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Direito Tributário 7º período - 2022 princípios do direito tributário A relação de tributação é uma relação jurídica obrigacional, e não simplesmente uma relação de poder, assim, como forma de controle do Poder de Tributar e de proteção do contribuinte no polo passivo desta relação jurídica, a Constituição Federal de 1988 consagrou, dentro do sistema tributário nacional, a seção II para abordar as denominadas limitações ao poder de tributar, estudando um conjunto integrado de princípios e regras que devem ser respeitados pelos entes políticos como forma de legitimar a cobrança de seus tributos. Princípio da Legalidade: De acordo com tal princípio, a compulsoriedade no pagamento dos tributos apenas pode ser alcançada por meio de instituição legal. Afinal, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude da lei” (art. 5º, II, da CF). Desse modo, é vedado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; (…) Art. 9º, CTN. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – instituir ou majorar tributos sem que a lei o estabeleça, ressalvado, quanto à majoração, o disposto nos artigos 21, 26 e 65; (…). A instituição dos tributos ocorrerá, como regra, por meio da edição de mera lei ordinária, aprovada com quórum de maioria simples (art. 47 da CF). Contudo, em quatro específicas espécies tributárias existe exigência constitucional quanto à edição de lei complementar, aprovada pela maioria absoluta (art. 69 da CF), quais sejam: Empréstimos Compulsórios (art. 148 da CF); Impostos sobre Grandes Fortunas – IGF (art. 153, VII, da CF); Impostos Residuais (art. 154, I, da CF); Contribuições Sociais da Seguridade Social Residual (art. 195, §4º, da CF). ➢ Exceções: o Princípio da Legalidade comporta algumas exceções quanto ao aumento de determinados tributos, embora seja regra que o processo de criação prescinda de Lei. Isto é, a criação do tributo exige Lei, a alteração nem sempre. Alíquotas do II, IE, IPI e IOF: conforme estabelece o art. 153, §1º, da CF, as alíquotas do Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) podem ser alteradas por ato do Poder Executivo, atendidos as condições e limites estabelecidos em lei. A intenção do Constituinte seria conceder maior celebridade quanto à possibilidade de modificação das alíquotas desses impostos, pois considerados extrafiscais e utilizados para proteger setores sociais e econômicos. Aguardar o moroso processo legislativo poderia ocasionar prejuízo a essa São regras quando estabelecem simples normas de conduta, determinando ou proibindo que se faça algo concreto, de modo que serão observadas ou infringidas, não havendo meio-termo. São princípios quando indicam valores a serem promovidos, de modo que impõem a identificação da conduta devida em cada caso concreto, conforme suas circunstâncias peculiares. Direito Tributário 7º período - 2022 proteção. Redução e reestabelecimento das alíquotas da CIDE - Combustíveis: a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico que incide sobre atividades de petróleo, gás natural e álcool (CIDE - Combustíveis) serve como mecanismo da União intervir nessa seara e arrecadar recursos para fomento de projetos ambientais e infraestrutura de transportes. Definição das alíquotas do ICMS - Combustíveis: conforme estabelece o art. 155, §4º, IV, da CF, as alíquotas do ICMS Combustíveis Monofásico serão definidas mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal. Trata-se da definição de alíquotas nacionais por meio de convênio, no âmbito do Conselho de Política Fazendária (CONFAZ), composto pelos Secretários de Fazenda dos Estados e Distrito Federal. Determinação do prazo para pagamento do tributo e definição das obrigações acessórias: a determinação do prazo para recolhimento do tributo e definição das obrigações acessórias não serão matérias exclusivas da lei, podendo ser estabelecidas por qualquer outro meio da legislação tributária. Tal entendimento vem estampado no art. 160 do CTN ao designar a regra de 30 dias para vencimento do tributo, quando a legislação tributária não fixar o tempo do pagamento. Nesse sentido, as obrigações acessórias se caracterizam como prestações positivas ou negativas no interesse da arrecadação (formalidades, certidões, inscrições, livros etc) definidas também pela legislação tributária (art. 113, §2º, do CTN). • Atualização monetária: considerando as perdas econômicas da moeda, em face dos índices inflacionários, os tributos precisão sofrer constantes atualizações monetárias que mantenham o poder aquisitivo das fazendas para enfrenar as respectivas despesas públicas. A realização de atualização, em respeito aos índices oficiais de correção monetária, não corresponde ao aumento da carga tributária e, como tal, não necessitam de lei, podendo ser fixado por ato do poder executivo (art. 92, §2º, do CTN). Em termos mais simples, tratando-se de mera atualização monetária, ato do poder executivo pode atuar como mecanismo de desburocratizar a organização administrativa fiscal. Sumula 160 do STJ: “E defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária”. REGRA PRINCIPIO DA LEGALIDADE Art. 150, I, da CF Criação, extinção, majoração e redução de tributos LEI Alíquotas Definição de prazo (Art. 160 do CTN) Obrigação Acessória (Art. 113, §2º, do CTN) LEGISLAÇAO TRIBUTARIA Atualização Monetária (Art. 97, §2º, do CTN + Sumula 160 do STJ) ATO DO PODER EXECUTIVO II, IE, IPI, IOF - Art. 153, §1º, da CF ATO DO PODER EXECUTIVO CIDE Combustíveis - Art. 177, §4º, I, “b”, da CF ATO DO PODER EXECUTIVO ICMS Combustíveis - Art. 155, §4º, IV, da CF CONVENIO CONFAZ EXCEÇOES Direito Tributário 7º período - 2022 Princípio da Anterioridade: O princípio da anterioridade anual, também chamado de anterioridade de exercício financeiro ou simplesmente anterioridade, determina proibição dos entes políticos quanto a instituição ou aumento de tributo e exigência no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a respectiva lei. Art. 150, CF. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, ´´e vedado ``a Uniao, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III – cobrar tributos; (...) b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; A segurança jurídica pretendida pela Carta Magna visa conceder ao contribuinte prazo para adequação orçamentária (empresarial ou familiar) suficientes para suportar o “peso” do novo tributo ou da majoração deles. Em outras palavras, alertar o contribuinte que, a partir do próximo ano, sofrerá a incidência de nova carga tributária como forma de lhe conceder período para melhor planejamento financeiro. ➢ Exceções: o Princípio da Anterioridade comporta algumas exceções que permitirão a aplicação da nova carga tributária (criação ou aumento) ainda no mesmo exercício financeiro. Exceções constitucionais: a própria Constituição Federal estabelece, em alguns dispositivos exceções a essa regra da anterioridade anual, levando em consideração medidas de urgência (calamidade/guerra) ou mesmo políticas de proteção extrafiscal da tributação. - art. 150, §1º, CF: Empréstimos Compulsórios para Calamidade Pública e Guerra, Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Imposto Extraordinário de Guerra (IEG). - art. 155,§2º, IV, “c”, da CF: redução e reestabelecimento das alíquotas da ICMS - Combustíveis. - art. 177, §4º, I, “b”, da CF: redução e reestabelecimento das alíquotas da CIDE Combustíveis. - art. 195, §6º, da CF: instituição ou modificação das Contribuições Sociais da Seguridade Social. Modificação do prazo: o STF tem entendido que a mera modificação do prazo para recolhimento do tributo, antecipando-o ou postergando-o, não significa aumento da carga tributária, mas apenas gestão das finanças próprias. Por esse motivo, não se sujeitaria às regras de anterioridades (anual e nonagesimal). Atualização monetária: considerando as perdas inflacionárias incidentes sobre o poder aquisitivo da moeda, constantemente será necessária a atualização dos valores tributários. Nesse contexto, entende o Supremo que a mera atualização monetária, dentro dos índices oficiais de correção, não corresponde ao aumento da carga tributária e, consequentemente, não se submete as regras da anterioridade. Retirada de desconto e revogação de isenção: entende o Supremo pela aplicação da Exercício financeiro coincidirá com o ano civil (art. 34 da Lei 4.320/1964) corresponderá ao comum calendário adotado, iniciando-se em 1º de janeiro e findado em 31 de Dezembro. Súmula Vinculante 50 – Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade. Direito Tributário 7º período - 2022 anterioridade nos casos de revogação de benefícios fiscais (desconto, isenção, redução da base de cálculo), valendo-se da máxima do “aumento indireto” da carga tributária. Princípio da Anterioridade Nonagesimal: A regra da anterioridade nonagesimal, também denominada de noventena ou anterioridade mitigada, determina que União, Estados, Distrito Federal e Municípios não poderão exigir criação ou aumento de tributo antes de transcorrido noventa dias da data em que tenha sido publicada a respectiva lei instituidora (art. 150, III, “c”, da CF). Em síntese, além do respeito aos princípios da irretroatividade e anterioridade anual, o poder público só poderá exigir a nova carga tributária (criação/aumento) após o transcurso do prazo de 90 dias da publicação da lei respectiva. ➢ Exceções: o Princípio da Anterioridade Nonagesimal comporta algumas exceções. Exceções constitucionais: novamente levando em consideração medidas de urgência ou protetivas (finalidade extrafiscal da tributação), o art. 150, §1º, da CF determina situações em que não haverá a aplicação do prazo de noventa dias, a saber: Empréstimos Compulsórios para Calamidade Pública e Guerra, Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza (IR), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto Extraordinário de Guerra (IEG) e a fixação da base de cálculo do IPVA e IPTU. Modificação do prazo e atualização monetária: a mera modificação de prazo ou atualização monetária não significaria um aumento da carga tributária e, consequentemente, não necessita esperar o prazo de 90 dias. Retirada de desconto e revogação de isenção: o STF consagrava entendimento de que a retirada dos descontos ou revogação de isenção não respeitaria as anterioridades, entretanto, em recente julgado, passou a aplicar as anterioridades (anual e nonagesimal), sob argumento de que seriam aumentos indiretos da tributação. EXCEÇOES CONSTITUCIONAIS DAS ANTERIORIDADES ANUAL NONAGESIMAL Empréstimos Compulsórios (Guerra ou Calamidade) – art. 148, I, da CF Empréstimos Compulsórios (Guerra ou Calamidade) – art. 148, I, da CF IEG – art. 154. II, da CF IEG – art. 154, II, da CF II, IE, IPI, IOF – arts. 153, I, II, IV, V, da CF II, IE, IPI, IOF – arts. 153, I, II, IV, V, da CF Cont. Sociais Seguridade Social – art. 195, §6º, da CF Base de Cálculo, IPVA e IPTU – art. 155, III e art. 156, I, da CF ICMS + CIDE – Combustíveis – art. 155, §4º, IV, “c” e art. 177, §4º, I, “b”, da CF Princípio da Irretroatividade: De forma geral, o ordenamento jurídico nacional adotará, como regra, o respeito aos sistemas jurídicos passados, consagrando a estabilidade das relações já concluídas sob o manto de leis anteriores. Esse respeito também garante a estabilidade das relações econômicas e sociais no Estado Brasileiro, evitando que novas leis possam modificar a essência daquelas já finalizadas, fundamentando-se no texto constitucional que estabelece que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada” (art. 5º, XXXVI, da CF). Esse período somente será aplicável nas situações em que o contribuinte necessita de segurança jurídica, não se aplicando nos casos de redução ou extinção dos tributos. Direito Tributário 7º período - 2022 Correlacionando-o com a esfera tributária, determina o art. 150, III, a, da CF, que será vedado à União, Estados, Distrito Federal e Municípios cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Aqui a segurança concedida pelo constituinte objetiva proibir que o poder público crie novo tributo ou realize a majoração de carga tributária já existente e queira exigir-lhes o pagamento sobre situações anteriores a própria lei, quando sequer existiria vigência da norma. Princípio da Isonomia: A isonomia no direito tributário nada mais é do que a igualdade do direito constitucional. O art. 5º da Constituição Federal determina em seu caput que “todos são iguais perante a lei, sem qualquer distinção de natureza...”, garantindo o direito do cidadão a essa igualdade. Dentro do sistema tributário nacional, o art. 150, II, da Carta Magna externa regra de proibição quanto a União, Estados, Distrito Federal e Municípios instituírem tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente. A intenção do legislador constituinte seria no sentido de vedar a utilização, pelo Poder Público, da tributação como mecanismo para realização de abusivas atividades discriminatórias, pretendendo beneficiar indevidamente alguns contribuintes ou mesmo prejudicar outros. Segundo o mesmo dispositivo constitucional, também não seria possível realizar distinção em razão da ocupação profissional ou função exercida pelos sujeitos, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. O objetivo dessa determinação estaria em obstar a concessão de indevidos benefícios fiscais em razão de cargos públicos e pela modificação da nomenclatura dos rendimentos recebidos. ➢ Medidas de tratamentos tributários diferenciados: o princípio da isonomia tributária determina que os contribuintes recebam do poder público mesmo tratamento quando em situações equivalentes, podendo, entretanto, existir diferenciação tributária em pontuais casos de desigualdades, objetivando ajustá-las. O próprio texto constitucional estabelece algumas medidas de tratamentos tributários diferenciados, exatamente objetivando alcançar a isonomia. Art. 43, §2º, III, da CF: estabelece a possibilidade de a União conceder incentivos fiscais para desenvolvimento e a redução das desigualdades regionais; Art. 146, III, “c” e “d”, da CF: instituição de tratamento adequado às Sociedades Cooperativas bem como tratativa diferenciada e favorecida para as Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; Art. 155, § 6º, II, da CF: possibilidade de instituição de alíquotas do IPVA de maneira diferenciada em função do tipo ou utilização do veículo; Art. 195, § 9º, da CF: Alíquotas e Bases de Cálculo de Contribuições Sociais de forma diferenciada, em razão da atividade econômica, utilização intensiva de mão de obra, porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. Princípio da Vedação ao Confisco: Conforme estabelece o art. 150, IV, da Constituição Federal, é vedado à União, Estados, Distrito O princípio da irretroatividade não comportaexceções relativas aos tributos, de modo que toda modificação só será aplicável aos próximos fatos geradores. O TRIBUTO NÃO RETROAGE! Direito Tributário 7º período - 2022 Federal e Municípios instituir tributo com efeito confiscatório. Essa determinação tem por base os direitos e garantias fundamentais do cidadão, no sentido de proteger o direito de propriedade previsto no caput do art. 5º da CF, bem como em seu inciso XXII, evitando a utilização de elevada carga tributária que retire esse direito. Atualmente, o confisco aceito no nosso País seria apenas aquele aplicável a sujeitos que praticam algum ato ilícito, como forma de punição, perdendo bens para o Estado (art. 5º, XLVI, “b”, da CF). Entretanto, em sentido oposto, estudamos que tributo não constitui sanção por ato ilícito (art. 3º do CTN). Se o tributo não constitui sanção por ato ilícito e o confisco só existiria como tal, como conclusão lógica: o tributo não pode ter efeito confiscatório. Princípio da Liberdade de Trafego: A liberdade de locomoção é garantia individual do cidadão que, em tempo de paz, poderá entrar no território nacional, nele permanecer ou mesmo sair, com seus bens (art. 5º, XV, da CF). Essa garantia fundamental também repercutirá na seara tributária quando o art. 150, V, da CF determina proibição aos entes políticos em “estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público”. Valendo-se desse preceito, não poderá União, Estados, Distrito Federal e Municípios utilizarem os tributos como forma de impedir a locomoção de pessoas e bens no nosso País. Contudo, a própria Carta Magna prevê especifica tributação que limita a livre locomoção de bens no território nacional, qual seja: o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS. ➢ Pedágio: em decisão de 2014, o STF acabou por afastar a natureza jurídica de tributo ao pedágio, designando deter apenas previsão no direito administrativo, ainda que o próprio ente político realizasse a manutenção da via alternativa. Princípio da Uniformidade Tributaria: O inciso primeiro do art. 151 da CF determina proibição à União em realizar a instituição de tributo que não seja uniforme em todo território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação à Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro. Entre os entes tributantes, a União detém do poder de tributar em todo o território nacional e, desse modo, não poderá realizar discriminações, beneficiando ou prejudicando Estados, Distrito Federal ou Municípios. Por outro lado, considerando a vastidão territorial do nosso País, sabemos que existem regiões geográficas mais desenvolvidas economicamente e outras que necessitam de incentivos diversos para manutenção da sobrevivência de sua população local. Verificando esse contexto, aduz Tributário e constitucional. Pedágio. Natureza jurídica de preço público. Decreto 34.417/92, do Estado do Rio Grande do Sul. Constitucionalidade. 1. O pedágio cobrado pela efetiva utilização de rodovias conservadas pelo Poder Público, cuja cobrança está autorizada pelo inciso V, parte final, do art. 150 da Constituição de 1988, não tem natureza jurídica de taxa, mas sim de preço público, não estando a sua instituição, consequentemente, sujeita ao princípio da legalidade estrita. 2. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente (ADI 800, Tribunal Pleno, Rel. Min. Teori Zavascki, j. 11.06.2014, DJe-125, divulg. 27.06.2014, public. 01.07.2014). Direito Tributário 7º período - 2022 o art. 3º, III, da CF, que constitui um dos objetivos fundamentais de nossa República a erradicação da pobreza e a marginalização e redução das desigualdades sociais e regionais. Concluindo de forma facilitada, compreenderemos que a regra determina à proibição à União em estabelecer tributação diferenciada ao longo de todo o território nacional, podendo, entretanto, realizar incentivos que visem ao desenvolvimento e redução de desigualdades regionais. ➢ Exceção: próprio art. 151, I, da CF designa, em sua parte final, importante exceção a esse princípio ao estabelecer que será “admitida a concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômico entre as diferentes regiões do País”. Um clássico exemplo está estampado nos arts. 40, 92 e 92-A do ADCT ao conceder à Zona Franca de Manaus incentivos fiscais para desenvolver economicamente sua região. Princípio da não discriminação de procedência ou destino: Trata-se de específico princípio estabelecido no art. 152 da CF e que proíbe os Estados, Distrito Federal e Municípios de estabelecerem diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. Princípio da transparência: A transparência existirá como forma de demonstrar ao cidadão os elementos de sua relação tributária com o fisco, obtendo conhecimento dos tributos de que é contribuinte e exercendo o poder de fiscalização dos atos dos administradores da “coisa” pública. Segundo explana o §5º do art. 150 da CF, “a lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços”. Tal limitação só alcança Estados, Distrito Federal e Municípios, não se aplicando para União, que poderá realizar tratativa diferenciada, a exemplo do explanado desenvolvimento uniforme da região (art. 151, I, da CF).
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