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Leishmaniose e Leptospirose Enf. Ms. Caio Cavassan de Camargo caiocavassan@gmail.com Leishmaniose Definição • Leishmaniose • Infecções causada por protozoário parasita do gênero Leishmania • Leishmaniose visceral (calazar); cutâna; mucosa • Trasmitida pelo vetor • Lutzomya longipalpis – continente americanos • Mosquito palha • Birigui • Cangalha • Phlebotomus - Europa • Flebotomíneo ou sandfly Histórico • Leismaniose americana das florestas • ambiente silvestre???? • 1957 – reservatórios de leish em roedores silvestres no Panamá • 1960 – animais silvestres em áreas de mata no estado de SP • Comprovação da relação do flebotomíneo • 1922 experimentos no RJ com inoculação de macerados de flebotomíneos em cães • Anos depois: Europa, inoculação em hamster • Leishmania • Mais de 10 espécies causam lesimaniose tegumentar no homem • Mais de 40 mamíveros silvestres já descritos como reservatório • Pequenos roedores; marsupiais; primatas • Mosquitos • 450 espécies distintas de mosquitos • Lutzomia – 15 espécies diferentes, potenciais transmissores Histórico Ciclo de vida Identificação Identificação da Leishmaniose por microscopia Coloração Wright e Giemsa Epidemiologia • Distribuição mundial • Prevalência: 12milhões • Incidência: 500mil/ano LV e 1.5mi/ano LC • 90% dos casos de LV na bacia do Ganges • 90% dos casos de LC na península arábica • Brasil: LV e LC são endêmica em algumas áreas rurais, e peri-urbanas no nordeste Epidemiologia Fonte: SVS/MS Figura 1. Distribuição espacial dos casos de LVA no Brasil – 1983 a 1988, 1989 a 1994, 1995 a 2000 e 2001 a 2006. Transmissão (independente da forma) • Picada • Transfusão • Compartilhamento de seringas • Acidentes ocupacionais • Congenita • Sexual Síndromes Clínicas • L. Cutânea: L. braziliensis, L.amazonensis, L. guyanensis • L. Mucosa: L. braziliensis • L. Difusa: L.amazonensis • L. Visceral: complexo L. donovani • (L. donovani, L. infantum, L. chagasi) Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • Manifestações clínicas • Dependem da Virulência e da resposta imune • Evolução clássica • Sintomas se iniciam de 2 a 8 semanas • Picada → Pápula → Nódulo → Ulceração→ Elevação das bordas com endurecimento • 85% dos pacientes • manifestam úlceras localizadas • resposta imune adequada • Menor % • resposta imune inadequada • lesões secundárias • Pele e mucosa (L. cutâneo-mucosa ou disseminada) Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • Úlcera • cratera, pouco exsudativa, sem sangramento • Evolui de 3 a 4 meses para de aumentar em resposta a imunidade do hospedeiro • Evolui para remissão total entre 6 meses e 3 anos • 65% apresentam 1 lesão; 92% até 3 lesões Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • Resposta imune • Protozoários: mediada por células • Ativação de L. TCD4+ Th1 (resposta padrão) • IFN-γ que ativa macrófagos: destruição dos parasitas • Ativação de Th2: promove exacerbação das lesões por supressão dos macrófagos (resposta menos comum) Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • L. Cutâneo-mucosa • Resposta imune inadequada • 75% apresentavam mais de uma lesão cutânea • 57% mais de 3 lesões • 70% lesões nasais Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • L. Cutânea difusa • Hansenóide – L. amazonenses única espécie • Nódulos isolados ou agrupados lembrando hanseníase virchowiana • Predominam em extremidades e limitadas a pele • Resposta imune mediada por células ausente (anergia imune) • Exacerbação da resposta humoral Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana Nos cães: Lesões únicas ou múltiplas, alterações neurológicas, e crescimento de unhas Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • Diagnóstico clínico-epidemiológico • Complementado pelo Teste de Montenegro • Hipersensibilidade ao Antigeno • Reativo endurecimento >5mm Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • Diagnóstico Laboratorial • Parasitológico direto ou indireto • Demonstração direta em microscopia: raspado da lesão • Isolamento in vitro 5 dias a 4 semanas • Isolamento in vivo 3 a 6 meses • Sorológico • Elisa (restrito a pesquisas); IFI (não deve ser usada sozinha); PCR; Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • Tratamento: • Antimoniato de meglumina • 1ª escolha - 15mgSb5+/kg/dia via EV até 3 meses • Age na bioenergética dos amastigotas • Gestantes (-); Lactantes (+) Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • Tratamento: • Anfo B • 2ª escolha caso não responda a 1ª • 1mg/kg/dia – EV em concentração 0,1mg/mL • De 2 a 6 horas de infusão • Monitoral função renal • 400x mais potente • Toxicidade seletiva a membrana plasmática Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana Leishmaniose cutânea Leishmaniose Tegumentar Americana • Profilaxia • Repelentes; Mosquiteiro; Podas de árvores • Educação sanitária • Controle químico de vetores • Controle de animais domésticos??? • Eutanásia indicada para animais doentes com agravamento das lesões cutâneas, surgimento de lesões mucosas ou infecções secundárias que poderão conduzir o animal ao sofrimento • Tratamento de animais para LC não indicado devido a seleção de resistentes Leishmaniose visceral Calazar • Calazar, origem Hindu significa “Febre-Negra”; conhecida como febre dumdum na Ásia • Pessoas assintomáticas ou com “calazar” propriamente dito • Febre duradoura, anorexia, hepatoesplenomegalia, pancitopenia e hipergamaglobulinemia • Principalmente L. donovanii Leishmaniose visceral Calazar • Epidemiologia: • 3.100 casos anuais ou 2/100.000hab. Leishmaniose visceral Calazar • Reservatórios • Na área urbana, o cão (Canis familiaris) e no silvestre raposas e marsupiais • Transmissão não contagiosa Leishmaniose visceral Calazar • Período de Incubação • No homem: 10 dias a 24 meses, com média entre 2 a 6 meses. • No cão: bastante variável, de 3 meses a vários anos com média de 3 a 7 meses. • Evolução clinica da leishmaniose visceral no homem • Períodos: inicial, de estado e final Leishmaniose visceral Calazar Leishmaniose visceral Calazar Leishmaniose visceral Calazar Leishmaniose visceral Calazar • Evolução clínica no cão • Lenta Leishmaniose visceral Calazar • Resposta imune • Celular incompetente • Resposta humoral mediada por Th2 que não destrói ou fagocita os protozoários • Presença de TNF-α – reatividade vascular • Comprometimento do sistema reticuloendotelial no fígado, baço e medula óssea • Comprometimento fagocitários • Mecanismos de escape das Leishmanias • LPG e GP63 (proteção contra lise) Leishmaniose visceral Calazar • Prevenção: • Medidas de proteção individual assim como na visceral • Saneamento ambiental • Controle de cães errantes e sorologia antes de doações • Coleiras Impregnadas com Deltametrina a 4% • Vacinação canina Leishmaniose visceral Calazar LEPTOSPIROSE Leptospirose Definição causada por• Doença bactérias febril aguda patogênicas do Leptospira, de caráter gênero sistêmico, transmitida ao homem pelo contato direto com a urina de animaisou indireto infectados. Sinonímia • Doença de Weil, síndrome de Weil (1886) • Febre dos pântanos • Febre dos arrozais • Febre outonal • Doença dos porqueiros Agente Etiológico • Leptospira: – leptos (grego = fina); spira (latim = enrolado) – 0.1µm diametro x 6 - 20µm comprimento – 1 das estremidades em forma de gancho Agente Etiológico • Bactériahelicoidal (espiroqueta) aeróbica obrigatória do gênero Leptospira; – Mais de 250 sorovares (sorotipos), agrupados de acordo com a semelhança genética • 14 espécies patogênicas, mais importante: L. interrogans; • Qualquer sorovar pode determinar as diversas formas de apresentação clínica no homem. Agente Etiológico • Elevada variação antigênica; • Sobrevivência no meio ambiente • Até 180 dias; • Ampla variedade de animais suscetíveis • No Brasil, os sorovares relacionados a casos graves: • Icterohaemorrhagiae, Copenhageni, Canicola, Pomona, Australis, Autumnalis, Pyrogenes, Bratislava, Lai Epidemiologia • Zoonose endêmica de caráter mundial; • Alta incidência de casos; – Subnotificação devido a capacidade diagnóstica em países subdesenvolvidos • Alto custo hospitalar dos pacientes internados e causa de perda de vários dias de trabalho; • Alta letalidade dos casos graves. Epidemiologia • Afeta homens e animais, causa prejuízos sanitários e econômicos; • Ocorrência relacionada às precárias condições de infraestrutura sanitária e elevado número de roedores infectados. Epidemiologia • Surtos de caráter sazonal em regiões de clima tropical e subtropical – Elevada temperatura e períodos do ano com altos índices pluviométricos; Epidemiologia • A bactéria se mantém na natureza – infecção renal crônica de animais portadores. • Roedores e outros pequenos mamíferos • Animais domésticos Transmissão • Exposição direta ou indireta à urina de animais infectados • Penetração do microrganismo: – Pele com presença de lesões; – Pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada; – Através das mucosas conjuntiva, inalação. • Outras modalidades com rara frequência: contato com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados, transmissão acidental em laboratórios e ingestão de água ou alimentos contaminados. • A transmissão entre humanos é muito rara. Período de incubação • Média 10 dias (variando entre 5-14 dias) Período de transmissibilidade • Os animais infectados podem eliminar a leptospira através da urina durante meses, anos ou por toda a vida, dependendo da espécie animal e do sorovar envolvido. Suscetibilidade e Imunidade • A suscetibilidade no homem é geral. A imunidade adquirida pós-infecção é sorovar-específica, podendo um mesmo indivíduo apresentar a doença mais de uma vez se o agente causal de cada episódio pertencer a um sorovar diferente do anterior. Patogenia • Disseminação hematogenica – SNC – Humor aquoso ocular • Migração transendotelial – Vasculite sistêmica – Isquemia renal – Destruição hepatócitos, icterícia • Virulência – Mecanismos imunes de resposta Linf. T citotóxico inespecífica e produção de toxinas Manifestações Clínicas • Variam desde formas assintomáticas e subclínicas até quadros clínicos graves associados a manifestações fulminantes. • Duas formas: – Anictéria (90% dos casos) • Fase precoce ou leptospirêmica; • Fase tardia ou imune. – Íctero – hemorrágica • Evolui da fase precoce ou leptospirêmica ou septcêmica Fase Precoce ou Leptospirêmica • “Síndrome gripal”, “virose” ou outras doenças que ocorrem na mesma época, como dengue ou influenza • Exames Lab. – Inespecíficos (indicam infecção bacteriana) – Sangue, LCR e urina • Morte rara nesta fase Dura 4 – 7 dias: – Febre alta(38 a 40ºC) – Calafrios – Cefaléia – Náuseas e vômitos – Mialgia intensa – palpação panturrilha é dolorosa – Derrame conjuntival 30 -40% – Diarréia 15 – 30% – Tosse seca / dor de garganta 20% – Erupção cutânea 10% – Neste fase pode evoluir para cura Fase Precoce ou Leptospirêmica Fase Tardia ou Imune • 2ª semana da doença • Associada com manifestações mais graves e potencialmente letais; • Em aproximadamente 15% dos pacientes com leptospirose, ocorre a evolução para manifestações clínicas graves, que tipicamente iniciam-se após a primeira semana de doença Fase Tardia ou Imune • Reaparecimento da Febre alta com ou sem agravamento • Apareciemnto da IgM leptospira • Alterações Neurológicas – Meningite asséptica; cefaléia intensa – Menos frequentes: convulsões; encefalites, paralisias, AVCs e coma • Uveíte • Lesões cutâneas: máculas, eritemas, petéquias Fase Ictero-hemorrágica • Icterícia rubínica (alaranjada, 3 - 5º dia) – Insuficiência hepática • Insuficiência renal aguda – Oliguria com K+ normal; necrose tubular • Fenômenos hemorrágicos • Alterações hemodinâmicas • Cardíacas, pulmonares e da consciência Doença de Weil our Sindrome de Weil Síndrome de Weil • Geralmente não apresentam curso bifásico, os sintomas são mais intensos e de maior duração; • Enquanto a letalidade geral para os casos de leptospirose notificados no Brasil é de 10%, a letalidade para os pacientes que desenvolvem hemorragia pulmonar é maior que 50%. Convalescença • A convalescença dura de 1 a 2 meses, período no qual podem persistir febre, cefaleia, mialgias e mal-estar geral, por alguns dias. • A icterícia desaparece lentamente, podendo durar semanas. • A eliminação de leptospiras pela urina (leptospirúria) pode continuar por 1 semana até vários meses após o desaparecimento dos sintomas. Diagnóstico Diferencial • Fase precoce: – Dengue; – Influenza (síndrome gripal); – Malária; – Doença de Chagas aguda; – Toxoplasmose; • Fase tardia: – Hepatites virais aguda; – Febre amarela; – Pielonefrite aguda; – Sepses; – Meningites; – Vasculites. Diagnóstico • Reações sorológicas – Ensaio imunoenzimático (ELISA) • PCR leptospira • Exames Inespecíficos – Hemograma: leucocitose – VHS elevado – Transaminases: elevadas – Função renal: U, Cr, aumentados na S.Weil; Na+ baixo; K+ – Urina: leucocitúria, proteinúria, cilindrúria Diagnóstico • Exames Inespecíficos – Hemograma: leucocitose – VHS elevado – Transaminases: elevadas – Função renal: U, Cr, aumentados na S.Weil; Na+ baixo; K+ – Urina: leucocitúria, proteinúria, cilindrúria Tratamento • Antibióticoterapia precoce • Forma branda (anictérica): – Crianças: Amoxicilina – 2 opção: Azitromicina e Claritromicina. • Forma Grave: – Penicilina cristalina – Ampicilina – Ceftriaxona Antibióticoterapias intravenosas: pelo menos, 7 dias. Tratamento de suporte • Hidratação venosa para reposição da volemia; • Reposição de potássio, se necessário; • Acompanhamento da função renal e pulmonar; • Diálise peritoneal se necessário. Profilaxia • Medidas gerais: – Não existe vacinas para humanos – Vacinar animais domésticos contra leptospirose (cães). – controle dos animais portadores sadios ou doentes – campanhas educacionais e sanitárias – Medidas de saneamento básico; – Medidas concretas que evitem enchentes nos períodos de chuvas; Diagnósticos de Enfermagem • Tratamento: intubação, diálise, e outros cateteresInfecção • Quadro infeccioso • Falência renal • Eliminação excessiva • Falência Renal • Injurias diversos órgãos Tº corporal Excesso de volume de líquidos Déficit de volume de líquidos Perfusão periférica alterada Dor • Uso de dispositivos para tratamento • Dor ou desconforto • Barreira física • Deficiência cognitiva Déficit no auto cuidado Comunicação verbal prejudicada
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