Prévia do material em texto
UNIDADE 1 INTRODUÇÃO A SEMIÓTICA • Pergunta 1 A Semiologia de Ferdinand de Saussure emerge na área da Psicologia Social e, dentre as primeiras categorias por ele estabelecidas, destacam-se: Respostas: c. Língua e Fala. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Na Teoria da Linguagem de Saussure surge a oportunidade e a necessidade de distinguir-se entre o social e o individual e entre o essencial e o acessório ou acidental. O social e o essencial recaem no domínio da língua, cabendo à fala o recorte do que é individual e acidental. Em outras palavras, a língua (...) apresenta- se ao indivíduo como um sistema preexistente. (...) A fala, inversamente, é um ato individual de utilização da língua [...] (NETTO, 1983, p. 18, grifo do autor). • Pergunta 2 Observe a imagem e leia o texto a seguir: Placa indicando a proibição de fumar no local Fonte: Wikimedia Commons Um traço preto grosso horizontal seguido de dois traços curtos pode ser a representação de um cigarro. A eles, podem ser acrescidas linhas curvas a representar a fumaça. Se enquadrarmos esse símbolo em um círculo cortado ao meio, de cima para baixo e da esquerda para direita, preferencialmente em cores vermelhas, teremos outro símbolo: a indicação de proibição do ato de fumar. Sob a ótica da Semiologia, é INCORRETO afirmar que: Respostas: e. O significado é a parte física do signo. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. O conceito, o que a coisa física representa, o conteúdo, sua imagem mental é o seu significado. Nossa mente vê o sinal (significante entende que lá é proibido fumar (significado). Um signo é, portanto, constituído de significado e significante. E mais, não há signo que não os tenha. • Pergunta 3 De que forma o ser humano começa a se diferenciar dos diversos animais? Respostas: b. Refinando recursos para sua sobrevivência. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. O ser humano começa a se diferenciais dos outros animais refinando os recursos para sua sobrevivência. Ele cria utensílios como facas, potes, roupas, constrói abrigos, aprende a cultivar e a criar animais para sua alimentação, transporte e auxílio na caça. • Pergunta 4 Assinale a alternativa que corresponde à CORRETA correspondência entre as colunas. Coluna A I – Fala II – Língua III – Esquema IV – Uso Coluna B A – Código preexistente B – Ato individual de utilização da Língua C – Sistema social D – Modo de apropriação Respostas: a. I-B. II-C. III-A. IV-D. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. A Língua aponta para o sistema social historicamente construído, enquanto a Fala indica o ato de cada indivíduo na utilização da Língua. Louis Hjelmslev propõe o par mais geral de esquema, como um código preexistente e partilhado entre indivíduos, e uso como o modo particular que cada indivíduo se apropria e utiliza um esquema. Pergunta 1 A regra dos terços, na Linguagem Fotográfica, está relacionada a qual conceito semiológico? Respostas: a. Esquema. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Se quisermos transpor as ideias de Saussure para a fotografia, podemos utilizar o conceito em sua reelaboração, de Louis Hjelmslev (1899-1965). Ao invés de Língua, utilizamos Esquema, e ao invés de Fala, Uso. O novo par esquema/uso transcende o limite da linguística e nos permite analisar outros objetos culturais. O esquema é o código, como a regra dos terços, e o uso é o modo como cada grupo ou indivíduo a utiliza. Pergunta 2 Analise as afirmações a seguir: I – Pode ser descrito como algo que está no lugar de outro algo. II – Um signo tem significado invariável. III – Significado e significante são como as duas faces da moeda de um signo. IV – Nem todos os signos são constituídos de significado e significante. Estão CORRETAS as afirmações: Respostas: b. I e III. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Um signo pode ser descrito como algo que está no lugar de outro algo e, em Semiologia, é constituído de significado e significante, sendo que não há signo que não os tenha. Pergunta 3 As raízes da Semiologia apontam para qual outro campo de estudos? Respostas: c. Linguística. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Apesar de oferecer bases significativas para o estudo da linguagem fotográfica, a Semiologia esbarra na questão de suas raízes. A Ciência proposta por Saussure nasce da Linguística e esta, como a própria denominação indica, está relacionada ao estudo das Línguas (em sua extensa complexidade), um objeto muito diferente da fotografia. Por mais que os signos estudados pela Semiologia não sejam exclusivamente linguísticos, seus métodos e conceitos têm lá sua origem. Nas palavras da semioticista Lúcia Santaella, “[...] fica aí em falta, contudo, uma fundação teórica consistente e homogênea capaz de plantar uma Ciência Semiótica a partir de raízes próprias” (SANTAELLA, 2006, p. 81-2). UNIDADE 2 TEORIA GERAL DOS SIGNOS • Pergunta 1 Analise as afirmações a seguir: I – O ser humano é um categorizador, e tanto a Ciência quanto a Filosofia se valem da categorização. Há, inclusive, pensadores que entraram para a História justamente pela qualidade das categorias por ele criadas. II – Charles Sanders Peirce se debruçou sobre a questão das categorias como uma forma de entender o método científico e, em 1867, publicou o ensaio Sobre uma nova lista de categorias. III – Elegante e sinteticamente, Peirce vislumbrou uma realidade em três categorias. O número três se tornaria a chave para a edificação de sua complexa arquitetura filosófica da qual a Semiótica é parte. Estão CORRETAS as afirmações: Respostas: b. I, II e III. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. O ser humano é um categorizador. Nós adoramos associar as coisas a certas categorias. Você se lembra da Astrologia? De fazer parte de uma das 12 categorias de signo? De cada categoria ter suas categorias (pertencer ao elemento terra, fogo, água ou ar, ser cardeal, mutável ou fixo)? A Ciência também se vale da categorização. Nós somos denominados pela taxonomia como subespécie homo sapiens sapiens, da espécie homo sapiens, do gênero homo, da subordem antropoidea, da ordem primata, da classe mammalia, do subfilo vertebrata, do filo chordata e do reino animalia. A criação de categorias é algo que fazemos no nosso dia a dia. Pense, por exemplo, em como você organiza suas fotografias. Para a Ciência e para a Filosofia, não poderia ser diferente e há pensadores que entraram para a História justamente pela qualidade das categorias por eles criadas. Peirce se debruçou sobre a questão das categorias como uma forma de entender o Método Científico e, em 1867, publicou o ensaio Sobre uma nova lista de categorias. Ainda não foi naquele momento que ele estabeleceu definitivamente suas categorias, mas foram sementes lançadas que viriam a germinar algum tempo depois. As primeirassementes, na verdade, foram plantadas em sua mente quando tinha apenas 12 anos de idade, momento em que teve seu primeiro contato com a Filosofia por meio da obra Elementos da Lógica, de Richard Whately (1787-1863). Uma pessoa cuja mente estava conectada à Ciência, à Filosofia, à Arte e a diversos outros campos do saber, ao se debruçar sobre um problema, uma tarefa, alcançou uma formulação lógica de categorias como uma Filosofia científica. Esse casamento entre Ciência e Filosofia é algo muito raro em nossa História e permitiu que as categorias criadas por Peirce fossem gerais o bastante para descrever fenômenos de todas as ordens. Elegante e sinteticamente, Peirce vislumbrou uma realidade em três categorias. O número três se tornaria a chave para a edificação de sua complexa arquitetura filosófica da qual a Semiótica é parte. • Pergunta 2 Na Fenomenologia, Peirce estabelece uma categoria na qual ocorre a mediação, o pensamento em signos, a interpretação. Qual é essa categoria? Respostas: c. Terceiridade. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. A experiência da secundidade nos move para o pensamento, para a interpretação dos fenômenos. A terceiridade é mediação entre o que é primeiro e o que é segundo por meio da interpretação. Aqui temos a intenção, a razão, a Lei. A “terceiridade, que aproxima um primeiro e um segundo numa síntese intelectual, corresponde à camada da inteligibilidade, ou pensamento em signos, através do qual representamos e interpretamos o mundo” (SANTAELLA, Lucia. O que é Semiótica. Coleção Primeiros Passos. São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 51). • Pergunta 3 Sendo a Metafísica um terceiro, ela é responsável pela mediação entre quais Ciências? Respostas: b. Fenomenologia e Ciências normativas. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Para Peirce, a Filosofia em geral tem por tarefa descobrir o que é verdadeiro, limitando-se, porém, à verdade, que pode ser inferida da experiência comum que está aberta a todo ser humano, a qualquer tempo e hora. A primeira e talvez mais difícil tarefa que a Filosofia tem de enfrentar é a de dar à luz as categorias mais universais da experiência. Essa tarefa é da alçada da fenomenologia, uma quase Ciência que tem por função fornecer o fundamento observacional para o restante das disciplinas filosóficas. As Ciências normativas são assim chamadas porque estão voltadas para a compreensão dos fins, das normas e ideais que regem o sentimento, a conduta e o pensamento humanos. Elas não estudam os fenômenos tal qual aparecem, quer dizer, na sua aparência, pois essa é a função da fenomenologia, mas os estudam na medida em que podemos agir sobre eles e eles sobre nós. Elas estão voltadas, assim, para o modo geral pelo qual o ser humano, se for agir deliberadamente e sob autocontrole, deve responder aos apelos da experiência. Usando os princípios da lógica, a metafísica investiga o que é real, na medida em que esse real pode ser averiguado na experiência comum. É dela a tarefa de fazer a mediação entre a fenomenologia e as Ciências normativas, desenvolvendo uma teoria da realidade (SANTAELLA, Lucia. Estética: de Platão a Peirce. São Paulo: Experimento, 1994, p. 113-4) • Pergunta 4 Analise as afirmações a seguir acerca das categorias fenomenológicas peircianas: I – À última etapa na percepção de um fenômeno corresponde a categoria terceiridade. II – A reação é descrita como secundidade. III – A primeiridade é a categoria do presente absoluto. IV – Na primeiridade, temos um quase-signo, pois ainda é possibilidade, é quase ser; quando passa a ser, estamos no universo do que é segundo. Estão CORRETAS as afirmações: Respostas: a. I, II, III e IV. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Quando você teve o primeiro contato com uma imagem fotográfica no computador ou no celular, quando a luz da tela encontra seus olhos, antes de reagir ou pensar sobre o que estaria vendo, esse momento primeiro, intangível, indescritivelmente rápido é, nesse caso, aquilo que Peirce descreveu como primeiridade. O sentimento do contato primeiro com as luzes de cores, sem pensar na forma propriamente dita. Na primeiridade temos um quase-signo, pois ainda é possibilidade, é quase ser; quando passa a ser, estamos no universo do que é segundo. Então seguimos, desse instante que rapidamente nos escapa para a reação àquelas luzes, nossa mente percebe que se trata de uma imagem. Essa reação é descrita como secundidade. Passamos, então, a pensar acerca do que está sendo representado, dos elementos que formam a imagem. A essa última etapa na percepção de um fenômeno corresponde à categoria terceiridade. Pergunta 3 Na arquitetura filosófica de Peirce, a Filosofia, seguindo sua lógica triádica, está dividida em: Respostas: b. 1. Fenomenologia, 2. Ciências normativas, 3. Metafísica. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Filosofia 1 Fenomenologia 2 Ciências Normativas 2.1 Estética 2.2 Ética 2.3 Semiótica ou Lógica 2.3.1 Gramática Pura 2.3.2 Lógica Crítica 2.3.3 Metodêutica 3 Metafísica Pergunta 4 Quais são as três categorias fenomenológicas estabelecidas por Peirce? Respostas: d. 1. Primeiridade, 2. Secundidade, 3. Terceiridade. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Nossa mente não conhece as coisas em si, mas a representação dessas coisas na forma de signos. Pensemos, simplificadamente, em uma pedra. Você, o interpretante, vê ou tropeça em uma pedra. Há o sentimento dela em sua mente (primeiridade), a comprovação sensível de sua existência, seja pela visão, seja pelo tato (secundidade então a experiência será representada com o signo, a imagem mental daquela pedra (terceiridade). Assim, Peirce descreve nosso contato com os fenômenos que nos cercam. Pergunta 1 A Semiótica, como Teoria Geral dos Signos, foi concebida por: Respostas: d. Charles Sanders Peirce. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Foi Charles Sanders Peirce que, em seus estudos pautados na Lógica, estabeleceu uma Teoria Geral dos Signos, a partir de bases próprias. Pergunta 2 Observe a imagem e leia o texto a seguir: . “Uma pedra rolante não recolhe musgo” (em tradução livre). Provérbio atribuído a Públio Siro (cerca 85-43 a.C.). Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_Rolling_Stone_Gathers_No_Moss.jpg. Sob a ótica da Semiótica, é INCORRETO afirmar que: Respostas: c. No contato com a fotografia acima, a primeiridade, a secundidade e a terceiridade ocorrem de forma estanque, uma única vez. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Se continuar observando a fotografia acima, encontrando novos elementos, estará atualizando a cada instante uma nova primeiridade, uma nova secundidade e uma nova terceiridade. São estados da mente que não ocorrem de modo estanque. UNIDADE 3 A AÇÃO DO SIGNO • Pergunta 1 Quando um signo, na relação a seu objeto nos mostra uma constatação, uma indicação de seu contexto, qual nome ele recebe? Respostas: e. Quali-signo. Comentárioda resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Na segunda categoria, temos como signo 1º um existente real, material, concreto, aqui e agora. A esse existente singular foi dado o nome de sin-signo. Esse singular indica, é índice do contexto do qual faz parte, quando se pode constatar a relação com seu objeto (signo 2º). • Pergunta 2 Qual é o signo que representa seu objeto, como Lei, como tipo geral? Respostas: b. Símbolo. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Nas tríades de terceiridade temos, como signo 1º, ou seja, em relação a si mesmo, o signo de Lei, chamado legi-signo. Uma vez que ele é portador de uma Lei, por convenção ou pacto, ele representa seu objeto, sendo, consequentemente, um símbolo deste como signo 2º. Representar é diferente de apresentar (primeiridadou indicar (secundidade), pois, por meio da Lei, ele representa o objeto não como um existe, mas um tipo geral. A palavra “fotografia” representa todas as imagens fotográficas existentes, não somente esta ou aquela fotografia singular, mas as fotografias em geral. • Pergunta 3 Quais são as três categorias do signo com seu objeto, signo 2º? Respostas: c. 1. Ícone, 2. Índice, 3. Símbolo Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Signo 1º em si mesmo Signo 2º com seu objeto Signo 3º com seu interpretante 1º Quali-signo Ícone Rema 2º Sin-signo Índice Dicente 3º Legi-signo Símbolo Argumento • Pergunta 4 Assinale a alternativa que apresenta a CORRETA correspondência entre as Colunas. Coluna A I – Aquilo que resulta da mediação II – Algo que determina um signo na mente III – Algo não necessariamente sólido Coluna B A – Signo B – Objeto C – Interpretante Respostas: d. I-C. II-A. III-B. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. ‘’Um signo intenta representar, em parte pelo menos, um objeto que é, portanto, num certo sentido a causa ou determinante do signo, mesmo se o signo representar seu objeto falsamente. Mas dizer que ele representa seu objeto implica que ele afete uma mente, de tal modo que, de certa maneira, determine naquela mente algo que é mediatamente devido ao objeto. Essa determinação da qual a causa imediata ou determinante é o signo, e da qual a causa imediata é o objeto, pode ser chamada de interpretante’’ (PEIRCE apud SANTAELLA, 2006, p. 58) Aqui temos alguns dos conceitos que veremos muitas vezes nesta unidade. “Mente”, para Peirce, não se refere necessariamente à mente humana, pois ele visava que sua teoria abrangesse a relação entre outros seres, corpos, informações ou quais outros objetos. “Objeto” também não se refere a algo sólido, como um copo ou uma máquina fotográfica, mas a uma coisa, um algo qualquer. “Mediatamente” indica algo mediado, que está no meio entre uma coisa e outra. Por fim, “interpretante” é aquilo que resulta da mediação, o 3º, o signo gerado na mente. • Pergunta 3 Analise a veracidade das afirmações acerca da semiose: I – É a ação do signo. II – Ocorre na terceiridade, pois depende de uma relação triádica. III – Envolve a ideia de continuidade. IV – Determina interpretantes. Estão CORRETAS as afirmações: Respostas: a. I, II, III e IV. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Para finalizar esta unidade, abordaremos o conceito de semiose, nome dado por Peirce à ação do signo. “Os conceitos de signo e semiose envolvem ideias interdependentes – terceiridade, continuum, relação triádica, inferência, lei, hábito – desenvolvidas em diferentes domínios – matemática, lógica, fenomenologia, metafísica – e em diferentes fases do pensamento de Peirce” (QUEIROZ, 2004, p. 47). A citação de João Queiroz já indica aspectos importantes da semiose: ela é um processo, uma ação. Ela só existe no signo genuíno, triádico. Ocorre na terceiridade. É uma ação contínua. Cria hábitos. Qual seria o processo da semiose? Ele é o próprio processo de determinar um interpretante, algo que só pode ocorrer em uma relação triádica de signo, objeto e interpretante. Nas palavras de Queiroz: “O signo, um ‘outro’ quanto ao objeto que ele indica (‘‘fica no lugar de’’), determina outro signo, o interpretante, como uma determinação do objeto” (QUEIROZ, 2004, p. 49). A determinação de interpretantes ocorre de modo evolutivo, pois é um processo irreversível. O tempo segue adiante, portanto, uma vez determinado um interpretante não é possível desfazer o interpretante, mas tão somente serem determinados novos interpretantes. • Pergunta 4 Leia a citação a seguir: “O homem só conhece o mundo porque, de alguma forma, o representa e só interpreta essa representação numa outra representação” (SANTAELLA, Lucia. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 51-2). A interpretação de uma representação em outra representação se refere a: Respostas: b. Semiose. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. “Daí que os símbolos sejam signos triádicos genuínos, pois produzirão como interpretante um outro tipo geral ou interpretante em si que, para ser interpretado, exigirá um outro signo, e assim ad infinitum [infinitamente]” (SANTAELLA, Lucia. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 2006, p. 51-2) Pergunta 1 Assinale a alternativa CORRETA quanto à veracidade das afirmações: I – A Fenomenologia estabeleceu as categorias de densidade, sensibilidade e circularidade. II – Charles Sanders Peirce estabeleceu uma doutrina triádica sempre apontando para agrupamentos de 3 categorias. III – A Fotografia é uma Linguagem na medida que representa o mundo, que utiliza signos (elementos visuais, procedimento e ações) e cria, ao fotografar e difundir imagens, Processos de Comunicação e relação com diversas mentes. Estão CORRETAS as afirmações: Respostas: a. II e III. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Apenas a afirmação I está incorreta. A Fenomenologia peirciana estabeleceu as categorias de primeiridade, secundidade e terceiridade. UNIDADE 4 SEMIOSFERA • Pergunta 1 Sobre a semiosfera, é INCORRETO afirmar que: Respostas: a. Foi formulada por Vladímir Vernádski. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. [O conceito de semiosfera]Foi formulado pelo semioticista Iúri Lótman (1922-1993) em 1984 para designar o habitat e a vida dos signos no universo cultural [...]. Fora dele, no entender de Lótman, nem os processos de comunicação, nem o desenvolvimento de códigos e de linguagens em diferentes domínios da cultura seriam possíveis. Neste sentido, semiosfera é o conceito que se constituiu para nomear e definir a dinâmica dos encontros entre diferentes culturas e, assim, construir uma teoria crítica da cultura (MACHADO, Irene (org.). Semiótica da Cultura e Semiosfera. São Paulo: Annablume, Fapesp, 2007, p. 16). • Pergunta 2 Assinale a alternativa que corresponde à correta correspondência entre as colunas. Coluna A I – Charles Sanders Peirce II – Vladímir Vernádski III – Iúri Lótman Coluna B A – Semiótica da Cultura B –Noosfera C – Teoria Geral dos Signos Respostas: e. I-C; II-B; III-A. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. A Teoria geral dos signos de Charles Sanders Peirce (1839-1914), cujas bases se encontram na Lógica, busca por uma descrição que pudesse abranger desde as descobertas científicas à experiência comum. Sua Semiótica, de caráter geral, ainda que estabelecesse diálogos com as questões de seu tempo, o faz mais profundamente com a história do pensamento, das Ciências e da Filosofia. Em outros contextos, contudo, emergem diferentes formulações semióticas, mais atadas às questões sociais, políticas e culturais. Se retomarmos à arquitetura filosófica de Peirce, elas estariam no âmbito das Ciências Especiais, pois se direcionam a um objeto – amplo, mas específico – chamado “cultura”. Vladímir Vernádski (1863-1945) é para nós, brasileiros, um nome desconhecido. No entanto, na educação básica aprendemos (ou deveríamos aprender) o conceito de “biosfera”. Houve tempo, inclusive, que o termo era largamente utilizado nos meios de comunicação de massa. Vernádski ampliou e popularizou o conceito (criado em 1875 por Eduard Suess) descrevendo a biosfera (em seu livro de 1926) como um sistema no qual matéria viva e abiótica se influenciam. A biosfera seria a segunda etapa no desenvolvimento da Terra, depois da geosfera. Suas pesquisas a respeito da biosfera, na qual evoluem as espécies, o levou a pensar que através dessa evolução houve o desenvolvimento da consciência e do pensamento dialógico. Além da esfera na qual a vida ocorre, outra esfera se desenvolvera por meio da consciência, a esfera do logos (pensamento), a logosfera, ou do nous (mente, espírito), a noosfera. A consciência humana seria, portanto, o “lugar” da terceira etapa do desenvolvimento terrestre. Filiado ao conceito de noosfera de Vernádski, temos o conceito de semiosfera formulado por Iúri Lótman no contexto da Semiótica da Cultura, da qual é o principal expoente. • Pergunta 3 Sobre o texto cultural, no contexto da Semiótica da Cultura, pode-se afirmar que: Respostas: c. carrega memória, memória da cultura; Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. O texto cultural é definido não apenas como texto verbal, mas para aquilo que se cria a partir de códigos da cultura no interior da semiosfera. Ele abrange três funções: 1- Função comunicativa: o texto comunica, transporta uma mensagem de um emissor a um receptor por meio da linguagem; 2- Função geradora de sentidos: se na comunicação busca-se uma mensagem sem ruídos ou interferências, ao gerar sentido, um texto ativa diversas linguagens que o interpretam e a mensagem não pode mais ser homogênea, como na função comunicativa, e sim heterogênea, com múltiplos sentidos que podem emergir do texto; 3- Função mnemônica: o texto carrega memória, memória da cultura. Não necessariamente essa memória é cronológica ou reconhecível. Pensemos na fotografia do círculo de pedras. Ela já carrega a memória da história da linguagem fotográfica, de sua estrutura e seu modo de ser, e ainda traz as memórias dos objetos por ela retratadas. O texto cultural é presente e memória. Podemos perceber que as três funções fazem do texto cultural mais do que informação, pois é constituído de memória e da propriedade de gerar sentidos. A própria geração de sentidos é um processo do qual não se tem controle. Um mesmo texto cultural, ainda que tenha certas tendências para geração de sentido, será interpretado de forma particular por cada receptor. O próprio emissor muitas vezes aciona camadas de texto de forma não intencional e acaba tendo uma leitura também particular do texto por ele criado. • Pergunta 4 Sobre a exploração semiótica da linguagem, é INCORRETO afirmar que: Respostas: b. Rosângela Rennó, ao associar fotografias justapostas à poesia, evitava a geração de novos signos; Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. A artista brasileira Rosângela Rennó criou a série fotográfica Matéria de Poesia sem um clique fotográfico. Ela adquiriu slides fotográficos em sebos e mercados de pulgas, fez justaposições com eles e associou cada criação a frases poéticas de Manoel de Barros. Assim, a soma de fotografias de desconhecidos gerou novos signos e a eles foi conectada poesia gerando um signo diferente do anterior. A obra foi criada com diversas partes – com signos que por si só já produzem efeitos emocionais, sensoriais e intelectuais – mas a obra da qual resulta a ação artística de Rosângela Rennó é mais do que a soma das partes, é algo novo que emerge do jogo semiótico da manipulação dos diferentes signos. • Pergunta 2 Qual alternativa corresponde a conceitos elementares da Semiótica da Cultura (Iúri Lótman)? Respostas: e.Texto cultural, tradução e diálogo; Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. A Semiótica da Cultura tem no conceito de “texto” uma de suas mais emblemáticas descrições. Para Iúri Lótman a tradução não ocorre apenas entre línguas, mas entre sistemas da semiosfera. Reside na fronteira dos sistemas o processo de tradução, no qual um texto cultural é signicamente reorganizado em outro texto cultural adequado ao sistema do qual passou a fazer parte. A tradução se dá por meio do diálogo, pensando o diálogo não apenas na fala, mas em diferentes formas de relação. Quando eu vejo uma imagem eu estabeleço um diálogo com ela. Cada mente poderá dialogar com a imagem a partir de suas próprias habilidades, variando assim a qualidade da relação. • Pergunta 4 Assinale a alternativa correta quanto à veracidade das afirmações acerca das funções do texto cultural. I – A função primária é comunicativa. II – Múltiplos sentidos são gerados por um texto. III – O texto carrega memória. Estão corretas as afirmações: Respostas: b.I, II e III; Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Iúri Lótman descreve ainda as três funções do texto da seguinte forma: 1- Função comunicativa: o texto comunica, transporta uma mensagem de um emissor a um receptor por meio da linguagem; 2- Função geradora de sentidos: se na comunicação busca-se uma mensagem sem ruídos ou interferências, ao gerar sentido, um texto ativa diversas linguagens que o interpretam e a mensagem não pode mais ser homogênea, como na função comunicativa, e sim heterogênea, com múltiplos sentidos que podem emergir do texto; 3- Função mnemônica: o texto carrega memória, memória da cultura. Não necessariamente essa memória é cronológica ou reconhecível. Pensemos na fotografia do círculo de pedras. Ela já carrega a memória da história da linguagem fotográfica, de sua estrutura e seu modo de ser, e ainda traz as memórias dos objetos por ela retratadas. O texto cultural é presente e memória UNIDADE 5 CRÍTICA DE IMAGEM • Pergunta 1 Assinale a alternativa correta quanto à veracidade das afirmações. I – A Semiótica da Cultura, além do desenvolvimento na antiga União Soviética, desenvolveu-se na Alemanha. II – Walter Benjamim previu que a reprodutibilidade técnica daria início a uma nova era da arte. III – Ivan Bystrina e Harry Pross são os precursores da Teoria geral dos signos. Estão corretas as afirmações: Respostas: a. I e II; Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta.O precursor da Teoria Geral dos Signos é Charles Sanders Peirce. • Pergunta 2 Assinale a alternativa que corresponde à correta correspondência entre as colunas: Coluna A I – Devoração das imagens e pelas imagens II – Paralisia e espanto III – Presença de uma ausência Coluna B A – Iconofagia B – Pânico C – Imagem Respostas: b. I-A; II-B; III-C. Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. A iconofagia não é um processo exclusivo da modernidade. O que ocorre é uma mudança de status iconofágico, isto é, da devoração das imagens e pelas imagens. Um aspecto do deus grego Pan é causar terror, espanto e paralisia. Malena Segura Contrera identificou o quanto a produção de imagens se utiliza do pânico (imagem arquetípica do deus) na comunicação de massa. A palavra “imagem” tem sua origem na palavra “imago” e aponta para a imagem criada a partir do corpo de uma pessoa falecida (imago mortis). Temos nessa relação a ambivalente característica da imagem em ser a presença de uma ausência. Na imagem, a “coisa real”, física, não está presente, mas apresentada. • Pergunta 3 Sobre a descrição da imagem na Semiótica da Cultura, é INCORRETO afirmar que: Respostas: e. Imagens atestam verdades factíveis; Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. A imagem, entretanto, não atesta verdades (não é garantia de retratar algo tal e qual). “Dar a ver” por meio de uma imagem não necessariamente reduz distâncias ou apaga ilusões. Antes as criam. As escolhas do plano, do enquadramento, do close já falseiam a realidade, sem mencionar as múltiplas possibilidades de edição. • Pergunta 4 Observe a imagem a seguir. Legenda: Jovem com roupas de ginástica segurando uma maçã e uma balança. https://www.istockphoto.com/br/foto/corpo-saud%C3%A1vel-mente-saud%C3%A1vel- saud%C3%A1vel-esp%C3%ADrito-gm697910262-133004261 I- O corpo real é impelido a atender certos valores éticos e estéticos que entram no imaginário por força da repetição exaustiva de imagens. II- A idealização de saúde e beleza dessa imagem é uma construção social, uma norma mítica, que não se reporta à verdade (e variedaddos corpos. III- A inadequação dos corpos reais aos ideais do imaginário contemporâneo tem impulsionado técnicas de manipulação de imagem. Se o corpo não puder se adequar à imagem ideal pelos treinamentos físicos, pelas dietas e pelas cirurgias, que possa ao menos parecer (por meio da edição de imagens). Respostas: c. I, II e III; Comentário da resposta: Justificativa (comentário da resposta) Dica: É possível retirar fragmentos do material estudado para comentar a resposta. Essa fotografia permite-nos perceber a dimensão da iconofagia atual. O corpo real é impelido a atender certos valores éticos e estéticos que entram no imaginário por força da repetição exaustiva de imagens. Não se pode dizer que a fotografia acima seja de um tipo muito diferente daquela encontrada em revistas, jornais, propagandas e nos meios digitais no que se refere à saúde e beleza. Os corpos são chamados a atender ao chamado da imagem e se adaptar da melhor forma possível a ela. A idealização de saúde e beleza dessa imagem é uma construção social, uma norma mítica, que não se reporta à verdade (e variedaddos corpos. A inadequação dos corpos aos ideais do imaginário contemporâneo tem impulsionado técnicas de manipulação de imagem. Se o corpo não puder se adequar à imagem ideal pelos treinamentos físicos, pelas dietas e pelas cirurgias, que possa ao menos parecer. O Photoshop e seus amigos são parceiros inestimáveis da iconofagia e novos aplicativos deverão tornar cada vez mais acessíveis à edição de imagem.