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Resenha do capitulo II e III do David Harvery

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Sobre o capítulo 4: Os diferentes ciclos do capital como um todo.
Na analise de David Harvey sobre o processo de circulação do capital, ele afirma que o texto de Marx é um tanto confuso, porém a ideia é clara: Os ciclos podem ser iniciados e reiniciados em diferentes pontos do processo, por conta de sua unidade. Eles estão ligados e entrelaçados, um é condição de movimento do outro. 
“Todos os pressupostos, do processo aparecem como seu resultado, como um pressuposto produzido por ele mesmo. Cada momento aparece como ponto de partida, ponto de transição e ponto de retorno. O Processo inteiro apresenta se como unidade do processo de produção e do processo de circulação; o processo de produção torna se mediador do processo de circulação e vice e versa.” (179).
Marx da ênfase na palavra continuidade, pois o movimento do capital é continuo e possui diversas fases, como o ciclo de metamorfose da borboleta, dialeticamente, também há interrupções e rupturas nessa continuidade de movimento, sem que isso necessariamente gere venha à ocasionar em crise. 
“O processo cíclico do capital é de continua interrupção, abandono de um estágio, entrada no próximo; descarte de uma forma, existência em outra; cada um desses estágios não apenas condiciona, mas, ao mesmo tempo, exclui o outro” (181).
Marx explicita que como o capital passa de uma forma a outra, de forma ininterrupta ou com interrupções, o fato é que ele necessariamente tem de passar por turnos, a sucessão de capital dinheiro ao capital mercadoria até que ele volte a forma desejada pelo capitalista que é o capital dinheiro incrementado, onde pode se repetir o processo e auferir a tão sonhada mais-valia.
“é apenas na unidade dos três ciclos que se realiza a continuidade do processo total, e não na interrupção exposta anteriormente. O capital social total possui sempre essa continuidade e seu processo possui sempre unidade dos três ciclos. (183).
Marx sinaliza que o valor é imaterial, uma relação social, porém objetivo, e que contradições acontecem dentro do processo de circulação do capital e não tão somente na relação de capital e trabalho, que o valor percorre diferentes formas, movimentos nos quais ele se conserva e, ao mesmo tempo, se valoriza e se realiza. (na forma de mais-valor relativo). Ele deixa cristalino que a produção capitalista só pode existir, se houver a realização de mais-valor. Marx faz uma reflexão sobre o processo de adequação do movimento do capital, a partir de um capitalista industrial-individual, se esse capital não se adequar, não poder seguir corretamente o ciclo automático do capital. Tem se uma situação de desindustrialização que é o caso da saída de capital industrial de uma região, cidade ou campo, para outro. Em David Harvey; cita o exemplo de Detroit, fabricas foram fechadas, causando enorme desemprego, perda de capacidade produtiva, renda, deixando apenas rastros, que um dia houve uma fabrica moderna naquele lugar. O capital não é “cruel” ele apenas busca sempre ganhar, não importa se ele desemprega ou destrói. Para um capitalista “lucros”, mais-valor, é sempre bem vindo.
 Dito de uma forma mais culta, “Os capitalistas individuais organizam sua produção de valor em busca de mais valor relativo, mas, ao fazer isso, produzem novas relações de valor que podem destruí-los. O capital produz não só os meios de sua própria dominação, mas também os de sua destruição”.
Quando a desindustrialização acontece, fabricas entram em falência, na pior das hipóteses ou se o capital é muito grande como no caso da montadora FORD, como aconteceu no município de Aveiro no estado do Pará, “Fordlândia” o capital muda de lugar, por conta de eventuais que o capital não pode esperar, às vezes o clima, a conjuntura econômica, o grau de instrução dos trabalhadores, agentes externos, se não for “lucrativo” a curto, médio e a longo prazo, o capital se vai. E o industrial muitas vezes leigo nos assuntos do movimento de capital, sem saber que o próprio capitalismo cria os meios de se autodestruir, coloca a culpa em todos os lugares, menos no sistema. D.”Harvey, nesta passagem deixa claro essa concepção:” Eles se revoltam contra os produtores estrangeiros, os imigrantes, os especuladores e todos aqueles que na verdade , são apenas os agentes secretos e o cultos das leis internas de movimento do capital.
Esse efeito de corrosão do capital tem um nome especifico, e muito conhecido e aceitável como explicita Harvey, e ainda pior, para a maioria das pessoas como algo de bom. Que é a globalização do capital. Não vou me alongar dizendo que é bom ou ruim esse fenômeno a muito conosco, sem que percebamos. Toda como fenômeno abstrato de mesma abstração e natureza do “valor” este por sua vez é mais “visível” aos olhos do leigo, e aceitável por conta de expressar brutalmente suas vantagens, entretanto, nada mais é que uma das regras criadas pelo sistema capitalista de mercado, para manter se no poder, poder global. 
“Com efeito, vemos que esses capitais individuais cavando sua própria cova”.
Os capitais individuais que não se submeterem a essa força misteriosa chamada de globalização, serão automaticamente destruídos pelas leis que eles mesmos criaram, em virtude do conceito superior de Marx é que podemos ver claramente, a situação que o movimento de capital cria a sua estrutura de produção e circulação, e os meios que de sua autodestruição. É notável a dialética de Marx quando no livro um ele afirma, que os meios de produção e suas relações somente são destruídos no seio da sociedade, quando já existem outros para substitui-los. (vale a lembrança).
Marx também deixa claro nesse aspecto do movimento do capital industrial, que quando cai o valor dos meios de produção, o capital monetário usado no processo produtivo é menor, reduzindo os custos com capital variável e, por conseguinte no custo de produção total. E o inverso também é verdade, ou seja, para manter-se no jogo e não ser limado do mercado, os capitalistas procuram formas mais sofisticadas de redução de custos, as famosas economias de escala, através inovações tecnológicas, o que trás variações no processo de circulação, o que acarreta instabilidade no valor tanto para mais quanto para menos.
“o processo só transcorre de modo inteiramente normal quando as relações de valor permanecem constantes”.
“Tão logo são introduzidas, novas tecnologias provocam revoluções no valor e instabilidades no processo de circulação”.
 Por conta disso na obra de Harvey com base em Marx. É explicita a ideia de que em um ambiente de incerteza ou de mudanças tecnológicas, ter reservas de dinheiro é de suma importância, para manter a atividade produtiva. E ele ainda afirma que nesses períodos, é melhor ser um capitalista monetário (financeiro), ao invés de um capitalista do ramo produtivo. 
Harvey: infere que a produção de uma tendência a monopolização, como um modo de controlar as incertezas, interrupções e rupturas que advêm inevitavelmente das revoluções no valor. É fácil perceber como o efeito da concentração pode ajudar os capitalistas a buscarem mais ferozmente o mais valor relativo. 
A vantagem do sistema capitalista é que ele como se entrelaçar com outros modos de produção. pois não importa da onde venha o produto, contanto que ele possa ser comercializado. E ainda nos dias atuais existem outros modos de produção de mercadorias não capitalistas. Todavia na escala global o modo de produção industrial capitalista é o hegemônico.
Brilhantemente Marx deduz: O caráter do processo de onde eles surgem é indiferente; funcionam como mercadorias no mercado e entram como mercadorias tanto no ciclo do capital industrial como na circulação do mais-valor nele contido. É portanto, o caráter multifacetado de sua origem, a existência do mercado como mercado mundial, que caracteriza o processo de circulação do capital industrial. (189).
Capítulos 5 e 6; Tempo e custos vinculados ao processo de circulação.
Marx começa o capitulo 5 fazendo uma breve distinção entre, tempo de circulação do capital, e tempo de produção.A soma dos dois tempos é o que vamos chamar de rotação do capital. O tempo de circulação é o tempo que o capital leva para se metamorfosear de uma forma a outra, da forma mercadoria ao dinheiro e deste ao produtivo, até a sua origem e reprodução, onde o ciclo se reinicia. O tempo de produção é simplesmente o tempo em que os fatores de produção; (meios de produção, capital fixo. E forças produtivas, capital variável) levam juntos para produzir em bases capitalistas valores de uso. Marx ressalta que o tempo de produção é muito superior ao tempo de trabalho, pois os trabalhadores precisam de condições de reproduzir se. Ou seja, há interrupções no processo produtivo, que podemos destacar, como o tempo que o operário não esta em seu horário de trabalho, greves, etc. Marx destaca o exemplo do vinho e o trigo, que precisa ser fermentado, por meios naturais o processo de produção continua, sem que o operário esteja nele.
“Por estas razoes, o tempo de produção é quase sempre maior que o tempo de trabalho”
“quando o capital não é usado ativamente ele, se torna aquilo que Marx chama de capital latente, funcionando ‘funcionando na esfera da produção, sem atuar no processo de produção’: sua inatividade [é] uma condição para o fluxo ininterrupto do processo de produção. As construções, os aparatos etc. necessários como receptáculos do estoque produtivo do (capital latente) são condições do processo de produção e constituem, desse modo, partes do capital produtivo desembolsado.(202)
Mas o capital ocioso não produz valor e mais-valor, embora seja uma parte vital necessária do capital produtivo. Em sua obra, Marx deixa claro que: quanto maior for a semelhança entre o tempo de trabalho e o de produção, maior será a contribuição e valorização de tal capital produtivo. Mesmo que eles possam diferir, o tempo de trabalho está inserido no tempo de produção:
De acordo com Marx: É evidente que quanto maior fora coincidência entre o tempo de produção e o tempo de trabalho, maiores serão a produtividade e a valorização de um determinado capital produtivo num dado intervalo de tempo. Daí a tendência da produção capitalista de encurtar o máximo possível o excedente do tempo de produção sobre o tempo de trabalho. No entanto, ainda que o tempo de produção do capital possa diferir de seu tempo de trabalho, este está sempre contido naquele, e o próprio excedente é condição do processo de produção. (203-4).
O tempo de curso e o da produção são mutuamente excludente, haja vista que o tempo de produção cessa no momento da circulação ou seja, quando o produto vai a venda, durante esse período o capital mercadoria que deverá ser posto a venda, não produz mais valor. Finalizando essa analise sobre o tempo de circulação e sua realização, Marx percebe que o modelo capitalista enfrenta vários obstáculos, antes durante e depois do processo de produção. Mesmo quando o processo produtivo é concluído e daí o produto dessa produção é destinada a circulação, quando a mercadoria é posta a venda. Se ela não se realizar em forma dinheiro e mais valor em tempo hábil, certamente ele afirma que seu valor de trabalho despendido é depreciado, e seu mais valor por conseguinte, “quando maior for o tempo de entre de mutação do capital mercadoria em capital monetário, menor é seu valor social, seu preço cai”. 
Por conta deste fator de desvalor dos valores de uso em relação a seu tempo de curso, é imprescindível ao capitalista reduzir ao máximo o tempo de circulação do capital, para que ele possa por o processo de rotação do capital em andamento novamente, pois quanto maior for a rotação deste, em um período de 12 meses, Referencia de Marx, maior será seu ganho. Ele pode conseguir essa façanhas por meio das inovações tecnológicas e o desenvolvimento de métodos mais sofisticados de logísticas.

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