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Ser budista é ser vencedor
Edição 1675 - Publicado em 16/Novembro/2002 - Página A4
Sebastiana: “Obrigada por acreditarem em meu potencial!”
Tenho 41 anos bem sofridos. Sou viúva, tenho três filhos — Rogério, de 23 anos, Suelen, de dezenove, e Edson Rangel, de onze — e pratico o Budismo de Nitiren Daishonin há dez anos, mas recebi o Gohonzon há sete. Relatarei minha vida antes e depois de conhecer o budismo. 
Nasci em uma família muito pobre. Perdi minha mãe aos dois anos de idade, ficando eu, meu irmão com quatro anos e meu pai. Ele nos criou sozinho diante de muitas dificuldades, pois não tinha profissão nem sabia ler. Morávamos em um sítio e vivíamos do plantio de arroz e farinha. Nossa comida era feijão com charque, farinha e arroz todos os dias. A roupa que usávamos eram doadas. Mesmo sem condições, meu pai fazia o possível para que estudássemos. Andávamos quatro quilômetros a pé para irmos à escola. Concluí a quarta série e para continuar os estudos teria de morar na cidade. Então, fui trabalhar de empregada doméstica, sem ganhar nada, somente para ter onde morar e assim continuar os estudos. 
Após dez anos, conheci meu “príncipe encantado”, um homem dez anos mais velho que eu. O homem dos sonhos de qualquer mulher — amigo, companheiro, compreensivo e ótimo amante. Casei-me novamente e tive o terceiro filho. Estava feliz, achava que todos os sofrimentos haviam acabado. Só queria curtir meu filho e meu marido. Mas a felicidade durou pouco. 
Como ele trabalhava em Rio Branco, no Acre, num final de semana ele vinha para Porto Velho, no outro eu ia para Rio Branco. Num desses fins de semana em que estava em Rio Branco, meu marido me disse que nosso casamento tinha terminado, pois tinha se apaixonado por outra mulher. Foi um golpe muito grande para mim. Fiquei desnorteada e, sem pensar, agredi-o fisicamente. Devido ao ferimento ele teve de ser internado num hospital, onde permaneceu por um tempo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Fui presa por tentativa de assassinato e saí sob custódia com a advertência de que se ele morresse eu seria presa. Felizmente isso não aconteceu, ele se recuperou, mas nosso casamento acabou. 
Nesse período, o destino mais uma vez se manifestou e descobri que meu amado e adorado pai estava com câncer linfático. Mais um golpe do destino. Lutei, lutei e lutei pela vida de meu amado pai. Ele recebeu quimioterapia e radioterapia, mas tudo foi em vão. Perdi meu pai, meu melhor amigo. 
Para mim restou somente tristeza e mágoa. Caí no fundo do poço com uma terrível depressão. Pensava constantemente em suicídio, estava sem rumo, perdi a vontade de viver, somente queria morrer. Foi justamente nessas circunstâncias que conheci o Budismo de Nitiren Daishonin por intermédio de uma vizinha chamada Vera. Vendo minha situação, ela me falou que tinha um “remédio” que curava todos os sentimentos negativos e sofrimentos e então me ensinou o Nam-myoho-rengue-kyo. Ela disse-me que recitando essas palavras, eu poderia mudar aquela situação. 
E assim foi. O Daimoku curou todas as minhas mágoas e ressentimentos. Desliguei-me do passado e renasci para a vida determinada a ser uma pessoa feliz, amada, respeitada e querida por todos. 
Hoje considero-me uma vencedora. Aos poucos fui ultrapassando e transformando os obstáculos. Mas, o mais importante, é que consegui transformar o meu “eu”, pois era uma pessoa extremamente pessimista. Só sabia reclamar, lamentar e me achava uma pobre coitada e que as coisas ruins somente aconteciam comigo. 
Hoje sei que todo sofrimento que passei e que enfrento são manifestações de meu carma negativo. 
Em 1999, determinei fazer três horas de Daimoku diariamente, e em 23 de setembro de 2002 completei quatorze milhões de Daimoku. Com isso, tenho conseguido concretizar grandes objetivos. Está é a receita para quem quer vencer qualquer problema — saúde, financeiro, familiar ou de vícios — e se tornar uma pessoa realmente feliz. 
Algumas vezes as dificuldades surgem, mas recitando Daimoku consigo ter força e sabedoria para ter equilíbrio. Como aconteceu em abril deste ano, quando fui pega de surpresa com o fim de um relacionamento amoroso de seis anos, acompanhado de um grave problema de saúde e a suspeita de estar com câncer uterino. Mas tudo não passou de um susto, pois não há nada que a recitação do Daimoku com fé e determinação não resolva. 
Hoje estou bem de saúde e agradeço as companheiras que fizeram Daimoku pela minha recuperação e me deram apoio e carinho diante dessa situação. 
Decidi que este ano é o da minha revolução humana e realizações pessoais. Então, lancei vários objetivos que estou concretizando um após outro. Em março, ao participar de uma atividade da organização, consegui superar uma grande dificuldade: retornar a Rio Branco, palco da grande tragédia ocorrida há dez anos, conforme já relatei. 
Estando lá, senti que esse problema já tinha sido superado, havia me libertado das amarras do passado. Participei das atividades e tudo foi maravilhoso. Foi como se estivesse no Rio Branco pela primeira vez. 
Outros objetivos conquistados foram a quitação de minha casa, que havia sete anos lutava para conseguir, e o ingresso de meus filhos na Universidade Federal de Rondônia. 
Eles sempre estudaram em escola pública e por diversas vezes não tinha dinheiro para que fosse à escola. Agora vejo que toda minha luta não foi em vão. Eles estão tomando novo rumo na vida e com certeza serão grandes valores para a sociedade. 
Ler os impressos é o combustível e a receita para ultrapassar todas as dificuldades do meu dia-a-dia. Isso é o mínimo que posso fazer para agradecer por ter conhecido esse maravilhoso budismo, que me faz ser a pessoa que sou hoje, feliz e vitoriosa. 
Finalizando, deixo aqui uma mensagem baseada em uma frase das escrituras de Nitiren Daishonin que diz: “Tudo depende de sua fé. Uma espada será inútil nas mãos de um covarde.” (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 1, pág. 276.) Há também um ditado popular que diz: “A fé remove montanhas.” Mas a fé vai além. Ela nos dá força para escalarmos as montanhas da vida e, ao chegarmos no topo, podermos gritar bem alto: “Sou um vencedor!” Isso é ser budista, é estar sempre acima de qualquer dificuldade. 
Nessa oportunidade, expresso minha eterna gratidão a Vera Lúcia, que me ensinou a receita da eterna felicidade, o Nam-myoho-rengue-kyo, ao presidente Ikeda que mesmo doente veio ao Brasil plantar a semente do budismo, às “mães do Kossen-rufu” Marina Nakajima e Margarida Midorikawa, que não medem distância para levar suas palavras de incentivos e carinho no cumprimento de suas missões, e a Terezinha China, que mesmo não estando mais nessa vida, me incentivou no momento mais difícil de minha vida. Agradeço também às minhas companheiras de luta da comunidade Rio Madeira e das demais comunidades, que sempre me incentivaram e acreditaram no meu potencial e que juntas continuamos lutando pelo Kossen-rufu de Rondônia. 
Esse é o caminho que escolhi e o que vou trilhar por todos os dias de minha vida. 
Obrigada, Mestre, por você existir.

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