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<p>CENTRO UNIVERSITÁRIO AGES</p><p>CURSO DE FISIOTERAPIA BACHARELADO</p><p>CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE</p><p>MARIANA COSTA DOS SANTOS</p><p>RITA DE CÁSSIA PEREIRA</p><p>WESLEY DOS SANTOS SOUZA</p><p>INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRANSTORNO DO</p><p>ESPECTRO AUTISTA (TEA): REVISÃO INTEGRATIVA</p><p>PARIPIRANGA-BA</p><p>2023</p><p>MARIANA COSTA DOS SANTOS</p><p>RITA DE CÁSSIA PEREIRA</p><p>WESLEY DOS SANTOS SOUZA</p><p>INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRANSTORNO DO</p><p>ESPECTRO AUTISTA (TEA): REVISÃO INTEGRATIVA</p><p>Artigo científico apresentado como trabalho de</p><p>conclusão de curso do Centro Universitário</p><p>AGES, como pré-requisito parcial para a</p><p>obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia,</p><p>sob orientação dos professores Fabio Luiz</p><p>Oliveira de Carvalho e Dalmo de Moura Costa.</p><p>PARIPIRANGA-BA</p><p>2023</p><p>MARIANA COSTA DOS SANTOS</p><p>RITA DE CÁSSIA PEREIRA</p><p>WESLEY DOS SANTOS SOUZA</p><p>INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO TRANSTORNO DO</p><p>ESPECTRO AUTISTA (TEA): REVISÃO INTEGRATIVA</p><p>Artigo apresentado no curso de graduação do</p><p>Centro Universitário AGES, como um dos pré-</p><p>requisitos para a obtenção do título de bacharel</p><p>em Fisioterapia. Paripiranga, 19 de Junho de</p><p>2023</p><p>BANCA EXAMINADORA</p><p>Prof. Fernando José Santana Carregosa</p><p>UniAGES</p><p>Profa. Dra. Giselle Santana Dosea UniAGES</p><p>RESUMO</p><p>O transtorno do espectro autista é um distúrbio do neurodesenvolvimento que afeta o</p><p>desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo-emocional e social da pessoa autista. A criança</p><p>com o supracitado distúrbio apresenta, quando comparada a outras da mesma faixa etária,</p><p>atrasos no desenvolvimento desde o nascimento. Para um tratamento eficaz, todos,</p><p>incluindo, os familiares, devem estar cientes do autismo e de seus sinais de alerta, para</p><p>que o diagnóstico precoce e a fisioterapia possam ser iniciados, amenizando possíveis</p><p>perdas de habilidades e atrasos no neurodesenvolvimento. O principal objetivo da pesquisa</p><p>é apontar as possíveis intervenções fisioterapêuticas ao paciente com TEA, destacando</p><p>seus déficits no desenvolvimento cognitivo, motor, afetivo-emocional e social e como a</p><p>fisioterapia poderia influenciar na avaliação de pacientes neurológicos e no plano de</p><p>tratamento adequado. O trabalho é uma revisão integrada realizada através de artigos com</p><p>as seguintes descrições: “etiologia do autismo”, “fisiopatologia do autismo”, “aspectos do</p><p>transtorno do espectro do autismo”, “diagnóstico do transtorno do autismo”, “sinais de alerta</p><p>do autismo”, "avaliação neurológica", "tratamento de TEA" e "importância da fisioterapia".</p><p>Os déficits no autismo incluem aquisição autônoma, desenvolvimento motor, interação</p><p>social e comunicação. Para a pesquisa foram utilizados estudos entre o ano de publicação</p><p>2016 a 2021 nas bases de dados: SciELO, PubMed, FioCruz, Research, PEDro, Lume</p><p>repositório digital de UFRGS e Google Acadêmico. Esses estudos relatam que quanto mais</p><p>precoce o diagnóstico e o suporte fisioterapêutico, melhor o resultado e a qualidade de vida</p><p>dessas crianças, embora seja necessária uma discussão mais aprofundada sobre o tema</p><p>e sobre o TEA. Entende-se que a fisioterapia tem consequências positivas ao combater o</p><p>atraso no desenvolvimento e a incapacidade, possibilitando uma maior independência e</p><p>autonomia do paciente. Portanto, é importante estabelecer o diagnóstico nos primeiros</p><p>anos de vida, para que o tratamento fisioterapêutico possa ser iniciado.</p><p>Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Avaliação neurológica. Sinais de alerta.</p><p>Fisioterapeuta. Déficits no desenvolvimento. Tratamento e diagnóstico.</p><p>ABSTRACT</p><p>The autism spectrum disorder is a neurodevelopmental disorder that affects the</p><p>cognitive, motor, affective-emotional and social development of the autistic child.</p><p>Children with the disorder have developmental delays from birth compared to other</p><p>children in the same age group. To get effective treatment as quickly as possible,</p><p>everyone, including family members, must be aware of autism and its warning signs,</p><p>so that early diagnosis and early physical therapy can be started. So the child does not</p><p>lose skills and does not gain more delays in neurodevelopment. The main objective of</p><p>the research is to point out the possible physical therapy interventions for patients with</p><p>ASD, highlighting their deficits in cognitive, motor, affective-emotional and social</p><p>development and how physical therapy could influence the evaluation of neurological</p><p>patients and the appropriate treatment plan for each patient. . With your needs after</p><p>the diagnosis of ASD, in addition to having different techniques and practices in</p><p>physiotherapy. The work is an integrated review where research is carried out through</p><p>articles with the following descriptions: “autism etiology”, “autism pathophysiology”,</p><p>“aspects of autism spectrum disorder”, “autism disorder diagnosis”, “warning signs of</p><p>autism", "neurological assessment", "ASD treatment" and "importance of</p><p>physiotherapy". Deficits in autism include autonomous acquisition, motor development,</p><p>social interaction, and communication. For the research, studies between the year of</p><p>publication 2016-2021 were used in the databases: SciELO, PubMed, FioCruz,</p><p>Research, PEDro, Lume digital repository of UFRGS, Google Scholar. These studies</p><p>report that the earlier the diagnosis and physiotherapy, the better the outcome and</p><p>quality of life for these children, although a more in-depth discussion on the subject</p><p>and on ASD is needed. It is understood that physical therapy has positive</p><p>consequences for developmental delay and disability in children with autism and</p><p>promotes greater independence and autonomy. Therefore, it is important to establish</p><p>the diagnosis in the first years of life so that physical therapy treatment can be initiated.</p><p>Keywords: Autism Spectrum Disorder. Neurological Assessment. Warning Signs.</p><p>Physiotherapist. Deficits in Development. Treatment and diagnosis.</p><p>LISTAS</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>1: Fluxograma das etapas de seleção dos artigos .................................................... 20</p><p>LISTA DE QUADROS</p><p>1: Principais intervenções para o Transtorno do Espectro Autista ............................ 18</p><p>2: Informações dos artigos incluídos na revisão integrativa ...................................... 21</p><p>LISTA DE ABREVIAÇÕES</p><p>ABA Análise do Comportamento Aplicado</p><p>AVD’s Atividades de Vida Diária</p><p>DMS-V Diagnóstico de Transtornos Mentais</p><p>MIF Medida de Independência Funcional</p><p>PubMed/MEDLINE Web of Science e National Library of Medicine</p><p>SciELO Scientific Electronic Library Online</p><p>TEA Transtorno do Espectro Autista</p><p>UTI Unidade de Terapia Intensiva</p><p>SUMÁRIO</p><p>1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6</p><p>2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 7</p><p>2.1 Objetivo geral ........................................................................................................ 7</p><p>2.2 Objetivos específicos............................................................................................. 7</p><p>3 MATERIAIS E MÉTODOS ....................................................................................... 7</p><p>4 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 8</p><p>4.1 Etiologia/fisiopatologia/epidemiologia .................................................................... 8</p><p>4.2 Diagnóstico e sinais de alerta do autismo ...........................................................</p><p>11</p><p>4.3 Desenvolvimento cognitivo/motor ........................................................................ 12</p><p>4.4 Desenvolvimento social/afetivo/emocional .......................................................... 13</p><p>4.5 Intervenções fisioterapêuticas no tratamento de TEA ......................................... 15</p><p>5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 20</p><p>6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 26</p><p>REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28</p><p>AGRADECIMENTOS ................................................................................................ 30</p><p>6</p><p>1 INTRODUÇÃO</p><p>O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do</p><p>neurodesenvolvimento, o qual tem em seu entorno aspectos de alterações de grande</p><p>impacto no desenvolvimento motor, cognitivo, social, afetivo, emocional e déficits</p><p>sensoriais, caracterizados como ordens de movimentos de estereotipagem. Essas</p><p>alterações provocam o aparecimento de: ansiedade, hiperatividade e problemas</p><p>gastrointestinais (ALMEIDA, 2018).</p><p>O diagnóstico do TEA é realizado através de exames clínicos, portanto, é</p><p>possível identificar o grau de complexidade e causas comportamentais. Nesse</p><p>aspecto, torna-se possível identificar nos primeiros 2 anos de vida. Para facilitar este</p><p>processo, é de suma importância o papel da família na busca de informações sobre o</p><p>TEA, incluindo suas alterações e manifestações, para que se obtenha um diagnóstico</p><p>precoce (ALMEIDA, 2018).</p><p>Nota-se que é indispensável o acompanhamento com uma equipe</p><p>interdisciplinar para determinar o fechamento do diagnóstico, bem como, agregar uma</p><p>integração de variados profissionais, como: médicos especializados em</p><p>neuropediatria, psicólogo, fisioterapeuta, educadores e a família que, especialmente,</p><p>observa todas as manifestações de déficits no cotidiano (AZEVEDO; GUSMÃO,</p><p>2016).</p><p>Diante de um diagnóstico confirmado, espera-se a atuação de uma equipe</p><p>multiprofissional que tenha um embasamento de conhecimento na área para oferecer</p><p>o melhor prognóstico possível, o qual vai prosseguir com o tratamento idealizado; o</p><p>papel do fisioterapeuta em conjunto com a equipe é de suma importância já que</p><p>contribui para o desenvolvimento da autonomia e qualidade de vida dos pacientes</p><p>(GARCÍA-PARRA; COSTA; ROLIM, 2016).</p><p>Com o maior número de casos diagnosticados nos últimos anos, o TEA tornou-</p><p>se um assunto comentado mais frequentemente, porém, pela falta de pesquisas nessa</p><p>área, gera uma maior dificuldade para a sociedade compreender sobre o respectivo</p><p>assunto. Com isso, torna-se necessário mais projetos e pesquisas abordando o</p><p>referente tema, além de divulgação para conscientizar a população sobre as</p><p>alterações e, assim, obter diagnósticos precoces juntamente com evidências,</p><p>7</p><p>apresentando a importância do tratamento fisioterapêutico no TEA (ALMEIDA, 2018;</p><p>SILVA; VILARINHO, 2022).</p><p>Para obter uma maior evolução, a intervenção fisioterapêutica deve ser</p><p>estabelecida de forma precoce, assim, evita-se atingir manifestações drásticas, o que</p><p>resulta em uma evolução ainda maior nos aspectos do desenvolvimento comunicativo</p><p>e nos demais já citados, melhorando a qualidade de vida de pacientes diagnosticados</p><p>com TEA (GARCÍA-PARRA; COSTA; ROLIM, 2021; SILVA; VILARINHO, 2022).</p><p>Dessa forma, o presente artigo tem o objetivo de discutir as possíveis</p><p>intervenções fisioterapêuticas no transtorno do espectro autista (TEA) através de uma</p><p>revisão integrativa.</p><p>2 OBJETIVOS</p><p>2.1 Objetivo geral</p><p>Discutir as possíveis intervenções fisioterapêuticas no Transtorno do Espectro</p><p>Autista (TEA).</p><p>2.2 Objetivos específicos</p><p>Descrever as principais dificuldades enfrentadas pelos portadores de autismo</p><p>diante da sociedade.</p><p>Salientar a relevância do trabalho da equipe multidisciplinar na vida de</p><p>portadores de TEA, objetivando promover mais autonomia.</p><p>Realçar a importância da fisioterapia neurofuncional na vida do paciente com</p><p>TEA.</p><p>3 MATERIAIS E MÉTODOS</p><p>Constitui-se em uma revisão integrativa de maneira sistemática, ordenada e</p><p>abrangente, fornecendo conhecimento científico para uma pertinente discussão, a fim</p><p>de contribuir academica e socialmente, com a supracitada temática. Este estudo foi</p><p>construído através de pesquisas por artigos científicos e em bases de dados como:</p><p>8</p><p>“Scientific Electonic Library Online - SCIELO”, “Fiocruz”, “Google Academico”,</p><p>“PubMed”, “Lume Repositório Digital de UFRGS”. Nesse trabalho, foram utilizadas as</p><p>seguintes palavras-chave: “Fisioterapia”, “TEA”, “tratamento”, “habilidades motoras” e</p><p>“relações sociais”. Foram utilizados 4 artigos científicos para a montagem do trabalho</p><p>e aproveitados 3, com o propósito de chegar à discussão. Para ter resultados mais</p><p>exatos na pesquisa, iniciou-se a busca com os seguintes filtros: busca avançada com</p><p>os itens e período específico, selecionando os últimos 10 anos.</p><p>Os descritores em Ciência da Saúde (DeCS) utilizados foram: tratamento</p><p>fisioterapêutico no TEA; Transtorno no Espectro Autista (TEA); e fisioterapia</p><p>neurofuncional no TEA. Assim, os critérios estabelecidos fomentaram a busca por</p><p>artigos que concediam uma maior compreensão do assunto, bem como,</p><p>relacionassem-se, diretamente, com os objetivos da temática, com datas de</p><p>publicação entre 2015 a 2023. Deu-se maior ênfase a artigos mais recentes;</p><p>disponíveis on-line nos idiomas português, inglês e espanhol; e com textos claros que</p><p>trouxessem entendimento, englobando relatos, experiências sociais, diagnósticos,</p><p>tratamentos, papel multidisciplinar e abordagem fisioterapêutica direcionados ao TEA.</p><p>Em suma, como critério de exclusão houve a desconsideração de artigos publicados</p><p>antes de 2015, assim como, de textos que não trouxeram clareza e que divergiam dos</p><p>objetivos propostos.</p><p>4 REVISÃO DE LITERATURA</p><p>4.1 Etiologia/fisiopatologia/epidemiologia</p><p>Conforme definido pela Associação Psiquiátrica Estado-Unidense em 2013, o</p><p>Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma síndrome caraterizada por distúrbios</p><p>persistentes na interação social, na comunicação e nos padrões de interesse ou</p><p>comportamentos restritos, repetitivos e estereotipados. O distúrbio foi identificado pela</p><p>primeira vez em 1943, por León Kanner, e, desde então, milhares de crianças e</p><p>adolescentes foram diagnosticados. O TEA pode se apresentar como um único</p><p>fenótipo de síndrome, mas muitas vezes se apresenta com outros distúrbios, como</p><p>síndrome de Rett, síndrome do X frágil, síndrome de Down, síndrome de Angelman e</p><p>síndrome de Prader-Willi (VIANA, 2020).</p><p>9</p><p>Alguns cientistas como Kanner, Asperger, Rutter e Wing, sabem que a genética</p><p>é uma das principais causas do autismo desde que descobriram através de uma</p><p>publicação no Journal of Child Psychology and Psychiatry que gêmeos idênticos</p><p>apresentavam a mesma condição na década de 1970. Desde então, tem-se estudado</p><p>amplamente a relação entre os genes e o autismo com auxílio dos processos</p><p>tecnológicos modernos, para que assim, sejam determinadas as características</p><p>genéticas.</p><p>Com o tempo, os cientistas concluíram que vários genes estão envolvidos na</p><p>condição e, quanto mais investigam a questão, mais clara se torna a contribuição</p><p>genética para o autismo, bem como, os fatores ambientais que podem desempenhar</p><p>um papel nas possíveis causas do TEA. Os pesquisadores estão investigando a</p><p>possibilidade de que fatores como infecções virais, medicamentos ou complicações</p><p>durante a gravidez ou poluentes do ar, possam desempenhar um papel nos</p><p>transtornos do espectro do autismo. Portanto, existem vários genes que podem alterar</p><p>a forma como o cérebro se desenvolve ou as células se comunicam. Por exemplo,</p><p>algumas mutações podem ser herdadas, enquanto outras podem ocorrer</p><p>espontaneamente (DOS REIS; PINTO, 2021).</p><p>Desde o primeiro estudo de gêmeos autistas em 1977, várias equipes de</p><p>pesquisa compararam a incidência de TEA em gêmeos e concluíram que a genética</p><p>é a principal responsável pelo distúrbio. Quando gêmeos idênticos são diagnosticados</p><p>com autismo, há cerca de 80% de chance de que o outro gêmeo também seja autista.</p><p>A incidência de gêmeos fraternos é de 40%. Em geral, descobriu-se que ter um</p><p>membro da família com autismo aumenta a probabilidade de um casal ter filhos com</p><p>o mesmo transtorno, esse risco também aumenta quando o casal tem mais de 40</p><p>anos, apresentando maior índice de erros e defeitos no material genético.</p><p>No entanto, cuidados excessivos ou negligentes com a criança, questões como</p><p>a idade dos pais no momento da concepção, uso de medicamentos durante o período</p><p>pré-natal e nascimento prematuro podem estar envolvidos, assim como, os fatores</p><p>ambientais. Com o desenvolvimento da ciência médica, o número de sobreviventes</p><p>prematuros em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) neonatal também aumentou,</p><p>assim, descobrimos que os bebês prematuros também são mais propensos a ter</p><p>sintomas do TEA (ARAÚJO, 2019).</p><p>10</p><p>A etiologia do TEA é considerada multifatorial, visto que é marcada por</p><p>influências ambientais, maternas e genéticas, contribuindo para a patogênese. Apesar</p><p>do crescente número de casos, muitas crianças permanecem sem diagnóstico.</p><p>Acredita-se que novos achados nessa área possam contribuir para o aumento dos</p><p>diagnósticos. Sabe-se que sua etiologia é primariamente genética e ambiental, com</p><p>distúrbios moleculares extremamente relacionados (GRIESI-OLIVEIRA; SERTIÉ,</p><p>2017).</p><p>Além dos fatores etiológicos, vários riscos foram observados em indivíduos</p><p>com autismo do que em indivíduos não autistas. Quanto à ponderação de cada fator,</p><p>a literatura é bastante dividida, com algumas revisões afirmando que as exposições</p><p>ambientais e os fatores intrínsecos maternos são muito importantes, enquanto outras</p><p>defendem que as causas genéticas são predominantes. Um estudo mostrou uma</p><p>prevalência de 35% de causas genéticas e 60% a 65% de causas ambientais pré-</p><p>natais, perinatais e pós-natais (GRIESI-OLIVEIRA; SERTIÉ, 2017).</p><p>Esses distúrbios consistem em déficits persistentes em áreas-chave, como</p><p>comunicação e interação social, padrões restritos e comportamentos repetitivos.</p><p>Pode-se dizer que essas características são notadas em níveis como: leve, moderado</p><p>e severo. Essa diversidade de condições levou ao uso do termo espectro do autismo</p><p>(RAMOS; LEMOS; SALOMÃO, 2019). Os portadores de TEA apresentam sintomas</p><p>evidentes antes dos três anos de idade, mas o diagnóstico tardio pode prejudicar</p><p>gravemente o desenvolvimento da criança.</p><p>Mesmo antes do primeiro ano de vida, os seguintes sinais sugestivos tornam-</p><p>se perceptíveis: contato visual ruim, sem resposta a nomes, perda de algumas</p><p>habilidades previamente adquiridas, preferência por objetos em vez de pessoas, baixa</p><p>reciprocidade no contato social, baixo interesse em movimentos de objetos e</p><p>brinquedos, distúrbios do sono, desconforto a ruídos altos, hipersensibilidade no colo</p><p>e falta de resposta durante a amamentação e contato com a mãe. A avaliação do</p><p>desenvolvimento neuropsicomotor é essencial para uma intervenção precoce, que</p><p>pode levar diretamente a melhorias significativas na cognição infantil e redução da</p><p>gravidade do TEA (ARAÚJO, 2019).</p><p>O TEA normalmente inicia-se na infância e tende a persistir na adolescência e</p><p>na fase adulta. O transtorno autista é significativamente 3-5 vezes mais comum em</p><p>homens. Entre as razões para explicar o porquê de o TEA ser mais difícil de explicar</p><p>11</p><p>nas meninas está o fato de que elas apresentam menores fatores de estereótipos do</p><p>espectro, disfarçando o seu déficit de comportamento social, pois apresentam a</p><p>capacidade de imitar comportamentos de outras meninas de mesma idade, tem</p><p>menos atitudes repetitivas e restritas que os meninos. E por haver essa ausência de</p><p>estereótipos bem demarcados pode contribuir para dificultar uma suspeita do TEA.</p><p>A detecção tardia de meninas pode resultar em oportunidades perdidas de</p><p>desenvolvimento precoce de habilidades e melhoria de sua condição. Portanto,</p><p>devemos aprender a apreciar a complexidade do espectro feminino, aprofundando</p><p>mais sobre o transtorno e entendendo quais intervenções estão disponíveis, pois ao</p><p>fornecermos às famílias as orientações corretas encurtará o caminho para o</p><p>diagnóstico e a intervenção. Hoje, o diagnóstico após o terceiro ano de vida é</p><p>considerado tardio. Cada criança não tem seu tempo, ou seja, existem marcos de</p><p>desenvolvimento que precisam ser alcançados no momento certo. Os atrasos</p><p>cumulativos acabam, infelizmente, virando uma bola de neve. Existem</p><p>comportamentos que uma criança precisa aprender para alcançar os outros e, quanto</p><p>mais cedo iniciar o processo de intervenção, melhor será os resultados (MAGALHÃES</p><p>et al., 2019).</p><p>4.2 Diagnóstico e sinais de alerta do autismo</p><p>Eventualmente, é possível identificar 3 níveis de autismo, os quais é preciso</p><p>avaliar a necessidade de todo um suporte. Nesse ínterim, para realizar um diagnóstico</p><p>assertivo, é necessária a participação familiar para que o profissional qualificado</p><p>identifique todo o histórico, observando quaisquer sinais e sintomas que dificultem a</p><p>funcionalidade diária do indivíduo, bem como, examinando e utilizando um guia</p><p>chamado de DMS-V para o diagnóstico de transtornos mentais, criado por American</p><p>Psychiatric Association (DE CARVALHO MANSUR et al., 2017).</p><p>Com relação aos sinais e sintomas podem ocorrer em variadas intensidades,</p><p>impactando nas AVD’s dos indivíduos, sendo classificado uma síndrome</p><p>comportamental. É crucial avaliar também o desenvolvimento cognitivo do autista a</p><p>partir desses sinais, uma vez que, são habilidades fundamentais para o cotidiano do</p><p>indivíduo, ou seja, habilidades como de percepção, memória, linguagem, raciocínio,</p><p>atenção e entre outras, que quando comprometidas podem impactar diretamente na</p><p>12</p><p>autonomia do sujeito, de modo que, existem alguns padrões como o de raciocínio</p><p>repetitivo que prejudica a aprendizagem, fazendo com que ocorra de forma</p><p>fragmentada (DE CARVALHO MANSUR et al., 2017).</p><p>4.3 Desenvolvimento cognitivo/motor</p><p>Os comportamentos da criança ou adulto com TEA são estereotipados, de</p><p>forma involuntária e bem característicos, tais como: birras excessivas, hábitos</p><p>agressivos de morder, chutar, arranhar a si próprio ou aos outros, bater com a cabeça,</p><p>obsessão por determinados objetos por um longo período de tempo, utilizando os</p><p>mesmos de forma repetitiva. Já em relação ao convívio social, não ocorre a partilha</p><p>de objetos e há dificuldade em mudar a atividade que está sendo realizada; pouca</p><p>habilidade afetiva; muitas vezes não distingue ou percebe emoções (distúrbios de</p><p>atenção); pouco ou nulo contato visual, assim como interação; muitas vezes não</p><p>atende ao ser chamado pelo nome, ou não consegue memorizar nomes de outras</p><p>pessoas (ZANON; BACKES; BOSA, 2017).</p><p>A respeito da fala, ocorre alterações na entonação, na velocidade, utilizando</p><p>frases fora de contexto, com dificuldade na compreensão da linguagem;</p><p>singularizando uma variação de linguagem; não utiliza de forma correta a linguagem</p><p>não verbal, para apontar objetos desejados; não inicia e mantém uma conversa por</p><p>determinado tempo. Tais sintomas podem variar de acordo com o grau de severidade,</p><p>em alguns casos, o indivíduo pode não realizar a fala (ZANON; BACKES; BOSA,</p><p>2017).</p><p>Não obstante, embora o desenvolvimento motor não seja um aspecto para</p><p>diagnóstico clínico, certamente, está diretamente relacionado com o desenvolvimento</p><p>cognitivo e as habilidades envolvidas, ou seja, o desenvolvimento neuropsicomotor é</p><p>alterado, de acordo com o grau de severidade do TEA. Os primeiros sintomas iniciam-</p><p>se ainda na infância, podendo se prolongar (ZANON, BACKES, BOSA, 2017).</p><p>Em geral, as principais alterações apresentadas são: cardiovascular,</p><p>cardiorrespiratória, sensibilidade, coordenação motora, equilíbrio, tônus e força</p><p>muscular. Alterações motoras são inicialmente perceptíveis, como o baixo controle</p><p>postural, ausência de reflexos primitivos, assim sendo, já visíveis nos primeiros meses</p><p>de vida do autista. É indiscutível que indiretamente essas alterações motoras sejam</p><p>13</p><p>também sinais de alerta e agreguem para o diagnóstico clínico precoce (ZANON,</p><p>BACKES, BOSA, 2017).</p><p>O desenvolvimento motor e suas alterações são de suma importância para o</p><p>tratamento fisioterapêutico. Em virtude do que foi mencionado, algumas alterações</p><p>frequentemente encontradas no indivíduo portador de TEA são baixa coordenação</p><p>motora, grossa e fina, impactando em atividades diárias como escovar os dentes,</p><p>pentear os cabelos, escrever; dificuldades para realizar atividades que necessitam de</p><p>memória em relação a sequências motoras; alterações em controle postural, para</p><p>posicionamentos como sedestação sem apoio; hipotonia e fraqueza muscular ou</p><p>excesso de força muscular para determinada função, fazendo com que a mesma seja</p><p>realizada de forma imprecisa.</p><p>Alguns indivíduos adotam padrões como o de deambular na ponta dos pés;</p><p>dificuldade em pular, em passar por obstáculos; alterações de equilíbrio, nas quais</p><p>impossibilita pular de um pé só; dificuldades proprioceptivas, em relação ao indivíduo</p><p>ter baixa percepção do seu corpo no espaço. Além de alterações sensoriais, como a</p><p>hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos como texturas, sons, luzes e</p><p>cores (SILVA SANTOS; MASCARENHAS; OLIVEIRA, 2021).</p><p>4.4 Desenvolvimento social/afetivo/emocional</p><p>O processo de desenvolvimento social da criança com TEA é caracterizado por</p><p>seu comportamento repetitivo e sociocomunicativo, que segundo Zanon et al. (2017)</p><p>é possível já ser observado durante os primeiros traços da sua infância, entretanto,</p><p>estudos científicos identificaram que grande parte das crianças portadoras de TEA</p><p>tem esse diagnóstico quando começam a frequentar a escola.</p><p>Os portadores de TEA apresentam dificuldades a partir das interações sociais,</p><p>contribuindo para formas de isolamento social, mudanças nas emoções e apatia</p><p>afetiva, obtendo, assim, dificuldades de interações no geral. Esse impacto no</p><p>comportamento social é um dos primeiros aspectos identificados pela forma</p><p>indiferente de interação social, a falta dessa, inclusive, é um dos principais sinais já</p><p>que é uma característica natural humana (MICCAS et al., 2014).</p><p>Socialmente é perceptível falhas nas suas interações do dia a dia, tendo déficit</p><p>de organização para acionar os estímulos sociais já nos primeiros meses de vida,</p><p>14</p><p>como a falta de estímulos simples, ao ser chamada ela inibe o ato de virar a cabeça,</p><p>diferente de bebês que não possuem o transtorno do espectro autista. Com o decorrer</p><p>do tempo apresentam dificuldades nas suas expressões faciais e na fala (CARVALHO</p><p>et al., 2013).</p><p>Segundo Bertoldi e Brzozowski (2020) a integração do portador de TEA em</p><p>grupos escolares é muito importante para a melhora do desenvolvimento do seu</p><p>aspecto social, sabendo e observando as particularidades de cada paciente para</p><p>propor uma forma simplificada de introdução no meio social, com ajuda de</p><p>profissionais que facilitem o desenvolvimento desse processo.</p><p>Bertoldi e Brzozowski (2020) dizem que nessa fase de desenvolvimento os</p><p>autistas tendem a apresentar-se e expressar-se com uma série de comportamentos</p><p>repetitivos, diferenciando-se dos outros que estão na mesma faixa etária de idade,</p><p>seu comportamento sociocomunicativo é bem peculiar, dificultando as interações</p><p>sociais, emocionais e afetivas. A sua atenção não é fixada por muito tempo,</p><p>desprende-se muito rápido e assim se diferencia de um padrão da sociedade no qual</p><p>ele não interage de forma espontânea, por exemplo: não espere de uma pessoa com</p><p>autismo cumprimentar alguém ou se despedir, eles possuem um déficit considerável</p><p>de atenção. Entendendo esses fatos é de uma importância imensurável a inclusão de</p><p>uma equipe multidisciplinar para acompanhar o processo de desenvolvimento do</p><p>paciente com transtorno do espectro autista.</p><p>Segundo Vilani e Port (2018) os autistas têm uma maior dificuldade em</p><p>relacionamentos com outras pessoas que estão presentes no seu cotidiano. Segundo</p><p>Borges e Moreira (2018), Leo kanner destaca o TEA como um distúrbio artístico de</p><p>contato afetivo, já Eugene Bleuler diz que o autista tem dificuldade de lidar com a</p><p>realidade por questões comportamentais, afetivas e emocionais. Bertoldi e</p><p>Bzzozowski (2020) dizem que por conta do autismo as emoções apresentam</p><p>inconsistências/alterações, e no processo de aprendizagem essas emoções são de</p><p>grande significância. Devido às alterações supracitadas os mesmos apresentam uma</p><p>dificuldade de formar vínculos com os outros, sendo mais inconstantes em alguns</p><p>casos e menos em outros.</p><p>De acordo com Borges e Moreira (2018) existe uma relação de autistas, por</p><p>exemplo: o comum, que apresenta características clássicas como déficits intelectuais,</p><p>na comunicação e até a ausência de forma verbal; e o outro, demonstração de um</p><p>15</p><p>autista com desenvoltura e habilidades verbais e mais inteligente, no entanto, ainda</p><p>assim com falhas nas interações sociais.</p><p>Para Vilani e Port (2018) o desenvolvimento afetivo-emocional está</p><p>diretamente conectado com as disfunções da região dos temporais que estão</p><p>interligadas aos sistemas dos frontais, parietais e límbicos. Por envolver diretamente</p><p>esses sistemas é explicado o sintoma clínico de déficits emocionais dos autistas.</p><p>Santos et al. (2021) afirmam que o aspecto afetivo dos portadores de autismo</p><p>apresenta um bloqueio de se envolver em relacionamentos, não compartilhamento</p><p>desejos e sentimentos. Nota-se também que não são atenciosos nem em trocas de</p><p>olhares espontâneos, com isso tudo vem a dificuldade de convívio com grupos. Dentre</p><p>todos esses fatos, a fisioterapia tem muito a contribuir sendo um suporte para o melhor</p><p>convívio em suas relações familiares ou quaisquer outras, melhorando a sua</p><p>capacidade de raciocínio e estimulando melhorias em seus déficits e, alcançando,</p><p>uma maior independência das suas avd´s.</p><p>Ferreira et al. (2016) dizem que nos adultos com TEA os aspectos emocionais</p><p>podem surgir com características que não se adaptam aos seus relacionamentos,</p><p>ocorrendo, assim, uma sequência de decepções, pois eles não veem seus pares como</p><p>uma fonte de afeto, com esse comportamento, geralmente, fracassam nesse tipo de</p><p>relacionamento, mas isso é relativo.</p><p>Portanto, faz-se necessário compreender esses padrões, para assim, buscar</p><p>e apresentar formas de tratamentos para indivíduos com TEA.</p><p>4.5 Intervenções fisioterapêuticas no tratamento de TEA</p><p>Para obter um tratamento ideal para a funcionalidade nos diversos aspectos</p><p>que compõem os portadores de autismo é um processo que envolve uma equipe</p><p>multidisciplinar, desde o fisioterapeuta, pedagogo, terapeuta ocupacional, psiquiatra,</p><p>psicólogo e fonoaudiólogo. Para então, em conjunto, desenvolvam um tratamento</p><p>justo e eficaz que comporte todas as dificuldades apresentadas, juntamente com o</p><p>apoio da família. O fisioterapeuta deve orientar e treinar os familiares para</p><p>incentivarem e estimularem o desenvolvimento sensório-motor do paciente em seu</p><p>cotidiano (GONZALEZ; CANALS, 2016). Segundo Silva e Vilarinho (2022) para</p><p>desenvolver as condutas fisioterapêuticas ideais é importante entender sobre os graus</p><p>16</p><p>de dificuldades das funcionalidades motoras, sensoriais e cognitivas. O profissional</p><p>deve demonstrar domínio de suas habilidades e conhecimentos práticos e teóricos,</p><p>estimulando a coordenação, o equilíbrio, a propriocepção e a lateralidade do paciente.</p><p>Segundo Ferreira et al., (2016) as crianças autistas conseguem ser avaliadas</p><p>através de um questionário a medida de sua independência</p><p>funcional (MIF), o qual</p><p>analisa as particularidades motoras e cognitivas, força muscular, habilidades de</p><p>memória, comunicação, autocuidado, interação social e comportamento, mudanças</p><p>posturais, marcha e avd´s. Sua pontuação vai de 1 (assistência total) até o 7</p><p>(independência completa). Com isso, é possível adequar as intervenções posturais e</p><p>biomecânicas, que se referem a posicionamentos adequados através de dispositivos,</p><p>ou seja, de órteses para fazer ajustes posturais enquanto realiza atividades diárias,</p><p>ou simples modificações em cadeiras e suportes para melhorar posições, associando</p><p>a exercícios que sejam específicos para o fortalecimento dos músculos posturais,</p><p>vinculado ao treinamento de equilíbrio.</p><p>Dessa forma, favorece, também, a evolução da concentração, comunicação e</p><p>através dos atendimentos é estimulada a interação social, com a terapia de integração</p><p>sensorial, buscando melhorar o padrão sensorial com respostas ao ambiente, sempre</p><p>estimulando diversas sensações de texturas, movimentos e propriocepção,</p><p>associando a terapia lúdica que vai ajudar no engajamento do paciente nas</p><p>intervenções (GONZALEZ; CANALS, 2016).</p><p>Segundo Silva e Vilarinho (2021) a estimulação durante os atendimentos com</p><p>olhares e toques favorecem a evolução dos pacientes com TEA, possibilitando</p><p>entender mais sobre suas dificuldades, o próprio corpo e sua mente como realmente</p><p>funciona, a sensibilidade, portanto, é um fator importante. O profissional deve buscar</p><p>entender todos os fatores que favorecem esses estímulos e entender as suas</p><p>alterações, prevenindo que essas ocorram a ponto de prejudicar o desenvolvimento.</p><p>Segundo Araújo (2021), o método de extrema influência é o Applied Behavior</p><p>Analysis (ABA), ou seja, traduzindo para o português é chamado de Análise do</p><p>Comportamento Aplicado, o qual é mais do que observar os comportamentos dos</p><p>autistas, mas direcionar a extinção daqueles inapropriados. Assim, buscando no seu</p><p>processo de neurodesenvolvimento adequar novos comportamentos para que os</p><p>comportamentos característicos dos autistas não se desenvolvam com maior</p><p>incidência.</p><p>17</p><p>Cabe ao fisioterapeuta analisar e realizar o seu plano de tratamento, o qual</p><p>consiste em buscar técnicas para melhorar a coordenação motora grossa e fina, tônus</p><p>muscular, fortalecer musculatura global, melhorar propriocepção, equilíbrio e</p><p>promover estímulos cognitivos, dessa forma, sempre incentivando e mostrando a</p><p>importância de cada plano para ajudar o paciente nas suas atividades diárias,</p><p>promovendo uma maior funcionalidade do indivíduo.</p><p>Dessa forma, faz com que ele se encaixe em outros meios, compreendendo,</p><p>assim, a funcionalidade do próprio corpo e adequando os seus comportamentos,</p><p>comunicação, interação social e expressões faciais. Nota-se que a musicoterapia é</p><p>pertinente para a obtenção dos supracitados resultados, reduzindo estresse e</p><p>ansiedade, sendo planejada especificamente, buscando atingir as particularidades de</p><p>cada paciente (SILVA; VILARINHO, 2022); (BERTOLDI; BRZOZOWSKI, 2020).</p><p>A fisioterapia abrange várias áreas que atinge os objetivos do tratamento,</p><p>beneficiando o desenvolvimento neuropsicomotor do TEA, as várias modalidades de</p><p>tratamento dão oportunidade e possibilidades, beneficiando o plano de tratamento. O</p><p>fisioterapeuta deve explorar em pacientes autistas seu lado criativo, o método de</p><p>gameterapia se baseia na interação com jogos virtuais, facilitando o processo de</p><p>terapia, nesse viés, a tecnologia é uma ferramenta facilitadora e de grande</p><p>importância, sendo benéfica aos portadores de TEA.</p><p>A introdução de musicoterapia associada à dança nesse processo de</p><p>tratamento é fundamental, com ritmos e sons que sejam adequados para obter um</p><p>maior nível de concentração para a realização de movimentos da dança em sintonia</p><p>com a música, contribuindo para a melhora da funcionalidade do corpo, psicológico e</p><p>no seu desenvolvimento físico. Essas atividades planejadas pelo fisioterapeuta vão</p><p>atingir os objetivos propostos de melhorar o desenvolvimento motor, equilíbrio estático</p><p>e dinâmico, melhorando a marcha do paciente (SILVA; VILARINHO, 2022).</p><p>Em pacientes autistas com hiperatividade o método da equoterapia é</p><p>fundamental, trazendo muitos pontos positivos, nele, é adquirida a parte sensorial,</p><p>motora e cognitiva do paciente, através dos movimentos do cavalo (CORREIA;</p><p>BARBOSA, 2018). No método da hidroterapia, ou seja, fisioterapia aquática são</p><p>executadas atividades dentro da água, em uma piscina de temperatura aquecida, para</p><p>os autistas essa terapia é proveitosa, pois promove relaxamento, melhora do sono,</p><p>18</p><p>fortalecimento da musculatura global, melhora de equilíbrio, interação e atenção do</p><p>portador do TEA (SILVA; VILARINHO, 2022).</p><p>Quadro 1: Principais intervenções para o Transtorno do Espectro Autista.</p><p>Intervenções Objetivos</p><p>Applied Behavior Analysis (ABA), ou</p><p>Análise do Comportamento Aplicado</p><p>direcionada a excluir comportamentos</p><p>inapropriados e fazer com que o sujeito</p><p>entenda o seu comportamento,</p><p>desenvolvendo, também, as adequações</p><p>de novos comportamentos no processo de</p><p>neurodesenvolvimento (ARAÚJO, 2021).</p><p>Terapia de integração sensorial</p><p>Melhorar a padronização sensorial e a</p><p>resposta a sensações do ambiente,</p><p>envolvendo atividades e estímulos</p><p>sensoriais, ou seja, usando diferentes tipos</p><p>de texturas e estímulos proprioceptivos</p><p>(GONZALEZ; CANALS, 2016).</p><p>Cinesioterapia</p><p>Desenvolver habilidades motoras,</p><p>realizando exercícios de fortalecimento</p><p>muscular, equilíbrio, marcha, coordenação</p><p>e habilidades motoras finas, que sejam</p><p>exercícios adaptados com as demandas</p><p>individuais de cada paciente (SILVA;</p><p>VILARINHO, 2022).</p><p>Hidroterapia</p><p>Promover um melhor condicionamento</p><p>físico, muscular, cognitivo, motor,</p><p>socioafetivo e na relação social do paciente</p><p>(SILVA; VILARINHO, 2022).</p><p>Equoterapia</p><p>Melhorar habilidades sociais, sensoriais,</p><p>cognitivas e motoras, favorecendo o</p><p>fortalecimento muscular, ajustes posturais,</p><p>equilíbrio, diminuição de padrões</p><p>estereotipados e coordenação motora</p><p>(CORREIA; BARBOSA, 2018).</p><p>Intervenções posturais e</p><p>biomecânicas</p><p>Orientar e adaptar posturas e</p><p>posicionamentos, favorecendo a</p><p>biomecânica, podendo envolver uso de</p><p>órteses para a realização de atividades</p><p>diárias (FERREIRA et al., 2016).</p><p>Atividades lúdicas</p><p>Melhorar o desenvolvimento de habilidades</p><p>motoras e sensoriais, ajudando a envolver o</p><p>paciente no tratamento, motivando e</p><p>19</p><p>engajando nas atividades (GONZALEZ;</p><p>CANALS, 2016).</p><p>Gameterapia</p><p>Desenvolver as habilidades sociais,</p><p>cognitivas e motoras, os jogos terapêuticos</p><p>podem simular situações do nosso</p><p>cotidiano, em um ambiente seguro para</p><p>desenvolver suas habilidades (SILVA;</p><p>VILARINHO, 2022).</p><p>Musicoterapia</p><p>Aprimorar a comunicação, interação social,</p><p>expressão emocional, habilidades motoras</p><p>e o cognitivo, favorecendo a redução da</p><p>ansiedade e estresse. Essa intervenção</p><p>deve ser trabalhada de forma</p><p>personalizada, atendendo a cada</p><p>individualidade, adaptando as atividades à</p><p>necessidade do paciente (BERTOLDI;</p><p>BRZOZOWSKI, 2020).</p><p>Orientação e treinamento familiar</p><p>Orientar e treinar a família ou cuidadores</p><p>para envolver-se no principal objetivo que é</p><p>proporcionar uma vida de qualidade,</p><p>apoiando e estimulando o desenvolvimento</p><p>motor em casa e nas suas atividades diárias</p><p>(GONZALEZ; CANALS, 2016).</p><p>Fonte: elaborado pelos autores da pesquisa (2023).</p><p>Diante do exposto, para o tratamento avançar com sucesso o fisioterapeuta tem</p><p>que adequar suas condutas, visualizando as particularidades de cada paciente com</p><p>intervenções precoces, para ser estimulada a plasticidade cerebral. Tal ação deve</p><p>ocorrer de forma conjunta com a equipe multiprofissional e familiar, pois é a família</p><p>que está presente desde os primeiros dias de</p><p>vida, observando movimentos,</p><p>comportamentos, dificuldades e prejuízos na evolução do autista, dessa maneira, com</p><p>o apoio da família e um diagnóstico precoce o tratamento tende a ser eficaz. Logo, é</p><p>evidenciado que o fisioterapeuta tem papel fundamental na intervenção do transtorno</p><p>do espectro autista, pois promove uma adequação dos movimentos estereotipados e</p><p>repetitivos, um destravamento cognitivo e uma sensibilidade, tornando o paciente</p><p>mais funcional e, como consequência, melhorando sua qualidade de vida.</p><p>5 RESULTADOS E DISCUSSÃO</p><p>20</p><p>Diante das pesquisas nas bases de dados, 49 artigos foram identificados nas</p><p>seguintes plataformas: Scielo (n=6), PubMed (n= 2), Fiocruz (n=1), Research (n=3),</p><p>PEDro (n=5), Lume repositório digital de UFRGS (n=1) e Google Acadêmico (n=31).</p><p>Durante a análise dos artigos foram excluídos estudos antigos e textos incompletos</p><p>(n=39). Após exclusão, o restante dos artigos foi selecionado para a construção do</p><p>estudo (n=10), o que pode ser evidenciado no fluxograma abaixo (figura 1).</p><p>Figura 1: Fluxograma das etapas de seleção dos artigos.</p><p>Fonte: Elaborado pelos autores da pesquisa (2023).</p><p>No Quadro 1 são descritos os resultados da pesquisa bibliográfica, cuja</p><p>estruturação se dá conforme: título do artigo, autores/ano, objetivos de pesquisa, tipo</p><p>de estudo e conclusões.</p><p>Quadro 2: Informações dos artigos incluídos na revisão integrativa.</p><p>Título Autores/ano Objetivos Tipo de</p><p>estudo</p><p>conclusões</p><p>Id</p><p>e</p><p>n</p><p>ti</p><p>fi</p><p>c</p><p>a</p><p>ç</p><p>ã</p><p>o</p><p>E</p><p>le</p><p>g</p><p>ib</p><p>ili</p><p>d</p><p>a</p><p>d</p><p>e</p><p>Total de artigos encontrados nas bases de</p><p>dados (Scielo, PubMed, Fiocruz, Research,</p><p>PEDro, Lume repositório digital de UFRGS, e</p><p>Google Acadêmico)</p><p>(n=49)</p><p>Artigos excluídos</p><p>duplicados pelo título</p><p>(n=39)</p><p>Artigos identificados (n=10)</p><p>Artigos excluídos após a</p><p>análise dos resumos</p><p>(n=0)</p><p>Artigos avaliados na</p><p>íntegra (n=10)</p><p>Artigos excluídos avaliados</p><p>na íntegra (n=0)</p><p>Artigos incluídos na revisão</p><p>integrativa (n=10)</p><p>21</p><p>Perfil</p><p>epidemiológico</p><p>do Transtorno</p><p>do Espectro</p><p>Autista na</p><p>população</p><p>pediátrica em</p><p>um hospital</p><p>terciário do</p><p>estado do Rio de</p><p>Janeiro.</p><p>ALVIM et al.,</p><p>2020.</p><p>Apresentar</p><p>dados e</p><p>informações</p><p>sobre o</p><p>assunto com</p><p>intuito de</p><p>discutir a</p><p>importância do</p><p>tema e a</p><p>inclusão social</p><p>e de políticas</p><p>públicas.</p><p>Dissertaçã</p><p>o</p><p>É necessário e de</p><p>grande</p><p>importância a</p><p>inclusão de</p><p>políticas públicas</p><p>para a população</p><p>autista,</p><p>oferecendo todo</p><p>o suporte e</p><p>atenção e, assim,</p><p>assegurando</p><p>todo apoio de</p><p>inclusão social,</p><p>favorecendo um</p><p>ótimo</p><p>prognóstico.</p><p>A importância da</p><p>fisioterapia</p><p>motora no</p><p>acompanhamen</p><p>to</p><p>de crianças</p><p>autistas.</p><p>AZEVEDO;</p><p>GUSMÃO,</p><p>2016.</p><p>Manifestar a</p><p>importância da</p><p>fisioterapia</p><p>motora para a</p><p>qualidade de</p><p>vida do autista.</p><p>Revisão</p><p>sistemática</p><p>de</p><p>literatura.</p><p>A abordagem</p><p>fisioterapêutica</p><p>vai propor ao</p><p>autista uma</p><p>melhor</p><p>convivência em</p><p>relação as suas</p><p>atividades</p><p>perante o mundo,</p><p>auxiliando em</p><p>uma descoberta</p><p>do que o seu</p><p>corpo é capaz de</p><p>realizar.</p><p>22</p><p>O Autismo no</p><p>Brasil: no</p><p>processo</p><p>histórico,</p><p>inclusivo e</p><p>terapêutico</p><p>ARAÚJO,</p><p>2021</p><p>Relatar o</p><p>processo</p><p>histórico,</p><p>inclusivo e</p><p>terapêutico do</p><p>autismo no</p><p>Brasil</p><p>Pesquisa</p><p>Bibliográfic</p><p>a</p><p>A educação</p><p>inclusiva para</p><p>pessoas com</p><p>autismo deve ser</p><p>vista como uma</p><p>oportunidade</p><p>para novas</p><p>atitudes</p><p>profissionais em</p><p>relação à</p><p>deficiência. As</p><p>diferenças que</p><p>cada um oferece</p><p>são valorizadas e</p><p>respeitadas de</p><p>acordo com suas</p><p>necessidades e</p><p>capacidades,</p><p>bem como suas</p><p>limitações</p><p>A contribuição</p><p>da fisioterapia</p><p>no</p><p>desenvolviment</p><p>o motor de</p><p>crianças com</p><p>transtorno do</p><p>espectro autista</p><p>SANTOS;</p><p>MASCARENH</p><p>AS,</p><p>OLIVEIRA,</p><p>2021.</p><p>Mostrar a</p><p>contribuição da</p><p>fisioterapia no</p><p>desenvolvimen</p><p>to motor em</p><p>autistas</p><p>Revisão</p><p>Bibliográfic</p><p>a</p><p>O tratamento</p><p>fisioterapêutico</p><p>contribui para o</p><p>aperfeiçoamento</p><p>das habilidades</p><p>motoras de</p><p>crianças com</p><p>autismo,</p><p>auxiliando nas</p><p>capacidades</p><p>coordenativas e</p><p>prevenindo</p><p>limitações na</p><p>execução das</p><p>atividades</p><p>funcionais.</p><p>23</p><p>Efeitos da</p><p>fisioterapia em</p><p>crianças</p><p>autistas: estudo</p><p>de séries de</p><p>casos.</p><p>FERREIRA et</p><p>al., 2016</p><p>Analisar</p><p>crianças</p><p>autistas pré e</p><p>pós tratamento</p><p>fisioterapêutico</p><p>Estudo de</p><p>Caso</p><p>A fisioterapia</p><p>contribui bastante</p><p>no tratamento de</p><p>crianças autistas</p><p>independenteme</p><p>nte do nível de</p><p>suporte da</p><p>criança,</p><p>proporcionando</p><p>autonomia e</p><p>funcionalidade</p><p>O impacto da</p><p>intervenção</p><p>fisioterapêutica</p><p>em crianças</p><p>com autismo</p><p>SILVA;</p><p>VILARINHO,</p><p>2020.</p><p>Descrever os</p><p>benefícios da</p><p>intervenção</p><p>fisioterapêutica</p><p>na qualidade</p><p>de vida do</p><p>paciente</p><p>trazendo uma</p><p>melhor</p><p>qualidade de</p><p>vida.</p><p>Revisão</p><p>Bibliográfic</p><p>a</p><p>Evidentemente</p><p>com um</p><p>tratamento</p><p>adequado,</p><p>visando às</p><p>necessidades da</p><p>pessoa com TEA</p><p>e utilizando</p><p>protocolos</p><p>voltados à função</p><p>motora, há uma</p><p>grande evolução</p><p>e melhora</p><p>significativa.</p><p>Reabilitação de</p><p>crianças</p><p>autistas com</p><p>auxílio da</p><p>equoterapia:</p><p>uma revisão</p><p>narrativa de</p><p>literatura</p><p>CORREIA;</p><p>BARBOSA,</p><p>2018</p><p>Demonstrar</p><p>como a</p><p>literatura</p><p>brasileira</p><p>apresenta a</p><p>equoterapia</p><p>como método</p><p>terapêutico.</p><p>Revisão</p><p>narrativa de</p><p>literatura</p><p>A equoterapia é</p><p>fundamental no</p><p>fortalecimento</p><p>muscular,</p><p>evolução da</p><p>marcha e</p><p>também no</p><p>sistema neural da</p><p>criança autista,</p><p>promovendo,</p><p>assim, bem-estar</p><p>e qualidade de</p><p>vida.</p><p>24</p><p>Diagnóstico do</p><p>autismo: relação</p><p>entre fatores</p><p>contextuais,</p><p>familiares e da</p><p>criança.</p><p>ZANON;</p><p>BACKES et al.,</p><p>2017.</p><p>Investigar a</p><p>idade de</p><p>realização do</p><p>diagnóstico do</p><p>TEA em</p><p>participantes</p><p>brasileiros e a</p><p>sua relação</p><p>com variáveis</p><p>contextuais,</p><p>familiares e da</p><p>criança.</p><p>Revisão</p><p>narrativa de</p><p>literatura</p><p>Há um intervalo</p><p>de</p><p>aproximadament</p><p>e três anos entre</p><p>os primeiros</p><p>sinais de alerta</p><p>identificados</p><p>pelos pais e a</p><p>confirmação</p><p>formal do</p><p>diagnóstico,</p><p>apontando para a</p><p>necessidade</p><p>urgente de</p><p>redução desse</p><p>tempo pelas</p><p>implicações da</p><p>intervenção</p><p>precoce para o</p><p>desenvolvimento</p><p>da criança</p><p>O papel da</p><p>psicopedagogia</p><p>na inclusão e na</p><p>aprendizagem</p><p>da pessoa</p><p>autista</p><p>BERTOLDI;</p><p>BRZOZOWSK,</p><p>2020.</p><p>Integrar a</p><p>equipe,</p><p>ocupando o</p><p>espaço de</p><p>mediador entre</p><p>a escola, o</p><p>educando e a</p><p>equipe</p><p>terapêutica.</p><p>Revisão de</p><p>Literatura</p><p>Os indivíduos</p><p>dentro do</p><p>espectro autista</p><p>apresentam</p><p>características</p><p>únicas e</p><p>necessitam,</p><p>impreterivelment</p><p>e, de tratamento</p><p>e atenção</p><p>individualizada.</p><p>25</p><p>A relação do</p><p>espectro</p><p>autismo com a</p><p>genética</p><p>DOS REIS;</p><p>PINTO, 2021.</p><p>Analisar a</p><p>relação da</p><p>genética com o</p><p>transtorno e os</p><p>genes</p><p>envolvidos no</p><p>espectro.</p><p>Pesquisa</p><p>Documenta</p><p>l</p><p>É possível</p><p>concluir que o</p><p>TEA tem uma</p><p>forte base</p><p>genética, o que</p><p>contribui e explica</p><p>todo o seu</p><p>comportamento e</p><p>características.</p><p>Fonte: banco de dados dos autores (2023).</p><p>A partir da análise dos artigos, pode-se compreender a dificuldade de se obter</p><p>um diagnóstico precoce, sendo frequentes diagnósticos tardios quando o autista já</p><p>está na escola, no entanto, para melhorar essa identificação/diagnóstico é</p><p>fundamental a associação de mais políticas públicas de inclusão para a população</p><p>autista, com isso, devem ser iniciadas o quanto antes as intervenções fisioterapêuticas</p><p>em conjunto com a equipe multidisciplinar, para um melhor prognóstico terapêutico,</p><p>melhorando</p><p>a relação do sujeito com o meio social, elevando suas capacidades</p><p>(ALVIM et al., 2020; AZEVEDO; GUSMÃO, 2016; ARAÚJO, 2021).</p><p>A intervenção fisioterapêutica em diagnósticos tardios tem extrema importância</p><p>no desenvolvimento do indivíduo com TEA, pois busca contribuir na evolução do</p><p>quadro clínico, melhorando a postura e, consequentemente, a marcha, objetivando</p><p>uma maior independência funcional. Tal contribuição também traz o autista para a</p><p>realidade do mundo, impossibilitando uma regressão do quadro clínico. Diante dos</p><p>fatos supracitados, é fundamental dar a devida importância para a fisioterapia no</p><p>tratamento do autismo, pois vai promover uma maior qualidade de vida, intervindo nos</p><p>sinais clínicos e nos déficits do TEA (SANTOS; MASCARENHAS; OLIVEIRA, 2021;</p><p>FERREIRA et al., 2016; REIS; PINTO, 2021).</p><p>Os primeiros sinais clínicos são identificados por volta dos três anos, por isso,</p><p>é de suma importância uma observação pormenorizada dos sinais, pois quanto mais</p><p>precoce o diagnóstico, mais efetiva é a abordagem fisioterapêutica. O fisioterapeuta é</p><p>o responsável por introduzir o autista dentro do seu plano de tratamento, fazendo com</p><p>que ele se envolva nas condutas, adaptando cada intervenção e procurando atender</p><p>todas as suas necessidades, principalmente, as relacionadas ao cotidiano.</p><p>(FERREIRA et al., 2016; ZANON; BACKES et al., 2017; SILVA; VILARINHO, 2020).</p><p>26</p><p>Diante disso, quando é iniciado a intervenção fisioterapêutica de preferência de</p><p>forma precoce, o fisioterapeuta deve considerar as habilidades motoras, equilíbrio,</p><p>força, coordenação e postura, ou seja, deve avaliar de maneira individual as</p><p>necessidades do paciente para atingir os objetivos do tratamento. A inclusão da</p><p>integração sensorial é um fator exponencial, pois envolve/convida o autista a realizar</p><p>atividades e estímulos sensoriais, associando com exercícios e treinamentos de</p><p>habilidades motoras.</p><p>Percebe-se também a relevância da estimulação na água através da</p><p>hidroterapia, pois oferece enormes benefícios sendo um ambiente seguro para o</p><p>autista e de grandeza estimulante, interligado a melhora das habilidades motoras,</p><p>assim como, a equoterapia, todavia, essa última é através dos movimentos do cavalo.</p><p>Todas as supracitadas estratégias melhoram a interação e funcionalidade do sujeito.</p><p>Nota-se que o fisioterapeuta tem o papel de orientar a família para que se envolva nas</p><p>intervenções, para, assim, apoiar e estimular cada vez mais o autista, sendo crucial</p><p>também, o apoio de uma equipe multidisciplinar sempre colaborativa (CORREIA;</p><p>BARBOSA, 2018; BERTOLDI; BRZOZOWSKI, 2020; SILVA; VILARINHO, 2020).</p><p>6 CONSIDERAÇÕES FINAIS</p><p>Concluiu-se que para se obter um diagnóstico preciso, inicialmente, é</p><p>necessário contar com a participação de pessoas do convívio do autista, que possam</p><p>observar seu desenvolvimento nas habilidades cotidianas, considerando as</p><p>alterações relevantes, as quais serão passadas para uma equipe qualificada que irá</p><p>observar e compreender quando essas alterações se classificam em determinado</p><p>grau de autismo, para que se chegue a um diagnóstico.</p><p>Foi possível concluir também que dentre os sinais e sintomas de alerta para o</p><p>autismo, destacam-se com maior relevância: padrões estereotipados que sejam</p><p>involuntários como as birras excessivas; obsessão por um mesmo objeto;</p><p>comportamentos agressivos como de bater a cabeça na parede; com relação a fala,</p><p>alterações a todo tempo na velocidade utilizada para a comunicação, utilização de</p><p>frases fora de contexto que pode também caracterizar uma variação de linguagem;</p><p>optar por não usar linguagem verbal para comunicar um objeto desejado.</p><p>27</p><p>No desenvolvimento motor, alguns sinais de alerta são: a dificuldade em</p><p>realizar atividades básicas como escovar os dentes sozinho, escrever, pentear os</p><p>cabelos; quedas frequentes por fraqueza ou hipotonia; uso desordenado de força,</p><p>pode-se observar também padrões como o de deambular com a ponta dos pés. Em</p><p>relação ao desenvolvimento social, os portadores de TEA podem sinalizar de modo</p><p>que sua interação social é dificultada, gerando isolamento social, apatia afetiva,</p><p>quadros de mudança de humor, pouca ou nula resposta ao chamado, dificuldade de</p><p>manter ou realizar contato visual e déficit de atenção que prejudica a interação com o</p><p>outro, gerando, assim, dificuldade em criar vínculos.</p><p>Em suma, diante de tais alterações, é preciso que haja a intervenção de uma</p><p>equipe multidisciplinar, composta por variados profissionais qualificados e dentre eles,</p><p>destaca-se o trabalho da fisioterapia, que irá traçar um plano de tratamento específico</p><p>e completamente individual para cada paciente portador de TEA, uma vez que,</p><p>ocorrem variações de alterações para cada caso, mas o objetivo nesse plano de</p><p>tratamento é baseado no geral, ou seja, em ganhar funcionalidade, bem como,</p><p>independência, além de promover qualidade de vida nas atividades diárias e também</p><p>nas laborais.</p><p>Tendo em vista os aspectos analisados, é possível destacar objetivos cruciais</p><p>para o tratamento fisioterapêutico de pessoas com TEA. É importante que o estímulo</p><p>sensório-motor seja a base para a criação e execução de condutas, as quais podem</p><p>e devem estimular a interação social, com um mínimo contato físico e contato visual</p><p>sendo mantido, para que haja uma troca e, assim, possibilite ao autista entender o</p><p>funcionamento do seu próprio corpo e mente.</p><p>Outrossim, é preciso agregar ao tratamento técnicas que visem melhorar a</p><p>coordenação motora, em virtude da funcionalidade, de igual modo, é importante</p><p>também trabalhar o equilíbrio, a propriocepção e a força muscular de maneira global,</p><p>visando benefícios com a marcha; é interessante combinar tais técnicas motoras com</p><p>estímulos cognitivos, e a fisioterapia também pode usufruir de recursos como a</p><p>musicoterapia e gameterapia com a mesma finalidade, além de poder utilizar de</p><p>recursos como a equoterapia e a hidroterapia.</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>28</p><p>ARAÚJO, José Bruno de. O Autismo no Brasil: No Processo Histórico, Inclusivo e</p><p>Terapêutico. Educação em Foco, p. 29-40, 2021.</p><p>ARAÚJO, L. S. B. de P. Manual de Orientação Transtornos do Espectro do</p><p>Autismo. p. 1-24, 2019. Disponível em:</p><p>https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/Ped._Desenvolvimento_-_21775b-</p><p>MO_- _Transtorno_do_Espectro_do_Autismo.pdf. Acesso em: 17 jun. 2020.</p><p>BERTOLDI, F. S.; BRZOZOWSKI, F. S. O papel da psicopedagogia na inclusão e na</p><p>aprendizagem da pessoa autista. Revista Psicopedagogia. 37(114): p. 341-352,</p><p>2020.</p><p>BORGES, V. M.; MOREIRA, L, M, A. transtorno do espectro autista: descobertas,</p><p>perspectivas e autism plus. Revista de Ciência médicas e biológicas. V. 17, n. 2.</p><p>p. 230-235. Salvador-BA, 2018.</p><p>CARVALHO, F. A. et al. Rastreamento de sinais precoce de transtorno do espectro</p><p>do autismo em crianças de creches de um município de São Paulo. Revista</p><p>Psicológica: teoria e prática. P. 144-154. São Paulo, 2013.</p><p>CORREIA, Elaine Cristine Tenório; BARBOSA, Maria Edilma Alves. Reabilitação de</p><p>crianças autistas com auxílio da equoterapia: uma revisão narrativa de literatura.</p><p>2018. 28f. Artigo (Graduação em Fisioterapia), Faculdade Regional Brasileira,</p><p>Maceio, 2018.</p><p>COSSIO, A. P.; PEREIRA, A. P. S.; RODRIGUEZ, R. C. C. Benefícios e Nível de</p><p>Participação na Intervenção Precoce: Perspectivas de Mães de Crianças com</p><p>Perturbação do Espetro do Autismo. Revista brasileira de educação especial.</p><p>v.23, n.4. p.505-516. 2017.</p><p>DA SILVA SANTOS, Gislainne Thaice; MASCARENHAS, Millena Santana; DE</p><p>OLIVEIRA, Erik Cunha. A contribuição da fisioterapia no desenvolvimento motor de</p><p>crianças com transtorno do espectro autista. Cadernos de Pós-Graduação em</p><p>Distúrbios do Desenvolvimento, v. 21, n. 1, p. 129-143, 2021.</p><p>DE CARVALHO MANSUR, Odila Maria Ferreira et al. Sinais de alerta para</p><p>Transtorno do Espectro do Autismo em crianças de 0 a 3 anos. Revista Científica</p><p>da Faculdade de Medicina de Campos, v. 12, n.</p><p>3, 2017.</p><p>DOS REIS, Raysa Damasceno Cortes; PINTO, Isabella Silvestre Barreto. A relação</p><p>do transtorno espectro autismo com a genética. Biológica-Caderno do Curso de</p><p>Ciências Biológicas, v. 4, n. 1, 2021.</p><p>FERREIRA, J. T, C.; et al. Efeitos da fisioterapia em crianças autistas: Estudo de</p><p>séries de casos. Universidade Presbiteriana Mackenzie. CCBS- Programa de</p><p>PósGraduação em Distúrbios do Desenvolvimento. Cadernos de Pós-Graduação</p><p>em Distúrbios do Desenvolvimento. V.16, n.2, p24-32. São Paulo, 2016.</p><p>GRIESI-OLIVEIRA, Karina; SERTIÉ, Andréa Laurato. Transtornos do espectro</p><p>autista: um guia atualizado para aconselhamento genético. Einstein (São Paulo), v.</p><p>15, p. 233-238, 2017.</p><p>29</p><p>GONZALEZ, J. J. C; CANALS, J. C. Las posibilidades de la fisioterapia en el</p><p>tratamiento multidisciplinar del autismo. Rev Pediatr Aten Primaria, Madrid, v. 16,</p><p>n. 61, p. e37-e46, mar., 2014.</p><p>GUEDES, N. P. DA S.; TADA, I. N. C. A produção científica brasileira sobre autismo</p><p>na psicologia e na educação. Psicologia: Teoria e Pesquisa. v. 31, n. 3. p. 303-309,</p><p>2015.</p><p>MAGALHÃES, Raquel Borges de Pádua et al. Controle Restrito na leitura:</p><p>avaliação de crianças com Transtorno do Espectro Autista. 2019.</p><p>MICCAS, C.; VITAL, A. A. F.; D’ANTINO, M. E. F. Avaliação de funcionalidade em</p><p>atividades e participação de alunos com transtornos do espectro do autismo.</p><p>Revista Psicopedagogia. P, 3-10. São Paulo, 2014.</p><p>RIBEIRO, Ana Clara Pinesso et al. Fatores etiológicos e riscos associados ao</p><p>transtorno de espectro autista: revisão bibliográfica. Jornal Paranaense de</p><p>Pediatria, v. 22, n. 1, p. 1-12, 2021.</p><p>RAMOS, C. S. A; LEMOS, E. L. M. D; SALOMÃO, N. M. R. Vivências Escolares e</p><p>Transtorno do Espectro Autista: o que Dizem as Crianças. Revista Brasileira de</p><p>Educação Especial. Jul. de 2019. Disponível em:</p><p>file:///C:/Users/Cliente/Downloads/artigoVivnciasEscolareseTranstornodoEspectroAut</p><p>ista_oq ueDizemasCrianas_.pdf. Acesso em 24 jun. 2020.</p><p>SILVA, Lorrane Ramos; VILARINHO, Kauara. O impacto da intervenção</p><p>fisioterapêutica em crianças com autismo. Revista Científica da Faculdade</p><p>Quirinópolis, v. 1, n. 12, p. 642-656, 2022.</p><p>VIANA, Ana Clara Vieira et al. Autismo. Saúde Dinâmica, v. 2, n. 3, p. 1-18, 2020.</p><p>VILANI, M. R; PORT, L. F. Neurociências e psicanálise: dialogando sobre o autismo.</p><p>Estilos Clin., v. 23, n. 1, jan/abr, p. 130-151. São Paulo, 2018.</p><p>ZANON, R. B.; BACKES, B.; BOSA, C. A. Diagnóstico do autismo: relação entre</p><p>fatores contextuais, familiares e da criança. Revista Psicológicas: teoria e prática.</p><p>P. 152-163. São Paulo, 2017.</p><p>AGRADECIMENTOS</p><p>30</p><p>A Deus, pela nossa vida, e por ter nos permitido ter saúde е determinação para</p><p>não desanimar e não desistir ao longo da graduação e durante a realização desse</p><p>trabalho. “Seja forte e corajoso, não fique desanimado, nem tenha medo, porque eu,</p><p>o Senhor, seu Deus, estarei com você em qualquer lugar para onde você for.”</p><p>A minha mãe, Elisângela, meu maior agradecimento, por sempre me incentivar</p><p>e nunca me deixar desistir mesmo depois de tantos obstáculos enfrentados. Ao meu</p><p>pai, Pedro, que sempre me apoiou, desde pequena, queria que sua filha fosse doutora.</p><p>Ao meu noivo, Bruno, que é o meu melhor amigo, por ser paciente durante todo o</p><p>processo, motivando-me durante toda a formação.</p><p>Aos meus pais, Josefa Carvalho Costa e Genival dos Santos, por todo apoio e</p><p>por acreditarem que eu conseguiria, aos meus irmãos, Juliana Costa dos Santos e</p><p>Josiê Costa dos Santos, por estarem comigo sempre que eu precisei. Meu maior</p><p>agradecimento a Deus, por ter me sustentado a todo o tempo, contigo Senhor, eu sei</p><p>que tudo vai dar certo.</p><p>Aos meus avós, Dona Maria e Seu José; a minha mãe, dona Fatima; a minha</p><p>tia Elaine, por toda força e incentivo; ao meu pai, que devido a problemas de saúde</p><p>não esteve muito presente nesse processo, mas sei que está muito orgulhoso; aos</p><p>meus irmãos, Maisa, Mailson, Ketli e Lorrany, que sempre me ajudaram com todo</p><p>apoio e carinho; e a minha namorada, Denivalda, a qual conheci durante o curso,</p><p>sendo a minha confidente de bons e maus momentos, aprendemos juntos e</p><p>suportamos o processo saindo, sem dúvida, mais fortalecidos. Meu muito obrigado a</p><p>todos vocês.</p><p>Aos amigos, que sempre estiveram ao nosso lado, pela amizade incondicional</p><p>e pelo apoio demonstrado ao longo de todo o período do curso.</p><p>Aos colegas de curso, cоm quem convivemos intensamente durante os últimos</p><p>anos, pelo companheirismo e pela troca de experiências que nos permitiram crescer</p><p>humana e profissionalmente.</p><p>Aos professores, pelas correções e ensinamentos que nos permitiram</p><p>apresentar melhores desempenhos no decorrer do processo acadêmico.</p><p>LISTAS</p><p>LISTA DE FIGURAS</p><p>LISTA DE ABREVIAÇÕES</p><p>2 OBJETIVOS</p><p>2.1 Objetivo geral</p><p>2.2 Objetivos específicos</p><p>3 MATERIAIS E MÉTODOS</p><p>4 REVISÃO DE LITERATURA</p><p>REFERÊNCIAS</p>

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