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ULTRASSOM Prof. Adriano Marinho O que é? É um recurso terapêutico que utiliza ondas ultra- sônicas (mecânicas) que em contato com o tecido promove efeitos biofísicos. Definição O ultrassom é uma modalidade terapêutica de penetração profunda, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e mecânicos. O ultrassom é definido como uma forma de vibração acústica a frequências muito altas para serem percebidas pelo ouvido humano. Produção de ultrassom O ouvido humano é capaz de escutar ondas sonoras que variam de 16 a 20.000 Hz. Qualquer onda sonora acima dessa faixa é considerada ultrassom. O ultrassom terapêutico varia de 750.000Hz a 3.000.000Hz (0,75MHz a 3MHz) – Starkey, 2001 Produção de ultrassom O ultrassom é produzido por uma corrente alternada que flui através de um cristal piezoelétrico que pode ser um quartzo, titanato de bário, zirconato de chumbo ou titanato, alojado em um transdutor que é um aparelho que converte uma forma de energia em outra (Okuno et al., 1986). Produção de ultrassom Parâmetros para terapia do ultrassom A energia ultrassônica é uma energia do tipo mecânica, cuja a aplicação terapêutica depende dos parâmetros de frequência (1Mhz ou 3MhZ), modo de emissão ( Contínuo ou Pulsado), intensidade e tempo de aplicação (Soriano et al., 2000). Frequência As frequências utilizadas na terapia ultra- sônica estão compreendidas entre 800 KHz e 3 MHz (Soriano et al., 2000). Os equipamentos mais modernos de ultra-som podem emitir frequências de 1MHz à 3MHz, o que permite o seu campo de aplicação em diferentes patologias (Soriano et al., 2000). As frequências na faixa de Khz produzem pulsos mais distantes e portanto atingem tecidos mais profundos. Frequência Quanto maior for a frequência, menor é a capacidade de penetração, então o ultrassom de 3MHz se atenua nas estruturas superficiais, enquanto as frequências menores de 1MHz são usadas para estruturas mais profundas (Soriano et al., 2000). Modo de Emissão As ondas ultrassônicas podem ser emitidas de modo: Contínuo Pulsado Modo de Emissão Contínuo Na emissão continua predomina o efeito térmico, para aplicação quando se deseja um aquecimento localizada (Soriano et al., 2000) INTENSIDADE TEMPO Modo de emissão Pulsado Quando ele se aplica na emissão pulsada, entre um impulso e outro há um tempo que facilita a dispersão do calor, por isto o efeito térmico é menor, potencializando o efeito mecânico (Soriano et al., 2000) Modo de Emissão Pulsado Na emissão pulsada, a duração do tempo de pulso varia. Teremos então que ajustar o ciclo e a frequência desta onda no modo pulsado. Modo de Emissão Pulsado Podemos encontrar frequências de 100Hz, 48Hz e 16Hz, sendo: 100Hz superficial; 48Hz Intermediário; 16Hz Profundo Ciclo de pulso ou Porcentagem de pulso • 25% • 50% • 75% INTENSIDADE TEMPO25ms 25ms75ms 75ms 25ms INTENSIDADE TEMPO50ms 50ms 50ms 50ms 50ms INTENSIDADE TEMPO75ms 25ms 25ms75ms 75ms Intensidade A intensidade é a taxa na qual a energia é liberada em área por unidade, e é expressa em unidades de watts por centímetro quadrado (w/cm2); (Ziskin et al., 1996). A intensidade utilizada na estética varia de 0,1 até 2,0 no modo contínuo e 0,1 até 3,0 no modo pulsado. Cálculo de Intensidade Modo Contínuo 5,0 cm = 2W/cm2 cm tec adiposo = x Modo Pulsado 5,0 cm = 3W/cm2 cm tec adiposo = x Tempo Estima aplicação do tempo, sendo 1 minuto por área do cabeçote. Numa área de 10 cm2, teremos 4 áreas do cabeçote, então... 4 minutos . Formas de acoplamento Método Direto Este método é usado para tratamento de áreas planas, regulares, sem acidentes ósseos, sem meios de contaminação e que suportem a pressão do transdutor. Técnica: Utilizar meio acoplador (gel com ou sem princípio ativo). Realizar movimentos circulares ou deslizamentos leves com uma certa pressão, não permitindo o levantamento do transdutor. Tempo total de aplicação As opiniões expostas nas literaturas sobre a duração do tratamento são variáveis dependendo da dimensão a ser tratada, da intensidade de saída e das metas terapêuticas do tratamento (Starkey, 2001) A literatura sugere que não ultrapasse 20 minutos por área de tratamento, para que não haja lesão e produção de radicais livres. Efeitos Biofísicos da Aplicação de Ultrassom Efeitos não-térmicos: alterações dentro dos tecidos, resultantes do efeito mecânico da energia ultrassônica; Efeitos térmicos: alterações dentro dos tecidos, como um resultado direto da elevação da temperatura do tecido, provocada pelo ultrassom. Efeitos mecânicos Efeitos não térmicos Aumento da permeabilidade da membrana celular. Taxas alteradas de difusão através da membrana celular. Aumento da permeabilidade vascular. Aumento do fluxo sanguíneo. Aumento da atividade fibroblástica. Estimulação da fagocitose. Síntese de proteína. Redução de edema. Síntese de colágeno. Difusão de íons. Efeitos mecânicos Efeitos Térmicos Não Aumento da extensibilidade das estruturas ricas em colágeno. Não Aumento da deposição de colágeno. Não Aumento do fluxo sanguíneo. Não Redução do espasmo muscular. Não Aumento da atividade dos macrófagos. Não Melhora da adesão dos leucócitos a células endoteliais danificadas. Ação Coloide química ou Tixotrópica Transformação de géis coloidais em líquidos Diminuição da hiperpolimerização da substância fundamental intersticial; Inibição do extravasamento de serum para o meio extravascular; Diminuição do edema intersticial; Diminuição da compressão vascular; Ativação da circulação; Remoção dos detritos metabólicos que irritam o tecido conjuntivo → minimizando o processo de fibrose. Ação Coloide química Com a transformação de gel em líquido, temos os seguintes benefícios: Captação mais efetiva do excesso de líquidos do meio intersticial pelo sistema linfático Redução do edema Redução dos processos de HLDG Redução dos processos de fibrose Cavitação Cavitação é um fenômeno físico que ocorre quando uma energia mecânica interage com fluidos em ondas de compressão e descompressão produzindo bolhas de gás. A dimensão dessas bolhas varia de acordo com a intensidade de energia aplicada e com a viscosidade do meio no qual é aplicada. Tipos de cavitação Estável: Não há ruptura das bolhas de gás, apenas leve agitação, produzindo calor. Instável: Há ruptura das bolhas de gás, elevando em demasia a temperatura, podendo romper a membrana das células, levando a apoptose (morte programada). Cavitação Estável Ação fibrinolítica: lise, quebras das proteínas depositadas em excesso no tecido e rearranjo e modulação da deposição de fibras de colágeno no tecido conjuntivo subcutâneo. Produção de calor. Cavitação Instável Redução da adiposidade localizada pela morte dos adipócitos. Fonoforese A energia ultrassônica pode ser utilizada para liberar ativos cosméticos nos tecidos pelo processo de fonoforese. A teoria da fonoforese é semelhante à da iontoforese, mas essa técnica não necessita que o produto seja eletricamente carregada porém, o produto deve conter moléculas de tamanho pequeno e baixo peso molecular, diluídos em base hidrossolúvel, ou seja, gel. Fonoforese É um processo em que fisicamente o ultrassom leva o medicamento através da pele e penetre mais profundamente nos tecidos por via transanexial. Fatores da pele que determinam a taxa de difusão de ativos com auxilio da fonoforese Hidratação: Quanto maior o conteúdo da água, mais permeável é a pele à passagem de ativos. Idade: A desidratação ocorre com o envelhecimento da pele; também diminuem o conteúdo de lipídeos. Resíduos na pele. Vascularização: Áreas altamente vascularizadas são mais aptas a permitir a transferência de ativos para tecidos profundos. Espessura: A pele espessa oferece uma barreira muito mais incomoda à permeação de ativos. Aplicação Utilizar meio de contato em gel SEMPRE; Evitaraquecimento em lesões agudas; Mover constantemente o cabeçote; Preparação do Cliente Verificar se não há contraindicações. Determinar o método e o modo de aplicação de ultrassom a serem utilizados durante o tratamento. Limpar o local a ser tratado, para remover oleosidade, impurezas ou pó. Indicações Hidrolipodistrofia Ginóide Fibrose Quando se deseja a penetração de algum principio ativo, respeitando as contraindicações. Feridas Tecido cicatricial HLDG Cuidados e Contraindicações Sobre o tórax de cardiopatas ou portadores de marca-passo cardíaco; Gestantes; Sobre as gônadas (ovários e testículos); Sobre os olhos; Sobre epífises de crescimento em crianças e jovens; Sobre regiões corporais previamente expostas a radiação; Cuidados e Contraindicações Pacientes com hemofilia não-controlada; Pacientes portadores de tumores malignos; Pacientes com processos infecciosos; Sobre áreas com distúrbios vasculares periféricos, como trombose venosa profunda (TVP) ou aterosclerose severa; Sobre a pele com lesão cutânea ou irritações; Slide 1: ULTRASSOM Slide 2: O que é? Slide 3: Definição Slide 4: Produção de ultrassom Slide 5: Produção de ultrassom Slide 6 Slide 7: Parâmetros para terapia do ultrassom Slide 8: Frequência Slide 9: Frequência Slide 10: Modo de Emissão Slide 11: Modo de Emissão Contínuo Slide 12: Modo de emissão Pulsado Slide 13: Modo de Emissão Pulsado Slide 14: Modo de Emissão Pulsado Slide 15: Ciclo de pulso ou Porcentagem de pulso Slide 16: Intensidade Slide 17: Cálculo de Intensidade Slide 18: Tempo Slide 19: Formas de acoplamento Slide 20: Tempo total de aplicação Slide 21: Efeitos Biofísicos da Aplicação de Ultrassom Slide 22: Efeitos mecânicos Slide 23: Efeitos mecânicos Slide 24: Ação Coloide química ou Tixotrópica Slide 25: Ação Coloide química Slide 26: Cavitação Slide 27: Tipos de cavitação Slide 28: Cavitação Estável Slide 29: Cavitação Instável Slide 30: Fonoforese Slide 31: Fonoforese Slide 32: Fatores da pele que determinam a taxa de difusão de ativos com auxilio da fonoforese Slide 33: Aplicação Slide 34: Preparação do Cliente Slide 35: Indicações Slide 36: HLDG Slide 37: Cuidados e Contraindicações Slide 38: Cuidados e Contraindicações