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DIREITO CIVIL II - APOSTILA TEORIA GERAL DAS OBRIGAÇÕES Part.1

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DIREITO CIVIL II – DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
1.0 Conceito básico: Conjunto de normas que regulamentam as relações jurídicas, no que diz respeito ao patrimônio. Nesse direito há uma relação de troca entre credores e devedores. O credor tem o direito de exigir que seja cumprida a obrigação. Se o devedor, não quiser cumpri-la, o credor poderá procurar o poder judiciário e reivindicar os seus direitos.
2.0 Características 
- Vinculo: Vinculo Jurídico. 
- Sujeitos: sujeito ativo (credor) e sujeito passivo (devedor), em razão do qual o aquele pode exigir deste uma prestação. 
- Relatividade: Não é erga omnes e possui caráter transitório. 
- Prestações
3.0 Figuras Híbridas (não descritas no código)
- “Proepter Rem”: obrigação que se assume em razão de um determinado bem. Ex.: regras do condomínio. 
- “Onus Reais”: assume obrigações de pagamento. Ex.: hipoteca; penhora. 
- “Eficácia Real”: a venda só será eficaz se oferecer primeiro ao locatório. Ex.: Direito de preferência. 
4.0 Elementos
- Sujeitos: Duas partes determinadas ou determináveis, um sujeito ativo - credor - e um sujeito passivo devedor. Importante a presença dos dois sujeitos na relação obrigacional, permitida a mudança subjetiva. 
OBS.: Credores: Quirografários: comum. Privilegiados: créditos trabalhistas, fiscais e previdenciários. Hipotecários: recebe valor na hipoteca. Pignoratícios: recebe valor da penhora. 
- Objeto Imediato: Prestação
- Objeto Mediato: Bem
OBS.: Validade da Prestação
Lícita: Conforme o direito, a moral bons costumes e à ordem pública, sob pena de nulidade da relação obrigacional.
 Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando:
 I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz;
 II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto;
Ilícito; 
Possível: Física e juridicamente, ou seja, não deve contrariar as leis da natureza (contrariar leis físico-naturais, superar as forças humanas ou ser irreal) e não ser proibida por lei. Deve a impossibilidade ser absoluta, se temporária e cessar antes do implemento da condição não será causa de nulidade da obrigação.
Determinada ou determinável: sob pena de não haver obrigação válida. Quando houver perfeita individuação do objeto da prestação. Será determinável quando sua individuação for feita no momento de seu cumprimento, mediante os critérios estabelecidos, no contrato ou na lei, baseados em caracteres comuns a outros bens, seja pela indicação do gênero e da quantidade (obrigação genérica - CC art. 234). A passagem da indeterminação relativa para a determinação designa-se concentração da pessoa devida. Podem ser objeto de obrigação não só as prestações presentes, bem como, as futuras. 
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. 
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. 
Parágrafo único: Mas, se dá coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Patrimonial: suscetível de apreciação econômica;
5.0 Vinculo Jurídico
Sujeita o devedor à realização de um ato positivo ou negativo no interesse do credor. É jurídico pois, é acompanhado de sanção. 
6.0 Elementos
Débito: dever que se assume.
Responsabilidade: resultado do descumprimento do debito (obrigação). 
7.0 Fontes das Obrigações:
Nasce da Lei. Ex.: Pagar tributo, sustentar seu filho, etc.
Ato Ilícito. Ex.: Art. 948, II. Obrigação de Indenizar. (Gera danos a terceiros. Não é ilicitude penal)
Contrato/Vontade. Ex.: Contratos, testamentos, etc. 
8.0 Modalidades das Obrigações 
Obrigações Naturais: é aquela em que o credor não pode exigir do devedor uma certa prestação.
Obrigações Civis: criada por lei, poderá ser exigida. 
Obrigação de dar
Entrega: dar algo a alguém, a coisa pertencerá ao receptor, sem precisar reaver e que “fará o que quiser”.
Restituição: precisa ser devolvido. 
Obrigação de dar coisa certa: deve ser entregue exatamente o que foi dado. GÊNERO, QUANTIDADE E QUALIDADE. 
Obrigação de dar coisa incerta: o devedor deverá pagar um bem que não, necessariamente, precisa ser semelhante, mas com mesma quantidade e gênero.
Ação de Execução: Cumprimento Forçado. (Não por violência ou emprego de força, pode exigir que seja entregue o bem, mesmo que depois do prazo, assumindo uma penalidade, compensando o prejuízo). 
Acessórios:
REGRAS 
BENFEITORES
DIREITO AO MELHORAMENTO 
Frutos: Naturais: advém da natureza; Industriais: passou por um processo de alteração do conteúdo; Civis: vinculo jurídico. 
Colhidos: já foi desagregado do bem principal; Pendentes: está para ser entregue; Percipiendos: ainda está agregado a coisa principal. 
Estantes: já foi colhido, mas ainda está armazenado; Consumidos: (dá o direito de indenizar a não ser que seja restituído). 
Bem Principal + Bem Acessório: Não podem ser separados. 
9.0 Perda da Coisa
a) Sem culpa do devedor: Não tem obrigação indenizatória. 
b) Com culpa do devedor: O consumidor terá o direito de pleitear (indenização por perdas e danos). Ex.: Vender além do que o estoque pode sustentar. 
> Se provar a perda da coisa que deve ser restituída sem que tenha havido culpa do devedor, o credor, por ser proprietário arcará com todos os prejuízos, e a obrigação se extinguirá (CC. art. 238). Havendo perda da coisa por culpa do devedor, este responderá pelo equivalente mais perdas e danos (CC. art. 239, 583 e 1995).
10.0 Deterioração da Coisa 
a) Sem culpa do devedor
b) Com culpa do devedor: ainda que estragado deve ser devolvido + a indenização. 
> Sofrendo deterioração sem que tenha havido culpa do devedor, o credor deverá recebê-lo no estado em que se encontrar, sem qualquer indenização, caso a deterioração ocorra por culpa do devedor o credor pode exigir o equivalente, podendo, optar pelo recebimento do bem do bem no estado em que se encontra, acrescido de perdas e danos (CC. art. 240, 1435 IV). 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e está, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos. 
Art. 583. Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior. 
Art. 1.995. Se não se restituírem os bens sonegados, por já não os ter o sonegador em seu poder, pagará ele a importância dos valores que ocultou, mais as perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239. 
Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado: IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida;
> Valorizando-se a coisa restituível em virtude de melhorias e acréscimos que se derem sem despesa ou trabalho do devedor, lucra o credor sem pagar indenização (CC. arts.241, 629, 1435). Mas se teve melhoramentos em razão do dispêndio do devedor, deve o credor pagá-los (CC. art. 242), neste caso deve se observar se o devedor procedeu de boa ou má fé. Se de boa-fé terá direito à indenização dos melhoramentos necessários e úteis,podendo, sem deterimento para coisa levantar os voluptuários, se não reembolsado; terá ainda direito a retenção no que concerne o valor dos acréscimos úteis e necessários. Se dá má fé terá apenas direito à indenização dos melhoramentos necessários sem que lhe assista o direito de retenção pela importância destes e dos úteis, não podendo levantar os de mero deleite, perde em favor do credor o útil ou voluptuários. 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Parágrafo único - Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Art. 1.435. O credor pignoratício é obrigado:
I - à custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que for culpado, podendo ser compensada na dívida, até a concorrente quantia, a importância da responsabilidade; 
II - à defesa da posse da coisa empenhada e a dar ciência, ao dono dela, das circunstâncias que tornarem necessário o exercício de ação possessória; 
III - a imputar o valor dos frutos, de que se apropriar (art. 1.433, inciso V) nas despesas de guarda e conservação, nos juros e no capital da obrigação garantida, sucessivamente; 
IV - a restituí-la, com os respectivos frutos e acessões, uma vez paga a dívida; 
V - a entregar o que sobeje do preço, quando a dívida for paga, no caso do inciso IV do art. 1.433. 
> Os frutos percebidos serão do devedor de boa-fé, assim, o de má fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber. 
> A diferenciação entre a obrigação de dar e de restituir tem importância no campo processual, já que somente na restituição é cabível a busca e apreensão.

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