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a. I e III, apenas. b. I, II, III e IV. c. II e IV, apenas. d. I, II e IV, apenas. e. I, II e III, apenas. Taís e Pedro são casados pelo regime de comunhão universal de bens. Recentemente, Taís foi diagnosticada com uma doença bastante importante. Após o início do tratamento, Pedro solicitou ao plano de saúde a cobertura das despesas, ao que recebeu a negativa do custeio por conta de ser a patologia preexistente à contratação do plano. Diante de tal cenário, o casal decidiu colocar à venda o imóvel em que residem, de sua propriedade, cujo valor de mercado é de R$ 800 mil reais. Contudo, tendo em vista a urgência na necessidade de obtenção de recursos para o custeio do tratamento de saúde de Joana, o imóvel foi anunciado pelo montante de R$ 100 mil reais. Edson, terceiro que estava em busca de um imóvel para aquisição, ao se deparar com o anúncio do imóvel de Taís e Pedro, entendeu tratar-se de um negócio imperdível. E, nesse sentido, sem qualquer intenção de obter ganho exagerado ou causar prejuízo aos vendedores, apresentou proposta para compra do bem em 25.08.2019. Aceita a proposta pelos vendedores, a compra foi concretizada em 30.08.2019, via instrumento particular firmado pelas partes. Todavia, na data de 31.08.2022, Taís e Pedro, questionando a validade do negócio jurídico formalizado, ingressaram com ação judicial contra Edson. Fonte: Saraiva Educação. A partir das informações apresentadas, analise as afirmativas a seguir: I. O negócio jurídico é passível de anulação, eis que atingido pelo vício da lesão. II. A ação judicial proposta está prescrita, pois proposta após 2 anos da data do fato. III. Caso Edson complemente o valor originalmente pago, o negócio não será anulado. IV. O negócio, formalizado via contrato particular não registrado, produz efeito perante terceiros Considerando o contexto apresentado, é CORRETO o que se afirma em: Escolha uma: a. I - 3; II - 4; III - 1; IV - 2. b. I - 4; II - 3; III - 2; IV - 1. c. I - 2; II - 1; III - 4; IV - 3. d. I - 1; II - 3; III - 2; IV - 4 Questão 2 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Texto I Prescrição e decadência são institutos que traduzem a influência do tempo sobre o exercício dos direitos. Destinam-se, em última análise, a impedir a eternização de conflitos na vida social, extinguindo posições jurídicas que seus respectivos titulares não façam valer após certo lapso temporal. O estudo da prescrição e da decadência consiste no que já foi denominado de um dos campos mais áridos do direito civil. O tema é dominado, na esfera legislativa, por uma técnica normativa regulamentar, que resulta em dispositivos legais de caráter muito específico, e, na esfera doutrinária, por um forte dogmatismo, dificultando a influência dos valores constitucionais sobre esses dois institutos, como se verá mais adiante. Além disso, a aplicação concreta da prescrição e da decadência gera quantidade tão grande de controvérsias práticas que o jurista italiano Bruno Troisi, em conhecida passagem, afirmou: “É quase uma ironia do destino que institutos destinados, segundo a opinião dominante, a garantir a certeza dos fatos sejam eles próprios fonte de profundas incertezas em diversos dos seus aspectos”. Fonte: SCHREIBER, A. Manual de direito civil contemporâneo. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E- book. p. 547-548. De acordo com as informações apresentadas na tabela a seguir, faça a associação da Coluna A com a Coluna B. Coluna A Coluna B I. Trata-se da perda do direito de ação do autor que abandona o processo e enseja sua extinção por três vezes. Instituto de ordem processual. 1. Prescrição II. Trata-se da perda de direito potestativo pela inércia do seu titular em exercê- lo no período fixado em lei. Instituto de ordem material. 2. Preclusão III. Trata-se da perda de uma pretensão, nascida de um direito violado, pela inércia do seu titular em exercê-la no prazo legal. Instituto de ordem material. 3. Perempção IV. Trata-se da perda de uma faculdade processual (manifestação), por não ter sido exercida no momento próprio. Instituto de ordem processual. 4. Decadência Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. Escolha uma: e. I - 4; II - 1; III - 2; IV - 3. Questão 3 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Texto I De todos os ônus processuais, o mais notório é o ônus da prova. Ele pode ser entendido como o interesse da parte em produzir provas acerca de determinado fato alegado, isto é, o interesse em provar os fatos que deseja ver considerados verdadeiros pelo magistrado. Com isto, a parte estará colaborando para o acolhimento de sua própria pretensão e sua eventual omissão não prejudicará em nada seu adversário (ao contrário, irá verdadeiramente favorecê-lo). O ônus da prova pode ser encarado sob o prisma subjetivo, enquanto regra de conduta para as partes, e sob o aspecto objetivo, enquanto regra de julgamento para o magistrado. Ou seja, é a partir do ônus da prova que se define qual das partes deverá produzir a prova de determinado fato (e, consequentemente, qual delas será prejudicada pela eventual falta de provas), bem como se orienta o magistrado para decidir sobre o fato controvertido, duvidoso ou desconhecido. Sob o enfoque objetivo, pode-se ainda dizer que a atribuição do ônus da prova constitui um instrumento de exteriorização de dois valores: o de facilitar a atividade jurisdicional e o da equidade. Isso porque, como visto, o juiz é compelido a decidir, ainda que não esteja totalmente convencido. Muitas vezes, a extensão da dilação probatória poderá significar uma inútil protelação do desfecho do processo, com prejuízo à sua própria finalidade, que é assegurar a pacificação social, por meio de uma tutela justa, équa e tempestiva. Assim, se após a instrução probatória persistirem dúvidas consistentes no espírito do julgador, de modo que ele não consiga formar um juízo de probabilidade razoável, deve recorrer às regras do ônus da prova e decidir conforme a desincumbência de cada parte da tarefa que lhe competia. Como se vê, as regras sobre o ônus da prova ajudam o juiz a formar um juízo afirmativo ou negativo sobre a pretensão que lhe é submetida à análise, não obstante a incerteza quanto às circunstâncias de fato, cuja verdade não se pode comprovar. (...) Hoje, doutrina e jurisprudência reconhecem a existência de um direito constitucionalmente garantido à prova, o qual guarda uma evidente relação com os direitos de ação e de defesa. Este direito à prova deve assegurar à parte a oportunidade de se valer dos meios de prova geralmente reconhecidos pelo ordenamento e, ao mesmo tempo, impedir o legislador de criar obstáculos injustificados à prova dos fatos que se deseja sejam considerados em juízo. O direito de ação se traduz em mero flatus vocis se não for sustentado, na prática, pela possibilidade de a parte apresentar ao juiz os elementos de prova que lhe são favoráveis. Assim, ao mesmo tempo em que esta visão da prova possibilita que os particulares comprovem suas alegações por todos os meios admitidos no Direito (o que aumenta suas condições de influenciarem o convencimento do juiz), também permite o aperfeiçoamento dos instrumentos de solução das controvérsias judiciais (dando maior efetividade à tutela jurisdicional e maior legitimidade ao sistema processual). É claro que a atividade processual não é capaz de obter uma verdade absolutamente correspondente à realidade dos fatos; todavia, sua busca é um ideal a ser perseguido, até porque justiça e verdade real estão intimamente relacionadas (é difícil conceber uma decisão justa, se seu prolator não teve a menor preocupação em investigar cuidadosamente os fatos). Assim, se o Estado se propõe a proferir sentenças justas, deve assegurar às partes o direito à prova e estabelecer uma disciplina probatória que possibilite aproximar-se da verdade: com indagações mais profundas e com a ampliação da atividade das partes e do juiz na colheita das provas, melhor o conhecimento e maiores as chances de se obter uma decisão justa. A partir dasinformações apresentadas, relativamente à dinâmica da prova produzida em juízo, considere a ordem sequencial em que ocorrem as etapas a seguir: 1. Valoração da prova 2. Requerimento de prova 3. Ajuizamento da demanda a. A sequência correta é: b. 3, 2, 4, 5, 1. c. 1, 3, 4, 5, 2. d. 3, 4, 2, 1, 5. e. 3, 2, 4, 1, 5. 4. Admissibilidade da prova 5. Produção da prova A sequência correta é: Escolha uma: a. Decai em 2 anos, do fim do ato, a ação anulatória de negócio jurídico com erro. b. O negócio jurídico firmado por instrumento inválido será automaticamente nulo. Questão 4 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Texto I Improcedente anulação de negócio não cumprido para matar mulher que não conseguia suicidar O juiz da 4ª Vara Cível de Taguatinga julgou improcedente o pedido de anulação de negócio jurídico firmado por uma mulher, com o réu, pelo não cumprimento do negócio, que seria matá-la, uma vez que não conseguia suicidar, apesar de várias tentativas frustradas. A autora pedia o retorno das partes ao estado anterior, condenando o réu às consequências legais. Segundo a autora, após diversos anos de atividade laborativa, desenvolveu patologia psiquiátrica com quadro depressivo-ansioso crônico, com aspecto suicida, tendo sua capacidade de trabalho comprometida. Porém, sem conseguir se suicidar, acabou por procurar alguém que pudesse tirar-lhe a vida, vindo a encontrar o réu. Este teria lhe exigido pagamento, levando consigo diversos produtos, além de veículo automotor - transferido a ele por instrumento procuratório. Por último, narrou que o réu, após receber o veículo e a procuração, deixou o local, sem atender, inclusive, a ligações telefônicas. A autora relata que comunicou o fato à autoridade policial e o réu impugnou os fatos articulados pela autora. Houve tentativa de conciliação, e não havendo acordo, houve oitiva de uma testemunha e da autora que apresentou contradições quanto ao "pacto macabro". O magistrado anotou que foi constatado o instrumento procuratório dado em causa própria, com estipulação de preço e cláusulas de irrevogabilidade, o que deixa entrever, para o Juízo, que a autora não sofria qualquer mal que a inviabilizasse de manifestar vontade frente ao tabelionato público. Em sua decisão o juiz discorreu sobre alguns aspectos do que seria um negócio jurídico. Nessa ótica lembrou que "a declaração de vontade é pressuposto do negócio jurídico (plano da existência) e sua exteriorização livre e consciente é elemento de validade do negócio jurídico (plano da validade). Também citou que "os negócios jurídicos realizados com base em uma manifestação de vontade em desacordo com o verdadeiro querer do agente, nas hipóteses de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão - os chamados vícios de consentimento – são anuláveis." Nesse sentido, o magistrado citou, ainda, que "em função da presunção de veracidade dos atos praticados e dos princípios da boa-fé e da segurança das relações jurídicas, para a anulação do negócio jurídico exige-se prova inequívoca". Outrossim, nulo é o negócio jurídico quando for "impossível ou indeterminado o seu objeto, e o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito." Nesse contexto, o magistrado ressalta o fundamento para o pedido da autora quanto à nulidade do negócio jurídico, que seria o seu estado de enfermidade em consentir com a alienação do veículo automotor ao réu, sob a promessa de que este, a pedido dela, matá-la-ia. Nesse sentido, a "hipótese dos autos, em verdade, não diz respeito a vício de consentimento, mas da própria nulidade do negócio jurídico, dado o objeto ilícito". Destacou, assim, que no contexto probatório dos autos, sequer ficou demonstrado o negócio jurídico, sendo portanto impossível discutir sua nulidade ou sua anulabilidade". Assim, o juiz julgou o pedido formulado improcedente e encerrou a ação em seu mérito. No que tange aos vícios e nulidades dos negócios jurídicos, conforme disposições da Parte Geral da Lei 10.406, qual alternativa se apresenta CORRETA? Escolha uma: c. O negócio jurídico anulável pode ser objeto de confirmação pelas partes. d. A invalidade das obrigações acessórias acarreta a invalidade da obrigação principal. e. O instrumento particular com data diversa da verdadeira enseja a lesão. a. A asserção I é uma proposição falsa e a II, verdadeira. b. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II, falsa. Questão 5 Correto Atingiu 1,00 de 1,00 Texto I Toda doutrina é unânime em salientar que a declaração da vontade é elemento essencial do negócio jurídico. Para que este validamente exista, é indispensável a presença da vontade e que esta haja funcionado normalmente. Só então o negócio produz os efeitos jurídicos colimados pelas partes. Tanto isso é verdade que se a vontade for inexistente o negócio jurídico existe apenas de fato na aparência, mas não no mundo jurídico, pois será nulo. P. ex., há ausência total de vontade se uma senhora concorda sob o efeito de hipnose com a venda de uma casa, porque o estado hipnótico exclui a consciência e a vontade; apresentando-se como uma alienação provisória, acarreta incapacidade para consentir. Se, entretanto, existe a vontade, porém sem correspondência com aquela que o agente quer exteriorizar, o negócio jurídico será viciado ou deturpado, tornando-se anulável se no prazo decadencial de 4 anos for movida ação de anulação. (...) Ensina Clóvis que “esses vícios aderem à vontade, penetram-na, aparecem sob forma de motivos, forçam a deliberação e estabelecem divergência entre a vontade real, ou não permitem que esta se forme”. Há desavença entre a vontade real e a declarada. Existem, ainda, hipóteses em que se tem uma vontade funcionando normal mente, havendo até correspondência entre a vontade interna e sua manifestação, entretanto, ela desvia-se da lei, ou da boa-fé, infringindo o direito e prejudicando terceiros, sendo, por isso, o negócio jurídico, que assim se apresentar, suscetível de invalidação. (...) Não são vícios puramente psíquicos, afirma Clóvis; não estabelecem desarmonia entre o que se passa no recesso da alma e o que se exterioriza em palavras ou fatos; são vícios sociais que contaminam a vontade manifestada contra as exigências da ordem legal, tornando tal elemento volitivo juridicamente inoperante. Fonte: DINIZ, M. H. Curso de direito civil brasileiro. 39. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book. p. 894- 896. A fraude contra credores é caracterizada pelo eventus damni (prejuízo causado ao credor por conta da insolvência do devedor) e o consilium fraudis (intenção do devedor ou dele aliado com terceiro de impedir os efeitos da cobrança pelos credores), sendo considerada vício de consentimento do negócio jurídico. PORQUE Enquanto no vício de consentimento se verifica uma divergência entre a vontade declarada e aquela que seria a real vontade do agente (sendo exemplos o erro, dolo, coação, estado de perigo e lesão), no vício social ocorre uma divergência entre a vontade declarada pelo agente e as exigências sociais (sendo exemplo a simulação). A respeito dessas asserções, assinale a alternativa CORRETA. Escolha uma: c. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não justifica a I. d. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II justifica a I. e. As asserções I e II são proposições falsas.