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Apostila Episódio 02

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Assessoria de Inovação Tecnológica 
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APOSTILA EPISÓDIO 2 
1. INTRODUÇÃO 
 
Vivemos em uma era marcada pela complexidade, pela velocidade da informação e por 
mudanças constantes nas formas de viver, trabalhar, produzir e se relacionar. Nesse 
cenário dinâmico, a inovação não é mais uma opção — é uma necessidade estratégica. 
Não basta ter uma boa ideia: é preciso saber aplicá-la com propósito, visão de futuro e 
capacidade de adaptação contínua. 
O mundo contemporâneo exige novas respostas para velhos e novos problemas. As 
transformações não acontecem apenas no campo tecnológico — elas afetam o mercado 
de trabalho, o comportamento das pessoas, os modelos de negócio, as relações 
interpessoais e até o papel das instituições educacionais. Nesse contexto, compreender 
como a inovação acontece, por que ela falha ou se consolida, e como ela pode ser 
aplicada com responsabilidade e impacto social, é uma competência essencial para 
qualquer profissional do século XXI. 
Esta apostila foi desenvolvida para acompanhar o Episódio 2 da Trilha da Inovação, 
iniciativa do Centro Paula Souza, e tem como objetivo provocar uma reflexão profunda 
sobre o papel da inovação nos negócios, na sociedade e nas trajetórias pessoais e 
profissionais. A partir da análise de cases reais de sucesso e fracasso, o conteúdo 
promove uma leitura crítica das tendências que estão moldando o futuro — da 
inteligência artificial à sustentabilidade, da transformação digital à revolução na 
educação e na saúde. 
Mais do que oferecer conceitos, esta trilha propõe uma jornada: compreender os 
caminhos da inovação, distinguir descobertas, invenções e inovações, e desenvolver a 
habilidade de conectar ideias a contextos reais e relevantes. Inovar não é simplesmente 
seguir o que está em alta — é traduzir as transformações em soluções alinhadas ao seu 
tempo, ao seu território e ao seu propósito. 
 
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É tempo de assumir o protagonismo e de cultivar uma mentalidade inovadora. Que este 
material sirva como guia, provocação e inspiração para que você pense diferente, 
questione o óbvio e construa o novo com consciência e estratégia. 
2. CONCEITOS FUNDAMENTAIS: DA IDEIA À TRANSFORMAÇÃO 
 
Antes de mergulharmos na análise dos casos de sucesso e fracasso em inovação, é 
essencial compreendermos três conceitos fundamentais que, embora interligados, 
apresentam diferenças cruciais: descoberta, invenção e inovação. A clareza sobre esses 
termos é indispensável para quem deseja desenvolver uma visão estratégica e crítica no 
campo da inovação, do empreendedorismo e da gestão. 
Descoberta 
A descoberta refere-se ao reconhecimento de algo que já existia na realidade, mas que 
ainda não havia sido identificado ou compreendido plenamente. É um fenômeno que 
expande o campo do conhecimento, geralmente associado às ciências naturais ou à 
pesquisa básica. Um exemplo clássico é a descoberta da gravidade por Isaac Newton 
ou de novas partículas subatômicas no campo da física moderna. 
Segundo Schumpeter (1934), a descoberta por si só não representa inovação, pois não 
envolve necessariamente uma aplicação econômica ou social imediata. Ela é o ponto de 
partida para o conhecimento, mas não garante transformação. 
Invenção 
A invenção é o ato criativo de conceber algo novo, original e inédito, como um dispositivo, 
método, produto ou processo. Diferente da descoberta, a invenção é construída — ela 
não é encontrada, mas criada. Exemplos incluem a invenção do avião pelos irmãos 
Wright ou o surgimento do telefone por Graham Bell. 
No entanto, a invenção, assim como a descoberta, ainda não representa inovação. Como 
afirma Drucker (2006), muitas invenções permanecem sem utilidade prática ou falham 
ao serem levadas ao mercado. Para se tornar inovação, uma invenção precisa ser 
implementada com sucesso e gerar valor percebido. 
 
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Inovação 
A inovação ocorre quando uma descoberta ou invenção é transformada em uma 
aplicação prática, bem-sucedida e com impacto real no mercado ou na sociedade. Ela 
envolve necessariamente a implementação, o uso, a difusão e a geração de valor. Inovar 
é transformar conhecimento em resultado — econômico, social, tecnológico ou 
ambiental. 
Para OECD (2005), inovação é “a implementação de um produto (bem ou serviço), 
processo, novo método organizacional ou marketing novo que tenha sido efetivamente 
aplicado.” Já Christensen (1997) enfatiza que a inovação bem-sucedida é aquela que 
promove disrupção ou melhorias significativas nos padrões existentes de consumo, 
produção ou comportamento. 
Portanto, inovar não é apenas criar algo novo — é colocar em prática uma solução 
relevante, viável, escalável e, acima de tudo, desejada. É quando uma boa ideia encontra 
o tempo certo, o público certo e a estratégia adequada para gerar impacto. 
Saber distinguir descoberta, invenção e inovação é essencial para atuar de forma 
consciente e estratégica em um mundo cada vez mais orientado à transformação. 
Enquanto a descoberta amplia as fronteiras do conhecimento, a invenção dá forma ao 
novo, e a inovação coloca esse novo em movimento, gerando valor e impacto concreto. 
Compreender essa progressão é o primeiro passo para entender por que algumas ideias 
mudam o mundo — e outras não. 
 
 
 
 
 
 
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3. CASES DE SUCESSO EM INOVAÇÃO 
 
3.1. Netflix – O Poder da Adaptação Estratégica 
 
Poucas empresas ilustram tão bem o conceito de inovação estratégica quanto a Netflix. 
Fundada em 1997, a empresa começou com um modelo inovador para a época: aluguel 
de DVDs pelo correio, desafiando o domínio das tradicionais locadoras físicas, como a 
Blockbuster. 
O verdadeiro diferencial da Netflix, no entanto, não esteve apenas em sua ideia inicial, 
mas na sua capacidade de adaptação contínua. Ao observar atentamente o avanço das 
tecnologias digitais e o comportamento do consumidor, a empresa foi pioneira na 
transição para o modelo de streaming de vídeo sob demanda em 2007 — antecipando 
uma tendência que redefiniria toda a indústria do entretenimento. 
Na contramão, a Blockbuster, apesar de seu tamanho e recursos, resistiu à 
transformação digital, apostando na permanência de seu modelo físico, o que levou à 
sua falência em 2010. Já a Netflix se reinventou como plataforma tecnológica e produtora 
de conteúdo, transformando-se em um ecossistema completo de distribuição e criação 
de obras audiovisuais. 
Hoje, a Netflix está presente em mais de 190 países, com mais de 260 milhões de 
assinantes globais e um investimento anual superior a US$ 17 bilhões em conteúdo 
original (Statista, 2024). Produções como Stranger Things, The Crown e Round 6 são 
exemplos do seu sucesso global, consolidando a marca como referência mundial em 
inovação de modelo de negócio, experiência do usuário e inteligência de dados. 
Segundo Christensen (1997), inovação disruptiva ocorre quando empresas menores 
desafiam incumbentes ao introduzir tecnologias ou modelos que inicialmente parecem 
menos sofisticados, mas que conquistam novos mercados. Foi exatamente o que a 
Netflix fez: disrompeu a lógica tradicional da distribuição física e criou um novo padrão 
de consumo de conteúdo. 
 
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Além disso, conforme argumenta Kanter (2006), empresas inovadoras são aquelas que 
possuem corageminstitucional para abandonar modelos que já foram lucrativos, em prol 
da construção de novos caminhos. A Netflix encarna essa postura ao constantemente 
experimentar, testar e adaptar suas estratégias. 
✅ Lições Aprendidas: 
 
• A inovação exige flexibilidade estratégica e disposição para abandonar modelos 
consolidados. 
• Entender o comportamento do consumidor é essencial para antecipar movimentos 
de mercado. 
• O timing (tempo certo) é decisivo para o sucesso de uma inovação. 
• A inovação contínua — e não apenas pontual — é o que sustenta o crescimento 
de longo prazo. 
 
3.2. Apple (iPhone) – Inovação como Ecossistema 
A Apple é um exemplo emblemático de como a inovação vai além do lançamento de um 
produto e passa a representar uma estratégia de longo prazo, orientada pela experiência 
do usuário e pela criação de valor contínuo. 
Em 2007, a Apple lançou o primeiro iPhone, um dispositivo que combinava telefone, 
navegador de internet e player de música — tudo em um único aparelho com interface 
sensível ao toque e design minimalista. No entanto, o verdadeiro ponto de inflexão 
ocorreu em 2008, com a criação da App Store, que transformou o iPhone de um produto 
inovador em um ecossistema digital aberto, permitindo que desenvolvedores de todo o 
mundo criassem e distribuíssem seus próprios aplicativos. 
Esse movimento deu origem a uma nova economia digital — a dos aplicativos móveis — 
e modificou profundamente a forma como nos comunicamos, consumimos, nos 
 
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informamos e trabalhamos. Hoje, a App Store conta com mais de 1,8 milhão de apps 
ativos e já gerou mais de US$ 320 bilhões em receita para desenvolvedores, segundo a 
Apple (2023). 
Mais do que criar um produto revolucionário, a Apple demonstrou sua capacidade de 
construir um modelo de negócio baseado na inovação contínua, na integração vertical 
(hardware + software + serviços) e na fidelização do cliente por meio de uma experiência 
fluida e consistente. O iPhone, sozinho, representa cerca de 50% da receita total da 
empresa, que em 2023 superou US$ 383 bilhões em faturamento anual (Statista, 2024). 
A Apple também foi a primeira empresa a atingir valor de mercado de US$ 3 trilhões, 
consolidando sua posição como referência global em inovação e estratégia digital. 
De acordo com Moore (2006), empresas que constroem ecossistemas bem-sucedidos 
deixam de atuar isoladamente no mercado e passam a liderar comunidades de inovação, 
envolvendo desenvolvedores, fornecedores e clientes em uma rede de valor. É 
justamente esse modelo que permite à Apple crescer de forma sustentável, mantendo 
altos níveis de controle de qualidade e experiência do usuário, como destacou também 
Isaacson (2011) na biografia de Steve Jobs. 
✅ Lições Aprendidas: 
• A inovação não se resume ao produto, mas envolve a criação de um modelo de 
negócio escalável, sustentável e conectado. 
• Criar um ecossistema de inovação é mais poderoso do que oferecer uma solução 
isolada — quanto mais valor agregado, maior a fidelização. 
• A experiência do usuário deve ser o centro de qualquer estratégia de inovação — 
da interface ao suporte, da estética ao desempenho. 
 
 
 
 
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4. CASES DE FRACASSO EM INOVAÇÃO 
 
4.1. Kodak – Quando a Visão Não Se Torna Ação 
 
Durante grande parte do século XX, a Kodak foi sinônimo de fotografia. A empresa 
chegou a controlar cerca de 80% do mercado mundial de filmes fotográficos, tornando-
se uma das marcas mais valiosas e reconhecidas globalmente. Contudo, o que torna sua 
história emblemática não é apenas seu sucesso anterior, mas o fato de que a própria 
Kodak foi responsável por uma das inovações que mais impactariam sua derrocada: a 
câmera digital. 
Em 1975, um engenheiro da Kodak, Steven Sasson, desenvolveu o primeiro protótipo 
funcional de uma câmera digital. A tecnologia era promissora, mas a diretoria da empresa 
optou por engavetá-la, temendo que isso canibalizasse o modelo de negócios lucrativo 
baseado na venda de filmes e revelações (Sasson, 2007). 
Enquanto concorrentes como Sony, Canon e Fujifilm investiram pesado na digitalização 
da fotografia, a Kodak manteve seu foco no analógico e demorou para reagir às 
mudanças do mercado. Mesmo tendo lançado câmeras digitais no início dos anos 2000, 
já era tarde demais: a empresa havia perdido sua vantagem competitiva. Em 2012, a 
Kodak entrou oficialmente com pedido de falência nos Estados Unidos. 
Segundo Christensen (1997), empresas líderes muitas vezes falham ao inovar porque 
estão presas a seus modelos tradicionais e não reconhecem ameaças emergentes até 
que seja tarde demais. Esse fenômeno é conhecido como "o dilema do inovador" — 
exatamente o que ocorreu com a Kodak. 
✅ Lições Aprendidas: 
• Antecipar uma tendência não basta: é preciso agir com coragem e agilidade. 
• A inovação exige romper com o passado, mesmo que ele tenha sido lucrativo. 
• Empresas consolidadas também precisam se reinventar — ou serão superadas. 
 
 
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4.2. Nokia – O Gigante que Ignorou o Futuro 
 
No início dos anos 2000, a Nokia era a líder global em telefonia móvel, com mais de 40% 
de participação de mercado. Seus aparelhos eram conhecidos pela durabilidade, 
simplicidade e bateria de longa duração. No entanto, a revolução iniciada pela Apple em 
2007, com o lançamento do iPhone, marcou um divisor de águas — e a Nokia não estava 
preparada para acompanhá-la. 
Enquanto o mercado se movia rapidamente em direção a smartphones com telas 
sensíveis ao toque, sistemas operacionais inteligentes e lojas de aplicativos, a Nokia 
apostou na continuidade do seu sistema proprietário, o Symbian, pouco amigável ao 
usuário e de difícil adaptação para desenvolvedores. Além disso, demorou a reagir ao 
novo comportamento digital do consumidor. 
Em 2013, após uma série de decisões equivocadas e perda acelerada de participação 
no mercado, a Nokia vendeu sua divisão de dispositivos móveis para a Microsoft. O 
próprio CEO da empresa declarou na ocasião: 
“We didn’t do anything wrong, but somehow, we lost.” 
Essa frase resume o dilema de muitas empresas tradicionais: mesmo sem cometer “erros 
óbvios”, falharam por não se adaptar ao novo ritmo de mudança. 
Como afirmam Pisano (2015) e McGrath (2013), a inovação sustentável nas grandes 
organizações exige cultura de aprendizagem, aceitação de risco e mecanismos 
estruturados de adaptação constante — pilares que, à época, faltaram à Nokia. 
✅ Lições Aprendidas: 
• O sucesso passado pode se tornar uma armadilha, criando excesso de confiança. 
• Escutar o mercado é essencial: os consumidores mudam, e as empresas 
precisam mudar junto. 
• Inovar exige desapego do que funcionou — para abrir espaço ao que ainda pode 
funcionar melhor. 
 
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5. PARTE 2 – TENDÊNCIAS FUTURAS 
 
5.1 O que são tendências? 
 
Quando se fala em inovação, é comum associá-la ao futuro. No entanto, inovar não é 
prever o que virá — é compreender o que já está acontecendo de forma consistente e 
transformadora. Neste sentido, uma tendência não é uma previsão aleatória ou um 
modismo passageiro, mas sim um movimento sustentado por dados, comportamentos e 
sinais sociais, econômicos, tecnológicos e culturais. 
De acordo com o Fórum Econômico Mundial (2023), tendências são formadas a partir 
da convergência de múltiplos fatores — como avanços científicos, mudanças 
geracionais, transformações nos hábitos deconsumo e novas demandas ambientais ou 
éticas. Já segundo a McKinsey & Company (2024), organizações que sabem interpretar 
e se antecipar às tendências aumentam significativamente sua capacidade de inovar 
com propósito e relevância, criando vantagem competitiva sustentável. 
Empresas como Apple, Google, Tesla, Amazon, Nubank e Natura utilizam o 
monitoramento de tendências como uma ferramenta estratégica para lançar produtos, 
ajustar processos, modificar posicionamentos e ampliar sua conexão com os 
consumidores. Identificar e agir sobre essas tendências é, portanto, uma habilidade 
indispensável para quem deseja inovar de forma consistente. 
 
5.2 Megatendências segundo fontes globais 
 
Diferentes instituições de pesquisa e consultoria global publicam, anualmente, relatórios 
que apontam as megatrends — ou seja, tendências de longo prazo com alto potencial 
de impacto sobre negócios, mercados e sociedades. 
Veja a seguir algumas referências reconhecidas: 
• McKinsey & Company: Foca em tendências ligadas à produtividade, tecnologia, 
sustentabilidade e saúde. 
 
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• Fórum Econômico Mundial (WEF): Relaciona megatendências à geopolítica, 
transformação digital, impacto climático e futuro do trabalho. 
• WGSN: Especializada em tendências de consumo, comportamento e lifestyle, 
com foco em design, moda, cultura e valores emergentes. 
• Gartner: Apresenta anualmente as Top Strategic Technology Trends, com foco 
em inovação tecnológica, inteligência artificial, computação quântica, segurança 
e hiperautomação. 
Essas instituições ajudam a mapear não apenas o que está mudando, mas por que está 
mudando, como está impactando diferentes setores, e quais oportunidades podem surgir 
para quem acompanha esses sinais. 
 
5.3 Tendências em Destaque 
 
Com base nos relatórios mais recentes dessas instituições, destacamos cinco 
tendências que estão moldando o presente e abrindo portas para o futuro da inovação: 
 
Inteligência Artificial e Automação Avançada 
A IA saiu dos laboratórios acadêmicos e já está presente no cotidiano das pessoas: dos 
assistentes virtuais aos algoritmos de recomendação, dos diagnósticos médicos 
automatizados ao uso em processos industriais, financeiros e educacionais. 
Segundo a Gartner (2024), a IA generativa será responsável por transformar mais de 
70% dos modelos de negócios até 2026. Já a McKinsey estima que até 2030, até 800 
milhões de empregos no mundo poderão ser impactados por automação, ao mesmo 
tempo que novas funções surgirão com foco em análise de dados, criatividade e 
supervisão de sistemas inteligentes. 
 
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Desafios: regulação ética, impacto no mercado de trabalho e segurança de dados. 
Oportunidades: aumento da produtividade, personalização de serviços e novos negócios 
baseados em IA. 
 
Sustentabilidade e ESG como Diferencial Estratégico 
O conceito de ESG (Environmental, Social and Governance) tornou-se prioridade para 
investidores, governos e consumidores. A pressão por práticas sustentáveis exige das 
empresas não apenas discursos, mas ações concretas em relação ao meio ambiente, 
inclusão social e transparência institucional. 
Segundo o World Economic Forum (2024), empresas que não se adaptarem às 
exigências ESG estarão mais expostas a riscos regulatórios, boicotes de consumidores 
e perda de competitividade. 
Desafios: transição energética, gestão de resíduos, credibilidade nos relatórios ESG. 
Oportunidades: inovação em energias renováveis, produtos ecoeficientes, marcas com 
propósito. 
 
Economia Digital e Plataformas 
A digitalização dos serviços, acelerada pela pandemia, consolidou uma nova lógica de 
consumo baseada em plataformas digitais, marketplaces, superapps, bancos digitais e 
fintechs. A chamada plataformização da economia promove eficiência, conveniência e 
escalabilidade. 
A WGSN aponta que o futuro do consumo será cada vez mais imediato, 
hiperpersonalizado e gamificado. Empresas como Amazon, iFood, Rappi, Spotify, 
Mercado Livre e Shein são exemplos claros dessa lógica. 
Desafios: proteção de dados, concentração de poder nas Big Techs. 
Oportunidades: criação de nichos, uso de dados para personalização, novos modelos de 
negócio. 
 
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Educação do Futuro e Lifelong Learning 
O modelo tradicional de educação está sendo substituído por abordagens mais flexíveis, 
modulares e digitais. O conceito de aprendizado ao longo da vida (Lifelong Learning) 
exige novas plataformas, certificações rápidas, aprendizagem baseada em projetos e 
uso intensivo de tecnologia. 
A McKinsey (2023) destaca que as competências mais demandadas no futuro não serão 
apenas técnicas, mas também comportamentais: adaptabilidade, colaboração, 
pensamento crítico e resolução de problemas. 
Desafios: acesso desigual à tecnologia, formação de professores, engajamento digital. 
Oportunidades: edtechs, trilhas personalizadas, microcertificações, aprendizagem 
baseada em dados. 
 
Saúde 5.0 e Biotecnologia 
A integração entre tecnologia, dados e ciência da saúde está revolucionando a medicina, 
com foco na personalização, prevenção e bem-estar contínuo. A chamada Saúde 5.0 se 
apoia em wearables, medicina preditiva, IA diagnóstica, telemedicina e bioengenharia. 
De acordo com a Gartner, a saúde digital será um dos setores mais impactados pela IA 
nos próximos cinco anos. A biotecnologia, por sua vez, está permitindo avanços em 
tratamentos genéticos, vacinas de nova geração e alimentos inteligentes. 
Desafios: privacidade de dados sensíveis, regulamentação ética, desigualdade no 
acesso. 
Oportunidades: startups de saúde, personalização de tratamentos, prevenção 
inteligente. 
 
 
 
 
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6. O PAPEL DO EMPREENDEDOR 
 
Diante de um mundo em transformação acelerada, o papel do empreendedor vai muito 
além de simplesmente abrir um negócio ou lançar um produto. O verdadeiro 
empreendedor inovador é, antes de tudo, um leitor de futuro em tempo real — alguém 
capaz de identificar sinais de mudança, antecipar movimentos do mercado e agir com 
propósito diante das oportunidades que surgem. 
A inovação deixou de ser um diferencial e se tornou uma condição essencial para a 
sobrevivência de qualquer organização. Nesse cenário, o empreendedor deve 
desenvolver três capacidades fundamentais: 
 
Ler o futuro em tempo real 
Compreender que tendências não são previsões vagas, mas indicadores concretos de 
mudanças em andamento. O empreendedor atento observa o comportamento do 
consumidor, o avanço das tecnologias e os movimentos sociais, culturais e ambientais. 
 
Conectar tendências a problemas reais 
Inovar é gerar valor resolvendo algo que realmente importa. As tendências só ganham 
sentido quando aplicadas a contextos específicos: comunidade, território, segmento de 
mercado ou desafio local. 
 
Unir criatividade + tecnologia + propósito 
A tríade que sustenta a inovação no século XXI: a criatividade como motor de novas 
ideias; a tecnologia como ferramenta de viabilização; e o propósito como bússola para 
gerar impacto positivo e alinhado a valores. 
 
 
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7. CONCLUSÃO 
 
Ao longo desta apostila, você foi convidado a refletir sobre os fatores que definem o 
sucesso ou o fracasso de uma inovação, a diferença entre descoberta, invençãoe 
inovação, e a importância de analisar criticamente os exemplos reais — como os cases 
de Netflix, Apple, Kodak e Nokia. 
Também exploramos as principais tendências que moldam o presente e desenham o 
futuro, com base em instituições de referência como McKinsey, WGSN, Gartner e Fórum 
Econômico Mundial. Falamos de inteligência artificial, ESG, plataformas digitais, novas 
formas de aprender e revoluções no cuidado com a saúde. 
Agora, a grande questão é: como você vai transformar esse conhecimento em ação? 
A inovação não é um fim em si mesma. Ela é um caminho para resolver problemas, gerar 
impacto positivo e construir realidades melhores. Seja você estudante, empreendedor, 
gestor, educador ou curioso, este conteúdo é um convite à prática — com 
responsabilidade, visão estratégica e espírito transformador. 
 
O futuro não é algo que simplesmente acontece. 
É algo que se constrói — com escolhas, atitudes e ideias bem aplicadas. 
E inovar é escolher construir o futuro de forma consciente e significativa. 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
• CHRISTENSEN, Clayton. The Innovator's Dilemma. Harvard Business School 
Press, 1997. 
• DRUCKER, Peter. Inovação e Espírito Empreendedor. Pioneira Thomson 
Learning, 2006. 
 
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• OECD. Oslo Manual: Guidelines for Collecting and Interpreting Innovation Data. 
3rd edition, 2005. 
• SCHUMPETER, Joseph A. The Theory of Economic Development. Harvard 
University Press, 1934. 
• KANTER, Rosabeth Moss. Confidence: How Winning Streaks and Losing Streaks 
Begin and End. Crown Business, 2006. 
• STATISTA. “Netflix – Statistics & Facts.” https://www.statista.com, 2024. 
• SUNDARARAJAN, Arun. The Sharing Economy: The End of Employment and the 
Rise of Crowd-Based Capitalism. MIT Press, 2016. 
• MOORE, James F. The Death of Competition: Leadership and Strategy in the Age 
of Business Ecosystems. Harper Business, 2006. 
• ISAACSON, Walter. Steve Jobs: A Biography. Simon & Schuster, 2011. 
• APPLE INC. “App Store Ecosystem Drives Growth and Opportunity Worldwide.” 
https://www.apple.com/newsroom, 2023. 
• MCGRATH, Rita Gunther. The End of Competitive Advantage. Harvard Business 
Review Press, 2013. 
• PISANO, Gary. “You Need an Innovation Strategy.” Harvard Business Review, 
2015. 
• STATISTA. “Mobile Phone Vendor Market Share Worldwide.” 
https://www.statista.com, 2024. 
• NOKIA. “Annual Reports and Press Releases.” https://www.nokia.com, 2013. 
• SASSON, Steven. “The Inside Story of the Digital Camera.” The New York Times, 
2007. 
• GILBERT, Clark; BOWER, Joseph. “Disruptive Change: When Trying Harder Is 
Part of the Problem.” Harvard Business Review, 2002. 
https://www.statista.com/
https://www.apple.com/newsroom
https://www.statista.com/
https://www.nokia.com/

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