Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Helmintoses 🪱 
por Isadora Trindade Quintino, monitora de Parasitologia 
 
 
Ascaridíase 
Agente etiológico: Ascaris lumbricoides 
Forma infectante: Ovo larvado L3 
(geo-helminto) 
Forma de contaminação: Ingestão dos 
ovos larvados presentes em água 
contaminada, frutas e verduras mal 
higienizadas, além de alimentos 
contaminados por moscas e baratas que 
transportam os ovos em suas patas. 
Órgão parasitado: Intestino delgado 
Ciclo biológico: Os ovos saem com as 
fezes e precisam de condições favoráveis 
no ambiente para se tornarem larvados 
(L3). Ao serem ingeridos, as larvas 
eclodem no intestino, migram pela 
corrente sanguínea até os pulmões, 
sobem pela árvore brônquica e são 
deglutidas, retornando ao intestino, onde 
atingem a fase adulta. 
Manifestações clínicas: Dependem da 
carga parasitária. Para que haja sintomas 
intensos, é necessária uma grande 
ingestão de ovos. 
➔ Apendicite (irritação e inflamação) 
 
➔ Oclusão intestinal (eliminação de 
vermes adultos pela boca, nariz ou 
ânus) 
 
➔ Dor lombar e abdome proeminente 
 
➔ Cólicas abdominais, náuseas e 
distensão intestinal 
 
➔ Desnutrição e abdome agudo 
(rompimento de alça intestinal) 
 
➔ Obstrução intestinal grave, 
podendo exigir cirurgia 
 
Diagnóstico: Exame parasitológico de 
fezes. 
Profilaxia: 
➔ Tratamento dos doentes 
 
➔ Ingestão de água fervida ou filtrada 
 
➔ Higienização correta de frutas e 
verduras 
 
➔ Controle de moscas e baratas 
 
➔ Saneamento básico e educação 
em saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
] 
Enterobiose 
Agente etiológico: Enterobius 
vermicularis 
Forma infectante: Ovos 
Órgão parasitado: Intestino grosso 
Forma de contaminação: Ingestão de 
ovos, principalmente por mãos 
 
 
contaminadas. É uma parasitose comum 
em ambientes domiciliares e escolares. 
Ciclo biológico: Os ovos ingeridos 
chegam ao intestino, onde se 
desenvolvem os vermes adultos. As 
fêmeas migram à região perianal durante 
a noite para depositar os ovos, que podem 
causar coceira e facilitar a reinfecção. 
Manifestações clínicas e complicações: 
➔ Prurido anal noturno (causado pela 
migração das fêmeas) 
 
➔ Ferimentos e infecções 
secundárias devido ao ato de 
coçar 
 
➔ Irritabilidade e insônia 
 
➔ Redução do apetite e da atenção 
 
➔ Nas meninas, pode causar 
vulvovaginite e até salpingite 
(quando o parasito migra até as 
trompas) 
 
Diagnóstico: Técnica da fita adesiva: 
pressionar uma fita na região anal e 
visualizar os ovos em microscópio. 
Profilaxia: 
➔ Tratamento dos doentes 
 
➔ Ferver roupas íntimas e lençóis 
diariamente 
 
➔ Manter as unhas curtas 
 
➔ Higiene e limpeza do ambiente 
domiciliar 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tricuríase 
Agente etiológico: Trichuris trichiura 
(geo-helminto) 
Hospedeiro: Homem (único) 
Forma infectante: Ovos 
Órgão parasitado: Intestino grosso 
Forma de contaminação: Ingestão de 
ovos em água e alimentos contaminados 
ou pelas mãos sujas. 
Ciclo biológico: Os ovos são eliminados 
nas fezes e, após o amadurecimento no 
solo, se tornam infectantes. Quando 
ingeridos, eclodem no intestino, onde os 
vermes adultos se fixam na mucosa 
intestinal. 
Manifestações clínicas: 
 Depende da carga parasitária. Casos 
leves são assintomáticos; nos graves: 
● Diarreia persistente e desidratação 
(principalmente em crianças) 
 
● Dor abdominal, tenesmo e 
emagrecimento 
 
● Eosinofilia, insônia, perda de 
apetite e nervosismo 
 
Complicações: Prolapso retal em 
infecções severas. 
 
Diagnóstico: Pesquisa de ovos nas 
fezes. 
Profilaxia: 
➔ Tratar os doentes 
 
➔ Lavar frutas e verduras 
 
➔ Beber água fervida ou filtrada 
 
➔ Higiene pessoal 
 
➔ Controle de insetos (moscas e 
baratas) 
 
➔ Saneamento básico e educação 
em saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ancilostomose 
Agente etiológico: Necator americanus e 
Ancylostoma duodenale 
Forma infectante: Larva filarióide L3 
(geo-helminto) 
Forma de contaminação: 
➔ N. americanus: penetração ativa 
das larvas na pele 
 
➔ A. duodenale: penetração ou 
ingestão de larvas em água, frutas 
ou verduras contaminadas 
 
Órgão parasitado: Intestino delgado 
Ciclo biológico: Os ovos eliminados nas 
fezes eclodem no ambiente, formando 
larvas (L1). Após duas mudas, tornam-se 
larvas filarióides (L3), que são infectantes 
e permanecem no solo úmido aguardando 
um hospedeiro. Após a penetração na 
pele, migram pela circulação até os 
pulmões, são deglutidas e chegam ao 
intestino, onde se tornam adultos. 
Manifestações clínicas: Relacionadas à 
carga parasitária. 
➔ Prurido e pápulas na pele (local da 
penetração) 
 
➔ Tosse seca, febre e eosinofilia 
 
➔ Mal-estar abdominal, náuseas, 
vômitos e diarreia 
 
➔ Cansaço e perda de peso 
 
➔ Em crianças: desnutrição, apatia e 
atraso no desenvolvimento 
 
➔ Em adultos: anemia severa, 
fraqueza e desânimo 
 
Diagnóstico: Pesquisa de ovos nas 
fezes. 
Profilaxia: 
➔ Tratamento dos doentes 
 
➔ Uso de calçados 
 
➔ Controle de larvas no ambiente 
 
➔ Saneamento básico 
 
➔ 
 
➔ Educação em saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esquistossomose 
Agente etiológico: Schistosoma mansoni 
Forma infectante: Cercária 
Forma de contaminação: Penetração 
ativa das cercárias na pele durante 
contato com águas contaminadas. 
Hospedeiro definitivo: Homem 
Hospedeiro intermediário: Caramujos do 
gênero Biomphalaria (B. glabrata, B. 
straminea, B. tenagophila) 
Características do hospedeiro 
intermediário: Vivem cerca de 1 ano, 
preferem águas paradas, brejos, córregos 
e poços rasos. Uma vez infectados, 
liberam cercárias por toda a vida, 
principalmente durante o dia, estimulados 
pela luz e temperatura. 
Ciclo biológico: Os ovos eliminados nas 
fezes liberam miracídios, que penetram 
nos caramujos. Dentro deles, se 
transformam em cercárias, que voltam à 
água e penetram ativamente na pele 
humana. No corpo, migram até o fígado e 
intestinos, onde os vermes adultos vivem 
e produzem novos ovos. 
Manifestações clínicas: Muitos casos 
são assintomáticos, mas podem ocorrer: 
➔ Febre, dor de cabeça e calafrios 
 
➔ Fraqueza, suores e falta de apetite 
 
➔ Dor muscular, tosse e diarreia 
 
Complicações: Os ovos que ficam presos 
no fígado provocam inflamação e fibrose, 
podendo evoluir para cirrose e até 
necessidade de transplante hepático. 
Diagnóstico: Exame parasitológico de 
fezes (método Kato-Katz) ou sorologia. 
Profilaxia: 
➔ Tratamento dos infectados 
 
➔ Diagnóstico periódico em áreas 
endêmicas 
 
➔ Saneamento básico 
 
➔ Evitar contato com águas 
contaminadas 
 
➔ Evitar exposição no horário de 
maior liberação de cercárias 
 
➔ Educação em saúde

Mais conteúdos dessa disciplina