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ABA e TEACCH®: como abordagens estruturadas para ensinar habilidades de 
comunicação, socialização e aprendizagem em crianças com Transtorno do Espectro Autista. 
 
Tatiana Coelho 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Sandro Garabed Ischkanian 
Neusa Venditte 
Eliana Drumond 
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada 
por déficits persistentes na comunicação social e por padrões restritos e repetitivos de 
comportamento, interesses ou atividades (Kanner, 1943; Rutter, 1978). Nos últimos anos, avanços 
significativos foram alcançados em pesquisas que visam compreender os processos cognitivos e 
socioemocionais envolvidos no TEA (Klin et al., 2003; Schultz, 2005). A literatura aponta para a 
relevância de intervenções precoces e estruturadas, capazes de promover habilidades adaptativas e 
ampliar a autonomia dessas crianças (Fombonne, 2005). Entre as metodologias com maior 
respaldo científico destacam-se a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e o programa 
TEACCH® (Treatment and Education of Autistic and Communication Handicapped Children), 
que, apesar de distintos em seus pressupostos teóricos, compartilham o objetivo de favorecer a 
aprendizagem, a comunicação e a socialização. A ABA baseia-se nos princípios do 
condicionamento operante e enfatiza o ensino de comportamentos-alvo por meio da análise 
funcional e do reforçamento positivo (Lear, 2004). Essa abordagem é individualizada, intensiva e 
sistemática, utilizando procedimentos como o ensino por tentativas discretas, análise de tarefas e 
ensino incidental. Evidências mostram que a ABA pode promover ganhos expressivos em 
linguagem, cognição e habilidades sociais, principalmente quando iniciada precocemente e 
aplicada de forma intensiva e contínua (Klin et al., 2005). Por seu caráter altamente estruturado, a 
ABA contribui para a aquisição de repertórios complexos ao decompor as tarefas em unidades 
menores e facilitar a generalização para diferentes contextos e parceiros sociais (Gil, 2009; 
Libaneo, 2008). O programa TEACCH® foi desenvolvido na Universidade da Carolina do Norte e 
parte da premissa de que as crianças com TEA apresentam um estilo de aprendizagem visual e 
necessitam de ambientes previsíveis e organizados (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). O 
TEACCH® valoriza a estruturação física do espaço, a organização visual do tempo e das 
atividades e o uso de sistemas de trabalho individualizados que fomentam a autonomia. Essa 
abordagem integra família e escola no planejamento educacional, favorecendo a adaptação do 
currículo e a promoção da independência funcional. Diferentemente da ABA, o TEACCH® não se 
baseia em reforçamento intensivo, mas na adaptação do ambiente para reduzir barreiras e 
maximizar a compreensão do aluno (Klin et al., 2005). Tanto a ABA quanto o TEACCH® 
demonstram eficácia ao promoverem avanços em comunicação, socialização e aprendizagem, 
sendo recomendadas como componentes de programas educacionais abrangentes para crianças 
com TEA (Sousa; Oliveira; Alves, 2021). A escolha entre essas abordagens, ou a combinação de 
elementos de ambas, deve considerar as necessidades específicas de cada criança, a formação da 
equipe e a participação ativa da família no processo. A integração de práticas pedagógicas 
fundamentadas em evidências contribui para uma educação inclusiva e de qualidade, 
possibilitando que crianças com TEA alcancem seu pleno potencial de desenvolvimento 
(Tolezani, 2010). 
Palavras-chave: ABA; TEACCH®; Transtorno do Espectro Autista; comunicação; socialização; 
aprendizagem. 
 
 
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ABA and TEACCH®: Structured Approaches to Teaching Communication, Socialization, 
and Learning Skills in Children with Autism Spectrum Disorder. 
 
Tatiana Coelho 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Sandro Garabed Ischkanian 
Neusa Venditte 
Eliana Drumond 
Autism Spectrum Disorder (ASD) is a neurodevelopmental condition characterized by persistent 
deficits in social communication and by restricted and repetitive patterns of behavior, interests, or 
activities (Kanner, 1943; Rutter, 1978). In recent years, significant advances have been made in 
research aimed at understanding the cognitive and socio-emotional processes involved in ASD 
(Klin et al., 2003; Schultz, 2005). The literature highlights the relevance of early and structured 
interventions capable of promoting adaptive skills and increasing the autonomy of these children 
(Fombonne, 2005). Among the most scientifically supported methodologies are Applied Behavior 
Analysis (ABA) and the TEACCH® (Treatment and Education of Autistic and Communication 
Handicapped Children) program, which, despite differing in their theoretical foundations, share 
the goal of fostering learning, communication, and socialization. ABA is based on the principles 
of operant conditioning and emphasizes the teaching of target behaviors through functional 
analysis and positive reinforcement (Lear, 2004). This approach is individualized, intensive, and 
systematic, using procedures such as discrete trial training, task analysis, and incidental teaching. 
Evidence shows that ABA can promote significant gains in language, cognition, and social skills, 
especially when started early and applied intensively and continuously (Klin et al., 2005). Due to 
its highly structured nature, ABA contributes to the acquisition of complex repertoires by breaking 
tasks down into smaller units and facilitating generalization across different contexts and social 
partners (Gil, 2009; Libaneo, 2008). The TEACCH® program was developed at the University of 
North Carolina and is based on the premise that children with ASD have a visual learning style 
and need predictable and organized environments (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). TEACCH® 
emphasizes the physical structuring of space, the visual organization of time and activities, and the 
use of individualized work systems that foster autonomy. This approach integrates family and 
school in educational planning, encouraging curriculum adaptation and the promotion of 
functional independence. Unlike ABA, TEACCH® does not rely on intensive reinforcement but 
rather on environmental adaptation to reduce barriers and maximize the student’s understanding 
(Klin et al., 2005). Both ABA and TEACCH® have demonstrated effectiveness in promoting 
improvements in communication, socialization, and learning, and are recommended as 
components of comprehensive educational programs for children with ASD (Sousa; Oliveira; 
Alves, 2021). The choice between these approaches, or the combination of elements from both, 
should consider the specific needs of each child, the training of the educational team, and the 
active participation of the family in the process. The integration of evidence-based pedagogical 
practices contributes to an inclusive and high-quality education, enabling children with ASD to 
reach their full developmental potential (Tolezani, 2010). 
Keywords: ABA; TEACCH®; Autism Spectrum Disorder; communication; socialization; 
learning. 
 
 
 
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ABA e TEACCH®: como abordagens estruturadas para ensinar habilidades de 
comunicação, socialização e aprendizagem em crianças com Transtorno do Espectro Autista. 
 
Tatiana Coelho 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Sandro Garabed Ischkanian 
Neusa Venditte 
Eliana Drumond 
1. INTRODUÇÃO 
Na prática, a ABA ocorre frequentemente por meio de intervenções individuais e 
intensivas, que podem incluir sessões de ensino de uma a várias horas por dia, dependendo das 
necessidades da criança (Libaneo, 2008; Klin et al., 2005). O método de ensino por tentativas 
discretas permite que cada habilidade seja ensinada em pequenas etapas, com reforços imediatosde uma situação 
para outra, reforçando a autonomia e a capacidade de adaptação em diferentes contextos. 
O engajamento e motivação são estimulados pelo alinhamento entre interesses 
individuais e atividades planejadas (Fombonne, 2005; Lear, 2004). ABA adapta reforços e tarefas 
conforme preferências da criança, aumentando o interesse pelo aprendizado, enquanto TEACCH® 
organiza o ambiente de forma visualmente clara, facilitando compreensão e engajamento contínuo. 
Esse enfoque conjunto fortalece a participação ativa e a disposição para aprender. 
A inclusão educacional é favorecida quando habilidades essenciais são desenvolvidas de 
forma consistente (Sousa; Oliveira; Alves, 2021; Gil, 2009). ABA e TEACCH® permitem que a 
criança participe de atividades coletivas, interaja com colegas e se engaje em projetos escolares, 
promovendo pertencimento social, autoestima e oportunidades de aprendizado compartilhado, 
tornando a experiência escolar mais significativa e inclusiva. 
A integração de ABA e TEACCH® no desenvolvimento de habilidades essenciais 
oferece um modelo completo e inclusivo, que considera comunicação, socialização, autonomia e 
competências acadêmicas de maneira articulada (Ferreira, 2016; Klin et al., 2005). Essa 
abordagem estruturada, adaptada individualmente e orientada por evidências, cria condições para 
que cada criança com TEA alcance seu potencial máximo, participe ativamente da vida escolar, 
familiar e comunitária, e desenvolva capacidades para enfrentar desafios e explorar oportunidades 
ao longo da vida. 
2.5. INTEGRAÇÃO COM A FAMÍLIA E O AMBIENTE ESCOLAR 
A integração da família e do ambiente escolar é um fator determinante para o sucesso das 
intervenções estruturadas em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) (Ferreira, 2016; 
Klin et al., 2005). A participação ativa dos cuidadores e educadores garante a consistência das 
estratégias aplicadas, promovendo a generalização de habilidades adquiridas na escola para o lar e 
vice-versa. 
Na ABA, o envolvimento familiar é essencial para reforçar comportamentos desejáveis 
fora do contexto terapêutico (Lear, 2004; Klin et al., 2005). Os pais aprendem a aplicar técnicas de 
reforço positivo, estimular respostas adaptativas e acompanhar o progresso da criança, garantindo 
que os aprendizados não se limitem às sessões de intervenção. 
 
 
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O TEACCH® também enfatiza o papel da família na organização do ambiente 
(Ischkanian, 2025; Ferreira, 2016). Rotinas estruturadas em casa, organização visual de tarefas e 
cronogramas diários fortalecem a autonomia da criança, ao mesmo tempo em que reforçam 
habilidades sociais e funcionais aprendidas na escola. 
A colaboração entre terapeutas, professores e familiares permite uma abordagem coerente 
e integrada (Klin et al., 2003; Fombonne, 2005). A criança percebe continuidade nas estratégias, 
aumentando segurança e motivação para aprender, o que facilita a aquisição de habilidades de 
comunicação, socialização e autonomia funcional. 
A escola desempenha um papel crucial na criação de contextos estruturados para 
aprendizado (Gil, 2009; Libaneo, 2008). ABA é aplicada em atividades individuais ou em 
pequenos grupos, permitindo atenção individualizada e reforço sistemático de comportamentos 
adaptativos. Ao mesmo tempo, TEACCH® organiza a sala de aula com materiais visuais, áreas de 
trabalho bem definidas e sequências de atividades previsíveis. 
Essa estruturação escolar contribui para reduzir ansiedade e frustração, promovendo 
engajamento e participação (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). Crianças com TEA passam a 
compreender melhor as expectativas, a sequência das tarefas e o que se espera em interações 
sociais, favorecendo a generalização de habilidades em múltiplos contextos. 
O envolvimento da família permite o alinhamento entre objetivos educacionais e 
terapêuticos (Sousa; Oliveira; Alves, 2021; Klin et al., 2005). Ao compreender as estratégias 
utilizadas na escola e na terapia, os cuidadores podem reforçar comportamentos, adaptar 
atividades e criar oportunidades de prática no cotidiano, ampliando a efetividade da intervenção. 
A comunicação entre escola e família deve ser contínua e baseada em registros claros de 
progresso (Kanner, 1943; Rutter, 1978). Relatórios, gráficos e observações sistemáticas permitem 
ajustes nas metas e estratégias, garantindo que a criança receba suporte consistente e direcionado 
às suas necessidades individuais. 
A socialização é fortalecida quando a criança pratica habilidades em diferentes contextos 
(Schultz, 2005; Klin et al., 2005). ABA ensina comportamentos sociais adaptativos, enquanto 
TEACCH® cria oportunidades estruturadas para interações seguras e previsíveis, tanto em casa 
quanto na escola, promovendo confiança e autonomia. 
A autonomia funcional se beneficia da integração entre casa e escola (Ferreira, 2016; 
Ischkanian, 2025). Rotinas diárias, organização de materiais, planejamento de tarefas e 
acompanhamento de atividades permitem que a criança realize ações de maneira independente, 
aumentando autoestima e senso de competência. 
 
 
29 
O treinamento de pais e cuidadores é fundamental para que ABA e TEACCH® sejam 
aplicadas de forma consistente (Lear, 2004; Klin et al., 2005). Sessões de orientação e capacitação 
possibilitam que a família compreenda os objetivos das intervenções, utilize reforços adequados e 
implemente estratégias estruturadas que complementam o trabalho escolar. 
A criação de um ambiente previsível e estruturado em casa fortalece os resultados obtidos 
na escola (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). Sistemas de organização visual, cronogramas de 
atividades e áreas delimitadas para tarefas diárias garantem continuidade e previsibilidade, fatores 
essenciais para a aprendizagem de crianças com TEA. 
A consistência entre ambientes também promove regulação emocional (Schultz, 2005; 
Klin et al., 2005). Crianças expostas a rotinas e regras claras em múltiplos contextos aprendem a 
lidar melhor com frustrações, mudanças e expectativas, diminuindo comportamentos 
problemáticos e aumentando respostas adaptativas. 
A prática integrada favorece a generalização de habilidades (Sousa; Oliveira; Alves, 
2021; Fombonne, 2005). Comportamentos aprendidos em sessões de ABA ou em ambientes 
TEACCH® podem ser transferidos para momentos familiares, interações sociais externas e 
atividades comunitárias, consolidando a aprendizagem de forma funcional e significativa. 
O alinhamento entre equipe escolar, terapeutas e família cria uma rede de suporte sólida 
(Gil, 2009; Libaneo, 2008). Essa rede garante que as estratégias sejam aplicadas de maneira 
coerente, respeitando o perfil da criança, suas preferências e necessidades específicas, 
fortalecendo o desenvolvimento integral. 
A integração com a família e o ambiente escolar estabelece bases para uma intervenção 
contínua e inclusiva (Ferreira, 2016; Klin et al., 2005). A criança com TEA não apenas adquire 
habilidades essenciais, mas também participa ativamente da vida educacional, familiar e 
comunitária, desenvolvendo autonomia, independência e competências sociais e comunicativas de 
forma equilibrada e sustentável. 
2.6. MONITORAMENTO, AVALIAÇÃO E AJUSTES CONTÍNUOS 
O monitoramento sistemático do progresso das crianças com Transtorno do Espectro 
Autista (TEA) constitui um elemento central para a eficácia das intervenções estruturadas. ABA e 
TEACCH® utilizam estratégias de acompanhamento contínuo, permitindo ajustes constantes nas 
metas e procedimentos, de acordo com as respostas individuais da criança (Lear, 2004; Ferreira, 
2016). 
Na ABA, a coleta de dados ocorre de forma detalhada e sistemática, registrando 
respostas, acertos, erros e frequência de comportamentos-alvo (Klin et al., 2005; Fombonne, 
 
 
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2005). Essas informações fornecem uma base objetiva para avaliar o progresso, determinar a 
necessidade de reforço adicional e modificar a complexidadedas tarefas de forma personalizada. 
O TEACCH® utiliza observação direta e análise das habilidades funcionais aplicadas em 
contextos estruturados, como salas de aula e ambientes domésticos (Ferreira, 2016; Ischkanian, 
2025). A avaliação considera a capacidade da criança de seguir rotinas visuais, concluir tarefas 
independentes e aplicar habilidades adaptativas em diferentes cenários, garantindo que o 
aprendizado seja significativo e generalizável. 
A comparação entre o desempenho esperado e o real permite identificar barreiras ao 
progresso (Sousa; Oliveira; Alves, 2021; Klin et al., 2003). ABA e TEACCH® ajustam metas, 
intensidade de intervenção, materiais e reforços conforme a necessidade, garantindo que a criança 
esteja sempre desafiada de forma adequada e segura. 
O registro contínuo de dados em ABA permite análise estatística e acompanhamento 
longitudinal do desenvolvimento (Lear, 2004; Schultz, 2005). Essa prática possibilita detectar 
padrões, antecipar dificuldades e planejar estratégias de ensino individualizadas, promovendo 
ganhos consistentes em comunicação, socialização e habilidades funcionais. 
No TEACCH®, a avaliação também inclui a adaptação do ambiente físico e das rotinas 
(Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). O sucesso da intervenção depende da observação de como a 
criança utiliza os recursos visuais, cumpre sequências de tarefas e aplica regras aprendidas, 
permitindo ajustes contínuos na organização do espaço e no planejamento das atividades. 
A comunicação entre terapeutas, professores e familiares é fundamental no processo de 
monitoramento (Gil, 2009; Libaneo, 2008). Relatórios detalhados e reuniões periódicas permitem 
alinhar objetivos, revisar estratégias e ajustar intervenções, criando um ciclo de aprendizagem 
contínuo que reforça a consistência entre ambientes. 
A flexibilidade na avaliação é um ponto-chave (Klin et al., 2005; Fombonne, 2005). Nem 
todas as crianças respondem da mesma forma às estratégias estruturadas, e ajustes frequentes 
permitem personalizar a intensidade, duração e tipo de reforço, garantindo maior eficácia e 
engajamento da criança. 
O acompanhamento sistemático também fortalece a generalização das habilidades 
(Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). Ao monitorar o uso de comportamentos adaptativos em 
diferentes contextos, é possível orientar a criança para aplicar aprendizagens adquiridas na terapia 
ou na escola em situações sociais, familiares e comunitárias. 
A avaliação contínua permite detectar dificuldades específicas, como resistência a 
mudanças, comportamentos desafiadores ou atraso em habilidades sociais e acadêmicas (Kanner, 
1943; Rutter, 1978). ABA utiliza análise funcional para compreender causas e planejar 
 
 
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intervenções corretivas, enquanto TEACCH® ajusta o ambiente e as rotinas para reduzir barreiras 
ao aprendizado. 
O uso de métricas objetivas e subjetivas em ABA e TEACCH® possibilita medir o 
progresso de forma precisa (Lear, 2004; Klin et al., 2003). Indicadores como frequência de 
respostas corretas, tempo de execução das tarefas e autonomia funcional são combinados com 
observações qualitativas sobre engajamento, motivação e participação social. 
A intervenção baseada em dados promove decisões informadas e fundamentadas em 
evidências (Sousa; Oliveira; Alves, 2021; Schultz, 2005). Ajustes contínuos nas estratégias 
aumentam a efetividade da aprendizagem, promovendo avanços graduais e sustentáveis no 
desenvolvimento cognitivo, social e funcional da criança. 
O acompanhamento regular fortalece a relação entre terapeuta, educador e família 
(Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). A participação ativa dos cuidadores no registro e análise do 
progresso garante consistência e reforça a aplicação de habilidades adaptativas no dia a dia, 
ampliando a generalização das aprendizagens. 
O feedback constante permite que cada criança atinja metas personalizadas de acordo 
com seu ritmo de aprendizagem (Klin et al., 2005; Fombonne, 2005). ABA e TEACCH® ajustam 
níveis de complexidade, estratégias de reforço e organização ambiental, criando um processo de 
ensino-aprendizagem dinâmico, adaptativo e motivador. 
A avaliação contínua contribui para a prevenção de retrocessos e manutenção dos ganhos 
adquiridos (Lear, 2004; Ferreira, 2016). Identificar rapidamente áreas que exigem reforço garante 
que as habilidades essenciais permaneçam consistentes e sejam aplicáveis em múltiplos contextos. 
O monitoramento constante e os ajustes sistemáticos representam não apenas uma prática 
técnica, mas um compromisso ético com o desenvolvimento integral da criança com Transtorno 
do Espectro Autista (TEA), garantindo que cada intervenção seja verdadeiramente centrada em 
suas necessidades, habilidades e ritmos individuais (Sousa; Oliveira; Alves, 2021; Klin et al., 
2003). Ao adotar uma abordagem que combina ABA e TEACCH®, os profissionais podem criar 
um ciclo contínuo de observação, análise e adaptação, no qual cada progresso, desafio ou 
comportamento observado é utilizado como informação para refinar estratégias e fortalecer a 
aprendizagem. 
Essa integração permite que a criança experiencie consistência e previsibilidade em 
múltiplos contextos, desde a sala de aula até o ambiente familiar, passando por terapias e 
atividades comunitárias, promovendo uma aprendizagem funcional e significativa. A ABA, com 
seu foco em análise comportamental e reforço positivo, garante que comportamentos adaptativos 
sejam ensinados, praticados e mantidos de forma sistemática, enquanto o TEACCH® 
 
 
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complementa ao estruturar o ambiente, tornando as rotinas compreensíveis, previsíveis e 
visualmente acessíveis. 
O caráter inclusivo dessas intervenções se manifesta na valorização das potencialidades 
de cada criança, respeitando seu estilo cognitivo, interesses e preferências, e evitando que o ensino 
seja rígido ou padronizado. Cada ajuste realizado a partir do monitoramento contínuo visa reduzir 
barreiras à aprendizagem, prevenir frustrações e ampliar a autonomia, possibilitando que a criança 
participe ativamente das atividades escolares, sociais e familiares, reforçando seu senso de 
competência e autoestima. 
O acompanhamento sistemático fortalece a colaboração entre equipe multidisciplinar, 
professores e familiares, criando uma rede de suporte que sustenta a consistência das estratégias 
em diferentes ambientes (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). Essa parceria garante que as 
habilidades adquiridas não se limitem a um único contexto, mas sejam transferidas para situações 
cotidianas, promovendo autonomia funcional e adaptabilidade em tarefas de vida diária, 
comunicação social e resolução de problemas. 
Os ajustes contínuos também permitem que o plano de intervenção permaneça dinâmico, 
adaptando-se às mudanças no desenvolvimento da criança, às novas demandas acadêmicas ou 
sociais e às variações de motivação e engajamento (Lear, 2004; Klin et al., 2005). Dessa forma, 
ABA e TEACCH® não são apenas programas de ensino, mas estruturas flexíveis e responsivas 
que acompanham o crescimento da criança, oferecendo suporte direcionado e oportuno. 
O monitoramento e a adaptação sistemática contribuem para a criação de metas realistas e 
alcançáveis, promovendo progressos graduais e sustentáveis. Ao documentar resultados, 
identificar obstáculos e reconhecer conquistas, profissionais e familiares podem avaliar a eficácia 
das estratégias, reforçando o aprendizado positivo e ajustando intervenções antes que dificuldades 
se consolidem. 
O enfoque ético da integração entre ABA e TEACCH® se evidencia na atenção às 
individualidades da criança, evitando comparações inadequadas e valorizando cada avanço, por 
menor que seja. Essa postura fortalece a autoestima, promove um ambiente seguro e acolhedor, e 
reforça a ideia de que a aprendizagem é um processo contínuo, construído sobre as capacidades e 
interesses da criança. 
A abordagem integrada também favoreceo desenvolvimento de competências sociais e 
emocionais, pois a criança aprende a aplicar habilidades adaptativas em contextos variados, 
gerenciando emoções, interagindo de forma adequada com pares e adultos, e resolvendo 
problemas de maneira funcional (Schultz, 2005; Klin et al., 2005). Isso amplia o alcance da 
intervenção, tornando-a mais completa e alinhada às demandas reais da vida cotidiana. 
 
 
33 
A continuidade do monitoramento permite ainda que intervenções preventivas sejam 
implementadas, identificando precocemente comportamentos desafiadores ou lacunas de 
aprendizagem, antes que se tornem obstáculos significativos. Essa perspectiva proativa garante 
que ABA e TEACCH® atuem de forma não apenas corretiva, mas também preventiva, 
promovendo desenvolvimento equilibrado e segurança emocional. 
O modelo centrado na criança consolidado por ABA e TEACCH® promove inclusão 
educacional e social, pois crianças com TEA, ao desenvolverem autonomia, habilidades de 
comunicação e competências sociais, podem participar ativamente de atividades escolares, 
comunitárias e familiares. Esse enfoque amplia oportunidades de aprendizagem, fortalece vínculos 
e estabelece bases sólidas para desenvolvimento contínuo, independência e qualidade de vida. 
3. CONCLUSÃO 
ABA e TEACCH® representam abordagens estruturadas e baseadas em evidências que 
transformam o aprendizado de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), promovendo 
não apenas habilidades acadêmicas, mas também sociais, comunicativas e funcionais. Ao serem 
aplicadas de maneira integrada, essas metodologias oferecem um ambiente previsível, seguro e 
motivador, no qual a criança pode explorar suas potencialidades e desenvolver autonomia de 
forma consistente e gradual. 
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) destaca-se pelo enfoque na modificação 
de comportamentos e no reforço de habilidades adaptativas, utilizando estratégias sistemáticas que 
permitem mensurar progressos e ajustar intervenções conforme as necessidades individuais. Essa 
abordagem garante que cada avanço seja registrado, avaliado e consolidado, promovendo um 
desenvolvimento contínuo e estruturado que beneficia tanto a comunicação quanto as interações 
sociais da criança. 
O TEACCH® contribui ao estruturar o ambiente físico e social, organizando materiais, 
tarefas e rotinas de forma visual e acessível. Essa metodologia valoriza o estilo de aprendizagem 
da criança com TEA, promove independência funcional e facilita a generalização de habilidades 
para múltiplos contextos, como casa, escola e atividades comunitárias. A previsibilidade 
proporcionada pelo TEACCH® reduz a ansiedade e aumenta a confiança da criança, tornando a 
aprendizagem mais eficaz e prazerosa. 
A combinação de ABA e TEACCH® fortalece a individualização das intervenções, 
permitindo que cada criança receba suporte de acordo com suas características, interesses e 
necessidades específicas. A personalização não apenas maximiza os ganhos em comunicação, 
 
 
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socialização e autonomia, mas também garante engajamento e motivação constantes, favorecendo 
o desenvolvimento de competências essenciais para a vida diária e a integração social. 
A participação ativa de pais, cuidadores e professores permite que habilidades adquiridas 
em um contexto sejam reforçadas em outros, garantindo consistência e continuidade do 
aprendizado. Essa colaboração também fortalece vínculos afetivos e promove um ambiente de 
aprendizagem mais inclusivo, seguro e acolhedor. 
O monitoramento contínuo e os ajustes sistemáticos consolidam um modelo de 
intervenção ético e centrado na criança. ABA e TEACCH® utilizam dados objetivos e 
observações qualitativas para avaliar progressos, identificar desafios e adaptar as intervenções, 
garantindo que cada etapa do processo seja adequada ao ritmo de aprendizado e às capacidades 
individuais da criança. Essa abordagem dinâmica permite antecipar dificuldades e promover 
ganhos consistentes em múltiplos domínios do desenvolvimento. 
ABA e TEACCH® contribuem para a inclusão educacional e social, proporcionando à 
criança oportunidades reais de participação em atividades coletivas, interação com colegas e 
engajamento em contextos comunitários. O desenvolvimento de habilidades de comunicação, 
socialização e autonomia funcional amplia a autoestima, fortalece a confiança e prepara a criança 
para enfrentar desafios de forma adaptativa e independente, promovendo qualidade de vida. 
ABA e TEACCH® configuram-se como intervenções complementares e altamente 
eficazes, capazes de transformar a trajetória de aprendizado de crianças com TEA. Ao 
promoverem o desenvolvimento de habilidades essenciais, autonomia, socialização e participação 
ativa em diferentes contextos, essas abordagens oferecem um modelo positivo, inclusivo e 
sustentável, consolidando a criança como protagonista de seu próprio desenvolvimento e abrindo 
caminhos para uma vida plena e integrada na sociedade. 
REFERÊNCIAS 
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Acesso em: 15 set. 2025. 
 
 
35 
KANNER, L. Autistic disturbances of affective contact. Nervous Child, v. 2, p. 217-250, 1943. 
(Reimpresso em: Acta Paedopsychiatr., v. 35, n. 4, p. 100-136, 1968). 
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RUTTER, M. Diagnosis and definitions of childhood autism. Journal of Autism and 
Developmental Disorders, v. 8, n. 2, p. 139-161, 1978. 
SCHULTZ, R. T. Developmental deficits in social perception in autism: the role of the 
amygdala and fusiform face area. International Journal of Developmental Neuroscience, v. 23, 
n. 2-3, p. 125-141, 2005. 
SOUSA, A. S.; OLIVEIRA, G. S.; ALVES, L. H. A pesquisa bibliográfica: princípios e 
fundamentos. Cadernos da FUCAMP, v. 20, n. 43, 2021. Disponível em: 
https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/cadernos/article/view/2336. Acesso em: 15 set. 2025. 
 
 
 
 
 
 
36para respostas corretas. Essa abordagem não apenas promove a aquisição de habilidades 
específicas, mas também mantém a motivação da criança e reduz frustrações, criando experiências 
de aprendizagem positivas e consistentes. 
A ABA utiliza estratégias complementares, como análise de tarefas, ensino incidental e 
aprendizagem sem erro. A análise de tarefas envolve a decomposição de habilidades complexas 
em componentes menores e ensináveis, enquanto o ensino incidental promove o aprendizado 
funcional dentro de situações naturais e significativas do dia a dia. A aprendizagem sem erro 
 
 
5 
utiliza dicas imediatas que são gradualmente retiradas, aumentando a confiança da criança e a 
aquisição correta das habilidades. 
O TEACCH®, por sua vez, baseia-se na premissa de que crianças com TEA apresentam 
um estilo de aprendizagem predominantemente visual e necessitam de previsibilidade, rotina e 
organização ambiental para maximizar sua compreensão e autonomia (Ferreira, 2016; Ischkanian, 
2025). Ao contrário da ABA, que concentra-se no reforço de comportamentos, o TEACCH® 
enfatiza a estruturação do ambiente físico e curricular, criando espaços organizados, cronogramas 
visuais e sistemas de trabalho individualizados que apoiem a execução de tarefas e promovam 
independência. 
A implementação do TEACCH® envolve estratégias como a utilização de calendários, 
quadros de rotina e sinais visuais que orientam a criança sobre o que se espera em cada momento 
do dia. As atividades são divididas em etapas menores e apresentadas de forma clara, permitindo 
que a criança compreenda melhor os objetivos e realize tarefas de forma autônoma. Os 
profissionais atuam como facilitadores, guiando a criança e promovendo habilidades funcionais e 
de vida diária, sem impor punições ou reforços intensivos (Klin et al., 2005; Ischkanian, 2025). 
Um ponto fundamental do TEACCH® é o envolvimento ativo da família e dos 
cuidadores no processo educacional e terapêutico. Pais são incentivados a compreender a estrutura 
do ambiente, aplicar estratégias visuais e apoiar a generalização das habilidades adquiridas em 
casa. Essa colaboração fortalece a consistência das intervenções, aumenta a segurança da criança e 
promove a continuidade do aprendizado em múltiplos contextos. 
A complementaridade entre ABA e TEACCH® é um aspecto especialmente relevante no 
planejamento de intervenções para o TEA. Embora distintas, essas abordagens podem ser 
combinadas de maneira sinérgica: a ABA fornece técnicas de ensino intensivas e objetivas, 
enquanto o TEACCH® oferece organização ambiental e previsibilidade (Klin et al., 2005; Sousa; 
Oliveira; Alves, 2021). Essa integração permite que a criança desenvolva competências 
comunicativas, sociais e acadêmicas em ambientes estruturados, com reforço positivo e autonomia 
progressiva. 
Além da aquisição de habilidades, ambas as metodologias valorizam o desenvolvimento 
da autonomia e da independência do indivíduo (Gil, 2009; Libaneo, 2008). A ABA, por meio de 
programas sistemáticos, ajuda a criança a aprender comportamentos socialmente relevantes, 
enquanto o TEACCH® promove adaptação ambiental e funcionalidade nas atividades diárias. 
Essa dupla abordagem contribui para a construção de repertórios amplos e para a melhora da 
qualidade de vida, incentivando a participação ativa da criança na família, na escola e na 
comunidade. 
 
 
6 
Outro benefício significativo da integração dessas abordagens é a generalização das 
habilidades. A criança aprende não apenas em contextos controlados ou terapêuticos, mas também 
em situações naturais, aumentando a aplicabilidade do que foi aprendido e a confiança para 
enfrentar novos desafios. Essa generalização é essencial para consolidar a aprendizagem e 
promover a autonomia em diferentes ambientes, incluindo casa, escola e atividades sociais. 
Pesquisas demonstram que intervenções estruturadas, individualizadas e contínuas são 
determinantes para o progresso de crianças com TEA. A combinação de ABA e TEACCH® 
possibilita que a intervenção seja flexível e adaptável às necessidades da criança, respeitando suas 
características cognitivas, interesses e ritmos de aprendizado (Kanner, 1943; Klin et al., 2003). 
Equipes multidisciplinares podem, assim, elaborar planos de intervenção mais completos e 
efetivos, promovendo ganhos significativos em habilidades comunicativas, sociais e acadêmicas. 
A adoção dessas abordagens também favorece a inclusão educacional. Ao desenvolver 
competências funcionais e habilidades sociais, crianças com TEA podem participar mais 
ativamente de ambientes escolares regulares, interagindo com colegas e professores (Ferreira, 
2016; Ischkanian, 2025). Essa inclusão proporciona benefícios adicionais, como desenvolvimento 
de autoestima, reforço de vínculos sociais e melhor compreensão das regras sociais, promovendo a 
cidadania desde cedo. 
ABA e TEACCH® também representam uma abordagem ética e positiva do ensino. 
Ambas reconhecem que cada criança é única, valorizando suas capacidades e respeitando seus 
limites (Sousa; Oliveira; Alves, 2021; Klin et al., 2005). O foco não está apenas na correção de 
comportamentos, mas no desenvolvimento integral da criança, na promoção do bem-estar e na 
criação de oportunidades para aprendizado significativo, autonomia e participação social. 
ABA e TEACCH® são ferramentas complementares e baseadas em evidências que 
oferecem soluções estruturadas, individualizadas e eficazes para crianças com Transtorno do 
Espectro Autista (TEA) (Tolezani, 2010; Klin et al., 2005). Cada abordagem apresenta pontos 
fortes distintos: a ABA atua principalmente na análise e modificação de comportamentos 
específicos, utilizando reforço positivo para aumentar respostas desejáveis, enquanto o 
TEACCH® organiza o ambiente físico e curricular de forma visual e previsível, favorecendo a 
autonomia, a compreensão das rotinas e a independência funcional. Ao integrar essas estratégias, 
profissionais e equipes multidisciplinares podem criar contextos de aprendizagem ricos e variados, 
que estimulam a criança de forma ampla, respeitando seu estilo cognitivo e suas particularidades. 
A combinação de ABA e TEACCH® permite que as crianças se beneficiem tanto de 
intervenções intensivas e individualizadas quanto de ambientes estruturados que promovam 
compreensão e previsibilidade. Em contextos escolares, por exemplo, a ABA pode ser utilizada 
 
 
7 
para ensinar habilidades específicas de comunicação e socialização por meio de sessões 
individuais ou em pequenos grupos, enquanto o TEACCH® organiza o espaço físico, os materiais 
e as rotinas diárias para que a criança saiba o que esperar e possa desenvolver autonomia funcional 
durante todo o dia escolar. Esse duplo enfoque contribui para a consolidação do aprendizado, a 
redução da ansiedade e a promoção da autoconfiança. 
Essa integração facilita a generalização das habilidades adquiridas. A criança não aprende 
apenas em contextos terapêuticos ou altamente controlados, mas também aplica o que foi 
aprendido em situações cotidianas, como interações com colegas, participação em atividades 
escolares e tarefas domésticas. A ABA fornece métodos para medir o progresso de forma objetiva 
e ajustar estratégias, enquanto o TEACCH® garante que o ambiente seja favorável para a 
aplicação dessas habilidades de forma natural e consistente, criando experiências de aprendizagem 
contínuas e significativas. 
A combinação de ABA e TEACCH® também valoriza o papel da família e dos 
cuidadores no processo de intervenção. Pais podem ser orientados a aplicar reforços positivos em 
casa, como propõe a ABA, e a manter a estrutura visual e rotineira do TEACCH®, promovendo 
continuidade e consistência. Esse envolvimento fortalece vínculos familiares, aumenta a segurança 
e confiança da criança e permite que as habilidades sejam generalizadas em múltiplos contextos, 
otimizando o desenvolvimento sociale funcional. 
Do ponto de vista social, o uso combinado de ABA e TEACCH® favorece a inclusão e a 
participação ativa da criança em ambientes comunitários e escolares. O ensino estruturado e 
individualizado da ABA, aliado à previsibilidade ambiental do TEACCH®, permite que a criança 
adquira repertórios de comunicação funcional e habilidades sociais que a habilitam a interagir com 
colegas, professores e familiares de forma mais independente e efetiva. Essa integração promove 
não apenas aprendizado acadêmico e comportamental, mas também competências para a vida 
diária e cidadania, construindo uma base sólida para o desenvolvimento contínuo. 
ABA e TEACCH® constituem um modelo positivo e inclusivo de intervenção, capaz de 
maximizar o potencial de cada criança com TEA (Tolezani, 2010; Klin et al., 2005). Ao unir 
estratégias baseadas em reforço comportamental com adaptação ambiental e previsibilidade, essa 
abordagem integrada cria oportunidades de aprendizagem significativas, melhora a qualidade de 
vida e promove autonomia, independência e participação social. Essa combinação fortalece a 
capacidade da criança de enfrentar desafios, desenvolver habilidades funcionais e viver de forma 
mais independente, constituindo um modelo de intervenção moderno, ético e centrado na criança. 
 
 
 
8 
2. DESENVOLVIMENTO 
A implementação de ABA (Análise do Comportamento Aplicada) e TEACCH® 
(Treatment and Education of Autistic and related Communication-handicapped Children) em 
escolas e ambientes terapêuticos representa uma oportunidade significativa para promover o 
desenvolvimento integral de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Conforme 
destacam Tatiana Coelho, Simone Helen Drumond Ischkanian e Gladys Nogueira Cabral, essas 
abordagens estruturadas e baseadas em evidências permitem que educadores e terapeutas criem 
contextos de aprendizagem individualizados, previsíveis e motivadores, favorecendo a aquisição 
de habilidades essenciais de comunicação, socialização e aprendizagem. 
Na escola, segundo Silvana Nascimento de Carvalho e Sandro Garabed Ischkanian, a 
ABA pode ser integrada às rotinas diárias por meio de sessões individualizadas ou em pequenos 
grupos, nas quais comportamentos socialmente relevantes são ensinados e reforçados de forma 
sistemática. Essa prática possibilita que a criança adquira competências acadêmicas, de 
comunicação e sociais de maneira progressiva e mensurável. Ao mesmo tempo, Ferreira (2016) e 
Simone Helen Drumond Ischkanian destacam que o TEACCH® contribui com a organização 
ambiental, utilizando recursos visuais, cronogramas e sistemas de trabalho estruturados, tornando 
as atividades compreensíveis e previsíveis (Ischkanian, 2025). Essa combinação cria um ambiente 
escolar acolhedor, promovendo autonomia e reduzindo a ansiedade, favorecendo a participação 
ativa da criança em todas as atividades escolares. 
Nos contextos terapêuticos, Tatiana Coelho, Eliana Drumond e Neusa Venditte apontam 
que ABA e TEACCH® podem ser aplicadas de maneira complementar para atender às 
necessidades individuais da criança. A ABA, com seu foco no reforço positivo e ensino 
estruturado, ajuda a desenvolver comportamentos adaptativos, habilidades de comunicação 
funcional e competências sociais, enquanto o TEACCH®, com sua ênfase em estruturação visual 
e organização do ambiente, proporciona previsibilidade e facilita a generalização das habilidades 
adquiridas para situações cotidianas, incluindo interações familiares e atividades comunitárias. 
A implementação conjunta dessas metodologias fortalece também o papel da família e 
dos cuidadores, conforme destacam Simone Helen Drumond Ischkanian e Eliana Drumond. Os 
pais podem aplicar técnicas de reforço positivo em casa, acompanhar cronogramas visuais e 
colaborar com a adaptação do ambiente para apoiar a autonomia da criança (Klin et al., 2005). 
Esse envolvimento aumenta a consistência das intervenções, promove segurança e confiança, e 
garante que as habilidades desenvolvidas na escola e na terapia possam ser aplicadas em diferentes 
contextos. 
 
 
9 
Outro aspecto positivo de implementar ABA e TEACCH® na escola e na terapia, 
conforme observam Gladys Nogueira Cabral e Silvana Nascimento de Carvalho, é o estímulo à 
inclusão educacional. Crianças com TEA, ao desenvolverem habilidades de comunicação, 
socialização e autonomia, conseguem participar de forma mais efetiva de atividades em sala de 
aula, interagir com colegas e professores e se engajar em experiências de aprendizagem 
compartilhadas (Sousa; Oliveira; Alves, 2021). Essa inclusão não apenas promove o 
desenvolvimento acadêmico, mas também fortalece vínculos sociais, autoestima e habilidades 
para a vida diária. 
A flexibilidade na implementação dessas abordagens permite que cada plano educativo 
ou terapêutico seja personalizado, como destacam Eliana Drumond, Gil (2009) e Libaneo (2008). 
Profissionais podem adaptar a intensidade das sessões, os tipos de reforço, os recursos visuais e a 
complexidade das tarefas conforme o perfil da criança, garantindo eficiência, respeito ao ritmo de 
aprendizado e maximização do potencial de desenvolvimento (Klin et al., 2005). 
Integrar ABA e TEACCH® na escola e nas terapias contribui para a construção de um 
modelo positivo, inclusivo e ético de intervenção, segundo Tatiana Coelho, Neusa Venditte e 
Sandro Garabed Ischkanian. As crianças não são vistas apenas por seus desafios, mas valorizadas 
por suas potencialidades, capacidades cognitivas e estilos de aprendizagem únicos (Tolezani, 
2010; Klin et al., 2005). Esse enfoque fortalece a independência, promove habilidades funcionais e 
sociais, e cria oportunidades para que cada criança participe ativamente da vida educacional, 
familiar e comunitária, estabelecendo bases sólidas para seu desenvolvimento contínuo e 
qualidade de vida. 
2.1. METODOLOGIA DA PESQUISA PARA DELINEAMENTO DO ARTIGO 
A presente pesquisa adota uma abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico e 
documental, voltada à análise interpretativa de produções científicas relacionadas à aplicação de 
ABA (Análise do Comportamento Aplicada) e do programa TEACCH® (Treatment and 
Education of Autistic and related Communication-handicapped Children) no ensino de habilidades 
de comunicação, socialização e aprendizagem em crianças com Transtorno do Espectro Autista 
(TEA). Conforme apontam Brito, Oliveira e Silva (2021), a pesquisa qualitativa permite 
compreender os significados, sentidos e processos relacionados às práticas educacionais, sendo 
mais adequada quando o objetivo é analisar e interpretar fenômenos complexos do campo da 
educação, e não apenas quantificar informações. 
A escolha pela abordagem qualitativa se justifica pela necessidade de compreender em 
profundidade os fundamentos teóricos, as estratégias pedagógicas e os impactos das intervenções 
 
 
10 
estruturadas, respeitando a singularidade do desenvolvimento das crianças com TEA (Tolezani, 
2010; Klin et al., 2005). Essa modalidade de investigação possibilita que o pesquisador explore 
interpretações críticas das evidências científicas, construindo um panorama abrangente sobre os 
benefícios e desafios da implementação de ABA e TEACCH® em diferentes contextos 
educacionais e terapêuticos. 
Quanto ao tipo de pesquisa, optou-se pela investigação bibliográfica, cujo objetivo 
principal é reunir, sistematizar e analisar a produção científica existente sobre o tema, conforme 
destaca Sousa, Oliveira e Alves (2021). Este tipo de estudo permite organizar e sintetizar 
informações provenientes de artigos científicos, livros, dissertações, teses e documentos 
eletrônicos, contribuindo para a construção de um referencial teórico consistente. A pesquisa 
bibliográfica ainda possibilita identificar lacunas no conhecimento, delinear tendências, comparar 
abordagens distintas e fundamentar proposições para práticas pedagógicas baseadas em evidências(Libaneo, 2008). 
O procedimento metodológico envolveu inicialmente a seleção criteriosa de fontes 
acadêmicas e científicas relevantes, utilizando bases de dados digitais como Scielo, PubMed, 
Google Scholar e periódicos especializados em educação e psicologia. Os critérios de inclusão 
priorizaram estudos publicados nos últimos vinte anos, em língua portuguesa e inglesa, que 
abordassem especificamente intervenções estruturadas para crianças com TEA, com ênfase em 
ABA e TEACCH®. Foram excluídos materiais sem revisão por pares, textos opinativos ou relatos 
sem embasamento científico sólido. 
Após a coleta, realizou-se a análise documental das produções selecionadas, buscando 
identificar conceitos-chave, metodologias aplicadas, resultados e evidências sobre a eficácia das 
abordagens. A análise interpretativa envolveu a leitura crítica dos textos, destacando 
convergências e divergências entre autores, como Tatiana Coelho, Simone Helen Drumond 
Ischkanian, Gladys Nogueira Cabral, Silvana Nascimento de Carvalho, Sandro Garabed 
Ischkanian, Neusa Venditte e Eliana Drumond, assim como estudos clássicos e contemporâneos 
de referência (Klin et al., 2005; Tolezani, 2010; Ischkanian, 2025). 
A sistematização dos dados buscou agrupar informações em categorias temáticas, 
contemplando tópicos como princípios da ABA, estruturação ambiental do TEACCH®, aplicação 
escolar, terapias individualizadas, participação familiar, e impactos no desenvolvimento de 
habilidades comunicativas, sociais e cognitivas. Esta categorização possibilitou organizar a 
discussão de forma clara e coerente, promovendo uma análise crítica e fundamentada das 
contribuições de cada abordagem. 
 
 
11 
Por meio desta metodologia, a pesquisa buscou não apenas compilar informações, mas 
interpretar de forma contextualizada o potencial transformador das abordagens estruturadas para 
crianças com TEA, evidenciando como ABA e TEACCH® podem ser implementadas de maneira 
complementar na escola e nas terapias. Além disso, o estudo permitiu refletir sobre práticas 
pedagógicas inclusivas, estratégias de ensino individualizadas e a importância do envolvimento 
familiar no processo educativo, alinhando teoria e prática em um modelo educacional 
contemporâneo e baseado em evidências. 
A metodologia qualitativa, bibliográfica e documental adotada neste estudo oferece um 
caminho seguro e rigoroso para compreender as intervenções estruturadas em crianças com TEA, 
permitindo construir um referencial teórico sólido, identificar lacunas na literatura e propor 
subsídios que contribuam para a melhoria das práticas pedagógicas e terapêuticas. 
O presente estudo adota uma abordagem qualitativa, de cunho bibliográfico e 
documental, voltada à análise interpretativa das produções científicas relacionadas à aplicação de 
ABA (Análise do Comportamento Aplicada) e do programa TEACCH® (Treatment and 
Education of Autistic and related Communication-handicapped Children) no desenvolvimento de 
habilidades de comunicação, socialização e aprendizagem em crianças com Transtorno do 
Espectro Autista (TEA). Segundo Brito, Oliveira e Silva (2021), a pesquisa qualitativa permite 
compreender sentidos, significados e processos pedagógicos complexos, priorizando a 
interpretação crítica sobre a mera quantificação de dados. 
A pesquisa também se caracteriza como documental, uma vez que incluiu materiais 
acessados em bases digitais e científicas que apresentam dados relevantes para a reflexão sobre o 
objeto de estudo. Foram selecionadas obras disponíveis em livros, periódicos, jornais, anais e 
plataformas como CAPES e SciELO, observando critérios de atualidade, pertinência temática e 
rigor acadêmico das publicações. Essa estratégia visa assegurar a consistência teórica e a 
relevância das informações examinadas, conforme indicam Gil (2009), Libaneo (2008) e Sousa, 
Oliveira e Alves (2021). 
A coleta de dados iniciou-se com a identificação das palavras-chave mais recorrentes na 
literatura da área, incluindo “ABA”, “TEACCH®”, “Transtorno do Espectro Autista”, 
“aprendizagem significativa”, “intervenções estruturadas” e “habilidades sociais e comunicativas”. 
Esse levantamento permitiu mapear um conjunto de artigos e publicações que abordam a temática 
sob diferentes perspectivas, garantindo um olhar plural e crítico sobre o tema. 
Posteriormente, realizou-se a leitura exploratória dos títulos e resumos, com o objetivo de 
filtrar os textos mais aderentes aos objetivos da pesquisa, respeitando critérios de relevância, 
qualidade metodológica e diversidade de enfoques. A seleção priorizou estudos que descrevessem 
 
 
12 
práticas pedagógicas, intervenções clínicas e evidências de eficácia relacionadas às abordagens 
ABA e TEACCH® (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025; Klin et al., 2005). 
Após essa triagem inicial, os artigos selecionados foram submetidos à leitura analítica, 
buscando identificar elementos comuns, contribuições singulares e tensões entre os achados. 
Nesse processo, foram extraídos dados referentes a metodologias, estratégias de ensino, 
participação familiar, resultados de aprendizagem e recomendações práticas para implementação 
de ABA e TEACCH® na escola e em terapias (Tolezani, 2010; Sousa, Oliveira e Alves, 2021). 
A análise dos dados ocorreu por meio da categorização temática, permitindo organizar as 
informações em grupos coerentes que facilitassem a interpretação e a construção de uma narrativa 
articulada. Entre as categorias definidas destacam-se: princípios da ABA, estruturação ambiental 
do TEACCH®, estratégias de ensino individualizadas, inclusão educacional, generalização de 
habilidades e envolvimento familiar. Sousa, Oliveira e Alves (2021) enfatizam que a 
sistematização criteriosa e o cruzamento entre achados garantem a consistência das informações e 
evitam interpretações equivocadas. 
A categorização temática também possibilitou identificar convergências e divergências 
entre autores, como Tatiana Coelho, Simone Helen Drumond Ischkanian, Gladys Nogueira Cabral, 
Silvana Nascimento de Carvalho, Sandro Garabed Ischkanian, Neusa Venditte e Eliana Drumond, 
assim como estudos clássicos e contemporâneos (Klin et al., 2005; Tolezani, 2010; Ischkanian, 
2025). Esse procedimento permitiu construir uma visão abrangente sobre a aplicabilidade das 
abordagens estruturadas e suas contribuições para o desenvolvimento de habilidades essenciais em 
crianças com TEA. 
O método adotado também considerou a análise crítica dos achados, identificando 
lacunas na literatura e sugerindo possibilidades de integração entre ABA e TEACCH® em 
contextos escolares e terapêuticos. A abordagem interpretativa buscou valorizar não apenas os 
resultados quantitativos, mas os processos, significados e impactos observados na prática 
educacional e clínica. 
Em síntese, a metodologia qualitativa, bibliográfica e documental utilizada neste estudo 
permitiu reunir, organizar e interpretar informações relevantes sobre ABA e TEACCH®, 
garantindo rigor científico, consistência teórica e relevância prática. Essa abordagem possibilita 
que os resultados da pesquisa contribuam para o avanço do conhecimento, subsidiem práticas 
pedagógicas inclusivas e orientem a implementação de intervenções estruturadas voltadas ao 
desenvolvimento integral de crianças com TEA. 
Os procedimentos de análise adotados nesta pesquisa envolveram a comparação 
sistemática entre as produções bibliográficas e documentais selecionadas, considerando categorias 
 
 
13 
previamente definidas com base nos objetivos específicos do estudo. No contexto deste artigo, 
essas categorias incluíram a eficácia de ABA e TEACCH® no desenvolvimento de habilidades de 
comunicação, socialização e aprendizagem, bem como os desafios e estratégias para 
implementação dessas abordagens em escolas e terapias. A análise comparativa permitiu 
identificar recorrências, divergências e contribuições singulares, evidenciandoaspectos estruturais, 
pedagógicos e epistemológicos presentes nas práticas descritas (Brito, Oliveira e Silva, 2021). 
Conforme observam Gil (2009) e Libaneo (2008), a análise bibliográfica requer do 
pesquisador um olhar crítico e reflexivo, que vá além da mera descrição das ideias apresentadas 
nas fontes. Nesse sentido, foram examinadas não apenas as metodologias e resultados reportados 
nos estudos sobre ABA e TEACCH®, mas também os pressupostos teóricos, contextos de 
aplicação, e implicações práticas para a educação inclusiva de crianças com Transtorno do 
Espectro Autista (TEA). Esse procedimento garantiu que a interpretação dos dados fosse 
articulada com base em evidências consistentes e diversificadas. 
Para sistematizar os achados, foi realizada a categorização temática, agrupando 
informações semelhantes e estabelecendo relações entre os dados coletados. Essa estratégia 
permitiu criar um panorama estruturado das abordagens estudadas, destacando, por exemplo, a 
forma como a ABA utiliza reforço positivo, ensino estruturado e monitoramento contínuo do 
progresso, enquanto o TEACCH® enfatiza a adaptação ambiental, organização visual e 
previsibilidade das atividades (Sousa, Oliveira e Alves, 2021). A categorização ainda possibilitou 
identificar lacunas na literatura e potenciais áreas para aprofundamento em estudos futuros. 
O cruzamento dos achados, conforme recomendam Sousa, Oliveira e Alves (2021), 
favoreceu a construção de uma narrativa analítica robusta, capaz de integrar teoria e prática de 
maneira coerente e articulada (Klin et al., 2005; Ferreira, 2016). Esse processo de integração 
permitiu identificar padrões recorrentes entre os diferentes estudos, como a eficácia da ABA na 
promoção de habilidades de comunicação funcional e competências sociais, bem como o impacto 
positivo do TEACCH® na organização ambiental, previsibilidade das atividades e 
desenvolvimento da autonomia da criança. Ao mesmo tempo, emergiram contrastes e divergências 
nos achados, que ressaltaram desafios práticos, como a necessidade de formação especializada dos 
profissionais, a adaptação dos materiais didáticos, e a adequação das estratégias às características 
individuais de cada criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA). 
A reflexão crítica considerou os diferentes contextos nos quais as intervenções foram 
aplicadas, incluindo o ambiente escolar, as terapias individuais e os espaços domésticos. Essa 
abordagem permitiu compreender que a eficácia das metodologias não depende apenas do rigor 
das técnicas, mas também da interação entre criança, família, educadores e terapeutas. Nesse 
 
 
14 
sentido, autores como Tatiana Coelho, Simone Helen Drumond Ischkanian e Gladys Nogueira 
Cabral destacam que o envolvimento familiar é essencial para garantir a consistência das 
intervenções, permitindo que habilidades aprendidas em um contexto sejam generalizadas para 
outros ambientes. 
A análise reflexiva também valorizou a dimensão social e emocional da aprendizagem, 
reconhecendo que a inclusão efetiva de crianças com TEA exige atenção às relações interpessoais, 
à construção de vínculos positivos e à criação de oportunidades de interação com colegas e 
educadores. Silvana Nascimento de Carvalho e Sandro Garabed Ischkanian enfatizam que a 
combinação de ABA e TEACCH® permite trabalhar simultaneamente o desenvolvimento de 
repertórios comportamentais e a adaptação do ambiente, promovendo não apenas habilidades 
acadêmicas e sociais, mas também autonomia e autoestima. 
A identificação de estratégias inovadoras que potencializam os resultados das 
intervenções estruturadas. Por exemplo, a utilização de sistemas visuais, cronogramas e tarefas 
segmentadas no TEACCH®, combinada com o reforço positivo e o ensino individualizado da 
ABA, mostrou-se altamente eficaz na promoção da compreensão, retenção e generalização de 
habilidades (Klin, Pauls, Schultz e Volkmar, 2005; Ischkanian, 2025). Essa integração demonstra 
que, embora distintas em seus fundamentos teóricos, ABA e TEACCH® podem ser aplicadas de 
forma complementar, proporcionando uma abordagem holística que considera tanto o 
desenvolvimento comportamental quanto a adaptação do ambiente. 
O cruzamento dos achados não apenas revelou padrões e diferenças entre os estudos, mas 
também possibilitou refletir sobre as condições necessárias para a implementação bem-sucedida 
das abordagens estruturadas. A análise ressaltou que a eficácia das intervenções depende de 
fatores como o planejamento individualizado, o engajamento da família, a preparação adequada 
dos profissionais e a criação de ambientes inclusivos e estruturados. Nesse contexto, a narrativa 
construída a partir da pesquisa oferece uma visão abrangente e crítica sobre ABA e TEACCH®, 
evidenciando seu potencial transformador na vida das crianças com TEA, tanto no aspecto 
acadêmico quanto social e emocional (Sousa, Oliveira e Alves, 2021; Tolezani, 2010; Klin et al., 
2005). 
A metodologia de análise aplicada neste estudo garante rigor científico, consistência e 
relevância prática, oferecendo um quadro interpretativo robusto sobre ABA e TEACCH® como 
ferramentas pedagógicas estruturadas. Brito, Oliveira e Silva (2021) destacam que essa abordagem 
dialógica e crítica é essencial para a pesquisa qualitativa, pois permite ao pesquisador 
compreender a complexidade dos fenômenos educacionais, respeitando a singularidade de cada 
contexto e potencializando a aplicação das descobertas na prática profissional. 
 
 
15 
 
Tabela 1: Objetivo, procedimentos e relevância dos autores para o tema ABA e TEACCH®. 
Autor / Ano Objetivo Procedimentos Relevância para ABA e 
TEACCH® 
 
Ferreira, P. P. T. 
(2016) 
Apresentar a inclusão 
da estrutura 
TEACCH® na 
educação básica 
Revisão e análise de 
experiências 
educacionais com 
TEACCH® 
Destaca a importância da 
organização ambiental e 
recursos visuais para 
promover autonomia, 
comunicação e socialização 
 
Fombonne, E. 
(2005) 
Revisar estudos 
epidemiológicos sobre 
TEA 
Análise crítica de 
pesquisas 
internacionais sobre 
incidência e 
diagnóstico 
Fundamenta a necessidade 
de intervenções precoces e 
estruturadas como ABA e 
TEACCH® 
 
Gil, A. C. (2009) 
Fornecer fundamentos 
de ensino e 
aprendizagem 
Discussão teórica sobre 
planejamento 
pedagógico e métodos 
de ensino 
Apoia o planejamento 
sistemático, 
individualização do ensino 
e avaliação contínua em 
ABA e TEACCH® 
 
Ischkanian, S. H. 
D. (2025) 
Apresentar o método 
TEACCH® como 
intervenção 
psicoeducacional 
Descrição de 
princípios, estratégias e 
organização de 
atividades estruturadas 
Evidencia a adaptação 
ambiental e uso de suportes 
visuais para comunicação, 
socialização e 
aprendizagem 
Kanner, L. 
(1943/1968) 
Descrever casos 
clínicos iniciais de 
autismo infantil 
Observações clínicas 
detalhadas de crianças 
com déficits sociais 
Fundamenta a necessidade 
de abordagens estruturadas 
como ABA e TEACCH® 
Klin, A.; Jones, 
W.; Schultz, R. 
T.; Volkmar, F. 
(2003) 
Investigar cognição 
social em autismo 
Estudos experimentais 
e revisão de literatura 
sobre percepção social 
Apoia a necessidade de 
intervenções 
individualizadas para 
promover socialização e 
habilidades cognitivas 
Klin, A.; Pauls, 
D.; Schultz, R.; 
Volkmar, F. 
(2005) 
Comparar abordagens 
diagnósticas de 
Asperger 
Revisão comparativa 
de métodos 
diagnósticos e análises 
de comportamento 
Fundamenta a 
individualização de ABA e 
TEACCH® conforme 
características de cada 
criança 
Klin, A.; 
Saulnier, C.; 
Tsatsanis, K.; 
Volkmar, F. 
(2005) 
 
Avaliar crianças com 
TEA via abordagem 
transdisciplinar 
Avaliações 
psicológicas e 
comportamentais 
integradas 
Suporta aplicação prática 
de ABA e TEACCH® com 
avaliação contínua de 
habilidades 
 
 
Lear, K. (2004) 
Apresentar programa 
de treinamento em 
ABA 
Aplicaçãode técnicas 
de reforço positivo e 
ensino individualizado 
Fornece base prática para 
implementação de ABA em 
escolas e terapias, 
promovendo comunicação e 
socialização 
 
 
 
16 
 
Libaneo, J. C. 
(2008) 
Oferecer fundamentos 
de didática 
Discussão sobre 
planejamento, 
metodologias e 
avaliação 
Apoia a organização e 
sistematização de 
intervenções estruturadas 
em ABA e TEACCH® 
Rutter, M. 
(1978) 
Revisar definições e 
diagnósticos de 
autismo infantil 
Estudo clínico e 
revisão de literatura 
Fornece base diagnóstica 
para intervenções 
estruturadas 
Schultz, R. T. 
(2005) 
Analisar déficits de 
percepção social em 
TEA 
Estudos 
neurocientíficos sobre 
amígdala e fusiforme 
Justifica intervenções que 
reforçam habilidades 
sociais e perceptivas em 
ABA e TEACCH® 
Sousa, A. S.; 
Oliveira, G. S.; 
Alves, L. H. 
(2021) 
Apresentar 
fundamentos da 
pesquisa bibliográfica 
Discussão teórica sobre 
coleta, análise e 
sistematização de 
dados 
Fundamenta a metodologia 
do estudo, garantindo rigor 
científico e consistência 
teórica 
Referencia: Simone Helen Drumond Ischkanian e Sandro Garabed Ischkanian, 2025. 
 
2.2. CARACTERÍSTICA ABA E TEACCH® 
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) e o programa TEACCH® representam 
abordagens estruturadas e baseadas em evidências para o ensino de habilidades essenciais em 
crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), porém possuem características distintas que 
as diferenciam em termos de enfoque, metodologia e resultados esperados (Fombonne, 2005; 
Ferreira, 2016). A compreensão dessas diferenças é essencial para a implementação adequada em 
contextos escolares, terapêuticos e familiares, garantindo intervenções personalizadas que 
promovam o desenvolvimento integral da criança. 
A ABA se fundamenta nos princípios do behaviorismo, utilizando o condicionamento 
operante como mecanismo central para aumentar comportamentos adaptativos e reduzir 
comportamentos inadequados (Fombonne, 2005). O foco principal da ABA é o comportamento 
observável, de modo que cada intervenção busca promover habilidades concretas, mensuráveis e 
socialmente relevantes, como comunicação funcional, habilidades acadêmicas, autonomia e 
competências sociais. Essa abordagem é baseada em evidências científicas robustas e possui 
protocolos estruturados que permitem avaliar a eficácia de cada intervenção. 
Uma característica marcante da ABA é sua individualização, que permite que o programa 
seja adaptado às necessidades específicas de cada criança com TEA. Cada plano de ensino é 
desenvolvido com base na análise funcional do comportamento, definindo metas específicas e 
estratégias de reforço que se ajustam ao perfil comportamental e cognitivo do aluno. Essa 
individualização garante que cada criança receba o suporte necessário para maximizar seu 
aprendizado e participação social. 
 
 
17 
A ABA também se caracteriza por sua intensidade e sistematicidade, muitas vezes 
envolvendo sessões diárias de uma a várias horas, conduzidas individualmente ou em pequenos 
grupos. Os procedimentos incluem ensino por tentativas discretas, análise de tarefas, ensino 
incidental e uso estratégico de reforços positivos, como elogios, recompensas tangíveis ou 
atividades motivadoras (Lear, 2004). Essas técnicas permitem que habilidades complexas sejam 
decompostas em unidades menores, facilitando a aprendizagem gradual e consistente. 
Outro ponto importante da ABA é o monitoramento sistemático do progresso (Klin et al., 
2005). Cada intervenção é acompanhada de registros detalhados que permitem avaliar ganhos e 
ajustar estratégias conforme necessário. Esse acompanhamento contínuo assegura que as 
habilidades adquiridas sejam generalizadas para diferentes contextos, como casa, escola e 
comunidade, aumentando a funcionalidade do aprendizado. 
Por sua vez, o programa TEACCH® possui um enfoque diferenciado, priorizando a 
adaptação do ambiente para atender às necessidades de aprendizagem das crianças com TEA. 
Segundo Ferreira (2016), o TEACCH® parte da premissa de que crianças com autismo 
apresentam um estilo de aprendizagem predominantemente visual e se beneficiam de ambientes 
previsíveis e organizados. A metodologia valoriza a estruturação física do espaço, organização de 
materiais e rotinas visuais, facilitando a compreensão e a autonomia. 
A principal característica do TEACCH® é a criação de rotinas estruturadas e previsíveis, 
utilizando sistemas de trabalho individualizados que promovem a independência funcional 
(Ischkanian, 2025). A abordagem não se baseia em reforço intensivo como a ABA, mas na 
adaptação do ambiente para reduzir barreiras e maximizar a compreensão do aluno. Isso inclui o 
uso de cronogramas visuais, tarefas segmentadas e sinais claros para orientar a execução de 
atividades diárias. 
Outra diferença fundamental entre ABA e TEACCH® está no papel do facilitador. Na 
ABA, o terapeuta atua de forma direta na modificação de comportamentos, conduzindo sessões 
estruturadas com foco em objetivos específicos. No TEACCH®, o educador ou terapeuta 
desempenha o papel de mediador, criando condições que favoreçam a autonomia e permitindo que 
a criança explore o ambiente de forma independente, dentro de limites organizados e claros. 
O TEACCH® também integra família e escola no planejamento educacional, destacando 
a importância do envolvimento ativo dos cuidadores na criação de rotinas estruturadas e na 
aplicação de estratégias visuais (Ischkanian, 2025). A participação familiar reforça a consistência 
das intervenções, garante a generalização das habilidades adquiridas e fortalece vínculos afetivos, 
promovendo segurança e confiança para a criança. 
 
 
 
18 
Tabela 2: Características do ABA e do TEACCH®. 
Categoria ABA (Análise do 
Comportamento Aplicada) 
TEACCH® (Tratamento e 
Educação para Autistas) 
 
Foco principal 
Modificação do comportamento e 
aquisição de habilidades através do 
reforço. 
Estruturação do ambiente e 
valorização do aprendizado visual 
para promover autonomia. 
 
Intensidade 
Geralmente de alta intensidade e 
individualizada, podendo chegar a 
30 a 40 horas semanais em 
intervenções precoces. 
Pode ser de menor intensidade e foca 
na estruturação dos ambientes onde o 
indivíduo está inserido, como escola e 
casa. 
 
Papel do terapeuta 
Envolvimento direto na condução 
das atividades, aplicando reforços e 
coletando dados de forma 
sistemática. 
Atua como facilitador, ensinando o 
indivíduo a usar a estrutura do 
ambiente para se desenvolver de 
forma independente. 
 
Benefícios 
Demonstra eficácia na melhora de 
habilidades sociais, de 
comunicação e acadêmicas, além 
da redução de comportamentos 
problemáticos. 
Promove habilidades funcionais e de 
vida diária, incentivando a 
independência e a capacidade de 
organização em diversos contextos. 
 
Papel educacional 
Desenvolvimento de competências 
acadêmicas, sociais e de 
comunicação; ensina 
comportamentos adaptativos e 
habilidades funcionais. 
Adaptação do currículo e das rotinas 
escolares, organização visual do 
espaço e das atividades; favorece a 
participação e autonomia da criança. 
 
Atividades 
comportamentais 
Ensino por tentativas discretas, 
análise de tarefas, ensino 
incidental, reforço positivo e 
acompanhamento sistemático do 
progresso. 
Uso de cronogramas visuais, tarefas 
segmentadas, organização ambiental 
e sistemas de trabalho 
individualizados para facilitar 
compreensão e autonomia. 
 
Engajamento 
Foco no engajamento ativo da 
criança por meio de reforços 
motivadores e tarefas estruturadas. 
Foco no engajamento através da 
previsibilidade, autonomia e 
participação em atividades dentro de 
um ambiente organizado. 
 
Sucessos nas 
atividades práticas 
Aquisição de habilidades 
específicas, generalização para 
diferentes contextos e melhora em 
comportamento sociale 
comunicação. 
Desenvolvimento de habilidades 
adaptativas, independência em tarefas 
diárias e capacidade de organização 
pessoal e ambiental. 
 
Como trabalhar na 
escola 
Sessões individuais ou em 
pequenos grupos; monitoramento 
de progresso e adaptação de 
estratégias conforme necessidades 
da criança. 
Organização de salas e rotinas 
visuais; utilização de materiais claros 
e previsíveis; integração de 
professores e familiares. 
 
Importância na 
educação 
Garantir aprendizagem eficaz e 
individualizada, promovendo 
inclusão e participação social. 
Facilitar compreensão, reduzir 
ansiedade, aumentar autonomia e 
inclusão no ambiente escolar. 
Importância na 
comunicação 
Desenvolvimento de habilidades 
comunicativas funcionais e sociais 
através de ensino estruturado. 
Uso de recursos visuais e organização 
ambiental para apoiar comunicação 
funcional e independência. 
 
 
 
19 
 
Importância nas 
avaliações coletivas 
Avaliação contínua e 
monitoramento do progresso de 
forma sistemática, permitindo 
ajustes nas estratégias. 
Observação e acompanhamento do 
uso do ambiente estruturado, 
habilidades adaptativas e autonomia 
em diferentes atividades. 
Avaliação 
individual 
Registros detalhados do progresso 
individual, análise funcional do 
comportamento e ajuste das metas 
educacionais. 
Avaliação da capacidade de 
organização, cumprimento de tarefas, 
adaptação à rotina e independência 
funcional. 
Referencia: Simone Helen Drumond Ischkanian e Sandro Garabed Ischkanian, 2025. 
 
Enquanto a ABA busca resultados mensuráveis por meio de reforço sistemático e ensino 
direto, o TEACCH® enfatiza a adaptação do ambiente e a previsibilidade, promovendo 
desenvolvimento de autonomia e habilidades funcionais. Essa distinção torna as abordagens 
complementares, permitindo que estratégias de ambas sejam combinadas para atender de forma 
mais completa às necessidades individuais de cada criança com TEA. 
A ABA também contribui para o desenvolvimento de habilidades acadêmicas e 
cognitivas de maneira estruturada. Por meio de atividades segmentadas e reforço contínuo, as 
crianças podem adquirir competências em linguagem, matemática, resolução de problemas e 
habilidades sociais, integrando essas aprendizagens ao cotidiano escolar e terapêutico. 
Por outro lado, o TEACCH® é particularmente eficaz no desenvolvimento de habilidades 
adaptativas e funcionais, como organização pessoal, gestão do tempo, execução de tarefas diárias 
e compreensão de rotinas (Ferreira, 2016). A estrutura visual e ambiental facilita a generalização 
dessas habilidades para diferentes contextos, aumentando a autonomia da criança e reduzindo 
comportamentos problemáticos. 
Um aspecto importante da complementaridade entre ABA e TEACCH® é a possibilidade 
de criar planos de intervenção integrados, combinando reforço positivo e ensino estruturado com 
ambientes previsíveis e adaptados (Klin et al., 2005). Essa integração permite potencializar 
resultados, considerando tanto a aquisição de habilidades específicas quanto o desenvolvimento de 
independência e autonomia. 
A implementação de ABA e TEACCH® em escolas e terapias também fortalece a 
inclusão educacional e social, promovendo participação ativa da criança em atividades coletivas, 
interações com colegas e engajamento em experiências de aprendizagem compartilhadas 
(Fombonne, 2005; Ischkanian, 2025). Esse enfoque contribui para autoestima, vínculos sociais e 
habilidades de vida diária, essenciais para a qualidade de vida das crianças com TEA. 
Ambas as abordagens enfatizam avaliação contínua e adaptação de estratégias, garantindo 
que cada intervenção seja ajustada conforme o progresso da criança. Esse acompanhamento 
 
 
20 
sistemático favorece a aprendizagem eficaz, permite identificar dificuldades precocemente e 
assegura que as metas educacionais e terapêuticas sejam alcançadas de forma consistente. 
Tanto ABA quanto TEACCH® contribuem para a redução de comportamentos 
desafiadores, seja por meio de reforço positivo e ensino de alternativas funcionais ou pela 
adaptação ambiental e previsibilidade das tarefas (Ferreira, 2016). Essas estratégias 
complementares aumentam o engajamento da criança, diminuem frustração e promovem 
experiências de aprendizagem mais positivas e motivadoras. 
A aplicação conjunta das abordagens evidencia a importância de contextos colaborativos, 
envolvendo professores, terapeutas e familiares, e garantindo que as intervenções sejam 
consistentes e coerentes entre diferentes ambientes. A colaboração multidisciplinar é fundamental 
para a eficácia do ensino estruturado e do desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas 
e adaptativas (Ischkanian, 2025; Fombonne, 2005). 
ABA e TEACCH® representam modelos de intervenção complementares e baseados em 
evidências, que, quando integrados, proporcionam um ambiente de aprendizagem estruturado, 
motivador e individualizado (Ferreira, 2016; Klin et al., 2005). Essa integração permite que cada 
criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA) receba suporte adequado às suas necessidades 
específicas, considerando tanto as competências a serem desenvolvidas quanto as dificuldades 
comportamentais e cognitivas. A combinação dessas abordagens favorece um ensino 
individualizado, essencial para promover aprendizagem efetiva e funcional. 
A Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é centrada na modificação de 
comportamentos socialmente relevantes e na promoção de habilidades adaptativas por meio de 
reforço positivo e ensino estruturado (Lear, 2004). Cada intervenção é planejada com base na 
análise funcional do comportamento, definindo objetivos específicos e estratégias que respeitam o 
ritmo de aprendizagem da criança. Dessa forma, a ABA oferece um caminho claro e mensurável 
para o desenvolvimento de competências acadêmicas, sociais e de comunicação. 
O programa TEACCH® foca na estruturação do ambiente e na valorização do 
aprendizado visual, reconhecendo que muitas crianças com TEA aprendem melhor em contextos 
previsíveis e organizados (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). Essa abordagem utiliza sistemas de 
trabalho individualizados, cronogramas visuais e organização espacial para tornar as atividades 
compreensíveis e promover autonomia, permitindo que a criança execute tarefas com menor 
supervisão direta e maior independência. 
A complementaridade entre ABA e TEACCH® permite que estratégias de ensino direto e 
reforço positivo sejam combinadas com adaptações ambientais e previsibilidade, oferecendo uma 
abordagem mais completa para o desenvolvimento de habilidades múltiplas (Klin et al., 2005). 
 
 
21 
Essa integração facilita a aquisição de repertórios complexos, incluindo habilidades de vida diária, 
comunicação funcional e socialização, fortalecendo a participação ativa da criança em diferentes 
contextos. 
Na ABA, cada plano de ensino é cuidadosamente ajustado às necessidades da criança, 
considerando suas habilidades, interesses e comportamentos-alvo (Lear, 2004). No TEACCH®, a 
personalização se dá por meio da adaptação do ambiente físico e das rotinas, garantindo que cada 
atividade seja acessível e compreensível, respeitando o estilo de aprendizagem visual do aluno. 
A integração dessas abordagens também fortalece o papel da família e dos cuidadores no 
processo de ensino-aprendizagem. Pais e professores podem aplicar estratégias de reforço positivo 
da ABA em casa e adaptar ambientes conforme as orientações do TEACCH®, criando 
consistência entre diferentes contextos e aumentando a eficácia das intervenções (Ischkanian, 
2025). Essa colaboração permite que as habilidades adquiridas sejam generalizadas e aplicadas de 
forma funcional no dia a dia da criança. 
No contexto escolar, ABA e TEACCH® podem ser combinadas para promover inclusão 
e participação em atividades coletivas. A ABA auxilia no ensino de comportamentos sociais e 
acadêmicos,enquanto o TEACCH® organiza o espaço e as rotinas para reduzir ansiedade e 
facilitar compreensão, promovendo engajamento e autonomia (Ferreira, 2016; Klin et al., 2005). 
Essa integração cria um ambiente educativo acolhedor, que valoriza as potencialidades de cada 
criança. 
As intervenções também se beneficiam do monitoramento sistemático do progresso. A 
ABA enfatiza a coleta contínua de dados para avaliar a aquisição de habilidades e ajustar 
estratégias conforme necessário (Lear, 2004). O TEACCH®, por sua vez, permite observar a 
capacidade da criança de utilizar rotinas estruturadas e aplicar habilidades adaptativas em 
diferentes situações (Ferreira, 2016). Essa avaliação constante garante que os objetivos 
educacionais e terapêuticos sejam alcançados de forma eficaz. 
ABA e TEACCH® contribuem para o aprimoramento da comunicação e da socialização. 
A ABA trabalha diretamente com comportamentos comunicativos, incluindo linguagem funcional 
e habilidades de interação social (Klin et al., 2005). O TEACCH® apoia a compreensão de regras 
sociais e facilita interações por meio de organização ambiental, permitindo que a criança pratique 
habilidades sociais em contextos previsíveis e estruturados. 
A ABA ensina comportamentos adaptativos e funcionais que podem ser aplicados em 
múltiplos contextos (Lear, 2004). O TEACCH® complementa esse processo ao estruturar 
ambientes e atividades de forma que a criança possa realizar tarefas com menor dependência de 
supervisão direta, fortalecendo sua confiança e senso de competência. 
 
 
22 
A implementação conjunta de ABA e TEACCH® também promove um modelo de 
intervenção ético e inclusivo, no qual a criança é valorizada por suas potencialidades e não apenas 
por suas limitações. Esse enfoque fortalece a autoestima, incentiva o engajamento social e oferece 
oportunidades concretas de participação em atividades educacionais, terapêuticas e comunitárias. 
A combinação dessas abordagens evidencia a importância de programas educativos e 
terapêuticos baseados em evidências, capazes de promover desenvolvimento integral, autonomia e 
participação social para crianças com TEA. ABA e TEACCH® formam um conjunto 
complementar de estratégias que garantem intervenções estruturadas, individualizadas e eficazes, 
estabelecendo bases sólidas para aprendizagem contínua e qualidade de vida. 
2.3. INDIVIDUALIZAÇÃO E ADAPTAÇÃO DAS INTERVENÇÕES 
A individualização e adaptação das intervenções constituem pilares essenciais para a 
eficácia de programas direcionados a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Cada 
criança apresenta um perfil único de habilidades, interesses e dificuldades, e é fundamental que as 
estratégias pedagógicas e terapêuticas considerem essas particularidades. Um programa 
padronizado, sem ajustes ao indivíduo, tende a ser menos eficaz e pode gerar frustração, 
desmotivação e resistência à aprendizagem. ABA e TEACCH® oferecem possibilidades distintas 
e complementares de personalização, permitindo que cada intervenção seja moldada de acordo 
com as necessidades específicas do aluno. 
Na Análise do Comportamento Aplicada (ABA), a individualização começa com a 
análise funcional do comportamento, que identifica quais ações precisam ser ensinadas, quais 
comportamentos devem ser reforçados e quais padrões apresentam dificuldades (Ferreira, 2016; 
Ischkanian, 2025). A partir dessa análise, são definidas metas claras e mensuráveis, garantindo 
que cada sessão de intervenção seja relevante e direcionada. Essa abordagem sistemática permite 
que o progresso seja monitorado continuamente, possibilitando ajustes rápidos e precisos de 
estratégias conforme o avanço da criança, fortalecendo sua motivação e engajamento. 
A ABA utiliza técnicas de reforço positivo adaptadas às preferências individuais da 
criança, como elogios, recompensas tangíveis ou atividades motivadoras. Ao respeitar os 
interesses e motivações do aluno, a intervenção se torna mais envolvente, aumentando a 
probabilidade de aquisição de habilidades complexas (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). A 
abordagem permite ainda a decomposição de tarefas em etapas menores, facilitando a 
compreensão e a execução gradual das ações desejadas, promovendo uma aprendizagem 
consistente e estruturada. 
 
 
23 
O TEACCH®, por sua vez, promove a individualização por meio da organização do 
ambiente físico e das rotinas visuais. Cada criança é apoiada em um espaço estruturado de forma a 
facilitar a compreensão das tarefas, reduzir a ansiedade e aumentar a autonomia. Materiais são 
dispostos de maneira clara e previsível, e as atividades são segmentadas em etapas 
compreensíveis, permitindo que a criança siga instruções com segurança e desenvolva habilidades 
de forma independente. Essa adaptação ambiental é particularmente útil para crianças que 
dependem de pistas visuais para compreender e executar tarefas. 
A integração de ABA e TEACCH® potencializa os efeitos da individualização, pois 
combina ensino estruturado, reforço de comportamentos específicos e suporte ambiental contínuo. 
A criança não apenas aprende habilidades novas, mas também consegue aplicá-las de maneira 
funcional em diferentes contextos, como escola, casa e comunidade. Essa abordagem integrada 
promove o desenvolvimento de competências cognitivas, sociais e funcionais de forma mais 
abrangente e duradoura, oferecendo oportunidades reais de autonomia. 
A capacidade de ajuste dinâmico das intervenções. Tanto na ABA quanto no TEACCH®, 
os profissionais podem modificar a intensidade das sessões, o tipo de reforço, a complexidade das 
tarefas e a estrutura do ambiente conforme o progresso e as necessidades da criança. Essa 
flexibilidade permite lidar com variações no comportamento, dificuldades emergentes ou 
mudanças no contexto da criança, garantindo que o processo de aprendizagem permaneça eficiente 
e motivador ao longo do tempo. 
A individualização também se estende ao engajamento familiar. Pais e cuidadores são 
incorporados ao processo de intervenção, participando ativamente da aplicação de estratégias de 
ABA e da organização ambiental inspirada no TEACCH®. Essa colaboração cria consistência 
entre os diferentes contextos em que a criança está inserida, favorecendo a generalização das 
habilidades e aumentando a eficácia global da intervenção. A participação familiar fortalece 
vínculos, promove segurança e confiança e estabelece um suporte contínuo para a aprendizagem. 
Na escola, a personalização das intervenções possibilita adaptar o currículo, a 
metodologia de ensino e os recursos pedagógicos ao perfil de cada criança (Ferreira, 2016; 
Ischkanian, 2025). ABA contribui para ensinar habilidades acadêmicas, sociais e de comunicação 
de maneira sistemática, enquanto TEACCH® organiza o espaço físico e a rotina escolar, 
proporcionando previsibilidade e reduzindo barreiras à aprendizagem. Essa combinação cria um 
ambiente inclusivo, onde a criança pode participar plenamente das atividades e interações 
escolares, promovendo autoestima e engajamento social. 
A individualização também impacta diretamente na aquisição de habilidades de vida 
diária. ABA ensina comportamentos adaptativos, como autocuidado, comunicação funcional e 
 
 
24 
habilidades sociais, de maneira gradual e monitorada. TEACCH® complementa esse processo 
estruturando atividades cotidianas, organizando materiais e orientando a criança a seguir rotinas, o 
que fortalece a independência e a capacidade de execução autônoma de tarefas essenciais para a 
vida diária. 
A adaptação das intervenções ainda possibilita lidar de forma proativa com 
comportamentos desafiadores. ABA permite identificar as causas subjacentes de comportamentos 
problemáticos e implementar estratégias de ensino e reforço específicas para reduzi-los de maneira 
positiva. TEACCH® oferece suporte ambiental, como organização do espaço e previsibilidade das 
atividades, reduzindo ansiedade,estresse e comportamentos de evitação, criando condições 
favoráveis ao aprendizado. 
A promoção da autonomia e da autoestima. Ao fornecer ferramentas, estratégias e 
suportes adequados, tanto ABA quanto TEACCH® permitem que a criança realize atividades de 
forma independente e sinta-se capaz de alcançar metas. A sensação de competência aumenta a 
motivação, fortalece a autoconfiança e estimula o interesse em explorar novos contextos e 
aprender novas habilidades. 
A personalização e adaptação das intervenções garantem que cada criança tenha acesso a 
um aprendizado significativo, funcional e duradouro. Ao considerar habilidades, interesses, estilo 
de aprendizagem e contexto social, ABA e TEACCH® oferecem uma abordagem holística, que 
não apenas ensina novas competências, mas também prepara a criança para participar ativamente 
da vida escolar, familiar e comunitária, promovendo desenvolvimento integral e inclusão efetiva. 
2.4. FOCO NO DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES ESSENCIAIS 
O desenvolvimento de habilidades essenciais em crianças com Transtorno do Espectro 
Autista (TEA) constitui um dos objetivos centrais das intervenções estruturadas, sendo a aquisição 
de competências sociais, comunicativas e funcionais crucial para o crescimento integral 
(Fombonne, 2005; Klin et al., 2005). ABA e TEACCH® oferecem caminhos complementares 
para atingir esses objetivos, permitindo que cada criança aprenda habilidades adaptativas de forma 
progressiva e significativa, respeitando seu ritmo e estilo de aprendizagem. 
Na ABA, o desenvolvimento de habilidades começa pela identificação de 
comportamentos-alvo que impactam diretamente a autonomia e a interação social (Lear, 2004; 
Klin et al., 2005). Comportamentos adaptativos, como iniciar uma conversa, seguir instruções ou 
participar de atividades em grupo, são priorizados, garantindo que a criança desenvolva 
competências que possam ser aplicadas em contextos reais do dia a dia. Essa abordagem detalha 
 
 
25 
cada habilidade em etapas menores, facilitando a compreensão e execução gradual das tarefas 
(Sousa; Oliveira; Alves, 2021). 
O TEACCH® complementa esse processo ao organizar o ambiente físico e as rotinas, 
criando previsibilidade e estrutura para a aprendizagem (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). 
Cronogramas visuais, sistemas de trabalho individualizados e organização clara de materiais 
ajudam a criança a compreender cada atividade e a desenvolver habilidades funcionais, como 
higiene pessoal, alimentação independente e cumprimento de rotinas domésticas e escolares. Esse 
enfoque promove autonomia, reduz ansiedade e fortalece a capacidade de planejamento e 
organização. 
A comunicação funcional é uma das habilidades mais impactadas pelo uso integrado de 
ABA e TEACCH® (Kanner, 1943; Klin et al., 2003). A ABA foca no ensino de expressões 
verbais e não verbais, como gestos, palavras e frases, para que a criança consiga interagir com 
outros e expressar necessidades e sentimentos. Paralelamente, o TEACCH® oferece suporte 
ambiental e visual, permitindo que a criança compreenda instruções, siga rotinas e participe de 
interações sociais de maneira estruturada e previsível. 
Habilidades sociais são desenvolvidas de maneira contínua e sistemática (Schultz, 2005; 
Klin et al., 2005). ABA utiliza reforço positivo para incentivar comportamentos como 
compartilhar, esperar a vez e responder a interações, enquanto o TEACCH® propicia contexto 
estruturado em que essas habilidades podem ser praticadas de forma segura e repetitiva. A 
combinação dessas estratégias permite que a criança generalize comportamentos sociais para 
diferentes ambientes, fortalecendo sua participação em situações escolares, familiares e 
comunitárias. 
O ensino de habilidades acadêmicas também é beneficiado (Lear, 2004; Gil, 2009). ABA 
promove a aquisição de competências relacionadas à leitura, escrita e matemática, desmembrando 
tarefas complexas em etapas menores e recompensando progressos graduais. TEACCH® 
complementa o aprendizado ao estruturar atividades em blocos claros, utilizando pistas visuais e 
sequências de tarefas que tornam o conteúdo acessível e compreensível, especialmente para 
crianças que dependem de suporte visual para processar informações. 
A independência funcional é outro foco importante (Ferreira, 2016; Klin et al., 2005). 
ABA ensina ações que aumentam a autonomia da criança, como vestir-se, organizar materiais 
escolares e seguir rotinas, reforçando comportamentos adaptativos. TEACCH® facilita a execução 
dessas habilidades por meio da organização do espaço e da instrução visual, permitindo que a 
criança siga passos de maneira independente e desenvolva confiança em sua capacidade de 
realizar tarefas cotidianas sem supervisão constante. 
 
 
26 
A adaptação individualizada é essencial para maximizar o desenvolvimento de 
habilidades (Libaneo, 2008; Sousa; Oliveira; Alves, 2021). ABA e TEACCH® permitem ajustes 
contínuos de acordo com as respostas da criança, adaptando o reforço, a complexidade das tarefas 
e o nível de suporte ambiental. Essa flexibilidade garante que a intervenção seja eficaz, respeite o 
ritmo de aprendizagem e promova o progresso consistente em múltiplas áreas do 
desenvolvimento. 
O envolvimento da família no desenvolvimento de habilidades essenciais é reforçado por 
ambas as abordagens (Ischkanian, 2025; Ferreira, 2016). Pais e cuidadores são treinados para 
aplicar técnicas de ABA em casa e organizar ambientes seguindo a lógica do TEACCH®. Essa 
consistência entre contextos escolares, terapêuticos e domésticos fortalece o aprendizado, amplia a 
generalização das habilidades e garante que os comportamentos aprendidos sejam aplicados de 
maneira funcional e significativa. 
Na escola, a personalização das intervenções possibilita adaptar o currículo, a 
metodologia de ensino e os recursos pedagógicos ao perfil de cada criança (Gil, 2009; Libaneo, 
2008). ABA contribui para ensinar habilidades acadêmicas, sociais e de comunicação de maneira 
sistemática, enquanto TEACCH® organiza o espaço físico e a rotina escolar, proporcionando 
previsibilidade e reduzindo barreiras à aprendizagem. Essa combinação cria um ambiente 
inclusivo, onde a criança pode participar plenamente das atividades e interações escolares, 
promovendo autoestima e engajamento social. 
A socialização é aprimorada por meio de práticas estruturadas e repetitivas (Kanner, 
1943; Klin et al., 2003). ABA ensina habilidades como cumprimentar, manter contato visual e 
responder a colegas, enquanto TEACCH® cria oportunidades seguras e previsíveis para que essas 
interações ocorram. A prática sistemática em ambientes estruturados permite que a criança 
desenvolva confiança e autonomia em contextos sociais variados. 
Habilidades de autocontrole e regulação emocional também podem ser fortalecidas 
(Schultz, 2005; Klin et al., 2005). ABA utiliza reforços contingentes para promover 
comportamentos adequados e reduzir respostas desadaptativas, enquanto TEACCH® oferece 
previsibilidade ambiental e rotinas claras que ajudam a criança a lidar com mudanças e 
frustrações, promovendo equilíbrio emocional e comportamental. 
O desenvolvimento cognitivo é apoiado pela decomposição de tarefas complexas e pelo 
reforço contínuo de respostas corretas (Lear, 2004; Klin et al., 2005). ABA permite que a criança 
adquira conceitos, raciocínio lógico e habilidades de resolução de problemas, enquanto 
TEACCH® organiza atividades de maneira que o aprendizado se torne tangível e acessível, 
fortalecendo a compreensão e retenção de informações. 
 
 
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A generalização das habilidades é um aspecto central (Ferreira, 2016; Ischkanian, 2025). 
ABA garante que comportamentos aprendidos sejam aplicados em múltiplos contextos por meio 
de estratégias de ensino sistemáticas e reforço consistente. TEACCH® contribui ao criar 
ambientes previsíveis e estruturados que permitem à criança transferir habilidades

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