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UNIVERSIDADE PAULISTA– UNIP
BACHAREL EM FARMÁCIA
CINTHIA CRISTINA DA SILVA MORAES UP 23106326
RELATÓRIO DE FÍSICO-Química
3º SEMENTRE
GARANHUNS
2024
CINTHIA CRISTINA DA SILVA MORAES UP 23106326
RELATÓRIO DE FÍSICO-Química
Relatório apresentado à Universidade Paulista, como requisíto obrigatório para cumprimento da carga horária de Atividades Complementares do Curso de Farmácia.
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GARANHUNS
2024
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	03
2	FÍSICO-QUÍMICA	04
3	CONSIDERAÇÕES FINAIS	08
	REFERÊNCIAS	09
1 INTRODUÇÃO
O relatório tem a finalidade de explicar a importância da físico-química e mostrar o quanto elas são necessárias para que o profissional esteja capacitado para entender as relações entre as propriedades e fenômenos físico-químicos que ocorrerão tanto em meios biológicos quanto não biológicos. Entre as competências que esta disciplina irá ajudar a desenvolver no estudante, temos o fato de este futuro profissional se tornar capaz de compreender a importância dos conceitos físico-químicos para o universo onde estará inserido profissionalmente.
Está disciplina é responsável por destacar os diferentes tipos de dispersões (soluções, coloides e suspensões) e como elas terão impacto no setor farmacêutico. Destacando a importância e como deve ser realizada a avaliação da solubilidade em uma formulação farmacêutica, notadamente para o caso do preparo de soluções e coloides. Ainda vale descrever os diferentes tipos de coloides que poderão ser encontrados e suas propriedades, notadamente distintas, quando comparados às soluções verdadeiras. 
Por fim, mostraremos a importância de avaliar a concentração das formulações e as boas práticas que devem ser adotadas em laboratório para que se garanta o preparo dessa formulação com a qualidade necessária em um setor tão crucial para a atividade e saúde humana. Serão destacados, ainda, como diferentes solutos e solventes, nas mais variadas concentrações, podem interferir na apresentação de compostos e em suas propriedades características e como o coeficiente de partição será uma importante ferramenta para que se garanta a disponibilidade do fármaco em concentração e velocidade adequadas nos meios aquoso e lipídico.
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2 FÍSICO-QUÍMICA
	As dispersões representam formulações onde ocorre a união entre duas ou mais espécies químicas. Tal união permite que uma das substâncias acabe por se distribuir no interior da outra.
	O refrigerante pode ser considerado uma solução formada por água e diversos outros componentes como açúcar, corante, acidulantes (como o ácido fosfórico), extratos vegetais, aroma artificial, entre outros. Por sua vez, o vinho pode ser considerado como uma suspensão, pois há a possibilidade de serem encontradas diversas partículas suspensas em seu interior. Neste caso, temos nele o produto de fermentação do sumo da uva e ela passará por um processo de clarificação, em geral, através de uma filtração, para que se reduza sua turbidez (Atkins; De Paula, 2014). 
	Vamos treinar um pouco o exercício de identificação das dispersões? Peguemos o caso do suco de limão. Quais componentes sabemos, com certeza, que estarão presentes nessa bebida? 
• água; 
• ácido cítrico (afinal, sabemos que o limão é rico em ácido cítrico);
• açúcar (frutose, o açúcar que estará sempre presente nas frutas, mesmo que em menor quantidade); 
• vitamina C (ácido ascórbico): afinal, sabemos que o limão é rico nesse quesito.
	Diante de tantos componentes presentes, portanto, ficará fácil sua identificação como sendo um tipo de dispersão. Quando pensarmos, a partir de hoje, em tomarmos um suco de limão durante uma refeição ou, simplesmente, para amenizar o calor e a sede em dias de verão, deveremos nos lembrar que os sucos de frutas também são considerados dispersões e, para tanto, bastará pensarmos em sua composição (mesmo que não tenhamos ideia de todos os componentes que possam estar ali presentes) (Russell, 2004).
	A fase dispersa pode ser considerada aquela que contém os componentes que estarão se dispersando no meio. Em geral, trata-se de componentes em menor proporção dentro da dispersão.
	A fase dispersante é composta pela substância em maior proporção e que será a responsável por promover a dispersão dos demais componentes em uma mistura. O tipo de dispersão depende do tamanho e tipo de partícula da fase dispersa e, por conta dessa diferença, poderá dar origem a diferentes formas farmacêuticas fluídicas.
	Existem três classes de dispersões: 
• soluções: mistura de fases homogênea. Exemplo: água salgada; 
• coloides: mistura de fases homogênea. Exemplo: gelatina; 
• suspensões: mistura de fases heterogênea. Exemplo: água barrenta. 
	Entre as diversas características que diferenciam as soluções verdadeiras, soluções coloidais e suspensões, tem-se uma que é de fácil verificação: a partir da análise da homogeneidade da mistura obtida, é possível distinguir visualmente, de maneira clara, uma suspensão de outras formas de dispersão. A separação de fases característica de misturas heterogêneas, como observado nas suspensões, ocorre após um período de tempo e se dá por processos físicos como a decantação.
	As soluções apresentam como principal característica o fato de se tratar de uma dispersão homogênea, isto é, uma dispersão onde o soluto se dissolve no solvente e se agrega a ele. O tamanho da partícula é um dos fatores mais importantes para garantir a homogeneidade e a forma de dispersão que ocorrem nas soluções. 
	Para tanto, assume-se que tal tamanho de fase dispersa (soluto) deve ter aproximadamente 1 nanômetro (1 nm = 1 × 10-9 metro). Da mesma forma, é sabido que, quando o soluto possui partículas maiores que 1.000 nanômetros, elas terão a tendência de se depositar no fundo do recipiente em que estão formando o chamado corpo de fundo, e esse sistema se chamará suspensão. São exemplos desse tipo de dispersão as misturas, em geral líquidas, que avisam no rótulo “agite antes de usar”, o que deve ser feito para que você use a substância na concentração correta e, assim, não ocorram alterações no sabor e na textura e nem mesmo atividade farmacológica, como é o caso dos sucos industrializados e de muitos antibióticos líquidos (Castellan, 1986).
	A capacidade de solubilização de uma molécula bioativa em meios hidrofílicos e hidrofóbicos poderá ser medida através da avaliação do chamado coeficiente de partição (P ou Log P), sendo que tal parâmetro sempre possibilitará uma predição correta de atividade em um sistema biológico complexo desde que as limitações sejam conhecidas e que a atividade da droga dependa de sua natureza lipofílica. Ainda, considerando os fármacos como eletrólitos orgânicos, sua solubilidade será influenciada por fatores como grau de ionização, tamanho molecular, interação de grupos substituintes e propriedades do cristal. Por sua vez, a concentração das formas dissociada e não dissociada para este fármaco terá forte relação com o pH do meio em que a molécula se encontra disponibilizada e este fator deve sempre ser levado em conta quando da avaliação da solubilidade dessa molécula e sua atividade biológica. Estudamos que a solubilidade das formulações farmacêuticas deve sempre ser encarada a partir da determinação do coeficiente de solubilidade do soluto (molécula ativa ou excipientes e demais componentes necessários na formulação). 
	A definição da saturação tem de ser avaliada como um parâmetro fundamental para atestar a qualidade e eficácia do medicamento e sua forma de observação foi, vastamente, discutida. Diferentes formas de determinar a concentração para as formulações farmacêuticas ou reagentes empregados na rotina laboratorial foram citadas e deverão ser de domínio do profissional farmacêutico. Para tanto, a concentração em título (τ%), a concentração molar (M) e a normalidade (N) e sua importante correlação com a quantidade de soluto em miliequivalentes (mEq) precisarão ser considerados cruciais para a melhor performance deste profissionaldiante da necessidade de realização de cálculos ao preparo ou ajuste de dose de formulações farmacêuticas (Neves, 2021).
	A cinética química é o ramo da química que estuda a velocidade das reações químicas e os fatores que interferem na velocidade delas. Esse estudo é importante porque conhecendo os fatores que interferem na velocidade das reações será possível encontrar formas de controlar o tempo de desenvolvimento delas, tornando-as mais lentas ou mais rápidas, conforme a necessidade. 
	Por exemplo, conhecer as reações químicas que fazem parte do amadurecimento de uma fruta nos dará informações sobre como podemos retardar esse processo e fazer com que ela esteja apropriada para consumo por mais tempo.
	Ainda é importante analisar o equilíbrio iônico da água de forma a entender a força de ácidos e bases, além de sua interferência em sistemas em equilíbrio. Ácidos são substâncias que, em meio aquoso, liberam H+ como único cátion e bases são substâncias que, em meio aquoso, liberam OH como único ânion; esta é a Teoria Ácido-Base de Arrhenius, a mais antiga, ampliada posteriormente pela Teoria Ácido-Base de Brönsted-Lowry, que define ácido como qualquer espécie química capaz de liberar próton (H+) e base como qualquer espécie química capaz de receber próton. Quanto maior for o valor da constante de ionização do ácido, Ka, mais forte é o ácido e maior sua capacidade de liberação de H+. Quanto maior for o valor da constante de ionização/dissociação da base, Kb , mais forte é a base e sua capacidade de receber H+ (ou de liberar OH- ) (Neves, 2021).
	Dessa forma, pode-se verificar que substâncias capazes de mudar de cor quando estão em diferentes valores de pH, chamadas indicadores ácido-base, ajudam na determinação do pH em diversos casos como análises clínicas, laboratórios químicos, indústrias e até mesmo no controle de pH de águas naturais e tratadas, piscinas e esgotos. A dissolução de um sal em água pura pode dar origem a uma solução neutra, ácida ou alcalina. Tudo depende da possibilidade do cátion e ânion provenientes deste sal sofrerem (ou não) hidrólise. Observamos que soluções aquosas comuns têm seu pH consideravelmente diminuído caso haja adição de ácido. Por outro lado, elas possuem seu valor de pH consideravelmente aumentado caso haja adição de base. No entanto, existem soluções conhecidas como soluções tampão, que conseguem manter o pH relativamente constante em caso de adição de quantidades razoáveis de ácido ou base (Levine, 2014).
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Neste contexto, conclui-se que o conjunto dessas áreas possibilitam ao profissional maior compreensão sobre os conceitos bioquímicos e tecnológicos dentro do setor farmacêutico. Para toda e qualquer atividade envolvendo a química se faz necessário a compreensão dos aspectos físico-químicos e isto será válido tanto para substâncias sólidas quanto para soluções ou coloides. 
	Todavia, vale destacar que o futuro profissional farmacêutico que vier a ter uma atuação dentro da farmácia clínica e hospitalar será capaz de compreender a enorme importância da físico-química como ferramenta para auxiliar na interpretação dos fenômenos relacionados ao metabolismo dos seres vivos, as influências dos compostos e elementos químicos no ambiente, sempre considerando a qualidade da vida humana e necessidades de conservação, tratamento, recuperação e utilização sustentável dos materiais advindos da biodiversidade ou produzidos pelo homem. 
	Portanto, ao ter contato com os conceitos físico-químicos, este futuro profissional será capaz de reconhecer a importância das informações físico-químicas para a resolução de problemas e orientação de pacientes e demais profissionais de saúde. Também se mostrará capaz de interpretar modelos e experimentos para explicar os fenômenos biológicos e irá se apropriar, corretamente, de conhecimentos da físico-química para, diante de uma situação problema, se mostrar capaz de interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-tecnológicas.
REFERÊNCIAS
Atkins, P. W.; De Paula, J. Físico-química: volume 1. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
Castellan, G. Fundamentos de físico-química. Rio de Janeiro: LTC, 1986.
Levine, I. N. Físico-química: volume 1. 6. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2014.
Neves, Luiz Carlos Martins das. Fisíco-Química / Luiz Carlos Martins das Neves, Maria Lúcia Auriemi Nunes Vieira. – São Paulo: Editora Sol, 2021. 180 p., il.
Russell, J. B. Química geral: volume 1. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 2004.

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