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ZOONOSES BRUCELOSE A brucelose é uma doença infecto-contagiosa, com evolução crônica, que acomete os sistemas reprodutivo e ósteo-articular de bovinos, suínos, ovinos, caprinos, cães, equinos e homem. Possui distribuição mundial, endêmica no Brasil. Doença ocupacional pois acomete os homens que trabalham no local de produção de leite e derivados, e também do vacinador durante a vacinação do rebanho. Ela causa grandes perdas na produção bovina de leite e corte, e causa aborto de bezerros. Não é de notificação compulsória para o Sistema de Notificação de Agravos, mas é importante comunicar ao serviço de vigilância epidemiológica municipal ou /e estadual para se preencher ficha de investigação de brucelose humana. Agentes etiológicos: B. melitensis: caprinos, ovinos e camelídeos; B. abortus: bovinos e bubalinos; B. suis: suínos e vários mamíferos selvagens B. canis: cães B. ovis: ovinos B. neotomae: ratos de florestas e do deserto; B. microti: roedores; B. inopinata: humanos; B. delphini, B. pinnipediae, B. ceti: animais marinhos (leão-marinho, golfinhos, focas e baleias). Características: Gram-negativo Coccobacilos Encapsulados Imóveis Não formam esporos Aeróbias e não fermentadoras Patógeno intracelular facultativo Resiste até 4 dias na urina bovina 75 dias no feto abortado em período frio 4 meses em local úmido, escuro e pH neutro. Sensibilidade: desinfetantes comuns, raios solares, fervura, pasteurização. Já sua persistência vai depender do ambiente, como na natureza as espécies de Brucellas são específicas quanto ao hospedeiro preferencial. Pode ocorrer infecção cruzada, visível em sorologia, mas a tendência da doença ou da infecção é limitada podendo ser considerada acidental. RESERVATÓRIO: Bovinos, ovinos , caprinos entre outros animais. VIA DE ELIMINAÇÃO: leite, sêmen, feto, anexos fetais, secreções vaginais, fezes. VIA DE TRANSMISSÃO: leite e derivados crus, carne crua, sêmen, água, pastagens, fômites e ambientes contaminados. PORTA DE ENTRADA: trato digestório, conjuntiva ocular, mucosas e pele lesada. FONTE DE INFECÇÃO: animal infectado. SUSCETÍVEL: animais domésticos, silvestres e humanos. OBS: basta uma carga mínima para promover a infecção. PATOGENIA: Porta de entrada - vai para os gânglios linfáticos regionais (organismo - via linfa ou sangue) e colonização de gânglios linfáticos, medula óssea, fígado, baço e articulações - chegando nos órgãos reprodutivos. obs: o útero gravídico produz eritritol que atrai a bactéria e atua como fator estimulante para o crescimento, sendo um lugar preferido para a brucela. SINTOMATOLOGIA Período de incubação variável: semanas, meses, até dois anos. Inicialmente pode causar: febre, sudorese profusa e também dores articulares e musculares. Infertilidade em fêmeas: Metrite e retenção de placenta. Abortamento no terço final da gestação em bovinos. Infertilidade em machos e homem: orquite e processos inflamatórios na vesícula seminal e ampolas. Abortamento precoce (suínos) . Lesões articulares (suínos, equinos e homem) . Lesões cutâneas eritematopapulosas (homem e suínos) Osteomielite (homem) . Processo inflamatório de ligamento (bursite): mal da cernelha ou mal da cruz (equinos e bovinos de tração). DIAGNÓSTICO CLÍNICO Mastite brucélica – nódulos no úbere, coágulos no leite (cabras) O abortamento costuma ocorrer após o 5º mês de gestação Retenção fetal por 24-72 horas após a morte. Retenção de placenta e endometrite Em humanos: Suspeita clínica aliada a história epidemiológica (Ingesta de produtos animais contaminados mal cozidos, não pasteurizados) ou a própria doença ocupacional. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Direto: Cultura. Indireto: Prova soroaglutinação em tubos. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ANIMAIS: Tricomonose, listeriose , leptospirose, toxoplasmose, rinotraquíte infecciosa (IBR), diarréia viral bovina (BVDV). HUMANOS: Febres de origem obscura, endocardite bacteriana e febre tifoide. TRATAMENTO: Rebanhos comerciais: não realizar tratamento - sacrifício dos animais positivos. Em animais de estimação: Antibioticoterapia. A vigilância epidemiologia deve reduzir a morbimortalidade, junto a órgãos responsáveis, evitando a distribuição e consumo de produtos contaminados. FEBRE AMARELA É uma doença infecciosa febril aguda transmitida por vetores artrópodes. De caráter sazonal (dezembro e maio), podendo ter surtos em períodos irregulares, que tenham uma condição favorável ao vírus. Doença de notificação compulsória imediata - SINAM ETIOLOGIA Família: Flaviviridae Gênero: Flavivirus RNA de fita simples. CICLOS DE TRANSMISSÃO Urbano: o Tipo homem-mosquito-homem o Homem é o único hospedeiro o Vetor → Aedes aegypti Silvestre o Vetores → Haemagogus spp. e Sabethes spp. o Ativos nas horas mais quentes do dia (9h e 16h) o Hospedeiros primatas não humanos (PNH) PATOGENIA Período de incubação: Varia entre 3 e 6 dias, podendo chegar até 10 a 15 dias Período de Transmissibilidade: De 24 a 48 horas antes até 3 a 5 dias após o início dos sintomas. O vetor transmite o vírus por seis a oito semanas. SINTOMAS Quadro clínico clássico – 20 a 30% dos casos Febre alta contínua Cefaleia intensa e duradoura Inapetência, náuseas Mialgia ✓Sintomas duram de 2 a 4 dias e uso de antitérmicos, analgésicos. Quadro graves e malignos – 15 a 60% das pessoas com sintomas em epidemias Evolução para óbito - 20 e 50% Cefaleia, Mialgia Náuseas, vômitos frequentes Icterícia, oligúria Manifestações hemorrágicas: epistaxe, hematêmese e metrorragia. DIAGNÓSTICO Humano: RT-PCR, Detecção de anticorpos (Sorologia), Histopatologia / imuno-histoquímica. OBS: Não existe tratamento específico para febre amarela, mas são tratado os sintomas e intercorrências. Mas possui e vacina. Primatas não humanos – comportamento anormal: Depressão, movimento lento ou Imobilidade, ausência de instinto de fuga, segregação do grupo. Perda de apetite, desnutrição, desidratação, diarreia. Lesões cutâneas. Secreções nasais ou oculares. Isolamento viral RT-PCR, histopatologia e imuno-histoquímica. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL EM HUMANOS Formas leves ou moderadas: dengue, malária, influenza, mononucleose infecciosa. Formas graves e malignas: chikungunya, hepatites agudas, leptospirose, riquetsiose, sepse e febre tifoide. PREVENÇÃO Vigilância de epizootia: Detectar a circulação do vírus ainda em seu ciclo enzoótico. Vigilância passiva e ativa HANTAVIROSE A Hantavirose é uma antropozoonose aguda, causada por RNA vírus. Sua manifestação: Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR) e síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH). Notificação Compulsória imediata. ETIOLOGIA: RNA Vírus, esférico, envelopado. Família: Bunyaviridae Gênero: Hantavirus (250 espécies). RESERVATÓRIO: Roedores SILVESTRES. Ordem Rodentia Família Muridae Subfamília Sigmodontinae. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Zoonose emergente. FHSR: endêmica na Ásia e Europa - letalidade de 5%. SCPH: Américas (do Canadá até o sul da Argentina - Brasil) - letalidade varia de 20 a 50%. Fatores que influenciam os surtos de Hantavirose: Desequilíbrio ecológico Diminuição de predadores Crescimento da densidade populacional de roedores Invasão de residências rurais por ratos Manejo inadequado de grãos e insumos agrícolas Introdução de culturas comerciais Manejo inadequado de grãos e insumos agrícolas Urbanização de áreas rurais PERFIL DOS PACIENTES Pacientes de zona rural com atividades agrícolas. Sexo predominante masculino: entre 20 e 39 anos. Período de incubação 12 a 16 dias, variando entre 5 a 42 dias. TRANSMISSÃO Homem: o Inalação de aerossóiscontendo o vírus presente em fezes, urina e ou saliva de roedores silvestres contaminados. o Percutânea – escoriações cutâneas e mordeduras. o Contato do vírus com a mucosa. SINTOMATOLOGIA SCPH - Paciente suspeito Sintomas de síndrome gripal Febre acima de 38ºC Astenia, sede, cefaleia ▪ Sinais de insuficiência respiratória. DIAGNÓSTICO: ELISA RT-PCR Imuno-histoquímica DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: Leptospirose, Pneumonias atípicas, Gripe, Dengue TRATAMENTO Casos suspeitos – UTI Estabilidade hemodinâmica, oxigenioterapia Corrigir distúrbios hidroeletrolítico e ácido básico Medidas de suporte para manter as funções vitais VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: Detectar os casos e/ou surtos. MEDIDAS DE CONTROLE Roedores: Antirratização - manejo na fazenda. Descontaminação de ambientes de risco: Utilizar equipamento de proteção individual – EPI. TENÍASE Zoonose importante e também esquecida, complexo teníase/cisticercose humana e animal gera grave problema de Saúde Pública. A teníase é um parasita intestinal e a cisticercose dependem da localização das larvas, mas geralmente provocam distúrbios no SNC. ETIOLOGIA Taenia saginata – bovinos de distribuição global Taenia solium – suínos (em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos). RESERVATÓRIO Homem – Único hospedeiro definitivo da forma adulta da T. solium e saginata Suínos e bovinos - São HI, apresentam as larvas Cysticercus cellulosae e C. bovis, respectivamente nos tecidos. TRANSMISSÃO Teníase: ingestão de carne animal contendo cistos de cisticerco. Cisticercose: ingestão de ovos da T. solium. PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSIBILIDADE Período de Incubação: o Cisticercose humana: 15 dias a anos o Teníase: +/- 3 meses Período de Transmissibilidade: o Ovos permanecem viáveis por vários meses no ambiente: 0°C → 15 dias -10°C →10 dias 100°C → 1 hora Morfologia: são vermes grandes, achatados, em forma de fita, e podem medir vários metros de comprimento dependendo da espécie. A largura do corpo cresce de um extremo ao outro, como se fosse um triângulo muito estreito e muito longo, cor branca a bege, de aspecto leitoso, outras vezes amarelada a rosada, devido a diversas substâncias absorvidas pelo verme. A superfície é lisa, brilhante, pode estar enrugada ou marcada por sulcos longitudinais devido a contraturas da parede. Goteiras transversais marcam os limites entre as proglótides. COMPLICAÇÕES Teníase: obstrução do apêndice, colédoco, ducto pancreático. Cisticercose: deficiência visual, distúrbios psíquicos, epilepsia, entre outros. Manifestações clínicas da cisticercose: Crises epiléticas de 62%, hipertensão intracraniana de 34%, meningite de 29%, distúrbio psicológico de 11%, e casos de obitos de 21,4% . DIAGNÓSTICO Clínico, epidemiológico e laboratorial Teníase: Observação das proglotes nas fezes. Exame coproparasitológico para tênia (seriado). Cisticercose: Radiografia, encefalografia, exame de líquor (FC, RIFI, ELISA), sorologia, PCR, tomografia axial computadorizada, ressonância nuclear magnética. TRATAMENTO Teníase: Antiparasitários: Mebendazol, Albendazol, Niclosamida, Praziquantel Cisticercose: Antiparasitários, anticonvulsivantes, cirúrgico. VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Notificação - Não é compulsória. Informar casos de teníase e neurocisticercose aos serviços de saúde, para mapear as áreas afetadas e adotar medidas sanitárias. Medidas de Controle: Bloqueio de foco do complexo teníase/cisticercose, inspeção sanitária da carne, fiscalização de produtos de origem vegetal, cuidados na suinocultura, saneamento básico. LEISHMANIOSE É uma zoonose parasitária causada por protozoário que pode afetar: pele, mucosas e vísceras. DEFINIÇÃO Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) Leishmaniose Cutânea (LC) Leishmaniose Cutânea Difusa (LCD) Leishmaniose Cutânea Mucosa (LCM) Leishmaniose Visceral (LV) ETIOLOGIA Várias espécies de protozoários do gênero Leishmania Espécies mais importantes no Brasil : Leishmania (Viannia) braziliensis (LTA), Leishmania (Leishmania) amazonensis (LTA), Leishmania (Viannia) guyanensis (LTA), Leishmania chagasi (LV). RESERVATÓRIO Mantenedores do ciclo da doença: Cão, raposa, marsupiais, roedores, preguiça, tamanduá, equinos, mulas. O homem também pode ser uma fonte de infecção. VETOR Família Psychodida o subfamília Phlebotominae o Gênero Lutzomyia o LTA: Lutzomyia flaviscutellata, Lu. whitmani, Lu. umbratilis, Lu. intermedia, Lu. wellcomei, Lu. migonei. Família Psychodida o subfamília Phlebotominae o Gênero Lutzomyia ▪ o LV: Lutzomyia longipalpis, Lutzomyia cruzi. TRANSMISSÃO A transmissão da Leishmaniose Tegumentar ocorre pela picada de fêmeas infectadas desses insetos.Ja a transmissão ocorre quando fêmeas de insetos flebotomíneos infectados picam cães ou outros animais infectados e depois pica o homem transmitindo o protozoário Leishmania chagasi. PERÍODO DE INCUBAÇÃO LTA PI: 2 semanas até 2 anos - média 2 a 3 meses. LV PI: 10 dias a 24 meses - média 2 a 6 meses. LTA – Notificação compulsória semanal SINTOMATOLOGIA: Feridas Clássicas: Feridas ou úlceras delimitadas ou difusas, características da LTA. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Reação de Montenegro: resposta de hipersensibilidade celular retardada - humano. Biopsia: “Imprint” , sorologia, isolamento in vivo, PCR. TRATAMENTO – Antimoniato de N-metil-glucamina, isotionato de Pentamidina, exame de glicose semanalmente, anfotericina B. ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS – Distribuída mundialmente, endêmica no Brasil (presente em todos os estados). LV – Notificação compulsória semanal e requer investigação epidemiológica SINTOMATOLOGIA – HOMEM: Febre, Esplenohepatomegalia, palidez cutâneo-mucosa, tosse, diarréia. Quando não tratada pode levar a MORTE principalmente em crianças até 10 anos. TRATAMENTO: Antimoniato de N-metil-glucamina, acompanhamento clínico e exames complementares, anfotericina, pentamidina. Em casos graves de LV internar e tratar em hospital de referência. SINTOMATOLOGIA – CÃO: Emagrecimento, queda continua de pelos e descamação, blefarite, paralisia parcial dos membros posteriores, lesões em focinho, orelha, testículo e ornicogrifose, que é o crescimento continuo da unha. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Sorologia, punção de linfonodo e medula óssea. TRATAMENTO – Fármacos não são eficazes no tratamento, tendo risco de cães tratados manterem-se como reservatórios e fonte de infecção. Sem indícios de redução ou interrupção da transmissão. GABINETE DO MINISTRO, 11 DE JULHO DE 2008 ▪ Art. 1º Proibir o tratamento da leishmaniose visceral em cães infectados ou doentes. LESPTOSPIROSE É doença notificação compulsória É uma zoonose infecciosa, febril e de início abrupto. De alta letalidade. A forma leve é confundida com gripe, ou dengue. A forma moderada ou grave pode se apresentar como fase septicêmica e imune. ETIOLOGIA Família: Leptospiraceae Ordem: Spirochaetales Gênero: Leptospira L. interrogans (patogênica) L.biflexa (apatogênica) Bactéria helicoidal Móvel Não capsulada Não esporulada Aeróbia Alta sensibilidade à luz Temperatura ideal: 30º C Sobrevivência no ambiente: até 180 dias Baixa sobrevivência em água salgada Inativadas por desinfetantes comuns SOROVARES mais graves para humanos: Icterohaemorrhagiae Copenhageni ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS Fatores que contribuem para a ocorrência da doença o Clima quente e úmido (verão chuvosos da regiões tropicais e subtropicais) o Relevo e tipo de solo (baixadas e várzeas alagadiças) o Falta de estrutura de saneamento básico o Alta infestações de roedores o Inundações propiciam a eclosão de surtos o Predominância em população de baixo nível econômicoe social RESERVATÓRIO E HOSPEDEIRO Reservatórios – animais domésticos, sinantrópicos e silvestres Principais reservatórios o Rattus norvegicus o Rattus rattus o Mus musculus Reservatórios domésticos de importância: caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos e caprinos; o Os cães são reservatórios significativos para a infecção humana em muitos países tropicais o O homem é um hospedeiro acidental. MODO DE TRANSMISSÃO Vias de eliminação - urina de animais infectados Transmissão o Animal → animal → homem o Homem → homem (rara) Vias de penetração o Pele lesada (pele íntegra imersa por longo tempo em água) o Mucosa integra SINTOMATOLOGIA Variável, podendo ocorrer casos assintomáticos - dependendo do sorovar Sintomas no homem o Forma anictérica (leve, moderada ou grave) 90 a 95% dos casos o Forma ictérica (moderada ou grave) Sintomas nos animais: bovinos o Febre (4 a 5 dias) o Anorexia o Conjuntivite o Diarreia o Diminuição na busca do leite (mastite atípica) o Abortos o Retenção de placenta o Nascimento de bezerros fracos o Infertilidade o Hemoglobinúria o Bezerros são mais suscetíveis Sintomas nos animais: suínos o Aborto (15/30 dias pós infecção) o Nascimentos de leitões fracos o Hemoglobinúria o Icterícia o Convulsões o Transtornos intestinais Sintomas no animais: cães o Hemorragia na cavidade bucal o Febre o Rigidez e mialgias nos MPs o Pode evoluir para gastroenterite hemorrágica, icterícia, nefrite aguda o Letalidade estimada em 10% Sintomas no animais: gatos o Raramente ocorre a enfermidade Sintomas no animais: roedores o Estão adaptados às Leptospiras e não manifestam sintomas ou lesões DIAGNÓSTICO Diagnóstico Epidemiológico o Contato com possível fonte de contaminação e via de transmissão o Viagens (últimos 30 dias) o Atividades ocupacionais Diagnóstico clínico: sintomas e epidemiologia Diagnóstico laboratorial: direto e indireto Diagnóstico diferencial o Dengue, Influenza, pneumonia o Febre tifóide o Pielonefrite aguda o Toxoplasmose o Meningite o Doença de chagas o Febre amarela e Malária o Sepse TRATAMENTO Fase inicial o Droga de escolha: Penicilina G Cristalina o Inibe a multiplicação da bactéria o Evita falência renal Fase sistêmica o Estreptomicina, elimina ou diminui o Drogas alternativas: ampicilina, tetraciclina, doxiciclina, cloranfenicol o Medidas de suporte o Reposição hidroeletrolítica, assistência cárdio-respiratória, transfusões de sangue, diálise VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA Objetivo: o Monitorar a ocorrência de casos, surtos, delimitar regiões de risco, para melhor aplicar as medidas preventivas e de controle. É doença notificação compulsória Educação Sanitária Controle de roedores Não existe vacina para uso humano disponível no Brasil. TUBERCULOSE É uma zoonose infecto-contagiosa granulomatosa crônica específica que origina tubérculos. Acomete diversas espécies animais e homem, causando prejuízos econômicos e sociais. Etiologia: Ordem: Actinomycetalis Família: Mycobacteriaceae Gênero: Mycobacterium, M. bovis, M. avium, M. tuberculosis. CARACTERÍSTICAS Aeróbios estritos Bacilos álcool ácido resistentes Imóveis Não capsulados Não esporulados M. bovis: amplo espectro de patogenicidade, principalmente bovinos e bubalinos, pode causar tuberculose humana ou zoonótica. M. tuberculosis: tuberculose no homem pode infectar bovinos, sem causar doença progressiva na espécie. VIABILIDADE Uma hora em suspensão no ar. Dois anos em estábulos, pastos e esterco Um ano na água Dez meses nos produtos de origem animal. A transmissão para humanos pode acontecer de duas formas: via digestiva ou respiratória (ocupacional). Entre rebanhos: aquisição de animal infectado, pastagem contaminada, vias digestórias e respiratórias por porta de entrada ou por forma aerosol, corrimentos, dejetos e o leite/carne (ferventar). MANIFESTAÇÃO CLÍNICA HOMEM Tosse crônica (3 semanas) Febre ligeira e sudorese noturna Dor torácica e dispnéia Hemoptise Perda de peso ANIMAIS Emagrecimento Cansaço Hipertrofia gangliar (reação de sistema imune). Dispneia e tosse seca obs: a forma subclínica e assintomática é visto de 10 a 25% dos casos totais. DIAGNÓSTICO Exame post mortem – inspeção de carcaça: Histopatologia Tuberculinização – aminais vivos (Teste tuberculínico simples – apenas a tuberculina bovina / Teste cervical comparativo). PREJUÍZOS Morte e reposição de animais Condenação de carcaças Diminuição da produção de leite e carne Perda de credibilidade e prestígio Controle: Isolamento dos animais com diagnóstico inconclusivo. Desinfecção de instalações, preferencialmente com hipoclorito de sódio 10%. Exames em todos os animais e tratadores da propriedade. Quando há animais positivos deve-se: Marcados com um P na cara direita, afastados da produção imediatamente e isolar do rebanho. Realizar o sacrifício em até 30 dias, frigorífico realiza o abate ou é realizado na própria propriedade de forma fiscalizada. Sem profilaxia animal, não possui vacina. O médico veterinário é responsável pelo conhecimento e realização do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), que é um conjunto de estratégias desenvolvidas visando erradicar a Brucelose e Tuberculose. Dentre estas estratégias há o controle de trânsito, testes diagnósticos regulares, educação sanitária, entre outros. RAIVA É a mais importante das zoonoses por conta da sua letalidade. A sinonímia da raiva é hidrofobia, por ter dificuldade da deglutição da água. Importância para a Saúde Pública. Acomete o SNC, uma antropozoonose que independe de padrão social, faixa etária e ocupação. Causa grandes perdas econômicas, tem grande incidência em bovinos, mas acomete cães, gatos e herbívoros. ETIOLOGIA Família: Rhabdoviridae Gênero: Lyssavirus Espécie: Rabies virus RNA de fita simples O vírus é sensível a sabão, detergente, éter, álcool iodado, acetona, clorofórmio. Se Inativa rápido em casos de calor e dessecação, luz solar e ultravioleta. Sua distribuição epidemiológica é o acometimento de todos os mamíferos, e ocorre em todos os continentes (exceto Oceania e Antártida). É endêmica na Brasil, mas possui casos em humanos. TRANSMISSÃO: Vírus na saliva do infectado - mordedura.Raramente por arranhadura e lambedura de mucosas.Atinge o SNP → SNC → órgãos, volta para a glândula salivar onde ocorre a replicação do vírus. CICLOS DE TRANSMISSÃO (Homem vulnerável e hospedeiro final em todos os ciclos). Urbano: Hospedeiro natural é o cão, ocorre por conta da relação entre o homem e o canino. Quando existe morcegos mortos (Hematófago - Desmodus rotundus e os não hematófago – insetívoro, frugívoro), é realizado a vacinação sistêmica em cachorros e gatos. Rural : Reservatório – Desmodus rotundus (morcegos hematófagos). Causa impacto econômico e na saúde publica. Daqui surge doenças ocupacionais. Silvestre aéreo: O morcego (hematófagos/não hematófagos) mantém o vírus rábico, todas as espécies são suscetíveis. Casos humanos, por diminuição de alimentação, onde os morcegos vão próximo aos humanos em busca de alimentos. Silvestre terrestre: são dois reservatórios – Cachorro-do-mato - Cerdocyon thous / Sagui-do-tufo-branco - Callithrix jacchus. Tem contato íntimo com humanos, e muitas vezes podem ser, de forma ilegal, utilizados como pets. PATOGENIA – Período de incubação Homem: de 4 dias até 6 anos, em geral de 2 a 8 semanas. Podendo chegar a 20 a 90 dias. Existe a presença do vírus na saliva animal, antes mesmo de apresentar sintomas e o tutor pode não notar alterações no comportamento do animal. Nos cães a incubação pode demorar de 40 a 120 dias.MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase Prodrômica - 2 a 10 dias (humana) Sintomas inespecíficos: Febre moderada, cefaleia, tontura, mal estar geral, dor no corpo e linfoadenopatia. Prurido no local da lesão (diferencial). Observar a dificuldade ao deglutir a água (orofaringe), causando desidratação e anorexia. Fase Neurológica aguda – 2 a 7 dias Ansiedade, nervosismo, insônia, agitação, agressividade, depressão. Alterações do comportamento. Hidrofobia, aerofobia e fotofobia. (Coma – pré-morte e a morte por parada cardíaca ou morte cerebral) A raiva ocorre em 32 a 61% dos expostos ao vírus sem profilaxia, dependendo da espécie agressora, exposição, e quando não há lavagem do local onde foi acometido. SINAIS CLÍNICOS CÃES E GATOS Alteração de conduta Febre ligeira Salivação abundante Alteração do latido/miado Convulsões Incoordenação muscular e paralisia Tentativa de fuga SINAIS CLÍNICOS BOVINOS Isolamento do animal Apatia e perda do apetite Sensibilidade e prurido na região da mordedura Mugido constante Tenesmo Hiperexcitabilidade Aumento da libido Salivação abundante e viscosa Dificuldade para engolir Movimento desordenado da cabeça Tremores musculares Ranger de dentes Midríase sem reflexo pupilar Incoordenação motora Andar cambaleante Contrações musculares involuntárias Morte em 3 a 6 dias pós início de sinais, chegando até 10 dias. SINAIS CLÍNICOS MORCEGOS Alteração de comportamento Voar durante o dia Permitir ser capturado com facilidade. Risco de maior de contágio. DIAGNÓSTICO HUMANO Imunofluorescência direta Prova biológica – inoculação (prova ouro) PCR Soroneutralização em cultura celular Necrópsia Histopatológico: coloração de Sellers (Corpúsculo de Negri) COLETA DO MATERIAL Animais silvestres: Encaminhados inteiros, para permitir a perfeita identificação. Cães e gatos: Cabeça inteira ou com o sistema nervoso central coletado Bovinos, equídeos e outros: encaminhar Encéfalo (córtex, cerebelo e tronco cerebral). Coletar a medula de equídeos. Morcegos: exemplar inteiro resfriado ou congelado. PROFILAXIA Esquemas vacinais Cães e gatos – Primeira dose aos 4 meses, com revacinação anualmente. Ruminantes - Vacinação compulsória em focos da doença (Bovídeos e equídeos). Humanos: Vacinação para pessoas com contato com a área, como médicos veterinários e trabalhadores de propriedades, não há tratamento correto e pode ser de alto custo. MÉTODO DE CONTROLE Desmodus rotundus Indireto – Proprietário o Aplicação tópica nos animais de pasta vampiricida ao redor de mordedura de morcegos, gel vampiricida no dorso de bovídeos e equídeos Direto – Serviço Oficial o Captura e aplicação tópica de vampiricida no dorso do morcego.
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