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MATEMÁTICA BÁSICA, FINANCEIRA & RACIOCÍNIO LÓGICO PROFESSOR: PAULO DELGADO 163 negativa. Temos, portanto, quatro proposições categóricas possíveis. As quatro proposições categóricas possíveis, em suas formas típicas, são dadas no quadro seguinte: Proposições Afirmativas Proposições Negativas Proposições Universais Todo A é B (A) Nenhum A é B (E) Proposições Particulares Algum A é B (I) Algum A não é B (O) 2. DIAGRAMAS DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS Geralmente os problemas com proposições categóricas do tipo “todo”, ”algum” (ou pelo menos um), “nenhum”, são resolvidos mais facilmente com base na Teoria dos Conjuntos e utilizando-se os Diagramas de Venn. Vejamos a análise de cada proposição categórica: 2.1. TODO A É B Uma proposição do tipo “Todo A é B”, significa que, se um elemento pertence ao conjunto A, então pertence (necessariamente) ao conjunto B. Ora, se todos os elementos que pertencem ao conjunto A também pertencem ao conjunto B, representando através do Diagrama de Venn, isto corresponde à inclusão do conjunto A no conjunto B. 2.2. ALGUM A É B (ou Pelo menos um A é B) Uma proposição do tipo “Algum A é B”, significa que, existe pelo menos um elemento comum aos conjuntos A e B. Representando através do Diagrama de Venn, corresponderá à interseção do conjunto A com o conjunto B. (parte sombreada do diagrama). 2.3. NENHUM A É B Uma proposição do tipo “Nenhum A é B”, significa que, não existe nenhum elemento comum aos conjuntos A e B, isto é, se um elemento pertence ao conjunto A, então não pertence ao conjunto B e vice-versa. Representando através do Diagrama de Venn, o conjunto A e o conjunto B, serão dois conjuntos disjuntos. 2.4. ALGUM A NÃO É B(ou Pelo menos um A é não é B) Uma proposição do tipo “Algum A não é B”, significa que, existe pelo menos um elemento que pertence ao conjunto A e não pertence ao conjunto B. Representando através do Diagrama de Venn, corresponde à diferença entre os conjuntos A e B. (A – B). 3. NEGAÇÃO DAS PROPOSIÇÕES CATEGÓRICAS É muito comum encontrarmos em provas de concursos coisas como “Dizer que não é verdade que todos os atores são charmosos é logicamente equivalente a...” Bem, dizer que não é verdade, é a mesma coisa que “negar”. Assim negar que todos os atores são charmosos, implica afirmar alguma coisa que prove que isso não é verdade. Vamos estudar caso a caso, ou seja, a negação para todo, algum e nenhum: 3.1. Negação de “Todo A é B” Se alguém lhe afirmasse que “todos os atores são charmosos” e você quisesse negar essa afirmação, bastaria você dizer “olha aqui, isso não é verdade, porque eu conheço um ator que não é charmoso”. Desta forma, quando alguma afirmação é feita sobre “todo A é B”, sua negação implica simplesmente encontrar “pelo menos um A que não seja B”; em outras palavras, negar que “Todo A é B” é a mesma coisa que falar “Pelo menos um A não é B” ou ainda, “Algum A não é B”. Note-se, aqui, que nossa tendência natural é negar “Todo ator é charmoso”, dizendo “Nenhum ator é charmoso”. Mas esta não é a negação correta, pois, para que a primeira posição seja falsa, não é necessário que nenhum ator seja charmoso, mas que somente algum não seja charmoso. 3.2. Negação de “Nenhum A é B” Da mesma forma, se alguém afirma que “Nenhum Ator é charmoso” e queremos negar essa sentença, precisamos apenas mostrar que conhecemos pelo menos um ator charmoso, ou seja, bastaria afirmarmos que “algum ator é charmoso”. Esta negação traz o mesmo tipo de provocação que a anterior: temos o ímpeto de negar “nenhum ator é charmoso”, dizendo “todo ator é charmoso”. Isso também não está logicamente correto, porque para que “nenhum ator é charmoso” não seja verdade, não é necessário que todos o sejam, mas basta apenas que “pelo menos um ator seja charmoso”. Portanto, negar que “Nenhum A é B”, é a mesma coisa que falar “Pelo menos um A é B” ou ainda, “Algum A é B”. 3.3. Negação de “Algum A é B” e “Algum A não é B” Nesta última situação, imagine que você escute a sentença “Algum ator é charmoso”. O que seria necessário para negá-la? Aqui, você precisaria afirmar que “nenhum ator é charmoso”, já que a primeira sentença simplesmente afirmou que “algum é”. De forma análoga, se a primeira proposição fosse “Algum ator não é charmoso”, você negaria com “Todo ator é charmoso. Concluindo, negar que “Algum A é B” é a mesma coisa que afirmar que “Nenhum A é B” e negar que “Algum A não é B”, é a mesma coisa que afirmar que “Todo A é B”. Veja a tabela resumo a seguir: PROPOSIÇÃO NEGAÇÃO Todo A é B: “Todo ator é charmoso” Algum A não é B: “Algum Ator não é charmoso” Nenhum A é B: “Nenhum ator é charmoso” Algum A é B: “Algum ator é charmoso” A B NENHUM A É B ⇔ CONJUNTOS DISJUNTOS A B ALGUM A NÃO É B ⇔ A – B A – B A B A ∩∩∩∩ B ALGUM A É B ⇔A ∩∩∩∩ B B A ⊂⊂⊂⊂ B TODO A É B ⇔ A ⊂⊂⊂⊂ B A