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NEUROCIÊNCIA APLICADA À SALA DE AULA E ESTRATÉGIAS DE ENSINO DAUCIA BRAGA 2025

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ERIC JENSEN: NEUROCIÊNCIA APLICADA À SALA 
DE AULA E ESTRATÉGIAS DE ENSINO. 
 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
A neurociência aplicada à educação tem se consolidado como uma área estratégica para a 
melhoria dos processos de ensino e aprendizagem, ao aproximar o conhecimento sobre o 
funcionamento cerebral das práticas pedagógicas. Eric Jensen, em sua obra Teaching with the 
Brain in Mind, apresenta princípios fundamentais que ajudam educadores a compreender como o 
cérebro aprende e como podem adaptar estratégias de ensino para maximizar o potencial dos 
alunos. Seu trabalho está baseado na integração entre descobertas neurocientíficas, psicologia 
cognitiva e experiências pedagógicas, propondo intervenções práticas que respeitam o 
funcionamento cerebral (Jensen, 1998; 2005). Jensen defende que o ambiente de aprendizagem 
influencia diretamente a plasticidade neural, ou seja, a capacidade do cérebro de se modificar e 
formar novas conexões. Ambientes ricos em estímulos, seguros e emocionalmente positivos 
favorecem a consolidação da aprendizagem. Em contrapartida, situações de estresse tóxico, 
insegurança e falta de estímulos reduzem a eficácia dos processos cognitivos, especialmente em 
regiões relacionadas à memória, atenção e funções executivas (Jensen, 1998; 2005). A 
aprendizagem significativa ocorre quando há envolvimento emocional, o que ativa estruturas 
como a amígdala e o hipocampo, fortalecendo a retenção de informações (Immordino-Yang; 
Damasio, 2007; Goleman, 1995). Práticas pedagógicas que promovem o engajamento 
emocional, como o uso de narrativas, artes, música, jogos e metodologias ativas, são 
fundamentais para potencializar os resultados educacionais. As funções executivas, localizadas 
principalmente no córtex pré-frontal, têm papel essencial na regulação de comportamentos, 
atenção e planejamento (Diamond, 2013). Jensen sugere que os educadores incorporem 
atividades que desenvolvam essas habilidades, como resolução de problemas, debates, 
planejamento coletivo e desafios graduais. Isso contribui para o desenvolvimento da 
autorregulação e do pensamento crítico dos alunos, aspectos essenciais para a aprendizagem 
autônoma. Jensen enfatiza o movimento e a atividade física como elementos cruciais. O 
exercício regular aumenta o fluxo sanguíneo cerebral, estimula a produção de 
neurotransmissores e melhora o humor e a atenção. A integração de pausas ativas, alongamentos 
e atividades físicas curtas ao longo das aulas favorece a aprendizagem, especialmente em 
crianças em fase de alfabetização e desenvolvimento motor (Jensen, 2005; Ischkanian et al., 
2025). As estratégias propostas por Jensen dialogam diretamente com metodologias ativas e 
práticas inclusivas contemporâneas (Cabral, 2022; Demo et al., 2025). A aprendizagem baseada 
em evidências, que considera a diversidade dos estilos de aprendizagem, as inteligências 
múltiplas (Gardner, 1993) e a neurodiversidade, amplia as possibilidades de engajamento e de 
equidade no ensino. O uso de tecnologias educacionais, aliado ao conhecimento neurocientífico, 
também permite intervenções mais personalizadas, especialmente em casos de dificuldades de 
aprendizagem ou transtornos do neurodesenvolvimento, como TEA e dislexia (Ischkanian et al., 
2025). A contribuição de Eric Jensen consiste em oferecer aos professores ferramentas práticas e 
embasadas cientificamente para transformar a sala de aula em um espaço que respeita o 
funcionamento do cérebro e potencializa o aprendizado. Ao compreender como o cérebro 
aprende, os educadores podem planejar estratégias mais eficazes, inclusivas e motivadoras, 
favorecendo o desenvolvimento integral dos alunos. 
Palavras-chave: Eric Jensen; neurociência; estratégias de ensino; funções executivas; emoções; 
plasticidade cerebral; educação inclusiva. 
 
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ERIC JENSEN: NEUROSCIENCE APPLIED TO THE CLASSROOM AND 
TEACHING STRATEGIES. 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Neuroscience applied to education has become a strategic field for improving teaching and 
learning processes by bridging the gap between knowledge of brain functioning and pedagogical 
practices. Eric Jensen, in his work Teaching with the Brain in Mind, presents fundamental 
principles that help educators understand how the brain learns and how they can adapt teaching 
strategies to maximize students’ potential. His work is based on the integration of neuroscientific 
discoveries, cognitive psychology, and pedagogical experiences, proposing practical 
interventions that respect how the brain functions (Jensen, 1998; 2005). Jensen argues that the 
learning environment directly influences neural plasticity, that is, the brain’s ability to change 
and form new connections. Stimulating, safe, and emotionally positive environments favor the 
consolidation of learning. In contrast, situations of toxic stress, insecurity, and lack of 
stimulation reduce the effectiveness of cognitive processes, especially in brain regions related to 
memory, attention, and executive functions (Jensen, 1998; 2005). Meaningful learning occurs 
when there is emotional engagement, which activates structures such as the amygdala and the 
hippocampus, strengthening information retention (Immordino-Yang; Damasio, 2007; Goleman, 
1995). Pedagogical practices that foster emotional engagement—such as the use of narratives, 
arts, music, games, and active methodologies—are fundamental to enhancing educational 
outcomes. Executive functions, located primarily in the prefrontal cortex, play a crucial role in 
regulating behavior, attention, and planning (Diamond, 2013). Jensen suggests that educators 
incorporate activities that develop these skills, such as problem-solving, debates, collaborative 
planning, and gradual challenges. This contributes to the development of students’ self-
regulation and critical thinking, essential aspects of autonomous learning. Jensen also 
emphasizes movement and physical activity as crucial elements. Regular exercise increases 
cerebral blood flow, stimulates neurotransmitter production, and improves mood and attention. 
Integrating active breaks, stretching, and short physical activities throughout the school day 
promotes learning, especially in children who are in the early stages of literacy and motor 
development (Jensen, 2005; Ischkanian et al., 2025). The strategies proposed by Jensen align 
closely with contemporary active methodologies and inclusive practices (Cabral, 2022; Demo et 
al., 2025). Evidence-based learning, which considers diverse learning styles, multiple 
intelligences (Gardner, 1993), and neurodiversity, expands the possibilities for engagement and 
equity in education. The use of educational technologies, combined with neuroscientific 
knowledge, also allows for more personalized interventions, particularly in cases of learning 
difficulties or neurodevelopmental disorders such as autism spectrum disorder (ASD) and 
dyslexia (Ischkanian et al., 2025). Eric Jensen’s contribution lies in providing teachers with 
practical, scientifically grounded tools to transform the classroom into a space that respects how 
the brain works and enhances learning. By understanding how the brain learns, educators can 
plan more effective, inclusive, and engaging strategies that foster the integral development of all 
students. 
Keywords: Eric Jensen; neuroscience; teaching strategies; executive functions; emotions; brain 
plasticity; inclusive education. 
 
 
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ERIC JENSEN: NEUROCIENCIA APLICADA AL AULA Y 
ESTRATEGIAS DE ENSEÑANZA. 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
La neurociencia aplicada a la educación se ha consolidado como un área estratégica para mejorarpode ser 
aprofundada a partir das contribuições de Piaget (1970), que, embora anterior à neurociência 
moderna, trouxe uma base teórica sólida sobre os estágios de desenvolvimento infantil e os 
processos de construção do conhecimento. A neurociência contemporânea complementa e 
expande essas ideias, revelando os mecanismos neurais que sustentam processos como 
assimilação, acomodação e equilibração, descritos por Piaget. Isso permite compreender, por 
exemplo, por que determinadas práticas pedagógicas são mais eficazes em certos períodos do 
desenvolvimento do que em outros, respeitando os ritmos e potencialidades de cada faixa etária. 
A neurociência educacional evidencia a importância do contexto sociocultural e 
tecnológico no desenvolvimento cognitivo. Ischkanian et al. (2022) ressaltam que a integração 
entre educação, tecnologia e inclusão representa um dos maiores desafios contemporâneos, mas 
também uma oportunidade ímpar para ampliar o acesso e a qualidade do ensino. Tecnologias 
digitais, quando bem utilizadas, podem potencializar a aprendizagem por meio de ambientes 
interativos, recursos multimodais e personalização do ensino. A neurociência fornece dados 
sobre como o cérebro responde a esses estímulos, ajudando a orientar o uso pedagógico das 
ferramentas tecnológicas de forma mais eficaz. 
Cada estudante possui um perfil único de funcionamento cognitivo e emocional, 
determinado por fatores genéticos, experiências de vida e contextos socioculturais. Isso implica 
que estratégias uniformes de ensino dificilmente atenderão plenamente à diversidade presente em 
sala de aula (Kolb; Whishaw, 2009). Práticas pedagógicas baseadas em evidências precisam 
 
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considerar a diferenciação e a personalização do ensino, respeitando as trajetórias individuais e 
oferecendo múltiplas formas de engajamento, representação e expressão, como propõe o 
Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA). 
A motivação também desempenha um papel central no aprendizado. A ativação dos 
sistemas de recompensa cerebral, sobretudo nas vias dopaminérgicas, está diretamente 
relacionada ao interesse, ao prazer e ao esforço dedicado pelos estudantes às tarefas. Quando o 
conteúdo é percebido como relevante, desafiador e conectado à realidade do aluno, a motivação 
aumenta e, consequentemente, o aprendizado se aprofunda (Goleman, 1995). Estratégias 
pedagógicas que promovem autonomia, senso de competência e pertencimento contribuem para 
ativar esses circuitos motivacionais de maneira positiva. 
A relação entre emoção e cognição, explorada por autores como Immordino-Yang e 
Damasio (2007), reforça a ideia de que não há aprendizagem significativa sem envolvimento 
afetivo. O sistema límbico, responsável pelo processamento emocional, interage constantemente 
com regiões cognitivas superiores, como o córtex pré-frontal, modulando processos como 
atenção, tomada de decisão e resolução de problemas. Isso significa que ambientes educacionais 
seguros, acolhedores e estimulantes são condições indispensáveis para o pleno desenvolvimento 
das funções cognitivas. 
A neurociência também contribui para repensar práticas avaliativas. Em vez de se 
concentrar apenas na memorização de conteúdos, avaliações baseadas em princípios 
neurocientíficos consideram múltiplas formas de expressão do conhecimento e buscam avaliar 
processos, não apenas produtos. A inclusão de feedbacks frequentes, autoavaliações e atividades 
reflexivas promove a metacognição e fortalece redes neurais associadas ao pensamento crítico e 
à autorregulação. 
A formação docente é um componente essencial para a implementação de práticas 
pedagógicas alinhadas à neurociência. Souza e Oliveira (2020) apontam que um dos principais 
desafios é inserir esses conhecimentos nos cursos de licenciatura e na formação continuada, para 
que professores compreendam não apenas ―o que‖ ensinar, mas ―como‖ o cérebro aprende. Isso 
envolve romper com modelos tradicionais baseados em transmissão unidirecional e adotar 
práticas mais interativas, emocionais e cognitivamente ricas. 
A interdisciplinaridade é outra característica marcante desse campo. A neurociência 
educacional não substitui teorias pedagógicas clássicas, mas as complementa, oferecendo um 
olhar biológico sobre fenômenos educacionais. Quando integrada a teorias como as de Piaget, 
Vygotsky, Gardner e Skinner, permite uma compreensão mais ampla e profunda do aprendizado 
humano. Essa integração exige um diálogo constante entre pesquisadores, professores e 
 
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formuladores de políticas públicas para evitar reducionismos e promover uma educação baseada 
em evidências sólidas. 
Compreender e aplicar conceitos de neurociência na educação não significa transformar 
professores em neurocientistas, mas sim permitir que eles atuem com mais consciência sobre os 
processos mentais e emocionais envolvidos no ato de aprender. A neuroeducação oferece 
ferramentas para repensar o currículo, as metodologias e as avaliações, construindo ambientes de 
aprendizagem mais humanos, inclusivos e eficazes. Essa abordagem representa uma 
oportunidade concreta de transformar a educação, tornando-a mais alinhada ao funcionamento 
real do cérebro e mais capaz de formar sujeitos críticos, criativos e emocionalmente equilibrados. 
 
2.4. ESTRATÉGIAS DE ENSINO BASEADAS EM NEUROCIÊNCIA 
 
As estratégias de ensino baseadas em neurociência têm como objetivo alinhar práticas 
pedagógicas às formas naturais pelas quais o cérebro processa, armazena e recupera informações, 
tornando o aprendizado mais eficiente e significativo. Em vez de depender apenas de métodos 
tradicionais de transmissão de conhecimento, essas estratégias se apoiam em evidências 
científicas sobre atenção, memória, emoção e motivação para criar experiências de aprendizagem 
mais engajadoras e duradouras. Essa abordagem reconhece que o cérebro é um sistema 
complexo, no qual múltiplas áreas interagem para sustentar funções cognitivas, emocionais e 
comportamentais que influenciam diretamente o desempenho escolar (Sabbatini, 2016). Assim, 
compreender esses mecanismos permite que os educadores adotem práticas mais eficazes e 
inclusivas. 
Aprendizagem Ativa: 
Discussões, resolução de 
problemas, debates e estudos 
de caso. Estimula múltiplas 
regiões cerebrais, aumenta a 
atenção e consolida a 
memória. 
Metacognição: 
Incentivar o aluno a refletir 
sobre como aprendeu ou 
identificar dificuldades. Ativa 
o córtex pré-frontal, 
promovendo pensamento 
crítico e autonomia no 
aprendizado. 
Repetição e Revisão 
Espaçada: 
Revisões distribuídas no 
tempo são mais eficazes que 
repetições contínuas 
(efeito do espaçamento). 
Flashcards, quizzes e revisões 
semanais ajudam a fixar o 
conteúdo na memória de 
longo prazo. 
Aprendizagem 
Multissensorial: 
Combinar visual, auditivo e 
cinestésico. Mais sentidos 
envolvidos → mais conexões 
neurais → melhor retenção de 
informações. 
Gamificação: 
Uso de jogos, desafios e 
recompensas para engajar. A 
dopamina liberada ao 
completar metas aumenta 
motivação e reforça a 
aprendizagem. 
 
Ambiente Emocional 
Positivo: 
Reduzir estresse, estimular 
curiosidade e oferecer 
feedback construtivo. 
Emoções positivas facilitam a 
plasticidade neural e a 
absorção de conteúdo. 
Fonte: Braga, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, (2025) 
 
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Uma das estratégias centrais é a aprendizagem ativa, que consiste em envolver os 
estudantes em atividades que exigem reflexão, discussão e aplicação prática dos conteúdos. Em 
vez de apenas ouvir passivamente, os alunos participam de debates, estudos de caso, resolução 
de problemas ou projetos colaborativos, o que estimula diferentes regiões cerebrais 
simultaneamente, como áreas motoras, de linguagem e de associação (Santos et al., 2023). Esse 
tipo de engajamento aumenta a atenção e favorece a consolidação da memória, pois os alunos 
constroem significados própriose estabelecem conexões entre novas informações e 
conhecimentos prévios. Além disso, a aprendizagem ativa favorece a autonomia intelectual e o 
desenvolvimento de habilidades socioemocionais, tornando o processo educativo mais dinâmico 
e participativo. 
A metacognição representa outra estratégia fundamental. Trata-se da capacidade de 
pensar sobre o próprio pensamento, ou seja, de refletir sobre os processos mentais envolvidos na 
aprendizagem. Quando o professor incentiva os alunos a identificar suas dificuldades, revisar 
estratégias e planejar formas de superação, ele ativa regiões do córtex pré-frontal responsáveis 
pelo pensamento crítico, pela autorregulação e pela tomada de decisões (Santos et al., 2023). 
Essa prática contribui para formar aprendizes autônomos, capazes de monitorar e ajustar seus 
próprios processos de estudo. Piaget (1960) já destacava que a construção do conhecimento 
envolve um processo ativo de reorganização mental, e a metacognição aprofunda essa ideia ao 
tornar os alunos conscientes das estratégias cognitivas que utilizam. 
A repetição e a revisão espaçada constituem técnicas diretamente relacionadas ao 
funcionamento da memória. Pesquisas em neurociência mostram que revisões distribuídas ao 
longo do tempo são mais eficazes para a retenção do que repetições intensas em um único 
momento, fenômeno conhecido como ―efeito do espaçamento‖ (Sabbatini, 2016). Ao utilizar 
recursos como flashcards, quizzes periódicos e revisões semanais, os professores ajudam a 
fortalecer as conexões neurais associadas ao conteúdo, facilitando sua transferência da memória 
de curto prazo para a memória de longo prazo. Esse processo também permite que os alunos 
consolidem gradualmente o conhecimento, reduzindo a sobrecarga cognitiva e melhorando a 
recuperação posterior das informações. 
A aprendizagem multissensorial é outra estratégia alinhada aos princípios da 
neurociência. Ela consiste em combinar estímulos visuais, auditivos e cinestésicos durante o 
ensino, explorando diferentes canais perceptivos para aumentar a densidade das conexões 
neurais (Santos et al., 2023). Por exemplo, um professor pode explicar um conceito com apoio de 
imagens, sons, dramatizações e atividades práticas, criando uma experiência de aprendizagem 
rica e diversificada. Quanto mais sentidos forem envolvidos, maior será a ativação de múltiplas 
regiões cerebrais e, consequentemente, melhor será a retenção e a compreensão do conteúdo. 
 
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Essa abordagem é especialmente útil em salas de aula inclusivas, pois atende a diferentes estilos 
de aprendizagem e favorece a participação de todos os alunos. 
A gamificação, por sua vez, utiliza elementos dos jogos, como desafios, recompensas e 
metas, para tornar o aprendizado mais motivador e envolvente. Ao atingir um objetivo ou 
superar um obstáculo, o cérebro libera dopamina, neurotransmissor associado ao prazer e à 
motivação, o que reforça positivamente o comportamento de aprendizagem (Sabbatini, 2016). A 
aplicação de jogos educativos, quizzes interativos, sistemas de pontuação ou atividades em 
formato de competição saudável estimula a persistência, a curiosidade e a concentração dos 
alunos. Quando bem planejada, a gamificação não apenas torna o ambiente mais divertido, mas 
também favorece a internalização dos conteúdos de forma profunda e duradoura. 
Criar um ambiente emocional positivo é outra estratégia essencial respaldada pela 
neurociência. O estresse crônico e as emoções negativas intensas prejudicam o funcionamento do 
hipocampo e do córtex pré-frontal, comprometendo processos de atenção, memória e resolução 
de problemas (Santos et al., 2023). Por outro lado, emoções positivas, como curiosidade, 
entusiasmo e segurança afetiva, promovem a plasticidade neural e a absorção eficiente de 
informações. Práticas como feedback construtivo, incentivo ao esforço, estabelecimento de 
vínculos afetivos e valorização das conquistas ajudam a construir um clima emocionalmente 
seguro. Esse tipo de ambiente permite que os alunos se sintam confortáveis para errar, explorar e 
participar ativamente, elementos indispensáveis para uma aprendizagem significativa. 
A utilização de tecnologias educacionais também pode potencializar essas estratégias. 
Ischkanian (2021) apresenta a importância das tecnologias assistivas no apoio a alunos com 
diferentes necessidades educacionais, mostrando que recursos como pranchas estruturadas e 
plataformas digitais podem facilitar a comunicação e a participação de todos. A neurociência 
mostra que o uso de ferramentas digitais, quando bem mediado, estimula diferentes áreas 
cerebrais e favorece a personalização do ensino, possibilitando que cada aluno avance de acordo 
com seu ritmo e estilo de aprendizagem. Além disso, a interação com tecnologias pode aumentar 
a motivação e oferecer feedbacks imediatos, elementos essenciais para o fortalecimento das 
conexões neurais. 
A implementação dessas estratégias requer uma mudança de paradigma na prática 
pedagógica. Não basta apenas aplicar técnicas de forma mecânica; é necessário compreender os 
fundamentos neurocientíficos que as sustentam e adaptá-las ao contexto real da sala de aula 
(Sabbatini, 2016). Isso implica uma postura reflexiva e investigativa por parte do professor, que 
deve observar, registrar e ajustar suas práticas conforme as respostas dos alunos. A formação 
docente contínua é, portanto, indispensável para que essas estratégias sejam utilizadas com 
consciência e eficácia. 
 
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A aprendizagem ativa, pode ser combinada com momentos expositivos, desde que bem 
planejados e intercalados com atividades que estimulem diferentes processos cognitivos. A 
metacognição pode ser incorporada em qualquer disciplina, incentivando os alunos a 
desenvolverem hábitos mentais que os acompanharão ao longo da vida. A revisão espaçada pode 
ser planejada de forma simples, sem necessidade de grandes mudanças estruturais, bastando 
pequenas adaptações no cronograma pedagógico. 
Essas estratégias também favorecem a inclusão escolar, pois oferecem múltiplos 
caminhos para que os alunos acessem, processem e expressem o conhecimento. Piaget (1960) 
destaca que a construção do real pela criança ocorre em interação com o ambiente e com os 
outros, e as estratégias neurocientíficas ampliam essas possibilidades ao diversificar os meios de 
aprendizagem. Isso é especialmente relevante em contextos com alunos com deficiências, 
transtornos de aprendizagem ou altas habilidades, pois permite que cada um encontre formas 
adequadas de participar e aprender. 
A aplicação prática dessas estratégias demanda planejamento e intencionalidade 
pedagógica. O professor precisa conhecer bem seus alunos, identificar necessidades específicas e 
adaptar os recursos disponíveis. O uso de jogos, por exemplo, deve estar articulado aos objetivos 
de aprendizagem e não ser apenas uma atividade recreativa. A aprendizagem multissensorial 
deve considerar a sobrecarga cognitiva, equilibrando estímulos para não dispersar a atenção. A 
revisão espaçada requer organização temporal para que os conteúdos sejam revisitados de forma 
eficiente. 
A integração entre neurociência e práticas pedagógicas não significa uma aplicação 
rígida de receitas, mas sim a construção de uma postura educativa fundamentada em evidências, 
sensível às diferenças individuais e comprometida com o desenvolvimento integral dos alunos. 
Estratégias como aprendizagem ativa, metacognição, revisão espaçada, aprendizagem 
multissensorial, gamificação e ambientes emocionais positivos oferecem aos professores 
ferramentas poderosas para tornar o ensino mais eficiente, prazeroso e inclusivo. Ao alinhar o 
fazer pedagógico com o funcionamento do cérebro, a educação se torna mais humana, eficaz e 
transformadora. 
 
2.5. APLICAÇÕES PRÁTICAS NA SALA DE AULA 
 
As aplicações práticas da neurociência na sala de aula representam uma ponte direta 
entre os conhecimentosteóricos sobre o funcionamento cerebral e as ações pedagógicas 
cotidianas, permitindo que o ensino se torne mais eficaz, dinâmico e alinhado aos processos 
cognitivos e emocionais dos alunos. 
 
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Dividir aulas em blocos curtos com intervalos ativos 
Alongamentos de 2 minutos entre segmentos da aula. 
Mini circuitos de exercícios físicos (polichinelos, agachamentos). 
Dança rápida ou coreografia simples. 
Caminhada rápida dentro da sala ou corredor. 
Pausa para respiração profunda e mindfulness. 
Jogos de atenção, como ―Simão disse‖. 
Levantar e trocar de assento durante a aula. 
Alongamento com música motivacional. 
Atividade de movimentação rápida com bola. 
Corrida curta ou caminhada de ida e volta na sala. 
Alongamento de braços, pescoço e ombros enquanto revisa conteúdo. 
Atividade de respiração focada antes de retomar a explicação. 
Alongamento de pernas e pés em sequência. 
Pausa para dança livre de 1 minuto. 
Pequenos desafios motores, como saltos em sequência. 
Movimentos de coordenação, como bater palmas e tocar ombros alternadamente. 
Alongamento guiado com orientação do professor. 
Pausa de relaxamento com olhos fechados e visualização de conceito estudado. 
Alongamento com música de fundo relacionada ao tema da aula. 
Exercícios de mobilidade de mãos e dedos enquanto revisa conceitos. 
Intercalar teoria e prática para consolidar conhecimento 
Resolver problemas após explicação teórica. 
Realizar experimentos científicos simples em sala. 
Jogos educativos relacionados ao conteúdo. 
Atividades práticas de construção ou modelagem (ex.: maquetes). 
Simulações de situações reais. 
Debates sobre temas discutidos teoricamente. 
Criação de mapas mentais após apresentação da teoria. 
 
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Dramatização de conceitos teóricos. 
Atividades de questionamento em dupla sobre o conteúdo. 
Exercícios de laboratório (química, física, biologia). 
Estudos de caso aplicados à realidade do aluno. 
Produção de infográficos ou cartazes sobre o tema. 
Jogos de tabuleiro educativos. 
Construção de objetos ou recursos com materiais recicláveis. 
Role-play ou simulação de papéis. 
Resolução de enigmas relacionados ao conteúdo. 
Criação de quizzes para colegas. 
Projetos práticos interdisciplinares. 
Aplicação de softwares educativos ou simuladores digitais. 
Revisão prática com exercícios em grupo ou pares. 
Usar histórias ou exemplos emocionais para contextualizar conceitos 
Contar uma história real relacionada ao conteúdo. 
Uso de vídeos motivadores e emocionais. 
Leitura de trechos de livros com exemplos concretos. 
Narrativa de casos de sucesso de cientistas ou profissionais. 
Storytelling com personagens representando conceitos. 
Dramatização de histórias históricas ou literárias. 
Histórias de dilemas éticos para discussão. 
Narrativas inspiradoras de superação. 
Estudos de caso emocionais (ex.: impacto de decisões). 
Exposição de experiências de alunos ou convidados. 
Contar anedotas relacionadas ao cotidiano dos alunos. 
Uso de quadrinhos para transmitir conceitos. 
Criar histórias coletivas em grupo. 
Produção de vídeos curtos narrativos. 
Histórias em primeira pessoa de descobertas científicas. 
Uso de podcasts ou áudios narrativos educativos. 
Exemplos que conectam emoções à aprendizagem (ex.: medo de erro). 
Contar curiosidades históricas com impacto social. 
 
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Apresentar casos de inovação ou criatividade aplicada. 
Simulação de situações emocionais ligadas ao tema da aula. 
Promover feedback imediato e construtivo 
Revisar respostas de exercícios em tempo real. 
Corrigir redações com comentários escritos rápidos. 
Respostas imediatas em quizzes digitais. 
Avaliar trabalhos em grupo com devolutiva oral. 
Feedback individual após apresentação oral. 
Correção de atividades práticas na hora. 
Uso de sinais visuais para correção instantânea. 
Avaliação entre pares com orientação do professor. 
Comentários em murais ou quadros colaborativos. 
Revisão de tarefas de casa em sala. 
Debate com feedback direcionado pelo docente. 
Correção de simulados ou testes curtos. 
Discussão de soluções alternativas em tempo real. 
Feedback por meio de tecnologia (apps ou plataformas). 
Orientação sobre erros recorrentes de forma positiva. 
Comentários de motivação e reforço de acertos. 
Avaliação de apresentações em dupla com devolutiva imediata. 
Discussão de projetos práticos e sugestões instantâneas. 
Feedback sobre participação em atividades colaborativas. 
Uso de fichas de correção rápidas durante a aula. 
Estimular colaboração e interação social 
Trabalhos em grupo com tarefas específicas. 
Debates estruturados sobre temas estudados. 
Estudos de caso em duplas ou trios. 
Rodas de discussão em pequenos grupos. 
Projetos coletivos interdisciplinares. 
 
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Criação de painéis de conhecimento colaborativos. 
Jogos cooperativos educativos. 
Brainstorming em grupo. 
Oficinas criativas em equipe. 
Compartilhamento de experiências pessoais ligadas ao tema. 
Atividades de tutoria entre alunos. 
Produção de apresentações coletivas. 
Criação de revistas ou jornais escolares em grupo. 
Jogos de perguntas e respostas por equipes. 
Pesquisas e mini-projetos colaborativos. 
Dinâmicas de solução de problemas em grupo. 
Simulações de situações sociais ou profissionais. 
Avaliação colaborativa de trabalhos. 
Produção de murais temáticos coletivos. 
Sessões de feedback entre colegas sobre projetos ou atividades. 
 
Uma das primeiras estratégias recomendadas é dividir as aulas em blocos curtos, 
intercalando momentos de foco intenso com pausas ou atividades ativas. Pesquisas mostram que 
a capacidade atencional do cérebro é limitada a períodos de cerca de 20 a 30 minutos, após os 
quais há um declínio natural na concentração (Diamond, 2013). Ao organizar a aula em 
segmentos menores e inserir breves intervalos com atividades físicas, reflexivas ou interativas, o 
professor estimula o sistema atencional a se ―reiniciar‖, promovendo melhor retenção da 
informação e maior engajamento dos alunos. 
Outra aplicação essencial é a alternância entre teoria e prática, pois a consolidação do 
conhecimento ocorre de forma mais efetiva quando o aluno tem a oportunidade de aplicar 
imediatamente o que aprendeu. Fischer (2010) destaca que o desenvolvimento cognitivo é 
dinâmico e depende da interação contínua entre níveis de compreensão conceitual e experiências 
práticas. Após uma breve exposição teórica, propor exercícios, experimentos, dramatizações ou 
estudos de caso contribui para fortalecer as conexões neurais associadas ao novo conteúdo, 
transferindo-o da memória de curto prazo para a de longo prazo. Essa alternância também atende 
a diferentes estilos de aprendizagem, tornando o ensino mais inclusivo e estimulante. 
O uso de histórias ou exemplos emocionais para contextualizar conceitos é uma prática 
pedagógica poderosa, respaldada por evidências neurocientíficas. Emoções positivas e narrativas 
envolventes ativam o sistema límbico, responsável pelo processamento emocional, o que amplia 
a capacidade de atenção e facilita a codificação da memória (Howard-Jones, 2014). Ao 
 
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apresentar um conteúdo por meio de situações reais, relatos pessoais, dilemas éticos ou histórias 
inspiradoras, o professor torna a aprendizagem mais significativa, pois conecta o conhecimento 
abstrato a experiências humanas concretas. Gardner (1993) também aponta que a inteligência 
interpessoal e intrapessoal tem um papel importante na aprendizagem, e o uso de elementos 
emocionais contribui para ativar essas dimensões. 
Promover feedback imediato e construtivo é outra aplicação prática que tem forte 
embasamento na neurociência educacional. Quando o aluno recebe um retorno claro e oportuno 
sobre seu desempenho, ele consegue ajustar sua estratégia de aprendizagem, fortalecer acertos e 
corrigir equívocossem gerar frustração ou ansiedade excessiva (Diamond, 2013). O feedback 
atua como um mecanismo regulador do processo cognitivo, auxiliando no desenvolvimento das 
funções executivas, como monitoramento e controle de impulsos. Além disso, respostas positivas 
e orientações claras estimulam a liberação de dopamina, neurotransmissor que reforça a 
motivação e o engajamento com a tarefa. 
Estimular a colaboração e a interação social também é fundamental, uma vez que o 
aprendizado é fortemente influenciado pelos contextos sociais em que ocorre. De acordo com 
Gardner (1993), a inteligência interpessoal desempenha papel central no desenvolvimento 
humano, e atividades colaborativas promovem habilidades socioemocionais, pensamento crítico 
e resolução de problemas em grupo. Cabral (2022) reforça que metodologias ativas, como 
trabalhos em grupo, debates, projetos colaborativos e salas de aula invertidas, favorecem a 
construção coletiva do conhecimento e aumentam a participação dos alunos. A neurociência 
mostra que interações sociais positivas ativam circuitos cerebrais relacionados à empatia e à 
cooperação, ampliando as condições para uma aprendizagem mais profunda e significativa. 
Essas práticas também possuem implicações importantes no contexto da educação 
inclusiva. Ischkanian (2025) discute que alunos com transtornos do espectro autista ou outras 
necessidades educacionais específicas se beneficiam significativamente de aulas bem 
estruturadas, com blocos de tempo curtos, uso de recursos emocionais, feedbacks claros e 
espaços colaborativos mediados. A previsibilidade das rotinas, combinada com a flexibilidade de 
estratégias pedagógicas baseadas na neurociência, cria um ambiente mais acessível, reduzindo 
estresse e promovendo participação ativa desses estudantes. Isso evidencia que aplicar 
conhecimentos neurocientíficos não apenas melhora a aprendizagem de forma geral, mas 
também contribui para a equidade educacional. 
A implementação dessas aplicações exige do professor uma postura intencional e 
planejada. Não se trata de simplesmente inserir histórias ou dividir a aula de forma mecânica, 
mas de compreender o porquê de cada ação pedagógica. Alternar teoria e prática deve estar 
alinhado aos objetivos da aprendizagem e aos níveis de complexidade cognitiva dos alunos. Os 
 
36 
intervalos ativos devem ser pensados de modo a restaurar a atenção sem dispersar 
excessivamente. As histórias precisam ser escolhidas de acordo com a faixa etária e relevância 
cultural, garantindo que o conteúdo tenha significado para o grupo. 
O professor que compreende os fundamentos da neurociência tem mais condições de 
adaptar estratégias de forma criativa e crítica, respeitando as particularidades de sua turma. 
Howard-Jones (2014) ressalta que o diálogo entre ciência e prática pedagógica não deve resultar 
em prescrições rígidas, mas em um repertório ampliado de possibilidades metodológicas 
fundamentadas em evidências. Isso coloca o professor no centro do processo como mediador 
ativo e reflexivo, capaz de interpretar os princípios científicos e traduzi-los em ações 
pedagógicas eficazes. 
Dividir aulas em blocos curtos com intervalos ativos, alternar teoria e prática, utilizar 
narrativas emocionais, oferecer feedback imediato e estimular a colaboração são exemplos claros 
de como o conhecimento neurocientífico pode ser aplicado diretamente no cotidiano escolar. 
Essas práticas fortalecem os processos atencionais, mnemônicos, emocionais e sociais 
envolvidos na aprendizagem, tornando o ensino mais eficaz e humano. Quando articuladas de 
maneira planejada, elas criam ambientes educacionais mais estimulantes, inclusivos e coerentes 
com a forma como o cérebro realmente aprende. 
 
2.6. JENSEN - TEACHING WITH THE BRAIN IN MIND: GLOSSARY 
 
Acetylcholine – A common neurotransmitter, particularly involved in long-term 
memory formation. Specifically released at neuromuscular junctions, it is present at higher levels 
during rest and sleep. These junctions are at the terminal between a motor nerve axon and a 
skeletal muscle fiber. 
ACTH – Also adrenocorticotropin hormone. This stress-related substance is produced 
by the pituitary gland. It is released into the system in response to injury, emotion, pain, 
infections, or other trauma. 
Adrenaline – Released from the adrenal gland under stress, fear, or excitement. It 
stimulates glucose release from the liver for rapid energy. Sudden increases due to anger can 
constrict heart vessels, increasing heart pressure. Also known as epinephrine. 
Amygdala – Almond-shaped structure in the middle of the brain, connected to the 
hippocampus. Critical for processing senses and emotionally-laden memories. Contains many 
opiate receptor sites related to rage, fear, and sexual feelings. 
Axons – Long fibers extending from neurons, carrying electrical impulses to other 
neurons. One axon per neuron, but it can subdivide to connect with many dendrites. Often coated 
with myelin for insulation. 
 
37 
Basal ganglia – Clusters of nuclei deep in the cerebrum and upper brain stem. Important 
for smooth, continuous muscular actions and controlling movement. 
Brain stem – Located at the top of the spinal cord, linking lower brain, midbrain, and 
cerebral hemispheres. Often called the lower brain. 
Broca’s area – Left frontal area that converts thoughts into sounds or written words, 
sending impulses to the motor area. Works in conjunction with Wernicke’s area. 
Cerebellum – Cauliflower-shaped structure below the occipital area. Traditionally 
linked to balance, posture, coordination, and muscle movements; also involved in cognition, 
novelty, and emotions. 
Cerebral cortex – Outermost layer of the cerebrum, about 1/4 inch thick, six layers deep, 
packed with neurons. ―Cortex‖ is Latin for ―bark‖ or ―rind.‖ 
Cerebrum – Largest part of the brain, with left and right hemispheres, including frontal, 
parietal, temporal, and occipital lobes. 
Cingulate gyrus – Above the corpus callosum; mediates communication between cortex 
and midbrain structures. 
Corpus callosum – White-matter bundle of 200–300 million fibers connecting the left 
and right hemispheres. 
CORT – Corticotropin, a steroid hormone released by the adrenal cortex during stress. 
Acts on receptors in amygdala and hippocampus. 
CRF – Corticotropin release factor; secreted by the hypothalamus to prompt ACTH 
release. 
Dendrites – Strand-like fibers extending from neurons, acting as receptor sites for 
axons. 
Dentate nucleus – Small structure in the cerebellum responsible for processing signals 
to other brain areas. 
Dopamine – Neurotransmitter involved in positive moods, movement, and learning. 
Produced in substantia nigra, midbrain, and hypothalamus. Often deficient in Parkinson’s 
patients. 
Endorphin – Natural opiate neurotransmitter, produced in the pituitary gland, protects 
against pain, released with ACTH and enkephalins. 
Enkephalin – Morphine-like neurotransmitter of five opiate-type amino acids, released 
with ACTH and endorphins to combat pain. 
Fornix – Circular fiber arrangement connecting hippocampus to hypothalamus. 
Frontal lobes – Control voluntary movement, verbal expression, problem solving, 
willpower, and planning. 
 
38 
GABA – Gamma-aminobutyric acid, inhibitory neurotransmitter that prevents excess 
neural firing. 
Glial cells – Non-neuronal cells outnumbering neurons 10:1, supporting nutrients, 
repair, and communication. 
Glutamate – Amino acid acting as fast excitatory neurotransmitter in the nervous 
system. 
Hippocampus – Crescent-shaped structure in temporal lobe, crucial for learning and 
memory. 
Hypothalamus – Located under the thalamus, regulates appetite, hormones, digestion, 
sexuality, circulation, emotions, and sleep. 
Lateralization – Preference for one hemisphere in processing; usually, both hemispheres 
are active to some extent. 
Limbic system – Includes hypothalamus,amygdala, thalamus, fornix, hippocampus, and 
cingulate gyrus; involved in emotions and memory. 
Lower brain – Composed of upper spinal cord, medulla, pons, and reticular formation; 
regulates survival functions. 
Medulla oblongata – Channels information between cerebral hemispheres and spinal 
cord; controls respiration, circulation, wakefulness, and heart rate. 
Midbrain – Area behind frontal lobes, above brain stem, below parietal lobes; includes 
thalamus, hippocampus, and amygdala. 
Myelin – Fatty white coating on axons that improves impulse efficiency and speed. 
Neurotropin – Any nutrient that enhances brain function, including food, hormones, or 
medications. 
Neuron – Main brain cell, communicates through dendrites and axons; ~100 billion in 
the human brain. 
Neurotransmitters – Chemical messengers of the brain, exciting or inhibiting 
neighboring neurons. 
NMDA receptor – Receptor for glutamate, central to brain function. 
Noradrenaline – Neurotransmitter involved in arousal, fight-or-flight response, 
metabolism, blood pressure, emotions, and mood. 
Occipital lobe – Rear cerebrum area responsible for vision. 
Oxytocin – Peptide released during sex and pregnancy; influences bonding and 
―unlearning.‖ 
Parietal lobe – Processes sensory input, reading, writing, language, and calculation. 
 
39 
Peptides – Hormones composed of amino acid chains; act as messengers of states, 
moods, and thoughts. 
Phoneme – Smallest unit of speech distinguishing words or sounds. 
Pons – Relay station for sensory information, above medulla in the brain stem. 
Reticular formation – Regulates attention, arousal, consciousness, and sleep-wake 
cycles. 
Septum – Thin membrane partitioning tissues or cavities. 
Serotonin – Neurotransmitter regulating mood, sleep, and relaxation. 
Substantia Nigra – Dark-staining neurons in midbrain containing dopamine; connects to 
basal ganglia for movement control. 
Synapse – Junction where neurons communicate via neurotransmitters. 
Temporal lobes – Side regions of the cerebrum; responsible for hearing, language, 
memory, and learning. 
Thalamus – Central sensory relay station and part of the reward system. 
Vasopressin – Stress-related hormone partly responsible for aggression. 
Vestibular system – Inner ear system that maintains balance and spatial orientation. 
Wernicke’s area – Upper back edge of the temporal lobe; converts thoughts into 
language. 
 
2.7. JENSEN - TEACHING WITH THE BRAIN IN MIND: GLOSSÁRIO 
 
Acetilcolina. Um neurotransmissor comum, particularmente envolvido na formação da 
memória de longo prazo. É liberado especificamente nas junções neuromusculares e está 
presente em níveis mais altos durante o descanso e o sono. Essas junções ficam na terminação 
entre o axônio de um nervo motor e uma fibra muscular esquelética. 
ACTH. Também chamado de hormônio adrenocorticotrófico. Substância relacionada ao 
estresse, produzida pela glândula pituitária. É liberada no sistema quando há lesão, emoção, dor, 
infecções ou outro trauma. 
Adrenalina. Sob condições de estresse, medo ou excitação, este hormônio é liberado 
pela glândula adrenal na corrente sanguínea. Ao chegar ao fígado, estimula a liberação de glicose 
para fornecer energia rápida. Aumentos abruptos causados pela raiva podem contrair vasos 
cardíacos, exigindo que o coração bombeie com maior pressão. Também conhecida como 
epinefrina. 
Amígdala. Localizada no centro do cérebro, este complexo em forma de amêndoa é uma 
área crítica para o processamento sensorial. Conectada ao hipocampo, desempenha papel nas 
 
40 
memórias carregadas de emoção. Contém numerosos sítios de receptores de opiáceos envolvidos 
em raiva, medo e sentimentos sexuais. 
Axônios. Longos prolongamentos das células cerebrais (neurônios) que conduzem o 
impulso elétrico para outros neurônios. Podem ter até um metro de comprimento. Cada neurônio 
possui apenas um axônio, mas eles podem se subdividir para se conectar a muitas dendrites. 
Axônios geralmente possuem uma camada de isolamento gorduroso chamada mielina. 
Gânglios basais. Conjuntos de núcleos profundos no cérebro e na parte superior do 
tronco cerebral que ajudam a produzir movimentos musculares suaves e contínuos, iniciando e 
parando ações. 
Tronco cerebral. Localizado no topo da medula espinhal, conecta a parte inferior do 
cérebro ao cérebro médio e aos hemisférios cerebrais. Frequentemente chamado de cérebro 
inferior. 
Área de Broca. Parte do lobo frontal esquerdo. Converte pensamentos em sons ou 
palavras escritas e envia mensagens para a área motora. Os impulsos passam primeiro pela área 
de Wernicke e depois pela área de Broca. 
Cerebelo. Estrutura em forma de couve-flor abaixo da região occipital e próxima ao 
tronco cerebral. Tradicionalmente ligado ao equilíbrio, postura, coordenação e movimentos 
musculares. Pesquisas mais recentes indicam também relação com cognição, novidade e 
emoções. 
Córtex cerebral. Camada externa do cérebro com cerca de 0,6 cm de espessura, tamanho 
aproximado de um jornal. É rugosa, composta por seis camadas e cheia de neurônios. O termo 
―córtex‖ vem do latim, significando ―casca‖. 
Cérebro (cérebro maior). A maior parte do cérebro, composta pelos hemisférios 
esquerdo e direito, com lobos frontal, parietal, temporal e occipital. 
Giro do cíngulo. Estrutura acima do corpo caloso, que facilita a comunicação entre o 
córtex e estruturas do cérebro médio. 
Corpo caloso. Feixe de substância branca com 200 a 300 milhões de fibras nervosas que 
conecta os hemisférios esquerdo e direito. Possui cerca de 10 cm de comprimento. 
CORT. Corticotropina, hormônio esteroide liberado pelo córtex adrenal durante o 
estresse. Atua em receptores neuronais, afetando amígdala e hipocampo. 
CRF. Fator de liberação de corticotropina. Substância química secretada pelo 
hipotálamo que estimula a glândula pituitária a liberar ACTH. 
Dendrites. Fibras que se estendem do neurônio, semelhantes a teias de aranha ou 
rachaduras. São os sítios receptores para os axônios. Cada célula possui muitas dendrites. 
 
41 
Núcleo dentado. Pequena estrutura no cerebelo responsável pelo processamento de 
sinais para outras áreas do cérebro. 
Dopamina. Neurotransmissor poderoso, envolvido na produção de sentimentos 
positivos. Produzido na substância negra, cérebro médio e hipotálamo, também participa do 
controle de movimentos. Comumente em déficit em pacientes com doença de Parkinson. 
Endorfina. Opiáceo natural produzido pela glândula pituitária. Protege contra dor 
excessiva e é liberado com ACTH e encefalinas. 
Encefalina. Substância semelhante à morfina, formada por cinco aminoácidos tipo 
opiáceos. Liberada junto com ACTH e endorfinas para combater a dor. 
Fórnix. Arranjo circular de fibras conectando o hipocampo ao hipotálamo. 
Lobos frontais. Área superior do cérebro responsável pelo movimento voluntário, 
expressão verbal, resolução de problemas, força de vontade e planejamento. 
GABA. Ácido gama-aminobutírico, neurotransmissor que atua como inibidor, 
desligando impulsos elétricos e regulando disparos neuronais. 
Células gliais. Um dos dois tipos principais de células cerebrais, em maior número que 
os neurônios. Transportam nutrientes, aceleram reparos e podem formar redes próprias de 
comunicação. 
Glutamato. Aminoácido usado como neurotransmissor excitatório rápido no sistema 
nervoso. 
Hipocampo. Estrutura em forma de crescente, localizada no lobo temporal, central para 
aprendizagem e memória. 
Hipotálamo. Localizado na base do cérebro, regula apetite, secreção hormonal, digestão, 
sexualidade, circulação, emoções e sono. 
Lateralização. Atividade de usar um hemisfério mais que outro, embora normalmente 
ambos estejam ativos em certa medida. 
Sistema límbico. Conjunto de estruturas conectadas, incluindo hipotálamo, amígdala, 
tálamo, fórnix, hipocampo e giro do cíngulo, envolvidas em emoções e memória. 
Cérebro inferior. Parte inferior docérebro composta pela medula superior, medula 
oblonga, ponte e formação reticular. Regula funções de sobrevivência como respiração e 
batimentos cardíacos. 
Medula oblonga. Canaliza informações entre hemisférios cerebrais e medula espinhal. 
Controla respiração, circulação, vigília e batimentos cardíacos. 
Mesencéfalo. Área atrás dos lobos frontais, acima do tronco cerebral e abaixo dos lobos 
parietais. Inclui tálamo, hipocampo e amígdala. 
 
42 
Mielina. Camada gordurosa que isola axônios, aumentando a eficiência e a velocidade 
dos impulsos elétricos. 
Neurotrofinas. Nutrientes que potencializam a função cerebral, incluindo alimentos, 
hormônios e medicamentos. 
Neurônio. Uma das células cerebrais principais. Recebe estímulos por dendrites e 
transmite impulsos por axônios. 
Neurotransmissores. Mensageiros bioquímicos do cérebro, que podem excitar ou inibir 
neurônios vizinhos. 
Receptor NMDA. Receptor do glutamato, aminoácido fundamental para funções 
cerebrais. 
Noradrenalina. Neurotransmissor envolvido na excitação, resposta de luta ou fuga, 
metabolismo, pressão arterial, emoções e humor. 
Lobo occipital. Parte traseira do cérebro responsável pela visão. 
Oxitocina. Peptídeo relacionado ao vínculo e à confiança. Liberado durante sexo e 
gravidez. 
Lobo parietal. Área superior do cérebro, processa informações sensoriais, leitura, 
escrita, linguagem e cálculo. 
Peptídeos. Hormônios formados por cadeias de aminoácidos que atuam como 
mensageiros de estados, humores e pensamentos. 
Fonema. Menor unidade da fala, que diferencia palavras ou sons. 
Ponte. Localizada no tronco cerebral, acima da medula. Atua como estação de 
retransmissão sensorial. 
Formação reticular. Estrutura que regula atenção, vigília, sono e consciência. 
Septum. Membrana fina entre cavidades ou massas de tecidos. 
Serotonina. Neurotransmissor que induz relaxamento, regula humor e sono. 
Substância negra. Grupo de neurônios escuros no mesencéfalo que contém dopamina e 
controla movimento junto aos gânglios basais. 
Sinapse. Ponto de comunicação entre neurônios onde ocorre a transmissão de 
neurotransmissores. 
Lobos temporais. Localizados nas laterais do cérebro, responsáveis por audição, 
linguagem, memória e aprendizagem. 
Tálamo. Estação central de retransmissão sensorial e parte do sistema de recompensa. 
Vasopressina. Hormônio relacionado ao estresse e à agressividade. 
Sistema vestibular. Localizado no ouvido interno, ajuda a manter equilíbrio e orientação 
espacial. 
 
43 
Área de Wernicke. Região posterior superior do lobo temporal que converte 
pensamentos em linguagem. 
2.8. NEUROCIÊNCIA APLICADA À SALA DE AULA E ESTRATÉGIAS DE ENSINO 
A neurociência aplicada à educação tem se consolidado como uma área estratégica para 
a compreensão dos processos de ensino e aprendizagem, proporcionando uma aproximação entre 
o conhecimento sobre o funcionamento cerebral e as práticas pedagógicas cotidianas. A 
compreensão do cérebro humano permite que educadores planejem intervenções pedagógicas 
mais eficazes, levando em conta aspectos como atenção, memória, emoção e plasticidade neural, 
fatores que influenciam diretamente o desempenho acadêmico e o engajamento dos alunos 
(Goswami, 2006; Souza; Oliveira, 2020). Ao reconhecer que cada aluno possui um perfil 
cognitivo único, é possível criar ambientes de aprendizagem que favoreçam a aquisição de 
conhecimento de forma mais inclusiva e personalizada. 
Educação Infantil (3 a 5 anos) 
A Educação Infantil é marcada por experiências sensoriais, motoras e sociais. O cérebro 
nessa fase está altamente plástico, o que significa que intervenções pedagógicas podem ter 
grande impacto na formação de habilidades cognitivas e socioemocionais. 
 Atividades de exploração sensorial com diferentes texturas, cores e sons para 
estimular conexões neurais. 
 Jogos de imitação e dramatização que promovem empatia e habilidades 
socioemocionais (Goleman, 1995). 
 Contação de histórias com elementos emocionais para ativar memória e atenção. 
 Brincadeiras de associação de formas, cores e números para desenvolver funções 
executivas iniciais. 
 Jogos de movimento e pausas ativas durante atividades sentadas para manter o foco e 
a atenção. 
 Atividades de resolução de pequenos problemas em grupo, incentivando cooperação 
e interação social. 
 Pintura, modelagem e expressão artística para estimular criatividade e integração 
sensorial. 
 Atividades de sequenciamento simples, como organizar objetos ou contar histórias, 
para desenvolver memória de trabalho. 
 
44 
 Música e canto para fortalecer memória auditiva e coordenação motora. 
 Rotinas diárias com instruções simples e repetitivas para favorecer aprendizagem 
significativa. 
 Jogos de perguntas e respostas curtas para estimular atenção sustentada. 
 Incentivo à autoregulação emocional, ensinando expressar sentimentos e reconhecer 
emoções. 
 Brincadeiras de ―o que vem depois?‖ para fortalecer lógica e planejamento. 
 Histórias colaborativas, onde cada criança contribui, promovendo engajamento 
social. 
 Atividades de movimento coordenado, como danças ou circuitos, que fortalecem 
integração motora e neural. 
 Jogos de memória com cartões ou objetos para trabalhar memória de curto prazo. 
 Uso de elementos concretos para ensinar conceitos abstratos, como contagem ou 
cores. 
 Exploração de ambientes naturais para estimular curiosidade e percepção sensorial. 
 Rotinas de respiração ou relaxamento simples para estimular atenção e regulação 
emocional. 
 Atividades lúdicas que combinam diferentes sentidos simultaneamente (visual, 
auditivo e tátil). 
Ensino Fundamental I (6 a 10 anos) 
Neste período, a atenção e a memória começam a se consolidar, e atividades que 
integrem emoção e lógica são altamente eficazes. 
 Debates simples sobre temas do cotidiano para estimular pensamento crítico e 
comunicação. 
 Jogos de tabuleiro que exigem estratégia e planejamento, fortalecendo funções 
executivas (Diamond, 2013). 
 Atividades de contação de histórias com ilustrações para ativar memória e emoção. 
 Experimentos científicos simples para criar aprendizado ativo e engajamento. 
 Uso de flashcards e quizzes periódicos para revisão espaçada. 
 Dramatização de situações históricas ou literárias para aumentar retenção e 
motivação. 
 Projetos de arte e construção para integração sensorial e habilidades motoras finas. 
 
45 
 Exercícios de autocorreção em dupla para promover feedback imediato. 
 Jogos de memória e associação para reforçar memória de trabalho. 
 Estímulo à metacognição: alunos escrevem ou relatam como aprenderam 
determinada lição. 
 Trabalhos em grupo que incentivam colaboração e empatia. 
 Atividades de organização de rotina ou planejamento de tarefas para desenvolver 
funções executivas. 
 Uso de música para reforçar conceitos de matemática ou linguagem. 
 Criação de murais ou mapas conceituais para visualização de conteúdos. 
 Laboratórios de ciências simples para promover aprendizagem prática. 
 Dinâmicas de resolução de problemas para estimular raciocínio lógico e criatividade. 
 Jogos educativos digitais, aplicando tecnologia para engajamento e reforço de 
conteúdos. 
 Caminhadas ou atividades ao ar livre para integrar movimento e aprendizagem. 
 Contação de histórias emocionais seguida de reflexão escrita ou oral. 
 Revisão de conteúdos com diferentes estratégias sensoriais: escrita, desenho, 
dramatização e oral. 
Ensino Fundamental II (11 a 14 anos) 
O cérebro passa a desenvolver maior capacidade de atenção prolongada e pensamento 
abstrato. Estratégias que integrem emoção, colaboração e raciocínio lógico são essenciais. 
 Debates sobre temas atuais ou literários com argumentação estruturada. 
 Criação de projetos científicos ou tecnológicos em grupos, estimulando 
aprendizagem ativa. 
 Uso de mapas conceituais e esquemas para organizar e memorizar informaçõescomplexas. 
 Análise de estudos de caso para desenvolver pensamento crítico. 
 Jogos de simulação de situações históricas ou econômicas para aprendizagem 
contextualizada. 
 Revisões espaçadas usando quizzes online, flashcards ou resumos colaborativos. 
 Apresentações em grupo, promovendo comunicação e habilidades sociais. 
 Exercícios de metacognição, como reflexões sobre estratégias de estudo mais 
eficazes. 
 
46 
 Laboratórios de ciências mais complexos, integrando observação, registro e análise 
de dados. 
 Uso de tecnologia para criação de blogs, podcasts ou vídeos educativos. 
 Leituras guiadas com discussão e produção de resumos ou esquemas visuais. 
 Jogos de lógica, xadrez ou aplicativos educativos que desenvolvem planejamento e 
atenção. 
 Dramatização ou teatro de textos literários para fixação de conteúdos e engajamento 
emocional. 
 Desenvolvimento de projetos de responsabilidade social na escola ou comunidade. 
 Discussão de dilemas éticos ou científicos para fomentar reflexão e tomada de 
decisão. 
 Atividades de feedback entre pares, incentivando colaboração e autorregulação. 
 Oficinas de arte e música para estimular criatividade e aprendizado multissensorial. 
 Exercícios de mindfulness ou respiração para controlar estresse e melhorar atenção. 
 Revisão de conteúdos combinando diferentes mídias: vídeo, leitura, escrita e áudio. 
 Elaboração de portfólios reflexivos sobre aprendizado, incentivando metacognição. 
 
Ensino Médio (15 a 17 anos) 
O ensino médio exige estratégias que consolidem aprendizado, desenvolvam 
pensamento crítico e promovam autonomia. 
 Projetos interdisciplinares que envolvam pesquisa, experimentação e apresentação. 
 Discussões de temas sociais, éticos e científicos com argumentação estruturada. 
 Simulações e estudos de caso complexos, incentivando tomada de decisão e análise 
crítica. 
 Preparação de debates formais e seminários, estimulando comunicação e raciocínio 
lógico. 
 Uso de tecnologias educacionais para produção de vídeos, blogs e podcasts 
relacionados ao conteúdo. 
 Exercícios de revisão espaçada para consolidação de conteúdos para provas e 
avaliações. 
 Desenvolvimento de trabalhos de pesquisa científica ou tecnológica, promovendo 
autonomia. 
 
47 
 Análise crítica de notícias, textos acadêmicos ou mídias digitais para reforço do 
pensamento crítico. 
 Oficinas práticas de química, física e biologia para integração de teoria e prática. 
 Leituras complexas com produção de resumos, mapas conceituais ou esquemas 
visuais. 
 Dinâmicas de resolução de problemas em grupos, incentivando colaboração e 
criatividade. 
 Debates sobre temas atuais, relacionando ciência, sociedade e tecnologia. 
 Aplicação de estratégias de gamificação em atividades pedagógicas para 
engajamento. 
 Reflexão sobre hábitos de estudo, memória e atenção, promovendo metacognição. 
 Laboratórios de programação ou robótica para aprendizagem prática e 
multissensorial. 
 Criação de projetos de intervenção social ou ambiental, integrando conhecimento e 
cidadania. 
 Análise de experimentos psicológicos e neurológicos para compreensão de princípios 
de neurociência aplicados. 
 Exercícios de autocorreção e feedback imediato para reforço de aprendizado. 
 Produção de portfólios digitais para registro e reflexão sobre o aprendizado. 
 Aulas invertidas, combinando estudo prévio em casa e aplicação prática em sala, 
promovendo autonomia e aprendizado ativo. 
 
O conceito de inteligência emocional, amplamente explorado por Goleman (1995), tem 
relevância direta no contexto educacional, uma vez que emoções influenciam a forma como os 
alunos percebem, processam e retêm informações. Alunos que desenvolvem habilidades de 
autocontrole emocional, empatia e autorregulação apresentam maior capacidade de concentração 
e melhor desempenho acadêmico. Portanto, incorporar estratégias pedagógicas que considerem 
as emoções como elementos centrais da aprendizagem é essencial para potencializar os 
resultados educacionais e criar um ambiente escolar positivo. 
As funções executivas, localizadas principalmente no córtex pré-frontal, são 
determinantes na regulação do comportamento, atenção e planejamento das atividades 
cognitivas. Estudos recentes demonstram que o desenvolvimento dessas funções está 
intimamente ligado ao desempenho acadêmico, especialmente em crianças com necessidades 
educacionais especiais, como aquelas diagnosticadas com transtorno do espectro autista (TEA) 
(Ischkanian; Cabral et al., 2025). Estratégias que promovem a prática de planejamento, tomada 
 
48 
de decisão, flexibilidade cognitiva e controle inibitório contribuem para a construção de 
habilidades de autorregulação, fundamentais para a aprendizagem autônoma e colaborativa. 
A alfabetização, considerada um dos processos mais complexos da educação básica, 
também se beneficia da integração entre neurociência e pedagogia. Pesquisas indicam que 
intervenções que associam estímulos visuais, auditivos e cinestésicos favorecem a formação de 
conexões neurais mais sólidas, facilitando o reconhecimento de padrões, a aquisição de 
vocabulário e a compreensão textual (Ischkanian; Cabral et al., 2025). Além disso, a utilização 
de metodologias ativas, que promovem a participação do aluno e a aplicação prática do 
conhecimento, reforça a consolidação da aprendizagem e a retenção de informações. 
O planejamento de aulas estruturadas em blocos curtos, intercaladas com atividades 
físicas ou cognitivas que estimulem a atenção, é uma estratégia fundamentada em evidências 
neurocientíficas sobre a capacidade limitada de concentração do cérebro humano. Estudos 
indicam que períodos de foco intenso não devem ultrapassar 20 a 30 minutos, sendo 
recomendável alternar momentos de exposição teórica com exercícios práticos ou intervalos 
ativos (Souza; Oliveira, 2020). Essa prática aumenta o engajamento e otimiza a absorção de 
conteúdo, prevenindo a fadiga cognitiva e promovendo um aprendizado mais eficiente. 
A aplicação de histórias, exemplos emocionais e narrativas contextualizadas em sala de 
aula é uma ferramenta poderosa para ativar regiões cerebrais relacionadas à memória e à 
aprendizagem significativa (Goleman, 1995; Ischkanian; Cabral et al., 2025). Quando os alunos 
se envolvem emocionalmente com o conteúdo, há maior ativação da amígdala e do hipocampo, 
estruturas fundamentais para a retenção de informações, permitindo que conceitos abstratos se 
tornem mais concretos e memoráveis. Essa abordagem também favorece a motivação intrínseca 
e o interesse pelo aprendizado. 
A aprendizagem ativa, baseada em discussões, resolução de problemas e atividades 
colaborativas, é uma estratégia que estimula múltiplas regiões cerebrais simultaneamente, 
potencializando o processamento cognitivo e a consolidação da memória (Cabral, 2022). Além 
disso, promove o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como empatia, comunicação 
e cooperação, reforçando a interação social como um fator central para a construção do 
conhecimento em contextos educativos. 
A prática da metacognição, que envolve a reflexão sobre os próprios processos de 
aprendizagem, ativa o córtex pré-frontal e contribui para o desenvolvimento do pensamento 
crítico e da autonomia intelectual (Diamond, 2013). Incentivar os alunos a identificar suas 
dificuldades, planejar estratégias de estudo e avaliar seus resultados fortalece a capacidade de 
autorregulação e aumenta a eficiência do aprendizado, permitindo que os estudantes se tornem 
protagonistas de sua formação. 
 
49 
O uso de tecnologias educacionais, aliado ao conhecimento neurocientífico, possibilita 
intervenções mais personalizadas e inclusivas, especialmente para alunos com dificuldades de 
aprendizagem ou transtornos do neurodesenvolvimento (Ischkanian; Cabral et al., 2022). 
Ferramentas digitais, jogos educativos e recursos assistivos favorecemo engajamento, a 
diversidade de estímulos e a adaptação das estratégias pedagógicas às necessidades individuais, 
promovendo equidade no processo educativo. 
A repetição espaçada e a aprendizagem multissensorial são técnicas respaldadas por 
evidências que reforçam a transferência de informações da memória de curto prazo para a 
memória de longo prazo (Santos et al., 2023; Sabbatini, 2016). Atividades que envolvem 
diferentes sentidos e revisões distribuídas ao longo do tempo aumentam a solidez das conexões 
neurais, facilitando a retenção e a aplicação prática do conhecimento, essencial para a 
aprendizagem significativa. 
A integração entre neurociência e educação não se limita à compreensão dos 
mecanismos cerebrais, mas também envolve a reflexão crítica sobre práticas pedagógicas 
tradicionais e a busca por metodologias inovadoras e inclusivas (Goswami, 2006). A formação 
contínua de professores, fundamentada em pesquisas neurocientíficas, é imprescindível para que 
o conhecimento científico seja efetivamente traduzido em estratégias didáticas capazes de 
transformar a sala de aula em um ambiente estimulante e favorável ao desenvolvimento integral 
do aluno. 
A neuroeducação evidencia que a aprendizagem não ocorre de maneira isolada, mas sim 
como resultado da interação entre fatores cognitivos, emocionais e sociais (Cabral, 2023; 
Skinner, 1965). Compreender os processos neurais subjacentes ao aprendizado possibilita que o 
professor identifique as condições ideais para a aquisição de conhecimento, considerando não 
apenas o conteúdo a ser ensinado, mas também o contexto emocional e motivacional dos alunos, 
que influencia diretamente sua atenção, memória e engajamento. Ao integrar esses fatores, a 
prática pedagógica torna-se mais assertiva, permitindo que o ensino seja planejado de maneira 
estratégica, respeitando os ritmos individuais e promovendo experiências de aprendizagem mais 
significativas e duradouras. 
A combinação de estratégias baseadas em evidências, ambientes positivos e estímulos 
diversificados proporciona um cenário no qual os alunos se sentem seguros para experimentar, 
errar e desenvolver habilidades cognitivas complexas, como o pensamento crítico e a resolução 
de problemas. 
A presença de desafios graduais, atividades lúdicas e métodos ativos estimula não 
apenas o desenvolvimento intelectual, mas também o emocional e social, reforçando a ideia de 
que aprender é um processo integrado, em que a motivação e a curiosidade desempenham papéis 
 
50 
centrais. A neuroeducação contribui para a criação de espaços educativos que valorizam o aluno 
como sujeito ativo do conhecimento, fomentando autonomia e responsabilidade pelo próprio 
aprendizado. 
A aplicação prática dos princípios da neuroeducação também permite aos educadores 
atuar de forma inclusiva, atendendo a diferentes estilos de aprendizagem, necessidades especiais 
e perfis cognitivos variados. Estratégias diferenciadas, como o uso de recursos multissensoriais, 
pausas ativas, feedback construtivo e metodologias colaborativas, favorecem o desenvolvimento 
integral dos estudantes, potencializando suas habilidades e promovendo a equidade no acesso ao 
aprendizado. Essa abordagem evidencia que o conhecimento sobre o funcionamento cerebral não 
é apenas teórico, mas possui implicações concretas no dia a dia escolar, transformando a maneira 
como os conteúdos são planejados, apresentados e avaliados. 
A neuroeducação reafirma a relevância da ciência do cérebro no planejamento 
pedagógico contemporâneo, ao demonstrar que compreender os processos cognitivos e 
emocionais é fundamental para a efetividade do ensino. Ao articular teoria e prática, 
conhecimento científico e estratégias pedagógicas, os educadores podem criar experiências de 
aprendizagem mais motivadoras, inclusivas e eficientes, capazes de desenvolver não apenas 
competências acadêmicas, mas também habilidades socioemocionais e cognitivas essenciais para 
a formação integral dos alunos, consolidando uma educação que respeita a complexidade e o 
potencial de cada indivíduo. 
3. CONCLUSÃO 
A análise das contribuições de Eric Jensen evidencia que a integração entre 
neurociência e educação representa um avanço significativo para a prática pedagógica, ao 
oferecer subsídios científicos para compreender o funcionamento cerebral e adaptar estratégias 
de ensino. Ao considerar fatores como plasticidade neural, emoções, atenção e memória, Jensen 
demonstra que o aprendizado não ocorre apenas por meio da transmissão de conteúdos, mas 
envolve processos complexos que dependem do estado emocional, da motivação e da 
experiência do aluno. Essa perspectiva amplia a visão do educador, permitindo-lhe atuar de 
maneira mais eficaz e humanizada, respeitando a individualidade e os ritmos de aprendizagem de 
cada estudante. 
A compreensão de que as emoções influenciam diretamente a retenção e a assimilação 
do conhecimento ressalta a importância de ambientes de aprendizagem positivos, seguros e 
estimulantes. Estratégias pedagógicas que promovam engajamento emocional, como o uso de 
narrativas, atividades lúdicas, artes e música, fortalecem as conexões neurais e consolidam a 
aprendizagem de forma duradoura. Jensen enfatiza que o aprendizado significativo está 
 
51 
intrinsecamente ligado à motivação e à experiência emocional, reforçando a necessidade de 
práticas educativas que despertem interesse e curiosidade nos alunos. 
O desenvolvimento das funções executivas, especialmente no córtex pré-frontal, 
aparece como um dos elementos centrais da abordagem de Jensen, evidenciando a necessidade 
de trabalhar habilidades como planejamento, tomada de decisão, resolução de problemas e 
autorregulação. Essas competências não apenas favorecem o desempenho acadêmico, mas 
também preparam os alunos para a vida em sociedade, estimulando pensamento crítico, 
autonomia e capacidade de lidar com desafios complexos de forma estruturada e reflexiva. 
Jensen destaca a relevância do movimento e da atividade física como facilitadores do 
aprendizado, mostrando que a integração de exercícios curtos e pausas ativas durante o dia 
escolar aumenta a atenção, melhora o humor e potencializa a capacidade cognitiva. Essa 
abordagem evidencia que o cérebro aprende de forma holística, e que aspectos fisiológicos, 
emocionais e sociais devem ser considerados no planejamento das aulas para maximizar os 
resultados educacionais. 
A aplicação prática dos princípios de Jensen permite que o professor torne a sala de aula 
um espaço dinâmico e inclusivo, onde diferentes estilos de aprendizagem e ritmos individuais 
são respeitados. Metodologias ativas, trabalhos em grupo, debates, jogos e atividades 
multissensoriais são exemplos de estratégias que colocam o aluno no centro do processo 
educativo, promovendo participação, engajamento e maior efetividade na aprendizagem. 
A neurociência aplicada à educação, conforme defendida por Jensen, também oferece 
caminhos para atender alunos com dificuldades de aprendizagem, necessidades especiais ou 
neurodiversidade. Ao compreender como o cérebro aprende e identificar barreiras cognitivas e 
emocionais, o educador pode planejar intervenções diferenciadas que favoreçam o 
desenvolvimento integral de cada estudante, promovendo equidade, inclusão e valorização das 
potencialidades individuais. 
Ao fornecer fundamentos científicos que explicam por que determinadas estratégias 
funcionam, ele incentiva os professores a planejar, experimentar e ajustar suas práticas de forma 
consciente, promovendo um ensino mais eficiente, ético e comprometido com o aprendizado dos 
alunos. 
O modelo proposto por Jensen também contribui para a formação de cidadãos críticos, 
criativos e autônomos, capazes de aplicar conhecimentos de forma prática e significativa. Ao 
unir teoria e prática, emoção e cognição, aprendizado ativo e desenvolvimento de habilidades 
socioemocionais, suaabordagem reforça a ideia de que a educação deve preparar o indivíduo 
para compreender, interagir e transformar o mundo ao seu redor. 
 
52 
Eric Jensen apresenta uma perspectiva transformadora para a educação contemporânea, 
demonstrando que o conhecimento sobre o cérebro é uma ferramenta poderosa para potencializar 
o aprendizado. Suas estratégias e princípios oferecem aos educadores meios concretos de 
melhorar o ensino, promover o engajamento, estimular o pensamento crítico e favorecer o 
desenvolvimento integral dos alunos, consolidando a neuroeducação como um campo essencial 
para a evolução das práticas pedagógicas. 
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55los procesos de enseñanza y aprendizaje, al acercar el conocimiento sobre el funcionamiento 
cerebral a las prácticas pedagógicas. Eric Jensen, en su obra Teaching with the Brain in Mind, 
presenta principios fundamentales que ayudan a los educadores a comprender cómo aprende el 
cerebro y cómo pueden adaptar sus estrategias de enseñanza para maximizar el potencial de los 
estudiantes. Su trabajo se basa en la integración entre descubrimientos neurocientíficos, 
psicología cognitiva y experiencias pedagógicas, proponiendo intervenciones prácticas que 
respetan el funcionamiento cerebral (Jensen, 1998; 2005). Jensen sostiene que el entorno de 
aprendizaje influye directamente en la plasticidad neuronal, es decir, la capacidad del cerebro 
para modificarse y formar nuevas conexiones. Los ambientes ricos en estímulos, seguros y 
emocionalmente positivos favorecen la consolidación del aprendizaje. En cambio, las situaciones 
de estrés tóxico, inseguridad y falta de estímulos reducen la eficacia de los procesos cognitivos, 
especialmente en las regiones relacionadas con la memoria, la atención y las funciones ejecutivas 
(Jensen, 1998; 2005). El aprendizaje significativo ocurre cuando existe un involucramiento 
emocional, lo que activa estructuras como la amígdala y el hipocampo, fortaleciendo la retención 
de la información (Immordino-Yang; Damasio, 2007; Goleman, 1995). Las prácticas 
pedagógicas que fomentan el compromiso emocional, como el uso de narrativas, artes, música, 
juegos y metodologías activas, son fundamentales para potenciar los resultados educativos. Las 
funciones ejecutivas, localizadas principalmente en la corteza prefrontal, desempeñan un papel 
esencial en la regulación del comportamiento, la atención y la planificación (Diamond, 2013). 
Jensen sugiere que los educadores incorporen actividades que desarrollen estas habilidades, 
como la resolución de problemas, debates, planificación colectiva y desafíos graduales. Esto 
contribuye al desarrollo de la autorregulación y del pensamiento crítico de los estudiantes, 
aspectos esenciales para un aprendizaje autónomo. Jensen también enfatiza el movimiento y la 
actividad física como elementos cruciales. El ejercicio regular aumenta el flujo sanguíneo 
cerebral, estimula la producción de neurotransmisores y mejora el estado de ánimo y la atención. 
La integración de pausas activas, estiramientos y actividades físicas breves a lo largo de las 
clases favorece el aprendizaje, especialmente en niños en etapas de alfabetización y desarrollo 
motor (Jensen, 2005; Ischkanian et al., 2025). Las estrategias propuestas por Jensen dialogan 
directamente con metodologías activas y prácticas inclusivas contemporáneas (Cabral, 2022; 
Demo et al., 2025). El aprendizaje basado en evidencias, que considera la diversidad de estilos 
de aprendizaje, las inteligencias múltiples (Gardner, 1993) y la neurodiversidad, amplía las 
posibilidades de participación y equidad en la educación. El uso de tecnologías educativas, 
combinado con el conocimiento neurocientífico, también permite intervenciones más 
personalizadas, especialmente en casos de dificultades de aprendizaje o trastornos del 
neurodesarrollo, como el TEA y la dislexia (Ischkanian et al., 2025). La contribución de Eric 
Jensen consiste en ofrecer a los docentes herramientas prácticas y científicamente fundamentadas 
para transformar el aula en un espacio que respeta el funcionamiento del cerebro y potencia el 
aprendizaje. Al comprender cómo aprende el cerebro, los educadores pueden planificar 
estrategias más eficaces, inclusivas y motivadoras, favoreciendo el desarrollo integral de sus 
estudiantes. 
Palabras clave: Eric Jensen; neurociencia; estrategias de enseñanza; funciones ejecutivas; 
emociones; plasticidad cerebral; educación inclusiva. 
 
5 
ERIC JENSEN: NEUROCIÊNCIA APLICADA À SALA 
DE AULA E ESTRATÉGIAS DE ENSINO. 
 
Regina Daucia de Oliveira Braga 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
1. INTRODUÇÃO 
Nas últimas décadas, a neurociência tem se consolidado como um campo fundamental 
para a compreensão dos processos de ensino e aprendizagem, estabelecendo pontes entre o 
conhecimento científico sobre o funcionamento cerebral e as práticas pedagógicas em contextos 
escolares (Goswami, 2006; Howard-Jones, 2014). Esse movimento tem proporcionado um 
avanço significativo na forma como educadores planejam, implementam e avaliam estratégias de 
ensino, especialmente à luz das descobertas sobre plasticidade cerebral, emoções e funções 
cognitivas superiores (Diamond, 2013; Fischer, 2010). A incorporação de princípios 
neurocientíficos na educação representa não apenas um enriquecimento teórico, mas também um 
redirecionamento prático das ações pedagógicas, demandando uma atuação docente mais 
consciente e embasada cientificamente. 
Compreende-se que o aprendizado não é um processo puramente cognitivo, 
desvinculado de estados emocionais, mas sim profundamente influenciado pelas emoções, que 
atuam como mediadoras da atenção, da motivação e da memória (Immordino-Yang; Damasio, 
2007; Goleman, 1995). As emoções estruturam a experiência diária e determinam como 
percebemos, interpretamos e reagimos aos estímulos do ambiente educacional. Assim, ambientes 
de aprendizagem emocionalmente seguros, estimulantes e motivadores favorecem a plasticidade 
neural, promovendo a consolidação do aprendizado e o engajamento dos alunos. 
Enquanto todos nós reconhecemos que temos emoções, poucos de nós percebem que 
elas não são as cartas na mesa de jogo, mas a própria mesa. Tudo o que experienciamos possui 
um tom emocional, que varia da calma à raiva, da dor ao prazer e do estado relaxado ao 
ameaçado. E, como as emoções mediam nosso significado, nossas emoções são, de fato, a 
estrutura do nosso dia. Todo dia, o andamento do nosso dia depende de como nossas emoções 
vão. Mesmo que você use uma rubrica guiada pela lógica para avaliar o projeto de cada aluno, as 
emoções ainda prevalecem. Em um dia ruim, seus sentimentos sobre certos alunos ou sobre um 
critério de avaliação específico levarão você a classificar um projeto como mais criativo, outro 
como mais organizado, outro como adequado aos padrões e outro como inadequado (Jensen, 
1988, p. 8-9; tradução Ischkanian, 2025). 
 
 
6 
While all of us acknowledge that we have emotions, few of us realize that they are not 
the cards at the game table but the table itself. Everything we experience has an 
emotional tone to it, from calm to rage, from pain to pleasure, and from relaxed to 
threatened. And, because emotions mediate our meaning, our emotions are, in fact, 
the framework for our day. Every day, how our day goes is how our emotions go. Even 
if you use a logic-driven rubric to evaluate every student’s project, emotions still rule. 
On a bad day, your feelings about certain students or a particular rating criteria will lead 
you to rate one project as more creative, another as more organized, another as meeting 
the standards, and another as inadequate. (Jensen, 1998, p. 88) 
 
Enquanto todos nós reconhecemos que temos emoções, poucos de nós percebem que 
elas não são as cartas na mesa de jogo, mas a própria mesa. Tudo o que experienciamos 
possui um tom emocional, que varia da calma à raiva, da dor ao prazer e do estado 
relaxado ao ameaçado. E, como as emoções mediam nosso significado, nossas emoções 
são, de fato, a estrutura do nosso dia. Todo dia, o andamento do nosso dia depende de 
como nossas emoções vão. Mesmo que você use uma rubrica guiada pela lógica para 
avaliar o projeto de cada aluno, as emoções ainda prevalecem. Em um dia ruim, seus 
sentimentos sobre certos alunos ou sobre um critério de avaliação específico levarão 
você a classificar um projeto como mais criativo, outro como mais organizado, outro 
como adequado aos padrões e outro como inadequado. (Jensen, 1988, p. 88; tradução 
Ischkanian,2025). 
 
Essa perspectiva evidencia que o papel do educador não se limita a transmitir 
conteúdos, mas também a criar um ambiente emocionalmente rico, capaz de favorecer o 
desenvolvimento integral do aluno (Cabral, 2022; Demo et al., 2025). Ao considerar a influência 
das emoções, os professores podem planejar atividades que engajem os estudantes 
cognitivamente e afetivamente, promovendo experiências de aprendizagem significativas. 
A neurociência evidencia que a aprendizagem está intrinsicamente ligada às funções 
executivas, localizadas principalmente no córtex pré-frontal, que incluem atenção, memória de 
trabalho, planejamento e autorregulação (Diamond, 2013). O desenvolvimento dessas funções é 
essencial para que os alunos possam organizar suas ideias, tomar decisões conscientes e resolver 
problemas de maneira eficiente, competências fundamentais para o desempenho acadêmico e 
para a vida social. 
O entendimento da relação entre emoções e funções executivas também reforça a 
necessidade de práticas pedagógicas que promovam o engajamento ativo e a participação do 
aluno, como narrativas, metodologias ativas, jogos educativos e atividades colaborativas (Cabral, 
2022; Jensen, 2005). Essas estratégias, ao estimular a cognição e o afeto simultaneamente, 
favorecem a retenção de informações e a construção de conhecimentos duradouros. 
Em ambientes educacionais inclusivos, a integração da neurociência é ainda mais 
relevante, pois permite adaptar o ensino às necessidades de alunos com diferentes perfis, 
incluindo aqueles com transtornos do neurodesenvolvimento, como TEA ou dislexia (Ischkanian 
et al., 2025; Demo et al., 2025). A compreensão de como o cérebro de cada aluno processa 
informações possibilita intervenções pedagógicas personalizadas e mais eficazes. 
A prática docente, portanto, requer uma visão sistêmica, que considere o aluno em sua 
totalidade, incluindo aspectos emocionais, cognitivos e sociais (Immordino-Yang; Damasio, 
 
7 
2007). O conhecimento sobre neurociência aplicada à educação oferece ferramentas para que os 
professores possam criar estratégias de ensino que respeitem os ritmos de aprendizagem 
individuais, promovam engajamento e desenvolvam competências cognitivas e socioemocionais 
simultaneamente. 
O movimento da neuroeducação também reforça a importância do movimento físico e 
das pausas ativas na sala de aula, pois atividades corporais contribuem para o aumento do fluxo 
sanguíneo cerebral, a produção de neurotransmissores e a melhoria do humor e da atenção 
(Jensen, 2005; Ischkanian et al., 2025). Incorporar exercícios curtos e momentos de relaxamento 
potencializa a aprendizagem, especialmente em crianças em fase de alfabetização. 
A valorização da diversidade de estilos de aprendizagem e das inteligências múltiplas 
(Gardner, 1993), permitindo que as estratégias pedagógicas contemplem diferentes formas de 
perceber, processar e expressar conhecimentos. Essa abordagem favorece a equidade 
educacional, promovendo oportunidades para todos os alunos alcançarem seu potencial máximo 
(Cabral, 2022). 
A tecnologia educacional também se apresenta como aliada da neuroeducação, pois 
permite criar experiências de aprendizagem adaptadas às necessidades cognitivas e emocionais 
de cada estudante, potencializando intervenções personalizadas e eficazes (Ischkanian et al., 
2025). Ferramentas digitais podem ser integradas às estratégias tradicionais, enriquecendo o 
ensino e estimulando a motivação dos alunos. 
A neurociência aplicada à educação reforça que o aprendizado é um fenômeno 
complexo, mediado por fatores emocionais, cognitivos e ambientais, exigindo que o professor 
seja simultaneamente cientista, mediador e facilitador da aprendizagem. Ao compreender como o 
cérebro aprende, os educadores podem planejar aulas mais eficazes, inclusivas e motivadoras, 
favorecendo o desenvolvimento integral dos alunos e a construção de conhecimentos 
significativos. 
A obra Teaching with the Brain in Mind (Jensen, 1998; 2005) tornou-se referência 
internacional ao propor estratégias educacionais alinhadas ao funcionamento do cérebro humano. 
Jensen parte da premissa de que compreender os mecanismos neurais subjacentes à 
aprendizagem permite aos professores criar ambientes pedagógicos mais eficientes, responsivos 
e emocionalmente seguros, capazes de potencializar o desenvolvimento cognitivo e 
socioemocional dos alunos. Para o autor, o ambiente de aprendizagem exerce influência direta 
sobre a plasticidade neural, isto é, sobre a capacidade do cérebro de formar e reorganizar 
conexões sinápticas em resposta às experiências (Jensen, 2005). 
A plasticidade cerebral, conceito central da neurociência educacional, refere-se à 
habilidade do sistema nervoso de modificar sua estrutura e funcionamento ao longo da vida 
 
8 
(Kolb; Whishaw, 2009). Ambientes escolares estimulantes, emocionalmente positivos e ricos em 
interações significativas favorecem a consolidação de aprendizagens duradouras, ao passo que 
contextos marcados por estresse tóxico, insegurança ou ausência de estímulos tendem a 
prejudicar o desempenho cognitivo (Immordino-Yang; Damasio, 2007; Goleman, 1995). Jensen 
(1998) enfatiza que o cérebro é altamente sensível às condições emocionais, sociais e físicas do 
ambiente, o que demanda práticas pedagógicas que priorizem o bem-estar emocional como base 
para o aprendizado significativo. 
Jensen também valoriza o papel das funções executivas — atenção, controle inibitório, 
memória de trabalho e flexibilidade cognitiva — no processo de aprendizagem (Diamond, 2013). 
Tais funções, localizadas predominantemente no córtex pré-frontal, são fundamentais para a 
autorregulação comportamental, a resolução de problemas e o pensamento crítico (Demo et al., 
2025). O autor defende que os professores devem incorporar, intencionalmente, atividades que 
estimulem essas capacidades, como debates, resolução colaborativa de problemas, projetos 
interdisciplinares e desafios graduais, contribuindo assim para o desenvolvimento integral dos 
estudantes (Jensen, 2005). 
Pesquisas indicam que exercícios regulares aumentam o fluxo sanguíneo cerebral, 
promovem a liberação de neurotransmissores e hormônios relacionados ao bem-estar e 
potencializam a atenção e a memória (Jensen, 2005; Ischkanian et al., 2025). O autor sugere a 
implementação de pausas ativas, atividades motoras e alongamentos ao longo das aulas, 
especialmente em turmas de Educação Infantil e dos primeiros anos do Ensino Fundamental, 
fase em que o desenvolvimento motor e linguístico ocorre de forma intensa e integrada. 
A perspectiva de Jensen dialoga fortemente com as metodologias ativas, que enfatizam 
a participação do aluno como protagonista de seu processo de aprendizagem (Cabral, 2022). Ao 
combinar princípios neurocientíficos com estratégias participativas, o ensino se torna mais 
responsivo à diversidade dos estilos de aprendizagem e das inteligências múltiplas (Gardner, 
1993), ampliando o engajamento e a equidade nas salas de aula contemporâneas. Esse 
alinhamento entre ciência e prática pedagógica constitui uma das bases da chamada ―educação 
baseada em evidências‖, que busca superar modelos tradicionais centrados na transmissão 
unidirecional de conteúdos. 
As contribuições de Jensen são particularmente relevantes no contexto da educação 
inclusiva (Ischkanian, 2021). A compreensão dos mecanismos cerebrais associados a diferentes 
perfis de aprendizagem — incluindo alunos com transtornos do neurodesenvolvimento, como 
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e dislexia — permite a elaboração de intervenções 
pedagógicas mais personalizadas e eficazes (Ischkanian et al., 2025; Paixão et al., 2025). 
Estratégias como o uso de tecnologias assistivas, adaptações curriculares e práticas de ensino 
 
9 
diversificadas contribuem para reduzir barreiras e promover a participação plena de todos os 
estudantes no ambiente escolar.A neurociência aplicada à educação também desafia os docentes a reverem suas práticas 
à luz de novas evidências sobre memória e emoção (Jensen, 1998; 2005). Estudos indicam que o 
envolvimento emocional favorece a ativação de estruturas cerebrais como a amígdala e o 
hipocampo, fortalecendo os processos de consolidação da memória de longo prazo (Immordino-
Yang; Damasio, 2007; Goleman, 1995). Dessa forma, práticas pedagógicas que incorporam 
narrativas, artes, música, jogos e experiências significativas têm maior potencial de promover 
aprendizagens profundas e duradouras do que abordagens meramente expositivas. 
É importante destacar que a integração entre neurociência e educação requer formação 
docente adequada e contínua (Souza; Oliveira, 2020). Pesquisas apontam que muitos professores 
ainda possuem concepções equivocadas sobre o cérebro e a aprendizagem — os chamados 
―neuromitos‖ —, o que pode levar à adoção de práticas ineficazes (Howard-Jones, 2014). A 
superação desses mitos demanda investimentos em formação baseada em evidências, que 
permita aos profissionais da educação compreender conceitos fundamentais da neurociência e 
aplicá-los de maneira crítica e contextualizada. 
Como destacam Cabral (2023) e Ischkanian et al. (2022), o uso de ferramentas 
tecnológicas, quando fundamentado em princípios científicos, potencializa intervenções 
pedagógicas, amplia o acesso à informação e favorece a inclusão de estudantes com diferentes 
necessidades educacionais. A convergência entre essas áreas sustenta um modelo educacional 
mais flexível, equitativo e alinhado às demandas do século XXI. 
O enfoque proposto por Eric Jensen vai além da simples aplicação de técnicas ou 
modismos pedagógicos. Sua proposta consiste em transformar a sala de aula em um ambiente 
que respeite o funcionamento cerebral, valorize as emoções, estimule o pensamento crítico e 
promova o bem-estar integral dos alunos (Jensen, 2005; Sabbatini, 2016). Ao adotar práticas 
pedagógicas baseadas em evidências neurocientíficas, os educadores tornam-se agentes de 
mudança capazes de criar experiências de aprendizagem mais significativas e duradouras. 
A neurociência aplicada à educação, tal como defendida por Jensen e corroborada por 
diversos estudos contemporâneos, constitui um campo promissor e estratégico para a inovação 
pedagógica (Creswell, 2021; Gil, 2018; Lakatos; Marconi, 2017). A compreensão dos processos 
neurais envolvidos na aprendizagem permite aos educadores planejar intervenções mais eficazes, 
inclusivas e emocionalmente sensíveis. Assim, ao unir teoria e prática, ciência e educação, 
constrói-se uma base sólida para a formação de sujeitos críticos, criativos e preparados para os 
desafios da sociedade contemporânea. 
 
 
10 
2. DESENVOLVIMENTO 
A neurociência aplicada à educação tem se mostrado um campo essencial para repensar 
práticas pedagógicas e compreender como o cérebro aprende, oferecendo aos educadores 
subsídios científicos para potencializar o ensino (Souza; Oliveira, 2020). Eric Jensen, em sua 
obra Teaching with the Brain in Mind, destaca que o ambiente de aprendizagem, a motivação e 
as experiências emocionais dos alunos influenciam diretamente a plasticidade cerebral e a 
consolidação do conhecimento. A partir de princípios neurocientíficos, Jensen propõe que 
professores observem não apenas o conteúdo cognitivo, mas também os aspectos afetivos e 
sociais que determinam como os estudantes processam, retêm e aplicam informações. Ao 
considerar a interação entre emoções, atenção e funções cognitivas superiores, os educadores 
podem planejar estratégias mais eficazes, capazes de engajar diferentes estilos de aprendizagem 
e favorecer o desenvolvimento integral dos alunos. 
A abordagem de Jensen enfatiza a importância das funções executivas, localizadas 
principalmente no córtex pré-frontal, como atenção, memória de trabalho, planejamento e 
autorregulação, que são fundamentais para a autonomia e o pensamento crítico (Diamond, 2013). 
Ele sugere que os educadores incorporem atividades que estimulem essas habilidades, como 
resolução de problemas, debates, projetos colaborativos e desafios graduais, reforçando o 
aprendizado ativo. Essa perspectiva dialoga com a visão behaviorista de Skinner (1965), que 
defendia a influência do ambiente e das consequências sobre o comportamento, mas amplia o 
entendimento ao incluir aspectos emocionais e neurobiológicos que moldam a aprendizagem de 
forma dinâmica e integrada. A prática pedagógica deixa de ser apenas reativa e se torna uma 
ação planejada, orientada pela compreensão de como o cérebro humano aprende. 
A neuroeducação, conforme defendida por Jensen, também abre caminhos para práticas 
inclusivas e personalizadas, considerando a diversidade cognitiva e emocional dos alunos 
(Souza; Oliveira, 2020). A incorporação de metodologias ativas, tecnologias educacionais e 
estímulos que promovam o engajamento afetivo fortalece a motivação e a retenção de 
informações. Ao compreender como o cérebro responde a diferentes experiências de 
aprendizagem, os professores podem criar ambientes mais estimulantes, seguros e adaptativos, 
onde cada aluno tem a oportunidade de desenvolver plenamente seu potencial. 
 
O trabalho de Jensen contribui significativamente para transformar a 
sala de aula em um espaço de aprendizagem eficiente, inclusivo e 
cientificamente fundamentado, promovendo o crescimento cognitivo e 
socioemocional dos estudantes. 
Braga, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, (2025) 
 
11 
2.1. METODOLOGIA DA PESQUISA PARA DELINEAMENTO DO ARTIGO 
A presente pesquisa adota uma abordagem qualitativa de cunho bibliográfico e 
documental, centrada na análise interpretativa dos discursos científicos sobre Eric Jensen: 
Neurociência aplicada à sala de aula e estratégias de ensino (Creswell, 2021). A escolha dessa 
abordagem justifica-se pela necessidade de compreender significados, sentidos e processos 
relacionados às práticas pedagógicas, valorizando a interpretação da complexidade dos 
fenômenos educacionais mais do que a quantificação de dados (Gil, 2018). Esse tipo de 
investigação permite observar a relação entre teorias neurocientíficas e práticas pedagógicas, 
considerando a singularidade do contexto educacional e a diversidade de perspectivas presentes 
na literatura especializada. 
O caráter qualitativo da pesquisa possibilita um aprofundamento na compreensão de 
como as descobertas sobre o funcionamento cerebral podem orientar estratégias de ensino mais 
eficazes e inclusivas (Souza; Oliveira, 2020). Diferentemente das pesquisas quantitativas, que se 
baseiam em medições estatísticas, a pesquisa qualitativa permite explorar as dimensões 
subjetivas e interpretativas da aprendizagem, incluindo aspectos cognitivos, emocionais e sociais 
que influenciam o desempenho acadêmico (Diamond, 2013). Nesse sentido, o estudo se insere na 
perspectiva de uma educação baseada em evidências, articulando ciência do cérebro e prática 
pedagógica. 
Quanto ao tipo de pesquisa, optou-se pela investigação bibliográfica, cujo objetivo é 
reunir, sistematizar e analisar a produção científica existente sobre a obra de Jensen (Richardson, 
1999). A pesquisa bibliográfica fundamenta-se na exploração de obras previamente publicadas, 
como artigos científicos, livros, dissertações, teses e documentos eletrônicos, permitindo ao 
pesquisador construir um referencial teórico sólido e identificar lacunas que ainda necessitam de 
investigação (Severino, 2016). Essa abordagem também possibilita compreender as tendências 
contemporâneas da neuroeducação, integrando informações de diferentes áreas do conhecimento. 
A pesquisa bibliográfica foi estruturada a partir da seleção criteriosa das obras, 
considerando sua relevância, atualidade e rigor acadêmico (Lakatos; Marconi, 2010). Foram 
priorizados textos que abordam temas como plasticidade cerebral, funções executivas, 
aprendizagem significativa,metodologias ativas, cultura maker e uso de tecnologias 
educacionais. Essa seleção estratégica permitiu que a análise contemplasse múltiplas 
perspectivas sobre como os princípios neurocientíficos podem ser aplicados em contextos 
escolares. 
A investigação apresenta um caráter documental, incorporando materiais disponíveis em 
bases digitais e científicas, como CAPES, Scopus, Web of Science, SciELO, Academia Edu e 
Google Acadêmico (Quivy; Campenhoudt, 2008). A análise documental permite examinar dados 
 
12 
e informações relevantes, complementando a leitura bibliográfica com evidências que dão 
suporte à interpretação dos fenômenos educacionais. Esse procedimento contribui para a 
construção de um panorama consistente e abrangente sobre a aplicação da neurociência à 
educação. 
O processo de coleta de dados iniciou-se com a identificação das palavras-chave mais 
recorrentes na literatura, tais como "neuroeducação", "aprendizagem significativa", 
"metodologias ativas", "tecnologia educacional" e "plasticidade cerebral" (Souza; Oliveira, 
2020). Essa estratégia permitiu mapear artigos e publicações que discutem a temática sob 
diferentes enfoques, assegurando uma visão plural e crítica sobre os debates existentes (Vergara, 
2014). A seleção inicial considerou títulos e resumos, buscando garantir a aderência dos textos 
aos objetivos do estudo. 
Os textos selecionados foram submetidos à leitura analítica, com o objetivo de 
identificar elementos comuns, divergências conceituais e contribuições específicas de cada autor 
(Gil, 2008). Esse processo incluiu a categorização temática, permitindo organizar os dados em 
eixos de análise como funções executivas, regulação emocional, práticas pedagógicas inclusivas 
e estratégias de engajamento. Essa sistematização facilita a construção de uma narrativa coerente 
e fundamentada sobre os princípios de Jensen e sua aplicabilidade na sala de aula. 
A análise dos dados se deu por meio da comparação entre os textos, destacando 
convergências e contrastes entre experiências relatadas e reflexões teóricas (Lakatos; Marconi, 
2017). Tal procedimento possibilita identificar padrões de atuação pedagógica, compreender as 
limitações das abordagens existentes e sugerir caminhos para intervenções mais efetivas, 
respeitando a individualidade e a diversidade dos alunos. Essa etapa da pesquisa exige do 
pesquisador um olhar crítico e dialógico, capaz de interpretar o conteúdo em profundidade e ir 
além da simples repetição das ideias expostas. 
Um aspecto relevante da metodologia é a integração entre as dimensões cognitivas e 
emocionais da aprendizagem, conforme proposto por Jensen (1998; 2005). A análise crítica dos 
textos permite compreender como o ambiente de aprendizagem, o engajamento emocional e o 
estímulo à criatividade influenciam diretamente a plasticidade cerebral e o desenvolvimento das 
funções executivas (Souza; Oliveira, 2020). A pesquisa aborda como metodologias ativas e 
práticas inclusivas podem potencializar o aprendizado, considerando as diferenças individuais 
dos alunos e a promoção de equidade educacional. 
O rigor metodológico foi garantido por meio de critérios de seleção, leitura analítica, 
categorização e cruzamento das informações coletadas, assegurando a consistência das 
interpretações (Severino, 2016). Cada texto foi avaliado quanto à relevância científica, clareza 
conceitual e aplicabilidade prática, permitindo que a análise resultasse em conclusões 
 
13 
fundamentadas, confiáveis e representativas do estado atual do conhecimento sobre 
neuroeducação. 
A pesquisa também contemplou a reflexão sobre a aplicabilidade das tecnologias 
educacionais no contexto escolar, destacando a importância de ferramentas que estimulem a 
aprendizagem ativa e significativa, bem como o engajamento emocional dos estudantes (Cabral, 
2022; Demo et al., 2025). A combinação entre conhecimentos neurocientíficos e recursos 
tecnológicos promove intervenções pedagógicas mais personalizadas e inclusivas, especialmente 
para alunos com dificuldades de aprendizagem ou transtornos do neurodesenvolvimento, como 
TEA e dislexia. 
A obra de Eric Jensen (1998; 2005) fundamenta o tema desta pesquisa ao apresentar 
princípios essenciais da neurociência aplicada à educação, demonstrando como o conhecimento 
sobre o funcionamento cerebral pode ser utilizado para otimizar estratégias de ensino, melhorar a 
aprendizagem e potencializar o desenvolvimento das funções executivas e emocionais dos 
alunos, articulando ciência e prática pedagógica em ambientes educacionais reais. Nesse sentido, 
os estudos de Goswami (2006) e Howard-Jones (2014) oferecem suporte teórico ao evidenciar a 
relevância das descobertas neurocientíficas para a educação, ressaltando que compreender a 
plasticidade cerebral, a memória e os processos atencionais é indispensável para planejar práticas 
pedagógicas eficazes e inclusivas. 
A perspectiva das metodologias ativas, abordada por Cabral (2022), relaciona-se 
diretamente à obra de Jensen ao enfatizar que o engajamento do aluno em atividades práticas e 
colaborativas favorece o aprendizado significativo, pois envolve emoções, motivação e 
participação ativa, elementos que Jensen destaca como centrais para a consolidação do 
conhecimento e para a promoção de ambientes de aprendizagem emocionalmente seguros e 
desafiadores. Complementando essa visão, Demo et al. (2025) destacam estratégias pedagógicas 
inclusivas para alunos com dislexia, mostrando que intervenções adaptadas às necessidades 
individuais, aliadas ao entendimento das funções executivas e das habilidades cognitivas, podem 
transformar a experiência educacional de estudantes com dificuldades de aprendizagem, 
reforçando os princípios defendidos por Jensen. 
O trabalho de Diamond (2013) contribui para o tema ao explicar o papel das funções 
executivas na regulação comportamental, atenção e planejamento, oferecendo fundamentos 
científicos que sustentam as recomendações de Jensen sobre atividades que estimulam a 
autorregulação, resolução de problemas e pensamento crítico. Fischer (2010) aborda o 
desenvolvimento dinâmico da cognição humana, indicando que o aprendizado ocorre em 
estágios e contextos específicos, o que complementa a abordagem de Jensen sobre como 
 
14 
ambientes de aprendizagem estruturados e emocionalmente significativos favorecem a 
plasticidade cerebral. 
A teoria das inteligências múltiplas de Gardner (1993) relaciona-se com Jensen ao 
reconhecer que os alunos possuem diferentes modos de aprender e processar informações, 
reforçando a necessidade de diversificar estratégias pedagógicas, combinar estímulos sensoriais, 
artísticos e cognitivos, e valorizar talentos individuais, em consonância com a ênfase de Jensen 
em aulas adaptadas às necessidades neurológicas e emocionais dos estudantes. A obra de 
Goleman (1995), sobre inteligência emocional, é igualmente pertinente, pois demonstra que a 
capacidade de perceber, controlar e utilizar emoções influencia diretamente a aprendizagem, 
corroborando a visão de Jensen de que emoções são a base para qualquer processo educativo 
significativo. 
Immordino-Yang e Damasio (2007) contribuem ao apresentar evidências de que a 
aprendizagem está profundamente conectada às emoções e à interação social, enfatizando que o 
cérebro aprende melhor quando engajado emocionalmente, o que reforça a proposta de Jensen de 
priorizar contextos educacionais que promovam motivação, segurança emocional e experiências 
afetivas significativas. Nesse contexto, Sabatini (2016) fornece uma abordagem prática da 
neurociência aplicada à educação, oferecendo reflexões sobre como professores podem traduzir 
conceitos científicos em intervenções pedagógicas concretas, reforçando a relevância de Jensen 
para a formação docente. 
A alfabetização e o ensino de crianças com necessidades especiais, abordados por 
Ischkanian et al. (2025), dialogam diretamentecom os princípios de Jensen ao demonstrar que 
intervenções pedagógicas adaptadas, baseadas em conhecimento neurocientífico e em funções 
executivas, favorecem a aprendizagem de alunos com transtornos do espectro autista e dislexia, 
evidenciando a importância da personalização das estratégias de ensino. Complementando, 
Ischkanian (2021; 2022) discute a utilização de tecnologias assistivas e metodologias que 
estruturam a aprendizagem, mostrando como recursos tecnológicos podem ser integrados às 
estratégias de Jensen para ampliar o engajamento e a inclusão de todos os estudantes. 
No que tange à formação de professores, Souza e Oliveira (2020) destacam que o 
entendimento dos processos neurocognitivos é fundamental para capacitar educadores a 
desenvolver estratégias didáticas mais eficientes, reforçando o impacto da obra de Jensen na 
prática docente e na construção de ambientes de aprendizagem estimulantes e inclusivos. Santos 
et al. (2023), por sua vez, analisam como o cérebro aprende, apresentando descobertas recentes 
sobre atenção, memória e motivação que complementam as recomendações de Jensen e 
fornecem evidências científicas para a implementação de estratégias pedagógicas baseadas na 
neurociência. 
 
15 
A pesquisa educacional, conforme exposta por Creswell (2021), Gil (2008; 2018), 
Lakatos e Marconi (2010; 2017) e Severino (2016), fornece os métodos necessários para analisar 
criticamente as obras sobre neuroeducação, permitindo a construção de referenciais teóricos 
consistentes que sustentam a interpretação das práticas pedagógicas inspiradas em Jensen. Essas 
obras indicam como estruturar projetos de pesquisa e sistematizar informações de maneira 
rigorosa, garantindo confiabilidade e relevância acadêmica à análise bibliográfica e documental. 
A relação entre comportamento e aprendizagem, discutida por Skinner (1965), oferece 
uma base complementar para compreender o impacto das consequências e reforços no 
desenvolvimento de habilidades cognitivas e emocionais, alinhando-se à ênfase de Jensen sobre 
a importância de motivação, reforço positivo e estímulos adequados para o engajamento escolar. 
De forma integrada, Kolb e Whishaw (2009) oferecem fundamentos neuropsicológicos que 
permitem compreender as bases biológicas do aprendizado e do comportamento, reforçando a 
necessidade de atividades pedagógicas que estimulem funções cognitivas superiores, conforme 
defendido por Jensen. 
Piaget (1960; 1970) contribui para a fundamentação teórica do tema ao apresentar 
conceitos sobre construção do conhecimento e desenvolvimento cognitivo, complementando a 
visão de Jensen de que a aprendizagem ocorre em estágios e depende da interação entre o 
indivíduo e o ambiente, o que reforça a importância de experiências práticas, lúdicas e 
contextuais na sala de aula. Richardson (1999) e Quivy e Campenhoudt (2008) fornecem 
fundamentos metodológicos para conduzir a análise documental e bibliográfica, permitindo que 
os conceitos teóricos de Jensen sejam avaliados e articulados de forma crítica e sistemática. 
Obras como Paixão et al. (2025) e Vergara (2014) trazem reflexões sobre 
reconhecimento de talentos e construção de projetos educacionais, demonstrando que a aplicação 
da neurociência à prática pedagógica vai além da transmissão de conteúdos, envolvendo 
planejamento, avaliação diferenciada e valorização das capacidades individuais dos alunos, 
princípios que se harmonizam integralmente com a proposta de Jensen de criar ambientes de 
aprendizagem que respeitem o funcionamento cerebral e promovam o desenvolvimento integral 
do estudante. 
O procedimento metodológico adotado permitiu construir um panorama abrangente 
sobre a obra de Eric Jensen, articulando teoria e prática pedagógica de maneira consistente e 
crítica (Jensen, 1998; 2005). Ao integrar análise bibliográfica e documental, categorização 
temática e reflexão interpretativa, o estudo fornece subsídios para compreender como a 
neurociência aplicada à educação pode transformar estratégias de ensino, contribuindo para o 
desenvolvimento integral dos alunos e para a promoção de ambientes de aprendizagem mais 
eficazes, inclusivos e motivadores. 
 
16 
2.2. JENSEN, E. TEACHING WITH THE BRAIN IN MIND. ALEXANDRIA: 
ASSOCIATION FOR SUPERVISION AND CURRICULUM DEVELOPMENT 
 
Eric Jensen, educador e pesquisador norte-americano, tornou-se uma das principais 
referências na interface entre neurociência e educação ao propor uma abordagem pedagógica 
fundamentada em evidências científicas sobre o funcionamento cerebral. Sua obra Teaching with 
the Brain in Mind, cuja primeira edição foi publicada em 1998 e rapidamente se tornou um best-
seller da ASCD, inspirou milhares de educadores a aplicar conhecimentos da neurociência em 
suas práticas de sala de aula. Em 2005, Jensen lançou uma edição totalmente revisada e 
atualizada, incorporando novos achados científicos e estratégias pedagógicas práticas voltadas à 
melhoria da compreensão e do desempenho dos alunos. Essa obra representa um marco na 
consolidação da neuroeducação como campo teórico e aplicado, pois traduz descobertas 
complexas das ciências cognitivas para uma linguagem acessível e prática, facilitando sua 
integração ao cotidiano escolar. 
Jensen parte do princípio de que conhecer a estrutura e o funcionamento do cérebro é 
essencial para planejar intervenções pedagógicas mais eficazes e alinhadas aos processos 
naturais de aprendizagem. Ele explica, em linguagem envolvente e de fácil compreensão, como 
os diferentes sistemas cerebrais influenciam a atenção, a memória, as emoções e a motivação dos 
estudantes, destacando que o aprendizado não ocorre de maneira isolada, mas dentro de um 
contexto neurobiológico complexo que deve ser respeitado e estimulado pelos professores. Entre 
os temas que aborda, destacam-se a importância da motivação intrínseca e extrínseca, o 
desenvolvimento de habilidades de pensamento crítico, a criação de ambientes educacionais 
emocionalmente seguros e estimulantes, a gestão de emoções e o fortalecimento da memória por 
meio de experiências significativas e contextualizadas. Jensen apresenta insights fascinantes 
sobre como fatores emocionais, físicos e sociais se articulam no processo de aprender, mostrando 
que a aprendizagem é uma experiência integral e profundamente conectada às condições 
neuropsicológicas dos alunos. 
Ao relacionar sua obra ao campo educacional contemporâneo, Jensen destaca que pais e 
educadores têm um papel ativo na preparação do cérebro das crianças para o aprendizado, 
enfatizando a importância de um estilo de vida saudável, de estímulos adequados e de um 
ambiente emocionalmente estável. Ele propõe práticas pedagógicas que favorecem a plasticidade 
cerebral, como o uso de metodologias ativas, atividades físicas integradas à rotina escolar, 
técnicas de engajamento emocional e experiências práticas que estimulem múltiplas áreas 
cerebrais simultaneamente. Jensen defende que a compreensão desses princípios possibilita aos 
professores desenvolver estratégias mais personalizadas e eficazes, promovendo uma educação 
que não apenas transmite conteúdos, mas forma sujeitos críticos, criativos e emocionalmente 
 
17 
preparados para aprender. Sua contribuição extrapola a simples aplicação de técnicas: trata-se de 
uma mudança paradigmática que reposiciona a prática docente à luz do conhecimento científico 
sobre o cérebro humano, alinhando ensino, emoção e cognição em uma perspectiva integrada e 
transformadora. 
 
When the first edition of Teaching with the Brain in Mind was published 
in 1998, it quickly became an ASCD best-seller, and it has gone on to 
inspire thousands of educators to apply brain research in their classroom 
teaching. Now, author Eric Jensen is back with a completely revised and 
updated edition of his classic work, featuring new research and practical 
strategies to enhance student comprehension and improvestudent 
achievement. 
In easy to understand, engaging language, Jensen provides a basic 
orientation to the brain and its various systems and explains how they 
affect learning. After discussing what parents and educators can do to get 
children's brains in good shape for school, Jensen goes on to explore 
topics such as motivation, critical thinking skills, optimal educational 
environments, emotions, and memory. He offers fascinating insights on a 
number of specific issues, including. 
 
 
Fonte: JENSEN, E. Teaching with the brain in mind. Alexandria: Association for Supervision and Curriculum 
Development, 2005.Dispnivel em: https://archive.org/details/teachingwithbrai0000jens. Acesso em: 11 out. 2025. 
 
18 
O ponto de partida de Jensen é a premissa de que o cérebro humano não aprende 
isoladamente. Ele responde ao ambiente, às experiências emocionais e à motivação intrínseca. 
Assim, qualquer tentativa de ensino que ignore esses fatores tende a ser menos eficaz. Jensen 
enfatiza que compreender os processos neurológicos subjacentes à aprendizagem permite que os 
educadores criem ambientes mais estimulantes e receptivos. 
 
I first discovered the concept of ―brain-compatible learning‖ during a business 
development workshop facilitated by Marshall Thurber, a futurist and entrepreneur, in 
June 1980. The impact was so powerful that even today, almost two decades later, I can 
fill the page of a flip chart with ideas I remember (and still use!). Without a doubt, both 
the content and process of that day were deeply embedded in my brain. The presenters 
clearly understood—and knew how to use—important principles about learning and the 
brain. After that day, I became so enthusiastic (some would say a zealot) that I decided 
to share my excitement with others. Because I was teaching, my first response was, 
―Why don’t my own students have this kind of learning experience every day?‖ The 
question was both humbling and promising. I decided to use this newfound 
brain/learning connection. I cofounded an experimental, cuttingedge academic program 
in San Diego, California, called SuperCamp. Our purpose was to use the latest research 
on the brain to empower teens with life skills and learning tools. We held our first 
session in August 1982. It was an immediate success, and we offered it in other states 
and countries. We were flooded with media attention and soon found ourselves in USA 
Today and The Wall Street Journal. Later, we appeared on CNN and ―Good Morning 
America.‖ Long-term follow-up research validated that the benefits of our program 
lasted years after the 10-day program itself (DePorter and Hernacki, 1992, p. 19). 
Students’ grades and school participation went up, and the students reported greater 
self-confidence. The experiment we began years ago is now an international fixture with 
more than 20,000 graduates. Today it’s still growing and based in Oceanside, 
California. (Jesse, 1988, p. 8 e 9) 
 
 
Eu descobri pela primeira vez o conceito de ―aprendizagem compatível com o cérebro‖ 
durante um workshop de desenvolvimento empresarial facilitado por Marshall Thurber, 
um futurista e empreendedor, em junho de 1980. O impacto foi tão poderoso que, 
mesmo hoje, quase duas décadas depois, ainda consigo encher uma folha de flip chart 
com ideias que lembro (e ainda utilizo!). Sem dúvida, tanto o conteúdo quanto o 
processo daquele dia ficaram profundamente gravados em meu cérebro. Os 
apresentadores claramente compreendiam — e sabiam como aplicar — princípios 
importantes sobre aprendizagem e o funcionamento do cérebro. Após aquele dia, fiquei 
tão entusiasmado (alguns diriam fanático) que decidi compartilhar meu entusiasmo com 
outras pessoas. Como eu estava lecionando, minha primeira reação foi: ―Por que meus 
próprios alunos não têm esse tipo de experiência de aprendizagem todos os dias?‖ A 
pergunta foi, ao mesmo tempo, humilde e promissora. Decidi então aplicar essa nova 
conexão entre cérebro e aprendizagem. Cofundei um programa acadêmico experimental 
e inovador em San Diego, Califórnia, chamado SuperCamp. Nosso objetivo era utilizar 
as pesquisas mais recentes sobre o cérebro para capacitar adolescentes com habilidades 
para a vida e ferramentas de aprendizagem. Realizamos nossa primeira sessão em 
agosto de 1982. Foi um sucesso imediato e passamos a oferecê-lo em outros estados e 
países. Fomos inundados pela atenção da mídia e logo aparecemos no USA Today e no 
The Wall Street Journal. Posteriormente, participamos de programas na CNN e no 
―Good Morning America‖. Pesquisas de acompanhamento de longo prazo comprovaram 
que os benefícios do nosso programa perduravam por anos após os dez dias do curso 
(DePorter e Hernacki, 1992, p. 19). As notas e a participação dos alunos na escola 
aumentaram, e eles relataram maior autoconfiança. (Jesse, 1988, p. 8 e 9, tradução 
Simone Ischkanian, 2025) 
 
Em junho de 1980, durante um workshop de desenvolvimento empresarial conduzido 
por Marshall Thurber, um futurista e empreendedor, o autor descobriu pela primeira vez o 
 
19 
conceito de ―aprendizagem compatível com o cérebro‖. Esse encontro marcou o início de uma 
trajetória que combinaria teoria e prática pedagógica baseada em pesquisas sobre o 
funcionamento cerebral. O impacto da experiência foi tão profundo que, décadas depois, as 
ideias aprendidas ainda permanecem vivas na memória, ilustrando como experiências educativas 
bem estruturadas podem gerar memórias duradouras e aplicáveis. Esse fenômeno demonstra, na 
prática, como o cérebro registra informações significativas e emocionalmente relevantes, 
formando conexões que permanecem ativas por muitos anos. 
O entusiasmo do autor após essa experiência reflete um ponto crucial na educação 
moderna: o reconhecimento de que os ambientes de aprendizagem podem e devem ser 
desenhados de acordo com os princípios do funcionamento cerebral. Perguntar ―por que meus 
próprios alunos não têm esse tipo de experiência todos os dias?‖ evidencia a lacuna histórica 
entre o que a ciência do cérebro indicava e a prática pedagógica tradicional da época, que ainda 
se apoiava em métodos de ensino repetitivos e pouco estimulantes. Essa pergunta inicial abriu 
caminho para a criação de programas inovadores, como o SuperCamp, em 1982, que buscavam 
integrar as descobertas da neurociência à educação prática. 
O SuperCamp surgiu com o objetivo de aplicar os conhecimentos mais recentes sobre o 
cérebro para capacitar adolescentes com habilidades para a vida e ferramentas de aprendizagem, 
unindo conteúdo cognitivo e socioemocional. Ao longo das décadas seguintes, a implementação 
do programa demonstrou que intervenções pedagógicas baseadas em princípios da neurociência 
podem ter efeitos duradouros. Pesquisas de acompanhamento mostraram melhorias não apenas 
nas notas e na participação escolar, mas também no desenvolvimento da autoconfiança dos 
alunos, comprovando a relevância da aprendizagem significativa e experiencial. 
Esses conceitos podem ser relacionados diretamente à neuroplasticidade, um dos 
princípios centrais destacados por Jensen. A neuroplasticidade se refere à capacidade do cérebro 
de se reorganizar, criar novas conexões neurais e fortalecer redes já existentes em resposta a 
experiências e aprendizagens. Ao longo das décadas, estudos em neurociência têm confirmado 
que o cérebro permanece plástico e adaptável ao longo da vida, especialmente quando os 
estímulos são emocionalmente relevantes e associados a contextos significativos. 
A prática deliberada e a exposição a experiências educativas enriquecedoras, como as 
oferecidas pelo SuperCamp, exemplificam como a plasticidade neural pode ser aproveitada para 
melhorar o aprendizado, a memória e o desenvolvimento de habilidades cognitivas e 
socioemocionais. Cada nova experiência significativa reforça circuitos neurais específicos, 
tornando o aprendizado mais profundo e duradouro.Ao longo das décadas, programas baseados 
nesses princípios têm demonstrado que alunos motivados e emocionalmente engajados 
 
20 
apresentam maior retenção de informações, melhor desempenho acadêmico e desenvolvimento 
de competências essenciais para a vida. 
A experiência de Jensen evidencia a importância de ensino ativo e contextualizado, que 
envolve os alunos não apenas na aquisição de conhecimento, mas também na aplicação prática e 
na resolução de problemas reais. Esse tipo de aprendizagem ativa, conectada a emoções positivas 
e a desafios significativos, maximiza a formação de novas sinapses e fortalece a capacidade de 
adaptação cognitiva, corroborando pesquisas contemporâneas sobre aprendizagem baseada no 
cérebro. 
Ao longo das últimas décadas, conceitos como aprendizagem compatível com o cérebro 
e neuroplasticidade se consolidaram em práticas educacionais inovadoras. Hoje, programas 
educacionais que consideram essas ideias não apenas melhoram o desempenho acadêmico, mas 
também promovem habilidades socioemocionais, pensamento crítico e resiliência, preparando os 
alunos para os desafios da vida moderna. A trajetória de Jensen, iniciada em 1980, mostra como 
uma experiência educativa fundamentada na ciência do cérebro pode transformar tanto a prática 
docente quanto a experiência de aprendizagem dos alunos, criando impactos duradouros que 
atravessam gerações. 
A descoberta da aprendizagem compatível com o cérebro, aliada ao entendimento da 
neuroplasticidade, demonstra que educação e neurociência caminham juntas. Ao longo de 
décadas, os princípios identificados naquele workshop pioneiro se consolidaram em evidências 
científicas robustas, mostrando que o aprendizado eficaz depende da conexão entre experiências 
significativas, prática deliberada e envolvimento emocional, garantindo que o conhecimento não 
apenas seja adquirido, mas também internalizado e aplicado ao longo da vida. 
Um dos conceitos centrais do livro é a neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se 
reorganizar e criar novas conexões neurais ao longo da vida. Jensen explica que o aprendizado 
não é apenas uma questão de acumular informação, mas de reforçar e formar conexões 
duradouras entre neurônios. A prática deliberada, aliada a experiências significativas, fortalece 
essas conexões e facilita a retenção de conhecimento. 
Jensen também explora a importância da atenção no processo de aprendizagem. Ele 
aponta que o cérebro humano só consegue manter foco intenso por períodos curtos, geralmente 
entre 15 e 20 minutos, após os quais ocorre fadiga cognitiva. Por isso, estratégias pedagógicas 
que alternam atividades, incorporam pausas curtas ou estimulam a curiosidade podem aumentar 
significativamente o engajamento e a eficácia do aprendizado. 
Para Jensen enfatiza as emoções positivas facilitam a memória e a consolidação do 
conhecimento, enquanto o estresse crônico ou experiências negativas prejudicam esses 
 
21 
processos. Ele sugere que criar um ambiente seguro, encorajador e emocionalmente positivo é 
essencial para que os alunos possam aprender de maneira eficaz. 
O livro também detalha o funcionamento da memória, distinguindo entre memória de 
curto prazo, memória de trabalho e memória de longo prazo. Jensen explica que apenas 
informações repetidas e contextualizadas conseguem ser transferidas para a memória de longo 
prazo. Ele defende o uso de técnicas como a revisão espaçada, a prática distribuída e a aplicação 
prática para fortalecer essas conexões neurais. 
Jensen dedica atenção especial à motivação do aluno. Ele argumenta que alunos 
motivados aprendem mais rapidamente e retêm informações com maior facilidade. Incentivar a 
curiosidade, oferecer desafios apropriados e reconhecer conquistas individuais são estratégias 
que reforçam a motivação intrínseca e aumentam o envolvimento em sala de aula. 
O autor também destaca a importância de estilos de aprendizagem diferenciados. Cada 
aluno possui uma combinação única de habilidades cognitivas, interesses e experiências 
anteriores, e adaptar as estratégias de ensino a essas diferenças aumenta a eficácia do 
aprendizado. Jensen sugere que professores ofereçam atividades variadas, que envolvam 
múltiplos sentidos e permitam escolhas aos alunos. 
A aprendizagem ativa é outro tema central do livro. Jensen defende que os alunos 
aprendem melhor quando participam ativamente do processo, seja por meio de debates, 
resolução de problemas, dramatizações ou estudos de caso. Ele ressalta que o envolvimento ativo 
ativa diversas regiões cerebrais, aumentando a retenção e a compreensão do conteúdo. 
Jensen enfatiza ainda a importância da prática deliberada. Ele sugere que atividades 
repetitivas, quando orientadas e contextualizadas, ajudam a reforçar conexões neurais 
específicas, tornando o aprendizado mais duradouro. A prática sem propósito, porém, não produz 
os mesmos resultados. Assim, o planejamento pedagógico deve priorizar exercícios 
significativos e com feedback constante. 
A obra também aborda a relevância do ambiente físico e social da sala de aula. O autor 
explica que ambientes desorganizados, ruidosos ou estressantes prejudicam o aprendizado, 
enquanto espaços bem planejados, confortáveis e estimulantes favorecem a concentração e a 
criatividade. Além disso, a interação social positiva entre alunos e professores fortalece conexões 
emocionais que facilitam a aprendizagem. 
Jensen introduz o conceito de aprendizagem multissensorial, que envolve combinar 
estímulos visuais, auditivos e cinestésicos. Ele argumenta que quanto mais sentidos são ativados 
durante o aprendizado, mais conexões neurais são criadas, aumentando a retenção e a 
compreensão. Exemplos incluem atividades práticas, demonstrações, vídeos, música e recursos 
visuais. 
 
22 
O autor também discute o papel do sono na aprendizagem. Ele enfatiza que o sono é 
crucial para consolidar memórias e permitir que o cérebro processe informações adquiridas ao 
longo do dia. Jensen alerta que privação de sono, comum em adolescentes, prejudica o 
desempenho escolar e o desenvolvimento cognitivo. 
Jensen analisa ainda o impacto do estresse e da ansiedade na aprendizagem. Ele explica 
que níveis elevados de cortisol — hormônio liberado em situações de estresse — afetam 
negativamente a memória e a capacidade de concentração. Assim, estratégias que promovam 
bem-estar emocional, como pausas relaxantes e atividades de mindfulness, podem melhorar o 
desempenho acadêmico. 
O autor propõe também a importância de metacognição, ou seja, a capacidade do aluno 
de refletir sobre seu próprio aprendizado. Jensen sugere que ensinar os alunos a monitorar seu 
progresso, identificar dificuldades e planejar estratégias de estudo fortalece o pensamento crítico 
e aumenta a autonomia, preparando-os para desafios futuros. 
Jensen enfatiza que feedback imediato e construtivo é essencial para consolidar o 
aprendizado. Ele argumenta que os alunos precisam de orientação clara sobre acertos e erros para 
corrigir padrões e reforçar conexões neurais corretas. Além disso, o feedback positivo aumenta a 
motivação e promove confiança no processo de aprendizagem. 
Jensen explica que tarefas excessivamente fáceis não estimulam o cérebro, enquanto 
desafios apropriados incentivam a plasticidade neural e fortalecem habilidades cognitivas. 
Professores devem equilibrar dificuldade e apoio para promover aprendizado eficaz. 
O autor também aborda a influência das experiências de vida e contexto cultural no 
aprendizado. Ele argumenta que os alunos trazem consigo conhecimentos prévios e perspectivas 
únicas, que devem ser valorizadas e integradas ao ensino. Isso não apenas respeita a diversidade, 
mas também cria conexões significativas que facilitam a aprendizagem. 
A obra enfatiza a necessidade de ensino personalizado, onde cada aluno é visto como 
único. Jensen propõe estratégias adaptativas que considerem ritmo, interessee nível de 
habilidade de cada estudante, permitindo que todos alcancem seu potencial máximo e reduzindo 
desigualdades no aprendizado. 
Jensen sugere que a integração de movimento em sala de aula melhora a aprendizagem. 
Atividades físicas leves ou pausas para alongamento estimulam o fluxo sanguíneo e a 
oxigenação do cérebro, aumentando atenção, concentração e desempenho cognitivo. 
O autor também discute o papel da arte e da música na educação. Ele argumenta que 
essas atividades estimulam áreas do cérebro relacionadas à criatividade, emoção e memória, 
proporcionando aprendizado mais completo e envolvente. Incorporar arte e música não é apenas 
recreativo, mas uma estratégia neuroeducacional eficaz. 
 
23 
Jensen alerta para a importância de evitar a sobrecarga cognitiva. Ele explica que 
quando o cérebro recebe excesso de informação simultaneamente, a atenção diminui e o 
aprendizado se torna ineficaz. Estratégias como segmentar o conteúdo, usar resumos visuais e 
espaçar atividades são essenciais para otimizar a aprendizagem. 
O autor também explora o conceito de engajamento emocional e social. Ele sugere que 
alunos que se sentem parte de uma comunidade de aprendizagem, valorizados e conectados, 
apresentam maior motivação e melhor desempenho acadêmico. Relações positivas entre alunos e 
professores são fundamentais para criar esse clima. 
Teaching with the Brain in Mind não se limita a teorias; Jensen fornece estratégias 
práticas, exemplos de atividades e sugestões para aplicar imediatamente os conceitos em sala de 
aula. Isso torna o livro uma referência acessível e valiosa tanto para professores iniciantes quanto 
para educadores experientes que desejam aprimorar sua prática pedagógica. 
Eric Jensen contribui de forma significativa para a educação ao traduzir conhecimentos 
da neurociência em ações pedagógicas concretas. Seu trabalho demonstra que compreender o 
cérebro não é um luxo acadêmico, mas uma necessidade prática para ensinar de forma eficaz. 
Teaching with the Brain in Mind continua sendo um guia essencial para qualquer educador que 
deseje transformar a sala de aula em um espaço de aprendizado envolvente, emocionalmente 
seguro e cientificamente fundamentado. 
2.3. CONCEITOS DE NEUROCIÊNCIA APLICADOS À EDUCAÇÃO 
 
A neurociência aplicada à educação representa um campo interdisciplinar em 
crescimento, que busca compreender como o cérebro aprende e como esse conhecimento pode 
ser incorporado às práticas pedagógicas para potencializar o processo de ensino e aprendizagem. 
Essa área integra descobertas da neurobiologia, psicologia cognitiva e educação, oferecendo 
subsídios teóricos e práticos que permitem aos professores repensar estratégias tradicionais e 
adotar abordagens mais eficazes. 
Neuroplasticidade: O cérebro é capaz de se 
reorganizar e criar novas conexões neurais ao 
longo da vida. Isso significa que habilidades e 
competências podem ser desenvolvidas com 
prática e estímulo adequados. 
Aprendizagem baseada em emoção: Emoções 
influenciam fortemente a memória e a atenção. 
Alunos engajados emocionalmente aprendem 
melhor. 
 
Atenção e foco: O cérebro só consegue focar 
plenamente por períodos curtos (~20-30 
minutos). Estratégias que alternam atividades ou 
estimulam a curiosidade ajudam a manter o 
engajamento. 
Memória: Existem diferentes tipos de memória 
— de curto prazo, de longo prazo e de trabalho. 
Estratégias de ensino que reforçam a repetição e 
a aplicação prática facilitam a transferência de 
informações para a memória de longo prazo. 
Fonte: Braga, Ischkanian, Cabral, Ischkanian, (2025) 
 
 
24 
O cérebro humano é um órgão dinâmico, plástico e profundamente influenciado por 
fatores emocionais, sociais e ambientais, o que significa que o modo como se ensina pode afetar 
diretamente a estrutura e o funcionamento cerebral dos alunos (Kolb; Whishaw, 2009). Ao 
compreender esses mecanismos, educadores podem criar ambientes de aprendizagem mais 
significativos, estimulantes e inclusivos. 
Um dos conceitos centrais da neurociência educacional é a neuroplasticidade, ou 
plasticidade cerebral. Essa característica refere-se à capacidade do cérebro de se reorganizar e 
criar novas conexões neurais ao longo de toda a vida. Durante o aprendizado, redes neurais são 
fortalecidas e reorganizadas conforme o estímulo recebido, permitindo o desenvolvimento de 
habilidades cognitivas, emocionais e motoras (Kolb; Whishaw, 2009). A neuroplasticidade 
mostra que todos os indivíduos possuem potencial de aprendizagem, independentemente de suas 
condições iniciais, desde que sejam expostos a estímulos adequados e estratégias pedagógicas 
eficazes. Essa perspectiva rompe com visões deterministas que associavam dificuldades de 
aprendizagem a limitações fixas, colocando a ênfase no papel do ambiente educativo e das 
práticas docentes no desenvolvimento das competências. 
Estudos em neurociência mostram que emoções positivas favorecem a liberação de 
neurotransmissores como dopamina e noradrenalina, que melhoram a atenção, a memória e a 
motivação, enquanto emoções negativas intensas, como estresse crônico ou medo, podem inibir 
áreas do cérebro responsáveis pela aprendizagem, especialmente no hipocampo e no córtex pré-
frontal (Immordino-Yang; Damasio, 2007). Quando os alunos estão emocionalmente engajados, 
o conteúdo torna-se mais significativo e a retenção da informação é potencializada. Práticas 
pedagógicas que incluem narrativas, projetos criativos, trabalhos colaborativos e metodologias 
ativas estimulam vínculos emocionais com o conhecimento, transformando a sala de aula em um 
espaço vivo e afetivo. 
A atenção e o foco são igualmente elementos-chave no processo de aprendizagem. O 
cérebro humano possui capacidade limitada de atenção concentrada, geralmente entre 20 e 30 
minutos, o que implica que aulas longas e expositivas podem levar à dispersão e à perda de 
interesse (Kolb; Whishaw, 2009). Estratégias pedagógicas que intercalam momentos de 
exposição com atividades práticas, discussões em grupo ou desafios cognitivos ajudam a manter 
a atenção e a promover maior engajamento. A alternância entre diferentes estímulos, assim como 
o uso de recursos multimodais, favorece a ativação de múltiplas áreas cerebrais, o que fortalece o 
aprendizado. Isso exige do professor um planejamento dinâmico, capaz de equilibrar conteúdos, 
experiências e pausas ativas. 
A memória é outro pilar essencial para a aprendizagem. Ela pode ser dividida em três 
tipos principais: memória de curto prazo, memória de trabalho e memória de longo prazo. A 
 
25 
memória de curto prazo é responsável por armazenar informações temporárias; a de trabalho 
permite manipular ativamente essas informações; e a de longo prazo consolida o conhecimento 
para uso futuro (Kolb; Whishaw, 2009). Estratégias de ensino que incluem revisão periódica, 
prática distribuída, aplicação contextualizada e elaboração ativa ajudam a transferir informações 
da memória de curto prazo para a memória de longo prazo. Além disso, experiências 
emocionalmente significativas fortalecem as conexões sinápticas associadas à memória, 
tornando o aprendizado mais duradouro. 
A integração entre neurociência e educação também exige um olhar metodológico 
rigoroso para que as práticas adotadas sejam baseadas em evidências e não em neuromitos. 
Quivy e Campenhoudt (2008) destacam a importância de métodos de investigação científica 
adequados para compreender a complexidade dos fenômenos educacionais e evitar interpretações 
simplistas. A pesquisa bibliográfica, documental e empírica fornece subsídios para que 
educadores possam selecionar estratégias fundamentadas e avaliar seus impactos de forma crítica 
e reflexiva. Isso reforça a importância da formação docente contínua e da leitura científica como 
elementos centrais de uma prática pedagógica consciente. 
A relação entre desenvolvimento cognitivo e aprendizagem também

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