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UNIVERSIDADE UNIGRANRIO 
 
 
 
ESCOLA DE CIÊNCIAS, EDUCAÇAO, LETRAS, ARTES E HUMANIDADES 
CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA 
 
 
 
ESCOLA DE CIÊNCIAS, EDUCAÇÃO, LETRAS, ARTES E HUMANIDADES 
CURSO DE BACHARELADO EM TEOLOGIA 
 
 
 
 
FILOSOFIA 
 
 
Aluna: Elisa Ribeiro Frade 
Matrícula:0075773 
 
 
Trabalho apresentado à disciplina Filosofia, lecionada pelo professor 
Albertino Lima 
 
Rio de Janeiro 
2025 
 
 
 
 
1. A Importância da Filosofia Hoje 
No mundo contemporâneo, caracterizado pela velocidade da informação, pela tecnologia e 
pelo excesso de estímulos, a Filosofia é um convite à reflexão e à pausa. Ela nos convida a 
não aceitar tudo como dado, mas a questionar, duvidar e compreender o que está por trás dos 
fenômenos. Como lembra Chauí (2000), a Filosofia nasce do espanto, e esse espanto leva à 
investigação crítica da realidade. 
A Filosofia, portanto, ajuda a formar cidadãos críticos, conscientes de seu papel na sociedade 
e capazes de discernir entre verdade e opinião — algo essencial numa época de fake news, 
manipulação de dados e polarizações ideológicas. Severino (2007) afirma que a Filosofia tem 
a função de “interpretar o mundo, desvelando os fundamentos da realidade” (SEVERINO, 
2007, p. 18). Essa capacidade é vital para que o ser humano não viva de forma alienada, mas 
sim de forma responsável e ética. 
Na minha própria experiência como estudante de Teologia e Filosofia, percebo que a Filosofia 
amplia meu olhar sobre as questões espirituais, permitindo que minha fé seja refletida e 
consciente. Não se trata apenas de um exercício teórico, mas de uma prática que influencia 
como nos relacionamos com Deus, com o próximo e com a sociedade. A Filosofia, nesse 
sentido, é também libertadora, pois dá ferramentas para que se busque a verdade e se viva de 
modo ético. 
Além disso, a Filosofia tem papel decisivo na formação moral e intelectual do ser humano. 
Como observa Gaarder (1995), o verdadeiro filósofo é aquele que não perde a capacidade de 
se admirar diante da vida. Essa admiração desperta o desejo de compreender, e compreender é 
o primeiro passo para transformar o mundo. Assim, a Filosofia não é apenas uma disciplina 
acadêmica, mas uma maneira de viver, um exercício contínuo de busca pela sabedoria e pela 
coerência entre o pensar e o agir. 
 
2. Cosmogonia e Cosmologia 
Para compreender a importância da Filosofia, é preciso distinguir dois conceitos 
fundamentais: cosmogonia e cosmologia. A cosmogonia é o estudo da origem do cosmos a 
partir de narrativas míticas e religiosas. São explicações simbólicas e sobrenaturais sobre a 
criação do mundo, comuns nas culturas antigas. A cosmologia, por sua vez, é o estudo 
racional e filosófico do cosmos, buscando explicar sua ordem e funcionamento a partir de 
princípios lógicos e observáveis (REALE; ANTISERI, 2003). 
Foi justamente na transição da cosmogonia para a cosmologia que nasceu a Filosofia. Os 
primeiros filósofos gregos romperam com o pensamento mítico e buscaram explicações 
baseadas na razão e na observação. Assim, o mito foi perdendo espaço, e o pensamento 
científico começou a emergir. Como afirma Jaeger (2001), “o milagre grego consistiu em 
substituir o mito pela razão, sem destruir o sentido de admiração pelo universo” (JAEGER, 
2001, p. 34). 
Essa passagem do mito à razão marcou não apenas o nascimento da Filosofia, mas também o 
início de uma nova forma de compreender o mundo e o ser humano. A racionalidade 
filosófica trouxe consigo uma atitude crítica, uma abertura para o diálogo e para o debate de 
 
 
 
 
ideias. Foi por meio desse movimento que o pensamento ocidental começou a se estruturar, 
influenciando a ciência, a política e até a teologia. A cosmologia filosófica, portanto, não 
substituiu o mito de forma abrupta, mas o transformou, reinterpretando o desejo humano de 
entender a origem e o sentido de tudo o que existe. 
 
3. O Pensamento Ontológico 
O pensamento ontológico é aquele que se preocupa com a essência do ser, isto é, com aquilo 
que faz algo ser o que é. A palavra “ontologia” vem do grego ontos (ser) e logos (estudo), 
significando o estudo do ser enquanto ser. Aristóteles, em sua Metafísica, coloca a ontologia 
como a “filosofia primeira”, pois é ela que investiga as causas e os princípios de tudo o que 
existe (ARISTÓTELES, 2006). 
Pensar ontologicamente é buscar o fundamento da realidade. Em vez de apenas perguntar 
como as coisas funcionam, o pensamento ontológico quer saber o que elas são em sua 
essência. Isso tem grande importância para a Filosofia, pois permite que se investigue o 
sentido último da existência, algo que continua sendo uma necessidade humana em qualquer 
época. 
A ontologia também tem profunda ligação com a Teologia, pois ambas compartilham o desejo 
de compreender o “ser” em sua totalidade. A diferença é que, enquanto a Teologia parte da 
revelação, a Filosofia parte da razão. No entanto, ambas se encontram no ponto mais alto da 
reflexão humana: a busca pela verdade. Como destaca Reale (2003), o pensamento filosófico 
não é incompatível com a fé, mas um aliado que dá profundidade à compreensão do divino e 
da existência. 
 
4. Heráclito e Empédocles: O Fogo e os Elementos 
Entre os filósofos monistas, aquele que defendeu o fogo como elemento primordial foi 
Heráclito de Éfeso. Para ele, o fogo simbolizava o princípio de transformação contínua do 
universo. Sua célebre frase “tudo flui” expressa a ideia de que nada é estático; tudo está em 
constante devir. Para Heráclito, o fogo não era apenas físico, mas também um princípio 
racional que ordenava o cosmos (REALE; ANTISERI, 2003, p. 47). 
Seu sucessor, Empédocles, propôs que não havia um único elemento, mas quatro: terra, água, 
ar e fogo. Para ele, o mundo era formado pela combinação e separação desses elementos, 
regidos por duas forças: o amor (que une) e o ódio (que separa). Assim, Empédocles 
introduziu uma visão mais plural e dinâmica, conciliando a ideia de mudança com a de 
permanência (JAEGER, 2001, p. 126). 
Essa percepção da natureza como algo vivo e dinâmico foi um avanço notável para a época. 
Os pré-socráticos, ao observarem o mundo, não apenas descreviam fenômenos, mas 
buscavam neles uma ordem inteligível. Isso demonstra como a Filosofia surgiu de um 
profundo encantamento diante da realidade, um encantamento que ainda hoje move o 
pensamento humano. 
 
 
 
 
 
5. Tales de Mileto e a Água como Princípio 
Entre os filósofos da natureza, Tales de Mileto é considerado o primeiro. Ele acreditava que a 
água era o princípio de tudo (arché), pois observava que a vida dependia dela e que ela estava 
presente em diferentes estados no mundo. Segundo Reale e Antiseri (2003), a escolha de 
Tales não foi arbitrária, mas baseada na observação empírica de que a água era essencial para 
a vida e estava em constante transformação. 
A proposta de Tales é um marco, pois representa o início do pensamento racional. Em vez de 
recorrer a mitos, ele procurou uma explicação natural para a origem de tudo. É por isso que 
Aristóteles o chama de “pai da Filosofia” (ARISTÓTELES, 2006). A busca de Tales inaugura 
uma forma de pensar que atravessa séculos e fundamenta toda a ciência moderna. Sua atitude 
investigativa continua sendo um exemplo de que a verdadeira sabedoria nasce da observação 
atenta e da humildade diante do mistério do mundo. 
 
 
 
 
Referências 
ARISTÓTELES. Metafísica. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 2006. (Coleção Os Pensadores). 
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. 14. ed. São Paulo: Ática, 2000. 
GAARDER, Jostein. O Mundo de Sofia: Romance da História da Filosofia . 1. ed. São Paulo: Companhia 
das Letras, 1995. 
JAEGER, Werner. Paideia: A Formação do Homem Grego . 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da Filosofia: Antiguidade e Idade Média . 5. ed. São 
Paulo: Paulus, 2003. v. 1. 
SEVERINO, Antônio Joaquim. Filosofia. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

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