natureza poderá ser cobrado senão em virtude de uma lei que o autorize.”
O tributo federal deve ser criado por lei ordinária federal,no Congresso Nacional..
Tributo estadual por lei ordinária estadual, na Assembléia Legislativa.
Tributo municipal por lei ordinária municipal, na Câmara dos Vereadores.
Alguns tributos federais, mesmo obedecendo ao princípio da legalidade, devem ser criados por Lei Complementar:
Imposto sobre grandes fortunas – IGF ( Artigo 153,VII da CF): 
Empréstimos Compulsórios ( Artigo 148 da CF).
Impostos Residuais (Artigo 154,I, da CF).
Contribuições sociais (Artigo 195 §4º e Artigo 154,I da CF,
Exceções ao Princípio da Legalidade Tributária
Os impostos: II, IE, IPI, IOF poderão ter suas alíquotas majoradas ou reduzidas por ato do Poder Executivo, o que se dá por decreto presidencial ou portaria do Ministro da Fazenda. 
São também exceções ao princípio da legalidade:
CIDE – Combustível
 ICMS- Combustível, por ato do poder executivo estadual.
O artigo 97 do CTN dispõe que certas matérias,como instituição e majoração de tributos, fixação de alíquota, definição de fato gerador,base de cálculo (aspecto quantitativo).,multa sujeitam-se expressamente à reserva legal. 
2- PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE.Artigo 150, Inciso III, alíneas b e c.
.Mostra que nenhum tributo pode ser exigido no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que o instituiu ou aumentou ( anterioridade anual).
Alínea b
.É vedado aos entes tributantes cobrar tributos antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou. ( Anterioridade Nonagesimal). Alínea c.
Publicada a lei num exercício financeiro, o tributo só pode ser exigido no exercício seguinte, desde que já decorridos os 90 dias da lei, que o instituiu ou aumentou.
Exceções ao Princípio da Anterioridade Anual:
Imposto de Importação II; 
Imposto de Exportação IE; 
Imposto sobre produtos industrializados IPI;
Imposto sobre operações financeiras IOF;
Imposto Extraordinário de guerra IEG; 
Empréstimo compulsório para calamidade pública ou guerra externa.
CIDE combustível e ICMS- combustível.
Exceções ao Princípio da Anterioridade Nonagesimal: 
 Imposto de Importação II; 
Imposto de Exportação IE; 
Imposto sobre produtos industrializados IPI;
Imposto sobre operações financeiras IOF;
Imposto Extraordinário de guerra IEG; 
Empréstimo compulsório para calamidade pública ou guerra externa.
Alterações na base de cálculo do IPTU e IPVA.
Conclusões:
Tributos exigidos imediatamente, caso sejam aumentados ou instituídos:II, IE. IOF, IEG, e Empréstimo Compulsório para calamidade e guerra.
Tributos exigidos após 90 dias após o aumento: IPI, CIDE combustível e ICMS combustível.
Tributos exigidos a partir de 1º de janeiro do exercício seguinte, independente da data da instituição ou aumento: IR e alterações na base de cálculo do IPTU e IPVA.
3 – PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA - (art. 145, parágr. 1º da CF) – os tributos devem ser graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte. É questão delicada o seu estudo e aferição, uma vez, inclusive que a lei maior, nesse mesmo dispositivo; começa esclarecendo: “sempre que possível...”
4 – PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA LEI - (art. 150, III, “a”, da CF) – É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. A lei fiscal, portanto somente se aplica a fatos futuros.
5 – PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA – Tanto é projeção, na área tributária, do princípio geral da isonomia jurídica, ou princípio pelo qual todos são iguais perante a lei, ou em razão do art. 150, II da CF.
6 – PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE TRIBUTÁRIA - (art. 151, I, da CF) – o tributo instituído pela União deve ser uniforme em todo território nacional, não podendo, ainda, implicar distinção ou preferência em relação ao Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. Admite-se, porém a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio econômico entre as diferentes regiões do País.
7 – PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA – É aquele pela qual a entidade tributante há de restringir sua atividade tributacional àquela área que lhe foi constitucionalmente destinada.
8 – PRINCÍPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO OU DE NÃO LIMITAÇÃO DE TRÁFEGO 
 (art. 150, V, da CF) – assegura à todos os brasileiros a plena liberdade de trânsito e de circulação econômica pelo território dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios.
9 – PRINCÍPIOS DE VEDAÇÃO DO CONFISCO OU DE VEDAÇÃO DE EFEITOS CONFISCATÓRIOS – Destinado à impedir que a tributação possa caracterizar-se como violação do direito de propriedade, assegurado pela própria Constituição (art. 150, IV da CF).
10 – VEDAÇÃO DE DIFERENCIAÇÃO TRIBUTÁRIA – derivado da uniformidade estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza em razão de sua procedência ou destino.
11- PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE.
Este princípio refere-se a três impostos: ICMS, IPI e Impostos Residuais.
Artigo 155 § 2º,I; Artigo 153,§ 3º, II; Artigo 154,I, da CF.
De acordo com este princípio, ocorre uma espécie de compensação, por meio de creditamento contábil de valores referentes as operações de entrada de produtos, em face dos lançamentos contábeis de débito, gerados pelas operações de saída de bens.,impedindo assim o efeito cascata.
12- PRINCÍPIO DA SELETIVIDADE
De acordo com este princípio quanto mais essencial for o produto menor deverá ser sua alíquota e quanto menos essencial maior será sua alíquota.
Refere-se ao ICMS e IPI.

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