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Distúrbios pigmentares e calcificações
Este conteúdo trata dos distúrbios pigmentares endógenos e exógenos, abordando seus aspectos
patológicos e clínicos, e explora os princípios da calcificação, suas características e formas mais
importantes, a fim de compreender os processos que levam a essas alterações e seus impactos
histopatológicos. Além disso, são discutidas as implicações da calcificação no organismo e sua relevância
na saúde.
Curadoria de saúde
1. Itens iniciais
Objetivos
Identificar as propriedades gerais dos pigmentos endógenos e as patologias relacionadas.
 
Reconhecer as principais características dos distúrbios de pigmentação exógena.
 
Descrever o conceito de calcificação patológica, seus aspectos gerais e clínicos.
Introdução
Pigmentos são substâncias que possuem cor própria e estão presentes na natureza e no nosso corpo. Alguns
exemplos são a clorofila, que dá a cor verde às plantas, a hemoglobina, que dá a cor vermelha ao sangue, e a 
melanina, que define a cor da pele.
 
No organismo, os pigmentos aparecem como pequenos grãos e podem ter duas origens:
 
Endógenos: Produzidos pelo próprio corpo, como a hemoglobina e a melanina.
 
Exógenos: Vêm de fora do corpo, como partículas de poeira ou tinta de tatuagem.
 
O acúmulo de pigmentos pode ser algo normal ou indicar um problema no corpo. Além disso, outras
substâncias também se acumulam nos tecidos, como o cálcio, tornando-os mais rígidos. Esse processo é
chamado de calcificação patológica e afeta órgãos como vasos sanguíneos e válvulas do coração.
 
Neste conteúdo, vamos estudar os diferentes tipos de pigmentação e calcificação, como eles acontecem e
quais efeitos causam no corpo. Também falaremos sobre os cálculos, que são pedras formadas em órgãos
como rins e vesícula biliar, e seu impacto na saúde.
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1. Pigmentos endógenos e patologias relacionadas 
Pigmentos endógenos
Neste vídeo, abordaremos a hemoglobina, a melanina e seu papel na coloração da pele, fotoproteção e
distúrbios pigmentares.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Os pigmentos endógenos são aqueles que o próprio corpo produz. Dois exemplos importantes são a 
hemoglobina, que transporta oxigênio no sangue, e a melanina, que dá cor à pele e protege contra os raios
solares.
 
Se o corpo produzir pigmentos em excesso ou em pouca quantidade, ou se eles se acumularem de forma
errada nos tecidos, pode haver problemas. Esse acúmulo indica alterações no funcionamento normal do
organismo e leva a doenças ou mudanças na coloração dos tecidos.
Pigmentos relacionados à melanina
A melanina, principal pigmento biológico, é
responsável pela pigmentação cutânea e
por diferenças na coloração da pele. Ela
apresenta uma coloração que varia do
marrom ao preto e é produzida pelos
melanócitos (células presentes na
epiderme e na matriz dos folículos pilosos).
 Tem como principal função
a proteção da pele contra a
radiação ultravioleta (UV). 
As propriedades de
fotoproteção da melanina
ocorrem pela absorção e
dispersão da luz UV e
visível.
A síntese de melanina ocorre no interior dos melanossomos, organelas elípticas, altamente especializadas, a
partir do aminoácido essencial tirosina, pela ação do complexo enzimático tirosidase. Na presença de oxigênio
molecular, a tirosina é oxidada a dopamina (dioxifenilalanina) e, em seguida, em dopaquinona.
A partir desse momento, a presença ou
ausência de cisteína (glutationa) determina
o rumo da síntese em eumelanina ou 
feomelanina. Na presença de cisteína, a
feomelanina é produzida, e consiste em um
pigmento alcalino, solúvel e amarelado com
função antioxidante. A eumelanina,
produzida na ausência de glutationa,
apresenta cor marrom à preta, com ação
antioxidante e fotoprotetora. Além disso,
primeiro é formada a feomelanina e, por
último, a eumelanina. A melanina total da
pele resulta de uma mistura desses dois
pigmentos.
 Ao final do processo, os
melanossomos repletos de
pigmentos são transferidos
para os queratinócitos
(células presentes na
epiderme com função de
produção de queratina, que
age como uma barreira
protetora da pele) e se
distribuem no citoplasma
acima do núcleo da célula,
protegendo o núcleo dos
efeitos nocivos dos raios
ultravioletas.
Lâmina basal da epiderme e matriz de um
pelo com melanócitos ricos em grânulos
de melanina (em marrom).
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ver mais detalhes da imagem
abaixo.
Produção de melanina por melanócitos, na pele com e sem exposição aos raios
ultravioletas.
Indivíduos com uma maior concentração de eumelanina são mais pigmentados, e indivíduos com mais
feomelanina são menos pigmentados e mais suscetíveis aos efeitos dos raios UV. Além disso, a diferença
fenotípica fundamental entre os grupos étnicos não reside na produção de melanina ou no número de
melanócitos, mas, principalmente, na qualidade de seus melanossomas.
 
Os distúrbios pigmentares relacionados à melanina podem acontecer devido ao seu aumento ou diminuição,
de maneira localizada ou generalizada.
Atividade conceitual 1
A melanina protege a pele contra os efeitos da radiação ultravioleta. No entanto, diferentes fatores influenciam
sua produção e sua distribuição no organismo. Como as variações na síntese de melanina afetam a resposta
do organismo à exposição solar?
A Modificam a quantidade de melanócitos na epiderme, alterando a capacidade de regeneração da
pele.
B Influenciam a proporção entre eumelanina e feomelanina, afetando a proteção contra os danos
causados pelos raios UV.
C Aumentam a produção de queratinócitos, tornando a epiderme mais resistente à radiação ultravioleta.
D Regulam a espessura da epiderme, alterando a quantidade de radiação que atinge as camadas mais
profundas da pele.
E Alteram o metabolismo celular das glândulas sebáceas, influenciando a resposta inflamatória após a
exposição solar.
A alternativa B está correta.
As variações na síntese de melanina determinam a proporção entre eumelanina e feomelanina,
influenciando diretamente a capacidade de fotoproteção da pele. A eumelanina confere maior proteção
contra os danos da radiação UV, enquanto a feomelanina, mais solúvel e amarelada, é menos eficiente
nessa função. A quantidade e a qualidade dos melanossomos também impactam a resistência da pele à
radiação. As demais alternativas estão incorretas porque a melanina não altera a quantidade de
melanócitos, não afeta diretamente a produção de queratinócitos, não regula a espessura da epiderme nem
interfere no metabolismo das glândulas sebáceas.
Distúrbios de aumento de melanina de forma localizada
Neste vídeo, trataremos de nevos, melanomas, fatores de risco, diagnóstico e condições cutâneas.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Nevos melanocíticos
Nevos melanocíticos são neoplasias de natureza benigna que se apresentam como pequenas lesões
(normalmente menores que 6 mm) bem delineadas, de coloração mais escura que o restante da pele, e podem
ser ásperas, planas, achatadas ou na forma de pápulas elevadas.
Nevos 
É o termo médico que descreve uma lesão na pele popularmente conhecida como mancha, pinta ou
sinal. 
A maioria surge em decorrência de
alterações genéticas e da exposição solar,
mas podem ser congênitos, ou seja,
presentes desde o nascimento ou que se
desenvolvem durante a infância a partir de
células névicas (aglomerados de
melanócitos) preexistentes. É importante
destacar que congênito não quer dizer
hereditário.
 Falamos em neoplasias,
você sabe o que é?
Neoplasia é uma massa
de tecido anormal
originado pela
multiplicação excessiva e
descontrolada de células,
que persiste mesmo
depois da retirada do
estímulo que originou
essas alterações.
Nevo melanócito congênito.
As neoplasias podem ser benignas ou malignas. Vamos conhecer mais a seguir.
1
Benignas
Massa de células bem diferenciadas parecidas com o tecido de origem, coesa, bem delimitada, com
crescimento progressivo e que não apresenta capacidade invasiva e infiltrativa.
2Malignas
SãoQual das condições descritas a seguir está corretamente associada à calcificação metastática?
A Acúmulo de cálcio em tecidos previamente lesados, independentemente da calcemia.
B Presença de hipercalcemia secundária a distúrbios hormonais ou renais.
C Deposição de sais de cálcio exclusivamente em tecidos ósseos em remodelação.
D Formação de psamomas em tecidos necrosados, como nas valvas cardíacas envelhecidas.
E Presença de depósitos de cálcio restritos ao espaço extracelular sem alterações metabólicas.
A alternativa B está correta.
A calcificação metastática ocorre em tecidos normais quando há hipercalcemia, podendo ser causada por
hiperparatireoidismo, destruição óssea excessiva, distúrbios da vitamina D ou insuficiência renal. Esse tipo
de calcificação ocorre sistemicamente, afetando pulmões, rins, estômago e artérias, onde o ambiente
alcalino favorece a precipitação dos sais de cálcio.
Cálculos ou concreções ou litíases
Neste vídeo, abordaremos a formação de cálculos, causas, sintomas e complicações em rins, vesícula e
glândulas salivares.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
Os cálculos, também chamados de pedras, são pequenas massas sólidas que se formam dentro de órgãos do
corpo. Apresentam-se sob diferentes formas, como redondas ou irregulares, e aparecem principalmente nos
rins e na vesícula biliar. Quando isso acontece, as pessoas costumam chamar de pedra nos rins ou pedra na
vesícula.
 
O nome científico dessas pedras é litíase, que muda de acordo com o lugar em que aparecem. 
Exemplo
Se estiverem na vesícula biliar, chamamos de colelitíase; nos rins, chamamos de nefrolitíase; e nas
glândulas salivares, sialolitíase. 
Tais pedras se formam dentro do corpo e sua composição depende do local em que surgem. Na vesícula, são
formadas por colesterol ou outras substâncias. Nos rins, costumam ser feitas de sais minerais como cálcio.
Observe as imagens a seguir.
Cálculos de colesterol na vesícula biliar com colecistite.
Cálculos ou pedras presentes no tecido renal.
Atividade conceitual 3
Os cálculos são formações sólidas em órgãos ocos e causam complicações clínicas diversas. Sua composição
e local de formação determinam sua classificação e seus impactos na saúde do indivíduo. Qual dos fatores
apresentados a seguir contribui para a formação de cálculos biliares? 
A Excesso de ácido úrico na urina, favorecendo a precipitação de sais.
B Aderência de cristais à papila renal, formando massas mineralizadas.
C Obstrução das glândulas salivares, causando o acúmulo de restos orgânicos.
D Produção aumentada de bile, levando à precipitação de substâncias insolúveis. 
E Redução da excreção renal de cálcio, promovendo agregação de partículas.
A alternativa D está correta.
A colelitíase ocorre quando há produção excessiva de bile, favorecendo a precipitação de sais de cálcio,
bilirrubina e colesterol. Esses componentes formam cálculos biliares, que causam obstrução das vias
biliares, dor e inflamação. Os cálculos biliares podem ser assintomáticos ou gerar complicações como
colecistite e pancreatite.
Aplicando o conhecimento
João, um senhor de 65 anos com pressão alta e diabetes, foi encaminhado para o nefrologista porque seus
rins estavam funcionando cada vez pior. Ele sentia muito cansaço, câimbras frequentes e coceira no corpo.
Além disso, notou que sua pele estava ficando mais endurecida em algumas áreas e sentia um leve
desconforto no peito.
 
No exame, o médico percebeu que João estava mais pálido, tinha um leve aumento da gengiva e pequenas
placas endurecidas na pele das pernas. Ao ouvir o coração, notou um sopro fraco.
 
Os exames mostraram que João tinha níveis altos de creatinina e ureia, indicando insuficiência renal. O cálcio
no sangue também estava elevado, assim como o fósforo e um hormônio chamado PTH, que regula esses
minerais no corpo. A radiografia do tórax revelou depósitos de cálcio nos vasos sanguíneos dos pulmões e em
outros tecidos.
 
O médico diagnosticou João com calcificação metastática, que acontece quando o excesso de cálcio e
fósforo no sangue se deposita em órgãos e vasos sanguíneos. Isso ocorreu porque seus rins não estavam
conseguindo eliminar esses minerais corretamente, levando a um problema chamado hiperparatireoidismo
secundário.
 
Para tratar o problema, João recebeu orientações para reduzir o consumo de fósforo na alimentação e passou
a tomar remédios a fim de controlar os níveis de cálcio, fósforo e PTH. O médico explicou que o controle
rigoroso da função renal e do equilíbrio dos minerais no sangue era necessário para evitar complicações
graves, como o endurecimento dos vasos sanguíneos e problemas no coração.
Questão 1
O diagnóstico de calcificação metastática em João está relacionado a um desequilíbrio mineral provocado
pela insuficiência renal. Qual dos seguintes fatores contribui diretamente para esse processo?
A Baixa filtração renal levando à retenção de fósforo e aumento do PTH.
B Deficiência de vitamina D, levando à hipocalcemia e menor absorção intestinal de cálcio.
C Deposição de sódio nos tecidos, levando à hipernatremia e sobrecarga cardíaca.
D Redução do nível de bicarbonato, causando acidose metabólica e reabsorção óssea.
E Diminuição do volume plasmático, aumentando a viscosidade sanguínea e dificultando a eliminação de
cálcio.
A alternativa A está correta.
A calcificação metastática ocorre devido à hipercalcemia crônica, comum na insuficiência renal. A retenção
de fósforo estimula o aumento da concentração de PTH, que mobiliza o cálcio dos ossos, aumentando sua
concentração sérica. Com a excreção renal comprometida, o excesso de cálcio precipita nos tecidos,
afetando órgãos como rins e vasos sanguíneos. O controle envolve dieta, quelantes de fósforo e terapia
para reduzir os níveis de PTH.
Questão 2
O que é a calcificação metastática diagnosticadas em João e por que ela ocorre em pacientes com
insuficiência renal crônica?
Chave de resposta
A calcificação metastática é o acúmulo anormal de cálcio e fósforo nos tecidos do corpo, como vasos
sanguíneos, pulmões e pele. Em pacientes com insuficiência renal crônica, essa condição ocorre porque os
rins não conseguem eliminar o excesso de fósforo, levando ao aumento do PTH. Esse hormônio retira
cálcio dos ossos para compensar o desequilíbrio, elevando sua concentração no sangue. O excesso de
cálcio e fósforo se deposita nos tecidos, causando endurecimento e podendo levar a complicações
cardiovasculares e problemas de circulação. O controle adequado da dieta e o uso de medicamentos são
indicados para evitar essa complicação.
Questão 3
Quais são as principais estratégias terapêuticas para controlar a calcificação metastática em pacientes com
insuficiência renal crônica, e qual a importância do manejo adequado dessa condição?
Chave de resposta
O controle da calcificação metastática em pacientes com insuficiência renal crônica envolve a restrição da
ingestão de fósforo na dieta, o uso de quelantes de fósforo para reduzir sua absorção intestinal e a
administração de calcimiméticos para diminuir a secreção de PTH. Além disso, o equilíbrio dos níveis de
cálcio e fósforo no sangue evita a progressão da calcificação. O manejo adequado dessa condição previne
complicações como o endurecimento dos vasos sanguíneos, que leva a doenças cardiovasculares graves.
Sem o tratamento correto, o paciente tem maior risco de eventos cardíacos, como infarto e insuficiência
cardíaca, além de maior mortalidade.
Caso prático
Neste vídeo, discutiremos o caso de João, 65 anos, com insuficiência renal, hiperparatireoidismo e
calcificação metastática.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para assistir ao vídeo.
4. Conclusão
Considerações finais
O que você aprendeu neste conteúdo?
Os pigmentos são endógenos, como a melanina e a hemoglobina, ou exógenos, oriundos do ambiente.
Seu acúmulo indica processos fisiológicos ou patológicos.
 
Alterações na produção, distribuição ou eliminação de pigmentos resultam em patologias, como vitiligo,melanoma, icterícia e antracose, impactando diretamente a saúde e qualidade de vida dos indivíduos.
 
Exposições ambientais e ocupacionais levam ao acúmulo de substâncias nocivas nos tecidos, como no
caso de plumbismo, silicose e pneumoconioses, exigindo medidas preventivas.
 
A deposição anormal de sais de cálcio nos tecidos ocorre devido a danos celulares (calcificação
distrófica) ou a alterações no metabolismo do cálcio (calcificação metastática), resultando em prejuízos
funcionais.
 
O acúmulo de cálcio compromete órgãos vitais, como pulmões e rins, dificultando sua função. No caso
das valvas cardíacas, leva a complicações cardiovasculares severas.
 
Cálculos renais e biliares são formações sólidas que resultam da precipitação de substâncias como
cálcio, colesterol e bilirrubina, causando dor intensa e obstrução de ductos.
 
É preciso compreender os processos de pigmentação e calcificação para o diagnóstico e o tratamento
de diversas condições, permitindo intervenções médicas eficazes.
 
Medidas como monitoramento da exposição a agentes exógenos, hábitos saudáveis e
acompanhamento médico minimizam os riscos de distúrbios pigmentares e calcificações.
 
A relação entre pigmentação, metabolismo e processos patológicos evidencia a importância de uma
abordagem multidisciplinar no cuidado com a saúde.
 
O conhecimento adquirido permite a identificação precoce e o manejo adequado dessas condições,
contribuindo para melhores prognósticos e qualidade de vida dos pacientes.
 
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Podcast
Neste podcast, confira um breve resumo, por meio de perguntas, que permeiam os principais tópicos
abordados neste conteúdo.
Conteúdo interativo
Acesse a versão digital para ouvir o áudio.
Explore +
Para saber mais sobre os assuntos tratados nesta aula, assista:
 
Ao vídeo Os melanócitos e as manchas na pele, no YouTube, indicado para revisar como funcionam os
melanócitos e as principais manchas na pele.
 
Ao vídeo sobre hemoglobina, no canal Khan Academy Brasil, que revisa a estrutura e como a
hemoglobina age na oxigenação.
 
Veja a cartilha sobre pneumoconioses, elaborada pelo Ministério da Saúde para obter mais detalhes sobre
elas.
 
Para conhecer melhor os padrões radiográficos das calcificações, o artigo Calcificação de partes moles:
ensaio iconográfico, de Faria et al., 2020.
 
Para relembrar o tecido ósseo e a ação da vitamina D, o artigo Tecido ósseo: aspectos morfológicos e
histofisiológicos, dos autores Andia, Cerri, Spolidorio (2006) e a revisão O sistema endocrinológico vitamina D,
de Castro (2011).
 
No site do Grupo Brasileiro de Melanoma estão destacados aspectos importantes sobre o melanoma.
Referências
AZULAY, R. D. et al. Dermatologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. INCA. Câncer de pele melanoma. 2021.
BRASIL, Ministério da Saúde. INCA. Tabagismo. 2021.
BRASILEIRO FILHO, B. Patologia. 9. ed. Rio de Janeiro: Gen, Guanabara Koogan, 2016.
 
HUANG, F. W. et al. Highly recurrent TERT promoter mutations in human melanoma. Science, v. 339, n. 6122, p.
957-959, 2013.
• 
• 
KUMAR, V. et al. Patologia - Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2016.
	Distúrbios pigmentares e calcificações
	1. Itens iniciais
	Objetivos
	Introdução
	1. Pigmentos endógenos e patologias relacionadas
	Pigmentos endógenos
	Conteúdo interativo
	Pigmentos relacionados à melanina
	Conteúdo interativo
	Atividade conceitual 1
	Distúrbios de aumento de melanina de forma localizada
	Conteúdo interativo
	Nevos melanocíticos
	Benignas
	Malignas
	Corte histológico da pele e a pele, mostrando um nevo juncional.
	Corte histológico da pele e pele com presença de nevos compostos.
	Esta imagem indica a localização dos nevos juncionais, compostos e intradérmicos na pele.
	Melanomas
	Gene CDKN2A
	Genes BRAF e NRAS
	Gene TERT
	Atividade conceitual 2
	Distúrbios de aumento de melanina de forma generalizada
	Conteúdo interativo
	Curiosidade
	Vitiligo
	Albinismo
	Curiosidade
	Atividade conceitual 3
	Pigmentos relacionados à lipofuscina e hemoglobina
	Conteúdo interativo
	Em neurônios
	Em cardiomiócitos
	Atenção
	Pigmentos relacionados à hemoglobina
	Conteúdo interativo
	Principais distúrbios relacionados a pigmentos derivados da hemoglobina
	Atenção
	Etapa 1
	Etapa 2
	Etapa 3
	Etapa 4
	Etapa 5
	Conteúdo interativo
	Pré-hepática
	Hepática
	Pós-hepática
	Atividade conceitual 4
	Aplicando o conhecimento
	Caso prático
	Conteúdo interativo
	2. Distúrbios de pigmentação exógena
	Pigmentações patológicas exógenas: via inoculação – tatuagem
	Conteúdo interativo
	Pigmentações patológicas exógenas: via inoculação – tatuagem
	Atenção
	Atividade conceitual 1
	Pigmentações patológicas exógenas: ingestão oral
	Conteúdo interativo
	Argirismo
	Exemplo 1
	Exemplo 2
	Exemplo 3
	Atenção
	Plumbismo ou saturnismo
	Atenção
	Etapa I
	Etapa II
	Etapa III
	Plumbismo agudo
	Plumbismo crônico
	Pigmentação bismútica
	Carotenose
	Atenção
	Atividade conceitual 2
	Pigmentações patológicas exógenas: via inalação
	Conteúdo interativo
	Estrutura físico-química e solubilidade da partícula inalada
	Tamanho e forma
	Quantidade
	Fatores secundários
	Silicose
	Atenção
	Asbestose
	Atividade conceitual 3
	Aplicando o conhecimento
	Caso prático
	Conteúdo interativo
	3. Calcificação patológica
	Tecido ósseo e remodelamento ósseo
	Conteúdo interativo
	Conteúdo interativo
	Osteócitos
	Osteoprogenitoras
	Osteoblastos
	Osteoclastos
	Reabsorção óssea
	Formação óssea
	Manutenção e maturação
	Conteúdo interativo
	Atividade conceitual 1
	Calcificação patológica
	Conteúdo interativo
	Nucleação primária
	Nucleação secundária
	Atenção
	Calcificação distrófica
	Atenção
	Calcificação metastática
	Atividade conceitual 2
	Cálculos ou concreções ou litíases
	Conteúdo interativo
	Exemplo
	Atividade conceitual 3
	Aplicando o conhecimento
	Caso prático
	Conteúdo interativo
	4. Conclusão
	Considerações finais
	O que você aprendeu neste conteúdo?
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciaschamadas de cânceres. Massa de células com contornos irregulares, invasiva e infiltrativa. De
crescimento rápido, são células normalmente indiferenciadas e com possibilidade de metástases (é o
nome do processo no qual células de um tumor primário migram pela circulação sanguínea ou
linfática, gerando uma nova lesão tumoral) para outros órgãos.
Os nevos melanocíticos são classificados histopatologicamente em relação às células névicas, o epitélio de
superfície e o tecido conjuntivo subjacente. Há diversos subtipos de nevos e a classificação depende da
localização das células névicas. Um exemplo são os nevos intradérmicos, que são formados por células
névicas que se diferenciam em tamanho e podem conter ou não grande quantidade de melanina. Essas células
se agrupam em ninhos ao longo da parte superior da derme.
Nevo intradérmico sem e com hiperpigmentação.
Quando o nevo se inicia na junção entre a derme e a epiderme são chamados de nevos juncionais. As células
dos nevos juncionais costumam exibir pouca ou nenhuma atividade mitótica.
 
À medida que crescem, os nevos juncionais se aprofundam na pele, atingindo a camada chamada derme.
Quando isso acontece, passam a ser chamados de nevos compostos, pois combinam características dos 
nevos juncionais (mais superficiais) e dos nevos intradérmicos (mais profundos).
 
Na prática, é difícil diferenciar um nevo composto de um nevo intradérmico, pois ambos formam pequenas
elevações na pele. Já os nevos juncionais continuam sendo planos e mais escuros.
Mitótica
Atividade mitótica se refere à capacidade da célula de se dividir gerando duas células-filhas idênticas.
Corte histológico da pele e a pele, mostrando um nevo
juncional.
Corte histológico da pele e pele com presença de nevos
compostos.
Esta imagem indica a localização dos nevos juncionais,
compostos e intradérmicos na pele.
Além dessas classificações, temos também o nevo intramucoso, tipo mais comum na boca, com acúmulo de
células névicas no tecido conjuntivo, e o nevo azul, que apresenta as células com um formato fusiforme,
localizado no tecido conjuntivo, de coloração azul.
Melanomas
Os melanomas são neoplasias malignas que afetam a mucosa oral, esôfago, meninges, olhos, e especialmente
a pele. Quando detectado em seus estágios iniciais, o melanoma pode ser tratado e curado cirurgicamente.
 
A exposição excessiva à radiação UV é o principal fator de risco para o desenvolvimento do melanoma por seu
potencial de causar danos ao DNA. Dessa maneira, indivíduos de pele clara têm maior suscetibilidade à
doença, já que possuem menor quantidade de melanina protegendo a pele dos raios UV.
 
Algumas alterações nos genes causam o crescimento descontrolado das células da pele, contribuindo para o
desenvolvimento do melanoma. Vamos conhecer algumas delas.
Gene CDKN2A 
Produz proteínas que funcionam como um freio no ciclo celular, impedindo que as células se
multipliquem sem controle e promovendo sua destruição se necessário. Quando esse gene sofre
mutação, as células continuam se dividindo sem parar, favorecendo o surgimento do câncer.
Genes BRAF e NRAS 
Estão ligados ao crescimento celular. Ao sofrer mutações, ativam sinais que possibilitam que as
células do melanoma se multipliquem com mais rapidez e sobrevivam por mais tempo.
Gene TERT
Controla a telomerase, uma enzima que impede o envelhecimento das células. Em cerca de 70% dos
melanomas, esse gene sofre mutação, permitindo que as células cancerosas continuem se replicando
sem limite.
Atividade conceitual 2
Os distúrbios pigmentares se manifestam de diferentes formas e origens. Considerando essas variações, qual
das seguintes afirmações explica um fator determinante na distinção entre uma neoplasia benigna e uma
maligna?
A A capacidade de metástase diferencia neoplasias benignas das malignas. 
B A presença de células pigmentadas indica malignidade.
C Neoplasias benignas caracterizam-se por crescimento descontrolado.
D As neoplasias benignas sempre originam neoplasias malignas ao longo do tempo.
E Apenas neoplasias malignas apresentam coloração alterada em relação ao tecido normal.
A alternativa A está correta.
A principal característica que diferencia neoplasias benignas e malignas é a capacidade de metástase, ou
seja, a disseminação de células tumorais para outros tecidos através da circulação sanguínea ou linfática.
Enquanto as neoplasias benignas permanecem localizadas e não invadem outros órgãos, as malignas
migram e formam novos tumores a distância. A presença de pigmentação alterada não é um critério
absoluto para determinar malignidade, pois lesões benignas também apresentam variações de coloração. O
diagnóstico preciso depende da avaliação histológica, considerando fatores como a atividade mitótica, a
diferenciação celular e a agressividade da proliferação tumoral.
Distúrbios de aumento de melanina de forma
generalizada
Neste vídeo, trataremos de melanodermias secundárias, vitiligo e albinismo, abordando causas, clínica,
histologia e fatores envolvidos.
Conteúdo interativo
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Os principais casos de aumento generalizado da melanina na pele são chamados de melanodermias
secundárias, pois acontecem como consequência de outros fatores. Isso pode ocorrer, por exemplo, durante a
gravidez, devido a alterações hormonais, em doenças como o hipoadrenalismo (quando as glândulas
suprarrenais produzem menos hormônios) ou por exposição à radiação, como a luz solar intensa.
Histologicamente, é possível
verificar um aumento na presença
de melanina nos queratinócitos por
toda a epiderme e aumento no
número de melanossomas. Essas
alterações levam à formação de
manchas agrupadas ou dispersas,
com coloração castanho-clara à
escura, e bordas irregulares.
 Essas manchas podem ser
chamadas também de cloasmas
ou melasmas, e são mais comuns
em áreas da pele com maior
exposição solar e em mulheres,
por ação de fatores hormonais,
principalmente na gravidez, que
apresenta uma maior alteração
nos níveis de hormônios. Pele com melasmas.
Curiosidade
As manchas são chamadas de cloasmas gravídicos quando acometem mulheres durante ou logo após o
fim da gestação. As manchas presentes somente na face são chamadas de melasmas. E, quando
acometem outra região que não a face, são chamadas de melanodermias. 
Você já deve ter ouvido falar em vitiligo e albinismo. Essas condições, diferentes das que já estudamos até
aqui, são distúrbios de pigmentação causadas pela diminuição ou ausência de melanina.
Vitiligo
O vitiligo é um dos quadros de acromia
(termo dado à ausência de formação do
pigmento melanina na epiderme) adquirida
mais conhecidos. Embora a patogênese
dessa condição não seja muito bem
compreendida, sabe-se que ela acontece
pela diminuição progressiva ou ausência
dos melanócitos no local, sendo essa a
principal característica histológica. Com
isso, a produção de melanina fica
comprometida.
 Na pele de um indivíduo
com vitiligo, podemos
observar a presença de
manchas simétricas,
irregulares, de cor branca
(pela falta de melanina),
com hipercromia
(pigmentação excessiva
causada pela produção
exagerada de melanina) ao
redor das áreas afetadas. Pele com vitiligo.
O vitiligo é classificado como uma condição multifatorial, e algumas teorias para a ausência dos melanócitos
são a destruição das células por estresse oxidativo, autoimunidade e autodestruição dos melanócitos. O
vitiligo de origem genética (familiar) representa aproximadamente 20% dos casos.
Albinismo
O albinismo é uma doença
genética que afeta 1 a cada 20
mil pessoas. O indivíduo com
albinismo pode ter um quadro
de acromia parcial, quando
envolve ausência de
pigmentação somente na
retina, condição conhecida
como albinismo ocular (AO), ou
acromia generalizada, quando
afeta a pele, cabelos e olhos
no albinismo oculocutâneo
(AOC).
 O AOC é uma condição de caráter
autossômico recessivo (ao herdar genes
de dois alelos anormais dos pais) que
envolve mutações em genes
relacionados à tirosinase, que resulta na
coloração branca da pele enos cabelos
devido à ausência de pigmentação. Os
indivíduos que sofrem de albinismo
devem evitar ao máximo a exposição
solar, pois são deficientes na principal
forma orgânica de proteção contra os
raios UV, que é feita pela melanina. Criança com albinismo oculocutâneo.
A acromia cicatricial ocorre quando a pele perde pigmentação depois de um processo inflamatório. Isso
acontece porque, durante a inflamação, substâncias chamadas mediadores inflamatórios interferem na
atividade das células que produzem melanina, os melanócitos. Dependendo da intensidade da inflamação, os
melanócitos são destruídos ou ficam inativos, resultando em áreas mais claras na pele.
 
Ao fim do processo inflamatório, em alguns casos, os melanócitos ficam em estado de esgotamento pelo
estímulo e atividade exagerada. Sendo assim, eles perdem sua função, gerando a acromia no local da
cicatrização.
Curiosidade
Acromotriquia é o nome dado ao processo de perda de pigmentação dos cabelos resultante do
envelhecimento. Com o passar dos anos, os melanócitos vão perdendo sua funcionalidade e diminuindo
sua atividade. Esse processo tem como consequência a redução na quantidade de pigmentos de
melanina produzidos, o que faz com que os cabelos apresentem uma cor branca pela ausência de
pigmentos. 
Atividade conceitual 3
Distúrbios que afetam a produção ou distribuição de melanina podem ter causas genéticas, ambientais ou
inflamatórias, resultando em hiperpigmentação ou hipopigmentação da pele. Como esses fatores influenciam
as características dessas alterações?
A O aumento da melanina sempre indica um distúrbio patológico e deve ser tratado.
B A hipopigmentação ocorre exclusivamente por fatores genéticos, sem influência ambiental.
C A hiperpigmentação pode resultar de estímulos hormonais ou exposição à radiação.
D O albinismo é uma condição adquirida devido à perda progressiva de melanócitos.
E O vitiligo se desenvolve apenas em indivíduos com predisposição genética hereditária.
A alternativa C está correta.
A hiperpigmentação pode ser desencadeada por fatores hormonais, como no melasma, e pela exposição à
radiação ultravioleta, que estimula a produção de melanina. Além disso, algumas inflamações e o uso de
certos medicamentos influenciam esse processo. Essas alterações pigmentares resultam da interação entre
fatores genéticos e ambientais, exigindo avaliação criteriosa para distinguir respostas fisiológicas normais
de condições patológicas.
Pigmentos relacionados à lipofuscina e hemoglobina
Neste vídeo, trataremos da lipofuscina, pigmentos hemoglobínicos e distúrbios como hemocromatose e
icterícia.
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A lipofuscina é um pigmento produzido naturalmente pelo corpo e aparece dentro das células quando há
danos nas membranas celulares. Isso acontece porque as gorduras (lipídios) que fazem parte dessas
membranas sofrem um processo chamado peroxidação, uma forma de degradação causada pelo estresse
oxidativo, ou seja, pelo excesso de radicais livres.
 
Com o tempo, as moléculas danificadas se unem, formando estruturas maiores que não são facilmente
eliminadas pelo organismo. Essas partículas se acumulam dentro das células, especialmente nos lisossomos,
responsáveis por digerir partes desgastadas da célula. Esse acúmulo é visível como pequenos grãos de cor 
amarelo-acastanhada no citoplasma.
A lipofuscina é mais comum em células que envelhecem ou que passam por muito estresse
oxidativo, sendo um marcador do desgaste celular ao longo do tempo.
O acúmulo da lipofuscina acontece de maneira gradual, especialmente em células pós-mitóticas, e é comum
no tecido muscular cardíaco e esquelético, no fígado, na retina e em neurônios de indivíduos mais velhos, ou
em pacientes com desnutrição grave. No entanto, esse pigmento não é nocivo à célula. Observe a seguir.
Em neurônios
Presença de grânulos de pigmento lipofuscina
(em marrom).
Em cardiomiócitos
Presença de grânulos de pigmento lipofuscina.
Em células com alta taxa de divisão como as células-tronco, as organelas e macromoléculas danificadas são
divididas entre as células-filhas, evitando, assim, o acúmulo de lipofuscina após o processo de autofagia.
O acúmulo de lipofuscina causa um processo chamado de atrofia parda, que é caracterizado pela
redução de volume e peso do órgão, com presença de uma coloração parda. No coração, o acúmulo
de lipofuscina parece não afetar tanto a capacidade funcional do órgão.
Nos neurônios, o acúmulo excessivo de lipofuscina causa sérios problemas. Isso acontece em um grupo de
doenças genéticas raras chamadas lipofuscinose ceroide neuronal: o organismo não consegue eliminar a
lipofuscina corretamente, fazendo com que se acumule nos neurônios. Esse acúmulo atrapalha o
funcionamento das células nervosas, levando a sintomas graves como perda progressiva das habilidades
motoras e cognitivas, cegueira e convulsões. Com o tempo, os danos aos neurônios se agravam, causando
deterioração neurológica severa.
Atenção
Vale acrescentar que, na retina, o acúmulo do pigmento lipofuscina é associado à degeneração da
mácula (parte central da retina), e essa degeneração é a principal causa de alteração da visão e cegueira
em idosos. 
Pigmentos relacionados à hemoglobina
A hemoglobina é uma proteína encontrada nas hemácias, células do sangue responsáveis pelo transporte de
oxigênio. Ela tem duas partes principais:
 
Globina, que é a parte proteica e formada por quatro subunidades: duas chamadas alfa (α) e duas
chamadas beta (β).
 
Heme, que é a parte não proteica e contém ferro no centro.
 
Presente na fração heme, o ferro é altamente importante porque se liga ao oxigênio. Dessa forma, a
hemoglobina possibilita que o sangue transporte oxigênio dos pulmões para o resto do corpo. Além disso, é a
fração heme que dá a cor vermelha ao sangue.
 
Observe a imagem a seguir.
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abaixo.
• 
• 
Estrutura da hemácia, da molécula de hemoglobina (a) e do heme (B).
Os pigmentos endógenos derivados da degradação da hemoglobina são as hemossiderinas, hematinas,
bilirrubinas, porfirinas, entre outros. Tais pigmentos podem ser ferruginosos, quando há a presença de íon
ferro na molécula, ou não ferruginosos.
Principais distúrbios relacionados a pigmentos derivados da hemoglobina
A hemossiderose é o quadro de
aumento de hemossiderina, um
produto da degradação da
hemoglobina capaz de formar
agregados, normalmente presente
nos hepatócitos e em macrófagos
do fígado, pulmão, linfonodos,
baço e medula óssea. Ele é um
pigmento de cor amarelo-ouro a
marrom e representa a principal
forma de armazenamento do
ferro, principalmente quando este
está em excesso e há saturação
da ferritina.
 A
hemossiderose
local acontece
geralmente
como resultado
de hemorragias
teciduais, em
que as
hemácias
extravasadas
são fagocitadas
por macrófagos
de 24 a 48
horas depois do
início do
sangramento.
 Histologicamente, é
possível observar a
presença de
hemossiderina
como grânulos
amarelados a
amarronzados nos
tecidos. O processo
de hemossiderose
local pode ser
observado na pele
pela presença de
coloração
amarelada nas
áreas das lesões.
Hemorragia pulmonar com presença de
hemossiderose local.
Os casos de aumento sistêmico de ferro acontecem devido a defeitos na absorção intestinal de ferro, anemias
hemolíticas e transfusão de sangue.
Atenção
A hemossiderose não costuma causar sintomas. Porém, indivíduos com quadros avançados podem
desenvolver anemia e fibrose pulmonar. 
A hemocromatose é uma doença hereditária rara, que acomete mais facilmente os homens, causada por
mutações em genes relacionados à absorção de ferro. As mutações favorecem o aumento da absorção
intestinal de ferro proveniente da dieta, e com isso aumenta-se também a deposição de hemossiderina nos
macrófagos e no parênquima de órgãos como fígado, pele, pâncreas, coração e em algumas glândulas.
 
A
hemocromatose
costuma causar
hipotrofia e
fibrose do
parênquima
tecidual, e emalguns casos
leva à cirrose
hepática,
diabetes e
insuficiência
cardíaca. Com
o avanço do
quadro, a
coloração
natural dos
órgãos é
alterada para
um tom
amarronzado.
 Indivíduos que
passaram por
transfusão
sanguínea, com
quadros de
talassemia e
síndromes
mielodisplásicas,
podem
desenvolver a
hemocromatose
secundária (ou
adquirida) pelo
aumento na
quantidade de
hemácias
degradadas e
de ferro livre.
 As hematinoses
são mudanças na
coloração dos
tecidos que
ocorrem quando a 
hemoglobina do
sangue é
quebrada e forma
um pigmento
escuro chamado 
hematina. Esse
pigmento contém
ferro e aparece em
forma de
pequenos grãos
de cor preta ou
preto-azulada.
 Essas
alterações
ocorrem
em
diferentes
situações,
como:
 Ambientes
ácidos,
como no
estômago,
quando o
ácido
clorídrico
reage com
o sangue
em
úlceras.
 Malária, pois
o parasita
que causa a
doença
destrói a
hemoglobina
do sangue.
 Esquistossomose,
quando o parasita
se alimenta do
sangue do
hospedeiro e
degrada a
hemoglobina no
seu intestino.
 Exames
laboratoriais,
quando o
tecido
coletado em
biópsias é
tratado com
formol
ácido,
formando a
hematina.
 Esse
pigmento
não tem
função útil
no corpo,
mas sua
presença
indica
processos
inflamatórios
ou
infecções.Fígado de indivíduo com hemocromatose.
Depósitos de hemossiderina em marrom.
As porfirias são distúrbios
causados por alterações no
processo de síntese do heme, de
etiologia não totalmente
esclarecida, que levam ao aumento
de porfirinas. As porfirinas são
moléculas precursoras do heme,
geradas pelo sistema eritropoético
e pelo fígado, e são o sítio de
ligação para o íon ferro na
hemoglobina.
 As porfirias
podem ser
classificadas de
acordo com sua
origem (em
congênita ou
adquirida),
propriedades
bioquímicas e
pelo local em
que se
encontram. 
 A porfiria
eritropoética
congênita e a
protoporfiria
eritropoética,
como os nomes
sugerem, são
causadas por
alterações
durante a síntese
do heme na
medula óssea. Estrutura química das porfirinas.
A porfiria cutânea tardia, porfiria intermitente aguda e a eritro-hepática são causadas por alterações no
fígado.
 
O principal sinal clínico dessas doenças é o aparecimento de lesões bolhosas na pele, que regridem e deixam
manchas com alteração de pigmentação e sensibilidade à luz solar, pela capacidade de absorção de luz visível
e UV pelas porfirinas.
Reação de hipersensibilidade à luz em indivíduo com protoporfiria eritropoética.
• • • • 
A hematoidina é um pigmento que aparece algumas semanas depois de um sangramento ou dentro de
coágulos de sangue nos tecidos. Esse pigmento se forma quando macrófagos degradam as hemácias no local
do sangramento.
 
Diferentemente de outros pigmentos derivados do sangue, a hematoidina não contém ferro. Ela é composta
por uma mistura de lipídios e uma substância semelhante à bilirrubina. No tecido, a hematoidina pode ser vista
na forma de pequenos cristais com coloração que varia entre amarelo-ouro e marrom-dourado.
 
A presença desse pigmento nos tecidos indica um sangramento antigo ou um coágulo em processo de
reabsorção.
A icterícia é uma condição clínica
gerada pelo aumento plasmático de um
pigmento biliar chamado de bilirrubina.
A bilirrubina é um produto da
degradação da fração heme da
hemoglobina. Esse pigmento é visto
como grânulos castanho-esverdeados
a negros, e se encontra principalmente
nos hepatócitos e nos canais biliares.
 O aumento
plasmático de
bilirrubina faz com
que ela se acumule
na pele, mucosas,
tecidos e órgãos,
em especial no
fígado e rins,
resultando em uma
coloração
amarelada.
 Vamos
acompanhar
a seguir o
processo de
degradação
do heme e
formação
da
bilirrubina. Pele amarelada de indivíduo com icterícia
em comparação à pele de indivíduo sem
icterícia.
1
Etapa 1
A hemoglobina se divide em duas partes: a globina, que vira aminoácidos para reaproveitamento, e
o heme, que é degradado. Essa degradação libera ferro, monóxido de carbono e biliverdina, um
pigmento verde.
2
Etapa 2
A biliverdina se transforma em bilirrubina, que se liga a uma proteína chamada albumina no sangue.
Nessa fase, é chamada de bilirrubina indireta e precisa ser transportada até o fígado.
3
Etapa 3
No fígado, a bilirrubina passa por uma modificação química chamada conjugação, tornando-se
solúvel em água. Assim, vira bilirrubina direta, que pode ser eliminada pelo organismo.
4
Etapa 4
A bilirrubina direta é liberada na bile, um líquido produzido pelo fígado, ou segue para o intestino,
onde é transformada pela microbiota intestinal em urobilinogênio.
5 Etapa 5
O urobilinogênio pode seguir três caminhos:
 
Voltar ao fígado para ser reaproveitado.
 
Ir para os rins, onde se transforma em urobilina, pigmento que dá a cor amarela à urina.
 
Ser degradado no intestino, formando estercobilina, que dá a cor marrom às fezes.
Observe na imagem a seguir todas as etapas que acabamos de ver.
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Degradação do heme e formação da bilirrubina.
Vamos conhecer as causas de icterícia a seguir.
• 
• 
• 
Pré-hepática
Ocorre antes do fígado, devido à destruição excessiva de hemácias, como em anemias hemolíticas,
aumentando a bilirrubina indireta.
Hepática
Ocorre no fígado, quando ele não consegue processar a bilirrubina corretamente, causada por 
infecções, intoxicações e câncer. Em recém-nascidos, pode ser temporária devido à imaturidade do
fígado.
Pós-hepática
Acontece após o fígado, por obstrução dos canais biliares (cálculos ou tumores), aumentando a 
bilirrubina direta, que pode ser eliminada na urina.
Algumas doenças causadas por parasitas geram pigmentos no corpo devido à degradação da hemoglobina.
Na esquistossomose, o parasita Schistosoma
mansoni vive nos vasos sanguíneos do
intestino e se alimenta de sangue. Dentro do
parasita, a hemoglobina é quebrada por uma
enzima, separando a globina, que ele usa para
se nutrir, e o heme, que não é aproveitado. O
verme então libera esse heme na circulação do
hospedeiro, formando o pigmento
esquistossomótico, de cor castanho-escura,
que se acumula no fígado, principalmente nas 
células de Kupffer.
 Na malária, o parasita 
Plasmodium spp.
também quebra a
hemoglobina dentro
das hemácias. Quando
se rompem, essas
células liberam o 
pigmento malárico, que
tem a mesma cor
escura e se espalha
pelos tecidos do
hospedeiro. 
Menino de 11 anos com fluido abdominal e
hipertensão portal devido à
esquisstossomose.
Atividade conceitual 4
O acúmulo de determinados pigmentos celulares pode estar associado a diferentes processos biológicos e
patológicos. Quais fatores influenciam a deposição desses pigmentos nos tecidos?
A O aumento da atividade autofágica e a degradação eficiente das organelas celulares.
B A ausência de processos oxidativos e a manutenção da integridade das membranas celulares.
C A renovação contínua das células e a eliminação rápida de resíduos metabólicos.
D O transporte ativo de pigmentos para fora da célula e sua excreção eficiente.
E A redução da taxa de divisão celular e a exposição a radicais livres.
A alternativa E está correta.
A deposição de pigmentos celulares ocorre quando há degradação ineficaz de estruturas celulares,
especialmente em células pós-mitóticas, que não se dividem para diluir os resíduos acumulados. Além
disso, o estresse oxidativo intensifica a formação desses pigmentos, favorecendo sua permanência nos
tecidos.
Aplicando o conhecimento
Mariana, 22 anos, compareceu ao consultório dermatológico para avaliar uma lesão pigmentada na perna
esquerda. Ela relatou ter notado a lesão desde a infância, mas percebeu um aumento no tamanho nos últimos
anos. A lesão tem cerca de 8 mm, bordas bem-delimitadas e superfície levemente elevada. Mariana não sente
dor nem coceira na área e não tem histórico de lesões semelhantes na família.
 
Durante o exame físico, o dermatologista observou que a lesão apresentava coloração homogênea, variando
de marrom-claro a marrom-escuro, com uma superfície ligeiramente rugosa. Não havia sinais inflamatórios
nem ulceração. O exame dermatoscópicorevelou a presença de um padrão reticulado uniforme, sem
estruturas atípicas.
 
Ao revisar a história clínica da paciente, foi identificado que Mariana tem pele clara, histórico de queimaduras
solares na infância e exposição solar frequente sem uso de protetor solar. Ela também apresenta múltiplas 
pintas pelo corpo, sem histórico de crescimento acelerado nem mudanças significativas recentes.
 
Com base nos achados clínicos e dermatoscópicos, o dermatologista diagnosticou a lesão como um nevo
melanocítico congênito, orientando a paciente sobre a importância do acompanhamento regular e da proteção
solar para evitar complicações futuras.
Questão 1
Com base no caso clínico de Mariana, qual fator pode representar um risco aumentado para a transformação
maligna da lesão pigmentada observada?
A Histórico de queimaduras solares na infância e exposição solar frequente sem proteção.
B Presença de múltiplos nevos pelo corpo, independentemente do padrão de crescimento.
C Aumento gradual da lesão ao longo dos anos, sem alterações estruturais.
D Ausência de histórico familiar de lesões pigmentadas malignas.
E Presença de um padrão reticulado uniforme na dermatoscopia.
A alternativa A está correta.
A exposição solar excessiva, especialmente com queimaduras na infância, é um dos principais fatores de
risco para a transformação maligna de lesões pigmentadas. A radiação ultravioleta (UV) pode induzir
mutações nos melanócitos, aumentando o risco de melanoma. A fotoproteção e o monitoramento
dermatológico previnem e detectam precocemente alterações suspeitas.
Questão 2
Mariana recebeu um diagnóstico e algumas orientações. Por que é tão importante orientar pacientes com
nevos congênitos sobre a necessidade de acompanhamento regular e proteção solar?
Chave de resposta
Os nevos melanocíticos congênitos apresentam um risco variável de transformação maligna, sendo o
acompanhamento de grande importância para detectar alterações precoces. A proteção solar reduz a
exposição aos raios UV, um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento do melanoma.
Pacientes com histórico de queimaduras solares ou exposição excessiva devem ser instruídos a utilizar
protetor solar regularmente e evitar longos períodos ao sol, especialmente em horários de pico. O exame
clínico periódico permite avaliar modificações na lesão, como crescimento acelerado, mudanças na
coloração e irregularidade nas bordas, sinais sugestivos de malignização. Dessa forma, a prevenção e o
diagnóstico precoce minimizam os riscos e garantem a saúde da pele.
Questão 3
A dermatoscopia de Mariana apontou um padrão reticulado uniforme, sem estruturas atípicas. Como a
dermatoscopia auxilia no diagnóstico diferencial entre um nevo melanocítico congênito e um melanoma
incipiente?
Chave de resposta
A dermatoscopia é uma ferramenta de avaliação de lesões pigmentadas e permite visualizar padrões
estruturais não perceptíveis a olho nu. No caso dos nevos melanocíticos congênitos, padrões reticulados
homogêneos e sem áreas de regressão são comuns, indicando benignidade. Já o melanoma inicial
apresenta características como bordas irregulares, pigmentação assimétrica, presença de áreas de
coloração branca ou azulada (indicando regressão) e estruturas atípicas. Além disso, crescimento rápido e
mudanças súbitas na coloração são sinais de alerta. Dessa forma, a dermatoscopia auxilia no diagnóstico
precoce e na definição da conduta clínica, evitando biópsias desnecessárias e identificando lesões
suspeitas precocemente.
Caso prático
Neste vídeo, discutiremos o caso de Mariana, 22 anos, com nevo melanocítico congênito, abordando
diagnóstico, características e acompanhamento.
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2. Distúrbios de pigmentação exógena
Pigmentações patológicas exógenas: via inoculação –
tatuagem
Neste vídeo, trataremos dos pigmentos exógenos, sua absorção, efeitos nos tecidos e inflamação,
destacando a tatuagem como exceção.
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Os pigmentos exógenos são substâncias que vêm de fora do corpo e podem entrar por inalação (pelo ar),
ingestão (por via oral) ou inoculação (como em tatuagens ou ferimentos).
 
Quando esses pigmentos se acumulam nos tecidos, o corpo os reconhece como corpos estranhos. Isso ativa
o sistema imunológico, fazendo com que macrófagos fagocitem e tentem eliminar essas substâncias. Esse
processo gera uma inflamação inicial, que desaparece ou se torna crônica, levando à formação de fibrose
(tecido endurecido no local da inflamação).
Diferentemente dos pigmentos endógenos que indicam dano ou uma patologia, os pigmentos
exógenos são, na sua maioria, os responsáveis pelo desenvolvimento das doenças. Várias dessas
doenças são resultados da exposição ocupacional, como ocorre com os mineradores, trabalhadores
de indústrias e joalheiros.
Como uma exceção à regra, temos a tatuagem, um exemplo de pigmento exógeno. Ao serem inoculadas na
nossa pele, as partículas de tinta são fagocitadas por macrófagos, mas sem causar uma doença.
Pigmentações patológicas exógenas: via inoculação – tatuagem
A tatuagem é a forma de pigmentação
exógena mais comum de encontrarmos
nos seres humanos. Ela é realizada pela
inoculação de pigmentos insolúveis (como
os sais de enxofre, carvão, nanquim,
mercúrio, ferro, entre outros corantes) na
pele, utilizando-se agulhas para meios
estéticos e de identificação de animais.
 Em geral, as tatuagens são
permanentes devido à
introdução do pigmento na
derme. Caso ele seja
introduzido em camadas
mais superficiais da pele,
como o estrato córneo da
epiderme, a tatuagem se
torna temporária.
Processo de inoculação dos pigmentos de tatuagem na derme e a fagocitose dos
pigmentos por macrófagos.
Após a inoculação, os pigmentos são fagocitados principalmente por macrófagos presentes na derme,
permanecendo ali pelo resto da vida. Esses pigmentos podem ser levados em menor quantidade para os
linfonodos regionais.
 
Quando observado histologicamente, a pigmentação presente no local da tatuagem é vista como grânulos de
tamanho pequeno no interior de macrófagos ou pigmentos retidos no tecido conjuntivo fibroso.
Atenção
Os pigmentos geralmente não despertam nenhuma resposta inflamatória. 
Atividade conceitual 1
Os pigmentos exógenos se acumulam nos tecidos do organismo, sendo fagocitados pelos macrófagos,
podendo desencadear uma resposta inflamatória ou permanecer inertes no local.
Como a presença de pigmentos exógenos nos tecidos influencia a resposta imunológica e a evolução de um
processo inflamatório?
A O acúmulo de pigmentos leva a uma inflamação crônica, desencadeando fibrose tecidual.
B Todos os pigmentos exógenos desencadeiam uma reação imune intensa e geram doença.
C Os macrófagos sempre eliminam os pigmentos exógenos, evitando acúmulo nos tecidos.
D A resposta imune aos pigmentos exógenos ocorre apenas na presença de infecção associada.
E A fagocitose pelos macrófagos impede o processo inflamatório local.
A alternativa A está correta.
A presença de pigmentos exógenos nos tecidos causa inflamação crônica quando os macrófagos não os
eliminam, levando à ativação prolongada do sistema imunológico, resultando em fibrose tecidual. A
resposta inflamatória varia conforme o tipo de pigmento, podendo ser mínima ou evoluir para danos
teciduais persistentes.
Pigmentações patológicas exógenas: ingestão oral
Neste vídeo, trataremos de pigmentações exógenas por metais e caroteno, seus efeitos clínicos, intoxicações
e tratamento.
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Argirismo
É uma patologia causada pela intoxicação por sais de prata e pela deposição dessas partículas nos tecidos.
 
As principais formas de intoxicação são pela utilização de medicamentos (soluções e colírios) que contêm na
sua formulação nitrato de prata, muito utilizados no passado, a partir de suplementos alimentares e da
penetração mecânica de partículas muito pequenas por meio das glândulas sudoríparase inalação pelos
joalheiros e trabalhadores de minas de prata. Observe os exemplos a seguir.
Exemplo 1
Cristais de nitrato de prata usados pela indústria farmacêutica.
Exemplo 2
Prata utilizada em joalherias.
Exemplo 3
Pó de minério de prata na mão de um minerador.
A principal alteração patológica gerada pelo acúmulo de prata é a visível alteração de pigmentação dos
tecidos, principalmente nas áreas da pele expostas ao sol e nas unhas, mas pode aparecer nos macrófagos
dos linfonodos, na membrana basal dos glomérulos renais e no globo ocular. Clinicamente, a pele do indivíduo
afetado exibe coloração cinza-azulada de forma irreversível. Essa condição pode ocasionar depressão,
afastamento social e problemas de integração com a sociedade.
Pele de indivíduo com argirismo.
Histologicamente, a presença de grânulos de prata é vista em maior quantidade na borda externa da
membrana basal e na porção glandular das glândulas sudoríparas. Essa distribuição pode sugerir que as
partículas de prata são levadas para as glândulas sudoríparas pelo líquido intersticial e assim se acumulam na
membrana basal.
Atenção
Quando a intoxicação se dá por ingestão crônica de compostos de prata solúveis, como o nitrato de
prata, ela pode afetar o indivíduo de maneira disseminada, sendo chamada de argiria sistêmica. Vale
ressaltar que quando afeta os olhos essa condição é chamada de argirose. 
Plumbismo ou saturnismo
Outra forma de intoxicação causada por pigmentos exógenos é o plumbismo ou saturnismo, que ocorre pela
ingestão do chumbo. Além da via gastrointestinal, o chumbo pode entrar no organismo por via inalatória.
 
Os indivíduos mais suscetíveis à contaminação com o chumbo são trabalhadores das áreas de mineração e
indústria, que pela sua ocupação apresentam contato periódico com esse metal. Esse quadro acomete
também crianças, especialmente pelo contato com brinquedos que contenham tintas à base de chumbo.
Atenção
O chumbo não apresenta nenhuma função fisiológica e tem efeito nocivo em quase todos os órgãos e
sistemas.
Vamos entender então como o chumbo afeta o indivíduo.
Etapa I
Assim que o chumbo atinge a circulação sanguínea, ele se deposita no sangue, nos tecidos moles e
os ossos, mas o sítio primário de armazenamento são os ossos.
Etapa II
Essa molécula forma complexos estáveis com enxofre, fósforo, nitrogênio, oxigênio (grupamentos -
SH, -H2PO3, -NH2, -OH) e conseguem imitar ou inibir o cálcio e interagir com aminas e aminoácidos
livres, alterando o funcionamento de membranas plasmáticas, de enzimas e proteínas.
Etapa III
A toxicidade está normalmente relacionada ao sistema hematopoiético e nervoso, sendo o sistema
nervoso central (SNC) o mais sensível.
No sistema hematopoiético,
a presença de chumbo
costuma alterar a síntese
de hemoglobina, a
membrana do eritrócito e
diminuir o tempo de vida da
hemácia, causando anemia
e estimulando a
eritropoiese (síntese de
novos eritrócitos).
 No sangue periférico de indivíduos
intoxicados, os eritrócitos apresentam
inclusões de ferro (siderócitos), sendo
revelados em lâminas de distensão
sanguínea como pigmentações basofílicas,
ou seja, pontos azuis dentro das hemácias.
No entanto, a anemia não aparece de
forma precoce, ela ocorre após exposição
prolongada e com altas concentrações de
chumbo.
Distensão sanguínea de indivíduo
intoxicado por partículas de chumbo
(setas).
No SNC, o chumbo deposita-se nos astrócitos, células que mantêm a integridade da barreira
hematoencefálica e, assim, protegem o SNC. Além disso, há a alteração do metabolismo de carboidratos, com
diminuição da glicose circulante no cérebro e aumento da síntese de neurotransmissores como dopamina,
acetilcolina e do ácido aminobutírico (GABA), o que pode ocasionar um quadro de defeitos cognitivos.
O plumbismo pode afetar também o intestino, onde causa enrijecimento da parede abdominal, além
de nefropatia tubular nos rins e reações na pele como dermatite e úlceras.
Os metais também podem se acumular na parede do vaso causando aterosclerose (acúmulo de gordura ou
outras moléculas na parede do vaso dificultando a passagem sanguínea).
A intoxicação por chumbo, chamada de plumbismo, pode ocorrer de duas formas:
1
Plumbismo agudo
Acontece rapidamente e afeta principalmente crianças. Causa inchaço no cérebro, dilatação dos
vasos sanguíneos e pequenos sangramentos. Os sintomas incluem náuseas, irritabilidade, dores de
cabeça, convulsões e aumento da pressão dentro do crânio.
2
Plumbismo crônico
Ocorre quando há exposição prolongada ao chumbo. Esse metal danifica os nervos, acarretando 
fraqueza muscular, dificuldades de visão e convulsões. Também pode afetar o cérebro, causando 
atrofia em algumas áreas. Além disso, o chumbo se acumula nos ossos e na gengiva, formando uma 
linha escura característica.
O tratamento é feito com terapia quelante, que utiliza medicamentos para se ligar ao chumbo e ajudar o corpo
a eliminá-lo pela urina.
Pigmentação bismútica
Rara de ser encontrada, a pigmentação bismútica acontece pela intoxicação com sais de bismuto. O bismuto
costumava ser muito usado no passado para o tratamento de sífilis. A pigmentação bismútica leva ao
aparecimento de linhas gengivais de coloração azul ou preto-azulada. Sua capacidade de intoxicação é baixa
quando comparada a outros metais pesados, como o chumbo.
Carotenose
O caroteno é um pigmento vegetal, ou seja, não
sintetizado pelo organismo, no formato de cristais
encapsulados de coloração amarelada. É
facilmente identificado devido à coloração dos
alimentos vegetais ricos em caroteno, como
laranja, cenoura, abóbora, entre outros). O
caroteno é a molécula precursora da vitamina A,
importante para a visão, diferenciação celular e
regulação do metabolismo de lipídios.
 A conversão do
caroteno em
vitamina A acontece
no intestino, e o
organismo realiza a
excreção via cólon
e epiderme,
principalmente
pelas glândulas
sudoríparas.
Alimentos ricos em caroteno.
Portanto, a carotenodermia ocorre quando há acúmulo excessivo de caroteno no corpo, substância presente
em alimentos como cenoura, abóbora e laranja. Isso acontece porque o organismo não consegue eliminar todo
o excesso, e o estrato córneo da pele absorve essa substância, causando uma coloração amarelada. Essa
condição é mais comum em crianças e não causa problemas de saúde, sendo apenas uma alteração estética.
 
Fatores como problemas intestinais, baixa produção de ácidos biliares e dificuldades no transporte do
caroteno pelo sangue podem aumentar esse acúmulo.
Atenção
É importante diferenciar a carotenodermia da icterícia, que também deixa a pele amarelada, mas está
relacionada ao acúmulo de bilirrubina no sangue. 
Atividade conceitual 2
A exposição ocupacional a metais pesados pode levar ao acúmulo de pigmentos exógenos no organismo,
resultando em diversas alterações fisiológicas e patológicas. Dependendo do metal envolvido, os efeitos
podem ser irreversíveis. Ao avaliar um paciente com histórico de exposição prolongada a metais pesados, um
profissional de saúde deve considerar que
A a toxicidade dos metais ocorre exclusivamente por ingestão direta de partículas.
B o acúmulo de metais no organismo altera processos celulares fundamentais.
C a intoxicação por chumbo afeta apenas o sistema hematológico.
D a deposição de prata no organismo pode ser revertida com fototerapia.
E os metais acumulados nos ossos são rapidamente eliminados pelo organismo.
A alternativa B está correta.
O acúmulo de metais pesados no organismo compromete importantes processos celulares ao se ligar a
biomoléculas, como proteínas e enzimas, interferindo na atividade enzimática, na sinalização celular e no
metabolismo energético. Essas alterações levam ao estresse oxidativo, disfunção mitocondrial e danos ao
DNA, contribuindo para inflamação crônica e doenças degenerativas. Dependendo do metal envolvido, os
efeitos podem ser irreversíveis, afetando órgãos como o sistema nervoso central, os rins e o fígado.
Pigmentações patológicas exógenas: via inalação
Neste vídeo, abordaremospigmentações exógenas por inalação de partículas, pneumoconioses, inflamação,
fibrose e diagnóstico.
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As pneumoconioses são pneumonias causadas pela inalação de partículas inorgânicas que afetam o interstício
pulmonar. Costumam ser causadas pela inalação de partículas de dióxido de silício, carvão ou amianto.
As pneumoconioses são
doenças causadas pela 
inalação de poeira ao
longo do tempo,
principalmente em
ambientes de trabalho.
Ocorrem com mais
frequência em pessoas
que trabalham em minas
de carvão, onde há
exposição constante a
partículas de carvão e
sílica.
 Essas partículas entram nos
pulmões e, com o tempo, causam 
inflamação e acúmulo de pigmentos
nos tecidos pulmonares, levando a
problemas respiratórios. Como
acontece com outros tipos de
pigmentação patológica, essas
doenças são causadas pelo acúmulo
de substâncias externas no
organismo, dificultando sua
eliminação e gerando graves
complicações.
 Os fatores que
favorecem o
desenvolvimento
das
pneumoconioses
são:
Pulmão com pigmentação escura e
fibrose em um minerador de carvão.
Estrutura físico-química e solubilidade da partícula inalada
Partículas menos densas e com alta solubilidade tendem a provocar efeitos de maneira aguda,
enquanto as mais densas e com menor solubilidade podem se instalar no parênquima pulmonar por
anos.
Tamanho e forma
Quanto menor a partícula (1 – 5 µm de diâmetro), mais facilidade ela tem de alcançar os bronquíolos,
ductos alveolares e os alvéolos, e, por consequência, são mais perigosas.
Quantidade
Varia de acordo com o tempo de exposição, quantidade de partículas presentes no ar e capacidade
do organismo de eliminar as partículas inaladas.
Fatores secundários
O tabagismo, por exemplo, facilita a deposição de partículas no pulmão por lesionar o aparelho
mucociliar.
O tabagismo facilita o desenvolvimento de infecções pulmonares pelo impacto que causa na atividade dos
macrófagos alveolares. Ainda, o calor provocado pela fumaça do cigarro é deletério para a mucosa pulmonar.
 
Associada a isso, a ação de outros produtos presentes na fumaça, como a nicotina, que tem capacidade de
inibir os movimentos ciliares, aumenta a produção de muco, que acaba ficando retido no pulmão pela inibição
do sistema mucociliar.
A pneumoconiose dos
mineradores de carvão
ocorre quando uma
pessoa inala poeira de
carvão por muitos anos.
Isso faz com que
pequenas partículas se
acumulem nos pulmões,
formando máculas de
carvão e nódulos de
colágeno nos
bronquíolos, que são as
pequenas vias
respiratórias.
 Se piorar, a
doença pode
levar a um 
enfisema
centrolobular,
quando os
alvéolos,
responsáveis
pela troca de
oxigênio,
ficam
dilatados e
menos
eficientes.
 Nos casos mais graves, pode
surgir a fibrose maciça
progressiva, quando grandes
áreas do pulmão ficam
endurecidas e perdem a
função. Essas lesões costumam
ter de 1 a 10 cm, sendo
compostas por pigmento de
carvão, colágeno e até necrose
(morte celular). Com o tempo,
essa condição causa 
dificuldade respiratória
severa e limitações
permanentes.
Histologia de pulmão com
pneumoconiose de mineradores de
carvão (pigmentos em preto).
Fibrose pulmonar.
Silicose
Doença pulmonar provocada pela inalação prolongada de sílica, uma substância encontrada na areia e em
materiais de construção. A sílica causa muita irritação e ativa o sistema imunológico, gerando uma inflamação
intensa nos pulmões. Com o tempo, essa inflamação pode levar à formação de cicatrizes (fibrose) no tecido
pulmonar, dificultando a respiração.
Areia de sílica.
No início, a silicose não apresenta sintomas, mas pequenas lesões aparecem nos pulmões e linfonodos. Se a
exposição à sílica continuar, essas lesões podem crescer, se juntar e causar fibrose maciça, tornando o
pulmão rígido e incapaz de funcionar corretamente.
 
O diagnóstico é feito pelo histórico do paciente e por exames de imagem, que mostram nódulos nas partes
superiores dos pulmões.
Atenção
A silicose também aumenta o risco de câncer de pulmão e tuberculose, pois enfraquece as defesas do
organismo contra infecções. Mesmo que a pessoa pare de inalar sílica, a doença pode continuar a piorar. 
Asbestose
Doença pulmonar causada pela inalação
de fibras de amianto, um material usado
no passado na construção civil por ser
barato e resistente. A exposição ao
amianto ocorre principalmente em
trabalhadores de mineração, indústrias e
construção. Devido aos riscos à saúde,
esse material está proibido no Brasil
desde 2017.
 As fibras de amianto são
tóxicas para os pulmões.
Algumas são eliminadas do
corpo, mas as mais rígidas se
acumulam nos tecidos,
causando uma inflamação
crônica que leva à fibrose
pulmonar. Com o tempo, isso
pode prejudicar a respiração.
Telhas de amianto eram muito usadas na
construção civil.
Fibras de asbestos podem acumular-se
nos pulmões.
Ao serem fagocitadas, essas
fibras formam os chamados 
corpos de asbesto, que aparecem
no pulmão com coloração
castanho-dourada. A asbestose
também leva à hipertensão
pulmonar e ao aparecimento de
placas de colágeno calcificadas na
pleura.
 O diagnóstico é feito com exames
de imagem e testes de função
pulmonar, que mostram o padrão de
favo de mel no pulmão, indicando
fibrose avançada. Diferentemente da
silicose, a asbestose começa na
parte inferior do pulmão e progride
para as regiões superiores.
Atividade conceitual 3
A exposição ocupacional a partículas inorgânicas pode levar a pneumoconioses, doenças pulmonares
associadas à inalação prolongada de substâncias como sílica, carvão e amianto. Essas condições resultam em
complicações graves ao longo do tempo. Ao avaliar um trabalhador exposto a partículas inorgânicas, quais
fatores devem ser considerados para estimar o risco de desenvolvimento de pneumoconiose?
A O tipo sanguíneo e a predisposição genética do indivíduo.
B A concentração de oxigênio presente nos pulmões.
C A ingestão de alimentos ricos em antioxidantes.
D A solubilidade e o tamanho das partículas inaladas. 
E A quantidade de hemoglobina circulante no organismo.
A alternativa D está correta.
A pneumoconiose está relacionada à inalação de partículas inorgânicas que se acumulam nos pulmões,
desencadeando respostas inflamatórias e fibrose. Fatores como solubilidade e tamanho das partículas são
significativos, pois partículas menores e menos solúveis penetram mais profundamente no parênquima
pulmonar, persistindo por anos. A concentração de oxigênio nos pulmões não é determinante para o
desenvolvimento da doença. A ingestão de antioxidantes tem efeitos gerais na saúde, mas não previne
diretamente a pneumoconiose. Fatores genéticos influenciam a resposta inflamatória, mas não são os
principais determinantes da doença. A quantidade de hemoglobina no sangue não interfere no risco de
pneumoconiose.
Aplicando o conhecimento 
Carlos, 56 anos, procurou atendimento médico queixando-se de falta de ar progressiva há aproximadamente
dois anos. Ele relata tosse seca intermitente, fadiga e sensação de aperto no peito. Trabalhou por mais de
trinta anos na construção civil, lidando diretamente com materiais de isolamento térmico e telhas. Nunca
utilizou equipamentos de proteção individual adequados e não tem histórico de tabagismo.
 
Durante o exame físico, Carlos apresentou murmúrio vesicular reduzido e estertores crepitantes nas bases
pulmonares. A radiografia de tórax revelou opacidades irregulares bilaterais nas regiões inferiores dos
pulmões, além de espessamento pleural. Uma tomografia computadorizada de alta resolução evidenciou
placas pleurais calcificadas e áreas de fibrose intersticial com padrão de favo de mel.
 
Diante do quadro clínico, do histórico ocupacional e dos exames de imagem, foi levantada a hipótese de 
asbestose. O médico solicitou exames de função pulmonar, que mostraram um padrão restritivo com
diminuição da capacidade pulmonar total e da difusão de monóxido de carbono.
 
O paciente foi orientado a evitar novas exposições, realizar acompanhamento pneumológico regular e iniciar
fisioterapiarespiratória para retardar a progressão da doença. Além disso, foi informado sobre o risco
aumentado de câncer de pulmão e a necessidade de vigilância contínua.
Questão 1
Doenças pulmonares ocupacionais podem ser causadas pela inalação prolongada de substâncias tóxicas no
ambiente de trabalho, como no caso de Carlos, levando à inflamação e à fibrose pulmonar progressiva, com
impacto na função respiratória. Qual das alternativas a seguir explica o mecanismo pelo qual doenças
pulmonares ocupacionais provocam fibrose pulmonar?
A A inflamação crônica causada pela deposição de partículas nos pulmões ativa fibroblastos, que
produzem colágeno em excesso, levando à fibrose e à perda da elasticidade pulmonar.
B A exposição a substâncias tóxicas promove broncoconstrição permanente, levando à destruição dos
alvéolos e à formação de enfisema pulmonar.
C As partículas inaladas estimulam a hiperprodução de surfactante, levando ao acúmulo de líquido nos
pulmões e à redução da difusão de oxigênio.
D A deposição de substâncias no parênquima pulmonar induz apoptose de pneumócitos, reduzindo a troca
gasosa sem gerar resposta inflamatória significativa.
E A inalação de substâncias tóxicas reduz a atividade dos macrófagos, impedindo a eliminação de
partículas e causando um aumento anormal do volume pulmonar.
A alternativa A está correta.
A inalação prolongada de substâncias como sílica e amianto provoca uma resposta inflamatória persistente
nos pulmões. Como defesa, o corpo ativa fibroblastos, que começam a produzir colágeno em excesso,
resultando em fibrose pulmonar progressiva. Esse processo torna o pulmão mais rígido e reduz sua
capacidade de expandir e contrair, levando ao padrão restritivo observado em exames de função pulmonar.
Questão 2
Quais fatores ocupacionais e individuais têm contribuído para o desenvolvimento da asbestose no caso de
Carlos?
Chave de resposta
A asbestose é uma pneumoconiose causada pela exposição crônica ao amianto, sendo o principal fator de
risco a inalação contínua de suas fibras. No caso de Carlos, seu trabalho na construção civil sem o uso de
equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados facilitou a inalação das partículas. Além disso, o
tempo prolongado de exposição, associado à capacidade das fibras de amianto de permanecerem nos
pulmões por anos, favoreceu o desenvolvimento da fibrose pulmonar. Fatores individuais, como a ausência
de tabagismo, podem ter reduzido a progressão da doença, mas não impediram seu desenvolvimento. A
detecção precoce e o acompanhamento são importantes para evitar complicações graves.
Questão 3
Explique, com base no caso de Carlos, por que a asbestose pode progredir mesmo após a interrupção da
exposição ao amianto e quais complicações surgem ao longo do tempo, demandando acompanhamento
regular.
Chave de resposta
A progressão da asbestose ocorre porque as fibras de amianto são altamente resistentes à degradação e
permanecem nos pulmões por décadas, estimulando uma resposta inflamatória contínua. Esse processo
leva à deposição de colágeno e ao aumento progressivo da fibrose pulmonar, mesmo sem nova exposição.
Com o tempo, a redução da complacência pulmonar e a diminuição da troca gasosa resultam em
insuficiência respiratória crônica. Além disso, pacientes com asbestose têm risco aumentado de
desenvolver hipertensão pulmonar, mesotelioma maligno e câncer de pulmão, exigindo monitoramento
contínuo.
Caso prático
Neste vídeo, discutiremos, o caso de Carlos, 56 anos, com asbestose, abordando diagnóstico,
acompanhamento e riscos.
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3. Calcificação patológica
Tecido ósseo e remodelamento ósseo
Neste vídeo, exploraremos a estrutura óssea, células do remodelamento e a regulação do cálcio por
hormônios e nutrientes.
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Antes de explorarmos as calcificações patológicas, precisamos lembrar de alguns conceitos importantes
sobre o tecido ósseo.
O corpo humano adulto é
formado por um esqueleto
com 206 ossos,
responsáveis por dar
sustentação ao corpo,
proteção aos órgãos vitais,
como o SNC, alojar e
proteger a medula óssea
(local de produção das
células do sangue),
sustentar os músculos
esqueléticos e funcionar
como armazenamento de
alguns sais minerais, como
o cálcio.
 O osso apresenta como componente
estrutural o tecido ósseo, um tecido
conjuntivo especializado, composto por
células e uma matriz extracelular rígida. A
matriz é composta de uma parte orgânica
(matriz osteoide), formada principalmente
por fibras de colágeno e pela substância
fundamental (formadas por proteínas não
colagenosas como proteoglicanos e
glicoproteínas) e uma inorgânica
mineralizada extremamente rígida de íons
de cálcio e fosfato, que formam os cristais
de hidroxiapatita (Ca10(PO4)6(OH)2).
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Esquema ilustrando a organização do tecido ósseo.
O tecido ósseo é formado por diferentes tipos de células que trabalham juntas para manter o osso saudável.
Vamos entender a seguir.
Osteócitos
Ficam dentro do osso, alojadas em pequenos espaços chamados lacunas. Comunicam-se por canais
conhecidos como canalículos, formando uma rede que ajuda na troca de nutrientes.
Osteoprogenitoras
Vêm das células-tronco e dão origem aos osteoblastos.
Osteoblastos
Responsáveis por produzir a matriz óssea, ou seja, a parte do osso que dá resistência e estrutura.
Osteoclastos
Ajudam a remodelar e remover partes danificadas reabsorvendo o osso.
Esse processo de formação e reabsorção óssea mantém o osso forte e adaptado às necessidades do corpo.
 
O tecido ósseo é classificado como tecido ósseo compacto (denso) e tecido ósseo esponjoso (trabecular). O
tecido ósseo compacto é a parte rígida, mais externa e presente em maior quantidade na parte central do
comprimento dos ossos. Já o tecido ósseo esponjoso está presente em maior quantidade nas extremidades
dos ossos, possui redes de espaços intercomunicantes, além de abrigar a medula óssea.
Corte transversal de um osso analisado por microscopia mostrando sua estrutura.
O tecido ósseo se encontra sempre em remodelamento, pois constantemente precisa modificar sua forma ou
estrutura, em diversas situações, por exemplo, para um osso primário (primeiro tecido ósseo formado) tornar-
se maduro, para manter sua forma ou se adaptar a novas situações fisiológicas ou patológicas.
Esquema mostrando o processo de remodelamento ósseo e as células envolvidas.
Na imagem anterior, é possível observar o processo de remodelamento ósseo, que é a renovação constante
do tecido ósseo para manter sua resistência e adaptação ao corpo. Envolve a reabsorção óssea (remoção do
osso antigo) e a formação óssea (produção de osso novo).
 
Vamos conhecer a seguir as tapas do remodelamento ósseo
Reabsorção óssea
Monócitos saem dos capilares sanguíneos e se diferenciam em osteoclastos.
Os osteoclastos quebram e removem a matriz óssea antiga, criando cavidades no osso.
Macrófagos limpam os restos celulares e preparam a área para a formação de novo osso.
Formação óssea
Pré-osteoblastos se diferenciam em osteoblastos, células responsáveis por produzir nova
matriz óssea.
Os osteoblastos secretam osteoide, uma substância rica em colágeno que forma a base do
novo osso.
O osteoide é mineralizado, tornando-se osso recém-sintetizado.
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Manutenção e maturação
Alguns osteoblastos ficam presos na matriz óssea e se transformam em osteócitos, células
que regulam o metabolismo do osso.
Células de revestimento ósseo protegem a superfície do osso e regulam sua renovação.
É possível obter vitamina D de duas formas: pela alimentação ou pela exposição ao sol, quando a pele produz
essa vitamina a partir da luz solar.
Após ser absorvida, a vitamina D precisa passar por duas transformações para se tornar ativa:
 
No fígado, transforma-se em 25-hidroxicolecalciferol (25-OH-D).
 
Nos rins, essa molécula sofre mais uma modificação ese torna 1,25-di-hidroxivitamina D (1,25-OH-2D),
que é a forma ativa da vitamina D no corpo.
 
A vitamina D ativada regula o metabolismo do cálcio, mantendo a concentração plasmática nos níveis
desejáveis para o bom funcionamento do organismo. Ela atua estimulando o aumento da absorção intestinal e
reabsorção desses íons pelo rim, mantendo os níveis de cálcio e fósforo no plasma.
 
Além disso, a vitamina D estimula os osteoblastos a produzir a proteína osteocalcina, estimulando a síntese de
matriz e o depósito no tecido ósseo de cálcio e fosforo.
A vitamina D pode ser absorvida pelos alimentos, como atum e salmão, por via intestinal ou
sintetizada endogenamente mediante exposição à radiação UV. A síntese endógena de vitamina D
corresponde à 90% da quantidade necessária para o organismo. Quando há exposição aos raios UV,
a molécula precursora 7-desidrocolesterol, presente na epiderme, é convertida em vitamina D
(também chamada de colecalciferol).
O corpo controla os níveis de cálcio no sangue com a ajuda de dois hormônios principais: a calcitonina e o 
paratormônio (PTH). Quando os níveis de cálcio estão altos, a glândula tireoide libera calcitonina, que reduz os
níveis de cálcio no sangue ao aumentar seu depósito nos ossos, para inibir a atividade dos osteoclastos e
diminuir a reabsorção de cálcio pelos rins, favorecendo sua eliminação na urina. O paratormônio, produzido
pelas paratireoides, tem o efeito oposto. Ele aumenta os níveis de cálcio ao estimular os osteoclastos a
removerem cálcio dos ossos e liberá-lo na corrente sanguínea, e também aumenta a absorção intestinal de
cálcio e estimula a produção de vitamina D, o que melhora essa absorção. Reduz, ainda, a excreção de cálcio
pelos rins, para que haja maior retenção desse mineral no organismo. 
 
A calcitonina e o paratormônio (PTH) trabalham juntos para manter o equilíbrio do cálcio, o que possibilita a
saúde óssea e a contração muscular.
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Mecanismo de homeostasia de cálcio realizado pela calcitonina e pelo
paratormônio (PTH).
Atividade conceitual 1
O tecido ósseo está em constante remodelamento, sendo influenciado por diversos fatores fisiológicos e
patológicos. Esse processo envolve a reabsorção e a deposição de matriz óssea, regulando a homeostase do
cálcio. Qual fator descrito a seguir compromete diretamente a remodelação óssea e leva a alterações na
densidade mineral óssea?
A Aumento da atividade dos osteoblastos, promovendo maior deposição óssea.
B Produção excessiva de calcitonina, estimulando a reabsorção de cálcio.
C Deficiência de vitamina D, reduzindo a absorção intestinal de cálcio.
D Redução da atividade dos osteoclastos, causando maior desmineralização óssea.
E Níveis elevados de fosfato circulante, inibindo a função dos osteoblastos.
A alternativa C está correta.
A vitamina D é muito importante para a regulação do metabolismo do cálcio, pois aumenta sua absorção
intestinal e a reabsorção renal, além de estimular a mineralização óssea. A deficiência desse nutriente
compromete a remodelação óssea ao reduzir a disponibilidade de cálcio para os osteoblastos, resultando
em menor deposição mineral e maior risco de fragilidade óssea.
Calcificação patológica
Neste vídeo, explicaremos a calcificação patológica, diferenciando calcificação distrófica e metastática,
causas e impactos nos órgãos.
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Uma vez que o tecido ósseo está em constante remodelamento, como ocorre o processo de calcificação
patológica?
 
A calcificação patológica ocorre quando sais minerais, principalmente cálcio, estão acumulados de maneira
anormal em tecidos moles do corpo, como vasos sanguíneos, órgãos e cartilagens, tornando-os mais rígidos e
menos funcionais. Além do cálcio, podem estar presentes outros minerais, como ferro, magnésio e fósforo.
Esse processo se deve a uma inflamação, a uma lesão tecidual ou a alterações no metabolismo do cálcio,
levando à formação de depósitos minerais onde normalmente não deveriam estar. Com o tempo, essa
calcificação prejudica o funcionamento de órgãos e estruturas afetadas.
 
A calcificação patológica acontece quando o cálcio se deposita em tecidos onde não deveria, formando
estruturas endurecidas. Esse processo ocorre em duas etapas. 
Nucleação primária
Pequenos cristais de cálcio começam a se
formar espontaneamente e se acumulam no
tecido. 
Nucleação secundária
Esses cristais já existentes servem como base
para que mais cálcio se fixe, aumentando o
depósito
Além disso, o cálcio circulante no sangue também contribui para a calcificação. Ao se combinar com fosfato,
há a formação de fosfato de cálcio, uma substância que não se dissolve facilmente e se acumula em órgãos e
vasos sanguíneos, prejudicando sua função. Esses depósitos podem ser organizados, consolidando cristais
estruturados, ou desorganizados, aparecendo como massas sem forma definida.
Atenção
Dependendo do local de deposição, as calcificações patológicas podem ser distróficas ou metastáticas. 
Calcificação distrófica
A calcificação distrófica é a forma mais comum de deposição anormal de cálcio e ocorre em tecidos já
danificados ou mortos, sem depender dos níveis de cálcio no sangue. Esse processo acontece em locais em
que houve necrose, como em tecidos lesionados por infartos, inflamações crônicas e até mesmo nas placas
de aterosclerose em artérias.
 
Também afeta valvas cardíacas que envelheceram ou sofreram danos, dificultando seu funcionamento. Além
disso, está presente em doenças como trombose venosa, pancreatite aguda com necrose gordurosa e
obstruções em canais biliares, prejudicando a circulação e o funcionamento desses órgãos.
Atenção
Fibras elásticas e colágenas, ácidos graxos, proteínas desnaturadas, entre outras estruturas, podem agir
como iniciadores de nucleação primária, favorecendo, assim, a deposição de sais de cálcio precipitados. 
Macroscopicamente, os sais de cálcio são vistos na forma de grânulos ou grumos brancos, muitas vezes
palpáveis, independentemente do local de deposição. Microscopicamente e corados com hematoxilina e
eosina, os sais apresentam características granulares, amorfa e basofílicas (azuis), formando grumos, às
vezes.
 
Podem ser encontrados no espaço intracelular, extracelular ou em ambos. Eventualmente, há a formação de
um foco de cristalização com células necróticas individuais, que pode ser ampliado pelo constante acúmulo de
minerais. O ganho progressivo dessas camadas externas cria o que chamamos de psamomas, devido à sua
semelhança com os grãos de areia.
Psamomas, forma de calcificação distrófica.
Calcificação metastática 
A calcificação metastática acontece quando há excesso de cálcio no sangue (hipercalcemia), fazendo com
que se deposite em tecidos saudáveis. Diferentemente da calcificação distrófica, que ocorre em áreas
lesionadas, essa forma de calcificação ocorre mesmo sem danos prévios no tecido.
As principais causas desse excesso
de cálcio são: hiperparatireoidismo,
onde tumores das paratireoides
aumentam a liberação de cálcio no
sangue; destruição óssea, causada
por tumores ósseos, metástases ou
imobilização prolongada; problemas
com a vitamina D, que aumentam a
absorção de cálcio; e insuficiência
renal, que altera o equilíbrio de cálcio
e fósforo no corpo.
 Os principais órgãos afetados
são rins, pulmões e estômago,
além das artérias, pois nesses
locais há substâncias ácidas que
criam um ambiente alcalino
favorável para a deposição de
cálcio. Isso pode prejudicar o
funcionamento desses órgãos e
levar a complicações, como
insuficiência renal e dificuldades
respiratórias.
Pulmão com calcificação metastática
(calcificação em branco na região central
do órgão).
Atividade conceitual 2
O processo de calcificação patológica envolve a deposição anormal de sais minerais nos tecidos, podendo
ocorrer em diferentes condições. As características e os fatores predisponentes variam conforme o tipo de
calcificação.

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