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BACTERIOLOGIA P2 Staphylococcus Classificação e introdução ● Cocos Gram + arranjados em grupos irregulares (“cachos de uvas”) ● Podem fazer parte da microbiota normal (pele,fossas nasais). Quando há rompimento de barreira, causa uma infecção oportunista ● Podem causar infecções supurativas (formação de pus) e intoxicações alimentares Pus: acúmulo de substâncias derivadas de células de defesa morta (matam muito leucócitos) ● Fácil crescimento com metabolismo anaeróbio facultativo Espécies principais: S. aureus - produz pigmento amarelo; Estafilococos coagulase positivos (SCP) S. epidermidis - presente na pele e mucosa, podendo causar bacteremia e infecções relacionadas a cateter e prótese, uma vez que entra em contato com a circulação. Capacidade alta de formar biofilme, se prolifera rápido e vai se fixar e proliferar em outros tecidos, comum nesse caso endocardite. Estafilococos coagulase negativos (SCN). S. saprophyticus -Estafilococos coagulase negativos (SCN) S. saprophyticus - presente no trato vaginal (microbiota), podendo causar infecção urinária (em mulheres) Morfologia e fisiologia: Gram +, logo tem presença de parede espessa de peptidoglicano e ácido teicóico. Pode ter cápsula. Além das série de proteínas associadas à parede. Produzem catalase (enzima presente no nosso sangue, que rompe peróxido de hidrogênio em água e oxigênio) Cocos imóveis, mesófilos Resistentes ao calor, ressecamento e ao sal ( até 20%) Resistência simultânea a diversos antimicrobianos (bactéria multirresistente) Produção de Betalactamase (plasmidial): enzima que degrada a penicilina MRSA Alterações da proteínas alvo, tornando ela resistente a penicilina, além de outros antimicrobianos. Dividida em HA-MRSA (cepas adquiridas em ambiente hospitalar) e CA-MRSA (cepas adquiridas na comunidade Patogenicidade Conjunto de fatores de virulência que a bactéria tem Porque ela não é um patógeno obrigatório, se tem tanto fator de virulência? a proteção da pele é o suficiente para proteger. 1. Cápsula - presente na superfície que dificulta a fagocitose 2. Peptideoglicano e ácido teicóico - ativa processo inflamatório e participar da aderência 3. Proteínas associadas a parede - MSCRAMM: adesinas que se ligam a substratos da matriz extracelular do hospedeiros (colágeno, fibrinogênio, elastina) e do sangue - Proteína A: se liga ao anticorpo na porção fc (constante) IgG, interferindo na opsonização - fator de agregação/ clumping factor: permitir no hospedeiro a fixação/aderência da bactéria (ponto de fixação) Esses fatores são produzidos no início da infecção da bactéria, depois que ela conseguiu se aderir e multiplicar, elas deixam de produzir esse fator de virulência e passar a produzir outros fatores, principalmente toxinas; - quorum sensing- 4. Enzimas: danos teciduais/disseminação - coagulases livre: bactérias produzem e secretam - fibrinolisina: contrário da coagulase (dissolve-os) - protease: quebra proteínas 5. toxinas: mais direcionadas - Hemolisinas: destroem hemácias - Leucotoxinas: mata muito leucócitos. ex. leucocidina de Panton-Valentine (PVL) - marcador de agressividade, mais comum em amostras ambientais - TSST-1: causa síndrome do choque tóxico - Enterotoxinas: intoxicação alimentar - toxinas esfoliativas A e B - regeneração da pele; Síndrome da pele escaldada 6. Biofilme: persistência no hospedeiro, contribuindo com adesão evasão e dificuldade de ação de antimicrobianos Patogênese - Infecções superficiais/cutâneas (na pele) Impetigo, Foliculite, abscesso,Furúnculo (foliculite profunda), carbúnculo - Infecções sistêmicas (invasivas) - se espalham para outros tecidos Celulite, fascite necrosante, pneumonia, artrite, bacteremia/sepse - Quadros tóxicos Síndrome da pele escaldada - causada por toxinas esfoliativas; descamação da pele Impetigo bolhoso - descamação local onde a bactéria está causando infecção Síndrome do choque tóxico (TSST) - a toxina é um superantígeno, pode gerar um quadro de sepse Intoxicação alimentar estafilocócica: ingestão de toxina microbiana pré formada e não bactéria (ingestão da bactéria não causa intoxicação) enterotoxinas -> uma toxina que age no intestino, que geralmente não matam as células, age em pequena dose e não é imunogênica (trata de um peptídeo) a toxina vai agir sobre células (mastócitos) que fazem a Via de liberação de serotonina, transmitem essa sinalização para o nervo vago, chega no sistema nervoso e ativa o centro de vômito. Por ser um peptídeo pequeno, ela é resistente à proteólise e termicamente S. aureus: manipulador do alimento Condições necessárias para intoxicação: alimentos com presença de estafilococos enterotoxigênicos, com uma quantidade suficiente (10^5 /10^6) que se atinge em 4 horas em condições adequadas para crescimento. Diagnóstico Mannitol Agar Salgado: específico para staphylo Prova da coagulase, para confirmação Para intoxicação alimentar: analisar o alimento está com alta quantidade de staphylo Resistência e tratamento: Faz-se teste de sensibilidade (TSA) , principalmente em ambiente hospitalar Associação do inibidor da betalactamase (ac. clavulânico) - esgota a beta lactamase e deixa o outro antimicrobiano agir. Associação antibiótico + ácido clavulânico (penicilina + inibidor) Vancomicina - última escolha para tratamento em gram + (não age em gram-), e mais usado em ambiente hospitalar. Infelizmente já se tem cepas resistentes (VRSA- muda o sítio - ; VISA- espessamento da parede-) Epidemiologia e controle - S. aureus é ubíquo (presente em todo lugar). - Portadores nasais e cutâneos são principais fontes. - MRSA, CA-MRSA, VISA e VRSA são problemas hospitalares importantes. - Controle: higiene, isolamento de pacientes colonizados, desinfecção de superfícies e vigilância microbiológica. Streptococcus ● Cocos gram positivos em cadeias em meio líquido ● Catalase negativos ● Anaeróbios facultativos, com requerimento nutricional complexo ● Dificuldade de apresentação a nível de espécies, características principais a serem analisadas para classificação: padrão hemolítico, características antigênicas e fisiológicas Padrão hemolítico: Cresce em meio ágar sangue (meio enriquecido nutricionalmente), tendo três comportamentos principais - Beta-hemolítico: Hemólise total (quase todos são patogênicos) - Alfa-hemolítico: Hemólise parcial (ainda tem presença de hemácias intactas) (aspecto esverdeado) - Não hemolítico Características antigênicas: Grupos de Lancefield: Possuem na parede da bactéria presença de carboidrato C, que é antigênico. Esse carboidrato varia em diferentes tipos de streptococcus, que permite identificar 20 grupos distintos (A-H; K-V). Exceção do grupo D, que tem como característica ácido lipoteicóico. Essa classificação é mais importante para estreptococos beta-hemolíticos. Tipos sorológicos: Proteína M; Mais de 100 tipos de proteínas M dentro do grupo S. pyogenes Epidemiologia: Doença em humanos e animais (zoonose) Pode fazer parte da microbiota normal: maior variedade na cavidade oral e orofaringe. Dependendo do local que se encontra pode ser transitório ou residente . Muito frequente nas mucosas e ocasionalmente na pele. S. pyogenes ● Formador de pus ● Grupo A; ● Beta hemolítico Fatores de virulência: Cápsula: adesinas Proteína M: resistência a fagocitose, degrada C3 convertase e inibe opsonização Ácido lipoteicóico Enzimas e toxinas • exotoxinas pirogênicas (SPEs) ou toxinas eritrogênicas (superantígenos): – escarlatina, fascite necrotizante (resposta aguda derivada de um superantígeno), choque tóxico • estreptolisinas O (ASO) - bem antigênica - e S (beta hem.) - responsável pela beta-hemólise - • estreptoquinase: rompe coágulos. Usado para tratamento linfático. • DNAse • hialuronidase • C5 peptidase Patogênese: Cavidade oral Faringite (mais frequente), piodermites, fascite necrosante, celulite, síndromestóxicas (escarlatina, choque tóxico), sequelas pós estreptocócicas: (febre reumática- complicação de faringite-, glomerulonefrite- cutânea ou faringite-), ocorre após a infecção ter se resolvido, são sequelas de resposta imune não adequada S. agalactiae ● Beta-hemolíticos do grupo B ● Habitante da nossa microbiota ● neonatos e infecção urinária em mulheres (risco quando portadora na gestação) Fatores de virulência Cápsula Ácido lipoteicóico Proteínas de superfície Pili Beta-hemolisina Fator CAMP Hialuronidase Epidemiologia: TGI e TGU Considerado microbiota transitória Patogênese: Por ascensão pode contaminar a placenta -> feto (síndrome precoce) - 1ª semanna causa pneumonia, artrite, sepse e meningite - ou pode contaminar só no momento do parto (síndrome tardia) - bacteremia e meningite S. pneumoniae ● pneumococo; diplococo ● alfa hemolítico ● Mais presente em idosos (menos defesa) Fatores de virulência – cápsula: forma colônia viscosa e pegajosa – ac. lipoteicóico – Peptidoglicano – Ptns de superfície (Adesinas, pili, hialuronidase, neuraminidase, IgA protease, autolisinas) – : toxina que causa lesão celular, induz inflamação e prejudica sist imune Patogênese: Colonização nasofaringe (local natural não causa problema, torna-se um quando sai deste local) Doenças: pneumonia, meningite (crianças), bacteremia, otite e sinusite Diagnóstico: Isolamento em ágar sangue (inocula a bactéria e observa) e atmosfera de incubação Enterococcus ● Cocos gram positivos; diplococos ● anaeróbios facultativos ● Crescimento no ambiente e na microbiota de aves e mamíferos (TGI, TGU e cavidade oral) ● Patógenos oportunistas ● Indicadores de contaminação fecal ● Importante agente de infecções hospitalares ● fatores de riscos (idade, doenças de base, hospitalização) ● E. faecalis (mais frequentes) e E. faecium (mais presente na multirresistência) ● Doenças de quebra de barreira: infecção de ferida, bacteremia, infecção urinária Fatores de virulência: Citolisina/hemolisina Gelatinase Resistência antimicrobiana intrínseca e adqurida (VRE) Haemoplillus influenzae ● Bacilos gram negativos pleomórficos (variação de formas), imóveis, não esporulados ● Necessidade de sangue (substâncias presentes no sangue que elas não produzem ● Pode estar na microbiota e patógenos ● Principais doenças meningite e pneumonia ● Pode ser capsulado (principal fator de virulência) ou não Quando não há presença de cápsula -> não causa doenças/sintomas brando Haemoplillus influenzae tipo b causa doença mais grave (cápsula b) Estrutura e fisiologia ● mesófilos e anaeróbios facultativos ● necessita para o crescimento dos fatores V (NAD) e X (hemina) - absorvem elas prontas do meio - fonte vinda do sangue. ● cresce em meios com sangue lisado: agar Chocolate ● oxidase e catalase positivos ● satelitismo (órbita em torno) com colônias de Staphylococcus (fator V) Como posso fazer uma cepa de Haemopillus crescer em meio sem a presença de sangue? Adicionando os fatores que ela precisa crescer (metabolismo) Outros fatores de virulência: - LOS (parte lipídica similar ao LPS) - Peptidoglicano (induz processo inflamatório) - Fímbrias Hif (adesinas) - Hemóforo (sideróforo - captura ferro-) - IgA protease (inativa anticorpos da mucosa) Patogenia e manifestações clínicas Colonização das vias aéreas superiores (raro em H. influenzae tipo b) pode se disseminar local ou sistêmica Poucas pessoas são portadoras Tipo B: Meningite, pneumonia, empiema, epiglotite, celulite, artrite séptica Outros tipos: Bronquite, otite média, sinusite, conjuntivite (mais branda) Doença mais comum em crianças, porém com a vacinação surge casos em adultos Diagnóstico Cultura ● Ágar chocolate ● Fatores V e X ● Satelitismo Tratamento não tem muita resistência, no geral beta-lactâmico funciona bem Até 6 meses de idade a criança está protegida por anticorpos maternos, a partir dos 6 meses cria-se janela imunológica, tornando-se um problema. O desenvolvimento da vacina conjugada foi a solução. Faz-se quimioprofilaxia a partir de casos confirmados, mais de uma criança em casa, na creche. Dar antibiótico para alguém possivelmente infectado antes de desenvolver a doença Neisseria meningitidis ● Diplococos gram negativos de rápido diagnóstico ● Responsável por causar meningite ● imóvel, aspecto riniforme, capsulado (inibe fagocitose e lise dependente do sist. comp) ● Aeróbias , mesófilas, exigentes (cresce em meio ágar chocolate) ● Oxidase e catalase positivo ● Oxidação da glicose e maltose ● esp. Patogênicas ● 12 sorogrupos – A, B, C, Y, W-135 ● LOS (ativdade de endotoxina, gerando reação inflamatória), presença de pili, IgA, protease Essa bactéria tem capacidade de sem morrer libera endotoxinas, por isso é associado a quadro de sepses Patogenia: Capacidade de aderir nas células endoteliais -> dano celular Meningococcemia (caso muito grave): choque. coagulação intravascular, necrose das adrenais (síndrome de Waterhouse) Meningite: febre alta, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, fotofobia. Diagnóstico Swab de nasofaringe: identifica portador Material clínico: lesões cutaneas, sangue Aglutinação em látex PCR e cultura Tratamento ainda funciona penicilina Quimioprofilaxia rifampicina Epidemiologia Exclusivamente humana, faixa etária menor de 5 anos Área de maior incidência áfrica subsaariana “cinturão da meningite” Bordetella pertussis ● Famosa coqueluche ● Cocobacilos pequenos ● gram negativos semelhantes aos hemófilos capsulados, não esporulados ● aeróbio estrito, mesófilo, hemolítico, exigente ● oxidam aminoácidos Fatores de virulência - Adesinas - Toxinas (toxina pertussis - PT-) tbm se trata de uma adesina. Tem uma parte de ligação (presa na superfície da bactéria) e uma parte ativa (toxina) Patogenia e manifestações clínicas ● Inalação de aerossóis contaminados ● Aderência a células ciliadas e fagócitos ● Toxinas: ação local e sistêmica ● Fases Incubação: fase inicial Catarral: inespecífica; Altamente infectante Quimioprofilaxia: prevenção nas doenças em crianças que possam já estar infectadas Diagnóstico: Isolamento Regan-Lowe; PCR ou Sorologia (fases tardias) Tratamento: Ideal era ser na Fase Catarral, onde a bactéria está viva e mais disponível. Ex. de uso Azitromicina Tratamento de suporte: o suporte trata as complicações (respiração, hidratação e nutrição) enquanto a tosse paroxística persiste. Prevenção e controle Vacinação: vacina celular (bactéria inteira) para crianças; e vacina acelular (partes das bactérias) para adolescentes e adultos (devido a reações) Reservatório humano Corynebacterium diphtheriae ● Famosa difteria/crupe ● Bacilos gram positivos pleomórficos (“letra chinesas”) ● Grânulos metacromáticos (mudança de cor por reagir com o corante); acumular/eliminar substância ● Aeróbios ou anaeróbios facultativos, imóveis, catalase positivos ● Cultivo fácil. ● Ácidos micólicos de cadeia curta ● Biotipos: belfanti, mitis, intermedius e gravis (não tem relação direto com a gravidade) ● Agressiva e rara ● Presença de Ac. micólicos: lipídio presente em algumas bactérias. a longa cadeia de carbonos (40-60) Fatores de virulência: Aderência Toxinas: produz toxina libera na faringe onde tem aderência é codificada por um genoma viral (fago beta) é lisogênica Elas se ligam às células alvo e sendo internalizadas, ela vai paralisar a síntese proteica da célula alvo. A potência dessa toxina é muito alta. Pode atingir diferentes órgãos coração, rins, SN (provoca morte celular - miocardite, neurotoxicidade) Patogenia e manifestações clínicas Inalação de aerossóis Principal manifestação faringite, podendo se espalhar pela laringe. Pode ter causar na pele Diagnóstico Isolamento ágar sangue ou chocolate com telurito de potássio (agente seletivo) Bacterioscopia e observação de grânulos(pouco valor diagnóstico) Toxigenicidade: teste de elek (imunoprecipitação) Tratamento Neutralização da toxina: soro (antitoxina diftérica) + Erradicar a bactéria e cessar a produção de toxina com do antibiótico Mais precocemente identificado melhor Vacinação PNI (a cada 10 anos) Isolamento dos pacientes por ser transmissível Quimioprofilaxia dos contatos (penicilina) Frequência mais em crianças mas pode aparecer em adultos Micobactérias ● Bacilos gram positivas imóveis ● Não formam esporos, cápsula e toxinas ● Parede com características particulares com 60% de lipídios e rica em ácidos micólicos. Parede com baixa permeabilidade ● Resistência de detergentes e ácidos ou álcalis fortes e ao ressecamento. Não resistentes ao calor e a UV. ● Intracelulares vivem em Macrófagos ● Aeróbicas estritas ● Crescimento lento ● BAAR (bactérias que após coradas, resistem à descoloração por álcool e ácido durante o processo de coloração) Ocorre devido a parede de celular rica em lípidos e ácidos micólicos que formam barreira impermeável a corantes comuns. Por isso, usa-se método de coloração de Ziehl-Neelsen (Coloração com Fucsina + Descoloração com Álcool 97% + Ácido clorídrico 3% + Contracoloração com Azul de Metileno) Mycobacterium tuberculosis Transmissão aérea (inalação de gotículas), bacilos ficam viáveis por longos períodos no ambiente. Após inalação, se multiplica nos alvéolos/macrofágos, sistema imune é recrutado e elimina alguns desses bacilos, porém alguns continuam viáveis (Bacilo impede a fusão com lisossomos e sobrevive), se forma um granuloma (tubérculo) com o objetivo de conter a infecção. Após essa formação se tem dois caminhos, quando a pessoa tem imunidade boa (Poucos bacilos) o granuloma cicatriza e calcifica, os bacilos ficam encapsulados e dormentes (infecção latente). Nessa forma, a pessoa tem o bacilo, mas está saudável; sem sintomas; não transmite. Quando a pessoa tem imunidade baixa (muitos bacilos) o granuloma rompe, os bacilos se espalham pelos pulmões e até por outros órgãos → tuberculose ativa. Nesse caso, o bacilo se multiplica e causa sintomas; a pessoa transmite. Mesmo depois de anos, os bacilos dormentes podem reativar (ex: em imunossupressão, HIV, desnutrição). Quando isso ocorre, os granulomas se liquefazem, e os bacilos voltam a se multiplicar e se espalhar — o que explica a reativação da tuberculose. Sintomas: Mal-estar; Perda de peso; Tosse; Hemoptise (Escarro com pus e sangue); Sudorese noturna Diagnóstico: PPD (teste tuberculínico); Baciloscopia (BAAR) e raio X Tratamento: Primeira fase: Inicial ou de ataque(2 meses); Rápida redução da carga bacteriana e evitar resistência Segunda fase: Manutenção (4 meses); Impede reativação e extermina os resistentes; Tratamento: Vacina BCG; detecção e tratamento correto; quimioprofilaxia Mycobacterium bovis Tuberculose bovina podendo infectar humanos por leite não pasteurizado de vacas contaminadas. Afeta trato respiratório e digestório. Controle: pasteurização do leite); detecção e abate dos animais Mycobacterium leprae Hanseníase. Parasitismo obrigatório, não é cultivável em meio artificial. Crescimento lento (Até 30ºC) lesões cutâneas ficam localizadas em áreas frias. Glicolipídio fenólico, molécula presente na parede celular que ajuda os bacilos a aderir às células nervosas (Schwann) e às células fagocíticas. Nas células nervosas elas aderem e infectam levando a desmielinização e degeneração dos nervos, levando à perda de sensibilidade. Gene HLA-MT1 está associado à susceptibilidade à forma lepromatosa, ou seja, indivíduos com esse alelo têm resposta imune celular fraca e não conseguem controlar a infecção. Formas clínicas: Tuberculóide – resposta celular (poucos bacilos, lesões delimitadas, menos contagiosa) Lepromatosa – resposta humoral (muitos bacilos, lesão difusa, altamente contagiosa) Diagnóstico: Baciloscopia, material e sinais clínicos Teste da lepromina → mede imunidade celular contra M. leprae. Positivo = forma tuberculoide (boa defesa). Negativo = forma lepromatosa (imunossupressão). Serve para classificação, não diagnóstico. Tratamento: Paucibacilar: 6 meses. Multibacilar: 2 anos. Drogas: dapsona, rifampicina e clofazimina. Prevenção: identificação e tratamento, vacina BCG. Outras micobactérias Podem ter crescimento rápido/lento, são mais atípicas. Podem ser localizadas ou se disseminarem. Geralmente, está associada a infecções hospitalares (procedimentos invasivos), veiculadas por água/soluções contaminadas e falhas de esterilização. Bactérias anaeróbicas ● Bactérias que realmente não usam oxigênio (aerotolerantes ou anaeróbicas estritas). ● Infecção comuns; ● Casos de polimicrobianas, uma bactéria aeróbica e outra anaeróbica, uma vez que a aeróbica utiliza o oxigênio permitindo que a anaeróbica cresça naquele meio. ● Presentes no intestino grosso, cavidade oral, microbiota vaginal e na pele, se está na nossa microbiota estamos suscetíveis a infecções oportunistas. Fatores de virulência Cápsula;Endotoxinas; toxinas e enzimas; Condições predisponentes Diabetes mellitus; Corticosteróides; Imunossupressão; Doenças vasculares; No geral envolvem Quebra de barreira / Dano a mucosas /Redução dos níveis de oxigênio ● Secreção com odor fétido, devido aos produtos do metabolismo anaeróbio ● Infecção próxima à superfície mucosa (habitat natural|) ● Infecção secundária a mordida humana ou animal(alta presença de bactérias anaeróbicas) ● Presença de gás na amostra (relacionada com fermentação ● Coloração negra e/ou fluorescência de exsudatos purulentos (pigmentos escuros (preto-acinzentados) nas lesões.) Característicos de necrose tecidual associada à infecção anaeróbia. Diagnóstico Cultura ausente de oxigênio (câmara de anaerobiose, jarra de anaerobiose; jarra contendo vela, a vale consome O2) Uso de substâncias para evitar crescimento de outras bactérias Tratamento: Drenagem cirúrgica (abscesso/tecido necrosado) Terapia antimicrobiana: aminoglicosídeos não são indicados, pois não agem sem oxigênio Gram positivas não esporuladas Actinomyces Filamentos ramificados Raramente isolado em cultura pura (crescimento lento) Cutibacterium acnes Acnes em adolescentes (pele); endocardite e sepse Gram negativas Bacteroides fragilis Oportunista causada por desequilíbrio na microbiota ou por quebra de barreira. Mais frequente em infecções: intra-abdominais, abscessos, bacteremias e em tecidos moles Virulência - Cápsula: é indutora da formação de abscessos - Fímbrias e outras moléculas de adesão - Enzimas: catalase, SOD (aerotolerância de longa duração, consegue ficar em exposta ao oxigênio por até 48 h) - Toxinas fragilissima (importante em doenças intestinais) Tratamento: Penicilina não funciona Gram positivos esporulados Clostridium spp. Encontrados no ambiente (solo, água), pode ser encontrado na nossa microbiota intestinal (eventualmente) Gram labilidade -> Instabilidade (não retém o corante que deveria reter) Significado clínico: • doenças neurotrópicas – C. tetani (tétano) e C. botulinum (botulismo); - fator de virulência neurotoxina • mionecroses – C. histolyticum, C.perfringens - destruição e necrose da musculatura • enterotoxemias – C. perfringens, C. difficile - toxinas agem no local específico ou sistemicamente C. tetani ● Famoso tétano ● Esporo deformante ● aspecto de raquete/cotonete Virulência Tetanospasmina (neurotoxina) Espasmo da musculatura involuntária; Inibe a liberação de dois neurotransmissores GABA e Glicina. A função de ambas é inibir o estímulo de contração muscular que teve liberação de acetilcolina, para que o músculo relaxe. Essa neurotoxina impede que o músculo relaxe, liberando acetilcolina o tempo todo, causando contrações musculares permanentes (paralisia espástica). Trata de infecção Tratamento: Soro antitetânico (anticorpo pronto) Ainda sensível a penicilina junto com antitoxina Injúriatraumática: piercing e drogas injetáveis Hoje em dia não se tampa mais as feridas, permeáveis ao oxigênio, como forma de prevenir a condição anaeróbia. Vacinação: toxóide (toxina inativada) tetânico C. botulinum Inicialmente encontrada em alimentos embutidos; Toxina botulínica: neurotoxina Inibe a liberação de acetilcolina; paralisia flácida (sem contração) Botulismo Clássico: trata de uma intoxicação; alimento com a toxina Infantil: ingere esporos da bactéria, que germinam no intestino, liberam toxina. trata de infecção. Acontece em crianças e não em adultos devido a maturidade da microbiota De lesão: em vez de desenvolver tétano com o machucado gera botulismo Após colonização de adultos: igual botulismo infantil porém devido a problemas no sistema imune Controle Infantil: não oferecer mel até 6 meses Clássico: pH abaixo 4,5 não tem risco de presença da toxina C. perfringens Apresenta várias toxinas, alfa mais frequente Patogênese: gangrena gasosa (traumas, cirurgias, corpos estranhos, insuficiência vascular) Toxinfecção alimentar: alimentos de origem animal, diarreia secretora, sobrevivência à cocção, concentração alta; Clostridioides difficile presente no ambiente e intestino virulência toxina A (inflamação) e B (lise celular) Uso de antimicrobianos, causa alteração da microbiota que coloniza os microorganismos, elabora toxinas e causa danos à mucosa e inflamação. Manifestações: diarreia e colite pseudomembranosa BACTERIOLOGIA P2 Staphylococcus Streptococcus Enterococcus Haemoplillus influenzae Neisseria meningitidis Bordetella pertussis Corynebacterium diphtheriae Micobactérias Mycobacterium tuberculosis Mycobacterium bovis Mycobacterium leprae Outras micobactérias Bactérias anaeróbicas Gram positivas não esporuladas Actinomyces Cutibacterium acnes Gram negativas Bacteroides fragilis Gram positivos esporulados Clostridium spp. C. tetani C. botulinum C. perfringens Clostridioides difficile