Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS - ESUDA JUVINO NEVES DA SILVA ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA, SOB A ÓTICA PROPOSTA POR BRAGA E MARQUES: UM ESTUDO MULTICASO EM EMPRESAS DO SEGMENTO DE COMPUTADORES E EQUIPAMENTOS, LISTADAS NA BM&F BOVESPA Recife, 2014 JUVINO NEVES DA SILVA ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA, SOB A ÓTICA PROPOSTA POR BRAGA E MARQUES: UM ESTUDO MULTICASO EM EMPRESAS DO SEGMENTO DE COMPUTADORES E EQUIPAMENTOS, LISTADAS NA BM&F BOVESPA TRABALHO APRESENTADO COMO REQUISITO PARA CONCLUSÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA ORIENTADOR: CÉLIO ROBERTO ISÍDIO DE OLIVEIRA, MS. Recife, 2014 JUVINO NEVES DA SILVA ANÁLISE DA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA, SOB A ÓTICA PROPOSTA POR BRAGA E MARQUES: UM ESTUDO MULTICASO EM EMPRESAS DO SEGMENTO DE COMPUTADORES E EQUIPAMENTOS, LISTADAS NA BM&F BOVESPA Monografia apresentada como requisito para conclusão do Curso de Graduação em Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Humanas ESUDA, para apreciação da banca examinadora, composta pelos seguintes membros: ________________________________________________________ PROF. ME. CÉLIO ROBERTO ISÍDIO DE OLIVEIRA ORIENTADOR ________________________________________________________ MEMBRO ________________________________________________________ MEMBRO TERMO DE RESPONSABILIDADE Por este termo, eu, abaixo assinado, assumo a inteira responsabilidade de autoria do conteúdo deste Trabalho de Conclusão de Curso, estando ciente das sanções legais previstas referentes ao plágio (art. 3º da Lei 9.610/98 e art. 184 do Código Penal Brasileiro). Portanto, ficam, a instituição e o orientador, isentos de qualquer ação negligente da minha parte, pela veracidade e originalidade desta obra. Recife, 22 de novembro de 2014. Juvino Neves da Silva Dedico este trabalho a meus pais Sueli Maria Neves Almeida da Silva e Cledson Almeida da Silva, à minha avó Apolônia Medeiros Neves, à minha esposa Renata Melo Borba e às minhas filhas Maria Victória Martins Neves e Alice Melo Borba Neves. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar, a Deus, pois sem Ele nada existiria nem teria sentido. À minha adorável genitora, Sueli Maria Neves Almeida da Silva, exemplo de esposa e de mãe; ao meu pai, Cledson Almeida da Silva, homem trabalhador, guerreiro, que o tenho como ídolo e à minha avó Apolônia Medeiros Neves, sempre preocupada com seus filhos, netos e bisnetos. À minha esposa Renata Melo Borba, que tenho como exemplo de perseverança, honestidade e bondade, excelente companheira para todos os momentos. Agradeço de forma especial às minhas filhas Maria Victória Martins Neves e Alice Borba Neves (ainda no ventre de sua mãe), que mesmo sendo tão pequenas, são minha fortaleza, onde encontro forças nos momentos difíceis e paz nos momentos felizes. Não poderia esquecer do meu professor, coordenador e orientador Mestre Célio Roberto Isídio De Oliveira, que sempre esteve disponível para sanar minhas dúvidas quando precisei. “Para que o mal triunfe, basta que os bons não façam nada”. Edmund Burke RESUMO Atualmente, é evidente o grau de influência que a Demonstração do Fluxo de Caixa exerce nas tomadas de decisões das empresas. O presente trabalho tem por finalidade demonstrar esta importância, através da análise das Medidas de Desempenho extraídas da Demonstração do Fluxo de Caixa, levando-se em consideração os índices propostos por BRAGA e MARQUES. Os autores classificaram estas medidas de desempenho em quatro categorias distintas, porém todas relacionadas às Demonstrações do Fluxo de Caixa: Quocientes de Cobertura de Caixa, Quocientes de Qualidade do Resultado, Quociente de Dispêndio de Capital e Quociente de Retorno do Fluxo de Caixa. Este trabalho busca identificar a importância das análises Demonstrações dos Fluxos de Caixa para a gestão das empresas e a influência que tais índices exercem na tomada de decisões. Palavras-chave: Demonstração do Fluxo de Caixa; Índices Financeiros; Tomada de Decisões; Quociente de Avaliação; Medidas de Desempenho. ABSTRACT Currently, it is clear the degree of influence that the Cash Flow Statement exercises in making business decisions. This study aims to demonstrate this importance, through analysis of Performance Measures taken from the Cash Flow Statement, taking into account the indexes proposed by Braga and Marques. The authors classified these performance measures in four different categories, but all related to the Cash Flow Statement: Quotients of Coverage Cash, Quotients Result Quality, Quotient Capital Expenditure and Quotient Cash Flow Return. This job search identify the importance of the Cash Flow Statements analysis for the management of companies and the influence that these indexes plays in decision-making. Keywords: Cash Flow Statement; Financial Ratios; Decision Making; Quotient Assessment; Performance Measures. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Balanço Patrimonial Bematech ......................................................................... 34 Tabela 2 – Demonstração do Resultado do Exercício Bematech........................................ 34 Tabela 3 – Demonstração do Fluxo de Caixa Bematech .................................................... 35 Tabela 4 – Cálculo dos Quocientes Bematech ................................................................... 35 Tabela 5 – Balanço Patrimonial Itautec .............................................................................. 38 Tabela 6 – Demonstração do Resultado do Exercício Itautec ............................................ 38 Tabela 7 – Demonstração do Fluxo de Caixa Itautec ......................................................... 39 Tabela 8 – Cálculo dos Quocientes Itautec ......................................................................... 39 Tabela 9 – Balanço Patrimonial Positivo ............................................................................42 Tabela 10 – Demonstração do Resultado do Exercício Positivo ........................................ 42 Tabela 11 – Demonstração do Fluxo de Caixa Positivo ..................................................... 43 Tabela 12 – Cálculo dos Quocientes Positivo .................................................................... 43 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Medidas de Desempenho extraídas da DFC..................................................... 24 Quadro 2 – Quocientes de Cobertura de Caixa...................................................................26 Quadro 3 – Quocientes de Qualidade de Resultado............................................................ 27 Quadro 4 – Quocientes de Dispêndio de Capital ................................................................ 28 Quadro 5 – Retorno dos Fluxos de Caixa............................................................................ 29 Quadro 6 – Empresas analisadas......................................................................................... 31 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AJI Antes dos Juros e Impostos AT Ativo Total BM&F Bolsa de Mercadorias e Futuros BP Balanço Patrimonial CPC Comitê de Pronunciamentos Contábeis CPIC Caixa pago por Investimentos de Capital DFC Demonstração do Fluxo de Caixa DMPL Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido DOAR Demonstração das Origens a Aplicações de Recursos DP Dividendos Preferenciais DRE Demonstração do Resultado do Exercício DT Dividendos Totais DVA Demonstração do Valor Adicionado FC Fluxo de Caixa FCLF Fluxo de Caixa Líquido para Financiamentos FCLI Fluxo de Caixa Líquido para Investimentos FCO Fluxo de Caixa Operacional IBRACON Instituto dos Auditores Independentes do Brasil IL Índice de Liquidez NPC Norma e Procedimento de Contabilidade PE Passivo Exigível PELP Passivo Exigível a Longo Prazo PL Patrimônio Líquido QAO Quantidade de Ações Ordinárias RO Resultado Operacional TI Tecnologia da Informação VL Vendas Líquidas Sumário 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 14 1.1. Considerações iniciais ............................................................................... 14 1.2. Caracterização do problema ...................................................................... 15 1.3. Objetivos .................................................................................................... 15 1.3.1. Objetivo Geral ..................................................................................... 15 1.3.2. Objetivos Específicos .......................................................................... 15 1.4. Justificativa ................................................................................................. 16 1.5. Delimitação do estudo ................................................................................ 16 1.6. Estrutura do trabalho .................................................................................. 16 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 18 2.1. Demonstrações Contábeis ......................................................................... 18 2.2. Fluxo de Caixa .......................................................................................... 19 2.3. Demonstração do Fluxo de Caixa – D.F.C. ............................................... 20 2.4. Gestão Financeira ...................................................................................... 23 2.5. A importância do Fluxo de Caixa na Gestão Financeira ............................ 24 2.6. Quocientes extraídos da DFC .................................................................... 24 2.6.1. Quocientes de Cobertura de Caixa ..................................................... 26 2.6.1.1 Cobertura de Dívidas com Caixa .................................................. 26 2.6.1.2 Cobertura de Dividendos com Caixa ............................................ 26 2.6.2. Quocientes de Qualidade do Resultado ............................................. 27 2.6.2.1 Qualidade das Vendas ................................................................. 27 2.6.2.2 Qualidade dos Resultados ............................................................ 27 2.6.3. Quocientes de Dispêndio de Capital ................................................... 28 2.6.3.1 Aquisição de Capitais ................................................................... 28 2.6.3.2 Investimentos / Financiamentos ................................................... 28 2.6.4. Quociente de Retornos dos Fluxos de Caixa. ..................................... 29 2.6.4.1 Retorno do Caixa sobre Ativos Totais .......................................... 29 2.6.4.2 Retorno do Caixa sobre ELP e PL ................................................ 29 2.6.4.3 Retorno do Caixa sobre Patrimônio Líquido ................................. 29 3. METODOLOGIA ............................................................................................... 30 3.1. Procedimentos Metodológicos ................................................................... 30 3.1.1 Tipo de pesquisa .................................................................................. 30 3.1.2 Espaço amostral .................................................................................. 31 3.1.3 Coleta de dados ................................................................................... 31 3.1.4 Classificação dos dados ...................................................................... 32 4. ANÁLISE DE RESULTADOS ........................................................................... 33 4.1. Bematech Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos .................. 33 4.1.1 BP da Bematech .................................................................................. 34 4.1.2 DRE da Bematech ............................................................................... 34 4.1.3 DFC da Bematech ............................................................................... 35 4.1.4 Cálculo dos quocientes da Bematech .................................................. 35 4.1.5 Análise dos quocientes da Bematech .................................................. 36 4.2. Itautec S.A. ................................................................................................. 37 4.2.1 BP da Itautec ....................................................................................... 38 4.2.2 DRE da Itautec ..................................................................................... 38 4.2.3 DFC da Itautec ..................................................................................... 39 4.2.4 Cálculo dos quocientes da Itautec ....................................................... 39 4.2.5 Análise dos quocientes da Itautec ....................................................... 40 4.3. Positivo S.A. ............................................................................................... 41 4.3.1 BP da Positivo ...................................................................................... 42 4.3.2 DRE da Positivo ................................................................................... 42 4.3.3 DFC da Positivo ................................................................................... 43 4.3.4 Cálculo dos quocientes da Positivo ..................................................... 43 4.3.5 Análise dos quocientes da Positivo ...................................................... 44 5. CONCLUSÃO ................................................................................................... 46 REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 48 14 1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações iniciais Este trabalho deveráanalisar a importância da Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC) para as empresas, levando-se em consideração as Medidas de Desempenho propostas por Braga e Marques. Para tanto, a definição que melhor se enquadra em Fluxo de Caixa (FC), segundo os autores Mota, Yonemoto e Cabral (2009) é: O fluxo de caixa é uma ferramenta, que auxilia o administrador financeiro na tomada de decisões, pois reflete e prevê o que ocorrerá com as finanças da empresa em um determinado período. Instrumento muito utilizado nas empresas, devido ao seu fácil entendimento e também por conter informações exatas da situação financeira das empresas, o fluxo de caixa permite ao administrador financeiro detectar variações que possam ocorrer. Portanto, a maior utilidade apresentada pelo FC é possibilitar a visualização de possíveis “sobras” ou “faltas” de recursos monetários, antes mesmo que tais fatos possam ocorrer, possibilitando, desta forma, ao tomador de decisões, planejar da melhor maneira suas ações e decisões, já que este estará sustentado por uma visão mais abrangente acerca dos fatos, que tenham ocorrido ou venham a ocorrer nas finanças da empresa, possibilitando, assim, uma gestão mais eficiente e eficaz. Na implantação do FC, o administrador levará em consideração a capacidade geral da organização, além do período que se pretende abranger. Informações precisas e exatas contribuirão para o sucesso do funcionamento do FC. De posse de tais informações (geradas pela DFC), o administrador poderá planejar e controlar as finanças da empresa, desde a compra de matéria prima até a projeção de suas vendas, fazendo com que haja uma sincronização de caixa, buscando sempre o equilíbrio entre os prazos de compra e venda. A empresa deverá fazer um acompanhamento constante do FC, pois desta forma poderá ser observado o comportamento da empresa diante do mercado e com isso fazer novas projeções de FC sempre verificando se tais projeções irão ocorrer conforme o planejado. 15 1.2 Caracterização do problema A DFC é uma demonstração dinâmica e devido à sua importância, deve ser incluída nas demonstrações a serem publicadas. A DFC teve sua obrigatoriedade regulamentada pela Lei 11.638/2007, em vigor desde 01 de janeiro de 2008. Como a Demonstração do Fluxo de Caixa, considerando-se os quocientes propostos por Braga e Marques, auxiliam na gestão das empresas? 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Verificar como a DFC, através das Medidas de Desempenho, auxilia no processo de tomada de decisões nas empresas do segmento de Computadores e Equipamentos, listadas na BM&V BOVESPA. 1.3.2 Objetivos específicos Identificar as empresas do segmento de Computadores e Equipamentos, listadas na BM&V BOVESPA. Levantar as Demonstrações de Fluxo de Caixa das empresas do segmento de Computadores e Equipamentos, listadas na BM&V BOVESPA; Calcular os quocientes obtidos das Medidas de Desempenho, relacionados à DFC das empresas do segmento de Computadores e Equipamentos, listadas na BM&V BOVESPA. 16 1.4 Justificativa A importância deste estudo se dá pelo fato de a DFC ser uma ferramenta de controle da movimentação financeira das entidades de qualquer natureza. A partir do conceito de administração financeira, pode-se dizer que o FC é um dos instrumentos mais utilizados pelo administrador financeiro na Gestão Empresarial. A administração financeira "é a arte e a ciência de administrar os recursos financeiros para maximizar a riqueza dos acionistas" (LEMES, RIGO, CHEROBIM, 2002). 1.5 Delimitação do estudo O estudo será realizado em empresas do segmento de Computadores e Equipamentos, listadas na BM&F-BOVESPA. Os dados serão extraídos dos Balanços Patrimoniais, das Demonstrações dos Resultados dos Exercícios e das Demonstrações dos Fluxos de Caixa, nos anos de 2011, 2012 e 2013. Após esta extração, serão feitas análises dos quocientes, levando em consideração as Medidas de Desempenho sugeridas por Braga e Marques. 1.6. Estrutura do trabalho O estudo será realizado em 5 (cinco) capítulos, dispostos da seguinte forma: introdução, referencial teórico, metodologia, análise de resultados e conclusão. No primeiro capítulo, foram descritas as considerações iniciais, os objetivos do projeto (geral e específicos), a sua justificativa e a delimitação do estudo. Na segunda parte, elencamos os principais conceitos das Demonstrações Contábeis (Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração do Fluxo de Caixa), a importância destas para a Gestão Financeira, 17 bem como os índices possíveis de serem calculados/extraídos destas demonstrações. No terceiro capítulo, tratamos da metodologia empregada, onde descrevemos a forma e a sequência com que o trabalho foi feito, determinamos também tipo da pesquisa realizada, o espaço amostral e a forma de coleta dos dados. O quarto capítulo inclui a análise de resultados que foram obtidos na pesquisa, e por fim, o quinto e último capítulo concluímos nosso trabalho. 18 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Demonstrações Contábeis Segundo o IBRACON (NPC 27), "as demonstrações contábeis são uma representação monetária estruturada da posição patrimonial e financeira em determinada data e das transações realizadas por uma entidade no período findo nessa data. O objetivo das demonstrações contábeis de uso geral é fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. As demonstrações contábeis também mostram os resultados do gerenciamento, pela Administração, dos recursos que lhe são confiados". As demonstrações contábeis tem por finalidade, expor a situação econômica, patrimonial e financeira de determinada empresa. Estas informações poderão/deverão ser utilizadas por qualquer pessoa, contudo, as pessoas mais interessadas por tais informações são os investidores, acionistas, administradores, fornecedores e até por futuros investidores. Outro grande interessado por tais informações é o governo (seja municipal, estadual e/ou federal). As demonstrações contábeis que normalmente devem ser elaboradas pelas empresas são: 1) Balanço Patrimonial – B.P.; 2) Demonstração do Resultado do Exercício – D.R.E.; 3) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido/Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados – D.M.P.L./DLPA; 4) Demonstração dos Fluxos de Caixa – D.F.C.; e 5) Demonstração do Valor Adicionado – D.V.A.. 19 Salientamos que as Notas Explicativas também são consideradas demonstrações contábeis, pois segundo Braga (2012, p. 55): As notas explicativas integram as demonstrações contábeis e têm como objetivo dar maior transparência às informações contidas nas demonstrações contábeis, de modo que possibilitem perfeito entendimento por parte das pessoas interessadas – acionistas, investidores, credores, empregados, governo. Para efeitos deste trabalho, iremos explicitar apenas o BP, a DRE a DFC, pois destas demonstrações serão extraídos os quocientes necessários para avaliar as empresas em questão. Salientamos que tais demonstrações serão expostas de forma resumida, por motivos estruturais e que tais demonstrações estão disponíveis no sítio da BM&F-BOVESPA. Por fim, segundo Reis (2003, p.42), “As demonstraçõescontábeis consiste num conjunto de demonstrativos, previstos em lei, geralmente elaborados ao final do exercício social”. 2.2 O Fluxo de Caixa O FC é o registro de toda movimentação de dinheiro (ou equivalente), gasto e recebido durante determinado período de tempo. Este registro facilita a gestão de uma empresa no sentido de saber qual o valor deverá ser pago com as obrigações e quais os valores que a empresa deverá receber. De posse dessas informações, a empresa saberá, por fim, qual será o saldo disponível naquele momento. Assaf Neto e Silva (2002, p.39) afirmam que: Contextos econômicos modernos de concorrência de mercado exigem das empresas maior eficiência na gestão financeira de seus recursos, não 20 cabendo indecisões sobre o que fazer com eles. Sabidamente, uma boa gestão dos recursos financeiros reduz substancialmente a necessidade de capital de giro, promovendo maiores lucros pela redução principalmente das despesas financeiras. Em verdade, a atividade financeira de uma empresa requer acompanhamento permanente de seus resultados, de maneira a avaliar seu desempenho, bem como proceder aos ajustes e correções necessários. O objetivo básico da função financeira é prover a empresa de recursos de caixa suficientes de modo a respeitar os vários compromissos assumidos e promover a maximização de seu lucro. 2.3. Demonstração do Fluxo de Caixa A DFC é de fundamental importância para as organizações, sejam elas pequenas ou grandes e foi devido a essa importância, que no Brasil, a publicação das Demonstrações do Fluxo de Caixa tornou-se obrigatória (Lei Lei 11.638/07) para as empresas de capital aberto e empresas de capital fechado com Patrimônio Líquido superior a dois milhões de reais, substituindo a Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos – DOAR. Para Braga e Marques (2001, p.7), a Demonstração de Fluxos de Caixa (DFC) possui como uma de suas finalidades servir de instrumento para avaliação da liquidez da organização, ou seja, sua capacidade e garantia de pagamento das dívidas nas datas de vencimento. Desta forma, os acionistas, funcionários e/ou qualquer outra pessoa terá acesso às informações importantes acerca da situação financeira da organização. De acordo com a CPC 03, item 11: “a demonstração dos fluxos de caixa deve apresentar os fluxos de caixa de período classificados por atividades operacionais, de investimento e de financiamento”. Portanto, o modelo adotado pela contabilidade brasileira e internacional para publicação das Demonstrações do Fluxo de Caixa o divide em três grupos, a saber: A) Atividades Operacionais; B) Atividades de Investimento; e C) Atividades de Financiamento. 21 As Atividades Operacionais englobam todas as operações normais da empresa que geram FC relacionados com sua atividade principal. Já as Atividades de Investimento estão relacionadas com o aumento e/ou diminuição dos ativos não-circulantes da empresa que são utilizados para produzir seus bens. Braga e Marques (2001, p. 9) preconizam que: As atividades de financiamento incluem a obtenção de recursos de proprietários e aqueles a eles fornecidos como um retorno sobre, ou um retorno de, seus investimentos; empréstimos de dinheiro e pagamentos dos montantes emprestados ou outra forma de liquidação da obrigação; e a obtenção e pagamento por outros recursos conseguidos de credores por crédito de longo prazo. Por fim, as atividades de financiamento relacionam-se com os empréstimos de credores e investidores à entidade. Estas “estão relacionadas à estrutura de financiamento da empresa e envolvem as modificações nos exigíveis de curto e longo prazos e no patrimônio líquido, que afetam o caixa, exceto aquelas associadas às operações” (BRAGA e MARQUES, 2001). 22 Este quadro, bem resume a classificação das atividades que envolvem fluxo de caixa. A figura foi extraída do trabalho desenvolvido por BRAGA e MARQUES. Classificação das transações que envolvem caixa por atividades Fonte: Braga e Marques (2001, p.9) Segundo o CPC 03, na apresentação dos Fluxos de Caixa das Atividades Operacionais, a empresa pode utilizar quaisquer uns dos métodos descritos abaixo: 1. O método direto, onde as principais classes, de recebimentos brutos e pagamentos brutos, são divulgadas; ou 2. O método indireto, onde o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos efeitos de transações que não envolvem caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência sobre recebimentos de caixa ou pagamentos em caixa operacionais passados ou futuros, e pelos efeitos de 23 itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento. (CPC 03, 2010) Braga (2012, p. 104), distingue o método direto do indireto da seguinte forma: “a) o método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos e pagamentos brutos são divulgadas; ou b) o método indireto, segundo o qual o lucro ou prejuízo líquido é ajustado pelos efeitos: (i) das transações que não envolvem caixa; (ii) de quaisquer diferimentos ou outras apropriações por competência sobre recebimentos ou pagamentos operacionais, passados ou futuros; e (iii) de itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades de investimento ou financiamento”. 2.4 Gestão financeira Em sua obra, Lima (2012, p.9) afirma que: A gestão financeira está diretamente ligada à administração, pois ambas envolvem planejamento (definição do que se quer alcançar através de metas para atingir objetivos futuros e administrar recursos utilizando a própria experiência e principalmente a inteligência), organização (estabelecimento de mecanismos de integração e coordenação para o controle de recursos), Direção/execução (Analise e realização das atividades planejadas em função dos recursos e objetivos que foram disponibilizados ou organizados em um planejamento) e controle (Análise e verificação dos recursos que foram empregados e se o que foi planejado está sendo cumprido). 24 2.5 A Importância do Fluxo de Caixa na Gestão Financeira O FC é uma ferramenta importante na gestão financeira das organizações, auxiliando e subsidiando a tomada de decisões, bem como auxiliando nos orçamentos onde são definidas as prioridades e as necessidades de recursos financeiros. Também é um poderoso instrumento de analise e controle de todas as movimentações financeiras das organizações por estarem escrituradas as movimentações de dinheiro da empresa. De acordo com Garrison, Noreen e Brewer, “A Demonstração de fluxos de caixa é uma ferramenta analítica valiosa para os administradores, bem como para investidores e credores, embora os administradores tendam mais a se preocupar com projeções de fluxos de caixa que são elaboradas como parte do processo de orçamento”. 2.6 Quocientes extraídos da Demonstração do Fluxo de Caixa As DFC’s servem de base para o cálculo para várias Medidas de Desempenho. Braga e Marques (2001) sugerem uma divisão destas medidas em quatro categorias, conforme a seguinte tabela: Quadro 1 – Medidas de Desempenho Extraídas da DFC MEDIDAS DE DESEMPENHO Categoria Descrição 1 Quocientes de Cobertura de Caixa 2 Quocientes de Qualidade do Resultado 3 Quocientes de Dispêndios de Capital 4 Retornos do Fluxo de Caixa Fonte: Braga e Marques (2001, p.12 e 13), adaptado pelo autor.25 Segundo Braga e Marques (2001, p.15) “Da mesma forma que as demais demonstrações, a DFC serve de base para cálculo de muitos indicadores financeiros. As medidas mais importantes encontram-se dispostas em quatro categorias distintas, conforme mostram os quadros seguintes”. Braga e Marques expõem que: Na elaboração desses indicadores, o valor do fluxo líquido de caixa gerado pelas operações (FCO) exclui as transações não usuais. Nesse aspecto, dada a importância do FCO no contexto das demais entradas e saídas de caixa, torna-se relevante considerar em separado o impacto de transações não rotineiras que possa conter. Por exemplo, na hipótese de adoção de índices para previsão de fluxos de caixa futuros, a inclusão de recebimentos de indenizações judiciais certamente distorceria os fluxos de caixa contínuos atuais, o que poderia conduzir os investidores a enganos. Portanto, dentro de cada uma destas categorias são sugeridos alguns índices que servem de base para analisar a DFC de acordo com o propósito de cada categoria, conforme disposto a seguir. 26 2.6.1 Quocientes de Cobertura de Caixa Os quocientes de cobertura de caixa possibilitam a avaliação da liquidez do empreendimento e podem ser calculados através dos seguintes índices: Quadro 2 – Quocientes de Cobertura com Caixa Fonte: Braga e Marques (2001), adaptado pelo autor. 2.6.1.1 Cobertura de Dívidas com Caixa Este índice representa “o período de tempo necessário para livrar a companhia de suas obrigações utilizando fluxos de caixa retidos das operações para seu pagamento”. Portanto, leva em consideração a dívida total, isto é “os passivos circulante e exigível a longo prazo - e, assim, revela o número de anos que, no nível dos fluxos de caixa atuais, seriam necessários para quitar todo o exigível”. (BRAGA e MARQUES 2001) 2.6.1.2 Cobertura de dividendos com caixa O quociente de cobertura de dividendos com caixa fornece evidência da capacidade de pagar dividendos preferenciais e ordinários atuais com base no fluxo de FCO normal. Essa medida permite avaliar a habilidade da empresa em pagar todos os dividendos estabelecidos no estatuto social. (BRAGA e MARQUES 2001) COBERTURA DE DÍVIDAS COM CAIXA = FCO - DT PE COBERTURA DE DIVIDENDOS COM CAIXA = FCO DT ONDE: FCO = FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL DT = DIVIDENDOS TOTAIS PE = PASSIVO EXIGÍVEL 27 2.6.2 Quocientes de Qualidade do Resultado Esta categoria corresponde aos indicadores de qualidade do resultado descritos abaixo: Quadro 3 – Quocientes de Qualidade de Resultado Fonte: Braga e Marques (2001), adaptado pelo autor. 2.6.2.1 Qualidade das vendas Para Braga e Marques (2001, p.13) este índice equivale à proporção das receitas de vendas convertidas em dinheiro no exercício pelos recebimentos e cobranças de clientes. 2.6.2.2 Qualidade do Resultado A abordagem mais simples para avaliação da qualidade do resultado consiste num índice que compara fluxos de FCO ao resultado operacional (lucro ou prejuízo operacional líquido). O quociente pretende fornecer uma indicação da dispersão entre os fluxos de caixa e os lucros divulgados. Não obstante, ambos tendem a se igualar em momento futuro, por ocasião da descontinuidade das operações do negócio. (BRAGA e MARQUES, 2001). QUALIDADE DAS VENDAS = CAIXA DAS VENDAS VENDAS QUALIDADE DO RESULTADO = FCO RO ONDE: FCO = FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL RO = RESULTADO OPERACIONAL R = RESULTADO 28 2.6.3 Quocientes de Dispêndio de Capital Quadro 4 – Quocientes de Dispêndio de Capital Fonte: Braga e Marques (2001), adaptado pelo autor. 2.6.3.1 Aquisição de Capital Este índice “sinaliza a habilidade do negócio em atender suas necessidades por dispêndios líquidos de capital (aquisições menos alienações), sendo calculado como fluxos de caixa operacionais retidos divididos pelas aquisições líquidas de ativos produtivos (imobilizado). Utiliza-se o montante dos fluxos de caixa retidos após o pagamento de dividendos como um parâmetro da disponibilidade efetiva de caixa para financiamento daqueles investimentos”. (BRAGA e MARQUES, 2001) 2.6.3.2 Investimentos/Financiamentos Esta relação serve para comparar os fluxos líquidos necessários para finalidades de investimentos, com aqueles que são gerados por financiamentos. Uma forma mais completa seria adicionar o FCO às atividades de financiamento pois na prática, os fluxos das atividades podem sofrer variações acentuadas, a utilização de valores médios, referentes a uma série de anos, tornaria este índice mais relevante. AQUISIÇÕES DE CAPITAL = FCO – DT CPIC INVESTIMENTO / FINANCIAMENTO = FCLI FCLF ONDE: FCO = FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL DT = DIVIDENDOS TOTAIS CPIC = CAIXA PAGO POR INVESTIMENTOS DE CAPITAL FCLI = FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO PARA INVESTIMENTOS FCLF = FLUXO DE CAIXA LÍQUIDO PARA FINANCIAMENTOS 29 2.6.4 Retorno dos Fluxos de Caixa. Quadro 5 –Retorno dos Fluxos de Caixa Fonte: Braga & Marques (2001), adaptado pelo autor. 2.6.4.1 Retorno do Caixa sobre Ativos Totais Equivale ao retorno sobre o investimento total, relação-chave de lucratividade, fundamentada no regime de competência. 2.6.4.2 Retorno do Caixa sobre Exigível a Longo Prazo e Patrimônio Líquido Este índice é baseado nos investimentos permanentes realizados por credores e acionistas, sinalizando o potencial de recuperação de caixa do negócio para esses investidores. 2.6.4.3 Retorno do Caixa sobre Patrimônio Líquido Este índice foi elaborado para se calcular a taxa de recuperação de caixa dos investimentos realizados pelos acionistas. RETORNO DO CAIXA = FCO (antes dos juros e impostos) SOBRE ATIVOS AT RETORNO SOBRE PASSIVO = FCO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO PL + ELP RETORNO SOBRE = FCO PATRIMÔNIO LÍQUIDO PL ONDE: FCO = FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL AT = ATIVOS TOTAIS PL = PATRIMÔNIO LÍQUIDO ELP = EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 30 3 METODOLOGIA De acordo com Matias-Pereira (2012, p.31) “Metodologia é o emprego do conjunto dos métodos, procedimentos e técnicas que cada ciência em particular põe em ação para alcançar seus objetivos. A colaboração entre demonstração lógica e experimentação, a interação entre a ciência pura e tecnologia, é uma característica do espírito científico contemporâneo”. Portanto, metodologia é o conjunto de técnicas, procedimentos e processos utilizados pela ciência que servem para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática. 3.1 Procedimentos metodológicos A seguir, descrevemos quais procedimentos metodológicos foram adotados neste trabalho, incluindo o tipo de pesquisa, o espaço amostral e a forma de coleta e classificação dos dados necessários à execução do trabalho. 3.1.1 Tipo de Pesquisa Esta pesquisa foi desenvolvida tendo como ponto de partida o estudo da importância do FC e dos índices extraídos dela. Em se tratando da classificação quanto à natureza, esta se trata de uma pesquisa do tipo aplicada, poisforam utilizados cálculos para obtenção dos indicadores que servirão de base para o trabalho. Para Martins (2009, p.54) pesquisa bibliográfica é uma “estratégia de pesquisa necessária para condução de qualquer pesquisa científica. Uma pesquisa bibliográfica procura explicar e discutir um assunto, tema ou problema com base em referência publicadas em livros, periódicos, revistas, enciclopédias, dicionários, jornais, sites, CD’s, anais de congressos, etc.”. 31 Quanto ao objetivo, esta pesquisa é do tipo descritiva, pois mostra a situação de determinadas empresas através dos índices calculados e da relação existente entre si. Segundo Matias-Pereira (2012, p.89), uma pesquisa descritiva é aquela que “visa descrever as características de determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coletas de dados: questionário e observação sistemática. Assume, em geral, a forma de levantamento”. Portanto, os fatos devem ser observados, registrados, analisados, classificados e interpretados, contudo, sem a interferência do autor. 3.1.2 Espaço Amostral O universo amostral desta pesquisa limitou-se às empresas de segmento de Computadores e Equipamentos, listadas no sítio da BM&F-BOVESPA, dispostas no quadro a seguir: Quadro 6 – Empresas analisadas Nº Nome da Empresa Origem 1 Bematech Ind. e Com. de Equipamentos Eletrônicos S.A. Paraná 2 Itautec S.A. São Paulo 3 Positivo Informática S.A. Paraná 3.1.3 Coleta de Dados Foram coletados dados disponíveis no sitio da BM&V BOVESPA referentes às empresas mencionadas e analisados os valores referentes aos Balanços Patrimoniais (BP), Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) e DFC (DFC) entre os anos de 2011 a 2013. 32 3.1.4 Classificação dos Dados Nesta pesquisa, foram coletadas informações das demonstrações financeiras de forma isolada e em conjunto buscando visualizar a situação econômico-financeira das empresas, por meio do cálculo dos indicadores da DFC e da análise dos dados. Foi feita uma abordagem qualitativa, de forma a interpretar os dados coletados para avaliar a situação das empresas, utilizando do cálculo de indicadores, contudo não foram utilizados cálculos estatísticos. 33 4. ANÁLISE DE RESULTADOS Para que possam ser feitas a análises dos índices sugeridos por Braga e Marques (2001), faz-se necessária publicação de algumas das Demonstrações Contábeis das empresas estudadas. Portanto, serão demonstrados os Balanços Patrimoniais, as Demonstrações de Resultado de Exercício, as Demonstrações de Fluxos de Caixa, as Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido e as Demonstrações do Valor Adicionado das empresas já mencionadas. Estas demonstrações estão dispostas de forma resumida, pois não há necessidade de expô-las de forma completa, haja vista a forma compacta ser suficiente para realização das análises. É importante frisar que, o método utilizado pelas empresas estudadas para a DFC é o indireto, isto significa que os valores encontrados nos índices não é um valor exato, desta forma, é um valor aproximado real. 4.1 Bematech Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos A Bematec, empresa especializada no mercado de impressoras, equipamentos comerciais e software de gestão, foi criada em outubro de 1990. No ano 2000, com a obrigatoriedade de emissão do cupom fiscal, prevista em lei, a Bematech vivenciou um crescimento acima do esperado. Em 2007, a empresa realizou um processo bem sucedido de abertura de capital na Bovespa, com objetivo de melhorar o acesso a recursos para financiar a continuidade do seu crescimento. Hoje, a Bematech é líder no comércio brasileiro de impressoras e equipamentos comerciais além de ser líder também em vendas de softwares de gestão e serviços de automação comercial. 34 4.1.1 Balanço Patrimonial da Bematech (Reais Mil) Tabela 1 – Balanço Patrimonial - Bematech (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 Conta Descrição 2013 2012 2011 1 Ativo Total 490.921 470.635 460.759 2 Passivo Total 490.921 470.635 460.759 1.01 Ativo Circulante 198.128 173.410 206.912 2.01 Passivo Circulante 59.309 63.969 79.964 1.02 Ativo Não Circulante 292.793 297.225 253.847 2.02 Passivo Não Circulante 27.628 31.961 37.477 2.03 Patrimônio Líquido 403.984 374.705 343.318 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 4.1.2 Demonstração do Resultado do Exercício da Bematech (Reais Mil) Tabela 2 – Demonstração do Resultado - Bematech (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 270.750 253.286 244.575 3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -165.259 -161.070 -160.397 3.03 Resultado Bruto 105.491 92.216 84.178 3.04 Despesas/Receitas Operacionais -51.189 -51.442 -152.959 3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e Tributos 54.302 40.774 -68.781 3.06 Resultado Financeiro 587 -2.566 -1.101 3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 54.889 38.208 -69.882 3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social s/ Lucro -11.946 -5.695 27.462 3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 42.943 32.513 -42.420 3.10 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 3.11 Lucro/Prejuízo do Período 42.943 32.513 -42.420 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 35 4.1.3 Demonstração do Fluxo de Caixa da Bematech (Reais Mil) Tabela 3 – Demonstração do Fluxo de Caixa - Bematech (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 6.01 Caixa Líquido Atividades Operacionais 57.364 59.227 24.863 6.01.01 Caixa Gerado nas Operações 61.263 48.189 35.114 6.02 Caixa Líquido Atividades de Investimento 14.738 68.574 12.221 6.02.02 Aquisição de Imobilizado -5.008 -2.363 -3.846 6.03 Caixa Líquido Atividades de Financiamento 26.057 9.056 12.230 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 4.1.4 Cálculo dos Quocientes da Bematech (Índices de Desempenho) Tabela 4 – Cálculo dos Quocientes - Bematech (2011, 2012 e 2013) QUOCIENTE DE COBERTURA DE CAIXA ANO 2013 2012 2011 COBERTURA DE DÍVIDAS COM CAIXA 0,165879 0,278474 0,572909 COBERTURA DE DIVIDENDOS COM CAIXA 1,335817 1,821641 0,586115 QUOCIENTE DE QUALIDADE DE RESULTADO ANO 2013 2012 2011 QUALIDADE DAS VENDAS 0,829201 0,632925 0,386595 QUALIDADE DO RESULTADO 1,056388 1,452568 * QUOCIENTE DE DISPÊNDIO DE CAPITAL ANO 2013 2012 2011 AQUISIÇÕES DE CAPITAL 2,879593 11.305121 17,494280 INVESTIMENTOS / FINANCIAMENTOS 0,565606 7,572217 0,999264 RETORNOS DO FLUXO DE CAIXA ANO 2013 2012 2011 RETORNO DO CAIXA SOBRE OS ATIVOS 0,116850 0,125845 0,053961 RETORNO SOBRE O ELP E PL 0,132906 0,145640 0,065292 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO 0,141996 0,158063 0,072420 * Neste(s) período(s), a empresa analisada não forneceu dados suficientes para o(s) cálculo(s) do(s) índice(s). 36 4.1.5 Análise dos Quocientes da Bematech Em se tratando do quociente de cobertura de dívidas com caixa, observa-se que a Bematech diminuiu a capacidade de quitar suas dívidas a curto e longo prazo, caso utilizasse apenas o fluxo de caixa operacional. No ano de 2011 o FCO correspondia a 57,29% de todo o exigível, isto é, em cerca de 1,75 anos (100% / 57,29%) a empresa poderia quitar todos os seus financiamentoscom o FCO. Já em 2013 este percentual caiu para 16,58% o que corresponde a 6,03 anos necessários para honrar seus compromissos a curto e longo prazos. O quociente de cobertura de dividendos com caixa indica se o FCO está sendo suficiente para cobrir os dividendos estabelecidos no estatuto. Em 2011 o FCO não era suficiente para cobrir os dividendos, contudo, em 2012 e 2013 o FCO conseguiu cobrir todos os dividendos. Isto quer dizer que para cada R$ 1,00 pago em dividendos, em 2012 e 2013, a empresa gerou um FCO de R$ 1,82 e R$ 1,33 respectivamente, demonstrando desta forma que não houve um avanço financeiro. Quanto à qualidade das vendas, a Bematech obteve um evolução muito boa, pois em 2011 apenas 38% das receitas eram convertidas em dinheiro. Isto é, cerca de 62% do FCO não eram convertidas em dinheiro imediato. Ao longo dos anos, a Bematech melhorou este índice, chegando a uma conversão de aproximadamente 82% de conversão em 2013. No ano de 2011 a empresa apresentou um Resultado Operacional negativo, impossibilitando a análise do índice de qualidade do resultado neste ano. Em 2012 e 2013 estes índices foram de 1,45 e 1,05 respectivamente, indicando que o resultado operacional gerou caixa de R$0,45 e R$ 0,05. Na análise de aquisição de capital, que indica a capacidade de adquirir novos imobilizados com o FCO, isto é, com recursos próprios, a empresa em questão possuía no ano de 2011 uma capacidade maior que 17 vezes às suas necessidades e em 2012 uma capacidade de cerca de 11 vezes superior. Contudo, em 2013 essa capacidade diminuiu drasticamente para apenas 2,87 vezes. 37 Em se tratando do quociente investimentos / financiamentos, a Bematech conseguiu financiar todos os seus investimentos, à exceção do ano de 2012, onde as atividades de investimentos foram superiores às de financiamento, indicando que a empresa deve ter utilizado recursos próprios para realização dos investimentos. Em relação ao retorno sobre ativos, a empresa teve um retorno de caixa relativamente baixo em 2011 (5%), mas este retorno cresceu nos anos seguintes, obtendo um percentual de 12,58% e 11,68% sobre os ativos. O retorno sobre o Passivo e PL seguiu a mesma variação, isto é, em 2011 o retorno era de 6,52%, aumentando nos anos seguintes para 14,56 e 13,29. Os índices relacionados ao retorno sobre o PL também seguiram o mesmo desempenho nos anos de 2011 a 2013. 4.2 Itautec S.A. A Itautec S.A. é uma empresa brasileira, atuante desde 1979 no mercado de tecnologia. Com sede administrativa na capital paulista, tem como principal atividade a participação em sociedades no Brasil e no exterior, em especial naquelas que atuam na fabricação e comercialização de equipamentos de automações bancária e comercial e na prestação de serviços. Controlada pela Itaúsa - Investimentos Itaú S.A., um dos maiores conglomerados privados do Brasil, a Itautec possui ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBOVESPA) desde 1985. Seu capital social é integralmente constituído por ações ordinárias, que dão direito a voto a todos os acionistas. Possui modelo de governança moderno e eficiente, que visa a adoção de políticas e práticas de gestão que contribuam para a transparência no relacionamento com seus públicos estratégicos. 38 4.2.1 Balanço Patrimonial da Itautec (Reais Mil) Tabela 5 – Balanço Patrimonial - Itautec (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 Conta Descrição 2013 2012 2011 1 Ativo Total 632.545 1.058.863 1.158.528 2 Passivo Total 632.545 1.058.863 1.158.528 1.01 Ativo Circulante 421.530 659.994 825.212 2.01 Passivo Circulante 421.530 659.994 825.212 1.02 Ativo Não Circulante 211.015 398.869 333.316 2.02 Passivo Não Circulante 211.015 398.869 333.316 2.03 Patrimônio Líquido 155.949 542.866 537.698 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 4.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício da Itautec (Reais Mil) Tabela 6 – Demonstração do Resultado - Itautec (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 452.754 694.510 1.520.951 3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -433.294 -639.339 -1.250.466 3.03 Resultado Bruto 19.460 55.171 270.485 3.04 Despesas/Receitas Operacionais -238.354 -45.884 -234.106 3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e Tributos -218.894 9.287 36.379 3.06 Resultado Financeiro -3.303 3.064 11.325 3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro -222.197 12.351 47.704 3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social s/ Lucro -55.416 5.695 -4.116 3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas -277.613 18.046 43.588 3.10 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas -110.458 -17.384 0 3.11 Lucro/Prejuízo do Período -388.071 662 43.588 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 39 4.2.3 Demonstração do Fluxo de Caixa da Itautec (Reais Mil) Tabela 7 – Demonstração do Fluxo de Caixa - Itautec (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 6.01 Caixa Líquido Atividades Operacionais 130.705 84.037 61.309 6.01.01 Caixa Gerado nas Operações -168.332 -32742 74.750 6.02 Caixa Líquido Atividades de Investimento 62.347 3.072 20.607 6.02.02 Aquisição de Imobilizado -22.102 -14.925 -14.836 6.03 Caixa Líquido Atividades de Financiamento 52.238 84.320 4.280 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 4.2.4 Cálculo dos Quocientes da Itautec (Índices de Desempenho) Tabela 8 – Cálculo dos Quocientes Itautec (2011, 2012 e 2013) QUOCIENTE DE COBERTURA DE CAIXA ANO 2013 2012 2011 COBERTURA DE DÍVIDAS COM CAIXA 0,540009 -0,164146 0,028544 COBERTURA DE DIVIDENDOS COM CAIXA 0,336807 * 1,406557 QUOCIENTE DE QUALIDADE DE RESULTADO ANO 2013 2012 2011 QUALIDADE DAS VENDAS 1,511656 0,160079 0,377663 QUALIDADE DO RESULTADO 0,588239 * 1,285196 QUOCIENTE DE DISPÊNDIO DE CAPITAL ANO 2013 2012 2011 AQUISIÇÕES DE CAPITAL * 5,674975 1,194459 INVESTIMENTOS / FINANCIAMENTOS 1,193518 0,036433 4,814720 RETORNOS DO FLUXO DE CAIXA ANO 2013 2012 2011 RETORNO DO CAIXA SOBRE OS ATIVOS 0,206634 0,079365 0,052920 RETORNO SOBRE O ELP E PL 0,366373 0,109775 0,078657 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO 0,838127 0,154802 0,114019 * Neste(s) período(s), a empresa analisada não forneceu dados suficientes para o(s) cálculo(s) do(s) índice(s). 40 4.2.5 Análise dos Quocientes da Itautec Na análise do quociente de cobertura de dívidas com caixa, observamos que a Itautec obteve um grande avanço entre o ano de 2011 e 2013. Enquanto que em 2011 a empresa gerou caixa suficiente para pagar apenas 2,85 de suas dívidas, em 2013 o caixa gerado foi suficiente para quitar 54% de suas dívidas. Contudo, no ano de 2012, este índice apresentou-se de forma negativa (0,164146), significando dizer que além do FCO não ter sido suficiente para pagar parte das dívidas ainda consumiu recursos. Em 2013, segundo os dados apresentados, a empresa poderia quitar seus financiamentos em cerca de 1,85 anos (100% / 54%) com o FCO. No caso do quociente de cobertura de dividendos com caixa em 2011 o FCO conseguia cobrir os dividendos, contudo, em 2013 o FCO não foi suficiente para cobrir os dividendos, pois o índice foi de 0,336807 Isto significa que para cada R$ 1,00 pago em dividendos, em 2011, a empresa gerou um FCO de R$ 1,40, contudo, em 2013, isto não foi possível. Já em 2012, a empresa não forneceu informações suficientes para análise deste índice. Quanto à qualidadedas vendas, a empresa obteve um bom desempenho apenas no ano de 2013, onde para cada R$ 1,00 de lucro a empresa gerou R$ 0,51 de caixa na atividade operacional. Nos anos de 2011 e 2012 este índice deixou a desejar. O índice de qualidade do resultado apresentou os seguintes desempenhos: no ano de 2011 o índice em questão foi de 1,28 indicando que o resultado operacional gerou caixa de R$1,28. Em 2012 não foi possível o cálculo do índice pois a empresa não forneceu dados suficientes para tal análise. Em 2013 este índice foi de 0,588239, isto é, para cada R$ 1,00 de FCO foi gerado apenas 0,58 de resultado operacional. Em se tratando da análise de aquisição de capital, a empresa possuía uma capacidade de aquisição de imobilizados com o FCO de 1,19 vezes em 2011 e em 2012 essa capacidade saltou para 5,67 vezes. Em 2013 por falta de dados fornecidos pela empresa não foi possível a análise deste indicador. 41 A Itautec nos três anos analisados possuía um quociente de investimentos / financiamentos relativamente bom. A exceção ficou por conta do ano de 2012, onde as atividades de investimentos foram bem inferiores às atividades de financiamento, desta forma, indicando que a empresa deve ter recorrido a um alto valor financiado para aplicar em investimentos. Em relação ao retorno sobre ativos, a empresa teve um retorno de caixa relativamente baixo em 2011 (5%), houve um ligeiro aumento em 2012 (para 7%) e em 2013 esse aumento gerou um índice de 20%. Já sobre o retorno sobre o ELP e PL essa variação seguiu o mesmo grau de aumento, ou seja, 5%, 10% e 36% respectivamente aos anos de 2011, 2012 e 2013. Os índices relacionados ao retorno sobre o PL também seguiram o mesmo desempenho nos anos de 2011 a 2013, isto é 11%, 15% e em 2013 um aumento além do esperado de 83%. 4.3 Positivo S.A. A Positivo Informática surgiu em 1989, a partir de uma necessidade detectada pelos alunos de informática das Faculdades Positivo. Desenvolvendo produtos inovadores, que combinavam alta tecnologia e preços acessíveis, logo conquistou a confiança dos mercados nacional e internacional. Hoje, com 25 anos de história a Positivo Informática continua inovando e produzindo produtos de alta tecnologia e qualidade. A missão da Positivo é ajudar a melhorar a vida das pessoas através do acesso à tecnologia. 42 4.3.1 Balanço Patrimonial da Positivo (Reais Mil) Tabela 9 – Balanço Patrimonial – Positivo (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 Conta Descrição 2013 2012 2011 1 Ativo Total 1.823.441 1.689.407 1.440.793 2 Passivo Total 1.823.441 1.689.407 1.440.793 1.01 Ativo Circulante 1.427.846 1.285.119 1.116.280 2.01 Passivo Circulante 949.537 927.406 664.355 1.02 Ativo Não Circulante 395.595 404.288 324.513 2.02 Passivo Não Circulante 228.176 121.969 157.266 2.03 Patrimônio Líquido 645.728 640.032 619.172 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 4.3.2 Demonstração do Resultado do Exercício da Positivo (Reais Mil) Tabela 10 – Demonstração do Resultado do Exercício - Positivo (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 3.01 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 2.317.448 1.881.081 1.873.804 3.02 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -1.817.580 -1.404.475 -1.456.459 3.03 Resultado Bruto 499.868 476.606 417.345 3.04 Despesas/Receitas Operacionais -429.568 -418.622 -466.626 3.05 Resultado Antes do Resultado Financeiro e Tributos 70.300 57.984 -49.281 3.06 Resultado Financeiro -54.710 -27.794 -18.626 3.07 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 15.590 30.190 -67.907 3.08 Imposto de Renda e Contribuição Social s/ Lucro 3.09 Resultado Líquido das Operações Continuadas 15.590 30.190 -67.907 3.10 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 3.11 Lucro/Prejuízo do Período 15.590 30.190 -67.907 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 43 4.3.3 Demonstração do Fluxo de Caixa da Positivo (Reais Mil) Tabela 11 – Demonstração do Fluxo de Caixa - Positivo (2011, 2012 e 2013) Conta Descrição 2013 2012 2011 6.01 Caixa Líquido Atividades Operacionais 41.766 -94.644 243.982 6.01.01 Caixa Gerado nas Operações 78.269 79.883 -7.677 6.02 Caixa Líquido Atividades de Investimento -26.304 -56.102 -54.482 6.02.02 Aquisição de Imobilizado -4.953 -22.719 -16.965 6.03 Caixa Líquido Atividades de Financiamento 35.186 111.411 -133.044 Fonte: Sitio da BM&F BOVESPA, adaptado pelo autor. 4.3.4 Cálculo dos Quocientes da Positivo (Índices de Desempenho) Tabela 12 – Cálculo dos Quocientes - Positivo (2011, 2012 e 2013) QUOCIENTE DE COBERTURA DE CAIXA ANO 2013 2012 2011 COBERTURA DE DÍVIDAS COM CAIXA 0,022226 -0,118960 0,214302 COBERTURA DE DIVIDENDOS COM CAIXA 2,679025 3,134945 3,592884 QUOCIENTE DE QUALIDADE DE RESULTADO ANO 2013 2012 2011 QUALIDADE DAS VENDAS 0,168852 0,161807 0,160220 QUALIDADE DO RESULTADO 0,594111 1,632243 4,950833 QUOCIENTE DE DISPÊNDIO DE CAPITAL ANO 2013 2012 2011 AQUISIÇÕES DE CAPITAL 5,284878 5,494696 - 18,38426 2 INVESTIMENTOS / FINANCIAMENTOS 0,747570 0,503559 0,409504 RETORNOS DO FLUXO DE CAIXA ANO 2013 2012 2011 RETORNO DO CAIXA SOBRE OS ATIVOS 0,022905 0,056022 0,169339 RETORNO SOBRE O ELP E PL 0,047792 0,124205 0,314232 RETORNO SOBRE O PATRIMÔNIO LÍQUIDO 0,064680 0,147874 0,394046 * Neste(s) período(s), a empresa analisada não forneceu dados suficientes para o(s) cálculo(s) do(s) índice(s). 44 4.3.5 Análise dos Quocientes da Positivo Em se tratando do quociente de cobertura de dívidas com caixa, observa-se que a Positivo diminuiu a capacidade de quitar suas dívidas a curto e longo prazo. O seu desempenho no ano de 2011 estava razoável, pois seu FCO poderia cobrir suas dívidas em 21,43%, porém, em 2012 este quociente ficou negativo (0,118960) indicando que o FCO além de não cobrir suas dívidas ainda consumiu recursos que não devia. Em 2013, houve um insignificante aumento deste índice e o FCO correspondia a apenas 2,22% de seu exigível, indicando que para cobrir suas dívidas utilizando o FCO, a empresa levaria cerca de 45 anos (100% / 2,22%). O quociente de cobertura de dividendos com caixa indica se o FCO está sendo suficiente para cobrir os dividendos estabelecidos no estatuto. Em 2011 e 2012 o FCO não era suficiente para cobrir os dividendos, contudo, em 2013 o FCO conseguiu cobrir todos os dividendos. Em 2013 para cada R$ 1,00 pago em dividendos a empresa gerou um FCO de R$ 2,67, e em 2011 e 2012 este índice ficou negativo. O índice de qualidade das vendas da empresa Positivo não satisfatório, pois nos três anos estudados, o valor das receitas que foram convertidos em dinheiro não passou de 17%. No índice que apura a qualidade dos resultados, a empresa obteve uma excelente geração de caixa operacional em 2011, contudo houve um declínio muito grande neste índice, que culminou com um resultado péssimo no ano de 2013. O índice de aquisição de capital de Positivo em 2011 não foi possível calcular. Em 2012 e 2013 manteve-se constante, indicando que a empresa possuía uma capacidade de compra de imobilizado com recursos próprios mais de cinco vezes que o necessário. Os indicadores de investimentos / financiamentos da Positivo mostrou que a empresa conseguiu financiar todos os seus investimentos nos três anos analisados. 45 Em relaçãoao retorno sobre ativos, a empresa teve uma queda no retorno de caixa durante os anos analisados, caindo de 16,93% para 5,60% e 2,29% no último ano verificado. Tanto o retorno sobre o Passivo e PL quanto o retorno sobre o PL seguiram a mesma tendência de queda em 2012 e 2013. 46 5. CONCLUSÃO As demonstrações contábeis são ferramentas de grande importância para as empresas de um modo geral. Dentre as demonstrações contábeis exigidas pela legislação brasileira, a Demonstração do Fluxo de Caixa é considerada por muitos, a demonstração mais dinâmica, pois como já mencionado anteriormente, é nela que são registradas todas as variações de caixa e equivalente a caixa ocorridas num determinado período. Devido a esta importância foram criados alguns quocientes e índices de avaliação, que são extraídos das Demonstrações de Fluxos de Caixa. O presente trabalho teve como objetivos avaliar a situação econômico- financeira das empresas Bematech, Itautec e Positivo e determinar a importância das Demonstrações dos Fluxos de Caixa na gestão das empresas. Esta avaliação foi feita através das análises de alguns quocientes, extraídos dos Balanços Patrimoniais, das Demonstrações de Resultados e das Demonstrações dos Fluxos de Caixa, com ênfase neste último. Para alcançarmos nossos objetivos, realizamos as análises dos quocientes sugeridos por BRAGA e MARQUES, quocientes estes que são baseados principalmente no Fluxo de Caixa Operacional e que foram divididos pelos autores supramencionados em quatro categorias: quocientes de cobertura de caixa, de qualidade do resultado, de dispêndios de capital e retornos do fluxo de caixa. Durante a análise dos dados, foram identificadas algumas limitações, como a falta de informações suficientes por parte das empresas estudadas, o que impossibilitou o cálculo de alguns índices em determinados anos, contudo, esta limitação não chegou a comprometer a finalidade e qualidade do trabalho. Baseados nos referenciais teóricos abordados neste estudo, bem como na análise dos dados obtidos, podemos afirmar que, a Demonstração do Fluxo de Caixa é uma ferramenta imprescindível para uma boa gestão econômico-financeira das empresas, apesar de ainda ser uma demonstração pouco explorada pelas empresas brasileiras. 47 É importante salientar que apenas as Demonstrações dos Fluxos de Caixa, não são suficientes para fazer uma análise completa da situação de uma empresa, não sendo, portanto, a única fonte de informações. As informações extraídas das DFC’s analisadas em conjunto com as demais demonstrações financeiras servem para avaliar a situação da empresa e auxiliar os gestores nas tomadas de decisões. É importante salientar que os benefícios advindos das análises das Demonstrações dos Fluxos de Caixa (e demais demonstrações) devem ser aproveitados não apenas pelos funcionários do alto escalão, mas também por todos que direta ou indiretamente são partes interessadas na situação econômico-financeira da empresa, isto é, funcionários em geral, fornecedores, acionistas e/ou futuros investidores. Todos podem e devem se usufruir das análises extraídas das demonstrações contábeis. 48 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, César Augusto Tibúrcio. Administração do Capital de Giro. São Paulo: Atlas, 2002. BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações contábeis: estrutura, análise e interpretação. São Paulo: Atlas, 2012. BRAGA, Roberto; MARQUES, José Augusto Veiga da Costa. Avaliação da Liquidez das Empresas Através da Análise da Demonstração de Fluxos de Caixa. São Paulo: Revista Contabilidade & Finanças FIPECAFI - FEA – USP, 2001. GARRISON, R. H; NOREEN, E. W; BREWER, P, C. Contabilidade Gerencial. Rio de Janeiro: LTC, 2007. LEMES Jr., A.B.; RIGO, C.M.; CHEROBIM, A.P.M.S.. Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. Rio de Janeiro: Campus, 2002. LIMA, Leonardo Félix. Gestão Financeira para Viabilidade para um Plano de Negócios. Rio de Janeiro, 2012. MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas. São Paulo: Atlas, 2009 MATIAS-PEREIRA, José. Manual de metodologia da pesquisa científica. São Paulo: Atlas, 2012. MOTA, Cristiane Aparecida; YONEMOTO Hiroshi Wilson; CABRAL Marcela de Souza. Fluxo de caixa: importante ferramenta para as decisões empresariais. ETIC. Vol. 5, No 5 (2009) REIS, Arnaldo Carlos de Resende. Demonstrações contábeis: estrutura e análise. São Paulo: Saraiva, 2003.
Compartilhar