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DIREITO
EMPRESARIAL
— Prof. Bruno Miranda
UNIDADE 3 – Do Empresário
• 3.1. Conceito e atividades econômicas e civis;
• 3.2. Espécies de Empresários e condições (pressupostos) para o 
exercício das atividades
3.2.1. Capacidade e incapacidade;
3.2.2. Ausência do impedimento legal;
3.2.3. Estrangeiro e servidor público;
3.2.4. Proibidos de Empresariar e o Empresário Falido;
• 3.3. Obrigações Profissionais do Empresário
3.3.1. Inscrição no Registro de Empresa: finalidade e efeitos 
jurídicos;
3.3.2. Livros Empresariais: formalidades, natureza jurídica e 
valor probante;
3.3.3. Escrituração contábil: sigilo, exibição judicial, sanções.
RECAP
Recapitulando as Unidades 1 e 2...
• Introdução ao direito empresarial
• Partes do direito empresarial
• Este curso – TGE e direito societário
• Relações com outros ramos do direito
• Evolução história do dir. empresarial (3 fases)
• Teoria da empresa como paradigma atual
• Princípios do direito empresarial
• Fontes do direito empresarial
• Características do direito empresarial
• Conceito de direito empresarial
RECAP
RECAP
RECAP
TEORIA DA EMPRESA
- Teoria da empresa como o novo paradigma do direito empresarial
- “A espinha dorsal do direito comercial deixa de ser os atos de 
comércio, passando a ser a empresa”
- O direito comercial/empresarial passa a se ocupar não apenas com 
alguns atos isolados, mas com uma FORMA ESPECÍFICA de exercer a 
atividade empresarial.
- E que forma específica é essa?
- O que é a FORMA EMPRESARIAL?
Teoria da 
Empresa
CÓDIGO CIVIL
Art. 966
Considera-se empresário quem
exerce profissionalmente atividade
econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens
ou de serviços.
Teoria da 
Empresa
TEORIA DA EMPRESA E SEUS CONTORNOS
— Do conceito estabelecido no art. 966/CC, podemos
extrair as seguintes expressões, que indicam os
elementos indispensáveis à sua caracterização:
1) Profissionalmente
2) Atividade econômica
3) Organizada
4) Produção ou circulação de bens ou de serviços
— Eis a chamada “forma empresarial”
Teoria da 
Empresa
TEORIA DA EMPRESA E SEUS CONTORNOS
1) Profissionalmente: exige exercício de determinada
atividade econômica como PROFISSÃO HABITUAL (forma
esporádica, ad hoc, não vale — exige um “constante repetir-
se”)
2) Atividade econômica: atividade exercida com INTUITO
LUCRATIVO, cabendo ao exercente da atividade assumir
RISCOS TÉCNICOS E ECONÔMICOS
3) Organizada: empresário é aquele que ARTICULA OS
FATORES DE PRODUÇÃO — capital, mão de obra, insumos e
tecnologia (Asquini: o empresário é responsável pela
prestação de um trabalho autônomo de caráter organizador)
4) Produção ou circulação de bens ou de serviços: nenhuma
atividade econômica está excluída, a priori (antagonismo
com “teoria dos atos de comércio”)
Teoria da 
Empresa
TEORIA DA EMPRESA E SEUS CONTORNOS
• Empresa é a atividade (critério material)
• Empresário é quem exerce a atividade
• Empresário é GÊNERO
• ESPÉCIES: (1) empresário individual (pessoa física/natural); (2)
sociedade empresária (pessoa jurídica)
• Principal diferença (além da natureza): a pessoa jurídica tem
patrimônio próprio, distinto do patrimônio dos sócios; o
empresário individual não desfruta dessa separação patrimonial
— respondendo com todos os seus bens, inclusive os pessoais,
pelo risco do empreendimento
• EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
Teoria da 
Empresa
TEORIA DA EMPRESA E SEUS CONTORNOS
• EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
• MICROEMPREENDEDOR INDIVIDUAL (MEI) - Pode ser
reputado como um tipo de empresário, com uma limitação
em razão das atividades autorizadas para exploração. Essas
atividades estão descritas no Portal do Empreendedor, site
governamental que orienta a criação dos MEI. Além disso,
existe uma limitação de faturamento anual de 81 mil reais por
exercício fiscal
• SOCIEDADE LIMITADA UNIPESSOAL (SLU) - Para essa
modalidade, também chamada de LTDA Unipessoal, não há
exigência de capital social mínimo. A partir da edição da Lei de
Liberdade Econômica (LLE, Lei nº 13.874/19), foi oficializada,
noBrasil, a existência de uma “sociedade de um”.
Teoria da 
Empresa
AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE
EMPRESA
• A teoria da empresa, sem se preocupar em estabelecer
aprioristicamente um rol de atividades sujeitas ao regime
jurídico empresarial, optou por fixar um critério material
para conceituação de empresário
• TODAVIA, esse critério material não se aplica a agentes
econômicos específicos (a lei optou por outros critérios
para determinar sua submissão ou não ao regime jurídico
do direito empresarial)
• ISTO É: existem agentes econômicos que, a despeito de
exercerem atividades econômicas, não são considerados
empresários pelo legislador.
Teoria da 
Empresa
AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE
EMPRESA
— Os agentes econômicos não considerados empresários
pelo CC são basicamente:
1) Profissional intelectual/liberal
2) Sociedade simples
3) Exercente de atividade rural
4) Sociedade cooperativa
Teoria da 
Empresa
AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE
EMPRESA
Profissionais intelectuais
- CC, Art. 966, Parágrafo único: “Não se considera
empresário quem exerce profissão intelectual, de
natureza científica, literária ou artística, ainda com o
concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o
exercício da profissão constituir elemento de
empresa”.
- Dificuldade em torno da expressão “elemento de
empresa”
- Está relacionada ao requisito da ORGANIZAÇÃO DOS
FATORES DE PRODUÇÃO, a ser analisado no caso
concreto
- Há mais de um ramo de atividade sendo exercido? Há
contratação de terceiros para desempenhar
atividade-fim?
Teoria da 
Empresa
AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESA
Profissionais intelectuais
— “ELEMENTO DE EMPRESA”: Como exemplo, de elemento de empresa
pode-se considerar a situação de um médico especialista que inicialmente
atende em uma consultório particular e conta somente com a ajuda de uma
secretária. Após expandir suas atividades vê a necessidade de contratar
mais médicos especialistas para trabalhar no local, bem como disponibilizar
serviços referentes a atividade que exercem, oferecer exames, estrutura
hospitalar, atendimento personalizado passando a contar com toda uma
equipe de administradores, secretários, serviço de limpeza, setor de
Recursos Humanos, advogados. Assim, passa-se a constituir uma empresa,
onde o médico que deu inicio será um elemento da empresa, fará parte do
todo.
Teoria da 
Empresa
AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE
EMPRESA
Sociedades simples
- Sociedades cujo objeto social não é a exploração
de atividade econômica organizada
- Sociedades uniprofissionais (formada por
profissionais intelectuais, cujo objeto social é a
exploração da respectiva profissão intelectual de
seus sócios)
- Sociedades de advogados (por determinação
legal — arts. 15 a 17 do EOAB)
Teoria da 
Empresa
AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE EMPRESA
Atividade econômica rural e SAF
CC/2002 - Art. 971. O empresário, cuja atividade rural
constitua sua principal profissão, pode, observadas as
formalidades de que tratam o art. 968 e seus
parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de
Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que,
depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os
efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput deste
artigo à associação que desenvolva atividade
futebolística em caráter habitual e profissional, caso
em que, com a inscrição, será considerada empresária,
para todos os efeitos.
 Registro tem natureza CONSTITUTIVA.
Teoria da 
Empresa
AGENTES ECONÔMICOS EXCLUÍDOS DO CONCEITO DE
EMPRESA
Sociedades cooperativas
- É o objeto da sociedade que define a sua natureza
empresarial ou não.
- Todavia, art. 982: Independentemente de seu objeto,
considera-se empresária a sociedade por ações; e,
simples, a cooperativa.
- Detalhe: embora não sejam sociedades empresárias, as
cooperativassão registradas na Junta Comercial (a Lei de
RPEM assim o determina)
EMPRESÁRIO
CONDIÇÕES PARA O EXERCÍCIO DAS ATIVIDADES
- O Código Civil estabeleceu algumas vedações ao
exercício individual de empresa
- CC - Art. 972: “Podem exercer a atividade de
empresário os que estiverem em pleno gozo da
capacidade civil e não forem legalmente impedidos”
- Proibições (impedimentos legais) ou incapacidade do
agente econômico
- Em outro giro — condições para o exercício:
1) Capacidade
2) Ausência de impedimento legal
EMPRESÁRIO
INCAPACIDADE
- Só pode exercer empresa quem é CAPAZ, isto é, quem está
no pleno gozo de sua capacidade civil
- O que está em jogo aqui é o exercício individual de
empresa, e não a possibilidade de o incapaz ser sócio de
uma sociedade empresária
- A regra é: o incapaz nunca poderá ser autorizado a iniciar o
exercício de uma empresa; apenas poderá ser autorizado,
excepcionalmente, a dar continuidade a uma atividade
empresaria.
- A autorização será dada pelo juiz, em procedimento de
jurisdição voluntária.
EMPRESÁRIO
Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a
empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos
riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser
revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem
prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da
sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do
alvará que conceder a autorização. ESPECIALIZAÇÃO PATRIMONIAL
§ 3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar
contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos,
de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº 12.399, de
2011)
II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser
representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011)
------------------------
Art. 975. Se o representante ou assistente do incapaz for pessoa que, por disposição de lei, não
puder exercer atividade de empresário, nomeará, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes.
§ 1º Do mesmo modo será nomeado gerente em todos os casos em que o juiz entender ser
conveniente.
§ 2º A aprovação do juiz não exime o representante ou assistente do menor ou do interdito da
responsabilidade pelos atos dos gerentes nomeados.
------------------------
Art. 976. A prova da emancipação e da autorização do incapaz, nos casos do art. 974, e a de
eventual revogação desta, serão inscritas ou averbadas no Registro Público de Empresas Mercantis.
Parágrafo único. O uso da nova firma caberá, conforme o caso, ao gerente; ou ao representante do
incapaz; ou a este, quando puder ser autorizado.
EMPRESÁRIO
IMPEDIMENTOS LEGAIS
- Diferentemente do Código Comercial de 1850, o CC/2002 não arrola
casos de impedimento legal
- Exceção: art. 1011, §1º do CC/2002: “Não podem ser
administradores, além das pessoas impedidas por lei especial, os
condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a
cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou
suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra
o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da
concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a
propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.”
- Impedimentos estão espalhados pelo ordenamento jurídico:
- Lei 8112/90, art. 117, X: servidores públicos federais
- LOMAN, art. 36, I: magistrados
- Lei 8625/93, art. 44, III: membros do MP
- Lei 6880/80, art. 29: militares
EMPRESÁRIO
IMPEDIMENTOS LEGAIS
- O caso dos estrangeiros: Estatuto do Estrangeiro, art. 99
Ao estrangeiro titular de visto temporário e ao que se
encontre no Brasil na condição de estrangeiro natural de país
limítrofe , é vedado estabelecer-se como empresário ou
exercer cargo ou função de administrador, gerente ou diretor
de sociedade empresária, ressalvados os casos previstos
nos acordos internacionais em vigor no País4 . Em regra, o
exercício de atividade econômica empresarial pelo
estrangeiro depende da obtenção de um visto permanente.
EMPRESÁRIO
IMPEDIMENTOS LEGAIS
- Nova Lei de Migração (Lei nº 13445/2017)
Um empresário estrangeiro pode ter
impedimentos e restrições em atividades e
setores específicos, como produção de
armamento, energia nuclear, exploração de
recursos minerais, meios de comunicação,
segurança privada, entre outros, devido à
necessidade de proteção de monopólios
nacionais ou de regulamentação de áreas
sensíveis. No entanto, a legislação brasileira
tem facilitado a abertura de empresas por
estrangeiros não residentes, que podem ser
administradores e sócios, necessitando
apenas de um procurador e um cadastro no
CPF para as atividades burocráticas.
EMPRESÁRIO
IMPEDIMENTOS LEGAIS
- Impedimentos previstos diretamente na Constituição:
Art. 176.
§ 1º A pesquisa e a lavra de recursos minerais e
o aproveitamento dos potenciais a que se
refere o "caput" deste artigo somente poderão
ser efetuados mediante autorização ou
concessão da União, no interesse nacional,
por brasileiros ou empresa constituída sob as
leis brasileiras e que tenha sua sede e
administração no País, na forma da lei, que
estabelecerá as condições específicas quando
essas atividades se desenvolverem em faixa de
fronteira ou terras indígenas.
EMPRESÁRIO
IMPEDIMENTOS LEGAIS
- Impedimentos previstos diretamente na Constituição:
Art. 222.
A propriedade de empresa jornalística e de
radiodifusão sonora e de sons e imagens é
privativa de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, ou de
pessoas jurídicas constituídas sob as leis
brasileiras e que tenham sede no País.
EMPRESÁRIO
IMPEDIMENTOS LEGAIS
- Atenção: a proibição é para o exercício de empresa!
- Não se veda que essas pessoas sejam sócios de
sociedades empresárias
- Mas é verdade que a possibilidade de participar de
sociedade NÃO É ABSOLUTA: (i) somente pode ocorrer se
forem sócios com responsabilidade limitada e (ii) se não
exercerem funções de gerência ou administração.
EMPRESÁRIO
IMPEDIMENTOS LEGAIS
- O caso do empresário individual CASADO
- Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre
si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime
da comunhão universal de bens, ou no da separação
obrigatória.
- Art. 978. O empresário casado pode, sem necessidade de
outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar
os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-
los de ônus real.
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
1) Inscrição no Registro de Empresas
2) Escrituração
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
REGISTRO EMPRESARIAL
1) “É obrigação de todo e qualquer empresário — individual
ou sociedade empresária — se inscrever na Junta
Comercial antes de iniciar a atividade, sob pena de
começar a exercer a empresa irregularmente.
2) CC, art. 967 - É obrigatória a inscrição do empresário no
Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva
sede, antes do início de sua atividade.
3) CC, art. 968 – Formalidades
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
REGISTRO EMPRESARIAL
Art. 968. A inscrição do empresário far-se-á mediante requerimento que contenha:
I - o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens;
II - a firma, com a respectiva assinatura autógrafa que poderá ser substituída pela assinatura autenticada comcertificação digital ou meio equivalente que comprove a sua autenticidade, ressalvado o disposto no inciso I do
§ 1º do art. 4º da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 ; (Redação dada pela Lei Complementar
nº 147, de 2014)
III - o capital;
IV - o objeto e a sede da empresa.
§ 1º Com as indicações estabelecidas neste artigo, a inscrição será tomada por termo no livro próprio do
Registro Público de Empresas Mercantis, e obedecerá a número de ordem contínuo para todos os empresários
inscritos.
§ 2º À margem da inscrição, e com as mesmas formalidades, serão averbadas quaisquer modificações nela
ocorrentes.
§ 3º Caso venha a admitir sócios, o empresário individual poderá solicitar ao Registro Público de Empresas
Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária, observado, no
que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Incluído pela Lei Complementar nº 128, de 2008)
§ 4º O processo de abertura, registro, alteração e baixa do microempreendedor individual de que trata o art. 18-
A da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006 , bem como qualquer exigência para o início de seu
funcionamento deverão ter trâmite especial e simplificado, preferentemente eletrônico, opcional para o
empreendedor, na forma a ser disciplinada pelo Comitê para Gestão da Rede Nacional para a Simplificação do
Registro e da Legalização de Empresas e Negócios - CGSIM, de que trata o inciso III do art. 2º da mesma
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011)
§ 5º Para fins do disposto no § 4º, poderão ser dispensados o uso da firma, com a respectiva assinatura
autógrafa, o capital, requerimentos, demais assinaturas, informações relativas à nacionalidade, estado civil e
regime de bens, bem como remessa de documentos, na forma estabelecida pelo CGSIM. (Incluído pela Lei nº
12.470, de 2011)
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
REGISTRO EMPRESARIAL
1) Atenção: é requisito para a regularidade; não para a
caracterização
2) Enunciado 198 do CJF: “A inscrição do empresário na
Junta Comercial não é requisito para a sua
caracterização, admitindo-se o exercício da empresa
sem tal providência”.
3) Exceção: empresário rural
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
REGISTRO EMPRESARIAL
1) Embora o CC traga regras específicas sobre registro, o
tema está disciplina em legislação especial — Lei nº
8934/94 (Lei do Registro Público de Empresas Mercantis)
2) Cria o SINREM – Sistema Nacional de Registro de
Empresas Mercantis
3) 2 órgãos: (i) DREI (Departamento Nacional de Registro
Empresarial e Integração), órgão central; (ii) Juntas
Comerciais, como órgãos locais.
- DREI: supervisora e orientadora
- Juntas: função executora e administrativa
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
REGISTRO EMPRESARIAL
- Um caso de “subordinação hierárquica híbrida”
- DREI = administração federal
- Juntas = administração estadual
- No plano técnico, as juntas se submetem ao DREI
- No plano administrativo, se submete ao Poder Estadual
- Implicação prática: competência para julgar ações
judiciais contra atos das Juntas Comerciais
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
REGISTRO EMPRESARIAL
- Um caso de “subordinação hierárquica híbrida”
- DREI = administração federal
- Juntas = administração estadual
- No plano técnico, as juntas se submetem ao DREI
- No plano administrativo, se submete ao Poder Estadual
- Implicação prática: competência para julgar ações
judiciais contra atos das Juntas Comerciais
EMPRESÁRIO
RECURSO ESPECIAL. LITÍGIO ENTRE SÓCIOS. ANULAÇÃO DE REGISTRO
PERANTE A JUNTA COMERCIAL. CONTRATO SOCIAL. INTERESSE DA
ADMINISTRAÇÃO FEDERAL. INEXISTÊNCIA. AÇÃO DE PROCEDIMENTO
ORDINÁRIO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. PRECEDENTES DA
SEGUNDA SEÇÃO.
1. A jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça tem decidido pela 
competência da Justiça Federal, nos processos em que figuram como 
parte a Junta Comercial do Estado, somente nos casos em que se 
discute a lisura do ato praticado pelo órgão, bem como nos mandados 
de segurança impetrados contra seu presidente, por aplicação do artigo 
109, VIII, da Constituição Federal, em razão de sua atuação delegada.
2. Em casos em que particulares litigam acerca de registros de
alterações societárias perante a Junta Comercial, esta Corte vem
reconhecendo a competência da justiça comum estadual, posto que
uma eventual decisão judicial de anulação dos registros societários,
almejada pelos sócios litigantes, produziria apenas efeitos secundários
para a Junta Comercial do Estado, fato que obviamente não revela
questão afeta à validade do ato administrativo e que, portanto, afastaria
o interesse da Administração e, conseqüentemente, a competência da
Justiça Federal para julgamento da causa.
Precedentes.
Recurso especial não conhecido.
(STJ - REsp n. 678.405/RJ, relator Ministro Castro Filho, Terceira
Turma, julgado em 16/3/2006, DJ de 10/4/2006)
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
Atos de registro (art. 32, Lei nº 8934/94)
- Matrícula: ato de cadastramento de alguns profissionais
específicos (auxiliares do comércio – leiloeiros, tradutores
públicos, trapicheiros e administradores de armazéns-
gerais)
- Arquivamento: ato de registro dos atos constitutivos da
sociedade empresária ou do empresário individual (após,
averbações)
- Autenticação: refere-se aos instrumentos de escrituração
contábil do empresário (livros empresariais) e dos agentes
auxiliares
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
REGISTRO EMPRESARIAL
- Estrutura organizacional das Juntas (órgãos definidos em
lei)
- Processo decisório nas Juntas
- Recursos
- Publicidade dos atos de registro
- Exigências não previstas em lei
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO
CC - Art. 1.179. O empresário e a sociedade
empresária são obrigados a seguir um sistema de
contabilidade, mecanizado ou não, com base na
escrituração uniforme de seus livros, em
correspondência com a documentação respectiva,
e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o
de resultado econômico.
CC - Art. 1.182. Sem prejuízo do disposto no art.
1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade
de contabilista legalmente habilitado, salvo se
nenhum houver na localidade.
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO
• O único livro obrigatório comum a todo e qualquer
empresário é o DIÁRIO
• CC, Art. 1.184. No Diário serão lançadas, com
individuação, clareza e caracterização do documento
respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução,
todas as operações relativas ao exercício da empresa.
• Alguns livros específicos são exigidos de certos
empresários — Registro de Duplicatas, Registro de ações
nominativas (para as S/A), Entrada e saída de mercadorias
de armazém-geral
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
ESCRITURAÇÃO DO EMPRESÁRIO
• CC, art. 1179, § 2 o É dispensado das exigências
deste artigo o pequeno empresário a que se
refere o art. 970.
• LC 123/2006, Art. 68. Considera-se pequeno
empresário, para efeito de aplicação do disposto
nos arts. 970 e 1.179 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil), o empresário
individual caracterizado como microempresa na
forma desta Lei Complementar que aufira receita
bruta anual até o limite previsto no § 1o do art. 18-
A.
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
SIGILO EMPRESARIAL
• Os livros empresariais são protegidos pelo sigilo
• CC, Art. 1.190. Ressalvados os casos previstos
em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob
qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar
diligência para verificar se o empresário ou a
sociedade empresária observam, ou não, em
seus livros e fichas, as formalidades prescritas
em lei.
• Casos em que o sigilo pode ser quebrado — lei,
autoridades fazendárias, decisão judicial
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIOSIGILO EMPRESARIAL
Art. 1.191. O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração
quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade,
administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
§ 1 o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou
de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na
presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por
estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão.
§ 2 o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o respectivo juiz.
---
Art. 1.192. Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo antecedente, serão
apreendidos judicialmente e, no do seu § 1 o , ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte
contrária para se provar pelos livros.
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova documental em
contrário.
---
Art. 1.193. As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou
por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do
pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais.
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
SIGILO EMPRESARIAL
EMPRESÁRIO
OBRIGAÇÕES PROFISSIONAIS DO EMPRESÁRIO
EFICÁCIA PROBATÓRIA DOS LIVROS
EMPRESARIAIS
• Os livros empresariais são documentos que possuem força
probante — são muitas vezes fundamentais para resolver
litígios.
• CPC, art. 417: “Os livros empresariais provam contra seu
autor, sendo lícito ao empresário, todavia, demonstrar, por
todos os meios permitidos em direito, que os lançamentos
não correspondem à verdade dos fatos.”
• CPC, art. 418: “Os livros empresariais que preencham os
requisitos exigidos por lei provam a favor de seu autor no
litígio entre empresários.”
Teoria da 
Empresa
Obrigado!

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