Buscar

Vestibulando Digital - História

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 245 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 245 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 245 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O Mundo Grego
A história da Grécia, como de outras civilizações, foi fortemente
condicionada pelo ambiente geográfico. A península Balcânica e muito
recortada e cercada por centenas de ilhas - tanto no mar Egeu, no
mar Jônio e no mar Mediterrâneo. O seu relevo é muito montanhoso
e com um solo árido. Em decorrência disto, os gregos irão atribuir
uma enorme importância às atividades mercantis. O solo e o clima
auxiliam o desenvolvimento da cultura de oliveira, de vinho e ao
pastoreio ( cabra e ovelha). Para suprir as necessidades de sua
população, os gregos irão se dedicar ao comércio marítimo, resultado
o processo de colonização.
Dos povos do mundo antigo, os helênicos foram os que
melhores refletiram o espírito do homem ocidental. A idéia de
liberdade, o racionalismo, o conceito de cidadania, a filosofia e as
bases da ciência moderna surgiram como glorificação grega ao
espírito humano.
O processo histórico da civilização Helênica está assim dividido:
1.Período Pré-Homérico - século XX a.C ao século XII a.C .
2.Período Homérico - século XII a.C ao século VIII a.C.
3.Período Arcaico - século VIII a.C ao século VI a.C .
4.Período Clássico - século V a.C ao século IV a.C.
 As características de cada período serão analisadas a seguir.
Período Pré-Homérico.
Do povoamento da península Balcânica à
Primeira Diáspora.
A península Balcânica já era habitada pelos pelasgos desde o
final do período Neolítico. À partir de 2000 a.C., povos de origem
indo-européia - os Helenos - começam a entrar na região. Os helenos
eram uma mistura de raças que falavam uma língüa de filiação indo-
européia e possuiam essencialmente a mesma cultura.
Os primeiros helenos foram os Aqueus que dominaram as
cidades de Micenas, Tróia, Tirinto e, por fim, conquistaram a ilha de
Creta. Com o domínio aqueu sobre Creta originou-se a Civilização
Micênica.
A seguir, nova onda de helenos sobre a península, desta feita
são os chamados Jônios e Eólios, que se fixaram na Ática e na Ásia
Menor.
A última leva foi a dos Dór ios ( 1200 a.C. ) que se
estabeleceram no Peloponeso. Possuindo armas de ferro, os dórios
arrasaram as principais cidades da Hélade, provocando uma onda de
horror e destruição, causando uma dispersão dos povos para fora da
península - a chamada Primeira Diáspora grega e um regresso na
organização social, econômica e política das comunidades. Como
conseqüência deste retrocesso resulta a formação do SISTEMA
GENTÍLICO.
A Primeira Diáspora ocorreu em direção às ilhas do mar Egeu e
à Asia Menor.
Período Homérico.
O sistema gentílico e a sua crise.
A principal fonte histórica para a compreensão deste período
têm sido os poemas épicos Ilíada e Odisséia , atribuídos à Homero.
Ao que tudo indica, as obras foram escritas em momentos diferentes,
sendo que a Ilíada descreve a Guerra de Tróia e a Odisséia narra as
peripécias do astuto Ulisses, em sua viagem de volta para Ítaca após
a Guerra de Tróia.
Com a invasão dos dórios, há um acentuado declínio da
organização social, que retrocedeu à formas muito simples.
Formaram-se os GENOS que eram grupos de parentes
consangüíneos, descendentes de um mesmo antepassado.
Os genos constituíam uma unidade econômica, social, política e
religiosa. A seguir as suas principais características:
ECONOMIA: de consumo, ou seja, auto-suficiente; os bens de
produção eram coletivos; predomínio da agricultura e ausência da
propriedade privada.
SOCIEDADE: uma relativa igualdade social em virtude da
ausência da propriedade privada.
POLÍTICA; o exercício do poder político estva com o pater-
familias (o patriarca) responsável pelo culto dos antepassados.
Com o passar do tempo, a comunidade gentílica começa a
enfrentar problemas, sendo que o principal será o crescimento
demográfico. Este crescimento demográfico um enorme desequilíbrio
econômico, pois a produtividade agrícola continua a mesma. Tal
situação provoca uma onda de fome, miséria e epidemias.
Com estes problemas a serem solucionados, tem início o
surgimento da propriedade privada: terra, gado e instrumentos são
divididos. Nesta divisão, alguns serão beneficiados - origem dos
grandes proprietários; outros se tornarão pequenos proprietários e
um grande número de indivíduos ficarão sem terras.
Como consequência desta crise, há a desintegração do sistema
gentílico e o início de uma nova organização política, que será a
marca principal do mundo helênico: a PÓLIS.
A crise gentílica também será a responsável pela chamada
SEGUNDA DIÁSPORA grega, que será o processo de colonização
grega de áreas do mar Mediterrâneo ( norte da África, sul da Itália,
da França e Espanha ).
Período Arcaíco.
A formação e o desenvolvimento das
Póleis.
Como vimos, à partir da crise do sistema gentílico, os gregos
conhecem a formação das cidades-estado (Pólis) e realizam a
colonização do mar Mediterrâneo. Primeiro observe os fatores desta
colonização:
- crescimento demográfico e a crise dos genos;
- existência de um número muito grande de pessoas sem
acesso à terra;
- escassez de alimentos e terras férteis;
- desenvolvimento da arte de navegação.
O processo de colonização grega deu-se no mar Mediterrâneo,
mar Negro, o sul da Itália e da Gália. Destas áreas coloniais
provinham o trigo, o azeite, o vinho, ferro e estanho para a Hélade.
Deve-se Ter em mente que as colônias gregas não ficam
submetidas às metrópoles - cidades fundadoras - nem política, nem
militarmente. O vínculo da colônia com a metrópole era de caráter
econômico e cultural.
Como conseqüências da colonização têm-se: o desenvolvimento
do comércio marítimo grego, a introdução da moeda para facilitar as
trocas comerciais, o desenvolvimento da escrita, o processo de
codificação da lei e o urbanismo.
A importância do período arcaíco se estende. Foi nesta época
que a cidade-estado desenvolveu-se. Suas principais características
serão agora analisadas.
Toda cidade-estado é rigorosamente autônoma: leis próprias,
moeda própria e sistema político próprio. Este arraigado sentimento
de liberdade foi, em boa parte, influenciado pelo relevo grego: entre
as planícies surgem as cidades, separadas uma das outras por
maciços montanhosos.
Uma pólis era constituída pela Acrópole- construção na parte
mais elevada da cidade e com função militar e religiosa; a Ágora -
praça pública, que era o espaço utilizado para o debate político.
Desenvolveu-se no mundo grego mais de 160 póleis,
primitivamente governadas por um rei, o Basileu. Destas duas
merecem destaques: ATENAS e ESPARTA, agora analisadas.
ESPARTA e o militarismo.
Localizada na planície da Lacônia e tendo como fundadores os
dórios, Esparta, ao longo do século VIII a.C. passa por grandes
transformações. Estas transformações estão ligadas ao processo de
conquista da planície da Messênia, o que acarretou um enorme afluxo
de escravos. A escravidão levou Esparta a realizar uma alteração no
regime de terras. As centrais - que eram as mais férteis, passaram a
ser do estado, que cedia seu usufruto aos cidadãos espartanos. Cada
lote de terra já vinha com um certo número de escravos. As terras
periféricas eram entregues aos periecos, que pagavam impostos ao
estado.
Desta forma, Esparta vai apresentar o seguinte quadro social:
Espartanos ou Espartíatas: grupo dominante com direitos
políticos e militares;
Periecos: homens livres, porém sem direitos políticos e que se
dedicavam aos trabalhos rurais e urbanos;
Hilotas: os escravos pertencentes ao Estado.
A sociedade espartana era voltada para as atividades bélicas,
daí ser a educação eminentemente militar. Este militarismo irá
desenvolver a xenofobia, ou seja, uma aversão aos estrangeiros e o
laconismo, que significa o não desenvolvimento do senso crítico.
Também ao longo do século VIII a.C. Esparta atinge a
maturidade política, consolidando o regime oligárquico, no qual o
exercíciodo poder político e de exclusividade dos grandes
proprietários de terras.
A constituição política de Esparta, atribuída a Licurgo apresenta
o seguinte organização:
GERÚSIA: principal instituição. Composta por 28 gerontes,
responsáveis pelas leis, escolha dos membros dos Éforos e da
Diarquia.O cargo era vitalício.
ÉFOROS: formavam o poder executivo. Composto por 05
magistrados indicados pela Gerúsia e aprovados pela Ápela. Mandato
anual.
ÁPELA: a Assembléia dos cidadãos. De caráter consultivo e
aprovava as decisões da Gerúsia.
DIARQUIA: dois reis, indicados e com poderes vitalícios.
Possuiam as funções militar e sacerdotal.
ATENAS E A DEMOCRACIA.
Constituída pela união de aldeias da Ática, Atenas possuía uma
localização geográfica privilegiada: um excelente porto e uma
proteção natural contra ataques estrangeiros. Desde cedo, a
atividade mercantil terá um importante papel. Atenas será uma
cidade com intensa atividade comercial, o que vai representar o
desenvolvimento de uma complexa sociedade, esquematizada
abaixo:
EUPÁTRIDAS: grupo politicamente dominante, formado pelos
grandes proprietários de terras.
GEORGÓIS: camada dos pequenos proprietários. A situação de
pobreza deste grupo é tanta que muitos se transformam em escravos
por dívidas.
DEMIURGOS: são os trabalhadores urbanos.
THETAS: Grupo marginalizado e sem terras. Muitos se dedicam
às atividades comerciais.
METECOS: comerciantes estrangeiros.
ESCRAVOS: ou por dívidas ou adquiridos em guerras.
Constituem a principal força de trabalho. Produtores da riqueza no
mundo grego.
Os conflitos políticos de Atenas.
A classe comerciante de Atenas, organizada no partido Popular,
pressiona o governo, representado pela aristocracia, reunida no
partido Aristocrático. O partido Popular tinha como metas o fim das
leis orais, o fim da escravidão por dívidas e exigia uma maior
participação nas decisões políticas. Da pressão das camadas
populares - algumas bastante violentas - a aristocracia ateniense fez
algumas concessões. Em 621 a.C., Drácon elaborou uma legislação
escrita e, em 594 a.C. Sólon foi o responsável por um conjunto de
reformas na economia- criando um padrão monetário, de pesos e
medidas; na sociedade - abolindo a escravidão por dívidas e, no
campo político estabeleceu o voto censitário, onde a participação
política dar-se-ia pela riqueza do indivíduo.
As tensões sociais não diminuíram, apesar das reformas acima,
possibilitando a ascensão de Psístrato, o primeiro tirano de Atenas,
no ano de 560 a.C. A fase da tirania prossegue com Hípias, Hiparco e
Iságoras. A tirania é caracterizada pela realização de obras públicas e
pela ampliação de reformas, para conseguir o apoio popular.
A Democracia ateniense.
Durante o governo de Iságoras, houve uma aliança de alguns
nobres atenienses com Esparta, resultando em novos conflitos
sociais. Destes conflitos, Clístenes - um aristocrata - assume o poder
e inicia uma série de reformas políticas e sociais, sendo por isto
reconhecido como o pai da democracia ateniense. Entre suas
reformas destacam-se:
- aumento no número de ciadadãos, organizados nos DEMOS
(unidade política que forma a tribo. O cidadão deve estar
inscrito em uma tribo.);
- implantação da isonomia, que significa a igualdade dos
cidadãos perante as leis;
- criado o ostracismo, ou seja, a cassação dos direitos do
cidadão
que fosse considerado perigoso para o Estado.
 A democracia ateniense vai apresentar a seguinte constituição:
ECLÉSIA: Assembléia dos cidadãos, possuia o poder de vetar as
leis. Composta por todos os cidadãos.
BULÉ: responsável pela elaboração das leis. Formada por 500
cidadãos indicados pela Eclésia.
 HELIÉIA: formada por doze tribunais, responsáveis pela
aplicação da justiça.
 ESTRATEGOS: Poder Executivo composto pelos estrategos,
eleitos pela Eclésia. Mandato anual.
A democracia ateniense será direta e limitada. Direta pois os
cidadãos estão reunidos em praça pública tomando as decisões e
limitada. Estavam excluídos do exercício político os escravos,
pequenos proprietários, trabalhadores urbanos e todas as mulheres.
A atual democracia é ilimitada, significa dizer que à partir de
uma certa idade, todos têm direitos políticos. No entanto esta
democracia não é direta, mas sim representativa.
Durante o governo de Péricles (444 a 429 a.C.) a democracia
ateniense atinge o seu apogeu.
Período Clássico - a época das
hegemonias.
Período marcado pelo imperialismo e pelas hegemonias.
O imperialismo antigo está caracterizado pelas Guerra Médicas,
disputa das cidades gregas contra o expansionismo dos persas.
Em 490 a.C. os atenienses venceram os persas na planície da
Maratona. À partir desta vitória, os atenienses passam a liderar as
demais cidades gregas contra os persas, através de uma liga militar,
A Confederação de Delos. No ano de 448 a.C., com a assinatura do
Tratado de Susa, os persas reconhecem o domínio dos gregos no mar
Egeu.
Com o fim da guerra, Atenas passa a exercer uma hegemonia
política e cultural sobre as demais póleis. A Confederação de Delos foi
mantida - sob o argumento de que os persas podiam voltar - e o
pagamento de tributos voltados para a guerra continuaram a serem
cobrados. Estes recursos foram aplicados para o desenvolvimento de
Atenas.
Este período de esplendor ateniense, o século V a.C. é
conhecido como o "Século de Péricles" , ou "Século de ouro",
marcado pelo aperfeiçoamento das instituições democráticas, pela
construção de obras públicas e pelo grande desenvolvimento das
artes e do pensamento filosófico. Fídias, Sófocles, Heródoto e
Sócrates são alguns dos nomes deste período.
GUERRAS DO PELOPONESO.( 431 a 404 a.C.)
Trata-se de uma guerra civil, contra a hegemonia de Atenas e
contra a Confederação de Delos.
A cidade de Esparta declara guerra à Atenas no ano de 431 a.C.
e organiza uma liga militar, a Liga do Peloponeso.
Com o final das guerras em 404 a.C., Esparta inicia uma
hegemonia militar sobre as cidades gregas.
As guerra civis continuam por um certo período, Tebas exercerá
também um domínio sobre as póleis.
Estas guerras internas enfraquecem as cidades gregas,
possibilitando a invasão de um povo estrangeiro, os macedônicos.
Período macedônico - o mundo
helenístico.
A história autônoma do mundo grego estende-se até o ano de
338 a.C. , quando Filipe da Macedônia conquista a Grécia, após a
Batalha de Queronéia. A vitória macedônica foi facilitada pelas
rivalidades internas das cidades gregas.
Com a morte de Filipe, seu filho Alexandre Magno ocupa o
poder é inicia uma grande expansão territorial, formando o Império
Helenístico. Este império era formado pela Macedônia, Grécia, Ásia
Menor, Egito, Mesopotâmia, Assíria e Pérsia.
A civilização helenística é consequência da fusão cultural
helênica
(grega) com a oriental ( Egito e Pérsia), caracterizada pela política de
casamento entre os gregos e os orientais, pela manutenção dos
cultos religiosos e pelo predomínio do grego como idioma oficial. Os
principais centros de difusão do helenismo foram as cidades de
Alexandria, Pérgamo e Antióquia.
Em 323 a.C. com a morte de Alexandre Magno, o império foi
dividido em quatro partes: Mesopotâmia, Egito, Ásia Menor e Grécia.
CULTURA GREGA.
RELIGIÃO - elemento fundamental da unidade cultural grega.
Caracterizada pelo politeísmo e antropomorfismo, quer dizer, os
deuses gregos assemelhavam-se aos homens, tendo a imortalidade
como a única distinção.
TEATRO - Muito apreciado pelo gregos a ponto de existirem os
festivais anuais. Os principais gêneros foram a tragédia e a comédia.
Seus principais representantes são:
Tragédia- Ésquilo, autor de Os Persas, Os sete contra Tebas e
Prometeu Acorrentado.
 Sófocles, com as peças Édipo-rei e Antígona.
 Eurípedes, com enorme senso crítico e autor de
Médeia.
Comédia - Aristófanes,que escreveu As rãs, As vespas e A paz.
 EXERCÍCIOS
1. (UEMT) - O enfraquecimento das cidades gregas, após a Guerra do
Peloponeso (431/404 a.C.), possibilitou a conquista da Grécia
pelos:
a) bizantinos b) hititas c) assírios d) persas
e) macedônios.
2. (FUVEST) Na antigüidade, a escravidão foi uma instituição:
a) presente com igual importância econômica em todas as
sociedades mediterrâneas;
b) restrita às cidades-Estado da Grécia e à Roma republicana e
imperial;
c) tão importante na sociedade do Egito e da Mesopotâmia quanto
nas da Grécia e de Roma;
d) marcante nas sociedades grega e romana só a partir de um
determinado estágio do desenvolvimento de ambas;
e) desconhecida nas chamadas sociedades hidraúlicas do Egito e
da Mesopotâmia e entre os hebreus e fenícios.
3) (MACK) Foram traços característicos da democracia grega:
a) o fato de ser direta e excluir mulheres, estrangeiros e escravos;
b) o fato de ser representativa e se estender a toda a população;
c) Ter mantido a unidade gentílica e os privilégios dos eupátridas;
d) Ter beneficiado os escravos, que passaram a ser considerados
cidadãos com direitos políticos;
e) Não possuir mecanismos que defendessem o regime
democrático contra possíveis golpes autoritários.
 4) (UNIP) Sobre as Guerra Médicas, ocorridas durante o Período
Clássico da Antiguidade Grega, podemos afirmar que:
a) foram provocadas pelo imperialismo ateniense na Época de
Péricles;
b) caracterizaram-se pela disputa militar entre gregos e
macedônios;
c) inserem-se no quadro do imperialismo persa;
d) envolveram os partidários da Confederação de Delos e as
cidades-Estado da Liga do Peloponeso;
e) deram a vitória aos espartanos, que iniciaram um política
imperialista.
 5) (UFRN) - A colonização grega do século VIII a.C. foi um
processo econômico, mas também:
a) uma estratégia política de ocupação e civilização do
Mediterrâneo;
b) de liberação do comércio no Mediterrâneo;
c) a causa da decadência da Grécia;
d) implicou a destruição dos povos que foram colonizados;
e) provocou uma emigração considerável do território da Grécia.
6) (UnB) - Num visão mais ampla do Mundo Grego, julgue as
seguintes afirmações:
(0) O Mundo Grego caracterizava-se pela desarticulação
lingüística e cultural.
(1) As cidades-Estado da Grécia eram politicamente autônomas.
(2) Com uma política imperialista, Atenas conseguiu recursos
econômicos para seu desenvolvimento cultural durante a
Época de Péricles.
(3) O sistema educativo ateniense visava à formação de
soldados fortes e disciplinados para a defesa da pátria.
(4) Em todas as manifestações artísticas e intelectuais dos
gregos, nota-se a preocupação em valorizar a figura, as
paixões e o pensamento humanos.
7) (FUVEST) Escreveram peças para o teatro, durante o "Século
de Péricles":
a) Homero, Tucídedes, Heródoto e Xenofonte;
b) Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes;
c) Sócrates, Protágoras, Platão e Aristóteles;
d) Eratóstenes, Arquimedes, Euclides e Pitágoras;
e) Píndaro, Alceu, Safo e Hesíodo.
 Respostas - 1) E 2) D 3) A 4) C 5) E
 6) F V V F V 7) B
AULA 02 - ROMA
A principal característica da história romana foi a sua expansão
territorial. Roma foi o grande império da antigüidade.
A história romana tem a seguinte periodização:
- Monarquia - de 753 a.C. à 509 a.C.
- República - de 509 a.C. à 27 a.C.
- Império - de 27 a.C. à 476 d.C.
MONARQUIA.
É um período caracterizado pelas lendas. A própria fundação da
cidade no ano de 753 a.C. está ligada à uma tradição: Enéias, que
participou da guerra de Tróia, chega à Itália e funda uma cidade -
ALBA LONGA. Os gêmeos Rômulo e Remo, descendentes de Éneias,
foram abandonados no rio Tibre. Uma loba os amamenta. Foram
recolhidos por um pastor que os educa e, mais tarde fundaram a
cidade de Roma.
A história, porém, atesta que Roma provavelmente surgiu como
uma fortificação militar - por volta do século VIII a.C. - para
defender-se dos povos etruscos.
A economia no período era baseada na agricultura e no
pastoreio. A estrutura social era formada pelos patrícios, que eram os
grandes proprietários; os clientes, que recebiam amparo e proteção
dos patrícios e os plebeus, que ocupavam a base da sociedade:
artesãos, comerciantes e pequenos proprietários.
Segundo a tradição, houve em Roma sete reis, sendo que o
último - Tarqüínio, o Soberbo - foi expulso do poder em virtude de
seu despotismo. Com sua expulsão, inicia-se o período republicano
em Roma.
REPÚBLICA.
A principal instituição de República romana será o Senado,
responsável pela direção de toda política romana. Formado por
patrícios, que ocupavam a função de forma vitalícia, o Senado era o
responsável pela condução da política interna e da política externa.
Escolhia os magistrados, que eram cargos executivos.
Os magistrados eram indicados anualmente e possuíam funções
específicas de natureza judiciária e executiva. A seguir as principais
magistraturas de Roma:
- Consulado: magistratura mais importante, ocupado
por dois militares. Um agia em Roma e outro fora
de Roma. Em casos de extrema gravidade interna
ou externa, esta magistratura - como de resto, as
outras também - era substituída pela DITADURA -
uma magistratura legal com duração de seis
meses.
- Tribunos da plebe: representantes da plebe junto
ao Senado. Possuíam o poder de vetar as decisões
do Senado que afetassem os plebeus, assegurando
assim seus direitos.
- Questor: responsável pela arrecadação de
impostos.
- Pretor: encarregado da justiça civil.
- Censor: zelava pela moral pública ( a censura) e
realizava a contagem da população ( o censo ).
- Edil: cuidava da manutenção pública - obras,
festas, policiamento, abastecimento.
Para completar a organização política, restam as Assembléias
que eram em número de três:
- Assembléia Centuriata: a mais importante da
República. Responsável pela votação de todas as
leis. Monopolizada pelos patrícios.
- Assembléia Tribunícia: composta pelas tribos de
Roma. Aqui a votação era coletiva, pela tribo. O
número de tribos de patrícios era maior do que de
plebeus.
- Assembléia da Plebe: uma conquista dos plebeus.
Tinha por finalidade escolher os tribunos da plebe.
As leis votadas nesta assembléia serão válidas a
todos os cidadãos, trata-se do plesbicito.
A luta entre patrícios e plebeus.
A sociedade romana, como já se observou, era formada por
patrícios, clientes e plebeus.
O monopólio do poder político exercido pelos patrícios,
acompanhado pelas pesadas obrigações, impostas aos plebeus - tais
como o pagamento de impostos, serviço militar obrigatório em época
de guerras e o risco de tornarem-se escravos por dívidas - provocou
enormes tensões sociais entre estas duas classes. Os plebeus
buscavam a igualdade social e política.
Através de conflitos, os plebeus conseguiram várias conquistas,
a saber:
- criação da magistratura do Tribuno da Plebe em
494 a.C..
- Lei das Doze Tábuas em 450 a.C., codificação das
leis.
- Lei Canuléia de 445 a.C. , autorizando o casamento
entre as classes.
- Lei Licínia de 367 a.C. que aboliu a escravidão por
dívidas.
- Lei Hortênsia de 287 a.C. que estabeleceu que as
medidas tomadas na Assembléia da Plebe
tivessem validade política ( plebiscito ).
A expansão territorial romana.
Roma surgiu como uma fortificação para proteger-se das
invasões estrangeiras. A evolução militar romana foi excepcional e,
ao longo da Monarquia e início da República, os romanos já haviam
conquistado toda a península Itálica. Com estas conquistas, Roma
passa a exercer uma política imperialista ( de caráter expansionista ),
entrando em choque com CARTAGO - importante colônia fenícia no
norte da África - que controlava o comércio marítimo no
Mediterrâneo.
O conflitoentre Roma e Cartago, as Guerra Púnicas, inicia-se
em 264 a.C., quando Roma anexou a Sicília, e estende-se até o ano
de 146 a.C. quando o exército romano, comandado por Cipião
Emiliano destruiu Cartago.
Atraídos pelas riquezas do oriente, Roma conquista a
Macedônia, a Grécia, o Egito e o Oriente Médio. A parte ocidental da
Europa, a Gália e a península Ibérica também foram conquistadas.
As conseqüências da expansão romana.
A expansão territorial trouxe profundas mudanças na estrutura
social, política, econômica e cultural de Roma.
1. Houve um enorme aumento da escravidão, já que os
prisioneiros de guerra eram transformados em escravos.
2. O surgimento dos latifúndios e a falência dos pequenos
proprietários. As terras anexadas ao Estado, através das
conquistas possuíam o status de "ager publicus", destinadas
aos camponeses. No entanto o patriciado acaba apossando-
se destas terras e ampliando seu poder.
3. Processo de marginalização dos plebeus, resultado do
empobrecimento dos pequenos proprietários e da expansão
do escravismo, deixando esta classe sem terras e sem
emprego.
4. O surgimento de uma nova classe social - os Cavaleiros ou
Homens-novos - enriquecidos pelo comércio e pela
prestação de serviços ao Estado: explorar minas, construir
estradas, cobrar impostos etc...
5. Aumento do luxo e surgimento de novos costumes, em
decorrência da conquista do Império Helenísitco. Como
exemplo, o culto do Mitraísmo.
6. Como resultado da marginalização dos plebeus e do
desenvolvimento do escravismo, houve um enorme êxodo
rural, tornando as cidades superpovoadas, contribuindo
para uma onda de fome, epidemias e violência. Para
controlar esta massa urbana, o Estado inicia a Política do
Pão e Circo - a distribuição de alimentos e diversão gratuita.
Com isto, o Estado romano impedia as manifestações em
favor de uma reforma agrária.
7. No plano militar, o cidadão soldado foi substituído pelo
soldado profissional, que passou a ser fiel não ao Estado
mas sim ao seu general. O fortalecimento dos generais
contribuiu para as guerras civis em Roma.
A crise republicana
A) Os irmãos Graco.
A situação de marginalidade dos plebeus, o aparecimento dos
latifúndios; levaram alguns tribunos da plebe a proporem uma
reforma agrária: foram os irmãos Tibério e Caio Graco.
Os irmãos Graco tentaram melhorar as condições de vida dos
plebeus por meio de uma reforma agrária e de uma lei frumentária.
As terras públicas ( o Ager publicus ) seriam utilizadas para
transformar o pobre urbano em camponês, bem como a ampliação
da distribuição de alimentos. Mediante estas reformas, acreditavam
os tribunos, as tensões sociais diminuiriam.
Os dois irmãos foram assassinados...
B) Os generais Mário e Sila.
O desaparecimento do cidadão soldado veio fortalecer o poder
individual de alguns generais, que se utilizavam da popularidade
diante de seus soldados para manterem-se no poder. Destaque para
o general Mário e o general Sila que levam seus exércitos a conflitos
pela disputa do poder político. Estes conflitos políticos, com fortes
conotações sociais estão na origem das chamadas guerras civis.
Durante estas guerras internas, outros generais destacaram-se
como Pompeu e Júlio César.
C) Triunvirato.
Período em que o governo de Roma estava dividido entre três
generais.
O primeiro Triunvirato foi composto por César, Pompeu e
Crasso. Com a morte de Crasso, César e Pompeu travam uma disputa
pelo poder, resultando na vitória de Júlio César e no início de seu
poder pessoal, que dura até o ano de 44 a.C., ano de seu
assassinato.
O segundo Triunvirato era formado por Caio Otávio ( sobrinho
de Júlio César ), Marco Antônio e Lépido. Aqui também haverá uma
intensa disputa pelo poder pessoal. No ano de 31 a.C., com a vitória
de Caio Otávio sobre Marco Antônio tem início o poder pessoal de
Otávio, que se tornará o primeiro imperador romano.
IMPÉRIO.
A principal característica do Império Romano é a centralização
do poder nas mãos de um só governante. O longo período das
guerras civis, contribuiu para enfraquecer o Senado e fortalecer o
exército.
Caio Otávio será o primeiro imperador de Roma e receberá uma
série de títulos, tais como: Augusto ( honra dada somente aos deuses
),
Tribuno da Plebe vitalício e Príncipe ( o primeiro cidadão do Senado).
O seu governo vai do ano 31 a.C. até o ano 14 d.C. Realizou
reformas que contribuíram para a sua popularidade: ampliou a
distribuição gratuita de trigo para a plebe e de espaços para a
diversão pública ( a famosa Política do Pão e Circo ), efetuou uma
distribuição de terras aos soldados veteranos e foi um protetor dos
artistas romanos.
Seu período é conhecido como a PAX ROMANA, dado ao
fortalecimento do exército, a amenização das tensões sociais - graças
à política do pão e circo - e a pacificação das províncias do império.
O período imperial romano é dividido em dois momentos: o Alto
Império, marcado pelo apogeu de Roma; e pelo Baixo Império, que
representa a decadência e queda de Roma.
A) ALTO IMPÉRIO.
Formado pelas chamadas dinastias de ouro. É o momento de
grandiosidade de Roma tendo as seguintes dinastias:
a) Júlio-Claúdios ( 14 - 68 )
b) Flávios ( 69 - 96 )
c) Antoninos ( 96 -192)
d) Severos (193-235).
À partir do ano de 235, inicia-se um período de crises em
virtude do enorme custo para a manutenção do exército. Os gatos
militares minavam as finanças do Estado, que era obrigado a
aumentar os impostos. Esta política provoca tumultos e revoltas nas
províncias.
A crise militar acarreta o fim do expansionismo romano,
contribuindo - a médio prazo e de forma contínua - para diminuir a
entrada de mão-de-obra escrava em Roma. A chamada crise do
escravismo está na raiz da queda de Roma.
A crise e a queda De Roma.
Toda a riqueza do Império Romano advinha do uso da mão-de-
obra escrava, conseguida pela expansão territorial.
À partir do século III, como forma de conter os excessivos
gastos militares, Roma cessou suas conquistas territoriais,
acarretando uma diminuição no número de escravos e,
conseqüentemente, uma expressiva queda na produção agrícola.
Como resultado desta crise econômica o Estado romano passa a
aumentar, de forma sistemática, os impostos. O aumento dos
impostos reflete em um aumento no preço das mercadorias, gerando
um processo inflacionário. Diante desta situação, a política de pão e
circo deixa de existir - pois o Estado não pode mais arcar com a
distribuição gratuita de alimentos - contribuindo para aumentar as
tensões sociais.
Como se não bastasse tudo isto, as fronteiras do Império
Romano começam a serem invadidas pelos chamados povos
bárbaros, trazendo um clima de insegurança e pânico a todos.
Conseqüências da crise imperial.
-ÊXODO URBANO: uma saída da população urbana para o
campo, fugindo da crise econômica e dos bárbaros. No campo, esta
população tinha uma oportunidade de trabalho pois, em virtude da
diminuição do número de escravos, os grandes proprietários passam
a necessitar de força de trabalho.
-O COLONATO: como solução para a falta de força de trabalho e
de uma forte onda inflacionária, desenvolve-se no campo o regime de
colonato, onde o grande proprietário arrenda lotes de terras para os
camponeses que, em troca, trabalhavam e produziam para o grande
proprietário. O colono passa a ser um homem preso à terra. A
economia passa a ser auto-suficiente.
-INFLAÇÃO: com a queda da produção agrícola, o Estado tem
sua arrecadação de impostos diminuída e, em contrapartida, um
aumento das despesas - como a manutenção do exército para a
defesa das fronteiras dos ataques bárbaros. Na falta de dinheiro, o
Estado passa a exercer uma política emissionista ( emissão de moeda
) provocando uma desvalorização do dinheiro. Sem dinheiro, o Estado
inicia a sua falência.
-CRISE MILITAR: sem recursos para manter o exército, o
Estadoromano passa a recrutar bárbaros para defender as suas
fronteiras, que em troca do serviço prestado recebiam terras.
No campo, a ausência militar e a necessidade de garantir a
propriedade, leva o grande proprietário a contratar mercenários para
a defesa da terra, criando um exército pessoal.
-O CRISTIANISMO: um outro elemento que contribuiu para a
crise de Roma foi a difusão da religião cristã. O fortalecimento do
cristianismo ocorria, simultaneamente, com o enfraquecimento de
Roma. Os cristãos não aceitavam as instituições romanas, ligadas ao
paganismo; não reconheciam a divindade do imperador e não
aceitavam a escravidão.
As autoridades romanas iniciam uma política de perseguição
sistemática aos cristãos, considerando-os culpados por todas as
calamidades que ocorriam. No entanto, quanto mais os cristãos eram
perseguidos e torturados, maior o número de adeptos.
Reformas do Baixo Império.
Procurando evitar o colapso político-administrativo total do
Império, alguns imperadores empreenderam algumas reformas, com
o objetivo de reestruturar o império.
DIOCLECIANO: dividiu o poder imperial em quatro parte - a
tetrarquia - procurando aumentar a eficiência administrativa ao
descentralizar a organização do Estado; reintroduziu o serviço militar
obrigatório; incentivou o regime de colonato; editou a lei do Preço
Máximo, para combater a inflação; ampliou a perseguição aos
cristãos.
CONSTANTINO: sucessor de Diocleciano, realizando a
reunificação do Império e transferindo a capital de Roma para
Bizâncio na parte oriental do Império ( futura Constantinopla ); o
Édito de Milão (313) , legalizando o cristianismo. Esta medida tinha
também um interesse econômico. O pagão, de perseguidor passa a
ser perseguido, e seus bens ( maiores que os do cristão ) confiscados
pelo Estado, constituindo assim, uma forma de aumentar o erário
estatal.
TEODÓSIO: realizou a divisão do Império romano em duas
partes:
 Império romano ocidental - Roma
 Império romano oriental - Constantinopla
À partir do século IV a pressão dos bárbaros sobre as fronteiras
de Roma aumenta. Uma imensa onda de tribos - fugindo dos Hunos -
inicia a penetração na parte ocidental de Roma.
Por conta da fraqueza interna, Roma foi saqueada e dominada
no ano de 476 por Odoacro, que se declarou rei da Itália. Esta data é
considerada o ponto final da história romana. Quanto ao lado oriental
de Roma, este sobrevivi até o ano de 1453 com o nome de Império
Bizantino.
Cultura romana.
A cultura romana foi profundamente influenciada pela cultura
grega. O teatro será um dos divertimentos de Roma. Os romanos
gostavam ainda das lutas de gladiadores e corridas de biga. O
martírio dos cristãos também servia de entretenimento.
Na literatura - cuja época de ouro foi o período de Augusto -
destacam-se Horácio, Virgílio e Tito Lívio autor de "A História de
Roma".
A principal contribuição dos romanos para a posteridade foi,
sem dúvida alguma, no campo do Direito. O Direito romano continua
a ser a base da ciência do Direito ainda hoje.
Outro importante legado é o latim, origem de muitas línguas
modernas, tais como o português, o italiano, o francês e o espanhol.
Para finalizar, o grande desenvolvimento de Roma - em todos
os aspectos, assim como o grego - só foi possível graças ao uso do
trabalho escravo.
Exercícios.
1) (FUVEST) O Estado Romano no Baixo Império carcterizou-se
pela:
a) aceitação do princípio da intervenção do Estado na vida
social e econômica:
b) tentativa de conduzir os negócios públicos exclusivamente a
partir de um determinado grupo social;
c) estabilidade nas relações entre o poder central e os governos
provinciais;
d) perfeita harmonia dos órgãos legislativos quanto às idéias de
expansão territorial;
e) absoluta identidade de pensamento quanto às atitudes
frente ao problema religioso.
2) (UEMS) Entre as reformas introduzidas em Roma por
Augusto, podemos citar:
a) o estabelecimento do divórcio;
b) a drástica redução dos efetivos militares;
c) a restauração do antigo sistema de cobrar os impostos
provinciais;
d) a criação de um sistema centralizado nos tribunais;
e) a redução da autonomia das províncias.
3) (FUVEST) Diocleciano ( 284-304 ) e Constantino ( 312-337)
destacaram-se no história do Império Romano por terem:
a) conquistado e promovido a romanização da Lusitânia,
incorporando-a ao Império;
b) introduzido em Roma costumes religiosos e políticos dos
etruscos;
c) concedido à plebe defensores especiais - os tribunos da
plebe - que protegiam seus direitos;
d) consolidado o Direito Romano na chamada Lex Duodecim
Tabularum;
e) estabelecido medidas visando deter a crise que abalava o
Império.
4)(PUC) Os irmãos Graco:
a) defenderam os camponeses sem terra contra a aristocracia;
b) foram os conquistadores de Cartago;
c) eram os principais líderes do partido aristocrático;
d) elaboraram a primeira lei escrita de Roma;
e) foram os autores da Lei das Doze Tábuas.
5) (FUVEST) A expansão de Roma durante a República, com o
conseqüente domínio da Bacia do Mediterrâneo, provocou
sensíveis transformações sociais e econômicas, entre as quais:
a) um marcante processo de industrialização, êxodo urbano e
endividamento do Estado;
b) o fortalecimento da classe plebéia, expansão da pequena
propriedade e propagação do cristianismo;
c) o crescimento da economia agropastoril, intensificação das
exportações e aumento do trabalho livre;
d) o enriquecimento do Estado Romano, aparecimento de uma
poderosa classe de comerciantes e aumento do número de
escravos;
e) a diminuição da produção nos latifúndios, acentuado
processo inflacionário e escassez de mão-de-obra escrava.
6) (UnB) A República foi um dos mais significativos períodos da
 história romana, marcado por:
(0) intensas lutas sociais envolvendo patrícios e plebeus;
(1) uma tendência ao expansionismo, cuja primeira etapa foi
a conquista da Itália;
(2) uma forte presença do Senado que, entre outras funções
, administrava as províncias, supervisionava as finanças
públicas e conduzia a política externa;
(3) uma vitória decisiva sobre Cartago ( Guerras Púnicas ),
que abriu as portas do Mediterrâneo à dominação
romana;
(4) uma equiparação da elite patrícia com a classe plebéia,
em termos de poder político e de força econômica, como
decorrência de suas conquistas.
7) (OSEC) Sobre a ruralização da economia ocorrida durante a
crise do Império Romano, podemos afirmar que:
a) proporcionou ao Estado a oportunidade de cobrar mais
eficientemente os impostos;
b) foi a causa principal da falta de escravos;
c) foi conseqüência da crise econômica e da insegurança
provocada pela invasões dos bárbaros;
d) incentivou o crescimento do comércio;
e) proporcionou às cidades o aumento de suas riquezas.
Respostas - 1. A 2. E 3. E 4.A
 5.D 6. V V V V F 7.C
1
 AULA 03 - IDADE MÉDIA.
A Idade Média é o período histórico compreendido entre os anos
de 476 ( queda de Roma ) ao ano de 1453 ( a queda de
Constantinopla). Este período apresenta uma divisão, a saber:
ALTA IDADE MÉDIA ( do século V ao século IX ) - fase marcada
pelo processo de formação do feudalismo.
BAIXA IDADE MÉDIA ( do século XII ao século XIV ) - fase
caracterizada pela crise do feudalismo.
Entre os séculos IX e XII observa-se a cristalização do Sistema
Feudal.
Posto isto, vamos dividir o estudo do período medieval em duas
partes. Nesta aula, de número três, tratar-se-á da Alta Idade Média.
Na aula de número quatro, do Feudalismo e a Baixa Idade Média.
 ALTA IDADE MÉDIA.
Período do século V ao século IX é caracterizado pela formação
do Sistema Feudal. Neste período observa-se os seguintes processos
históricos: a formação dos Reinos Bárbaros, com destaque para o
Reino Franco; o Império Bizantino - parte orientaldo Império
Romano - e a expansão do Mundo Árabe. Grosso modo, a Alta Idade
Média representa o processo de ruralização da economia e sociedade
da Europa.
2
 1. OS REINOS BÁRBAROS.
Para os romanos, "bárbaro" era todo aquele povo que não
possuía uma cultura greco-romana e que, portanto, não vivia sob o
domínio de sua civilização. Os bárbaros que invadiram e
conquistaram a parte ocidental do Império Romano eram os
Germânicos, que viviam em um estágio de civilização bem inferior,
em relação aos romanos. Eles não conheciam o Estado e estavam
organizados em tribos. As principais tribos germânicas que se
instalaram na parte ocidental de Roma foram:
- Os Anglo-Saxões, que se estabeleceram na Grã-Bretanha;
- Os Visigodos estabeleceram-se na Espanha;
- Os Vândalos fixaram-se na África do Norte;
- Os Ostrogodos que se instalaram na Itália;
- Os Suevos constituíram-se em Portugal;
- Os Lombardos no norte da Itália;
- Os Francos que construíram seu reino na França.
Os Germânicos não conheciam o Estado, vivendo em
comunidades tribais - cuja principal unidade era a Família. A reunião
de famílias constituía um Clã e o agrupamento de clãs formava a
Tribo.
A instituição política mais importante dos povos germânicos era
a Assembléia de Guerreiros, responsável por todas as decisões
importantes e chefiada por um rei ( rei que era indicado pela
Assembléia e que, por isto mesmo, controlava o seu poder ). Os
jovens guerreiros se uniam - em tempos de guerra - a um chefe
militar por laços de fidelidade, o chamado Comitatus.
A sociedade germânica era assim composta:
- Nobreza: formada pelos líderes políticos e grandes
proprietários de terras;
- Homens-livres: pequenos proprietários e guerreiros que
participavam da Assembléia;
- Homens não-livres: os vencidos em guerras que viviam sob
o regime de servidão e presos à terra e os escravos - grupo
formado pelos prisioneiros de guerra.
Economicamente, os germânicos viviam da agricultura e do
pastoreio. O sistema de produção estava dividido nas propriedades
privadas e nas chamadas propriedades coletivas ( florestas e pastos
).
3
A religião era politeísta e seus deuses representavam as forças
da natureza.
Como vimos na aula 02, o contato entre Roma e os bárbaros, a
princípio, ocorreu de forma pacífica até meados do século IV. À partir
daí, a penetração germânica deu-se de forma violenta, em virtude da
pressão dos hunos. Também contribuíram para a radicalização do
contato: crescimento demográfico entre os germanos, a busca por
terras férteis, a atração exercida pelas riquezas de Roma e a fraqueza
militar do Império Romano.
Entre os povos germânicos, os Francos são aqueles que irão
constituir o mais importante reino bárbaro e que mais influenciarão o
posterior desenvolvimento europeu.
O REINO FRANCO.
A história do Reino Franco desenvolve-se sob duas dinastias:
- Dinastia dos Merovíngios ( século V ao século VIII ) e
- Dinastia dos Carolíngios ( século VIII ao século IX ).
OS MEROVÍNGIOS.
O unificador das tribos francas foi Clóvis ( neto de Meroveu, um
rei lendário que dá nome a dinastia). Em seu reinado houve uma
expansão territorial e a conversão dos Francos ao cristianismo. A
conversão ao cristianismo foi de extrema importância aos Francos -
que passam a receber apóio da Igreja Católica; e para a Igreja
Católica que terá seu número de adeptos aumentado, e contará com
o apóio militar dos Francos.
Com a morte de Clóvis, inicia-se um período de
enfraquecimento do poder real, o chamado Período dos reis
indolentes. Neste período, ao lado do enfraquecimento do poder real
haverá o fortalecimento dos ministros do rei, o chamado Mordomo do
Paço (Major Domus). Entre os Mordomos do Paço, mercerem
destaque:
Pepino d'Herstal, que tornou a função hereditária;
Carlos Martel, que venceu os árabes na batalha de Poitiers, em
732 e
Pepino, o Breve, o criador da dinastia Carolíngia.
4
A Batalha de Poitiers representa a vitória cristã sobre o avanço
muçulmano na Europa. Após esta batalha, Carlos Martel ficou
conhecido como "o salvador da cristandade ocidental".
OS CAROLÍNGIOS.
Dinastia iniciada por Pepino, o Breve. O poder real de Pepino foi
legitimado pela Igreja, iniciando-se assim uma aliança entre o Estado
e a Igreja - muito comum na Idade Média, bem como o início de uma
interferência da Igreja em assuntos políticos.
Após a legitimação de seu poder, Pepino vai auxiliar a Igreja na
luta contra os Lombardos. As terras conquistadas dos Lombardos
foram entregues à Igreja, constituindo o chamado Patrimônio de São
Pedro. A prática de doações de terras à Igreja irá transformá-la na
maior proprietária de terras da Idade Média.
Com a morte de Pepino, o Breve e de seu filho mais velho
Carlomano, o poder fica centrado nas mãos de Carlos Magno.
O IMPÉRIO CAROLÍNGIO.
Carlos Magno ampliou o Reino Franco por meio de uma política
expansionista. O Império Carolíngio vai compreender os atuais países
da França, Holanda, Bélgica, Suiça, Alemanha, República Tcheca,
Eslovênia, parte da Espanha, da Áustria e Itália.
A Igreja Católica, representada pelo Papa Leão III, vai coroá-lo
imperador do Sacro Império Romano, no Natal do ano 800.
O vasto Império Carolíngio será administrado através das
Capitulares, um conjunto de leis imposto a todo o Império. O mesmo
será dividido em províncias: os Condados, administrados pelos
condes; os Ducados, administrados pelos duques e as Marcas, sob a
tutela dos marqueses. Condes, Duques e Marqueses estavam sob a
vigilância dos Missi Dominici - funcionários que em nome do rei
inspecionavam as províncias e controlavam seus administradores. Os
Missi Dominici atuavam em dupla: um leigo e um clérigo.
No reinado de Carlos Magno a prática do benefício (beneficium)
foi muito difundida, como forma de ampliar o poder real. Esta prática
consistia na doação de terras a quem prestasse serviços ao rei, tendo
para com ele uma relação de fidelidade. Quem recebesse o benefício
não se submetia à autoridade dos missi dominici. Tal prática foi
importante para a fragmentação do poder nas mãos de nobres
ligados à terra em troca de prestação de serviços - a origem do
FEUDO.
Na época de Carlos Magno houve um certo desenvolvimento
cultural, o chamado Renascimento Carolíngio, caracterizado pela
promoção das atividades culturais, através da criação de escolas e
pela vinda de sábios de várias partes da Europa, tais como Paulo
Diácono, Eginardo e Alcuíno - monge fundador da escola palatina.
5
Este "renascimento" contribuiu para a preservação e a
transmissão de valores da cultura clássica ( greco-romana ).
Destaque para a ação dos mosteiros, responsáveis pela tradução e
cópia de manuscritos antigos.
DECADÊNCIA DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO.
Com a morte de Carlos Magno, em 814, o poder vai para seu
filho Luís, o Piedoso, o qual conseguiu manter a unidade do Império.
Com a sua morte, em 841, o Império foi dividido entre os seus filhos.
A divisão do Império ocorreu em 843, com a assinatura do Tratado de
Verdun estabelecendo que:
Carlos, o Calvo ficasse com a parte ocidental ( a França atual);
Lotário ficasse com a parte central ( da Itália ao mar do Norte)
e
Luís, o Germânico ficasse com a parte oriental do Império.
Após esta divisão, outras mais ocorrerão dentro do que antes
fora o Império Carolíngio. Estas divisões fortalecem os senhores
locais, contribuindo para a descentralização política que, somada a
uma onda de invasões sobre a Europa, à partir do século IX (
normandos, magiares e muçulmanos ) contribuem para a
cristalização do feudalismo.
 A CIVILIZAÇÃO ISLÂMICA.
Os árabes possuem uma história que pode ser dividida em dois
períodos: pré-islâmico e islâmico.
6
 PERÍODO PRÉ-ISLÂMICO.
Caracterizado pela ausência de unidade política (ausência de
Estado) e pela divisão dos árabes em dois grupos: os beduínos ou
árabes do deserto e os árabes da cidade.
Nesta época, osárabes eram politeístas. Segundo as tradições,
os ídolos adorados pela tribos ficavam na CAABA, santuário situado
na cidade de Meca. Na Caaba, existia também a Pedra Negra,
adorada por todos pois, de acordo com as tradições caiu do céu,
sendo um presente dos deuses. Devido ao santuário e à Pedra Negra,
Meca tornou-se o principal centro religioso e também o mais
importante centro comercial dos árabes.
 PERÍODO ISLÂMICO.
Marcado pela revolução religiosa patrocinada por Maomé.
Aos 40 anos de idade teve uma revelação, através do anjo
Gabriel que lhe disse: "só há um único Deus, que é Alá, e Maomé é o
seu único profeta". À partir deste momento, Maomé começa a
pregação de uma nova religião: o Islamismo.
O ISLAMISMO.
O conteúdo básico da doutrina islâmica está resumido nas
seguinte regras essenciais:
- crença em Alá, o único Deus, e em Maomé, seu profeta;
- realizar cinco orações diárias;
- dar esmolas;
- jejuar durante o mês de Ramadã ( mês considerado
sagrado);
- visitar Meca uma vez na vida;
- fazer a Guerra Santa ( djihad ).
Destacam-se também a proibição de ingestão de bebidas
alcoólicas, proibição de comer carne de porco e severa punição ao
roubo.
Durante a pregação da nova religião, Maomé foi perseguido e
quase assassinado. Fugiu de Meca para Yatreb ( depois Medina )-
episódio conhecido como Hégira, que marca o início do calendário
muçulmano. Para evitar uma maior oposição às novas idéias
religiosas, Maomé manteve o santuário da Caaba e a Pedra Negra,
agora como um presente do anjo Gabriel.
7
Todos os princípios religiosos do Islamismo estão contidos no
livro sagrado chamado Alcorão. Há um outro livro importante,
denominado Suna, que contém relatos da vida e ensinamentos do
profeta Maomé.
Com a morte de Maomé a religião islâmica divide-se em seitas,
sendo que as principais são:
SUNITAS: Além do Alcorão, aceitam a Suna como fonte de
ensinamento. Defendem que o califa ( chefe do Estado muçulmano )
reúna virtude de honra, respeito às leis e capacidade de trabalho.
Não acham que o califa deva ser infalível em suas ações.
XIITAS: Aceitam somente o Alcorão como a única fonte de
ensinamentos. Defendem que o califa seja descendente do Profeta
Maomé e que deva ser infalível em suas ações - pois é diretamente
inspirado por Alá.
 A EXPANSÃO ISLÂMICA.
Com a introdução do monoteísmo, Maomé lançou as bases da
criação de um Estado Teocrático, ou seja, as leis religiosas pesam
mais que as leis humanas. Este Estado era governado por Califas ( os
sucessores ) que contribuíram para a expansão territorial
muçulmana.
Dentre os fatores para a expansão destacam-se:
- o crescimento demográfico dos árabes;
- a Guerra Santa ( a expansão da fé islâmica );
- a fraqueza do Império Bizantino e Persa;
- a fraqueza dos Reinos Bárbaros.
A expansão Islâmica ocorreu em três momentos:
1ª etapa ( de 632 a 661 )- conquistas da Pérsia, da Síria, da
Palestina e do Egito;
2ª etapa ( de 661 a 750 )- a Dinastia dos Omíadas, que
expandiu as fronteiras até o vale do Indo (Índia); conquistou o Norte
da África até o Marrocos e a Península Ibérica na Europa. O avanço
árabe sobre a Europa foi contido por Carlos Martel, em 732 na
batalha de Poitiers.
3ª etapa ( de 750 a 1258 )- a Dinastia dos Abássidas, onde
ocorre a fragmentação político-territorial e a divisão do Império em
três califados: de Bagdá na Ásia, de Cordova na Espanha e do Cairo
no Egito.
8
Após esta divisão, do mundo Islâmico será constante até que
no ano de 1258 Bagdá será destruída pelos mongóis.
AS CONSEQÜÊNCIAS DA EXPANSÃO.
A expansão árabe representou um maior contato entre as
culturas do Oriente e do Ocidente. No aspecto econômico a expansão
territorial provocará o bloqueio do mar Mediterrâneo, contribuindo
para a cristalização do feudalismo europeu, ao acentuar o processo
de ruralização e fortalecendo a economia de consumo.
 A CULTURA ISLÂMICA.
Literatura: poesias épicas e fábulas. Destaque para os contos
de aventuras, como As Mil e uma Noites.
Ciências: muito práticos os árabes aplicaram o raciocínio lógico
e o experimentalismo. Desenvolveram a Matemática ( álgebra e
trigonometria ), a Química ( alquimia ), Medicina ( sendo Avicena o
grande nome ) e a Filosofia ( estudo de Aristóteles ).
Artes: a grande contribuição foi no campo da Arquitetura, com
construção de palácios e de Mesquitas. Na Pintura, dado a proibição
religiosa de reproduzir a figura humana, houve o desenvolvimento
dos chamados arabescos.
 O IMPÉRIO BIZANTINO.
No ano de 395, Teodósio divide o Império Romano em duas
partes: o lado ocidental passa a ser designado por Império Romano
do Ocidente, com capital em Roma; o lado oriental passa a ser
Império Romano do Oriente com capital em Bizâncio ( uma antiga
colônia grega). Quando o imperador Constantino transferiu a capital
9
de Roma para a cidade de Bizâncio, ela passou a ser conhecida como
Constantinopla.
 A ERA DE JUSTINIANO ( 527/565).
Justiniano foi um dos mais famosos imperadores bizantinos.
Seu reinado corresponde ao apogeu do Império Bizantino. Em seu
reinado destacam-se:
- o cesaropapismo: significa que o chefe do Estado ( César )
torna-se o chefe supremo da religião ( Papa ). As constantes
interferências do Estado nos assuntos religiosos provocam
desgastes entre o Estado e a Igreja resultando, no ano de
1054, uma divisão na cristandade - o chamado GRANDE
CISMA DO ORIENTE. A cristandade ficou dividida em duas
igrejas: Igreja Católica do Oriente ( Ortodoxa ) e Igreja
Católica do Ocidente, com sede em Roma.
- a guerra de Reconquista: tentativa de Justiniano para
reconstituir o antigo Império Romano, procurando
reconquistar o Norte da África, a Itália e Espanha que
estavam sob o domínio dos chamados povos bárbaros;
- a Revolta Nika: para sustentar a Guerra de Reconquista, o
governo adotou uma política tributária o que gerou
insatisfações e lutas sociais. Justiniano usou da violência
para acalmar o Império;
Justiniano foi também um grande legislador e responsável pela
elaboração do Corpus Juris Civilis ( Corpo do Direito Civil ), que
estava assim composto:
- o Código: revisão de todas as leis romanas;
- o Digesto: sumário escrito por juristas;
- as Institutas: manual para estudantes de Direito;
- as Novelas: conjunto de leis criadas por Justiniano.
Com a morte de Justiniano, o Império Bizantino inicia sua
decadência. Entre os séculos VII e VIII os árabes conquistam boa
10
parte do Império Bizantino e em 1453 os turcos ocupam a capital -
Constatinopla.
 A CULTURA BIZANTINA.
O povo bizantino era muito religioso e exerciam os debates
teológicos. Muitas questões teológicas foram discutidas, destacamdo-
se:
- o monofisismo: tese que negava a dupla natureza de Cristo-
humana e divina. Segundo o monofisismo, Cristo tinha uma
única natureza: a divina.
- A iconoclastia: movimento que pregava a destruição de
imagens sagradas ( ícones ).
Nas artes, os bizantinos destacaram-se na Arquitetura:
construção de fortalezas, palácios, mosteiros e igrejas. A mais
exuberante das igrejas foi a Igreja de Santa Sofia, construída no
reinado de Justiniano. A característica da arquitetura bizantina era o
uso da cúpula.
Os bizantinos também se destacaram na arte do mosaico,
utilizados na representação de figuras religiosas, de políticos
importantes e na estilização de plantas e animais.
 EXERCÍCIOS.
1) (FUVEST) - Entre os fatores citados abaixo, assinale aquele
que NÃO concorreu para a difusão da civilização bizantina na
Europa ocidental:
11
a) Fuga dos sábios bizantinos para o Ocidente, após a queda
de Constantinopla;
b) Expansão da Reforma Protestante, que marcou a quebra
da unidade da Igreja Católica;
c) Divulgação e estudo da legislação de Justiniano,
conhecida como Corpus Juris Civilis;
d) Intercâmbio cultural ligado ao movimento das Cruzadas;e) Contatos comerciais das repúblicas marítimas italianas
com os portos bizantinos nos mares Egeu e Negro.
2) (PUC) - Em relação ao Império Bizantino, é certo afrimar
que:
a) o governo era ao mesmo tempo teocrático e liberal;
b) o Estado não tinha influência na vida econômica;
c) o comércio era sobretudo marítimo;
d) o Império Bizantino nunca conheceu crises sociais;
e) o imperialismo bizantino restringiu-se à Ásia Menor.
3) (OSEC) - A Hégira assinala:
a) um marco histórico para o início do calendário judaico;
b) a reunificação do Império Romano sob Justiniano;
c) a tomada de Constantinopla pelos turcos;
d) a fuga de Maomé de Meca para Medina;
e) o domínio dos navegantes escandinavos sobre os mares
Báltico e do Norte.
4) (MACK) A seqüência das conquistas muçulmanas foi a
seguinte:
a) Oriente Médio e Extremo Oriente;
b) Extremo Oriente e Oriente Médio;
c) Mediterrâneo Ocidental e Oriente Médio;
d) Oriente Médio e Mediterrâneo Oriental;
e) Oriente Médio e Mediterrâneo Ocidental.
5) (UFGO) - Qual das razões abaixo NÃO se coloca para
explicar a expansão do Islão?
12
a) centralização política;
b) explosão demográfica;
c) promessas do Paraíso;
d) razzias e botim;
e) todas se colocam.
6) (UNIP) - A importância da Batalha de Poitiers, em 732, no
contexto da história da Europa, justifica-se em função de
que:
a) os cristãos foram derrotados pelos árabes, consolidando-
se o feudalismo europeu;
b) a derrota árabe frente ao Reino Franco impediu a
islamização do Ocidente;
c) a partir daí teve início a Guerra de Reconquista na
Península Ibérica;
d) esse evento assinalou o limite da expansão cristã no
Mediterrâneo.
7) (PUC) - A conversão e batismo de Clóvis, após a Batalha de
Tolbiac, explicam-se principalmente:
a) pela insistência de sua mulher Clotilde;
b) pela insistência dos bispos da Gália;
c) pela insistência do papa Gregório Magno;
d) pelo fato de que a maior parte da população da Gália era
cristã;
e) por orientação dos Major Domus.
8) (PUC) O declínio da Dinastia dos Merovíngios no Reino
Franco permitiu o aparecimento de um novo chefe político de
fato, a saber:
a) o condestável b) o tesoureiro c) o major domus
d) o missi dominici e) o marquês.
9) (OSEC) A penetração dos bárbaros no Império Romano:
a) foi realizada sempre através de invasões armadas;
b) realizou-se a partir do século VI, quando o Império entrou
em decadência;
13
c) verificou-se inicialmente sob a forma de migração
pacíficas e, posteriormente, através de invasões
armadas;
d) foi realizada sempre de maneira pacífica;
e) verificou-se principalmente nos séculos II e III.
RESPOSTAS - 1.B 2.C 3.D 4.E 5.A 6.B
7.D
 8.C 9.C
Aula 22 
O neocolonialismo e a descolonização. 
Esta aula tratará de dois processos: primeiramente o processo do 
neocolonialismo, iniciado no século XIX. Em seguida, o processo de 
descolonização, efetivado com o final da Segunda Guerra Mundial. 
O Neocolonialismo 
O século XIX vai conhecer uma nova corrida colonial. Este processo 
histórico está diretamente relacionado com a chamada Segunda Revolução 
Industrial – ocorrida na Inglaterra, França, Bélgica, Alemanha, Itália, Japão 
e Estados Unidos. 
A Segunda Revolução Industrial provocou um enorme aumento na 
capacidade produtiva das indústrias, fazendo-se necessário uma ampliação 
do mercado consumidor e do mercado fornecedor. A disputa por novos 
mercados resulta no imperialismo e, posteriormente, na Primeira Guerrra 
Mundial. 
O Antigo Sistema Colonial e o Neocolonialismo. 
O Antigo Sistema Colonial ocorreu entre os séculos XVI e XVIII. A 
preocupação fundamental era o fornecimento de gêneros tropicais e de 
metais preciosos para a Europa, bem como o consumo de produtos 
manufaturados europeus, por parte das colônias. 
A mão-de-obra utilizada era a escrava (negra ou indígena), a política 
econômica que norteava as relações era o Mercantilismo – com a 
necessidade de acumulação de capitais, daí a existência dos monopólios. 
A área geográfica do Antigo Sistema Colonial era a América- podendo-se 
encontrar colônias de exploração e colônias de povoamento. 
Já no Neocolonialismo a área geográfica passou a ser a África e a Ásia. A 
política econômica que predomina será o liberalismo e o fator básico da 
colonização é econômico, ou seja, necessidade de matérias-primas 
industriais, tais como carvão, ferro, petróleo. A área colonial receberá os 
excedentes industriais e será local para investimentos de capitais 
disponíveis na Europa. 
As novas áreas coloniais também auxiliarão as tensões sociais da Europa: 
novas terras para receber população européia, tornando-se uma válvula de 
escape às pressões demográficas. 
O regime de trabalho será o assalariado – garantindo assim o mercado 
consumidor. A mão-de-obra barata das áreas coloniais interessava às 
grandes industriais, pois o trabalhador europeu recebia altos salários, em 
razão de sua organização sindical e de partidos políticos que lutavam pelos 
direitos trabalhistas. 
A propaganda que defendia o imperialismo denominava-se “darwinismo 
social”. Baseada em idéias pseudocientíficas, afirmava ser a sociedade 
européia (branca) mais civilizada que outras sociedades (não brancas). 
Assim, cabia à sociedade européia a missão de “civilizar” as demais, o 
conhecido “fardo do homem branco”. 
Porém, o neocolonialismo foi estritamente econômico, satisfazendo os 
interesses dos grandes grupos econômicos – cartéis, trustes e holdings – e 
beneficiando a alta burguesia. Por conta disto, o necolonialismo alterou o 
capitalismo que, de concorrencial passou a ser monopolísta: o capital 
concentrado em grandes grupos econômicos financiados por grandes 
bancos. Desenvolve-se então uma nova modalidade de capitalismo, o 
capitalismo financeiro. 
O imperialismo na Ásia 
A revolução Industrial e a expansão da indústrias têxtil inglesa torna a Ásia 
uma consumidora de produtos europeus, especialmente britânica. 
Uma das regiões mais disputadas na Ásia foi a Índia que, ao longo dos 
séculos XVI ao XIX ficará sob o controle da Inglaterra. A Índia será 
administrada pela Companhia das Índias Orientais. 
Em 1857 ocorre a Revolta dos Sipaios, última tentativa de resistência ao 
domínio britânico e, em 1876 a rainha Vitória foi coroada imperatriz da 
Índia. 
O imperialismo na China ligava-se aos interesses econômicos do chá, seda e 
outras mercadorias. 
Entre 1840 e 1842 ocorreu a Guerra do Ópio, em razão da destruição de 
carregamentos de ópio para a China. A vitória inglesa no conflito resultou na 
assinatura do Tratado de Nanquim, onde Hong Kong é incorporado à 
Inglaterra e cinco portos foram abertos ao comércio inglês – com destaque 
para os portos de Xangai e Nanquim. 
Após esta abertura forçada, a China será alvo de outras nações 
imperialistas, como o Japão, Alemanha, França, Itália e Estados Unidos. 
Como reação ao domínio estrangeiro surge uma sociedade nacionalista 
secreta – a Sociedade dos Boxers – promovendo ataques e sabotagens aos 
estrangeiros. Surge então a Guerra dos Boxers, cuja derrota chinesa às 
potências estrangeiras culminou com novas concessões econômicas. 
O imperialismo na África. 
Um dos pioneiros na conquista da África foi a França que, em 1830 ocupou a 
Argélia; em 1844 conquistou o Marrocos e em 1854 o Senegal. No ano de 
1910 foi formada a África Ocidental Francesa, composta pelos territórios da 
Guiné, Gabão, parte do Congo e do Sudão. Ainda parte do império colonial 
contava-se o Madagascar e a Tunísia. 
A Inglaterra teve sua colonização na África impulsionada peloa construção 
do canal de Suez, no Egito. Em 1888 a companhia dirigida por Cecil Rhodes 
conquistou a Rodésia. Entre os anos de 1888 e 1891 foram incorporados ao 
império britânico o Quênia, a Somália e Uganda. Outros territórios 
britânicosforam a União Sul-Africana, Nigéria, Costa do Ouro e Serra Leoa. 
A Alemanha conquistou o Camarão, África Sudoeste e África Oriental. A 
Itália anexou a Líbia, Somália e Eritréia. 
Portugal anexou Moçambique, Angola, Guiné Portuguesa; a Espanha com o 
Marrocos Espanhol, Guiné Espanhola e Rio do Ouro. 
A região central da África era objeto de disputa por várias nações européias. 
Para resolver a questão foi organizada a Conferência de Berlim (1884/85), 
que contou com a participação da Rússia e dos Estados Unidos. A 
conferência estimulou a corrida sobre os poucos territórios livres que 
existiam no continente africano. 
O Japão adota posturas imperialistas a partir da década de 1860, início do 
período de modernização do Japão, conhecido como “Era Meiji”. O 
imperialismo japonês ocorrerá sobre a China, Coréia e Formosa ( Taiwan). 
O imperialismo na América Latina será exercido pelos Estados Unidos: 
México, após a guerra de 1848. A partir de 1870 o domínio norte-americano 
se fará na região do Caribe. 
A parte sul do continente americano terá o predomínio da Inglaterra. 
Conseqüências do neocolonialismo 
O mundo será partilhado entre as grandes potências industriais. A tentativa 
de ampliar as áreas de dominação provocará o choque imperialista. Este 
choque vai deflagrar a Primeira Guerra Mundial. 
A descolonização. 
Causas da descolonização 
A descolonização da Ásia e da África está relacionada com a decadência da 
Europa, motivada pela Primeira Guerra Mundial, pela crise de 1929 e 
Segunda Guerra Mundial. 
Outro fator será o despertar do sentimento nacionalista na Ásia e na África, 
impulsionado pela decadência da Europa e pela Carta da Onu, que, em 1945, 
reconheceu o diereito dos povos colonizados à autodeterminação. O ponto 
máximo do nacionalismo será a Conferência de Bandung (1955), ocorrida na 
Indonésia que estimulou as lutas pela independência. 
A guerra fria e a polarização entre EUA (capitalismo) e a URSS (socialismo) 
também contribuiu para o fim dos impérios coloniais. Cada uma das 
superpotências via na descolonização uma oportunidade de ampliar suas 
influências políticas e econômicas. 
A Descolonização da Ásia. 
O processo de independ6encia das áreas coloniais asiáticas foi por meio da 
guerra ou pacífica. 
Independência da Índia 
O processo de independência da Índia teve seu início na década de 1920, 
através do Partido do Congresso, sob a liderança de Mahatma Gandhi e 
Jawarhalal Nerhu. 
A campanha de Gandhi foi caracterizada pela desobediência civil, não 
violência e resistência passiva. 
Em 1947, os ingleses reconheceram a independência da Índia. Em face das 
rivalidades religiosas o território foi dividido: a maioria hinduísta, 
governada por Nerhu formará a União Indiana; a parte islâmica, governada 
por Ali Junnah, formará o Paquistão. Em 1971 o Paquistão Oriental 
proclama sua independência do Paquistão Ocidental, surgindo a República 
do Bangladesh. 
Independência da Indonésia 
O movimento de independência da Indonésia foi conduzido por Sukarno. A 
luta estendeu-se até 1949, quando a Holanda recconheceu a independência. 
Independência da Indochina 
No ano de 1941, como resistência a ocupação japonesa, formou-se um 
movimento nacionalista – Vietminh – dirigido por Ho Chi Minh. Após a 
derrota japonesa na guerra foi proclamada a independência da República 
Democrática do Vietnã ( parte norte). 
Os franceses não reconheceram a independência e tentaram, a partir de 
1946, recolonizar a Indochina, tendo início a Guerra da Indochina. Em 1954, 
na Conferência de Genebra foi reconhecida a independência da Indochina, 
dividida em Laos, Camboja e Vietnã(parte norte e parte sul). 
A mesma conferência estabeleceu que o paralelo 17 dividiria o Vietnã. Em 
1956 formou-se a Frente de Libertação Nacional, contra o governo de Ngo 
Dinh Diem – apoiado pelos EUA. A Frente contou com o apoio do Vietcong ( 
exército guerrilheiro). O cancelamento das eleições de 1960 deu início à 
guerra do Vietnã. O Vietcong contou com o apoio do Vietnã do Norte, e o 
governo de Ngo Dinh Diem dos EUA. 
A guerra perdurou até 1975, quando os Estados Unidos retiraram-se da 
região. 
A Descolonização da África. 
Independência do Egito 
O Egito era um protetorado inglês ( a região possuía autonomia, 
supervisionada pela Inglaterra). O domínio inglês terminou em 1936, porém 
o canal de Suez continuou sob controle britânico. 
Independência da Argélia 
O movimento nacionalista argelino começou em 1945. Liderada por 
muçulmanos este movimento inicial foi reprimido. 
As manifestações intensificaram-se após a fundação da Frente Nacional de 
Libertação – influenciada pelo fundamentalismo islâmico. 
A guerra de independência começou em 1954. Em 1957 ocorreu a Batalha 
de Argel – duramente reprimida pelo exército francês. No ano de 1962 
houve a assinatura do acordo de Evian, ocorrendo o reconhecimento da 
independência argelina. 
O fim do império colonial português. 
Durante a década de 1950 começaram a se organizar movimentos 
separatistas em Angola, Moçambique e Guiné portuguesa. 
Em 1956 foi criado o Movimento Popular pela Libertação de Angola (MPLA), 
sob a liderança de Agostinho Neto. Posteriormente surgiram a Frente 
Nacional de Libertação de Angola (FNLA) e a União Nacional para a 
Independência Total de Angola (UNITA). 
Após a independência de Angola, mediante o Acordo de Alvor em 1975, o 
três grupos acima iniciaram uma guerra civil, na disputa pelo poder. 
A independência de Moçambique foi patrocinada pela Frelimo (Frente de 
Libertação de Moçambique), tendo como lider Samora Machel – que em 
1960 iniciou um movimento de guerrilha. Portugal reconheceu a 
independência em 1975. 
No ano de 1956, Amílcar Cabral fundou o Partido Africano para a 
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). No ano de 1974 foi 
reconhecida a independência da Guiné; em 1975 do Cabo Verde e de São 
Tomé e Príncipe. 
Um importante fato que contribuiu para o fim do império colonial português 
foi a Revolução dos Cravos, que ocorreu em 25 de abril de 1974 e que 
marcou o fim do regime fascista (imposto por Oliveira Salazar e continuado 
por Américo Tomás e seu primeiro-ministro Marcelo Caetano). O novo 
governo de Portugal não ofereceu resistência para o reconhecimento da 
independência das colônias. 
As conseqüências da descolonização. 
Entre as conseqüências do processo de descolonização afro-asiática 
enumeramos o surgimento de novos países que, ao lado das nações latino 
americanas, formaram o bloco do Terceiro Mundo. Este bloco fica sob a 
dependência dos países capitalistas desenvolvidos (Primeiro Mundo) ou de 
países socialistas (Segundo Mundo). 
A dependência deste bloco será responsável pela concentração de renda 
nos países ricos e pelo crescente endividamento externo dos países 
subdesenvolvidos, apresentando sérios problemas de saúde, educação, 
desnutrição, entre outros. 
Exercícios 
1) (Unicentro-PR)- A política do século XIX, também conhecida como 
neocolonialismo, pode ser entendida como produto da expansão do 
capitalismo em sua fase imperialista. Sobre esse assunto, assinale a 
alternativa incorreta: 
a) Nesse período, vários países europeus estavam passando pela Revolução 
Industrial e buscavam fontes de matéria-prima industrial para abastecer 
suas empresas; 
b) Buscavam novas regiões onde pudessem investir capitais excedentes 
com boa rentabilidade; 
c) No plano político, os Estados europeus estavam interessados em diminuir 
seus efetivos militares buscando minimizar a tensão entre as potências, e a 
saída para tal situação era a colonização de novas terras; 
d) Motivadas por questões religiosas e culturais, muitas ordens religiosas 
enviavam seus missionários para as regiões colonizadas em busca de novos 
crentes; 
e) Também teve importância o movimento intelectual e científico, pois as 
associações geográficasmapearam e catalogaram todas as potencialidades 
capazes de serem exploradas pelas potências colonialistas. 
2) (Unicentro-PR) – No final do século XIX e início do século XX, os países 
capitalistas conseguiram dominar praticamente o mundo todo. É o 
fenômeno conhecido como imperialismo, cuja característica principal foi: 
a) busca de locais capazes de atender às necessidades de consumo, 
produzindo lucro garantido aos investidores; 
b) busca de territórios apenas para a extração mineral; 
c) provocar apenas uma partilha de terras dos países do Primeiro Mundo; 
d) garantir terras para a migração das populações mais pobres da América; 
e) incentivo às técnicas para o desenvolvimento local. 
3) (UNITAU) – O Império Chinês, sofrendo pressões de vários países, foi 
obrigado a ceder algumas partes de seu território a países europeus. Um 
desses territórios, em poder do Reino Unido, acaba de ser devolvido ao 
governo chinês (1997). Trata-se do território de: 
a) Cingapura 
b) Macau 
c) Taiwan 
d) Hong Kong 
e) Saigon 
4) (UCSal-BA)- “...os vinte e nove países que ali se reuniram, em 1955, 
apresentaram-se como o Terceiro Mundo, selando o compromisso de ajuda 
mútua na libertação dos povos ainda dependentes das metrópoles 
imperialistas.” 
O texto refere-se à conferência de: 
a) São Francisco 
b) Versalhes 
c) Ialta 
d) Munique 
e) Bandung 
5) (FGV-SP) – Em novembro de 1954, com a guerra da independência da 
Argélia já iniciada, François Miterrand, então ministro do Interior da França, 
declarava: “A Argélia é a França e a França não se negocia.” O que segui foi: 
a) uma revolta popular de grandes proporções, culminado com eleições 
livres e diretas em 15 de maio de 1968; 
b) uma violenta guerra de libertação, que custou a vida de quase 100 mil 
pessoas a cada ano e culminou com a independência da Argélia, em 3 de 
julho de 1962; 
c) um longo combate entre a França e a Argélia, culminando com a derrota 
francesa e a convocação de um plebiscito geral em 31 de março de 1965; 
d) um levante político partidário envolvendo grande contingente de 
militantes e culminou com a intervenção das Nações Unidas, através de uma 
força de paz, em 9 de julho de 1964; 
e) uma rebelião de militares de esquerda, que culminou com a convocação 
de uma Assembléia Nacional Constituinte em 25 de agosto de 1967. 
Respostas: 
1) C 
2) A 
3) D 
4) E 
5) B 
 
Aula 04 - BAIXA IDADE MÉDIA.
Nesta aula, será analisada a estrutura do Sistema Feudal- seus
aspectos econômicos, sociais, políticos e culturais.
Também será efetuada uma análise da crise do feudalismo,
observando o Renascimento Comercial e Urbano, a formação das
Monarquias Nacionais e as crises dos século XIV.
 O FEUDALISMO.
I. Origens
O feudalismo europeu é resultado da síntese entre a sociedade
romana em decadência e a sociedade bárbara em evolução. Esta síntese
resulta nos chamados fatores estruturais para a formação do
feudalismo.
Roma contribui para a formação do feudalismo através dos
seguintes elementos:
- a "villa", ou o latifúndio auto-suficiente;
- o desenvolvimento do colonato, segundo o qual o trabalhador
ficava preso à terra;
- a Igreja Cristã, que se tornará na principal instituição medieval.
A crise romana reforça seu poder político local e consolida o
processo de ruralização da economia.
Os Bárbaros contribuem com os seguintes elementos:
- uma economia centrada nas trocas naturais;
- o comitatus, instituição que estabelecia uma relação de
fidelidade e reciprocidade entre os guerreiros e seus chefes;
- a prática do chamado benefício ( beneficium ), dando
imunidade ao proprietário deste;
- o direito consuetudinário, isto é, os costumes herdados dos
antepassados possuem força de lei.
Além destes elementos estruturais ( internos ), contribuíram
também os chamados elementos conjunturais ( externos ) , que foram
as Invasões Bárbaras dos séculos VIII ao IX - os normandos e os
muçulmanos.
Os normandos efetuam um bloqueio do mar Báltico e do mar do
Norte e os muçulmanos realizam o bloqueio do mar Mediterrâneo. Estas
invasões aceleram o processo de ruralização européia - em curso desde
o século III - acentuando a economia agrária e auto-suficiente.
II. Estruturas feudais.
ESTRUTURA ECONÔMICA: a economia era basicamente agro-
pastoril, de caráter auto-suficiente e com trocas naturais. O comércio,
embora existisse, não foi a atividade predominante.
As terras dos feudos eram divididas em três partes:
- terras coletivas ou campos abertos: de uso comum, onde se
recolhiam madeira, frutos e efetuava-se a caça. Neste caso,
temos uma posse coletiva da terra.
- reserva senhorial - de uso exclusivo do senhor feudal - é era a
propriedade privada do senhor.
- Manso servil ou tenência: terras utilizadas pelos servos.
Serviam para manter o sustento destes e para cumprimento
das obrigações feudais.
O caráter auto-suficiente da economia feudal dava-se em virtude
da baixa produtividade agrícola.
O comércio, embora não fosse a atividade predominante, existia
sob duas formas: o comércio local - onde realizava-se as trocas
naturais; e o comércio a longa distância - responsável pelo
abastecimento de determinados produtos, tais como o sal, pimenta,
cravo, etc... O comércio a longa distância funcionava com trocas
monetárias e, à partir do século XII terá um papel fundamental na
economia européia.
ESTRUTURA POLÍTICA.
O poder político era descentralizado, ou seja, distribuído entre os
grandes proprietários de terra ( os SENHORES FEUDAIS).
Apesar da fragmentação do poder político, havia os laços de
fidelidade pessoal ( a vassalagem). Por esta relação estabelecia-se o
contrato feudo-vassálico, assim caracterizado:
Homenagem: juramento de fidelidade do vassalo para com o seu
suserano;
Investidura: entrega do feudo do vassalo para o suserano.
O suserano ( aquele que concede o feudo ) deveria auxiliar
militarmente seu vassalo e também prestar assistência jurídica.
O vassalo ( aquele que recebe o feudo e promete fidelidade) deve
prestar o serviço militar para o suserano e comparecer ao tribunal por
ele presidido.
ESTRUTURA SOCIAL.
A sociedade feudal era do tipo estamental, onde as funções sociais
eram transmitidas de forma hereditária. As relações sociais eram
marcadas pelos laços de dependência e de dominação. Os estamentos
sociais eram três:
CLERO: constituído pelos membros da Igreja Católica. Dedicavam-
se ao ofício religioso e apresentavam uma subdivisão:
- Alto clero- formado por membros da nobreza feudal (papa,
bispo, abade)
- Baixo clero- composto por membros não ligados à nobreza (
padre, vigário ).
NOBREZA: formada pelos grandes proprietários de terra e que se
dedicavam à atividade militar e administrativa.
TRABALHADORES: simplesmente a maioria da população. Os
camponeses estavam ligados à terra ( servos da gleba ) sendo
obrigados a sustentarem os senhores feudais.
Assim, o clero formava o 1º Estado, a nobreza o 2º Estado e os
trabalhadores o 3º Estado.
O Sistema feudal também apresentava as chamadas obrigações
feudais, uma conjunto de relações sociais onde os servos eram
explorados pelos senhores feudais. As principais obrigações feudais
eram:
CORVÉIA: obrigação do servo de trabalhar nas terras do
senhor(manso senhorial). Toda produção de seu trabalho era do
proprietário.
TALHA: obrigação do servo de entregar parte de sua produção na
gleba para o senhor feudal.
BANALIDADES: pagamento feito pelo servo pelo uso de
instrumentos e instalações do feudo ( celeiro, forno, estrada...).
 CRISE DO FEUDALISMO.
A crise do Sistema Feudal tem sua origem no século XI e está
relacionada ao crescimento populacional. Este, por sua vez, está
relacionado a um conjunto de inovações técnicas, tais como o uso da
charrua ( máquina de revolver a terra ), o peitoril ( para melhor
aproveitamento da

Outros materiais