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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá, Bom dia! Então, hoje vamos estudar os princípios administrativos, conforme o seguinte: AULA 02: 1.4 Regime jurídico-administrativo: princípios do direito administrativo. 1.5 Princípios da administração pública. Vamos que vamos. Princípios Administrativos Ao iniciarmos o estudo do Direito Administrativo nos deparamos com a organização da Administração Pública. Assim, tais entes e entidades, órgãos e agentes, estão submetidos ao conjunto de normas que vai orientar toda a sua atuação. Como bem destaca a doutrina, as normas podem ser divididas em regras e princípios. Os princípios são comandos mais abstratos, gerais, quando em conflito (só aparente) se resolve pela ponderação de valores, já as regras ou se aplicam ou não se aplicam (os conflitos são resolvidos por critérios de intertemporalidade, tal como lei posterior revoga a anterior, lei especial afasta a geral etc), são menos abstratas e, em geral, tratam de situação específica. Com efeito, é importante sabermos que é a Constituição Federal que estabelece de forma expressa ou implícita os princípios fundamentais que orientam a Administração Pública. Os princípios administrativos, segundo o Prof. Carvalho “são os postulados fundamentais que inspiram todo o modo de agir da Administração Pública”. Para Diógenes Gasparini, os princípios constituem “um conjunto de proposições que alicerçam ou embasam um sistema e lhe garantem validade”. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 2 Como bem apontam Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino, “os princípios são as idéias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura”. Com efeito, como disse, a Constituição prevê os princípios que orientam toda a Administração Pública, seja ela direta ou indireta, dos três poderes, da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios, ao prevê os denominados princípios (expressos) básicos da Administração Pública, sendo: Legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme preconiza o art. 37, caput, assim expresso: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) O princípio da Legalidade, também chamado de legalidade administrativa, restrita ou estrita, expressa que a administração somente pode fazer o que a lei autoriza ou permite. É, consoante magistral lição de José Afonso da Silva, “princípio basilar do Estado Democrático de Direito”, “porquanto é da essência do seu conceito subordinar-se à Constituição e fundar-se na legalidade democrática. Sujeitar-se ao império das Leis”. Cuidado, pois, há a legalidade geral (ou princípio da autonomia da vontade) que permite aos particulares que se faça tudo que a lei não proíba, conforme prevê o art. 5º, inc. II, da CF/88, segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 3 Todavia, ao administrador público somente cabe realizar o que a lei permita (atuação vinculada) ou autorize (atuação discricionária). É necessário distinguir o princípio da legalidade do princípio da reserva legal, sendo importante verificarmos qual o alcance da expressão lei no âmbito do princípio da legalidade administrativa (alcance da legalidade). Quanto ao seu alcance, o princípio da legalidade deve ser visto como respeito, submissão, à lei. No entanto, devemos entender aqui lei em sentido amplo, ou seja, qualquer ato normativo, desde a Constituição, passando pelos atos infraconstitucionais (espécies normativas do art. 59, CF/88), até os atos infralegais (decretos, regulamentos, instruções normativas). Nesse aspecto, devemos considerar inclusive os princípios expressos e implícitos contidos na Constituição Federal, ou seja, não se exige apenas a observância da lei em sentido estrito. Deve-se observar o que se denomina bloco de legalidade, ou seja, não só a lei em sentido estrito, mas todo o ordenamento jurídico. Por isso, na atualidade, o princípio da legalidade tem sido chamado de princípio da jurisdicidade, na feliz expressão da Profa. Raquel Melo Urbano, na medida em que a Administração deve observar a lei e o Direito, conforme art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 9.784/99. Quanto à diferença entre legalidade e o princípio da reserva legal, devemos observar que este denota a ideia de necessidade de lei, no sentido formal, para dispor, regulamentar, certas matérias, conforme exigência constitucional. Por exemplo, ao servidor público é assegurado o direito à greve, nos termos e limites da lei. Assim, exige-se lei, em sentido estrito, a regular tal atividade. Quer dizer, que não poderá a matéria ser regulada por outro ato do poder público, senão por lei. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 4 Quer dizer que determinados temas devem necessariamente ser regulamentos por meio de lei em sentido estrito. Ademais, vale lembrar que o princípio da legalidade tem representação para além do âmbito geral ou administrativo, há ainda o princípio da legalidade penal, da legalidade tributária etc. A propósito, em sintonia com o princípio da legalidade é possível destacar o princípio da finalidade, segundo o qual o administrador público deve observar em todos os seus atos o fim estabelecido pela lei, que é o atendimento ao interesse público. Com efeito, acaso o administrador pratique o ato não cuidando da finalidade pública incidirá em vício, denominado de desvio de finalidade, modalidade de abuso de poder, o que causa a nulidade do ato. Para alguns autores, o princípio da finalidade tem estreita sintonia com o princípio da impessoalidade. O princípio da impessoalidade é visto sob duas vertentes. A primeira, no sentido de atuar visando o interesse público (finalidade), impedindo assim que a Administração atue de forma discriminatória ou beneficie alguém por critérios subjetivos, ou seja, que favoreça ou prejudique alguém por critérios pessoais. Nesse sentido, conforme bem destaca o Prof. Bandeira de Mello, o princípio da impessoalidade assumiria a faceta de princípio da isonomia, na medida em que a Administração deve proporcionar igualdade de condições e tratamento a todos os administrados. Noutra acepção, estabelece a vedação da promoção pessoal de agentes públicos ou autoridades administrativas, conforme preconiza o §1º do art. 37, CF/88, assim expresso: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 5 § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Nesse aspecto, ébom esclarecer que os atos realizados pelos agentes públicos não são imputados a si mesmos, mas às pessoas jurídicas a que pertencem, ou seja, à Administração Pública (princípio da imputação volitiva), conforme observamos na aplicação da teoria do órgão. Assim, quando o agente usa a máquina administrativa visando promoção pessoal deverá sofrer as sanções legais na medida em que não deve atuar em seu nome, mas em nome da coletividade, isto é, em nome da Administração Pública, que representa o interesse coletivo. Para Hely Lopes Meirelles, o princípio da impessoalidade está relacionado ao princípio da finalidade, pois a finalidade se traduz na busca da satisfação do interesse público. A propósito, vale lembrar que o interesse público se subdivide em primário (interesse coletivo) e secundário (entendido como interesse da Administração enquanto pessoa jurídica). Como destacado, noutro sentido é a lição de Celso Antonio Bandeira de Mello, que liga a impessoalidade ao princípio da isonomia, que determina tratamento igual a todos perante a lei. E afirma que o princípio da finalidade é inerente ao princípio da legalidade, ou seja, está contido nele, na medida em que estabelece o dever de a lei cumprir seu objetivo. O princípio da moralidade está assentado na ética, moral, lealdade, ou seja, no sentido de promover a probidade administrativa, a honestidade. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 6 É princípio que permite a verificação de validade dos atos administrativos, sob o prisma da legitimidade. É certo que se trata de um conceito jurídico indeterminado, carecendo de norma para concretizá-lo, ante sua natureza abrangente, mas, como bem destaca Alexandrino, “o princípio da moralidade complementa, ou torna mais efetivo, materialmente, o princípio da legalidade”. Todavia, não se pode dizer, jamais, que se trata de primado inútil, visto servir de parâmetro para coibir condutas ilegítimas, devendo ser tonalizado sob o aspecto jurídico, de modo a caracterizar o conjunto de preceitos advindos da disciplina administrativa no tocante à condução da coisa pública. Como bem ensina Hely Lopes Meirelles à moralidade administrativa é a atuação dentro dos padrões da ética, moral, honestidade, probidade. Nesse sentido, a Constituição, no seu art. 37, §4º, estabelece que os atos de improbidade administrativa importarão em suspensão dos direitos políticos, perda da função pública, indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível. Percebe-se, portanto, que a Constituição deu especial atenção à probidade, já que, nos dizeres de José Afonso da Silva, a improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada. Com efeito, a Constituição permitiu ao particular (cidadão) exercer o controle dos atos da Administração a fim de verificar não só o cumprimento dos aspectos da legalidade, mas também da moralidade, conforme prevê o art. 5º, inc. LXXIII, ao dispor sobre a ação popular. O princípio da publicidade consiste na obrigação que tem a Administração Pública, como atividade e ente público, de dar transparências aos seus atos, como meio de assegurar a todos o PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 7 conhecimento de suas realizações, a fim de fiscalizá-la e exercer o controle sobre esses atos, bem como para fins de o ato produzir seus efeitos. É certo que a conduta da Administração deve ser pública, transparente. Todavia, a Constituição ressalva alguns atos que são protegidos pelo sigilo, eis que necessários aos imperativos de segurança nacional ou que digam respeito à intimidade ou vida privada. A publicidade poder ser feita pelos mais diversos meios, tal como a utilização de jornal oficial ou em local onde se possa dar ampla divulgação dos atos administrativos. Por vezes será necessário que a publicidade seja realizada diretamente ao interessado (notificação) ou somente em boletim interno. Assim, o princípio da publicidade pode, como meio de transparência, ser um requisito de validade do ato, ou, poderá, como instrumento para deflagrar os efeitos do ato (publicação do ato), ser requisito de eficácia. Uma das decorrências do princípio da publicidade é o princípio da motivação dos atos administrativos, ou seja, segundo o qual na pratica de um ato deve a Administração apresentar, torna explícitos, os motivos de sua realizada, ou seja, os fatos e fundamentos de direito que o justificam. O principio da eficiência, erigido a princípio expresso a partir da EC 19/98, traduz a ideia de resultado, busca pela excelência no exercício das atividades administrativas. Para tanto, criou-se diversos mecanismos tal como as escolas de governos, avaliações periódicas e políticas de desenvolvimento da administração, tal como o contrato de gestão (art. 37, §8º, CF/88). Como bem destaca José Afonso da Silva, o princípio da eficiência “orienta a atividade administrativa no sentido de conseguir PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 8 os melhores resultados com os meios escassos de que dispõe e a menor custo”, “consiste na organização racional dos meios e recursos humanos, materiais e institucionais para a prestação de serviços públicos de qualidade com razoável rapidez”. (art. 5º, LXXVIII) Trata-se da tentativa de mudar o foco da Administração, ou seja, passar-se a uma Administração gerencial, que busca o resultado, em detrimento da Administração burocrática, que prima pelo controle, bem como da Administração Patrimonialista, que confundia o interesse do dirigente com o interesse da Administração. A par desses princípios expressos existem outros princípios implícitos na CF/88, também chamados de reconhecidos, sendo importante destacar os princípios da supremacia do interesse público sobre o privado, o da indisponibilidade do interesse público, da autotutela, da proporcionalidade e razoabilidade, da continuidade dos serviços públicos, dentre outros. O princípio da supremacia do interesse público traduz-se na ideia de que o interesse público deve prevalecer sobre o interesse particular, de modo que, em regra, quando houver um confronto entre o interesse público e o particular, deve-se dar primazia ao interesse público. Diz-se, em regra, tendo em vista que a Constituição estabeleceu uma série de direitos e garantias individuais que, mesmo em confronto com o interesse público, devem ser respeitados, resguardados. Com efeito, é em razão do princípio da supremacia do interesse público que se fundam as prerrogativas ou poderes especiais conferidos à Administração Pública. É por força da supremacia que a Administração Pública atua com superioridade em relação ao particular, por exemplo, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 9 impondo-lhe obrigações de forma unilateral, com a inserção de cláusulas exorbitantes em contratos administrativos, conferindo presunção de legitimidade aos atos da Administração etc. De outro lado, o princípio da indisponibilidade do interesse público orienta à Administração Pública impondo-lhe restrições, limitações, ou seja, não lhe é dado dispor desse interesse, eis que ela não é sua proprietária, detentora do interesse público, apenas o tutela, o protege, ou seja, apenas representaa coletividade, de modo que não pode dispor do que não lhe pertence. Significa dizer que, de um modo geral, não há possibilidade de a Administração Pública abdicar, dispor, abrir mão, daquilo que se refere ao interesse público. Por isso, a sujeição da administração pública a restrições especiais ou diferenciadas, tal como dever de prestar contas, concurso público, licitações etc. Esses dois princípios, é importante dizer, são considerados por parte da doutrina como super-princípios, ou pedras angulares do Direito Administrativo, na feliz expressão de Celso Antônio Bandeira de Mello, na medida em que dão origem aos demais princípios administrativos e ao próprio regime jurídico administrativo. Portanto, pode-se afirmar que o sistema administrativo está fundado nesses postulados centrais, isto é nestes dois princípios primordiais (na supremacia e na indisponibilidade do interesse público). Decorrência lógica desses dois princípios, e aplicação do princípio da legalidade, surge o princípio da autotutela, segundo o qual a administração pública pode controlar seus próprios atos, ou seja, pode anular os atos que contenham vício de legalidade e revogar os inconvenientes e inoportunos, respeitados os direitos de terceiros de boa-fé. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 10 Podemos ainda citar os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade, da continuidade, da motivação, dentre outros que orientarão a atividade administrativa. Os princípios da razoabilidade e proporcionalidade, como já observamos, são princípios implícitos na Constituição Federal e decorrem diretamente do princípio da legalidade, bem como do postulado do devido processo legal substantivo. Vale lembrar, ademais, que a Lei nº 9.784/99 positivou esses princípios, ao prescrever a observância da adequação entre meios e fins (razoabilidade), vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público (proporcionalidade). De todo modo, necessário ainda dizer que a Lei nº 9.784/99, lei que regula o processo administrativo no âmbito federal, positivou diversos princípios que estavam implícitos no bojo da Constituição, estabelecendo o seguinte: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. O princípio da continuidade, princípio específico da prestação dos serviços públicos, estabelece que em razão do atendimento das necessidades e anseios da coletividade, os serviços públicos não podem ser interrompidos, não podem sofrer lapso (intervalo) de continuidade. É claro que, como se sabe, nenhum princípio é absoluto, de modo que há casos em que será possível a paralisação. Todavia, trata-se de exceção à regra, ou seja, os serviços poderão ser interrompidos nos seguintes casos: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 11 Desde que ocorra o prévio aviso: o Para fins de manutenção o Por razões de inadimplência (falta de pagamento). Neste caso, o débito deve ser atual, considerado este o até três meses do aviso de corte. (se for débito antigo, segundo entendimento do STJ não poderá ocorrer a suspensão no fornecimento). Sem aviso prévio o Situações emergenciais (catástrofes ou decorrentes de eventos da natureza ou caso fortuito/força maior) O princípio da segurança jurídica, denominado por alguns de princípio da proteção da confiança (boa-fé), estabelece a necessidade de estabilidade das relações jurídicas em virtude do transcurso de tempo e da boa-fé do administrado. É decorrência desse princípio a decadência, a prescrição, bem como os postulados constitucionais do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada. Esse princípio é visto sob duas vertentes, a perspectiva de certeza, ou seja, no sentido de que as normas e regras são de conhecimento comum, e a perspectiva de estabilidade, isto é, de que as relações constituídas se consolidam com o tempo (segurança jurídica) e de que o administrado, por atuar de boa-fé, não pode sofrer com atos da Administração que venham no futuro a ser invalidados, já que gozam de presunção de legalidade. O prof. Carvalho Filho ainda indica o princípio da precaução, retirado do âmbito do Direito Ambiental, mas que também já vem sendo adotado no âmbito do Direito Administrativo, no sentido de que se determinadas condutas traz riscos para a coletividade a Administração deve tomar medidas (prevenção) para evitar que tais ações/eventos lhe geram danos. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 12 Por exemplo, se um empresário que desenvolver um novo projeto empresarial (exploração de determinado componente) ao solicitar o alvará para funcionamento dessa atividade, a Administração deverá lhe cobrar os estudos necessários para saber qual o impacto que essa exploração possa vir a causar na coletividade (precaução). Assim, vamos às questões. QUESTÕES COMENTADAS 1. (PERITO MÉDICO – INSS – CESPE/2010) O sistema administrativo ampara-se, basicamente, nos princípios da supremacia do interesse público sobre o particular e da indisponibilidade do interesse público pela administração. Comentário: Conforme destacado, a Constituição Federal, em seu art. 37, caput, determina que a Administração Pública deverá observar os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, dentre outros, na realização de suas atividades. Sabemos, no entanto, que além desses princípios expressos, existem outros princípios implícitos, tal como os princípios da supremacia do interesse público sobre o privado e da indisponibilidade do interesse público, que são os postulados centrais do regime jurídico-administrativo. Portanto, pode-se afirmar que o sistema administrativo está fundado nesses dois princípios primordiais, ou seja, na supremacia e na indisponibilidade do interesse público. Gabarito: Certo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 13 2. (ANALISTA MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) A supremacia do interesse público é o que legitima a atividade do administrador público. Assim, um ato de interesse público, mesmo que não seja condizente com a lei, pode ser considerado válido pelo princípio maior da supremacia do interesse público. Comentário: Como se sabe, não há hierarquia entre princípios. De modo que o princípio da supremacia, muito embora a seja considerado um superprincípio, anda lado ao lado com o princípio da indisponibilidade, do qual decorre, por exemplo, o princípio de legalidade. Assim, um ato de interesse público não será considerado válido se não está condizente com a legalidade, ainda que se considere a supremacia desse interesse. Gabarito: Errado. 3. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STM – CESPE/2011) Em situações em que a administração participa da economia, na qualidade de Estado-empresário, explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, manifesta-se a preponderância do princípio da supremacia do interesse público. Comentário: Como já destacado, o princípioda supremacia do interesse público se traduz em prerrogativas, poderes especiais conferidos à Administração Pública para realizar seus fins. Significa dizer que a Administração goza de superioridade em relação ao particular. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 14 Todavia, em regra, quando a Administração cria entidade para participar do mercado, estará atuando em pé de igualdade, ou seja, estará submetida ao mesmo regime jurídico das demais pessoas privadas (regime jurídico de direito privado), conforme estabelece o art. 173, §1º, inc. II, CF/88, que assim expressa: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Por isso, em situações em que a administração participa da economia, na qualidade de Estado-empresário, explorando atividade econômica em um mercado concorrencial, não se manifesta a preponderância do princípio da supremacia do interesse público. Gabarito: Errado. 4. (ADMINISTRADOR – TJ/RR – CESPE/2012) Do princípio da supremacia do interesse público decorre a posição jurídica de preponderância do interesse da administração pública. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 15 De fato, do princípio da supremacia do interesse público decorre a posição jurídica de supremacia do interesse da administração pública. De toda sorte, devemos lembrar que o interesse da administração pública, enquanto pessoa jurídica, é denominado de interesse público secundário e somente goza da supremacia se for compatível com o interesse público primário (interesse da coletividade). Gabarito: Certo. 5. (ANALISTA PROCESSUAL – TJ/RR – CESPE/2012) O princípio da supremacia do interesse público vincula a administração pública no exercício da função administrativa, assim como norteia o trabalho do legislador quando este edita normas de direito público. Comentário: A toda evidência o princípio da supremacia tanto vincula a Administração na condução de seus atos, bem como o Legislador no momento de elaboração da norma, neste caso, por exemplo, quando cria algum direito ou prerrogativa para a Administração. Gabarito: Certo. 6. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – CESPE/2012) Ao deliberar pela prática ou não de ato vinculado, o servidor deve observar o princípio da supremacia do interesse público, sob pena de se caracterizar o desvio de finalidade, se o ato favorecer particular específico. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 16 É preciso cuidado. Se o ato é vinculado, não cabe deliberação (decisão) por parte da Administração em praticá-lo ou não, mesmo que sob o argumento de que o interesse público deve preponderar, ainda que o ato tenha por finalidade favorecer pessoa específica. É que justamente aí poderá estar diante de um ato que visa resguardar, preservar o direito individual. Gabarito: Errado. 7. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) De acordo com precedente histórico do STF, é possível, sem ofensa ao princípio da indisponibilidade do interesse público, a União firmar compromisso arbitral, mesmo em situação excepcional, desde que relativamente a direitos patrimoniais do Estado. Comentário: De fato, no julgamento do RE 253.855-0, da relatoria da Min. Ellen Gracie, resgatou-se um entendimento histórico do STF no sentido de que o Estado pode firmar compromisso arbitral, a fim de se utilizar de soluções alternativas de conflitos, desde que relativamente a direitos patromoniais. Observe o trecho do julgado: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 17 Gabarito: Certo. 8. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO – TCE/ES – CESPE/2012) Segundo o princípio da indisponibilidade, o agente público não dispõe livremente dos bens e do interesse público, devendo geri-los da forma que melhor atenda à coletividade. Comentário: De fato, o agente público é mero gestor da coisa público, portanto, com base no princípio da indisponibilidade, não dispõe livremente dos bens e do interesse público, devendo geri-los da forma que melhor atenda à coletividade. Gabarito: Certo. 9. (AGENTE ADMINISTRATIVO – PRF – CESPE/2012) Em decorrência do princípio da indisponibilidade do interesse público, não é permitido à administração alienar qualquer bem público enquanto este bem estiver sendo utilizado para uma destinação pública específica. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 18 Quando um bem público é utilizado sob destinação específica, de modo a atender ao interesse público, diz-se que está afetado. Com efeito, não é permitido, ante o princípio da indisponibilidade do interesse público, alienar bens públicos afetados à destinação pública específica. Gabarito: Certo. 10. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MS – CESPE/2013) Decorrem do princípio da indisponibilidade do interesse público a necessidade de realizar concurso público para admissão de pessoal permanente e as restrições impostas à alienação de bens públicos. Comentário: A admissão de pessoal deve ser pautada por sistema em que não crie privilégios ou distinção pessoal. Assim, como se trata de mecanismo a permitir o ingresso de modo igualitário, não pode o Estado dispor desse mecanismo para contratar que bem entender, por não se tratar os cargos públicos de seus cargos, mas destinados a realizar a atividade pública em prol da coletividade. Por isso, o concurso público, embora também decorra de outros princípios, bem como as restrições impostas à alienação de bens públicos são decorrências do princípio da indisponibilidade. Gabarito: Certo. 11. (TÉCNICO CIENTÍFICO – BASA – CESPE/2010) Os princípios da moralidade, da legalidade, da publicidade, da eficiência e da impessoalidade, estipulados pelo texto constitucional, somente se aplicam à legislação PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 19 administrativa referente à administração pública no âmbito federal, com desdobramentos na administração direta, na indireta e na fundacional. Comentário: Observe que o mandamento constitucional prescrito no art. 37, caput, determina a aplicação dos princípios administrativos a todas as esferas de governo, ou seja, a Administração Pública direta e indireta, de quaisquer dos poderes da União, dos Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme o seguinte: Art. 37. A administraçãopública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) Gabarito: Errado. 12. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/ES – CESPE/2011) Os princípios elencados na Constituição Federal, tais como legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, aplicam-se à administração pública direta, autárquica e fundacional, mas não às empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica. Comentário: De acordo com o art. 37, CF/88, a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 20 Assim, tanto os entes políticos (União, Estados- membros, DF e Municípios), quanto às entidades administrativas (autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas) se submetem aos princípios administrativos. Gabarito: Errado. 13. (ESCRIVÃO DE POLÍCIA – PC/ES – CESPE/2011) Os princípios que informam o processo administrativo são os mesmos que informam o processo judicial, aplicando-se, com a mesma intensidade, em um e outro processo. Comentário: Os princípios que informam o processo administrativo não são os mesmos e nem têm a mesma intensidade dos que informam o processo judicial. Veja, por exemplo, o princípio da inércia que se aplica no âmbito judicial e o da oficialidade, ou seja, que a própria Administração pode deflagrar o processo administrativo, mas o judiciário deve ser provocado. Gabarito: Errado. 14. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) A atuação administrativa dos integrantes do setor público deve ser pautada pela existência de uma permissão legal. Assim sendo, o princípio explicitado na CF hierarquicamente definido como mais importante é o da legalidade, pois é um princípio norteador das ações públicas. Comentário: De fato, como vimos, temos o princípio da legalidade como norteador de toda a atividade administrativa, ou seja, o agente público somente atua quando houver permissão legal. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 21 No entanto, não se pode dizer que se trata de princípio hierarquicamente definido com mais importante. É que, primeiro não há hierarquia entre as disposições constitucionais, segundo que todos os princípios orientadores da Administração são igualmente importantes, podendo um ato administrativo, por exemplo, ser legal, mas ser imoral, ser legal, mas violar a eficiência. Gabarito: Errado. 15. (SECRETÁRIO EXECUTIVO – FUB – CESPE/2011) Tanto na administração pública quanto na particular, o administrador, para que órgão público ou a empresa alcance os objetivos pretendidos, goza de liberdade para fazer o que for necessário, desde que a lei não proíba. Comentário: Sabemos que a atuação administrativa sempre depende de lei, seja autorizando (conduta discricionária), seja determinado (conduta vinculada). Significa dizer que se não houver autorização legal, a Administração Pública não pode fazer. Por outro lado, no âmbito privado, há a liberdade de atuar, sendo restringida apenas quando houver proibição legal. Gabarito: Errado. 16. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – CESPE/2011) O princípio da legalidade está relacionado ao fato de o gestor público agir somente de acordo com a lei. Comentário: De fato, o princípio da legalidade impõe a obrigação de agir somente de acordo com a lei (atuação conforme a lei e o PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 22 direito), ou seja, somente pode fazer o que a lei (bloco de legalidade) permita ou autorize. Gabarito: Certo. 17. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – CESPE/2012) O princípio da presunção de legalidade gera para o prejudicado o ônus de provar a ilegalidade do ato administrativo, tendo em vista a natureza jure et de jure da presunção formada. Comentário: O princípio da presunção de legalidade gera, de fato, o ônus de o administrado demonstrar a ilegalidade do ato. Contudo, essa presunção não é jure et de jure (absoluta) e sim juris tantum (relativa). Gabarito: Errado. 18. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A observância do princípio da legalidade — limitação imposta ao Estado, que só pode fazer o que a lei permite — não impede que a administração, por simples ato administrativo, conceda direitos, crie obrigações ou imponha vedações aos administrados em benefício da coletividade. Comentário: O princípio da legalidade somente permite que a Administração faça o que lei determina ou autorize. Assim, por simples ato administrativo não pode a Administração conceder direito ou criar obrigações ou mesmo impor vedações, sem o devido lastro legal. Gabarito: Errado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 23 19. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Segundo jurisprudência do STJ, a administração, por estar submetida ao princípio da legalidade, não pode levar a termo interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim não o dispuser de forma expressa. Comentário: De fato, é entendimento do STJ que a Administração, ante a submissão ao princípio da legalidade, não pode levar a termo interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim não o dispuser de forma expressa. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. APROVAÇÃO EM CONCURSO PÚBLICO. PRETERIÇÃO NA ORDEM CLASSIFICATÓRIA, INEXISTÊNCIA. CRIAÇÃO DE CARGO PÚBLICO. SOMENTE POR MEIO DE LEI ESPECÍFICA. PRECEDENTES DO PRETÓRIO EXCELSO E DESTA CORTE. ESTRITA OBEDIÊNCIA À ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO DO CERTAME. CONTRATAÇÕES A TÍTULO PRECÁRIO. ALEGAÇÕES NÃO COMPROVADAS PELO ACERVO PROBATÓRIO COLIGIDO AOS AUTOS. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. INEXISTENTE. PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. NECESSIDADE. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO DESPROVIDO. 1. Há direito subjetivo à nomeação, dentro do prazo de validade do certame, caso tenha havido preterição na ordem classificatória ou contratação a título precário para o preenchimento de vagas existentes, em detrimento da nomeação de candidatos aprovados em certame ainda válido. 2. Na hipótese, o art. 19 da Lei Estadual n.º 7.033/97 criou apenas 04 (quatro) vagas para o cargo de Oficial de Justiça dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais da Comarca de Riachão de Jacuípe/BA. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 24 3. Embora o edital do concurso tenha veiculado a existência de 04 (quatro) vagas, é patente ter decorrido essa informação de manifesto erro da Administração ao publicar a regra editalícia, porquanto 02 (duas) dessas vagas já estavam preenchidas por candidatos aprovados no concurso anterior. 4. Diante da discrepância entre o número de vagas oferecidas no edital do certame e as realmente existentes porforça de lei, deve prevalecer o prescrito nesta última, pois as disposições contidas em mero ato administrativo - edital - não podem sobrepor-se a determinação expressa em comando legal. 5. A concessão da ordem pleiteada seria equivalente a hipótese de criação de cargo público, desiderato esse que, nos termos do art. 37, inciso I, da Constituição Federal, somente pode ser alcançado por meio de lei específica. 6. A obediência à ordem de classificação dos certames públicos é medida inarredável tanto para a Administração Pública quanto para o Poder Judiciário. 7. Na via mandamental, a matéria submetida ao crivo de Poder Judiciário reclama a apresentação de prova robusta e pré-constituída do direito perseguido, sendo certo que meras alegações não são capazes de contornar essa exigência, sendo também impossível, nesse eito, levar a termo dilação probatória. 8. O writ of mandamus não foi instruído com acervo probatório apto a demonstrar a formalização de contratações a título precário que alcançassem as respectivas classificações dos Recorrentes. 9. A Administração, por ser submissa ao princípio da legalidade, não pode levar a termo interpretação extensiva ou restritiva de direitos, quando a lei assim não o dispuser de forma expressa. 10. Recurso ordinário em mandado de segurança conhecido e desprovido. (RMS 28.675/BA, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 22/08/2012) PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 25 Gabarito: Certo. 20. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Embora a administração pública esteja submetida ao princípio da legalidade estrita, o STJ admite que a administração pública institua sanção restritiva de direito ao administrado por meio de ato administrativo de hierarquia inferior à lei. Comentário: Esta questão é praticamente decorrência da anterior. Então, não se pode criar direitos ou obrigações por meio de ato administrativo que não decorram diretamente da lei. Por isso, a Administração não pode instituir sanção restritiva de direito por meio de ato administrativo, conforme entendimento do STJ: ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. INTERDIÇÃO DE DIREITO APLICADA PELA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE - ANS. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL DA PENALIDADE. NÃO INSTAURAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO REGULAR CONTRA A PESSOA SANCIONADA E DE PRAZO DE DURAÇÃO DA SANÇÃO. OFENSA AO ART. 2o. DA LEI 9.784/99. RECURSO PROVIDO, SEM PREJUÍZO DE ULTERIOR PROCESSO ADMINISTRATIVO, OBSERVADA A GARANTIA DO DUE PROCESS OF LAW, DE HIERARQUIA CONSTITUCIONAL. 1. O excepcional poder sancionador da Administração Pública, por representar uma exceção ao monopólio jurisdicional do Judiciário, somente pode ser exercido em situações peculiares e dentro dos estritos limites da legalidade formal, não havendo, nessa seara específica do Direito Administrativo (Direito Sancionador), a possibilidade de atuação administrativa discricionária, na qual vigora a PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 26 avaliação de oportunidade, conveniência e motivação, pelo próprio agente público, quanto à emissão e ao conteúdo do ato. 2. Somente a Lei, em razão do princípio da estrita adstrição da Administração à legaldiade, pode instituir sanção restritiva de direitos subjetivos; neste caso, a reprimenda imposta ao recorrente pela Agência Nacional de Saúde-ANS não se acha prevista em Lei, mas apenas em ato administrativo de hierarquia inferior (Resolução Normativa 11/2002- ANS), desprovido daquela potestade que o sistema atribui somente à norma legal. 3. É condição de validade jurídica da sanção administrativa que a pessoa sancionada tenha sido convocada para integrar o processo do qual resultou o seu apenamento, em atenção à garantia do due process of Law, porquanto os atos administrativos que independem da sua observância são somente os que se referem ao exercício do poder-dever executório da Administração, não os que veiculam sanção de qualquer espécie ou natureza. 4. Recurso provido, mas sem prejuízo da instauração ulterior de processo administrativo regular, com o estrito atendimento das exigências próprias da atividade sancionadora do Poder Público. (AgRg no REsp 1287739/PE, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 08/05/2012, DJe 31/05/2012) Gabarito: Errado. 21. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Conforme decisão do STF, é prescindível a edição de lei que fixe a idade limite para o ingresso nas forças armadas, de modo que não ofende o princípio da legalidade norma, nesse sentido, estipulada somente em edital de concurso da administração pública. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 27 Comentário: O STF entendeu que a fixação de limite de idade para cargos públicos deve observar o princípio da reserva legal, modo que deve ter previsão expressa em lei. Portanto, é imprescindível a edição de lei. Vejamos: INFORMATIVO Nº 608 TÍTULO: Forças Armadas: limite de idade para concurso de ingresso e art. 142, § 3º, X, da CF – 4 PROCESSO: RE – 600.885 ARTIGO O Plenário retomou julgamento de recurso extraordinário em que se discute a constitucionalidade, ou não, do estabelecimento de limite de idade por edital de concurso para ingresso nas Forças Armadas. Trata-se, na espécie, de recurso interposto pela União contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que entendera que, em relação ao ingresso na carreira militar, a Constituição Federal exigiria que lei dispusesse a respeito do limite de idade (CF, art. 142, § 3º, X), não se admitindo, portanto, que um ato administrativo estabelecesse a restrição, sob pena de afronta ao princípio constitucional da ampla acessibilidade aos cargos públicos — v. Informativo 580. Em voto-vista, o Min. Ricardo Lewandowski, não obstante concordar com as premissas estabelecidas pela Min. Cármen Lúcia, relatora, sobre a necessidade de lei formal para regulamentar o ingresso nas Forças Armadas (postulado da reserva de lei), dela divergiu quanto à solução a ser dada para o caso. Acompanhou, no ponto, a proposta formulada pelo Min. Gilmar Mendes no sentido de prover o recurso e reputar ainda constitucional, pelo lapso temporal de 1 ano, a norma do art. 10 da Lei 6.880/80 (“O ingresso nas Forças Armadas é facultado, mediante incorporação, matrícula ou nomeação, a todos os brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei e nos regulamentos da Marinha, do Exército e da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 28 Aeronáutica.”). RE 600885/RS, rel. Min. Cármen Lúcia, 10.11.2010. (RE-600885) Gabarito: Errado. 22. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) Em se tratando de processo administrativo disciplinar, não configura ofensa ao princípio da legalidade, consoante posicionamento do STJ, a instauração de comissão processante provisória em hipótese para a qual esteja legalmente prevista apuração por comissão permanente. Comentário: Se a lei estabelece comissão permanente, ofenderá o princípio da legalidade a instituição de comissão provisória para o caso, tratando-se de verdadeiro juízo de exceção (ofensa também ao princípio do juízonatural), conforme entendimento firmado no âmbito do STJ. Precedente: MANDADO DE SEGURANÇA. DELEGADO DA POLÍCIA FEDERAL. PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. COMISSÃO PROCESSANTE AD HOC. IMPOSSIBILIDADE. INOBSERVÂNCIA DO ART. 53, § 1º, DA LEI N. 4.878/1965. NULIDADE. 1. A instauração de comissão provisória, nas hipóteses em que a legislação de regência prevê expressamente que as transgressões disciplinares serão apuradas por comissão permanente, inquina de nulidade o respectivo processo administrativo por inobservância dos princípios da legalidade e do juiz natural (MS n. 10.585/DF, Ministro Paulo Gallotti, Terceira Seção, DJ 26/2/2007). 2. Segurança concedida. (MS 13.148/DF, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 23/05/2012, DJe 01/06/2012) PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 29 Gabarito: Errado. 23. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – IBAMA – CESPE/2012) De acordo com a CF, a medida provisória, o estado de defesa e o estado de sítio constituem exceção ao princípio da legalidade na administração pública. Comentário: De fato, o entendimento doutrinário é no sentido de que o princípio da legalidade é excepcionado pelas medidas provisórias (não é lei, tem força de lei) e pelo estado de defesa e de sítio, quando a autoridade presidencial poderá decretar medidas restritivas de direitos, por meio de decreto presidencial (arts. 136 e 137, CF/88). Nesses dois casos, trata-se de situação de exceção, cuja previsão decorre da CF/88, que, conforme entendimento do STF é “O estado de exceção é uma zona de indiferença entre o caos e o estado da normalidade. Não é a exceção que se subtrai à norma, mas a norma que, suspendendo-se, dá lugar à exceção --- apenas desse modo ela se constitui como regra, mantendo-se em relação com a exceção”. ADI 3489/SC Gabarito: Certo. 24. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Ainda que muito discutido na doutrina brasileira, o princípio da proteção à confiança legítima do administrado não é adotado pelo STF, que privilegia o princípio da legalidade. Comentário: O princípio da proteção à confiança legítima do administrado, como disse, é uma decorrência do princípio da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 30 segurança jurídica, na medida em que se espera da Administração que cumpra seus atos. Com efeito, trata-se de princípio reconhecido e adotado pelo STF no âmbito de suas decisões, de modo a manter conduta compatível com a razoabilidade, ainda que, e só aparentemente, afastando o princípio da legalidade. Vejamos: Ementa: SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE DOIS CARGOS PÚBLICOS CIVIS ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20/98. POSSIBILIDADE. DECISÃO RECORRIDA EM HARMONIA COM O ENTENDIMENTO DESTA CORTE. SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Esta Corte possui entendimento segundo o qual a “Constituição do Brasil de 1967, bem como a de 1988, esta na redação anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, não obstavam o retorno ao serviço público e a posterior aposentadoria, acumulando os respectivos proventos” (MS nº 27.572, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 08/10/2008). 2. In casu, a primeira aposentadoria se deu em 1987, na vigência da Carta de 1967; e a segunda ocorreu em 1997, logo, antes da publicação da Emenda Constitucional nº 20/98. 3. O artigo 11 da EC nº 20/98, ao vedar a acumulação de aposentadorias em cargos inacumuláveis na ativa, não pode retroagir para ferir o direito adquirido e o ato jurídico perfeito. Observância da boa-fé do servidor aliada ao princípio da proteção da confiança, dimensão subjetiva da segurança jurídica. 4. Segundo agravo regimental desprovido. (RE 635011 AgR-segundo, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Primeira Turma, julgado em 18/09/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe- 195 DIVULG 03-10-2012 PUBLIC 04-10-2012) Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA. DECISÃO QUE DETERMINA AO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA QUE PROCEDA À REMOÇÃO DE SERVIDORES PREVIAMENTE À NOMEAÇÃO DE CANDIDATOS PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 31 APROVADOS EM CONCURSO PÚBLICO E INTEGRANTES DE CADASTRO DE RESERVA. NÃO SE DECLARA A NULIDADE PROCESSUAL DECORRENTE DA AUSÊNCIA DE CITAÇÃO DE TODOS OS SERVIDORES INTERESSADOS, QUANDO O MÉRITO FOR FAVORÁVEL, TAL COMO IN CASU, À PARTE A QUEM A NULIDADE APROVEITAR (ART. 249, §2º, DO CPC). MODIFICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO ESTATUTÁRIA DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA PARAIBANA QUE NÃO ALTERA A SISTEMÁTICA ADOTADA PARA A REMOÇÃO E NOMEAÇÃO DE SERVIDORES. OBRIGATORIEDADE DA PRECEDÊNCIA DA REMOÇÃO SOBRE A INVESTIDURA DE CONCURSADOS. DISCRICIONARIEDADE DA ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA PARAIBANA NA ALOCAÇÃO DOS RESPECTIVOS RECURSOS HUMANOS NÃO É IRRESTRITA E FICA ENTRINCHEIRADA PELA LEI E PELO PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO DA CONFIANÇA QUE ASSEGURA AOS SERVIDORES O DIREITO DE PRECEDÊNCIA SOBRE OS CANDIDATOS APROVADOS. 1. O art. 249, §2º, do CPC impõe o não reconhecimento da nulidade processual quando, tal como na hipótese dos autos, o mérito for favorável à parte a quem a nulidade aproveitar. A ausência de citação de todos os servidores antigos é nulidade que, caso fosse declarada, prejudicaria os próprios servidores e em ofensa ao preceito acima referido do codex processual civil. 2. A precedência da remoção sobre a investidura de candidatos inseridos em cadastro de reserva – e, portanto, excedentes ao número de vagas disponibilizadas no edital do concurso em que lograram aprovação – é obrigatória, máxime à luz do regime jurídico atualmente vigente e em decorrência do princípio da proteção da confiança. 3. O juízo discricionário da Administração da Justiça paraibana, sob o enfoque da sua avaliação de conveniência e oportunidade, encarta o poder de decidir quanto à alocação de seus quadros funcionais dentro dos limites da legalidade e dos princípios constitucionais, sob pena de incidir em arbitrariedade. 4. In casu, tem-se que: a) o regime anterior, que atrelava a remoção entre comarcas de entrâncias distintas à promoção – mobilidade vertical na carreira de uma classe a outra imediatamente superior – não foi modificado por nova sistemática. A disciplina dos atos de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 32 remoção, prevista na Lei nº 7.409/2003, não foi revogada pela Lei estadual nº 8.385/2007, à medida que a unificação dos cargos em carreira não implica alteração na atual sistemática de movimentação do servidor; b) as expectativas legítimas dos servidores alicerçadas na legislação de 2003 devem ser respeitadas, sob pena de ofensa ao princípio da proteção da confiança. 5. Segurança denegada, para manter o acórdão proferido pelo Conselho Nacional de Justiça em Pedido de Providências e consignar a existência de obrigatoriedade da precedência da remoção de servidores públicos sobre a investidura dos Impetrantes, ficando cassada a liminar e prejudicados os agravos regimentais. (MS 29350, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 20/06/2012, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-150 DIVULG 31- 07-2012 PUBLIC 01-08-2012) Conforme leciona o Prof. Carvalho Filho, “No direito comparado, especialmente no direito alemão, os estudiosos setêm dedicado à necessidade de estabilização de certas situações jurídicas, principalmente em virtude do transcurso do tempo e da boa-fé, e distinguem os princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança. Pelo primeiro, confere-se relevo ao aspecto objetivo do conceito, indicando-se a inafastabilidade da estabilização jurídica; pelo segundo, o realce incide sobre o aspecto subjetivo, neste se sublinha o sentimento do indivíduo em relação aos atos, inclusive e principalmente do Estado, dotados de presunção de legitimidade e com a aparência de legalidade”. Gabarito: Errado. 25. (ANALISTA DE INFRAESTRUTURA – MP – CESPE/2012) Dado o princípio da legítima confiança, é incabível a restituição ao erário dos valores recebidos de boa-fé por servidor público em decorrência de errônea ou inadequada interpretação da lei por parte da administração pública. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 33 Observe que justamente aí temos a incidência do princípio da proteção à confiança, ou seja, caso o indivíduo tenha recebido os valores de boa-fé (aspecto subjetivo do princípio da segurança jurídica) não deverá restituí-lo ao erário, já que se presume que o Estado aja no âmbito da legalidade. Gabarito: Certo. 26. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – CESPE/2012) A despeito de não ser positivado na legislação brasileira, o princípio da segurança jurídica reconhecidamente aplica-se no âmbito do direito administrativo. Comentário: O princípio da segurança jurídica, como ressaltado, tem forte aplicação no âmbito do direito administrativo, e, em que pese ser princípio implícito na Constituição Federal, foi positivado pela Lei nº 9.784/99, conforme art. 2º, caput, ao dispor que: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Gabarito: Errado. 27. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2012) No direito brasileiro, não há previsão expressa dos princípios da segurança jurídica e da proteção à confiança. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 34 Embora o princípio da segurança jurídica não esteja expressamente citado na CF/88, a Lei nº 9.784/99 o traz de forma expressa, conforme art. 2º, caput, ao dispor que: Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Gabarito: Errado. 28. (JUIZ – TJ/BA – CESPE/2012) Após a edição da CF, havia controvérsia sobre a obrigatoriedade de concurso público para o provimento de cargos nas empresas públicas e sociedades de economia mista. A questão foi pacificada pelo STF, no ano de 1993, em decisão que confirmou a obrigatoriedade do concurso público. Posteriormente, avaliando contratações sem concurso público ocorridas no período entre 1988 e 1993, o STF assim decidiu: “(…) A existência de controvérsia, à época das contratações, quanto à exigência de concurso público no âmbito das empresas públicas e sociedades de economia mista, questão dirimida somente após a concretização dos contratos, não tem o condão de afastar a legitimidade dos provimentos, realizados em conformidade com a legislação então vigente.” Nessa decisão, fica evidenciada a aplicação do princípio da segurança jurídica. Comentário: A manutenção de situações já consolidadas em razão do decurso do tempo, considerando a boa-fé do administrativo, decorre do princípio da segurança jurídica, na medida em que reclamam a estabilização das relações jurídicas ali constituídas. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 35 Gabarito: Certo. 29. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2012) O princípio da segurança jurídica resguarda a estabilidade das relações no âmbito da administração; um de seus reflexos é a vedação à aplicação retroativa de nova interpretação de norma em processo administrativo. Comentário: De fato, o princípio da segurança jurídica tem por prisma resguardar a estabilidade das relações jurídicas em razão do decurso do tempo e da boa-fé, tendo por reflexos a vedação de aplicação retroativa de nova interpretação em processo administrativo, a manutenção de benefícios concedidos de longa data, a não devolução de valores recebidos de boa-fé, dentre outras situações. Gabarito: Certo. 30. (JUIZ – TJ/PB – CESPE/2011) Consoante a jurisprudência do STF, é possível a arguição do princípio da isonomia como fundamento de pedido de servidor público, pretendendo benefício ilegalmente concedido a outros servidores. Comentário: Nos termos da Súmula 339-STF, não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. Gabarito: Errado. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 36 31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) O princípio da finalidade, explicitado no art. 37 da CF, define que, se o gestor público praticar atos fora dos fins expressa ou implicitamente contidos na regra de competência, praticará desvio de finalidade. E se tal ato atentar contra os princípios da administração pública ao visar fim proibido em lei ou demais normas, constituirá ato de improbidade administrativa. Comentário: Essa questão é pura maldade com o candidato, com o concursando. Veja que ela é toda perfeita, toda certinha. Mas tomem cuidado! Veja que diz que o princípio da finalidade, EXPLICITADO no art. 37 da CF/88. Com efeito, o princípio da finalidade não está expresso, explicitado, diretamente no art. 37 da Constituição. Nesse sentido, a doutrina não é uniforme quanto à exata localização do princípio da finalidade. Há aqueles que entendem que o princípio da impessoalidade é o próprio princípio da finalidade (Hely Lopes), os que entendem que é uma decorrência do princípio da legalidade (Carvalho Filho) na medida em que a legalidade se orienta no sentido de se satisfazer o interesse público; outros entendem que é uma acepção (sentido) da impessoalidade (Di Pietro) ou, ainda, o posicionamento minoritário do Prof. Bandeira de Mello, a entender que ele é inerente à impessoalidade. De toda forma, não verificamos o princípio expressamente no art. 37 da CF/88. Gabarito: Errado. 32. (ADMINISTRADOR – TJ/RR – CESPE/2012) O princípio da impessoalidade nada mais é do que o clássico princípio da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 37 finalidade, que impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal. Comentário: Veja que, neste caso, a Banca adotou literalmente o entendimento de Hely Lopes Meirelles. Segundo ele o princípio da impessoalidade referido na Constituição de 1988 (art. 37, caput), nada mais é que o clássico princípio da finalidade, o qual impõe ao administrador público que só pratique o ato pra o seu fim legal. Gabarito: Certo. 33. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL– CESPE/2012) O princípio da impessoalidade tem por finalidade específica impedir que o administrador atue no julgamento de processo administrativo de que seja parte interessada seu cônjuge ou companheiro ou parente em linha reta ou colateral, até o terceiro grau. Comentário: Neste caso, o princípio violado será o da isonomia eis que o agente deixará de atuar com a imparcialidade que se requer para decidir. Gabarito: Errado. 34. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) Entendendo que “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza” (CF, art. 5, caput), determinado órgão público, responsável pela fiscalização de tributos, estará adequadamente respaldado pelo princípio da impessoalidade ao instituir fila única aos atendimentos à comunidade, não dando diferenciação de atendimento aos cadeirantes, gestantes, idosos etc. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 38 Comentário: O princípio da impessoalidade, na sua vertente isonomia, não permite dar tratamento discriminatório ou privilegiar em razão de critérios subjetivos ou para satisfação pessoal. No entanto, se há situação de desigualdade, é medida adequada e atende ao princípio da isonomia, dar diferença no tratamento para, enfim, diminuir a diferença, ou seja, não atende a impessoalidade, a criação de fila única, de modo a colocar todas as pessoas na mesma condição. O que se veda é discriminar ou privilegiar por critérios pessoais, subjetivos, sobretudo não previstos e contrários à lei. Gabarito: Errado. 35. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de um tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada, julgue: A decisão do presidente do tribunal de justiça violou o princípio da impessoalidade, na medida em que esse princípio objetiva a igualdade de tratamento que o PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 39 administrador deve dispensar aos administrados que se encontrarem em idêntica situação jurídica. Comentário: De fato, ao dar preferência a uns, por critérios pessoais, ou seja, subjetivos na medida em que não existe tal hierarquia, o Presidente do Tribunal violou o princípio da impessoalidade, visto que não adotou critério objetivo para definir o pagamento das verbas devidas. Gabarito: Certo. 36. (AUDITOR DE CONTAS – SECONT/ES – CESPE/2009) Como decorrência do princípio da impessoalidade, a CF proíbe a presença de nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas de órgãos públicos. Comentário: Estabelece a Constituição Federal que é vedada a utilização de propagandas, publicidades, para promoção pessoal, conforme estabelece o art. 37, §1º, parte final, da CF/88, assim expresso: § 1º - A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos. Com efeito, trata-se de aplicação do princípio da impessoalidade na medida em que a publicidade/propaganda não PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 40 pode servir para promover agentes ou autoridades, conforme entendimento firmado pelo Supremo Tribunal Federal: INFORMATIVO Nº 502 TÍTULO: Publicidade de Atos Governamentais e Impessoalidade PROCESSO: RE - 191668 ARTIGO O art. 37, caput, e seu § 1º, da CF, impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. Com base nesse entendimento, a Turma negou provimento a recurso extraordinário interposto pelo Município de Porto Alegre contra acórdão do tribunal de justiça local que o condenara a abster-se da inclusão de determinado slogan na publicidade de seus atos, programas, obras, serviços e campanhas. Considerou-se que a referida regra constitucional objetiva assegurar a impessoalidade da divulgação dos atos governamentais, que devem voltar-se exclusivamente para o interesse social, sendo incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans que caracterizem a promoção pessoal ou de servidores públicos. Asseverou-se que a possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público ofende o princípio da impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação que constam do comando imposto na Constituição. RE 191668/RS, rel. Min. Menezes Direito, 15.4.2008. (RE-191668) Gabarito: Certo. 37. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) A inserção de nome, símbolo ou imagem de autoridades ou servidores públicos em publicidade de atos, programas, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 41 obras, serviços ou campanhas de órgãos públicos fere o princípio da impessoalidade da administração pública. Comentário: Pois é! Acabamos de ver isso! Exatamente igual à anterior, não é? Então, vimos que o art. 37, §1º, CF/88 estabelece que a propaganda/publicidade não poderá conter nomes ou símbolos que caracterizem promoção pessoal, sob pena de violação ao princípio da impessoalidade. Gabarito: Certo. 38. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) As sociedades de economia mista e as empresas públicas que prestam serviços públicos estão sujeitas ao princípio da publicidade tanto quanto os órgãos que compõem a administração direta, razão pela qual é vedado, nas suas campanhas publicitárias, mencionar nomes e veicular símbolos ou imagens que possam caracterizar promoção pessoal de autoridade ou servidor dessas entidades. Comentário: De fato, como já observamos os princípios que orientam a Administração, conforme art. 37, da CF/88, aplica-se tanto à Administração direta, quanto à Indireta. Com efeito, em conformidade com o princípio da publicidade a Administração Pública deve dar ampla divulgação de seus atos, ressalvadas as hipóteses de sigilo, com o objetivo de informar, educar e orientar, além de permitir o controle de seus atos. Ademais, observe que além do respeito ao princípio da publicidade não se pode desrespeitar o da impessoalidade. Assim, a PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVOProf. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 42 obediência ao princípio da publicidade tem que se casada com a impessoalidade, de modo que, conforme estabelece o art. 37, §1º, CF/88, a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal da autoridade ou servidores públicos. Cuidado que, a questão quer dizer que além de violar o princípio da impessoalidade, deve sim as estatais observar também o princípio da publicidade. O que significa dizer que em razão tanto da publicidade, quanto da impessoalidade, e é claro, com mais propriedade em razão desta, as estatais não podem fazer propaganda para fins de promoção pessoal, conforme se depreende dos seguintes entendimentos: Publicidade de caráter autopromocional do Governador e de seus correligionários, contendo nomes, símbolos e imagens, realizada às custas do erário. Não observância do disposto na segunda parte do preceito constitucional contido no art. 37, § 1º. (RE 217.025- AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 18-4- 00, 2ª Turma, DJ de 5-6-98) Publicidade de atos governamentais. Princípio da impessoalidade. (...) O caput e o parágrafo 1º do artigo 37 da Constituição Federal impedem que haja qualquer tipo de identificação entre a publicidade e os titulares dos cargos alcançando os partidos políticos a que pertençam. O rigor do dispositivo constitucional que assegura o princípio da impessoalidade vincula a publicidade ao caráter educativo, informativo ou de orientação social é incompatível com a menção de nomes, símbolos ou imagens, aí incluídos slogans, que caracterizem promoção pessoal ou de servidores públicos. A possibilidade de vinculação do conteúdo da divulgação com o partido político a que pertença o titular do cargo público mancha o princípio da PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 43 impessoalidade e desnatura o caráter educativo, informativo ou de orientação que constam do comando posto pelo constituinte dos oitenta. (RE 191.668, Rel. Min. Menezes Direito, julgamento em 15-4-08, 1ª Turma, DJE de 30-5-08) Gabarito: Certo. 39. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJ/ES – CESPE/2011) O princípio da impessoalidade trata da incapacidade da administração pública em ofertar serviços públicos a todos os cidadãos. Comentário: O princípio da impessoalidade trata da obrigação de a Administração envidar esforços para ofertar serviços públicos a todos indistintamente, sem fazer discriminação ou dar preferências. Obviamente que os recursos humanos e financeiros são limitados, bem como o administrado poder não deter os meios necessários para receber tais serviços. Tais fatos, porém, se inserem na teoria da reserva do possível e não no âmbito do princípio da impessoalidade. Gabarito: Errado. 40. (PERITO PAPILOSCÓPICO – PC/ES – CESPE/2011) O concurso público para ingresso em cargo ou emprego público é um exemplo de aplicação do princípio da impessoalidade. Comentário: De fato, o concurso público para ingresso em cargo ou emprego público, assim como a Licitação, é um exemplo de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 44 aplicação do princípio da impessoalidade, na medida em que estabelece regras objetivas e todos que tiverem condições e atenderem às exigências poderão participar e obterão igualdade de tratamento, sem preferências ou distinções por critérios ocultos, subjetivos. Gabarito: Certo. 41. (TÉCNICO MINISTERIAL – MPE/PI – CESPE/2012) O princípio da impessoalidade em relação à atuação administrativa impede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente público que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se, obrigatoriamente, à vontade da lei, comando geral e abstrato em essência. Comentário: Não tenha dúvidas. É fato reconhecer que o princípio da impessoalidade em relação à atuação administrativa impede que o ato administrativo seja praticado visando a interesses do agente público que o praticou ou, ainda, de terceiros, devendo ater-se, obrigatoriamente, à vontade da lei, comando geral e abstrato em essência. Gabarito: Certo. 42. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TJ/AL – CESPE/2012) Em decorrência dos princípios da impessoalidade e da boa-fé, reconhecem-se como válidos os atos praticados por agente de fato, ainda que este tivesse ciência do ilícito praticado. Comentário: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 45 Devemos ressaltar que o agente de fato atua no exercício da função administrativa, ainda que, de direito, não esteja investido nela. Assim, aplica-se a teoria da aparência e, por força dos princípios da impessoalidade e da boa-fé, deve-se considerar seus atos como legítimos, ainda que este saiba que não está investido legalmente na função. Gabarito: Certo. 43. (AUXILIAR JUDICIÁRIO – TJ/AL – CESPE/2012) A autoridade administrativa pode, em determinadas situações, renunciar, total ou parcialmente, aos interesses públicos, prescindindo de autorização expressa em lei para tal, visto que o princípio da finalidade pública não é absoluto. Comentário: Pelo princípio da finalidade pública a autoridade pública é mera gestora desse interesse, de modo que somente pode renunciar ao que a lei lhe permitir. Por isso, sempre será imprescindível lei dando-lhe autorização nesse sentido. Gabarito: Errado. 44. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) Governadores de estado devem obrigatoriamente observar o princípio da moralidade pública na prática de atos discricionários. Comentário: De acordo com o art. 37, caput, da CF/88, a Administração Pública, direta e indireta, de quaisquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS - TJDFT ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA DIREITO ADMINISTRATIVO Prof. Edson Marques www.pontodosconcursos.com.br 46 Assim, tanto o Presidente, os Prefeitos, quanto os Governadores estarão submetidos ao princípio da moralidade administrativa, seja no tocante aos atos vinculados, seja em relação aos discricionários, ainda que atuem com certa margem de liberdade, só que deverá se pautar pelos princípios básicos da Administração contidos no caput do art. 37, CF/88. Gabarito: Certo. 45. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/MT – CESPE/2010) Se determinado ato administrativo for analisado e categorizado como ilegal e imoral, haverá redundância nessa categorização, pois, de acordo com os princípios constitucionais, todo ato imoral é necessariamente um ato ilegal, sujeito ao controle do Poder Judiciário. Comentário: É sabido que os princípios da legalidade e da moralidade administrativa são princípios distintos. Assim, é possível que um ato seja legal, porém imoral. No entanto, conforme destaca a Profa. Di Pietro, há quem entenda que a moral administrativa insere-se no conteúdo da legalidade, ante a necessidade de se prevê o que é imoral, ou seja, qualificar o resultado. Em que pese esse posicionamento, devemos observar que a moralidade por si só é fundamento suficiente para anular ato administrativo,
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