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O ILUMINISMO E A EDUCAÇÃO

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O ILUMINISMO E A EDUCAÇÃO
	 
	 
	 
	O século XVIII é conhecido como século das Luzes e da Ilustração. A palavra Iluminismo vem do termo alemão Aufklärung.
O significado do termo iluminismo - luzes - explica-se na posição do homem e o poder da razão de interpretar e reorganizar o mundo. Os pensadores iluministas pregaram a supremacia da razão humana.
O movimento iluminista desta época rebelou-se contra todas as formas de absolutismo, principalmente o poder absoluto exercido pelo Estado e pela Igreja.
Desde o século XVII, com o racionalismo e a revolução científica, acentuara-se uma tendência de utilizar-se a razão para todas as explicações de que necessitava a humanidade, que passa a não se contentar com a contemplação da natureza, mas deseja conhecê-la para poder ter domínio sobre ela.
O homem do Iluminismo desvinculou-se da Igreja para procurar explicações, que se faziam necessárias, a fim de que pudesse criar relações com a natureza e entre os homens, baseada em ações racionais e concretas. As discussões do século XVIII reaparecem em todos os campos: 
	 
	Diálogo:
Rousseau e Pierre
- Pierre: Como é possível desenvolver um pacto que combine melhor esse mal necessário que é a sociedade e o Estado natural?
- Rousseau: Através da vontade geral. 
- Pierre: O que é isso?
- Rousseau: Não apenas a vontade de todos, mas uma expressão abstrata daquilo que é melhor para todos.
- Pierre: Como o Leviathan de Hobbes?
- Rousseau: Sim, mas cada indivíduo sujeita-se à vontade geral coletiva que passa a ser a única fonte sabedoria.
- Pierre: E a democracia participativa?
- Rousseau: Os desacordos decorrentes das opiniões individuais anulam-se entre si: emerge assim a vontade geral.
"A natureza quer que as crianças sejam crianças antes de ser homem. Se quisermos perturbar essa ordem, produziremos frutos precoces, que não terão maturação nem sabor e não tardarão em corromper-se; teremos jovens doutores e crianças velhas". 
J. J. Rousseau 
	•
na economia, o liberalismo tornou-se o desejo da burguesia de gerenciar seus negócios, sem a intervenção do Estado;
•
na política, a burguesia luta por um poder não só econômico, mas também político, legitimado por um pacto entre indivíduos;
•
na moral, procuram reguladores da vida coletiva numa determinada época, formada pela família, religião, artes, técnica, ciências, relações de trabalho, organização política, etc., passando todos os indivíduos a obedecer aos mesmos valores e costumes, educando-se para interiorizar a vontadeobjetiva de sua sociedade e de sua cultura;
	 
	•
na religião: propõe o deísmo, que considera a razão como única via capaz de assegurar a existência de Deus, uma espécie de "religião natural", que não permite dogmatismo e fanatismo.
O Iluminismo esteve presente em muitas obras de filósofos franceses como: Voltaire, Montesquieu e ainda o suíço J. J. Rousseau. 
Ainda na Inglaterra Newton e Reid; também na Alemanha Wolff, Lessing, Baumgarten e Kant. 
	 
	 
	 
	 
	 
	O Naturalismo de Rousseau
	 
	 
	 
	 
	 
	
	 
	A teoria política de Rousseau constitui-se numa transformação de mudança vinda do Iluminismo, dando expressão a um sentimento de desilusão que culminou com a Revolução Francesa.
A aristocracia adotou o primitivismo de Rousseau, jogando com o "voltar à natureza", que de fato privilegiava a vida campestre e afastava ainda mais as classes superiores do francês médio. A burguesia copiava a aristocracia, mas as massas preferiam aceitar as idéias de Rousseau relativas a uma democracia totalmente participativa.
	As suas principais obras foram: Sobre a desigualdade entre os homens e Contrato Social. Na primeira, afirma que a desigualdade entre os homens não é natural, mas se desenvolveu com a propriedade privada. Na segunda, defende que a organização social resultou de um contrato, de uma convenção entre os homens, que delegaram aos governantes a autoridade para exercer o poder, mas deve atender a vontade geral do povo.
Na educação, o seu livro Emílio sugeriu um método de educação libertário, cujo objetivo seria desenvolver a criança sem destruir o seu estado "natural".
Rousseau afirmava que o "homem é naturalmente bom, e só as instituições o fazem mal". Partindo daqui, 
	 
	louvava o "bom selvagem", o homem primitivo, não estragado por coisas terríveis como a educação e a sociedade. Ou seja, pretendia dizer, de fato, que o homem primitivo parecia viver em unidade orgânica e harmônica consigo mesmo, enquanto o homem moderno estava separado de si próprio.
Imaginava um homem em estado de natureza, pura hipótese de um ser primitivo que nunca existiu historicamente. Portanto, ao escrever o romance educacional Emílio, descreve uma educação de uma criança que é retirada da influência dos pais e das escolas, isolado da sociedade e entregue a um professor ideal, que a educa segundo os padrões da natureza e com contato permanente com esta.
	 
	 
	 
	
	 
	Em Emílio, no princípio básico do pensamento de Rousseau "tudo é bom ao sair das mãos do autor da natureza; mas tudo se degenera nas mãos do homem"; a educação deveria seguir o livre desenvolvimento da natureza da criança, e de suas inclinações naturais.
Rousseau teoriza que o educador não deve intervir na educação da criança, mas apenas acompanhar o crescimento desta, mantendo-a isolada e afastada das influências da sociedade corrupta, e corrigi-la, eventualmente, com exemplo ou intervenção indireta.
	
	Para Rousseau, "a primeira educação deve ser puramente negativa. Ela consiste não em ensinar a virtude e a verdade, mas em proteger o coração do vício e a mente do erro. Se puderdes não fazer nada e não deixar fazer nada; se puderdes levar vosso aluno sadio e robusto até a idade de doze anos... sem preconceitos, sem hábitos... muito logo tereis entre as mãos o mais sensato dos homens; e, começando com não fazer nada, tereis feito um prodígio de educação".
A proposta rousseauniana de educação é colocar a criança no centro da educação, e que ela aprenda a pensar, com um desenvolvimento natural e interno, deixando de ser apenas um processo exterior.
	 
	estudar materiais de adultos, como línguas e tantas outras, como vinha acontecendo. Em educação, é colocado claramente que esta é um processo que perdura a vida inteira, portanto, ela não deve sacrificar e sobrecarregar a criança, e sim transformar o seu desenvolvimento numa vida agradável, equilibrada e natural.
Na simplificação do processo educativo, fica claro que, quanto mais simples e natural for a educação, melhor se tornará a aprendizagem. Por exemplo, a Geografia deverá ser aprendida nos bosques e campos, estudo dos rios, etc; a Botânica, estudada em contato com as plantas, e assim por diante.
	 
	 
	 
	As principais contribuições de Rousseau, que irão influenciar a educação posteriormente, foram quatro: a educação natural, a educação como processo, a simplificação do processo educacional e a importância da criança.
Na educação natural, propõe-se um processo natural e não artificial, que deve ocorrer por meio da ação dos instintos e das forças naturais, e não por imposição externa, devendo para isso respeitar a criança, que não é ainda um adulto e, por isso mesmo, não deve 
	 
	
	Em geral, ele propõe que nunca se deve substituir a coisa pela representação, a não ser quando é impossível mostrar a coisa, porque a representação absorve a atenção da criança e a faz esquecer a coisa representada.
Logicamente, a criança será o centro de toda a importância educacional, considerando-a como tal, e não como uma miniatura de adulto, respeitando seus sentimentos, desejos e idéias próprias.
A educação tomou outra direção depois de Rousseau, tornando-se sensível a toda uma série de problemas que antes eram desconsiderados pelas práticas didáticas, transformando a pedagogia mais antropológica e filosófica. 
	 
	 
	 
	 
	 
	Kant e o Idealismo
	 
	 
	 
	 
	 
	Para Kant, o conhecimentoexperimental é um composto do que se recebe por impressões, e do que a própria faculdade de conhecer tira por ocasião das impressões. Portanto, para Kant, o conhecimento humano é síntese dos conteúdos particulares dados pela experiência, e ainda da estrutura universal da razão que a é mesma para todos os homens.
Kant afirma que a realidade não é um dado exterior ao qual o intelecto deve se conformar mas, ao contrário, o mundo dos fenômenos só existe na medida em que aparece para nós e, portanto, de certa forma, participamos da sua construção.
Prosseguindo na sua análise da possibilidade do conhecimento, deparou-se com dificuldades 
	 
	insolúveis, quando questionou sobre as realidades da metafísica, tais como a existência de Deus, a imortalidade da alma, a liberdade e infinitude do universo. O filósofo definiu o conhecimento a priori como aquele que decorre do raciocínio e é independente da experiência.Quanto ao conhecimento a posteriori , afirma que é aquele de decorre da experiência.
Quanto ao conhecimento a posteriori , afirma que é aquele de decorre da experiência. O pensamento kantiano é conhecido como idealismo transcendental, ou seja, aquele que é anterior a toda experiência, pois chamava de transcendental "todo conhecimento que trata, não tanto dos objetos, como, de modo geral, de nossos conceitos a priori dos objetos".
	
	
 
 
Os principais kantianos no século XX são reexaminados por muitos autores na área da moral e da educação, como Piaget, Kohlberg ou Habermas; apesar de seguirem rumos e teorias diferentes, utilizaram-se muito dos parâmetros do filósofo alemão. Analisando os princípios da consciência moral, Kant afirmou que só o homem é moral porque tem a capacidade de atos de vontade, que são imposições incondicionais, absolutas, pois isto acontece quando a ação realizada visa ao dever pelo dever, não ao dever em troca de um beneficio.
Rousseau e Basedow influenciaram Kant, que destacou os aspectos morais sobre os intelectuais na 
 
Immanuel Kant seguia um processo para explicar o conhecimento que acaba em idealismo, pois, ainda que reconheça a experiência como formadora da matéria do conhecimento, é o espírito, graças às estruturas a priori, que constrói a ordem do universo. Portanto, queria afirmar que o conhecimento é o reflexo do objeto exterior, ou seja, é o próprio espírito que constrói o objeto do seu saber.
A importância de Kant para a filosofia foi muito grande, principalmente porque em sua época mostrou-se capaz de realizar uma grande síntese, e dar uma nova direção à filosofia, fato que não foi muito percebido na época.
 
educação, pois para ele deve-se mandar a criança primeiramente para a escola, com a finalidade de se habituar a observar pontualmente o que lhe é ordenado, e depois para aprender alguma coisa. Este tipo de educação não significa adestrar a criança para uma passividade e obediência, e sim ensiná-la a agir com planos e a submeter a uma disciplina, que chamou de "obediência voluntária", pela qual a criança é capaz de reconhecer que as exigências são razoáveis e superiores aos caprichos do momento. Para Kant, a coerção tem finalidade de propiciar liberdade ao sujeito moral, cabendo a cada aluno proceder a sua formação, aprendendo a "pensar por si mesmo".
	
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Kant afirma que "o homem moralmente livre é um fim em si mesmo, e não meio para coisa alguma, nem para ninguém nem mesmo para Deus".
O filósofo foi um dos representantes do Iluminismo, defendendo uma educação leiga própria do pensamento burguês, que confiava na reforma da sociedade através da educação.
Isto justifica a longa influência de suas idéias, que, especialmente na Alemanha, durante todo o século XIX, atingiram alguns setores da pedagogia, e adentraram também o século XX.
	Pense Nisso!
	
	Algumas idéias essenciais do Iluminismo: 
1.
O homem não é um depravado inato. 
2. 
O objetivo da vida é a própria vida, não a vida depois da morte. 
3.
A condição essencial para uma vida boa na terra é a libertação dos homens da ignorância e da superstição. 
4.
Se for libertado da ignorância e dos poderes arbitrários do Estado, o homem é capaz de progresso e perfeição. 
5.
Tudo está interligado, fazendo parte do grande sistema de uma Providência benevolente. 
	
	•
Jean Jacques Rousseau (1712-1778) nasceu em Genebra (Suíça) e viveu a partir de 1742 em Paris. Começou a ser um dos autores da Enciclopédia, mas acabou por se afastar dos filósofos vindo a defender, em vez da razão, os sentimentos como base da atitude teológica e política. Esta inovação veio a minar o fundamento intelectualista e determinista do Iluminismo. Sob muitos pontos de vista, Rousseau assemelhava-se às suas próprias idéias: era original, difícil, brilhante e por vezes estava completamente errado. Era além disso intratável, apaixonado, poético e ocasionalmente paranóico. Ao contrário de alguns filósofos, no entanto, nunca foi monótono. 
•
Immanuel Kant (1724-1804) nasceu em Königsberg, na Alemanha. Jamais se afastou de sua cidade natal, vivendo uma vida tranqüila dedicada à reflexão. Lecionou durante 40 anos na Universidade da cidade, se afastou por problemas de saúde. Entre suas principais obras, destacam-se: Crítica da Razão Pura, Crítica da Razão Prática e Crítica do Juízo. Quanto à educação, existem as anotações de seus alunos que receberam o nome de Sobre Pedagogia.
1) Que relação existe entre Iluminismo, burguesia e educação?
2) Que críticas Rousseau faz à educação de sua época? Qual sua proposta educacional?
3) Analise a afirmação de Kant: "o homem é o que a educação foi capaz de fazer dele".
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	O POSITIVISMO
	 
	 
	 
	Augusto Comte e o mundo contemporâneo.
No interior do iluminismo e da sociedade burguesa, no final de século XVIII, surgiram duas forças antagônicas: o movimento popular e socialista, e ainda o movimento elitista burguês, que chegaram no século XIX sob os nomes de marxismo e positivismo.
O termo positivo designa o real, em oposição a teologia ou a metafísica para a explicação do mundo. Com isto o positivismo acabou estabelecendo uma nova fé, a fé na ciência, que subordinará a imaginação científica à pura observação empírica.
O francês Augusto Comte (1789-1857) foi o maior representante do positivismo, tido como o pai da sociologia, definindo-a como uma física social, aplicando a ela os modelos da biologia, e explicando a sociedade como um organismo coletivo. Portanto, o 
	 
	Diálogo: (Aluno e professor de filosofia) 
Aluno: Qual é a definição de filosofia positiva?
Professor: Bem, não é um sistema metafísico, nem uma explicação das essências...
Aluno: Por favor, professor, poderia ser um pouco mais positivo?
Professor: Comte preocupava-se apenas com fatos e usava apenas métodos científicos.
Aluno: Professor, Comte portanto afirmava ser a ciência mais importante que a metafísica, ou seja, esta seria uma tolice?
Professor: Naturalmente, pois o positivismo acreditava que só a ciência tinha poder de trazer algum benefício à sociedade.
"Todos os bons espíritos repetem, desde Bacon, que somente são reais os conhecimentos que repousam sobre fatos" Comte 
	 
	indivíduo está submetido à consciência coletiva, restando-lhe pequena possibilidade de intervenção nos fatos sociais.
Comte combatendo o espírito religioso, propôs uma instituição a qual chamou de "religião da humanidade" em substituição à Igreja.
	Estudando o desenvolvimento total da inteligência humana, nas suas diversas esferas de atividade, desde o início até a sua época, acreditava ter descoberto uma lei fundamental solidamente estabelecida, quer na base de provas racionais fornecidas pelo conhecimento, que na base de verificação histórica do exame atento do passado. Esta lei consistia em cada uma das concepções principais e conhecimentos, passando sucessivamente por três estados históricos diferentes:estado teológico, onde tudo era explicado pelos poderes divinos; estado metafísico, onde tudo se explicava através das essências, e forças abstratas dos poderes divinos; e o estado positivo, onde leis científicas explicam tudo.
Segundo Comte, a lei dos três estados, confirmariam que em cada homem as fases históricas se reproduziriam, os seja, que cada individuo repetiria as
	 
	
	 
	fases da humanidade. Assim sendo a primeira fase, a da infância a aprendizagem não deve ter caráter formal, e se transformará gradativamente o fetichismo natural inicial numa concepção abstrata do mundo; na segunda fase, adolescência e juventude, o indivíduo entrará em contato com o estudo sistemático das ciências; e na terceira fase, o homem já em idade madura, chegará ao estado positivo, passando pelo metafísico.
	 
	Augusto Comte, fundador da Sociologia como ciência, afirmava que esta articularia as mudanças sociais a ponto de transformar-se na política que guiará as outras ciências, "regenerando, assim, por sua vez, todos os elementos que concorrem para sua própria formação". Assim é que, em nome da humanidade, a sociologia regerá todas as ciências, proibindo, as pesquisas inúteis.
	O lema de Comte sempre foi "ordem e progresso". Acreditava que para progredir era preciso ordem, e que a pior ordem é sempre melhor do que qualquer desordem. Portanto, o positivismo tornou-se uma ideologia da ordem, da resignação e, contraditoriamente, da estagnação social. Para os pensadores positivistas, a libertação social e política passava pelo desenvolvimento da ciência e da tecnologia, sob o controle das elites.
O positivismo nasceu como filosofia, portanto interrogando-se sobre o real e a ordem existente; mas, ao dar uma resposta ao social, afirmou-se como ideologia.
	 
	Esta tendência cientificista do positivismo projetou-se na educação com o desenvolvimento da sociologia da educação, pois Comte não acreditava na especificidade metodológica das ciências sociais em relação às ciências naturais. O marxismo criticará esta sua identificação entre as duas ciências.
A expressão do positivismo no Brasil inspirou a Vela República e golpe militar de 1964. Segundo essa ideologia da ordem, o país não seria mais governado pelas "paixões políticas" mas pela racionalidade dos cientistas desinteressados e eficientes; os tecnocratas.
O pensamento positivista caminhou, na pedagogia, para o pragmatismo que só considerava válida a formação utilizada praticamente na vida presente, imediata. Apesar do pouco entusiasmo que os educadores progressistas brasileiros demonstraram pelo pensamento pedagógico positivista, devido as suas implicações político- ideológicas, ele trouxe muitas contribuições para o avanço da educação, principalmente pela crítica que exerceu sobre o pensamento humanista cristão. No Brasil, o positivismo influenciou o primeiro projeto de formação do educador, no final do século passado. O valor dado à ciência no projeto pedagógico justificaria maior atenção ao pensamento positivista. É inegável sua contribuição ao estudo científico da educação.
	O positivismo procurava ser rigoroso. Os seus fundamentos eram:
1.
Na natureza existem leis que podem ser conhecidas, 
2.
Na natureza não se podem conhecer as causas das coisas. . 
3.
As proposições que não podem ser reduzidas em última análise à afirmações fatuais simples, especiais ou gerais, não têm um sentido real ou inteligível. 
4.
Só é possível conhecer as relações entre fatos. 
5.
A causa principal da mudança social é o desenvolvimento intelectual
	 
	 
	 
	 
	 
	•
Comte organizou todo o campo de estudo científico, numa ordem e sucessão que correspondia a seguinte classificação: Matemática, astronomia, física, química, biologia e sociologia, portanto, toda a ciência nova depende da precedente sem a ela se reduzir. O sociólogo deve conhecer o essencial de todas as disciplinas que precedem à sua. Ainda o positivista afirmava que, a especialização do sociólogo é ter conhecimento da totalidade do saber. Isto significa que o sociólogo é idêntico ao próprio filósofo , ou seja, um especialista em generalidades.
	Pense Nisso! 
	 
	Augusto Comte nasceu na França em 1798 e morreu em 1857. Estudou na escola politécnica de Paris, onde recebeu influência de alguns intelectuais, entre os quais o matemático Joseph-Louis Lagrange (1736-1813) e o astrônomo Pierre Simon de Laplace (1749-1827). Foi secretário de Sainet-Simon de quem seguiu a orientação para o estudo das ciências sociais e as idéias de que os fenômenos sociais como os físicos podem ser reduzidos a leis de que todo conhecimento científico e filosófico deve ter por finalidade o aperfeiçoamento moral e político da humanidade. Sua principal obra é o Curso de filosofia positiva, composto de seis volumes publicados entre 1830 e 1842.
	O socialismo
	 
	 
	 
	O mundo contemporâneo e as idéias socialistas
Os socialistas: Marx e Engels
	 
	 
	 
	Socialismo utópico é um conjunto de ideais humanistas e reformadores de um grupo de filósofos e economistas utópicos da primeira metade do século XIX, que se baseia na crença de que a eliminação das desigualdades e a conquista da segurança econômica através da propriedade socializada dos meios de produção poderiam ser atingidas mediante a entrega, voluntária e pacífica, da propriedade privada pelos grupos que a detêm.
O socialismo, como teoria que defendia uma sociedade de iguais, teve autores que o defendia desde o século XVI, como Thomas More (Utopia) e Campanella (Cidade do Sol).
Ainda no século XVII, na Inglaterra, os niveladores (levellers) representados por pequenos proprietários e artífices, reivindicavam não propriamente a igualdade
	 
	Diálogo:
Engels: O capitalismo caracteriza-se pela propriedade privada e pela alienação.
Marx: Ainda a polarização cada vez maior entre a burguesia e o proletariado.
Engels: A industrialização dividiu o trabalho que o tinha como mercadoria.
Marx: O trabalhador vende a sua capacidade de trabalho pelo valor que este de fato tem, mas acaba produzindo mais do que esse valor, ou seja, um valor excedente. É a partir do excedente que o capitalismo realiza o seu lucro.
"Os filósofos não têm feito senão interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo." Marx 
	 
	econômica, mas o direito a qualquer cidadão de participar da lei por intermédio de seus representantes.
Na França no século XVIII, a massa do povo que assegurou com a burguesia a Revolução Francesa (1789) achava-se frustrada diante da pretensão da burguesia de exercer sozinha o poder. Surgiu aí a primeira expressão francesa de uma ideologia comunista de Gracchus Babeuf, orientado pelo princípio de igualdade. 
	O documento Manifesto dos iguais passou a mostrar a igualdade real inexistente exaltada na ordem da R.F. - liberdade, igualdade e fraternidade. Os babovistas defendiam que "todos os homens têm igual direito à satisfação das suas necessidades e ao uso-fruto de todos os bens da natureza, e a sociedade deve consolidar essa igualdade". Pela primeira vez foi colocada esta reivindicação de igualdade no terreno social. Portando, a crítica à desigualdade e a idéia da abolição da propriedade privada serão o ponto de apoio da argumentação dos socialistas utópicos.
No século XIX, mudanças profundas alteraram o teor das doutrinas de reforma social com a expansão da 
	 
	
	 
	economia, com a passagem da industrialização e do capitalismo de monopólio, e ainda o nascimento das organizações do proletariado.
As teorias que surgiram nesse século foram classificadas por Marx e Engels como socialismo utópico, contrariando o socialismo científico, apesar de não se negar a importância precursora dos franceses Saint-Simom (1760-1825), Fourier (1772-1837) e Proudhon (1809-1865). As idéias socialistas surgem diante do desenvolvimento de um capitalismo, cuja classe proletária cresce em tamanho, mas não tem acesso aos benefíciosda nova ordem econômica. São terríveis as condições do proletariado que enfrenta 
	 
	extensa jornada de trabalho mal remunerada, e mora com suas famílias amontoadas na periferia das grandes cidades.
Marx e Engels estabeleceram as bases do socialismo científico. A teoria marxista, ou materialismo histórico-dialético, foi elaborada com a influência e crítica de diversas tendências. Marx e Engels fazem uma crítica ao processo educativo baseado em classe, ou seja, questionam o caráter supostamente imparcial e objetivo de todo o processo educativo até então existente, pois explicam a educação conforme a economia, que é dominada pela classe dos exploradores burgueses capitalistas.
	Com a divisão do trabalho, dividiu-se o próprio homem e todas as suas potencialidades intelectuais e físicas. 
Tudo foi sacrificado em benefício do aperfeiçoamento de uma atividade única - a economia. À medida que se desenvolve a divisão do trabalho, o processo educativo separa os homens em operários e produtores. Portanto a educação passa para a superestrutura é monopolizada pelas classes dominantes, a burguesia, que num determinado momento foi revolucionária, mas depois tornou-se contra-revolucionária, na medida que a sua direção da produção e do Estado, sua justiça, sua ciência e sua cultura foram úteis e progressivas no início, mas em seguida degeneraram.
Uma vez determinada a separação entre o saber e o trabalho, resultante da divisão do trabalho, está lançada a base da educação como mercadoria que estará a venda e poderá ser comprada, confirmando uma classe detentora do saber e por isso mesmo monopolizadora de recursos materiais e intelectuais. Portanto, a maioria pobre e ignorante se prestará a ser enganada pelos ricos que dominam todos os recursos e farão dos proletários uma classe de oprimidos e alienados dos meios de produção.
Somente como ditadura mundial comunista, revolucionando todas as relações materiais, o processo educativo se libertará da sua parcialidade e das mentiras da classe dominante.
	 
	Ao se apropriar das superestruturas intelectuais, a burguesia passa a monopolizar a cultura do passado, do presente e do futuro. Esta sociedade dominante cria mecanismos sociais e divisão de trabalho baseado em talentos, prestígios e altos salários, explorando as massas incultas e mal remuneradas justificado pelo baixo conhecimento. Portanto, fica claro para Marx e Engels que a classe que dispõe dos meios de produção material dispõe também dos meios de produção intelectual. Para Marx e Engels, deve surgir como exigência da própria exigência materialista uma nova ordem em que o indivíduo possa se desenvolver num processo educativo de forma humana superior, ou seja, um homem social cujo desenvolvimento se identifique com o de toda a sociedade, desprovida para isso de todos os entraves, representados pela divisão de trabalho, das classes, do dinheiro, do Estado, etc.
	Marx e Engels admitiam que a classe do operariado portava uma cultura do futuro, apesar de a burguesia valorizar e impor a sua cultura, tida como erudita e superior.
A educação da sociedade capitalista baseava-se num racionalismo burguês, no qual a elite esclarecida estabelecia as normas e restava à massa segui-las sem discussão. Uma minoria detinha o domínio do conhecimento científico, que atendia seus interesses econômicos, e a maioria sequer tinha o direito de escolha em função de ser despossuída de condições materiais.
As péssimas condições de trabalho, apoiadas por um sistema de educação excludente, inibem o desenvolvimento da consciência de classe do proletariado, embrutecendo e debilitando ao mesmo tempo o corpo e o espírito.
Diante da tal situação, Marx e Engels propõem uma solução que consiste em fazer uma total inversão das concepções burguesas, e uma negação dos ídolos que são o Estado e o indivíduo, e ao mesmo tempo 
	 
	retirar a propriedade e o parisitismo individual que complementam esses ídolos. 
Daí cria-se uma sociedade em que a livre expansão de cada indivíduo constitui a condição do livre desenvolvimento de todos. Propõem uma sociedade sem classe dominante, para impor educação inculcadora e alienante que visa à apropriação privada e promoção social.
Cria-se então uma educação de acordo com a socialização da produção, preparando um homem fruto da revolução, e não de um processo alienado e alienante, um homem realmente social.
Portanto, acreditavam que existiam tarefas para os educadores na ação revolucionária, como democratização do ensino (universal), escola única (não dualista), isto é, sem distinção entre formar e profissionalizar.
Ainda se preocuparam com a valorização do pensar e do fazer, e o saber deveria ter a função de transformar o mundo.
	Pense Nisso! 
	 
	•
O socialismo é um conjunto de doutrinas de fundo humanitário que visam a reformar a sociedade capitalista para diminuir um pouco as suas desigualdades - conceito de Houaiss no D.P.L.P. 
•
O conhecimento de Marx das realidades da vida proletária deveu-se bastante à experiência pessoal de Engels enquanto proprietário de uma empresa têxtil de Manchester, e pela importante obra intitulada A Condição da Classe Operária em Inglaterra (1844).
•
Adam Smith (1723-1790), inglês e economista, até 1746 dedicou-se aos estudos de Ciências Políticas e Lingüística. Sua obra principal: Riqueza das Nações.
•
Karl Heinrich Marx (1818-1883), alemão, filósofo e economista. Foi o ideólogo do comunismo científico e a organização do movimento proletário internacional. Sua obra principal: O Capital.
•
Friedrich Engels (1820-1895), alemão e filósofo. Com Marx, escreveu Manifesto do Partido Comunista e Do Socialismo Utópico ao Socialismo Científico. Ainda escreveu A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado.
•
François Noel Babeuf (1760-1797), francês, agitador e um dos pioneiros do socialismo. Sua doutrina recebeu o nome em português de "babovismo".
	Fenomenologia e Pedagogia
	 
	 
	 
	A palavra fenomenologia vem do grego phainomai, que significa o que aparece. Portanto, preocupar-se com o fenômeno não é contemporâneo, e sim foi interesse dos primeiros pensadores gregos. No século XIX e início do XX, surgiu a concepção fenomenológica, na Europa e na América, como uma tendência, um instrumento de construção do conhecimento diante da crise cultural e espiritual na tentativa de superação das concepções empirista e racionalista, em que o homem é um ser destituído da realidade e separado do mundo. A fenomenologia defende uma íntima relação entre as coisas, entre o homem e o mundo.
Edmund Husserl (1859-1938) entendia que havia dois tipos de ciência: a dos fatos e a das essências, compreendendo que a vida e suas formas de expressão possuem uma essência universal e extratemporal . Diante disso, a fenomenologia preocupou-se com o que aparece e o que está escondido nas aparências, portanto ela trata dos objetos do conhecimento como aparecem, isto é, como se apresentam à consciência, não se restringindo ao mero conhecimento intelectual, mas é geradora de intelectualidades não só cognitivas, como afetivas e práticas, dando sentido e significado a todas as coisas do mundo. 
	 
	Diálogo:
O filósofo Husserl e Fritz (cidadão alemão)
Fritz: Filósofo, devemos aceitar cegamente naquilo que o mundo nos oferece?
Husserl: Não. No mundo, as essênciais são acrescidas de acidentes enganosos.
Fritz: Como assim? 
Husserl: O importante não é a coisa existir ou não, o como ela existe no mundo. O que importa, é a maneira pela qual o conhecimento do mundo acontece com intuição, o ato pelo qual a pessoa aprende imediatamente o conhecimento de alguma coisa com que se depara.
Fritz: Então para a fenomenologia os processos mentais são empíricos?
Husserl: Não! O método fenomenológico de obter conhecimento não é empírico, pois ele procura transcender os objetos, focar-se na experiência propriamente dita.
"Use sempre a primeira pessoa. A única coisa segura é o conhecimentoda nossa própria consciência"
	A fenomenologia contribui muito para reconhecer na educação a preocupação antropológica, portanto o método orientado pela fenomenologia procura descrever e interpretar os fenômenos, os processos e as coisas pelo que elas são, sem preconceitos, ou seja, é mais que um método - é uma atitude.
O emprego do método fenomenológico é indispensável para a compreensão dos fenômenos estudados, afirmando que a existência do ser humano 
	 
	não é igual à de outra coisa qualquer. Sua existência está sempre sendo, se formando, portanto, não é estática. Diante disso, ainda afirma que o homem precisa decidir-se, comprometer-se, escolher e encontrar-se com o outro.
Essa proposta provocou um grande movimento de renovação na educação. O sentido da educação, para esta filosofia existencial, consiste em afirmar a existência concreta da criança, aqui e agora.
	 
	 
	 
	 
	 
	Gestalt
	 
	 
	 
	 
	 
	A fenomenologia fundamentou a Gestalt, ou psicologia da forma, representada pelos alemães Köhler (1887-1967) e Koffka (1886-1941), que criticaram o empirismo, e defenderam as idéias resultantes da associação e percepções formadas pelas sensações. Portanto, o mundo percebido pela criança seria uma grande confusão de sensações, cujos fragmentos seriam ligados arduamente pelo processo de associação, pelo qual se organizaria o mundo em percepções e depois em idéias. Os gestaltistas afirmam não haver excitação sensorial isolada, mas complexas, em que o parcial é função do conjunto. Isto que dizer que o objeto não é percebido 
	 
	em suas partes, para ser depois organizado mentalmente, pelo contrário, ele é percebido na totalidade (na sua forma, na sua configuração), e só depois se atentará para os detalhes. 
Para a Gestalt, o conjunto é mais que a soma das partes, e cada elemento depende da estrutura a que pertence. Como exemplo, temos uma melodia que, ao ser executada, não se percebe inicialmente as notas que a compõem e, mesmo ouvindo-a em outro tom, podemos reconhecê-la. No entanto, se uma nota for alterada, altera-se o todo, ou seja, a uma mudança estrutural na melodia.
	
	A percepção, para os gestaltistas, não se faz a partir dos elementos para a totalidade, mas do todo para as partes. Experiências foram elaboradas por Köhler, observando os chimpanzés elaborando soluções para apanharem bananas colocadas fora de seu alcance. Köhler atribui a solução encontrada ao insight (intuição, iluminação súbita) que ocorreu quando o animal percebeu como um todo o espaço onde se encontrava, relacionando, num mesmo campo, a fruta e o bambu utilizado para alcançá-la. 
O resultado das descobertas gestaltistas se tornaram importantes para a educação, pois passou-se a recusar o exercício mecânico, a memorização e repetição como processo de aprendizagem. O importante na aprendizagem passou a ser o esforço do aluno na compreensão da situação vivida em seus múltiplos aspectos, ou seja, experiências ricas e variadas levam o aluno ao amadurecimento e o surgimento do insigth.
Portanto, o conhecimento na Teoria da Estrutura, formulada pelos gestaltistas, defende um conceito fundamental de que um conjunto não é a soma das partes, pois estas dependem da posição que ocupam na totalidade do conjunto.Isto quer dizer que a estrutura é diferente do simples conjunto aditivo, pois é dotada de propriedades novas que não se explicam a partir dos componentes que formam a totalidade. 
	 
	
Cada estrutura tem a sua individualidade própria, podendo ser forte ou fraca, de acordo com o grau de dependência que delas participam. A Teoria da Estrutura: no processo do conhecimento, as estruturas, os objetos, os seres em geral são portadores não só de determinadas configurações geométricas, mas também de valores. Percebe-se e se capta os objetos em uma situação existencial, portanto em condições afetivo-emocionais, que não são projeções do sujeito, mas por ele captadas. São apreendidos como algo possuído pelo objeto e não como algo que lhe é acrescentado de fora.
	
	
 
 
A pregnância (boa forma), lei ou princípio geral da Gestalt, dirige a percepção de organização estruturais de maneira que ela sempre procura o melhor dos meios de captar a estrutura. Dessa lei decorrem as da proximidade, da semelhança, do destino comum, da melhor direção, etc. São leis que governam o processo total do conhecimento, que formam as condições a priori da sua realização.
Entre os filósofos que tiveram a fenomenologia como base para os seus conceitos e idéias existencialistas, e influenciaram a educação, destacamos: Martin Buber (1878-1966), Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), Emmanuel Mounier (1905-1950), Jean-Paul Sartre (1905-1980), Georges Gusdorf (1912), Paul Ricoeur (1913) e Claude Pantillon (1938-1980). 
	
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	Pense Nisso! 
	 
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Martin Buber (1784-1966) nasceu em Viena e faleceu em Jerusalém. É considerado o mais importante filósofo da religião no nosso tempo. Mediador entre o judaísmo e o cristianismo. Foi um notável representante do existencialismo.
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Marilena Chauí, no seu livro Filosofia, afirma que, do ponto de vista das teorias do conhecimento, há três concepções principais sobre o papel da percepção: 
 
1. 
nas teorias empiristas, a percepção é a única fonte de conhecimento, estando na origem das idéias abstratas formuladas pelo pensamento
 
2.
nas teorias racionalistas intelectualistas, a percepção é considerada não muito confiável para o conhecimento porque depende das condições particulares de que percebe e está propensa a ilusões, pois freqüentemente a imagem percebida não corresponde à realidade do objeto.
 
3.
na teoria fenomenológica do conhecimento, a percepção é considerada originária e parte principal do conhecimento humano, mas com uma estrutura diferente da do pensamento abstrato, que opera com idéias.
	O Pragmatismo - Escolanovismo
	 
	 
	 
	O Pragmatismo foi uma corrente filosófica que surgiu no século XIX, entre pensadores norte-americanos e ingleses, para justificar o culto ao lucro e ao bem-estar material da sociedade burguesa. 
O pensamento pragmático opõe-se a toda filosofia idealista e ao conhecimento contemplativo, puramente teórico, portanto, é antiintelectualista, privilegiando a prática e a experiência.
A principal preocupação do pragmatismo foi encontrar soluções para os problemas metafísicos do conhecimento e da vida, apresentando um critério prático que consistia em tomar como verdadeiro tudo aquilo que se fizesse necessário e útil.
Os principais representantes do pragmatismo foram 
	 
	Diálogo: Professor e Aluno
Aluno: O que são as idéias para o Pragmatismo?
Professor: As idéias só são verdadeiras na medida em que ajudam o homem a entrar numa relação satisfatória com outras partes das suas experiências.
Aluno: Bem... em resumo, qual é o valor monetário da verdade em termos de experiência? Para que nos serve a verdade?
Professor: No final das contas, a versão do Pragmatismo é uma forma despretenciosa de dizer que os pensamentos são apenas instrumentos que nos ajudam a fazer coisas, e que a verdade é somente aquilo que nos é útil em termos práticos. Portanto, o Pragmatismo é apenas um método em que os pensamentos são um bom instrumento para a resolução de problemas.
	 
	Charles Sanders Peirce (1854-1914), William James (1842-1910) e John Dewey (1859-1952).
Charles Sanders Peirce, como criador da teoria pragmática, contribuiu muito com a lingüística, a semântica, a teoria da comunicação e a lógica. Deixou claro que crenças deviam ser regras de ação, e que o significado do pensamento decorria da conduta que ele pudesse orientar. Exerceu grande influência sobre W. James e J. Dewey.
	William James
	 
	 
	 
	 
	 
	Psicólogo e filósofo, foi um dos principais representantes do pragmatismo, e autêntico pioneiro no ensino e na pesquisa de psicologia, fazendo com que a mesmadeixasse de ser metafísica para tornar-se ciência de laboratório, próxima da Fisiologia e das ciências biológicas.
Somente a partir de 1898 começou a formular as bases do pragmatismo; comprovando sua teoria, mostrou que muitas idéias científicas, religiosas, filosóficas, políticas, sociais, ou mesmo de caráter pessoal, foram geradas como resultados das experiências.
Para James, no campo da moral, as relações humanas se fazem valiosas como forças de simpatia, 
	 
	
	 
	de amor e, ao contrário do tradicional racionalista, considerava normal e benéfica a manifestação do desejo e da vontade como determinante das escolhas, conforme as exigências da vida prática.
	 
	 
	 
	John Dewey e a Escola Progressista
	 
	 
	 
	Influenciado pelo pragmatismo de W. James, o filósofo J. Dewey identificou sua teoria como instrumentalismo ou funcionalismo.
Em suas obras Meu credo pedagógico e A escola e a criança, e na principal, Democracia e educação, tornou-se um dos maiores pedagogos americanos, contribuindo para a divulgação da escola nova.
	
	
 
 
O processo educacional deverá preparar o aluno para resolver por si próprio os seus problemas, e assim a escola deverá ser a própria vida da criança.
A escola progressista consistirá no constante crescimento da vida do aluno, pois aumentará o conteúdo da experiência e o controle que o mesmo terá sobre ela.
O esforço e a disciplina são para Dewey produtos de interesse do aluno, e caberá ao educador a descoberta dos mais diversos interesses de seu aluno, e só avançará na ampliação de seus poderes apoiando-se nesses interesses, e só assim a experiência adquire valor educativo, deixando de ser um artificialismo inútil.
 
 
 
 
 
Segundo Dewey, todo conhecimento é uma atividade dirigida que não tem um fim em si mesmo, mas está voltado para a experiência. Portanto, todas as idéias são hipóteses de ação e são verdades na medida em que funcionam como orientadoras de ação.
A educação deve adequar-se ao mundo e ser fator de progresso deste mundo. Afirma que o processo educativo tem dois aspectos: o psicológico, que deve exteriorizar as potencialidades do aluno, e outro social, que deve preparar para tarefas que o aluno desempenhará na sociedade. A escola então deverá harmonizar esses dois aspectos, em que o aluno encontrará significado dentro do seu ambiente social. 
 
As atividades manuais são importantes na medida em que auxiliem o aluno a resolver problemas concretos, desenvolvendo o espírito de comunidade, divisão de tarefas, estimulando assim a cooperação e o espírito social.
A escola deverá representar uma vida real para o aluno, como a que vive em sua casa, na rua, no campo de futebol, etc. Portanto, a disciplina dentro da escola deve surgir da própria vida escolar e ainda ser entendida como um todo, e não vir diretamente da autoridade do professor.
	
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	Diante de uma sociedade marcada pela Revolução Industrial e o ideal de democracia, Dewey pensa em preparar um aluno para a sociedade do desenvolvimento tecnológico e uma vida democrática, tornando a escola um instrumento deste ideal para que todos possam se beneficiar, isto é, a educação desempenhará a função democratizadora e equalizadora de oportunidades.
A pedagogia de Dewey é marcada pela oposição à escola tradicional, por ser inovadora, colocando o aluno como centro de interesse da educação, apesar de se tratar de uma teoria que representa os ideais liberais nunca colocando em xeque os valores da burguesia.
	 
	 
	 
	 
	 
	Escolas de métodos ativos: Maria Montessori e Ovide Decroly
	 
	 
	 
	 
	 
	Maria Montessori (1870-1952)
Médica italiana, fundamentou sua concepções pedagógicas defendo o potencial criativo da criança e o direito de receber uma educação adequada às particularidades da personalidade.
Em um bairro pobre de Roma, Montessori abriu uma escola em 1907, que chamou casa Dei Bambini; era freqüentada por crianças normais, mas a metodologia de ensino era baseada no trabalho de Montessori desenvolvido com crianças deficientes mentais.
Na casa, tudo tinha a dimensão da criança, desde as mesas, cadeiras, banheiros, armários, etc..., tudo era feito adequadamente de tamanho pequeno para facilitar às crianças liberdade de movimento e domínio sobre o ambiente.
	 
	Preocupou-se com a variedade e riqueza de material didático, como cubos, prismas, caixas de vários tamanhos, sólidos de diversas formas para serem encaixados, botões para serem abotoadas e desabotoados, superfícies lisas e ásperas com diferentes graduações, campainhas com diversos sons, cartões coloridos, e tantos outros materiais que serviriam para educar primeiramente os sentidos, que são a base do raciocínio.
O professor, para Montessori, não deve intervir diretamente na aprendizagem da criança, e sim dirigir as atividades propostas, procurando interferir o mínimo possível. Esse tipo de professor, trabalhando com esta metodologia, recebia o nome de diretor. Este método recebeu primeiramente o nome de "método da pedagogia científica aplicado à educação.
	Com o êxito da primeira escola, foram abertos muitos centros Montessorianos, onde os desenvolvimentos biológico e mental da criança eram trabalhados e desenvolvidos simultaneamente.
Surge uma nova relação entre o professor e o aluno, em que o professor é orientador, fazendo com que a criança corrija durante a aprendizagem seus erros normalmente, pois o método montessoriano procura harmonizar a interação das forças corporais, espirituais e intelectuais. Para isso acontecer, havia necessidade de que as crianças estivessem atentas e concentradas.
	 
	 
	 
	 
	 
	Ovide Decroly (1871-1932) 
Tivemos, no início do século XX, novas tendências pedagógicas que defenderam o abandono da educação tradicional, procurando entender a criança e suas necessidades.
O médico e educador Decroly, que inicialmente se interessava por crianças excepcionais, também fez parte do grupo de pedagogos que procurou formular uma nova metodologia educacional baseada em: criança e família, criança e escola, criança e mundo animal, que foram chamados por ele de "centros de interesse".
Decroly observou que as crianças percebem os objetos na sua totalidade, isto é, percebem os fatos e as coisas como um todo. Contrariando o método tradicional de ensino da leitura baseado em letras isoladas, palavras e frases, propôs um método global, sugerindo a iniciação da leitura por frases inteiras.
	 
	Para Decroly, a necessidade da criança gera interesse, daí os "centros de interesse" organizados pela escola deverem desenvolver atividades e aprendizagem, em que a criança passa por três momentos: observação direta das coisas (origem do estudo das ciências naturais); o da associação das coisas observadas no tempo e no espaço (da qual derivam a história e a geografia); e a expressão do pensamento da criança através da linguagem, do desenho, da modelagem e de outros trabalhos manuais.
Decroly ainda defendia que a sala de aula está em toda parte, e o tempo de duração de cada centro de interesse deve ser "flexível", orientado de acordo com os interesses, o desenvolvimento e as necessidades fundamentais das crianças que são: alimentar-se, proteger-se contra a intempérie e os perigos, e ainda agir através de uma atividade social, recreativa e cultural.
	
	Escola do trabalho: Georg Kerschensteiner e Célestin Freinet
	 
	 
	 
	 
	 
	Georg Kerschensteiner (1854-1932)
O alemão Kerschensteiner, influenciado por Dewey, da escola nova, desenvolveu uma educação preocupada com o trabalho, criticando o ensino livresco e memorístico, defendendo uma proposta educacional cujo produto teria função social, portanto o trabalho educativo não seria simplesmente um trabalho com sentido físico, mas também espiritual, de formação humana abrangente, voltado para valores individuais e, sobretudo, sociais.
O trabalho pedagógico supunha a predominância deinteresses objetivos, analisados pelo do critério da utilidade, apesar de não ser o único critério de valor, pois o valor objetivamente estimável e eterno é um valor de verdade, de moral e de beleza, em que o interesse prático e disciplina imposta pelas exigências na produção de algo devem funcionar com grande valor pedagógico.
Para Kerschensteiner, a escola tem três tarefas importantes para o desenvolvimento do aluno: educação profissional, moralização da profissão e, conseqüentemente, moralização da sociedade.
	 
	Propõe um método baseado nos estágios de desenvolvimento do interesse por meio da aquisição das técnicas elementares de ler, escrever e calcular, priorizando as atividades manuais.
Era fundamental para ele o trabalho, pois antes de tudo era um exercício para o homem se tornar útil, porque qualquer outra manifestação, como liberdade, espontaneidade, criatividade e autonomia deve subordinar-se ao dever para com o Estado. Portanto, a educação deve formar cidadãos úteis ao Estado. 
	
	Célestin Freinet (1896-1966)
O professor Freinet e seus colaboradores na educação seguiram, segundo a tradicional Sociologia francesa (Durkheim e outros), a crença de que a atividade natural da criança se desenvolve no grupo, ou seja, de forma cooperativa. Portanto, a criança não deve ser obrigada a tarefas não materiais, e nem deve ser entregue à atividade espontânea do jogo. 
Na obra A educação pelo trabalho coloca que a sociedade fundamenta-se sobre a exploração do trabalho, principalmente menos qualificado, e cabe à escola criar uma pedagogia social ou popular, opondo-se à pedagogia dos ricos liberais. 
	 
	
	 
	 
	 
	 
	 
	Como os pedagogos socialistas, preocupou-se muito com a educação popular. Valorizou muito a atividade manual e de grupo, pois estimulam a cooperação, a iniciativa e a participação, sendo para Freinet o trabalho a verdadeira fraternidade.
Freinet e seus seguidores criaram uma técnica pedagógica chamada de imprensa na escola, na qual a aprendizagem da gramática e dos conteúdos a ser pesquisados é feita de maneira original, porque o seu método está baseado na imprensa - o texto livre que o aluno elabora pode ser imprenso. 
	 
	Ainda existe a correspondência interescolar, coma qual se faz uma troca de textos entre alunos de diferentes escolas. Estimulam o aluno a desenhar de forma livre e criativa. Os cálculos são úteis, ou seja, são vivos, porque são levantados problemas à respeito do trabalho de imprensa.
O livro didático, diante desta proposta, foi substituído pelo livro da vida, elaborado pelos alunos com textos livres sobre a vida e a escola, baseados em consultas de professores e alunos, tanto em textos impressos, quanto em recortes de jornais, etc.
Para que este trabalho, com alunos e professores, desse resultado, propunha-se que o conhecimento verdadeiro pesquisado sempre fosse uma recriação baseada na curiosidade de coletar dados na elaboração do aluno e na discussão com o professor, debate que resulta numa expressão escrita.
Para a montagem de um texto impresso, são feitos cálculos e ilustrações com inúmeros desenhos. Além disso, há troca de informações entre alunos de classe diferentes a propósito da pesquisa, estimulando dessa forma a correspondência interescolar.
O método de Freinet espalhou-se por vários países europeus, como a França, Bélgica, Itália, Suíça, Alemanha e Áustria. Os governos desses países não deram apoio oficial a este tipo de educação, pois somente o interesse dos educadores se incumbiu de divulgar esta metodologia com espírito democrático, pois as atividades desenvolvidas em cada escola não são prefixadas, mas resultam de experiências de muitos professores em escolas diferentes, e estão sujeitas a mudanças de acordo com a construção dos alunos. O importante são as motivações ativas (o fazer e o expressar) e comunicar (as correspondências).
	Pense Nisso! 
	 
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O pragmatismo deriva da palavra grega prágma, que significa ação, e da qual deriva "prática" ou "prático". É uma teoria embasada no concreto, no real, e que consiste em buscar o que existe de forma prática em qualquer realidade.
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John Dewey nasceu em Burlington, nos Estados Unidos. Em 1884, doutorou-se em Filosofia e Pedagogia. Foi influenciado por Hegel e William James. Foi professor de filosofia e pedagogia na Universidade de Chicago, e foi nesta que realizou uma das mais importantes experiências para a pedagogia contemporânea. Criou a University Elementary School como escola-laboratório, que durante sete anos serviu de experiência às suas idéias pedagógicas com crianças de sete a treze anos. Influenciou Kerschensteiner, Decroly e outros. No Brasil, seu maior seguidor foi Anísio Teixeira.
	Teorias Socialistas
	 
	 
	 
	Antonio Gramsci (1891-1937), revolucionário italiano, ao analisar a instituição escola, na sua obra Os intelectuais e a organização da cultura, destacou particularmente dois textos intitulados: "Organização da escola e da Cultura" e "Para a investigação do princípio educativo".
Gramsci, ao criticar o marxismo oficial, desenvolveu importantes reflexões para se compreender o papel do intelectual na cultura geral e na educação.
O princípio educacional fundamental para ele era a capacidade do homem de se desenvolver intelectualmente e manualmente numa organização educacional única, estando ligada diretamente às instituições produtivas e culturais.
Para Gramsci, os intelectuais burgueses elaboraram um sistema convincente de idéias, que conquistaram a classe dominada, passando a aderi-las de forma convincente. Ainda coloca que a escola burguesa é
	 
	Diálogo: 
Filósofos Max Horkheimer, Eric Fromm, Theodor Adorno e Carl Grünburg (Escola de Frankfurt) 
Max: Temos de ultrapassar o abismo entre a teoria e a investigação empírica. Necessitamos de uma filosofia totalizadora.
Carl: Em última análise, necessitamos de uma nova teoria crítica.
Eric: Vocês acham que devemos também considerar a Psicanálise?
Theodor: Devemos considerar tudo o já dito e também levar em conta a herança de Hegel. 
"A face do Anjo da História está virada para o passado... Onde observamos uma cadeia de acontecimentos, ele vê apenas uma catástrofe... É arrastado para uma tempestade em direção ao futuro, mas os escombros que deixa atrás de si chegam aos céus. Essa tempestade é aquilo a que chamamos progresso".
Wallter Benjamim
	 
	classista, ou seja, prepara intelectuais e entra nas classes populares para agregar os que se destacam por assimilarem, através da cultura, os valores burgueses.
A classe dominada não consegue se organizar intelectualmente a respeito de uma própria visão do mundo, portanto, suas rebeliões são ineficazes.
	Os homens rebelados precisam se organizar de forma coerente e crítica, ligados à sua origem social através de suas experiências proletárias de luta política. Este movimento não pode existir sem a formação de uma camada de intelectuais, que represente a união entre a teoria e a prática (intelectuais denominados por Gramsci de intelectuais orgânicos).
Os intelectuais orgânicos não são somente os grandes teóricos, como Marx, Lênin ou Trotski, e os formuladores de estratégias políticas, e sim todos que defendem para as classes subalternas a concepção revolucionária de mundo, baseada na vida prática das massas, procurando elevar a consciência dispersa e fragmentada para uma concepção de mundo coerente e homogênea.
Portanto os intelectuais orgânicos são dirigentes e organizadores, e pertenceram a uma classe com 
	 
	consciência bem desenvolvida formada na sociedade civil, como os sindicatos e o partido dos trabalhadores. Esses intelectuais deverão criar uma contra-hegemonia, resistindo à inculcação ideológica da escola burguesa, não desconsiderando o importante papel da educação no projeto de democratização da cultura e do saber. Gramsci se preocupou com uma educação centrada no valor da escola, e na superação dicotômica existente entre o fazer e o pensar,entre a cultura erudita e cultura popular.
Propõe uma escola única, substituindo a escola classista burguesa, e em que todas as crianças desenvolverão capacidades intelectuais e manuais. Portanto, uma escola que coloque a criança em contato com o desenvolvimento tecnológico, não significando deixar de lado a cultura geral humanista e formativa. A teoria pedagógica progressista deve a Gramsci seus fundamentos.
	 
	 
	 
	As teorias críticas e as crítico-reprodutivistas
	 
	 
	 
	A escola de Frankfurt, na Alemanha, criou o Instituto de Investigação Social em 1924, cujo projeto consistia em modernizar o marxismo e a modernidade. Esta Escola foi responsável pela formulação da teoria crítica da sociedade, cujos temas principais foram os de natureza sociológico-filosófica sobre o autoritarismo, a autoridade, a família, a cultura de massa, o papel da ciência e da técnica, a liberdade. Os representantes desta escola são Max Horkheimer, Eric Fromm, Theodor Adorno, Carl Grünburg, Herbert Marcuse, Walter Benjamim e Leo Lowenthal. 
	O desenvolvimento da teoria crítica constituiu-se na tentativa de entender a obstinada sobrevivência do capitalismo e o desenvolvimento de uma sociedade de autoria. Com relação à Europa, o pessimismo da Escola de Frankfurt foi aumentado por aquilo a que chamavam de "sociedade de massas" americana.
Os filósofos Horkheimer e Adorno estenderam ainda as suas análises a englobar os Estados burocráticos da Europa oriental, pois a teoria crítica elaborada por eles viria a ser o baluarte contra a incorporação das classes trabalhadoras numa sociedade totalitária, e manifestou uma espécie de resíduo do pensamento revolucionário que manteve separado da sociedade, ou seja, uma espécie de memória filosófica.
Os representantes desta escola partiram da convicção
	 
	No mundo regido por cálculos, lucros e negócios, surge uma razão instrumental que não permite afetos, paixões, imaginação, enfim, impede a subjetividade.
A crítica feita pelos frankfurtianos à razão não significa caminhar para a irracionalidade, mas sim recuperar a razão para servir ao homem com a finalidade de sua emancipação.
As discussões são úteis para a educação e contribuem muito para se avaliar o papel dela na sociedade contemporânea, pois se faz necessária a recuperação do indivíduo autônomo e consciente dos seus fins. Os crítico-reprodutivistas fizeram uma crítica radical ao otimismo pedagógico do começo do século, demonstrando o quanto a educação reproduz a sociedade.
	 
	de que os ideais da razão emancipadora sonhada pelos iluministas do século XVIII ainda não foram atingidos, e muito pelo contrário, o homem, a natureza, a ciência e a técnica se encontram a serviço do capital. 
Desmistificam o progresso que dá ilusão de existir no homem uma tendência espontânea ao aperfeiçoamento, mas na verdade, em determinadas circunstâncias, pode estar caminhando para a barbárie, quando os fins humanitários, como compaixão, são substituídos por ódio e violência.
	 
	
	Bourdieu e Passeron escreveram a obra Os herdeiros e A reprodução, mostrando como a ação pedagógica das escolas burguesas transmite uma cultura dominante, a cultura da burguesia. Assim, o trabalho pedagógico passa a ser um processo de inculcação, criando nas crianças da classe dominada um habitus, ou seja, um sistema de princípios da arbitrariedade cultural, interiorizados e duráveis, formando nas crianças normas de conduta desejadas pela sociedade. 
Com esta ação pedagógica, as crianças vindas das classes inferiores e com hábitos diferentes têm dificuldades nas escolas e isso as leva ao fracasso. A teoria de Bordieu e Passeron deixa clara a noção de violência simbólica, através de um sistema educacional institucionalizado e burocratizado, impondo a cultura da classe dominante a todos os segmentos sociais.
	 
	 
	 
	 
	 
	As teorias progressistas
	 
	 
	 
	 
	 
	O termo progressista foi tirado do livro de Georges Snyders (1917), filósofo e educador francês, que escreveu os livros Pedagogia progressista, Escola, classe e luta de classes e Para onde vão as pedagogias não-diretivas? 
Snyders nestas obras faz uma crítica à educação contemporânea, e propõe uma pedagogia social e crítica, em que o professor deverá ter uma função política.
As teorias progressistas partem de uma análise crítica das realidades sociais, e afirmam as finalidades sócio-políticas da educação.
	 
	A pedagogia progressista é um instrumento de luta dos professores dentro de uma sociedade capitalista.
Um dos progressistas, Ivan Illich, propôs a contra-educação, uma descolarização a fim de que o aluno não mais reproduza a cultura dominante, sendo esta uma proposta radical dos teóricos reprodutivistas encontrada em alguns países.
A teoria progressista ainda enfatiza que as escolas devem se preocupar com o conteúdo, e que este esteja vinculado à vida do aluno, ou seja, de acordo com as necessidades sociais. A decisão sobre o que fazer, e para que fazer depende do contexto histórico.
	
	O papel do professor, diante da força da ideologia, é segundo Snyders dar "noções, formas de ação e atitudes aos alunos, que, deixados à mercê de sua espontaneidade, jamais chegariam por si mesmos".
Portanto, a pedagogia progressista no Brasil se apresenta com três tendências: a libertadora, conhecida como a pedagogia de Paulo Freire; a libertária, que propõe a auto-gestão pedagógica; a crítico-social dos conteúdos, que defende os conteúdos ao confrontar-se com as realidades sociais.
As pedagogias libertadora e libertária têm em comum o antiautoritarismo do Estado e a cultura dos dominadores, valorizando a experiência vivida do aluno como base da relação educativa. Valorizam o processo educacional grupal (assembléias, conselhos, eleições, reuniões, associações, etc), portanto, é uma prática educativa que somente faz sentido numa prática social 
	 
	concreta junto ao povo, razão pela qual se preferem modalidades educacionais populares "não formais". O maior representante da educação libertária no Brasil foi Maurício Tragtenberg, apesar de seu trabalho não ser propriamente pedagógico, mas de crítica das instituições em favor de um projeto autogestionário.
Quanto à pedagogia crítico-social dos conteúdos, a proposta é uma síntese superadora das pedagogias tradicional e renovada, valorizando uma ação pedagógica inserida numa prática social concreta; portanto, a escola deverá ser uma mediadora entre o indivíduo e o social, articulando a transmissão dos conteúdos e a assimilação ativa por parte do aluno, inserido num contexto de relações sociais em que o saber é criticamente reelaborado. Entre autores brasileiros que vêm desenvolvendo investigações relevantes sobre esta pedagogia, destaca-se Dermeval Saviani.
	 
	 
	 
	A experiência socialista
	 
	 
	 
	 
	 
	A educação popular foi um interesse prioritário nos países onde se realizou a revolução socialista, elaborada em teorias fundamentadas no marxismo, e pela garantia da universalização da escola elementar, gratuita e obrigatória, auto-organização dos alunos, valorização do trabalho coletivo, ligação entre escola e vida, e ainda trabalho manual e intelectual.
	Na Rússia, após a Revolução de 1917, o Ministério da Educação e os educadores Makarenko (1888-1939) e Pistrak introduziram alterações profundas pedagógicas com a finalidade de resolver o desafio de alfabetizar uma população com 80% de analfabetos, e transformar uma sociedade semifeudal em um país industrial moderno.
Pistrak, apoiado na experiência da escola Lepechinsky, escreveu Fundamentos da escola do trabalho, em que apresentou sua teoria pedagógica social, com a finalidade de uma educação para formar um novo cidadão da sociedade revolucionária. Foi uma proposta que defendia uma escola dinâmica, ativa, que preparasse o aluno para a ação, baseada na auto-organização dos estudantes, sem desvalorizar o papel do professor.
	 
	Diante de uma proposta pedagógica de superação entre a atividade intelectuale manual, o trabalho deveria ser real, útil e objetivo, desenvolvido numa proposta em que a teoria estivesse lado a lado com a prática. Sugere, dentro das escolas, vários trabalhos como o doméstico, o agrícola, o das oficinas, e também o burocrático chamado de improdutivo.
Em 1920, Anton Makarenko, importante pedagogo soviético, elaborou uma proposta educacional comprometida com a construção de uma sociedade socialista.
Ainda em 1920 ficou encarregado de criar uma colônia correcional para delinqüentes, órfãos, toxicômanos, prostituas e vagabundos legados pela Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e pela Guerra Civil (1918-1921).
	 
	 
	 
	 
	 
	
	 
	Foi um desafio frente a uma reeducação socialista, que o levou a escrever Poema Pedagógico, no qual descreve detalhadamente suas experiências com a individualidade, a violência, a autoridade do professor, reeducação para a coletividade, o trabalho, a disciplina e o sentido de dever. A educação exerceu importante papel na politização, formação politécnica, que não significava só profissionalização, mas também uma tentativa de unir o pensar e o fazer.
	
	A experiência de uma educação socialista passou a outros países, como a China, Cuba, Nicarágua e, ainda, países do Continente Africano.
Na China, após a Revolução de 1949, com a chamada "revolução cultural" de 1960, desenvolveu-se uma educação com o objetivo de evitar qualquer influência burguesa, por considerá-la desagregadora de uma sociedade que se propõe a ser revolucionária, no sentido mais amplo possível, abrangendo todas as questões sociais, políticas e econômicas.
Em Cuba, com a Revolução de 1959, o Estado propõe uma educação para todos, em que 20 mil estudantes secundaristas, professores e funcionários se encaminharam para a colheita de cana-de-açúcar, desenvolvendo atividades escolares, principalmente a alfabetização.
Para isso, o Estado castrista construiu instalações e converteu quase 70 quartéis militares em escolas, onde alfabetizadores voluntários levaram a educação a lugares distantes; em 1 ano o analfabetismo, com taxa de 23,6%, baixou para 3,9%, e em 1981 chegou a 
	 
	1,9%. O lema seguido era "si sabes, enseña, si no sabes: aprende". Currículos foram reformulados, baseados na discussão entre professores, com a finalidade de uma educação socialista.
Foram criados em todas as províncias semi-internatos, creches para crianças de trabalhadores, escola para deficientes físicos e mentais, e ainda se preocuparam com a formação de professores.
A partir de 1970, vários países descolonizados da África aderiram ao socialismo e introduziram uma educação revolucionária, apesar de terem tido grandes dificuldades pela miséria, e da variedade de dialetos e diferenças culturais entre as tribos que formavam cada nação.
Paulo Freire e sua equipe atuaram em Guiné-Bissau, com um projeto de alfabetização com trabalho de conscientização crítica dos trabalhadores.
Em 1978, na Nicarágua, 15 dias após a vitória sandinista sobre Somoza, iniciaram um projeto de erradicação do analfabetismo.
	Pense Nisso! 
	 
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Walter Benjamim (1892-1940) nasceu em Berlim e foi militante da "Juventude Livre", associação de estudantes que pretendia uma reforma espiritual das instituições e dos costumes na família, na escola, na igreja, na cultura, etc.
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Louis Althusser (1918-1990), filósofo francês, nasceu na Argélia. Passou a Segunda Guerra Mundial num campo de concentração alemão, e depois entrou para o Partido Comunista Francês, em 1948. Foi professor da Escola Normal Superior, formou uma equipe com a qual constituiu sua obra.
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Antom Semionovitchy Makarenko (1888-1939), além de escrever o livro Poema Pedagógico (1935), escreveu O Ofício dos Pais (1937), e Bandeiras sobre as torres (1939). As atividades pedagógicas de Makarenko aconteceram num momento pós revolucionário de muitas tensões e esperanças na Rússia. Suas posições pedagógicas resultam, por um lado, a ideologia revolucionária russa, e por outro lado uma coerência que foi levada até as últimas conseqüências, acreditando num princípio "coletivo de trabalho" e do "trabalho produtivo".
	Teorias Anti-autoritÁrias
	 
	 
	 
	O Estado autoritário possui uma organização burocratizada, dirigida por um único partido, capaz de controlar e unificar num projeto de ação toda a sociedade. Portanto é um Estado que se opõe a toda forma de democracia, mediante uma educação que anula os direitos e as necessidades do indivíduo, através de uma ideologia dos partidos-Estado.
A educação totalitária organiza-se em escolas, associações infantis e juvenis, e também na empresa. O totalitarismo como regime autoritário estatal desenvolveu-se na Itália com Mussolini a partir de 1922 (fascismo); na Alemanha com Hitler desde 1933 (nazismo); na URSS com Stalin depois de 1924; em Portugal com Salazar em 1932; e na Espanha com Franco desde 1939.
A educação nazi-fascista e na URSS 
O fascismo foi o primeiro a criar um sistema educacional, no início conservador; mas depois o nazismo organizou melhor e com coerência uma educação ideológica de massa, com princípios racistas e militaristas, que foi capaz de envolver os jovens através da família, da escola e das atividades extra-escolares. 
	 
	Diálogo:
Dois estudantes: Maria e Carlos
Maria: Marx e Stalin têm posições diferentes?
Carlos: Pelo que estudei, sim.
Maria: Marx defendia a ditadura do proletariado para a derrubada do Estado, e Stalin contrapôs a ditadura do partido único e do Estado forte.
Carlos: Ainda mais, Stalin se contrapôs a Marx, que defendia não só a abolição do Estado numa sociedade comunista e sem classes, enquanto Stalin defendia o poder do Estado e a absorção da sociedade pelo aparelho estatal e pelos órgãos do partido burocrático, cuja classe teria interesses e privilégios próprios.
Maria: O pior é que as idéias de Stalin não acabaram com a sua morte, pelo contrário, começaram a desaparecer no final dos anos 80 e início dos 90, porque a crise econômica que surgiu através do sistema provocou contradições sufocadas durante 70 anos. 
"Pode-se conseguir sucesso com noventa e sete por cento de aplauso público e três por cento de realizações sólidas". 
Benito Mussolini
	Stalin reformou a escola baseada na pedagogia do coletivo de Makarenko, mas manifestou tendências totalitárias com relação ao tempo livre dos jovens. Em geral, manteve viva uma escola de cultura, e não somente para inculcar ideologia.
No fascismo italiano de 1922 a 1943, foi organizada uma teoria sistemática escolar, uma educação extra-escolar, uma cultura popular e uma pedagogia específica para atender a ideologia.
No início, o programa escolar e educativo, baseado na Reforma de 1923 de Gentile, era conservador e rígido, separando escolas secundárias humanistas das técnicas, com um ensino superior através de exames elaborados pelo Estado para alunos que concluíssem os ciclos secundários nos liceus.
	 
	Com o advento do fascismo como regime, a partir de 1925, houve uma reforma profunda na educação, que lançou um livro de texto único para o ensino elementar (1929); o juramento dos professores universitários com respeito e fidelidade ao regime (1931); ensino religioso nas escolas secundárias (1929).
Militarizou a vida escolar e ideologizou os programas de estudo com sentidos fascista e racista. A Reforma Bottai foi a verdadeira reforma escolar pretendia por Mussolini, colocando o trabalho na escola elementar e escola média única. No plano extra-escolar, a proposta foi ampla e minuciosa, pois atuava nas associações para jovens, a fim de confirmar as idéias do regime em festas, competições, reuniões de propaganda e paradas militares, nos quais se exaltavam os princípios fascistas e a disciplina social.
	 
	 
	 
	 
	 
	
	 
	Hitler, em seu livro Mein Kampf, colocou a intenção militar da educação do novo Reich: "toda educação ministrada por um Estado nacional deve visar principalmente não a encher a cabeça de sapiência,mas a formar um corpo fisicamente sadio até à medula".
No fascismo, diante disso, houve um enfraquecimento da cultura, e através de uma forte ideologia deu-se grande ênfase à educação física.
	O condicionamento a todo custo, imposto pela formação nazista por parte do Partido Estado, criou um modelo educativo totalitário que manipulava e impunha uma formação segundo o propósito ideológico do Estado.
Foi comum, aos modelos de Estados totalitários, uma educação de massa tanto nas escolas, quanto nas famílias, no lazer, com finalidade de controle e socialização dos jovens, sendo o Estado o organizador e o fiador. 
Na URRS, surgiu um sistema educativo totalitário com Stalin, com princípio de escola politécnica do trabalho, 
	 
	unindo instrução e trabalho de fábrica. O sistema ampliou a cultura geral, substituindo a velha escola nacionalista e religiosa.
Foram criadas faculdades operárias, articulando escolas de cultura e escolas profissionais. Nas escolas de cultura, houve uma exaltação do estudo sistemático, subordinando o trabalho ao estudo e se afastando de métodos ativistas.
Em 1934, a escola elementar tornou-se de 4 anos; a escola média incompleta, de 7 anos; e a completa, de 10 anos. O trabalho foi abolido nas escolas em 1937.
	 
	 
	 
	 
	 
	Críticas ao modelo autoritário 
	 
	 
	 
	 
	 
	O modelo autoritário de Estado cometeu atrocidades em seus governos em todos os campos; na escola, aplicou-se uma doutrinação, ou seja, uma inculcação de valores passados pela ideologia; uma vigilância e censura na produção cultural, e muitas vezes silenciando forçosamente os intelectuais; e uma violência perpetuada pelas polícias secretas e nos campos de concentração, nos gulags, no confinamento e extermínio de dissidentes e o genocídio de judeus, ciganos, homossexuais e tantos outros.
	 
	Os filósofos de Frankfurt, entre outros a antropóloga Hannah Arendt, têm refletido sobre as causas do totalitarismo, tentando compreendê-las para que se possa evitar que a humanidade não passe pelos horrores que existiram neste sistema.
Precisa-se atentar para Estados que criam uma sociedade burocratizada e hierarquizada, cujas massas são facilmente manipuladas, se por motivo de desordem aderirem a ditos "salvadores da pátria".
	
	
 
 
Ainda é preciso criar sistemas educacionais que preservem o princípio de liberdade e auto-reflexão crítica.
Um dos inspiradores do movimento anti-autoritário foi Sigmund Freud (1856-1939), médico e cientista suíço que teve grande influência na educação. O pai da psicanálise influenciou os educadores, ao evidenciar a prática repressiva da sociedade e da escola em relação à sexualidade. Suas afirmações sobre os desajustes dos adultos, cuja origem se encontra nos conflitos e nas frustrações infantis, foram muito discutidas no início da Psicanálise.
 
 
 
Ainda é preciso atentar às sociedades injustas, onde a exclusão social se faz presente e seus membros julgam-se impotentes e agem de forma conformista. As soluções desses problemas se fazem urgentes no plano político e econômico, com a finalidade de evitar que continuem existindo as causas sociais que levam a humanidade à barbárie.
É preciso rever os estados totalitários e os democratas, e desenvolver uma reflexão crítica, que tanto uns como os outros pratiquem educação que dêem condições para a discussão dos valores, e que venham desenvolver uma conscientização sobre os Estados e suas populações.
 
Freud afirmava ser a educação um processo intencional de modelar. Portanto, a educação é um agente transmissor de princípio da realidade frente ao princípio do prazer, obrigando as crianças a renunciar aos impulsos e tendências naturais, acomodando o desenvolvimento do seu ego às exigências morais e culturais do superego repressivo.
Diante disso, a psicanálise sugere uma prática educativa não repressiva e respeitadora da criança. Uma experiência de escola livre foi a de Summerhill na Inglaterra, tendo à frente Alexander S. Neill (1883-1973), cujo princípio é o de afirmação da liberdade sobre a autoridade.
	
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	Propôs uma educação sem violência, acreditando que o homem nasce bom e crescendo em ambiente livre, sem direção autoritária, sem influência moral e religiosa, sem ameaças, somente conhecendo como limite o direito e a liberdade do outro. Somente este tipo de educação poderá transformar a criança num adulto feliz e bom. 
Ainda temos o educador Carl R. Rogers (1902-1987), que foi um terapeuta e pai da não-diretividade, defendendo que o clima psicológico de liberdade favorecia o pleno desenvolvimento do indivíduo. Valorizou a empatia e a autenticidade.
	 
	
	 
	 
	 
	Para ele, o processo educativo deveria centrar-se na criança, não no professor e muito menos no conteúdo pragmático; e ainda defendia que os princípios básicos do ensino e da aprendizagem são: a confiança nas potencialidades humanas, pertinência do assunto a ser aprendido ou ensinado, a aprendizagem participativa, a auto-avaliação e auto-crítica.
Temos também Henry Wallon (1879-1962), valorizando muito o meio físico e social para o desenvolvimento normal da criança, portanto, a criança é um ser social com a personalidade em desenvolvimento. Prestigiou muito a formação do professor, preocupando-se com uma ampla cultura psicológica, e uma atitude experimental que lhe permita tirar lições das experiências pedagógicas.
	Pense Nisso! 
	
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Totalitarismo - foi uma experiência política que aconteceu no século XX, entre os anos 20 e 40, realizado por 2 práticas políticas: o fascismo (originado na Itália), e o nazismo ou nacional-socialismo (originado na Alemanha). O Estado totalitário centraliza em si toda a organização da sociedade e todas as suas instituições, tendo controle absoluto sobre elas.
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Nazismo - Hitler era filiado a um partido na Alemanha denominado por ele de Partido Operário Alemão Nacional-Socialista (Nationalsozialistishe-Nazi). Portanto, nazismo é abreviação do nome do partido.
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Fascismo - Foi uma palavra inventada por Benito Mussolini, a partir de fascio, que significa feixe, e tem duplo significado: um feixe de machados e outro representa uma tradição popular do século XIX, em que a comunidade luta por seus interesses.
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Educação de massa - Conceito de Franco Cambi: "educação das massas não se elabora a partir do indivíduo, cultivando sua especificidade e singularidade, mas sim inserindo os indivíduos em estilos de vida e em concepções de mundo comuns, que justamente os agentes educacionais extra-escolar podem melhor e mais profundamente veicular nos indivíduos. Esta educação é comum aos estados democráticos, portanto, não é somente uma proposta dos estados totalitários".
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Alexander S. Neill - Nasceu na Escócia, trabalhou em escolas públicas como professor e diretor. Fundou a Escola Internacional Helleran na Alemanha. Quando retornou à Grã-Bretanha, fundou a escola experimental, o internato de Summerhill em 1924, estando em sua direção até a morte.
1) Quais são as características de uma educação autoritária?
2) Pontue as semelhanças educacionais da Itália, da Alemanha, da URSS no período autoritário dessas nações.
3) Faça uma crítica ao modelo de educação autoritário. 
	Tecnocracia
	 
	 
	 
	O mundo atual desenvolveu grandemente a ciência e a tecnologia, que passaram a determinar uma nova maneira de pensar e agir totalmente diferenciada de toda trajetória histórica da humanidade.
O homem no capitalismo industrial não está só comprometido com o conhecimento, mas tem por objetivo central dominar a natureza através da ciência e da tecnologia. 
Portanto, esta sociedade altamente desenvolvida está comprometida com grandes eixos de transformação, que são: o progresso tecnológico, como a informática, a bio-tecnologia, novas formas de energia e as telecomunicações; a internacionalização ou 
	 
	Diálogo:

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