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FARMACOLOGIA DA 
DOR 
PROF. ESP. VANESSA T. DE A. DE CASTRO
O QUE É DOR
“DOR - Experiência sensitiva e emocional 
desagradável associada ou relacionada a 
lesão real ou potencial dos tecidos. Cada 
indivíduo aprende a utilizar esse termo 
através das suas experiências anteriores.”
IASP (International Association for the Study of Pain)
COMO OCORRE A DOR ?
1. ESTÍMULO DOLOROSO
• A dor começa com algo que machuca ou ameaça o corpo, como:
• Um corte, Queimadura, Inflamação ,Pressão
• Esse estímulo ativa receptores de dor, chamados nociceptores, que ficam na pele, músculos, articulações, etc.
2. TRANSMISSÃO DO SINAL
• Os nociceptores mandam o sinal de dor através de nervos periféricos até a medula espinhal, e de lá para o cérebro. É como 
um “fio elétrico” que leva a mensagem.
3. PROCESSAMENTO NO CÉREBRO
• O sinal chega ao cérebro (em especial ao córtex somatossensorial), onde a dor é:
• Reconhecida (você sente que algo dói),
• Localizada (você sabe onde dói),
• Interpretada (você entende o que pode estar acontecendo).
• O cérebro também ativa áreas emocionais (como o sistema límbico), por isso a dor pode vir com choro, medo ou irritação.
4. RESPOSTA DO CORPO
• Depois disso, o corpo pode reagir:
• Tirando a mão de algo quente,
• Contraindo os músculos,
• Liberando substâncias anti-inflamatórias ou analgésicas (como endorfinas).
CLASSIFICAÇÃO DA DOR
Critério temporal
• AGUDA – curta duração
• CRÔNICA – ação prolongada
Critério topográfico
• Localizada, generalizada, visceral e tegumentar;
Critério fisiopatológico
• Orgânica, psicogênica
Critério de intensidade
• Leve, moderada, intensa
Critério de periodicidade
• Continua, intermitente, esporádica. 
COMO AGEM OS 
MEDICAMENTOS OPIOIDES?
1. O que são opioides?
• Os opioides são medicamentos usados para tratar dores moderadas a intensas, como:
• Dores pós-operatórias
• Câncer
• Acidentes graves
Exemplos: morfina, codeína, tramadol, fentanil, oxicodona.
2. Onde eles atuam?
• Eles atuam no sistema nervoso central (medula espinhal e cérebro), imitando substâncias 
naturais do nosso corpo chamadas endorfinas — que também servem para aliviar a dor.
3. Receptores opioides
• Os opioides se ligam a receptores específicos nos neurônios chamados:
• Mu (μ) – principal receptor relacionado ao alívio da dor
• Kappa (κ) – envolvido com efeitos sedativos
• Delta (δ) – ajuda no controle da dor e emoções
 Efeitos adversos comuns:
•Náuseas e vômitos
•Constipação intestinal
•Sonolência
•Dependência (uso prolongado)
OPIÓIDES – Mecanismo de ação
OPIÓIDES
•Agonistas totais (integrais)
•Morfina
•Tramadol
•Codeína
•Meperidina
•Fentanil, Sulfentanil e Alfentanil
•Metadona
 OPIÓIDES QUE DENTISTAS 
PODEM PRESCREVER.
• De acordo com a RDC 784/2023 da Anvisa, e normas do CFO, os 
cirurgiões-dentistas têm autorização para prescrever medicamentos 
controlados, incluindo certos opioides, desde que justificado 
clinicamente e que se observe o uso de receituário especial, quando 
exigido.
OPIÓIDES
• Tramadol
• Tratamento dor branda e 
moderada;
• Análogo sintético da morfina;
• Agonista fraco do receptor µ 
(mu);
 Pode ser administrado para tratar DTM, 
dores neuropáticas orofaciais, neuralgia do 
trigêmeo. Este medicamento pode conter 
interações com antidepressivos e é 
contraindicado para pacientes com crise 
convulsiva não controlada.
Tramadol 50 mg 
ou 100mg
• USO ADULTO E CRIANÇAS ACIMA DE 12 ANOS
Administrar de 
12/12h
Um comprimido 
a cada 12 h por 
24 h.
OPIÓIDES
•Codeína + Paracetamol
• Pode aparecer associada ao 
paracetamol e diclofenaco;
• Tratamento da dor 
moderada;
Paracetamol 
500 mg + 
codeína 30 mg
• USO ADULTO E CRIANÇAS ACIMA DE 12 ANOS
Administrar de 
4/4h
Um comprimido 
a cada 4 h por 
24 h.
OPIÓIDES
Tolerância e Dependência:
• Com o uso contínuo, ocorre o fenômeno da tolerância, 
onde o corpo se adapta ao opióide, necessitando de 
doses maiores para alcançar o mesmo efeito. Isso ocorre 
porque as vias de sinalização dos receptores opióides 
podem ser alteradas ou downregulated (redução do 
número de receptores).
• O uso prolongado também pode levar à dependência, 
pois a descontinuação abrupta do medicamento provoca 
sintomas de abstinência, devido à alteração nos 
sistemas de sinalização neuronais.
ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
•Trataremos aqui apenas dos analgésicos 
mais empregados na odontologia, que são 
os derivados do para-aminofenol 
(paracetamol e a fenacetina) e derivados 
pirazolônicos (dipirona e a fenilbutazona).
ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
 Derivados do para-aminofenol – Mecanismo de Ação (ex: Paracetamol).
1. Inibição da enzima COX no SNC
• O paracetamol atua predominantemente no sistema nervoso central, inibindo a enzima 
ciclooxigenase (COX), principalmente a COX-3 (uma variante da COX-1 encontrada no cérebro).
• Isso reduz a síntese de prostaglandinas — substâncias responsáveis por aumentar a sensibilidade 
à dor e causar febre.
• Diferente dos anti-inflamatórios tradicionais (como ibuprofeno ou diclofenaco), ele não tem forte 
ação periférica, por isso não é considerado um anti-inflamatório potente.
2. Analgesia e antipirese (redução da febre)
• O efeito analgésico vem da redução da ação das prostaglandinas nos neurônios de dor.
• O efeito antipirético ocorre pela ação no centro termorregulador do hipotálamo, reduzindo a 
temperatura corporal em casos de febre.
3. Por que não tem ação anti-inflamatória significativa?
• Porque no ambiente inflamatório periférico, a presença de peróxidos inibe a ação do 
paracetamol sobre a COX, tornando-o ineficaz na inflamação periférica.
 Efeitos adversos (em altas doses):
•Hepatotoxicidade (principal risco!) — por formação do 
metabólito tóxico NAPQI no fígado.
•Por isso, deve-se evitar ultrapassar 4 g/dia em adultos.
ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
• Prescrição – uso adulto
Paracetamol 
750 mg
Administrar de 
8/8h 
Um comprimido 
a cada 8 horas 
por 24 horas
Paracetamol 
500 mg
Administrar de 
6/6h 
Um comprimido 
a cada 6 horas 
por 24 horas
ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
• Prescrição – uso pediátrico | abaixo de 12 anos 
• Prescrição – uso pediátrico | acima de 12 anos 
Paracetamol 200 
mg/ml
Administrar de 6/6h 
Um gota por quilo 
de peso corporal a 
cada 6 horas por 24 
horas
Paracetamol 
200 mg/ml
Administrar de 
6/6h 
35 gotas a 6 
horas por 24 
horas
Para crianças 
abaixo de 11 kg 
ou 2 anos, 
consultar o 
médico antes 
do uso.
 DERIVADOS PIRAZOLÔNICOS – 
MECANISMO DE AÇÃO (EX: DIPIRONA)
1. Inibição da ciclooxigenase (COX)
• A dipirona inibe a enzima COX de forma não seletiva, o que reduz a produção de 
prostaglandinas — moléculas que aumentam a dor, febre e inflamação.
• Atua no sistema nervoso central e periférico, mas com maior ação central que 
periférica.
2. Ação analgésica e antipirética
• Atua no hipotálamo, regulando a temperatura corporal (efeito antipirético).
• Reduz a percepção da dor nos neurônios centrais (efeito analgésico).
 Acredita-se que também haja envolvimento de sistemas opioides endógenos e 
canabinóides, o que potencializa o alívio da dor.
 Efeitos adversos e precauções:
• Risco raro, mas grave, de agranulocitose (queda de leucócitos).
• Pode causar reações alérgicas ou efeitos gastrintestinais leves.
• Contraindicada em alguns países, mas amplamente usada no Brasil.
A dipirona realiza o controle da dor mais eficaz 
que o paracetamol após 24 a 48 horas da lesão 
tecidual 
ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
• Prescrição – uso em adultos e adolescentes acima de 15 anos 
Dipirona 500 mg
Administrar de 
8/8h 
Um comprimido a 
cada 8 horas por 
72 horas
Dipirona 500 mg Administrar de 6/6h 
Um comprimido a 
cada 6 horas por 24 
horas
Dipirona 500 mg
Administrar de 
6/6h 
20 gotas a cada 6 
horas por 72 horas
evitar prescrever p/ pacientes com leucopenia ou histórico de anemia (risco de 
agranulocitose) ou pacientes asmáticos. Este medicamento não deve ser administrado para 
grávidas ou lactantes sem orientação medica.
Toragesic® (Trometamol De 
Cetorolaco) – Mecanismo DeAção
1. Inibição da enzima COX (ciclooxigenase)
• O cetorolaco inibe a COX-1 e a COX-2, impedindo a formação de prostaglandinas, 
que são substâncias responsáveis por:
• Dor, Inflamação, Febre
 Com menos prostaglandinas, a dor e a inflamação diminuem rapidamente.
2. Ação principalmente periférica
• Diferente do paracetamol (que age no SNC), o cetorolaco atua principalmente no 
local da lesão, sendo eficaz em dores musculoesqueléticas e pós-operatórias.
3. Potente efeito analgésico
• Seu poder analgésico é comparável ao da morfina, mas sem causar dependência.
• Por isso, é muito usado em situações de dor intensa de curto prazo, como:
• Pós-operatório odontológico ou ortopédico
• Cólica renal ou biliar
• Dor traumática aguda
 Limitações e cuidados
•Não é indicado por mais de 5 dias devido ao risco de efeitos 
adversos gástricos, renais e cardiovasculares.
•Pode causar:
• Gastrite, Úlceras, Sangramentos, Nefrotoxicidade
Contraindicado em gestantes, lactantes e pacientes com úlcera ativa.
ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
• Prescrição – uso adulto 
Trometamol 
cetorolaco 10 
mg
Sublingual 
Um comprimido 
a cada 8 horas 
por 72 horas
	Slide 1: FARMACOLOGIA DA DOR 
	Slide 2: O QUE É DOR
	Slide 3: 🧠✨ COMO OCORRE A DOR ?
	Slide 4: CLASSIFICAÇÃO DA DOR
	Slide 5: 💊✨ COMO AGEM OS MEDICAMENTOS OPIOIDES?
	Slide 6: OPIÓIDES – Mecanismo de ação
	Slide 7: OPIÓIDES
	Slide 8: 💊🔍 OPIÓIDES QUE DENTISTAS PODEM PRESCREVER.
	Slide 9: OPIÓIDES
	Slide 10: OPIÓIDES
	Slide 11: OPIÓIDES
	Slide 12: ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
	Slide 13: ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
	Slide 14: ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
	Slide 15: ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
	Slide 16: 💊 DERIVADOS PIRAZOLÔNICOS – MECANISMO DE AÇÃO (EX: DIPIRONA)
	Slide 17: ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
	Slide 18: 💊Toragesic® (Trometamol De Cetorolaco) – Mecanismo De Ação
	Slide 19: ANALGÉSICOS NÃO OPIOIDES
	Slide 20

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