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aula 4 Processo Penal II

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AULA Nº 4 – MEIOS DE PROVA - CONTINUAÇÃO
PROCESSO PENAL II
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.Meios de prova 
 
2.1 O interrogatório. O direito ao silêncio. A chamada de corréu. Confissão. 2.2 Prova Pericial. O exame de corpo do delito. Conceito. Exame de corpo de delito direto e indireto. Laudo complementar. Peritos oficiais e peritos particulares. Exames grafotécnicos. 2.3 Declarações do Ofendido. Valor probatório. Acareação. Prova documental. 2.4 Prova Testemunhal. Classificação. Características. Dever de depor. Isenção e proibição. Número legal (nos procedimentos – ordinário, sumário, sumaríssimo, júri). Sistema de inquirição. Reconhecimento de pessoa e de coisa. Reconhecimento judicial e extrajudicial.
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.Atos jurisdicionais 
 
Atos Processuais 3.1 Os atos decisórios: Sentença. Conceito. Sentença absolutória e condenatória. Requisitos. Sentenças executáveis, não executáveis e condicionais. Sentenças simples e sentenças subjetivamente complexas. 3.2 Correlação entre acusação e sentença. Emendatio libelli e mutatio libelli 3.3 Decisões definitivas ou com força de definitivas 3.4 Decisões interlocutórias simples e mistas.
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Declarações do ofendido
 
 O ofendido, vítima ou lesado é ouvido como informante, diante de seu inegável interesse no deslinde da causa, razão pela qual, em princípio, as suas declarações têm valor relativo, muito embora, em determinados crimes, geralmente praticados na clandestinidade, as declarações do ofendido sejam de grande importância.
Se, intimado, o ofendido não comparecer, o juiz pode determinar a sua condução, a teor do art. 201, § 1º, do CPP.
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Vale mencionar que a reforma de 2008 trouxe uma série de modificações relativas ao ofendido, basta observar a nova redação do art. 201. O par. 2 determina que o ofendido será comunicado dos atos do processo, principalmente relativos à saída do réu da prisão e sua eventual fuga. Tal medida visa a segurança da vítima que, sabendo do estado do réu, poderá se prevenir.
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Prova testemunhal
 
 A prova testemunhal, embora de grande importância prática, é chamada de “prostituta das provas”, em razão da falibilidade da pessoa humana que vai dar o testemunho.
 
No sistema do livre convencimento motivado, uma única testemunha pode embasar a sentença condenatória, dependendo da credibilidade das suas declarações.
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São características da prova testemunhal: 
 
oralidade: os arts. 192 e 221, § 1º, do CPP, excepcionam a regra; Sergio Demoro Hamilton critica o art. 204, do CPP, que permite a consulta a apontamentos, com o argumento de que se perde a autenticidade do depoimento; Sergio Demoro Hamilton e Tourinho Filho entendem que o art. 221, § 1º, do CPP, é inconstitucional porque viola o princípio do contraditório, mas Marcellus Polastri não vê inconstitucionalidade, uma vez que, surgindo a necessidade de novas perguntas, é possível a expedição de outro ofício à autoridade, para que ela as responda.
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(b) objetividade: em regra, a testemunha não pode emitir juízo de valor, conforme o art. 213 do CPP.
 
(c) retrospectividade: o testemunho é sempre relativo a fato pretérito.
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A testemunha pode ser classificada da seguinte maneira:
 
(a) direta: o depoente presenciou o fato.
 
(b) indireta: o depoente depõe sobre o que “ouviu dizer”.
 
(c) instrumental: o depoente presenciou um ato jurídico do inquérito policial ou do processo, dando-lhe autenticidade
 
(d) judicial: o depoente depõe sobre fato que presenciou ou “ouviu dizer”.
 
(e) própria: o depoente depõe sobre o fato imputado ao réu.
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(f) imprópria: o depoente depõe sobre ato do procedimento (ex. a respeito da regularidade do auto de prisão em flagrante).
 
(g) numerária: o depoente presta o compromisso de dizer a verdade e é computado no número legal.
 
(h) informante: o depoente não presta o compromisso de dizer a verdade e não é computado no número legal.
 
(i) referida: o depoente é mencionado no depoimento de outra testemunha e não é computado no número legal.
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O art. 203 do CPP determina que a testemunha preste o compromisso de falar a verdade.
As pessoas referidas no art. 208 estão dispensadas de prestar o compromisso.
 
E se for o caso de prestar o compromisso de dizer a verdade, mas o juiz, por descuido, deixar de tomar o compromisso? Espínola Filho e Hélio Tornaghi afirmam que o depoimento é nulo, a teor do art. 564, IV, do CPP. Tourinho Filho e Marcellus Polastri afirmam que só haverá nulidade se houver prejuízo para a acusação ou para a defesa, ou se houver influência na apuração da verdade real.
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A maioria doutrinária (Helio Tornaghi, Heleno Fragoso, Magalhães Noronha) afirma que o compromisso prestado pela testemunha constitui apenas um incentivo moral, pois o crime de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP, se configura independentemente do compromisso.
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Observação: o art. 206 do CPP dispensa algumas pessoas do dever de depor, mas o parentesco deve ser examinado no momento do depoimento, e não no momento do fato imputado ao réu. Para Tourinho Filho e Marcellus Polastri, a dispensa legal não pode ser interpretada de forma extensiva.
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Embora o art. 214 do CPP apenas se refira à contradita antes do depoimento, deve-se também aceitá-lo no final do depoimento, quando o motivo ou razão da contradita só se tornou conhecido no curso do depoimento.
Sergio Demoro Hamilton e Marcellus Polastri afirmam que o art. 211 do CPP não foi recepcionado porque, em razão do sistema acusatório, não cabe ao juiz requisitar a instauração de inquérito policial, já que deve se manter equidistante e imparcial, não podendo praticar atos investigatórios. Cabe ao juiz, se for o caso, comunicar o fato ao Ministério Público, a teor do art. 40 do CPP.
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Atualmente adota-se o sistema do exame cruzado ou sistema do cross examination, conforme art. 212 do CPP.
 
Os arts. 218 e 219 do CPP prevêem punições às testemunhas que, intimadas, não comparecerem para depor (condução por oficial de justiça; pagamento de multa; pagamento de custas; responsabilização por crime de desobediência).
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Reconhecimento de pessoas e coisas
 
 O reconhecimento é o meio processual de prova, eminentemente formal, pelo qual alguém é chamado para verificar e confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa, que lhe é mostrada com outras, que viu no passado.
O art. 226 do CPP elenca as formalidades a serem observadas no momento do reconhecimento. Na fase policial, a ausência de qualquer formalidade acarreta a nulidade do ato. Entretanto, na fase judicial, havendo o desrespeito a qualquer das formalidades, parte da doutrina (Camargo Aranha, Hélio Tornaghi) afirma que ocorre nulidade. 
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Entretanto, a jurisprudência e a doutrina majoritárias (Frederico Marques, Ada Pellegrini Grinover) reconhece a validade do reconhecimento, não exigindo a observância das formalidades do art. 226 do CPP, já que, em juízo, estão presentes o contraditório e a ampla defesa.
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Acareação
 
 A acareação é o ato de se colocar duas ou mais pessoas em presença umas das outras, para que expliquem as divergências de pontos conflitantes de seus anteriores depoimentos ou declarações.
 
O indiciado ou acusado, em razão do princípio do silêncio, previsto no art. 5º, LXIII, da CF, pode se recusar a participar da acareação.
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No caso do art. 230 do CPP, para uma parte da doutrina, não há propriamente uma acareação, porque as pessoas não são colocadas frente a frente, havendo apenas um confronto entre as declarações conflitantes.
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Documentos
 
 No sentido amplo,
a palavra “documento” é tudo que representa um fato.
 
Entretanto, o art. 232 do CPP restringiu o conceito de “documento”: quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares.
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Indícios
 
 Para Marcellus Polastri, indício não constitui em prova em sentido estrito.
 
Para Malatesta, indício é aquele argumento probatório indireto que deduz o desconhecido do conhecido por meio da relação de causalidade.
 
Critica-se a redação do art. 239 do CPP, no que se refere ao termo “indução”, sob o argumento de que a expressão correta seria “dedução”.
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Considerando o sistema do livre convencimento motivado, a prova indiciária tem o mesmo valor de outras provas. Por isso, teoricamente, é possível que o juiz condene o réu com base apenas em indícios, embora isso dificilmente ocorra na prática porque, normalmente, o juiz não chega à certeza necessária à condenação apenas com base em indícios.
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ATOS JURISDICIONAIS
Caso concreto da semana 03
Mévio Araújo foi denunciado por crime de apropriação indébita de um computador de que tinha a precedente posse. No curso da instrução, restou provado que o computador pertencia a uma entidade central de direito público e que Mévio desempenhava função por delegação do poder público. A partir daí, o magistrado entendeu de sentenciar, com adoção do artigo 383, do CPP, concluindo por condenar Mévio nas penas do artigo 312 c/c art. 327, CP. 
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Inconformada, a defesa interpôs recurso de apelação sustentando a violação aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa (art. 5, LIV e LV da CF). Com base nisto, responda: O recurso da defesa deve ser julgado procedente? Fundamente a sua resposta. 
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Exercício suplementar da semana 3
 
(Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:
a) As decisões interlocutórias simples são aquelas que encerram a relação processual sem julgamento do mérito ou, então, põem termo a uma etapa do procedimento. São exemplos desse tipo de decisão a que recebe a denúncia ou queixa ou rejeita pedido de prisão preventiva;
b) As decisões interlocutórias mistas não se equiparam as decisões interlocutórias simples, pois as primeiras servem para solucionar questões controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual. Enquanto que as decisões interlocutórias simples trancam a relação processual sem julgar o meritum causae;
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b) As decisões interlocutórias mistas não se equiparam as decisões interlocutórias simples, pois as primeiras servem para solucionar questões controvertidas e que digam respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual. Enquanto que as decisões interlocutórias simples trancam a relação processual sem julgar o meritum causae;
c) A decisão que não recebe a denúncia é terminativa de mérito, por isso não pode ser considerada decisão interlocutória mista;
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d) As decisões interlocutórias simples servem para solucionar questão controvertida e que diz respeito ao modus procedendi, sem contudo trancar a relação processual; as interlocutórias mistas, por sua vez, apresentam um plus em relação àquelas: elas trancam a relação processual sem julgar o meritum causae.
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