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Autora: Profa. Solimar Garcia Colaboradores: Prof. José Carlos R. da Frota Profa. Christiane Mazur Doi Comunicação Empresarial Professora conteudista: Solimar Garcia Graduada em Marketing (2018), em Publicidade e Propaganda (1984) e em Jornalismo (1987) pela Fundação Cásper Líbero, com especializações em Educação, Ensino Superior e Educação a Distância. Possui mestrado em Comunicação e MBA em Comunicação e Marketing pela ESPM (2003). Possui doutorado em Engenharia da Produção (2014) e pós-doutorado (2018), atuando como pesquisadora nessa área, no tema de Sustentabilidade e Economia Circular na Cadeia Têxtil e de Confecções. Passou por diversos órgãos de imprensa, como o jornal O Estado de S. Paulo, Agência Estado, A Gazeta e revistas especializadas. Atuou em comunicação, gestão e marketing em várias organizações, além de ser empreendedora nessas áreas há muitos anos. É docente presencial e a distância em diversas instituições, em cursos de graduação e pós-graduação. Na área acadêmica, possui vasta produção em publicações nacionais e internacionais, além de diversos artigos e livros. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. U510.56 – 21 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) G216 Garcia, Solimar Comunicação Empresarial. / Solimar Garcia. — São Paulo: Editora Sol. 2021. 200 p. il. Notas: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 1. Comunicação. 2. Planejamento. 3. Marketing. I. Título. CDU 658.012.45 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcello Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Vitor Andrade Giovanna Oliveira Sumário Comunicação Empresarial APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 A COMUNICAÇÃO ........................................................................................................................................... 11 1.1 Elementos do processo de comunicação e ruídos .................................................................. 11 1.2 Signo linguístico e ruído na comunicação ................................................................................ 13 1.3 Níveis de linguagem ............................................................................................................................ 14 1.4 Linguagem escrita e falada .............................................................................................................. 16 1.5 Comunicação verbal e não verbal ................................................................................................. 18 1.6 Comunicação interpessoal e as empresas .................................................................................. 19 1.7 O que é comunicação empresarial? .............................................................................................. 19 1.8 Públicos de interesse: os stakeholders ......................................................................................... 21 1.9 Os formadores de opinião e os influenciadores....................................................................... 24 1.10 A internet e as redes sociais .......................................................................................................... 25 1.11 Comunicação e atendimento ao cliente ................................................................................... 26 1.11.1 Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) ........................................................................ 27 1.11.2 Ouvidoria .................................................................................................................................................. 28 1.11.3 Atendimento pela internet e redes sociais ................................................................................. 32 1.11.4 Sites de reclamação ............................................................................................................................. 32 1.12 Práticas essenciais na comunicação corporativa ................................................................. 33 2 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL ............................................................................................................... 36 2.1 Branding e relações públicas ........................................................................................................... 37 2.1.1 Identidade .................................................................................................................................................. 39 2.1.2 Imagem ....................................................................................................................................................... 39 2.1.3 Reputação .................................................................................................................................................. 40 2.2 Relações com a imprensa ................................................................................................................ 42 2.3 Ética, lobby e relacionamento com governos ........................................................................... 44 2.4 Responsabilidade social empresarial ............................................................................................ 45 2.5 Sustentabilidade ................................................................................................................................... 45 2.6 Marketing social ................................................................................................................................... 48 2.7 Eventos ..................................................................................................................................................... 49 2.8 Patrocínios ............................................................................................................................................... 49 2.9 Publicações ............................................................................................................................................. 49 2.10 Customer Relationship Management (CRM) e relacionamento ..................................... 50 2.11 Gestão de crise .................................................................................................................................... 51 2.12 Profissional para comunicação institucional ......................................................................... 51 Unidade II 3 A COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA E O COMPOSTO PROMOCIONAL .................................... 57 3.1 Estratégias de comunicação mercadológica ............................................................................. 58 3.2 Objetivos do composto promocional ...........................................................................................pelo cliente. Automatização de tarefas e gerenciamento de dados Existem muitas ferramentas que podem facilitar o dia a dia da comunicação, como os softwares de CRM, que executam diversas tarefas: • Buscam os jornalistas e as mídias de interesse. • Fazem o envio de releases. • Atualizam listas para envio de e-mail marketing para clientes. • Integram os e-mails capturados dos leads com o registro dos contatos do cliente. 34 Unidade I A gestão das tarefas passa a ser feita de forma automatizada, especializando cada vez mais os mailings, que são segmentados: cargos, área de atuação, quem abriu o e-mail, quem clicou nos links, quem se interessou pelo conteúdo. Monitoramento de resultados As ações em comunicação precisam ser monitoradas, para saber se estão funcionando ou não. Ao fazer isso, evita-se desperdício de dinheiro e de tempo, direcionando os esforços para resultados reais. Relatórios de monitoramento oferecidos pelas redes sociais, como Google Analytics e WordPress, apresentam dados e insights sobre a audiência de seu site e/ou blogue, visitas, engajamento nos posts, visualização de vídeos e de anúncios, abertura de e-mails, entre outros. Manutenção de redes sociais O primeiro passo é analisar se a rede social é adequada ao perfil de sua empresa. Se seu negócio não é trocar ideias com o público final, com jovens que estão engajados no Facebook, qual a necessidade de estar nessa rede? Outro exemplo: se você não tem a menor intenção de trabalhar com vídeos, por que estar no YouTube? Os perfis nas redes sociais, uma vez criados, precisam estar sempre atualizados, uma vez que a dinâmica das redes é o engajamento. O que quer dizer isso? Significa as interações que as pessoas fazem entre si, com páginas que curtem ou seguem. Para que haja essas interações, é preciso um fluxo constante de postagens. A quantidade de posts deverá ser acompanhada para encontrar um número ideal de interações. Para ter continuidade no engajamento, responder todas as mensagens e os comentários é fundamental. Se houver muitos comentários, poderão ser respondidos apenas os principais; para os demais, pode ser usado apenas o “curtir”. Com essas respostas e curtidas, os seguidores, clientes e prospects se sentem ouvidos pela empresa. Vídeos e lives Sabendo-se que a criação de conteúdo é essencial, deve-se avaliar se é preciso diversificar os textos, com vídeos, lives, podcasts e conteúdos gravados. O vídeo é um formato dinâmico e de fácil compreensão, por meio do qual é possível usar imagens, animações e gráficos para apresentar informações mais complexas. Como o consumo de vídeo é realizado rapidamente, se houver a presença de representantes da empresa, tornará a mensagem mais pessoal, trazendo proximidade com o público-alvo. Outra estratégia que tem sido muito aplicada envolve as transmissões ao vivo on-line, as lives, que conseguem um contato bem próximo do público em tempo real. Elas podem ser utilizadas para transmitir resultados, falar com colaboradores e lançar produtos aos clientes. Seja por meio de redes sociais, seja por meio de softwares específicos, as transmissões ao vivo geram interação direta e espontânea com o público, que faz comentários e tira dúvidas ao vivo pelo chat. Essas ações são cada vez mais comuns, pois reduzem os custos de eventos comuns feitos ao vivo. 35 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Otimização do site e blogue para as buscas no Google O serviço de search engine optimization (SEO) compreende técnicas aplicadas nos sites e seus conteúdos para fazer com que o Google encontre esse material mais facilmente em suas buscas melhorando a posição da empresa nos resultados. Para fazer isso, é preciso conhecer os termos de busca de interesse, as palavras-chave estratégicas e os conteúdos feitos com os parâmetros do Google. Além disso, o site precisa ser responsivo e acessível no mobile. Ao investir nessas ações, a empresa e suas páginas passam a melhorar a posição nos resultados das buscas do Google. Essa prática aumenta os acessos orgânicos, que são os acessos sem custo, sem anunciar, o que traz uma melhora na visibilidade e nas conversões da empresa. Envolvimento dos colaboradores Engajar colaboradores em grandes empresas é uma tarefa árdua, uma vez que na maioria delas eles estão espalhados em diversos locais, até em países diferentes. Por isso, é preciso fazer reuniões constantes com as equipes, aplicar pesquisas de opinião sobre os canais utilizados, pedir colaboração para a criação de pautas e manter um canal de comunicação aberto para eles. Envolvê-los também significa contar histórias de pessoas e reconhecer suas conquistas. Isso faz com que os funcionários se sintam valorizados, humanizando a comunicação. Comunicação humanizada A comunicação tem dois lados: quem emite e quem recebe. Comunicar não é só transmitir as mensagens aos públicos de interesse, mas também ouvir o que eles têm a dizer. Grande quantidade de mensagens requer templates e modelos para que sejam respondidas rapidamente. As respostas pessoais, no entanto, como se estivesse conversando com a pessoa, são mais humanizadas, geram confiança e engajamento entre empresa e público. Obviamente, os problemas apresentados deverão ser resolvidos. Mobile friendly As pessoas utilizam cada vez mais o smartphone para tudo. Assim, o acesso a páginas e canais on-line da empresa precisa funcionar perfeitamente. A acessibilidade mobile é uma realidade e precisa ser considerada. Revisão dos materiais Deve-se revisar periodicamente todos os materiais e as páginas do site, blogue e intranet para considerar a navegabilidade. Assim, é preciso observar se há erros nos textos, links quebrados, imagens que não abrem e menus que não funcionam. Para os textos, é bom que outra pessoa faça a revisão, pois o costume com o material faz com que às vezes não percebamos alguns erros. 36 Unidade I 2 COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL Todos os temas comentados em desafios da comunicação fazem parte de um tipo de comunicação muito especial nas empresas, sobre cujo nome correto os autores divergem. Alguns chamam de relações públicas, gestão da marca, outros de comunicação institucional, responsabilidade social empresarial, mas o objetivo é atuar para proteger e cuidar da marca, buscando criar relações duradouras com os públicos de interesse. Quais públicos? Conforme já comentamos, todos os públicos que de alguma forma se relacionam com a empresa: clientes, funcionários, sociedade de maneira geral, imprensa, governos e outros. Trataremos aqui o tema pelo nome de comunicação institucional, assim como Kunsch (2009, p. 164), que apresenta a área como “responsável direta, por meio da gestão estratégica das relações públicas, pela construção e formatação de uma imagem e identidade corporativas fortes e positivas de uma organização”. A importância principal da comunicação institucional se deve à necessidade de ampliação de relacionamentos tanto com fornecedores, com clientes e outros públicos, como pela busca da vantagem competitiva. Tudo o que a empresa mostra, dentro ou fora de suas dependências, comunica uma imagem, algo que as pessoas podem ver e julgar, atribuindo boas ou más associações, por exemplo, o visual do local em que a empresa está instalada, o aspecto das pessoas envolvidas no trabalho, a conservação dos veículos de transporte, as condições de trabalho oferecidas aos funcionários e tantas outras possibilidades. Observe que todas essas condições que se relacionam à organização podem dar-lhe uma imagem positiva ou negativa. Para criar e desenvolver essa imagem, a empresa deve ter uma ação institucional, que se resume na geração de fatos para que sejam comunicados ao público-alvo daquela ação, uma vez que uma das funções específicas da comunicação institucional, por meio das relações públicas, é dar atenção ao relacionamento das entidades com seus públicos antes, durante e após as ações institucionais, além de propor estratégias e implementar programas específicospara criar a imagem positiva. Em linhas gerais, a atividade de relações públicas e comunicação institucional realiza muitas funções, dentre as quais podemos destacar: • Construir uma identidade corporativa consistente e coerente. • Planejar e implementar políticas de responsabilidade social. • Elaborar a política de comunicação da organização. • Planejar e executar a comunicação com o público interno da organização. • Instrumentalizar a alta direção com informações que possam auxiliar na tomada de decisão. 37 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Monitorar comportamento e atitude dos stakeholders. • Estruturar e administrar serviços de atendimento ao consumidor. • Realizar a assessoria de imprensa para manter relacionamento com a mídia. • Gerenciar o relacionamento com os governos e atuar como lobista com os públicos de interesse. Figura 11 – Ter uma área para cuidar da imagem da empresa é fundamental 2.1 Branding e relações públicas Brand significa marca em inglês, e é uma palavra utilizada quando falamos em gerenciamento de marcas. Marca é tudo o que nos faz reconhecer uma empresa de forma diferente de outra, como seu nome, seu logotipo, sua fachada. Dizemos que a marca é o maior patrimônio da empresa, assim como o é o nosso próprio nome. Pastore (2018, p. 145) define “elemento de marca como tudo o que caracteriza a marca, como nome, logotipo, slogan, cores e identidade visual”. Todo o investimento em comunicação das organizações serve para que tenham uma imagem positiva perante as pessoas e isso resulta no valor patrimonial da marca, o brand equity. Observação As ações envolvidas na gestão da marca são chamadas de branding. Marca, brand, branding e gestão de branding são termos usados para expressar a marca da empresa, seja a sua representação física, seja a percepção das pessoas sobre ela. 38 Unidade I Pastore (2018, p. 81) explica o brand equity como “o ativo financeiro que a marca representa”. A autora exemplifica com uma comparação entre a camiseta da marca Hering, que custa de R$ 30,00 a R$ 50,00 e uma da marca JohnJohn, que custa R$ 200,00. Por que será que existe essa diferença toda, uma vez que ambas são camisetas? As pessoas pagam a mais pela JohnJohn só para ter uma camiseta dessa marca, elas valorizam o produto e a marca. Esse patrimônio é gerido por meio de ações que possam criar e manter essa imagem positiva com os públicos de interesse, o que é feito por meio da comunicação institucional via relações públicas. Segundo a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), relações públicas são definidas como o esforço deliberado, planificado, coeso e contínuo da alta administração para estabelecer e manter uma compreensão mútua entre uma organização pública ou privada e seu pessoal, assim como entre a organização e todos os grupos aos quais está ligada, direta ou indiretamente (PINHO, 2001, p. 83). É no escopo de trabalho de relações públicas que estão as atividades de assessoria de imprensa, o relacionamento com públicos externos e internos, lobby e gerenciamento de crise. Sem dúvida, a questão envolve diversos programas criados para promover ou gerenciar a imagem das organizações ou de seus produtos ou serviços. Kunsch (2009) destaca que as relações públicas auxiliam os subsistemas organizacionais em seus processos de gestão e de relacionamento, dando suporte para as entidades cumprirem suas missões e alcançarem seus objetivos. As principais funções de relações públicas são cuidar de “assessoramento, pesquisa, planejamento, execução (comunicação) e avaliação” das relações com todos os públicos envolvidos. Trata-se de função estratégica que busca não apenas cuidar do relacionamento, mas do planejamento dessas ações de relacionamento para que surtam efeito no resultado da companhia. Assim, o planejamento de relações públicas envolve: • Fixar os objetivos de marketing. • Escolher as mensagens e os veículos apropriados. • Implementar o plano. • Avaliar os resultados. Citemos o exemplo de uma feira de negócios. Você já visitou alguma feira de sua área de atuação? As empresas de determinado setor se juntam para expor num mesmo lugar os seus produtos e suas marcas. Qual o objetivo dessa ação? Trazer ao cliente e ao prospect (possível cliente) as informações que precisam para decidir comprar os produtos, naquele momento e depois. Quanto mais informações tiver, maior a chance de adquirir algum item. 39 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A comunicação institucional é uma visão estratégica das empresas que se fundamenta em conceitos abstratos, como identidade, imagem e reputação, e lida com ampla diversidade de públicos. 2.1.1 Identidade Identidade é o que vemos da empresa, a manifestação visual da realidade de organização. É representada pelo nome, logotipo, slogan, o conjunto de produtos e serviços por ela ofertados, as instalações físicas, os uniformes, a folheteria (cartão de visita, papel timbrado, envelope), frota de veículos e tudo o que pode tornar tangível os valores, cultura e suas características. Ao observamos o logotipo de uma empresa, nós o reconhecemos como a própria organização e o que ela representa, ou seja, estamos diante de sua identidade empresarial. Os elementos tangíveis dessa identidade expressam a cultura da entidade, são vitais para dar o suporte à formação de uma imagem consistente da organização. Kunsch (2009, p. 10) identifica três pressupostos da identidade corporativa: A identidade de uma organização está associada a tudo o que é inerente ao seu modo de ser, sua conformação, sua razão de existir. A identidade de uma organização é formada pelo seu lugar social, sua missão, pelo modo de atuação, pelas respostas que fornece ao meio ambiente e pelos insumos que dele recebe para manter-se integrada, atuante e persistente. A identidade de uma organização se constrói a cada instante de sua existência, na relação que mantém com os demais sistemas que lhe são afins, permitindo, com isso, que ela seja reconhecida e aceita como integrante de um sistema maior que a contenha. 2.1.2 Imagem A empresa trabalha para ter, manter e criar uma excelente imagem junto à opinião pública. A formação da imagem é o principal patrimônio de uma empresa, e hoje é até possível mensurar essa imagem por meio de empresas especializadas que fazem cálculos de percepção da imagem e da marca, o chamado brandy equity. Imagem é o reflexo da identidade da organização, é a forma como os públicos veem e percebem a empresa, o que fica na mente das pessoas em relação a ela. A empresa não cria a imagem, mas disponibiliza elementos tangíveis e estímulos discursivos que, quando lidos pelos receptores, contribuirão para formar a imagem percebida. Pense em uma empresa qualquer. Só de você se lembrar dela já existe uma imagem dela percebida por você em sua mente. Você consegue se lembrar de alguma comunicação dessa entidade? Uma 40 Unidade I propaganda? Uma campanha institucional? Pense se o que você conhece dela é alinhado ao que você recebe nas ações de comunicação dessa organização. Figura 12 As marcas são nomes, símbolos, ícones que representam uma empresa e a torna diferente de todas as outras e reconhecida como tal. Quando vemos a imagem desse palhaço já lembramos do McDonald’s. Figura 13 E essa outra marca? Você a reconhece? O que associa à sua imagem? 2.1.3 Reputação O conceito de reputação é a imagem ao longo do tempo. A imagem é a visão que temos da empresa percebida em nossa mente. Essa imagem, com o passar do tempo, forma a reputação, a visão de longo prazo para a organização. A boa reputação torna-se um diferencial competitivo pela impossibilidade de se copiar essa característica. A reputação requer investimento em longo prazo e pode ser manchada rapidamente com situações negativas, como acidentes graves, erros de conduta de representantes, associação a situações de corrupção, infração de leis e normas. 41 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Entenda por que o escândaloda Volkswagen é um problema mundial de saúde pública Em 2016, a Volkswagen, uma das maiores montadoras do mundo, envolveu-se em um problema ético e de responsabilidade social de proporções globais, abalando a imagem, a reputação e a credibilidade da empresa. Acompanhe o caso. Em setembro de 2017, o governo dos Estados Unidos acusou a marca de fraudar resultados em testes de poluentes em 500 mil veículos vendidos no país – entre eles, as versões TDI dos carros Golf, Jetta, Beetle e Audi A3, produzidas entre 2009 e 2015, além de Passats feitos entre 2014 e 2015. Após o caso cair no noticiário e especulações começarem, a Volkswagen admitiu, no dia 22 de setembro, que 11 milhões de veículos movidos a diesel, em modelos de várias marcas pertencentes ao grupo, foram adulterados. O caso tem sido mencionado na mídia internacional como Dieselgate, em referência ao caso Watergate, grande escândalo da história política dos Estados Unidos. A fraude prejudica a imagem da montadora alemã, já que a empresa que se posicionava como ambientalmente consciente, tendo, em carta de julho de 2014 ao Greenpeace, assumido o compromisso de reduzir as emissões de CO2 até 2020. As ações da empresa sofreram queda abrupta e Martin Winterkorn renunciou ao cargo de presidente executivo da Volkswagen. Nos EUA, a empresa será obrigada fazer um recall e consertar os veículos gratuitamente. A Volkswagen anunciou que separou 6,5 bilhões de euros (cerca de R$ 29 bilhões) para arcar com multas e consertar os carros. O valor equivale a metade do lucro da montadora previsto para este ano (CHIAPETTA, [s.d.]). Exemplo de aplicação Além de todo o mal que essa ação causou às pessoas e ao meio ambiente, pense ainda no que aconteceu com a marca. A Volkswagen sempre foi uma das empresas mais queridas e sólidas no ramo automotivo. Pesquise as ações que ela realizou para reverter essa situação. É muito interessante observar como a organização tratou a situação e os efeitos à imagem. Você acredita que a Volkswagen conseguiu reaver sua credibilidade? Se não, acha que obterá êxito? Uma área de comunicação institucional se alimenta de resultados de pesquisa, de uma busca constante por informações sobre o que pensam esses públicos sobre a empresa, os produtos, os dirigentes, as ações e os programas desenvolvidos por ela em um horizonte de tempo específico. Com esses dados, é mais fácil identificar cada uma das necessidades desses públicos. 42 Unidade I Trata-se de acompanhar a imagem da organização para criar uma reputação positiva e munir-se de resultados de pesquisas para mensurar a percepção da imagem da empresa junto aos stakeholders. Isso é feito para monitorar e propor ações que tragam avanço à imagem da entidade e, consequentemente, fazendo que as pessoas tenham melhor percepção sobre a ela. Criação da identidade visual Dá-se o nome de criação de identidade visual à ação feita para que o público reconheça e associe imediatamente o nome da empresa à marca. Esta última é transmitida por todos os pontos de contato da empresa com os públicos: logotipos, cartões e papéis de carta, folhetos, cartazes, formulários, cartões de visita, instalações, uniformes e vestuário. Como destaque entre as ferramentas específicas para a comunicação institucional estão as relações públicas e a assessoria de imprensa, que são permeadas por ações de responsabilidade social como atitude comum para a companhia, realizada e compreendida em todos os âmbitos da empresa. Entre as principais funções da comunicação institucional, exercida pela área de relações públicas, estão os relacionamentos com os diversos públicos, para criar e manter uma imagem positiva. Para isso, a busca por relacionamentos passa também pela criação de notícias e fatos noticiáveis para que a imagem institucional possa melhorar com as ações realizadas, as quais são usadas para atingir os objetivos traçados, conforme veremos a seguir. 2.2 Relações com a imprensa Como vimos, o relacionamento com a imprensa é essencial. Assim, é preciso se esforçar para sempre ampliar o rol de profissionais conhecidos nos veículos, pois é necessário obter espaço para divulgar a marca, a empresa ou os produtos; relacionar-se com os públicos, por meio das mídias e divulgar dados favoráveis e de interesse da companhia. Assessoria de imprensa Essa área funciona de forma integrada ao processo de comunicação externa e cuida das informações e notícias sobre a empresa, distribuindo-as para a mídia em geral (jornal, revista, televisão, rádio e internet), e também consiste no relacionamento com jornalistas e públicos formadores de opinião. Sua atuação é vital para zelar pela imagem organizacional da empresa. A assessoria de imprensa é feita no âmbito das relações públicas e quase sempre é executada pela mesma equipe, pois as funções se sobrepõem, conforme acentuaremos a seguir. Entre as principais funções realizadas pelo assessor de imprensa, que geralmente é um jornalista ou relações públicas, mas pode ser qualquer profissional que tenha afinidade com as funções, destaca-se: ter boa comunicação e facilidade no trato com pessoas. As atribuições incluem: 43 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Elaborar press releases (texto específico para os jornalistas) e encaminhá-los ao mailing de imprensa, junto com o press kit, sugerindo pautas noticiáveis. • Criar releases, conteúdos editoriais sobre a empresa para serem enviados aos veículos de comunicação com o intuito de gerar pauta que ocupe espaço espontâneo na mídia (não pago). • Elaborar o kit de imprensa (press kit) com informações (textos, fotos) para facilitar o trabalho dos jornalistas sobre a empresa. Depois da internet, esse material é on-line e distribuído quase sempre pelo site da empresa. • Divulgar eventos: — Monitorar o conteúdo publicado na mídia sobre a organização, por meio da elaboração de clippings de notícias. — Fazer o clipping da mídia impressa, eletrônica e digital. Trata-se do monitoramento diário do material veiculado na mídia sobre a organização, vital para a mensuração dos resultados das ações de comunicação da empresa. — Criar e monitorar conteúdo editorial pago: publicidade legal, anúncio institucional, comunicados. — Treinar e orientar os assessorados sobre como se relacionar com a imprensa (media training). • Organizar entrevistas coletivas: — Promover encontros periódicos com a imprensa especializada, pois ter bom relacionamento com a mídia é fundamental, inclusive mantendo-a informada sobre a empresa. — Tentar aumentar (no caso de informações positivas) ou neutralizar (no caso de informações negativas) o fluxo de informação veiculado na mídia sobre o assessorado. — Oferecer entrevista exclusiva a um veículo de comunicação específico, com o intuito de valorizar a informação. — Gerenciar mídia espontânea: matérias veiculadas a partir de fatos cobertos pela imprensa ou gerados a partir de release enviado pela empresa para os veículos de comunicação. — Conduzir entrevista coletiva concedida a vários veículos de comunicação sobre assuntos de interesse público. 44 Unidade I Figura 14 – A assessoria de imprensa cuida do relacionamento com os jornalistas 2.3 Ética, lobby e relacionamento com governos Lobby, no Brasil, vem sempre acompanhado da confusão que a palavra traz. Quando pensamos nas confusões políticas de nossos representantes, o pagamento de propinas, o tráfico de influências, geralmente as pessoas falam que eles estão fazendo lobby. Não estão. Lobby, na verdade, é um grupo de pressão na esfera política, um grupo de pessoas ou organizações que tentam influenciar, aberta ou secretamente, as decisões do Poder Público em favor de seus interesses. Talvez a confusão venha desse “secretamente”. Fazer lobby é algo natural. Se uma empresa utiliza determinado elemento na elaboração do seu produto, é justo que acompanhe legislações pertinentes no Congresso, pois se esse item for proibido de um dia para o outro a empresa terá que saber o que fazera respeito. Essa negociação e discussão com deputados, por exemplo, sobre a proibição ou não desse uso é lobby e não há nada de errado com isso. Ilegal é tentar coagir o deputado a votar a favor ou contra a proibição, ou que esse político exija dinheiro para fazer essa votação conforme a vontade da empresa. Lobby literalmente significa “vestíbulo”. É a prática adotada por empresas que desejam defender seus interesses com governos e políticos. No Brasil, essa atividade é frequentemente interpretada como sinônimo de corrupção. Nos Estados Unidos, ao contrário, é regulamentada desde 1946, o que favorece a transparência nas relações entre grupos organizados e poderes públicos (TERCIOTTI; MACARENCO, 2013). Saiba mais Para moralizar um pouco mais essas relações, a profissão do lobista foi reconhecida em 2018. Conheça um pouco melhor o assunto lendo: VENTURINI, L. Governo reconhece lobby como profissão. Por que isso ainda diz pouco. Veja, 20 fev. 2018. Disponível em: https://veja.abril.com.br/politica/ governo-reconhece-lobby-como-profissao-no-brasil/#:~:text=O%20 Minist%C3%A9rio%20do%20Trabalho%20incluiu,ainda%20em%20 discuss%C3%A3o%20no%20Congresso. Acesso em: 26 out. 2020. 45 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 2.4 Responsabilidade social empresarial Deve envolver todas as ações das empresas. Entidades que não dão atenção a esse quesito estão fadadas ao fracasso. A responsabilidade social apresenta-se como uma forma de gerenciar o negócio por meio de um modelo pautado na ética, no relacionamento justo e transparente da organização com seus públicos. Para isso, deve-se contrabalançar e articular assuntos que incluam as metas da empresa com o desenvolvimento sustentável, a questão vai além de distribuir dinheiro para projetos sociais. As empresas passaram a se preocupar em ter uma ação responsável, principalmente com o avanço tecnológico e a informação mais presente, trazendo aos consumidores notícias sobre todos os temas. Esse avanço promoveu a criação do CDC, e esses fatores combinados levaram à maior importância do cliente e de suas opiniões. Responsabilidade social, segundo o Livro Verde da Comissão das Comunidades Europeias (2001), é um conceito segundo o qual as empresas decidem, voluntariamente, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. Nesse sentido, a organização não trabalharia apenas por seu lucro, mas pelos interesses de toda a sociedade, como os trabalhadores, as comunidades locais, os clientes, os fornecedores, as autoridades públicas e os concorrentes. O cuidado com as relações entre empresa e funcionários faz parte do cuidado com sua imagem e com a responsabilidade social. A concorrência é muito acirrada e a oferta de produtos cada vez mais extensa. Pode-se escolher entre os melhores preços, produtos biodegradáveis, que têm melhor assistência técnica, empresas que respeitam os direitos trabalhistas, entre outras. Existe até normatização internacional para que as empresas adotem atitudes responsáveis, como a ISO 26000, que padroniza essas atividades (ABNT, 2010). O objetivo é a orientação, não se trata de uma lei. Ao fazer o inventário de informações sobre as atividades de responsabilidade social, as empresas já melhoram sua atuação nesse sentido. Cuidados com o meio ambiente também fazem parte da responsabilidade social, e a sustentabilidade é garantir a preservação e qualidade da água, do solo e do ar, em níveis suficientes para manter a vida animal, vegetal e humana para as gerações futuras. Qualquer entidade que não encarar esses desafios em comunicação estará fadada ao fracasso. 2.5 Sustentabilidade A exigência da sociedade em busca de melhores comportamentos empresariais ocorre porque o mundo pede ações globais para fomentar o desenvolvimento sustentável e a sustentabilidade do planeta, das nações e das empresas. Na proposta de Elkington (1997), o triple botton line (três ideias a serem tratadas, numa tradução livre) engloba os âmbitos: social, econômico e ambiental. Para atender a esses requisitos, nota-se que as empresas devem abordar e cuidar dos fatores sociais e ambientais, sem se esquecer do fator econômico e da lucratividade. 46 Unidade I Como ações que garantam a sustentabilidade empresarial, podemos citar: • Fatores ambientais: — Atendimento à legislação. — Impactos ambientais. — Produtos ecologicamente corretos. — Reciclagem. — Tecnologias limpas. — Tratamento de resíduos efluentes. • Fatores sociais: — Prática de responsabilidade social. — Compromisso com o desenvolvimento das pessoas. — Promoção e participação em projetos sociais. — Suporte à comunidade. • Fatores econômicos: — Estratégias de negócios. — Foco no mercado. — Ter um foco definido. — Qualidade e custo. — Resultado. — Vantagem competitiva. A responsabilidade social transformou-se em um diferencial competitivo, quando faz parte da cultura da companhia, e não apenas um catalisador de mídia para as boas ações feitas, ou seja, as atitudes devem ser realizadas de verdade! Essas ações, no entanto, têm potencial para atrair visibilidade 47 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL e credibilidade às companhias, melhorando a imagem e promovendo bons resultados de lucratividade, pois estão inseridas num contexto que favorece a sociedade como um todo. Em geral, a área de responsabilidade social é um braço dentro da comunicação corporativa e institucional, sendo administrada pelas relações públicas. Segundo Andrade (2003), podem ser propostas ações das mais diversas ordens: • Apoio ao desenvolvimento social e econômico local. • Preservação do meio ambiente. • Criar ambiente de trabalho agradável. • Proporcionar bem-estar aos funcionários extensivo aos familiares. • Garantir a transparência das informações da empresa. • Criar meios de comunicação que proporcionem informações completas e abundantes aos públicos de interesse. • Defender os interesses dos acionistas nas decisões da empresa. • Propor relacionamento econômico com fornecedores e intermediários com benefícios mútuos. • Buscar a melhoria da lucratividade da empresa por meio da satisfação dos consumidores. Andrade (2003) ainda sugere ações específicas a serem realizadas na comunidade em que a empresa atua: • Política de “portas abertas”. • Reuniões com os líderes da comunidade. • Publicações em geral. • Contribuições para instituições de caridade. • Colaboração com os poderes políticos. • Colaboração com as associações de classe ou profissionais. • Auxílio a clubes esportivos e outras organizações recreativas. • Comemorações de eventos especiais. 48 Unidade I Saiba mais Para estudar melhor propaganda e sustentabilidade, leia: GARCIA, S. A propaganda e a sua relação com a sustentabilidade. São Paulo: Blucher, 2019. 2.6 Marketing social Entre as atividades que as empresas realizam no âmbito de responsabilidade social pode-se incluir o marketing social, que é associado à perspectiva mercadológica. Seu uso, no entanto, já definido por Kotler desde os anos 1970, busca aplicar as ferramentas do marketing para fins sociais, e não apenas com o fito de criar e melhorar a imagem das empresas. O marketing social apresenta a gestão estratégica para promover a aceitação de uma ideia ou causa. As empresas passaram a praticar o marketing social para atender a uma demanda da sociedade por uma postura mais sustentável das organizações e, com isso, obter vantagem competitiva. De maneira ampla, Kunsch (2009, p. 110) destaca o marketing social como um projeto que visa implantar e controlar programas que procuram aumentar a aceitação de uma ideia ou prática social num grupo-alvo. Entre as possibilidades em marketing social, podemos elencar o marketing de: • Filantropia: doação de recursos a uma instituição beneficente. • Campanhas sociais: veiculação de mensagens de interesse público na mídia para difundir uma ideia ou arrecadar recursos para uma causa ou instituição. • Patrocínio dos projetos: patrocínio a terceiros ouprogramas sociais. • Promoção social do produto e da marca: uso de marca de instituição na campanha. Figura 15 – A área de relações públicas também se encarrega dos grandes eventos e patrocínios realizados pela empresa 49 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 2.7 Eventos São um instrumento de comunicação com formatos diversos e podem ser realizados com várias finalidades: melhorar relacionamento com determinado público para gerar um fato noticiável que atraia o interesse da imprensa; chamar a atenção de públicos específicos para novos produtos; atividades especiais como conferências, seminários, exposições, concursos, passeios, competições e aniversários; apresentações e palestras em associações comerciais ou em reuniões de vendas; atividades de prestação de serviços de interesse público, como contribuir com trabalho voluntário dos funcionários e dos diretores a uma causa social; contribuições em dinheiro para essas causas. 2.8 Patrocínios Assim como os eventos, possuem diversas formas de realização, incluindo os patrocínios esportivos, culturais, área social e ambiental. Pode ter diversos objetivos, entre os quais: • Criar e melhorar a imagem da marca. • Despertar o interesse do público-alvo. • Criar uma identidade atrelada ao tipo de evento que patrocina. • Construir ou reforçar a identidade de uma marca. • Promover um canal de comunicação com o mercado-alvo da empresa patrocinadora. • Potencializar as vendas, conquistando novos clientes e mercados. • Gerar um potencial de repercussão e visibilidade. • Ativar a lembrança da marca da empresa e seus produtos. 2.9 Publicações Realizado o diagnóstico empresarial, é preciso criar ações de comunicação personalizadas e segmentadas para cada um dos públicos, interno e externo. Segundo Rego (1986, p. 119), “as publicações visam projetar a entidade externamente, para que fique conhecida e, internamente, para assegurar melhor produtividade, o que se reverterá em aumento de vendas e de lucro”. Podemos dizer que a principal função é transmitir a imagem de credibilidade da empresa no mercado. A comunicação institucional interna busca fazer publicações que elevem o espírito de solidariedade, estimulando companheirismo, dedicação, motivação, entre outros. Externamente, o objetivo é criar e manter uma boa imagem da empresa, apresentando a organização e seus produtos com suas qualidades a serem admiradas. 50 Unidade I Obviamente que não se trata apenas de publicações como artigos, é preciso criar e produzir publicações institucionais (jornais e revistas, boletins informativos, sites e perfis nas redes sociais), materiais audiovisuais, como programas de rádios e TVs para o formato tradicional, ou pela internet, tanto para público externo quanto interno (chamados de rádios e TVs corporativas). Além dessas ações, o processo envolve intranet, auxílio na criação dos discursos realizados pelos representantes da organização e relatórios anuais com os resultados da empresa. Lembrete Todos os relacionamentos e seus desdobramentos com os diversos públicos devem passar pelo tratamento da comunicação institucional. Figura 16 – A Natura, por exemplo, faz um relatório anual com formatos específicos para cada público: imprensa, acionistas, consumidores, cada um deles com a linguagem adequada e as informações de interesse 2.10 Customer Relationship Management (CRM) e relacionamento A sigla CRM é a abreviatura em inglês para Gerenciamento de Relacionamento com Clientes. Na maioria das empresas, envolve programas de computador especializados, capazes de gerenciar bancos de dados e informações das empresas para facilitar o relacionamento com os clientes. Esses programas acumulam muitas referências sobre o cliente, suas necessidades, particularidades, avisos sobre compras, família, entre outros. Dessa forma, a empresa busca oportunidades para encantá-lo, sempre que possível, antecipando-se às suas necessidades, ou atendendo-o de forma satisfatória. Encantar o cliente é a ordem nos negócios! O CRM é a gestão da base de dados, por meio de softwares, para implementação de comunicação direta com públicos segmentados, com o objetivo de atender a estratégias relacionais. CRM não é a mesma coisa que marketing de relacionamento, mas é uma ferramenta que dá suporte para a efetivação de estratégias de relacionamento. A execução de uma estratégia de relacionamento não é 51 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL algo meramente operacional e solucionável pela aquisição de um software. É uma filosofia de gestão da empresa orientada para a geração de valor para o cliente (MADRUGA, 2007). Observe os indicadores para a organização de um programa de relacionamento: • Rentabilidade real do cliente. • Frequência do relacionamento. • Potencial de expansão de novos negócios. • Nível de satisfação do cliente. O relacionamento com o cliente e os programas de CRM foram o caminho natural para o desenvolvimento e a criação das áreas de atendimento ao consumidor. 2.11 Gestão de crise Observe que as áreas e atividades destacadas anteriormente estão umas ligadas às outras, assim, é praticamente impossível separá-las. Não dá para tratar de responsabilidade social isoladamente das ações de relações públicas, assim como não dá para falar em ações que usam o marketing social de forma independente da comunicação institucional da empresa. Didaticamente os conceitos são diferentes, mas na prática um planejamento de comunicação institucional deve abranger todos esses pontos. 2.12 Profissional para comunicação institucional Existe um profissional específico para desempenhar a função de relações públicas, que é reconhecido pela Lei n. 5.377, de 21 de dezembro de 1967. Conforme a lei (BRASIL, 1967, art. 2), deve tratar das seguintes atividades: a informação de caráter institucional entre a entidade e o público, através dos meios de comunicação; a coordenação e planejamento de pesquisas da opinião pública, para fins institucionais; o planejamento e supervisão da utilização dos meios audiovisuais, para fins institucionais; o planejamento e execução de campanhas de opinião pública; o ensino das técnicas de Relações Públicas, de acordo com as normas a serem estabelecidas, na regulamentação da presente Lei. 52 Unidade I O profissional deve sempre estar bem informado a respeito da empresa e do mercado, bem como possuir boa comunicação oral e escrita, isto é, estar apto a transmitir as informações aos públicos de interesse. As ações devem ser proativas e monitoradas para rever o que deve ser feito e direcionar melhor os resultados esperados. É preciso destacar fatos que mereçam atenção dos veículos de comunicação. Esses fatos devem ser estimulados e criados na empresa, para criar uma identidade corporativa marcante e diferenciada. Vamos imaginar que uma indústria de tecnologia compre um equipamento de grande porte. Ninguém vai saber disso ou para o que serve o artigo e como vai beneficiar a prestação de serviço que a empresa faz. Isso pode ser um fato comunicável que poderá repercutir positivamente na imagem da entidade. Para isso, serão elaborados releases para serem enviados aos veículos de comunicação de interesse. Assim, o diretor da área pode dar uma entrevista a uma revista técnica do segmento e é possível promover uma visita de acadêmicos da área ao local, que pode gerar diversas pautas para os jornalistas. Veja que há muitas possibilidades! A realização dessas ações deve ser feita com planejamento e mensuração de resultados, integrando um plano de comunicação amplo para compreender o caminho que deve ser percorrido para a construção da imagem empresarial. A imagem positiva reverte-se tanto em lucros como na atração de profissionais qualificados para a companhia. Resumo Estudamos os principais conceitos em comunicação, passando pelo processo compreendido entre a emissão de uma mensagem, uma ideia, uma informação, que acontece em um contexto (referente), por meio de um canal e de um código, que chega a um receptor,que deve decodificar a mensagem e enviar uma resposta, um feedback. Só assim a comunicação se realiza. Sem o feedback ela não existe. Podem ocorrer muitas dificuldades nesse processo por meio dos gaps (ruídos). Acentuamos a importância e as diferenças entre a comunicação verbal e não verbal e quantas pistas elas podem nos dar para nos comunicarmos melhor. Para isso, conhecer muito bem a língua que falamos é vital, entendendo que muitas influências trazem alterações para a maneira de falar das pessoas. Foram estudados muitos conhecimentos diferentes. Vimos toda a base da comunicação empresarial, como os stakeholders e os desafios da comunicação empresarial, representados pela comunicação interna, atendimento ao cliente, ética e relacionamento com governos e a responsabilidade social. 53 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Estudamos os caminhos da comunicação institucional e seu árduo trabalho para criar e manter uma boa imagem para as organizações, os planejamentos para as ações que impactam diretamente a opinião das pessoas e o valor da marca e todo o esforço que a área de relações públicas precisa realizar para isso. Outro tema importante que abordamos foi o relacionamento e o atendimento ao cliente, áreas sensíveis na atualidade que deixam a empresa exposta aos consumidores descontentes, pois muitos recorrem aos canais de atendimento, como o SAC, o ombudsman, a ouvidoria, as redes sociais e os sites de reclamação. Exercícios Questão 1. (Enade 2006, adaptada) Analise a tira a seguir. Figura 17 Fonte: Sousa (2003). A tira ilustra elementos do modelo do processo de comunicação proposto por Shannon e Weaver (1975). Com base no referido modelo e com relação à tira, julgue os itens a seguir. I – A voz do personagem Cascão é um canal de comunicação. II – O personagem Cebolinha desempenha o papel de receptor/destinatário da mensagem. III – A forma como o diálogo entre Cascão e Cebolinha se desenvolveu indica que houve ruído no processo de comunicação, segundo o modelo de Shannon e Weaver. IV – O modelo de Shannon e Weaver, ilustrado nessa tira, é circular. V – É possível encontrar na tira os seguintes elementos do modelo de Shannon e Weaver: fonte, código, mensagem, canal, decodificador e receptor. 54 Unidade I É correto apenas o que se afirma em: A) I e III. B) I e IV. C) II e III. D) II e V. E) IV e V. Resposta correta: alternativa D. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: conforme o modelo de Shannon e Weaver (1975), o canal de comunicação na situação apresentada na tira seria o brinquedo utilizado pelos personagens, ou seja, o telefone de lata. II – Afirmativa correta. Justificativa: se tomarmos a situação de comunicação como um processo linear, está correto afirmar que Cebolinha cumpre o papel de destinatário/receptor da mensagem. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: para Shannon e Weaver (1975), ruído é uma interferência na comunicação causada por algum problema técnico no canal. IV – Afirmativa incorreta. Justificativa: o modelo do processo comunicativo de Shannon e Weaver é linear, não circular. V – Afirmativa correta. Justificativa: é possível identificar os elementos do modelo de Shannon e Weaver na situação mostrada na tira, conforme segue: • Fonte: cérebro do Cascão/Cascão. • Código: língua portuguesa. • Mensagem: as falas do personagem. 55 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Canal: telefone de lata. • Decodificador: ouvido do Cebolinha. • Receptor: Cebolinha/cérebro do Cebolinha. Questão 2. (Enade 2015, adaptada) O processo de comunicação envolve elementos essenciais, como: • emissor; • receptor; • mensagem; • canal; • código. Em relação às barreiras que dificultam a comunicação, avalie as afirmativas a seguir. I – As barreiras à comunicação são variáveis que interferem na interpretação ou transmissão adequada das ideias entre indivíduos e grupos. II – O emprego de palavras ambíguas e a distância entre o emissor e o receptor configuram-se como barreiras externas à comunicação. III – O uso de línguas diferentes pelo emissor e pelo receptor e a iluminação do espaço onde eles se comunicam são barreiras internas à comunicação. É correto apenas o que se afirma em: A) I. B) III. C) I e II. D) II e III. E) Todas as afirmativas são corretas. Resposta correta: alternativa A. 56 Unidade I Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: embora tentemos nos expressar claramente, usando o código adequado, nem sempre conseguimos estabelecer uma comunicação real e efetiva. Isso acontece porque existem barreiras que dificultam a comunicação e interferem na transmissão adequada das ideias entre os indivíduos. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: o emprego de palavras ambíguas constitui uma barreira interna. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: a iluminação do espaço onde o emissor e o receptor se comunicam é uma barreira externa. 57 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Unidade II 3 A COMUNICAÇÃO MERCADOLÓGICA E O COMPOSTO PROMOCIONAL Para Chinen (2010, p. 64), “a comunicação é o fator estratégico do mundo corporativo. Em relação ao público externo, a comunicação é responsável pela credibilidade da própria organização e pelos produtos e serviços oferecidos”. É por meio de ações estratégicas de comunicação que as organizações e os empresários têm buscado mostrar uma imagem comprometida com a cidadania, e os temas principais dessa pauta são a responsabilidade social, em que a ética e a transparência norteiam o negócio, a governança corporativa, em um relacionamento também transparente com acionistas, auditores e executivos, e marketing cultural, patrocinando campanhas educacionais e culturais que viabilizam a realização de eventos artísticos, dando acesso à população mais carente a eles também. É lugar-comum dizer que é preciso ouvir o cliente e que ele tem sempre razão. Não se trata, porém, de a empresa ser boazinha e querer tratar muito bem seu cliente. Trata-se de uma questão de sobrevivência. Muitas pesquisas dizem que é mais barato conservar um cliente do que conquistar um novo. Se fôssemos aqui calcular isso, veríamos que é mesmo muito mais barato manter um relacionamento de longo prazo do que a cada dia termos que conquistar um cliente novo. As instituições buscam, portanto, preservar os melhores clientes, rentabilizando ao máximo cada relacionamento. E como fazem isso? Muitas ferramentas e muitos formatos de comunicação são utilizados no intuito de conservar os clientes, além de criar, desenvolver e manter uma excelente imagem das empresas. Elas fazem uso da internet como um canal aberto de comunicação, a qual os clientes podem usar para se comunicar de forma ininterrupta, 24 horas por dia, 7 dias por semana. As companhias realizam campanhas de comunicação que envolvem vários tipos de mídia para encontrar os clientes e prospects, os possíveis consumidores, em todos os lugares e fazer com que, de alguma forma, possam ser sensibilizados para utilizarem os produtos da empresa. Alguns exemplos são os boletins externos para clientes, jornais e revistas específicos sobre a área e o produto, além da divulgação dos resultados por meio do balanço e do balanço social, entre outros. A comunicação mercadológica externa pode ser feita de três formas, e em todas elas busca atender as necessidades dos envolvidos, com benefícios para ambas as partes. Vejamos: • Fornecedor para a empresa e vice-versa. • Empresa para os clientes finais, que pode ser feita de forma direta para eles. • Empresa para os intermediários (os distribuidores), estimulando indiretamente os clientes finais. 58 Unidade II A Petrobras apresentava propagandas institucionais e desde 2011 o Posto Ipiranga encontrou uma oportunidade de comunicação e tem dominado o segmento, com um jargão de que “tudo se encontra no Posto Ipiranga”. 3.1 Estratégias de comunicação mercadológica A estratégia push (empurrar) é o esforço direcionado aos distribuidores, que são quem realmentetêm contato com os consumidores. Pense no caso de distribuidores de combustíveis. Praticamente não se viam comunicações dirigidas ao público final para esse tipo de produto. Empresa Intermediários Atividade de marketing Atividade de marketing Atacadistas Varejistas Consumidor final Figura 18 Já a estratégia pull (puxar) dirige os esforços de comunicação diretamente ao consumidor final. A maioria das campanhas de comunicação se enquadram nessa estratégia. Empresa Intermediários Atividade de marketing Gera demanda Gera demanda Atacadistas Varejistas Consumidor final Figura 19 A estratégia push-pull estimula tanto os canais de venda como os consumidores finais. Fabricante Fabricante Intermediários Intermediários Usuários finais Usuários finais Estratégia empurrar (push) Estratégia puxar (pull) Atividade de marketing Atividade de marketing Atividade de marketing DemandaDemanda Demanda Figura 20 59 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Podemos observar que as empresas não apresentam esforços de comunicação apenas aos clientes finais, mas aos canais de distribuição, que estabelecem contato direto com os consumidores. Figura 21 – O consumidor é submetido a muitos apelos de comunicação o tempo todo. Deve-se buscar sua atenção propondo materiais diferenciados e criativos Outro aspecto a destacar sobre comunicação externa, promocional ou mercadológica é que se utiliza um conjunto de ferramentas, que devem interagir e serem coerentes entre si, pactuando com um planejamento de comunicação integrado e que seja realizado entre todas as áreas. A atividade promocional, ou comunicação mercadológica, consiste no esforço de uma companhia em usar os canais de comunicação para informar a existência de um produto ou de uma empresa, bem como persuadir o público a adquirir o objetivo que se promove. 3.2 Objetivos do composto promocional Entre muitos objetivos do composto promocional, podemos exemplificar: • Tornar o produto/serviço conhecido. • Tornar o ambiente mais atraente aos consumidores. • Ensinar aos consumidores como usar os produtos e serviços oferecidos. • Exaltar benefícios dos artigos e serviços. • Atualizar constantemente os consumidores sobre a atuação da empresa e o que oferta. • Lançamento de marcas/produtos. 60 Unidade II • Incrementar vendas por aumento de uso, novos usos ou quantidade comprada. • Informar sobre novidades/aperfeiçoamento do produto. • Construir a imagem da empresa ou marca. • Persuadir o trade (intermediários) a ampliar a compra de determinados artigos. • Estimular vendas no ponto de venda. • Fidelizar clientes. • Informar clientes sobre locais de venda. • Melhorar relações corporativas com determinado público. • Fornecer razões para comprar já. O composto promocional tem como principal função estimular a demanda, apresentando os produtos e serviços que estão relacionados aos desejos e às necessidades de seus clientes. O objetivo é atrair e reter a atenção do consumidor. Conforme dados do Sebrae (2013), os três objetivos do composto promocional são: • Informar a existência dos produtos e serviços. • Informar onde e como obter esses produtos e serviços. • Lembrar a existência dos produtos e serviços oferecidos. As diversas formas de comunicação são fundamentais para a criação da consciência da marca, criar identidades de marcas positivas e tornar os produtos e serviços desejáveis para o cliente. As atividades promocionais somam diversas técnicas para realizar a ação de promover a empresa e os produtos e serviços por ela oferecidos, como: propaganda, merchandising, promoção de vendas, vendas pessoais, patrocínios, marketing direto e marketing digital (redes sociais, e-mail marketing, marketing de conteúdo). Fazem parte desse esforço ainda relações públicas, que incluem eventos, assessoria de imprensa e lobby, que já estudamos no item sobre comunicação institucional. A comunicação mercadológica pode sensibilizar o público-alvo por meio de diversos pontos de contato: 61 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Pontos de contato Clientes Experiência pessoal ImprensaBoca a boca Embalagem Ambientação Sinalização das lojas Funcionários Figura 22 3.3 Ferramentas de comunicação on-line e off-line Na comunicação mercadológica, deve-se ter em mente o público-alvo da comunicação, que pode ser: • Final: consumidor final. • Intermediário: participantes do trade, segmento de negócio; atacadistas, empresas que intermediam o negócio. • Interno: colaboradores da empresa. • Influenciador: apesar de não ser o consumidor final, influencia a decisão de compra. • Comunidade: públicos com os quais a empresa se relaciona – governos, imprensa, associações, sindicatos e outros. E como deverá ser feito tudo isso? Por meio das ferramentas de comunicação. Destaca-se que todas elas podem ser utilizadas nos formatos presenciais (reais) e virtuais. Assim, podem ser aplicadas de forma off-line e on-line. Vamos estudá-las a seguir. 62 Unidade II 3.3.1 Propaganda A propaganda é um tipo de comunicação paga que circula por meio de espaços em veículos de comunicação custeados pelo anunciante. Ela é impessoal e visa promover ideias, bens e serviços. Publicidade e propaganda são sinônimos. Segundo o art. 2º do Decreto n. 57.690/66 (BRASIL, 1966), “trata-se de qualquer forma remunerada de difusão de ideias, mercadorias, produtos ou serviços por parte de um anunciante identificado”. Os objetivos da propaganda são diversos e, apesar das mudanças ocorridas com a ascensão da internet e da queda dos espectadores de televisão, ela ainda é a alma do negócio. Visa divulgar e promover produtos; criar e expandir mercados de atuação; criar e manter imagem favorável; aumentar a frequência de compra; construir a imagem corporativa; promover novos hábitos de consumo; fortalecer lembrança da marca, entre outros. As peças publicitárias mais comuns são: anúncios, embalagens, encartes, filmes, cartazes, outdoors, painéis, folders, flyers, material de merchandising, mídia alternativa (out of home – OOH, que podem ser em cartazes em pontos de ônibus, envelopamento de automóveis, metrôs e outros) e tantas outras possibilidades. Para a escolha, deverão ser ponderados os seguintes aspectos: o valor que se tem para investimento; os preços da produção, das grades de anúncios e dos veículos escolhidos; o cenário e o perfil do consumidor. Figura 23 – A embalagem pode ser o único contato do consumidor com o produto, por isso ela deve ser representativa das ideias da empresa e da essência do produto. A embalagem é uma propaganda 63 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 3.3.2 Propaganda publieditorial ou merchandising editorial Nesse ramo da propaganda, a comunicação é feita com características editoriais, semelhante ao contexto do veículo no qual será inserida. Se for inserida na revista Época Negócios, por exemplo, deve ser diagramada com a tipologia e o formato da revista, dando a impressão de que se trata de uma notícia normal do veículo, razão pela qual deve ter a identificação de boletim informativo, informe publicitário, conteúdo patrocinado, conteúdo de marca, ou outra identificação, visando não confundir o leitor. 3.3.3 Merchandising eletrônico Está na televisão, inserido nas novelas, séries e filmes, no cinemas ou na internet. Destaca o produto em situação normal de uso. O ator ou atriz apresenta, comenta e explica o artigo, a marca aparece e é citada. O produto é usado como no cotidiano das pessoas, participando em uma ação integrada do desenvolvimento da cena e de forma pertinente ao seu contexto. 3.3.4 Publicidade Apesar de a palavra ser utilizada como sinônimo de propaganda, ela é uma ferramenta que promove a imagem da empresa, disseminando informações positivas sobre o negócio, o produto e sobre o empresário. Essa forma de comunicar gera uma confiança e credibilidade maior, uma vez que as informações aparecem como notícias, comentários editoriais que são enviados pela empresa oupela assessoria de imprensa para a mídia. Assim, caso o conteúdo seja considerado relevante, tais veículos vão divulgá-las. Hoje é muito comum personalidades, formadores de opinião e influenciadores na internet divulgarem marcas e produtos. Quando essa divulgação é feita de forma gratuita, denomina-se publicidade; quando é feita de forma paga, propaganda. 3.3.5 Promoção de vendas Trata-se de atividades de curto prazo, por meio de ações temporárias, para incentivar as vendas de um produto ou serviço. Existem muitas mecânicas promocionais, como o sorteio, a cuponagem, a distribuição de amostras e concursos, entre outros. Segundo Yanaze (2006), a promoção de vendas não se destina apenas aos consumidores finais, mas a equipes de vendas, franqueados, associados, atacadistas e varejistas. Antes, a promoção de vendas limitava-se à redução de preços para aumentar as vendas, mas hoje tem sido usada com objetivo institucional para: divulgar e fixar a imagem da marca aos públicos de interesse; gerar cadastro de potenciais clientes; aumentar a percepção de valor da marca; ensinar novos usos do produto ao cliente e outras. Há uma legislação específica que regula a realização de sorteios e premiações, a Lei n. 5.768 (BRASIL, 1971), formalmente chamada de “Promoção Comercial” ou “Distribuição Gratuita de Prêmios a Título de Propaganda”. Assim, a Caixa Econômica Federal autoriza a distribuição gratuita de prêmios a título 64 Unidade II de propaganda, em todo o território nacional. Para isso, a empresa deve registrar a promoção para obter sua autorização da Caixa, com o mínimo de quarenta dias de antecedência (a análise demora até trinta dias). Além disso, os sorteios devem se realizar conforme as extrações da Loteria Federal (BRASIL, 1971). Por meio da Portaria n. 628, de 16 de outubro de 1996, o Ministério da Justiça regulamenta a Lei n. 5.768 (1971), destacando diversos aspectos que devem ser observados para a realização de promoções. Os prêmios devem ser comprados com antecedência e serem entregues em até 30 dias após o resultado. Conheça alguns tipos de promoção de vendas: • Sorteio: participantes previamente cadastrados são sorteados e ganhadores da promoção, por meio de sorteio público e auditado, seguindo a Loteria Federal. • Descontos/ofertas: abatimento no valor de uma mercadoria por tempo determinado. • Remarcação: redução do preço do produto por tempo determinado ou até atingir uma meta de venda. • Concurso: participação voluntária de pessoas para cumprir uma tarefa, que será avaliada por uma comissão que definirá os ganhadores. • Vales-brindes: um vale que pode ser trocado por um brinde em locais determinados. • Amostras (sampling): distribuição de amostras do produto em embalagens reduzidas para proporcionar a experimentação. • Self liquidating: objeto promocional com custo arcado pelo consumidor. Por exemplo: “Junte três embalagens do produto X e por mais R$ 10,00 ganhe um bicho de pelúcia”. • Cupons: valem desconto no momento da compra. • Brindes: objetos promocionais distribuídos gratuitamente. • Embalagens especiais: apresentadas temporariamente, como embalagens de Páscoa, de Natal, de Dia das Mães. • Liquidações: período determinado para abatimento de preços em um estabelecimento comercial. • Colecionáveis: distribuição de brindes por um determinado período, que, em seu conjunto, formam uma coleção. 3.3.6 Ações no ponto de venda – merchandising São feitas para colocar o consumidor em contato com o produto. Como formatos para merchandising no ponto de venda, temos: • Patrocínio: recursos financeiros dirigidos à realização de um evento ou atividade determinada em troca de espaço para divulgar a marca. 65 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Eventos: atividades programadas para proporcionar experiências ao cliente. • Degustações: experimentação de produtos alimentícios. • Demonstrações: apresentar o produto em uso em locais públicos. • Merchandising no ponto de venda: material de estímulo visual e/ou sensorial para dar destaque ao produto no ponto de venda, divulgar informações ou ainda para fazer uma ação promocional. • Exibitécnica: técnica para exibir os artigos em destaque no ponto de venda, como as ilhas de produtos e pontas de gôndolas. • Cross-merchandising: manter itens correlatos em locais próximos no ponto de venda para estimular vendas (café e leite, churrasco e carvão e outros). Figura 24 – Os pontos de venda utilizam diversas estratégias nos dias mais comerciais, por exemplo, Dia das Mães e Natal Os materiais de comunicações feitos especialmente para os pontos de venda são variados e em muitos formatos. Destacamos a seguir alguns exemplos: • Bandeirolas, móbiles: bandeiras penduradas no teto. • Régua e faixa de gôndola: material impresso para dar destaque ao produto na gôndola. A régua é do tamanho da gôndola e a faixa ultrapassa os limites dela. • Cartaz: de variados tipos, destacando promoções, preços e outros. • Stopper: material impresso fixado na perpendicular da gôndola. • Display: pode ter diversos formatos e serve para acondicionar ou expor o produto, como display de mesa, display expositor térreo, que fica no chão, display para demonstrar o produto. 66 Unidade II Figura 25 – Os materiais de ponto de venda precisam ser chamativos e atraírem a atenção do consumidor Observe que muitas dessas atividades não precisam ser realizadas apenas no ponto de venda. As empresas já expandiram esses locais e vão onde o público-alvo está: nas universidades, na rua, nas praças, nos shows, nos grandes eventos musicais e até nas empresas. As ações promocionais e as atividades direcionadas ao ponto de venda são muito dinâmicas e sempre há novidades quanto a esses produtos, pois se trata de uma área em que deve haver muita criatividade para surpreender o cliente com ideias diferentes a todo momento. 3.3.7 Patrocínio É uma ferramenta cada vez mais importante no composto promocional, pois atua de forma diferenciada, encontrando o consumidor fora de suas atividades normais, como em exposições, momentos de lazer em teatros, shows e entretenimento, jogos de futebol e de quaisquer outros esportes, festas comemorativas, entre tantas outras. O excesso de comunicação oferecida a todo momento pela internet, televisão, rádio e outros fez com que o consumidor se desinteressasse pelas propagandas e outros dispositivos de comunicação. Quem assiste a um break (comercial) na televisão sem “zapear” o controle remoto? O patrocínio se caracteriza pela cessão de recursos de uma empresa (patrocinadora) pública ou privada para a realização de determinado evento. Conforme o tipo de evento, chamamos a ferramenta utilizada de marketing cultural (quando patrocina cultura – teatro, música, exposições), marketing esportivo (esportes em geral), marketing social (quando ajuda em causas sociais – abrigos para crianças, idosos, animais e outros). Há, ainda, os eventos em geral (como festas de padroeiros da cidade, feiras de negócios e outras). Veja que não se trata de doação ou de apoio (embora essas modalidades também existam), mas de um investimento que a empresa faz para associar a sua marca e produto a determinada atividade. Por exemplo, por que será que a Coca-Cola faz questão de patrocinar todos os grandes eventos esportivos mundiais, como as Olimpíadas e a Copa do Mundo de Futebol? Por que a Heineken patrocina a Champions League da Europa e o Santander a Copa Uefa, do campeonato europeu? Por qual razão 67 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL uma grande empresa traz uma exposição de um artista importante, como o escultor francês Rodin, ou o pintor francês Monet? Você deve estar pensando que é por causa do dinheiro que vai ganhar em arrecadação com ingressos, por exemplo. Mas não é esse o principal objetivo. O foco é associar a sua marca e produto a algo diferenciado, que as pessoas valorizam e pelo que terão carinho, assim guardarão boas recordações ao lembrarem de quem proporcionou essa atividade.Assim, o principal retorno esperado é institucional para a sua marca. Existe ainda um incentivo governamental para descontar do imposto a pagar valores aplicados em ações de patrocínio, o que é um grande incentivo. Na área cultural, a Lei Rouanet autoriza destinar 4% do imposto a pagar da pessoa jurídica e 6% da pessoa física para essas ações; na área esportiva há uma lei similar. 3.3.8 Eventos e experiências Os eventos são criados para proporcionar experiências ao cliente. Não são realizados apenas no ponto de venda, mas a criatividade deve estar impregnada nas ações, pois os acontecimentos são programados e geram expectativa, tendo a função de retorno institucional ou promocional. Os eventos assumem muitos formatos e também possuem objetivos diversos, como lançar produtos, gerar mídia espontânea, fornecer informações aos líderes de opinião, relacionamento com stakeholders específicos, imprensa e outros. Exemplos: convenções de vendas, seminários, congressos, festas para datas específicas, feiras de negócios e shows. Observe que algumas ferramentas de comunicação aparecem em mais de um local, pois servem para diversos objetivos. Patrocínios e eventos, por exemplo, aparecem em comunicação institucional e em comunicação mercadológica. Não há erro nisso, apenas indica que as ferramentas devem ser aplicadas conforme o objetivo pensado para ela. Tanto pode ser utilizado como uma ação institucional para melhorar a imagem da marca, como para ajudar a estimular compras de produtos e serviços, aumentando o market share (fatia de mercado). 3.3.9 Venda pessoal A venda pessoal é uma das mais caras ferramentas de comunicação, pois depende de contratação de pessoal dedicado para a atividade e consiste na interação interpessoal entre consumidores atuais e potenciais com pessoas devidamente orientadas para representar a organização com o objetivo de concretizar o ato da compra, ou seja, a equipe de vendas. O contato pessoal é a característica principal do que é uma comunicação viva, imediata e interativa. Comunica informações diretamente a respeito dos produtos e serviços da empresa e é o elo entre a empresa e seus clientes. 3.3.10 Marketing direto Popularizado na época das malas diretas, representa as ações de comunicação realizadas diretamente entre empresa e consumidores, com uma ação de venda, atração ou relacionamento estimulado por meio de catálogos, cupons, folhetos, malas diretas, telemarketing, vendas por TV, internet, correio de voz, filmes, internet, anúncio e telefone, obtendo a resposta direta do cliente, sem que haja intervenção física 68 Unidade II de vendedores, varejistas ou representantes. Nos meios digitais se manifestam por meio de catálogos digitais, e-commerces (vendas pela internet), newsletters e e-mail marketing. Trata-se de uma ferramenta interativa, na qual a resposta do cliente é a ação esperada, exigindo uma resposta direta, como uma ligação, o preenchimento de um cadastro ou a compra de um produto, entre outros. As mídias digitais amplificaram as possibilidades dessa ferramenta, pois facilitaram gerenciar bases de dados, envio de mensagens por e-mails, redes sociais etc. Iniciou-se com as cartas chamadas mala direta, enviadas pelo correio, evoluindo para o telemarketing, contato com o cliente por meio de telefone (cada vez mais raro), avançando aos anúncios na televisão e rádio, exigindo resposta pelo próprio meio, ou por meios complementares como a internet ou telefone, com todas as possibilidades digitais e as ações realizadas por estratégia móbile, pelos celulares, tablets e computadores pessoais: mensagens por SMS, aplicativos de comunicação, como WhatsApp e redes sociais. 3.3.11 Marketing digital Inclui as ações de comunicação feitas por meio da internet, dos aparelhos celulares e outros digitais, com o objetivo de divulgar e/ou vender seus produtos, conquistando novos clientes e melhorando sua rede de relacionamentos. A ampliação da internet e das redes sociais transpôs praticamente todas as ferramentas existentes para o ambiente virtual. Temos propaganda nos sites e lojas na rede, promoções de vendas executadas no âmbito digital, criação de eventos específicos para as redes sociais, vendas realizadas pelos e-commerces, marketing direto pelas newsletters e e-mail marketing e todas as ações associadas à criação e fortalecimento de uma marca sólida e uma imagem positiva. As principais ferramentas do marketing digital são o e-mail marketing, o marketing de conteúdo e as redes sociais. O e-mail marketing cumpre as funções melhoradas do marketing direto, proporcionando informação específica para os públicos escolhidos. O marketing de conteúdo provê informações de qualidade e significativas para os públicos-alvo que se pretende atingir e as redes sociais são ambientes específicos nos quais é possível segmentar o público de interesse e falar diretamente com ele. 3.3.12 Redes sociais As redes sociais facilitam as conexões entre pessoas, grupos e organizações a partir de valores e interesses comuns, com a interação entre as partes envolvidas. Com a internet e o aparecimento das mídias sociais, o conceito foi ampliado, e hoje as redes sociais congregam quase 4 bilhões de pessoas no mundo virtual. Antes da internet, as redes sociais representavam simplesmente um agrupamento de pessoas que se relacionavam entre si. A principal função das redes sociais é juntar e conectar as pessoas para construir novas conexões e manter as que já existem, algumas das que obtiveram maior sucesso em fazê-lo são: Facebook, Instagram, YouTube, Twitter, WhatsApp, Tik Tok, LinkedIn, Pinterest e Snapchat. 69 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Mídias sociais ou redes sociais? As redes sociais conectam pessoas, e as mídias sociais são as plataformas que fazem essa relação acontecer. As redes sociais estão dentro das mídias sociais. A principal função das mídias sociais é o compartilhamento de conteúdo e transmissão de informações, como blogues, sites e YouTube. Já as redes sociais servem para conhecer e interagir com pessoas. Saiba mais Conheça a linha do tempo de criação das redes sociais na internet: LINHA do tempo das redes sociais. Rock Content, 2019. Disponível em: https://rockcontent.com/wp-content/uploads/2019/09/o-guia-completo- de-redes-sociais-saiba-tudo-sobre-as-plataformas-de-midias-sociais.pdf. Acesso em: 21 out. 2020. Figura 26 – As redes sociais conectam mais de 2 bilhões de pessoas 4 PLANEJAMENTO INTEGRADO DE COMUNICAÇÃO Todas as ações de comunicação precisam ser planejadas, para evitar a perda de dinheiro e de investimento. Imagine, por exemplo, uma empresa que não faz nenhuma atividade em comunicação e, de repente, resolve participar de uma feira de negócios. Embora se trate de um investimento alto, está sendo feito numa ação pontual, sem planejamento. Por isso é provável que o resultado não seja satisfatório – o contrário do que possivelmente ocorreria se tudo tivesse sido planejado, com os recursos focados nos resultados. 70 Unidade II Nesse contexto, destaca-se o Plano Integrado de Comunicação Empresarial (Pice), uma proposta para envolver e integrar toda a empresa na criação e manutenção da imagem institucional. Já que as ações precisam ser integradas, é crucial que uma área da empresa detenha o controle de todas as ações que serão desenvolvidas nesse sentido. Em comunicação, existem diversos tipos de planejamento: o planejamento da comunicação institucional e mercadológica, e dentro dela os planos para cada uma das ferramentas (relações públicas, patrocínio, propaganda, promoção de vendas e marketing digital, por exemplo); a comunicação administrativa, que trata do dia a dia da empresa, também possui seus modelos e padrões a serem seguidos; a comunicação interna e o uso adequado das ferramentas para cada um dos objetivos e públicos a serem alcançados devem ser estipulados em um plano de comunicação interna. As diversas áreas da comunicação empresarial precisam de um planejamento rigorosoe um controle também adequado para que possam ser viabilizados. As etapas do planejamento precisam incluir algumas fases importantes: • Verificação da situação atual quanto à comunicação que existe dentro da empresa (conteúdo, canais, profissionais, orçamento). • Levantamento de necessidades e expectativas. • Desenvolvimento de um modelo conceitual (estrutura, departamentos, número de profissionais, custo). • Definição de prioridades na área de comunicação. • Impacto na organização da implantação do novo modelo de comunicação. • Estabelecimento do plano de implantação do modelo (prazo, recursos materiais necessários). • Aprovação da diretoria (TOMASI; MEDEIROS, 2014, p. 85). Observação Existem diversos tipos de planejamento e eles todos deverão estar alinhados com o planejamento da comunicação da empresa como um todo e com a comunicação integrada de marketing, área maior, da qual a comunicação faz parte. O plano que será acentuado a seguir é baseado na proposta de Roger Cahen (1990 apud PIMENTA, 2015). 71 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 4.1 A importância do planejamento Na fase de planejamento, é importante analisar a atual situação da comunicação, o que existe, o que não é feito, para pensar em ações que possam contemplar os diversos públicos e áreas envolvidas. Nessa fase, é preciso: • Analisar o que existe em comunicação. • Planejar o que deve ser utilizado para os objetivos traçados. • Implantar as ações planejadas. • Controlar os resultados dessas ações. • Rever os resultados e voltar a planejar. 4.1.1 Análise de problemas potenciais Nessa etapa, deve-se considerar, além dos problemas existentes, o que poderá vir a ser um problema; é preciso fazer uma análise dos problemas potenciais, os quais têm chance de gerar uma crise na empresa. Deve-se fixar um orçamento para essa área, e a comunicação deve ser encarada como uma ação que envolve feeling e ousadia. Agir por antecipação em comunicação é fundamental. Saber quem vai conversar com a imprensa, as medidas que serão tomadas nos casos necessários, são ideias importantes que precisam estar previstas e que tranquilizam a entidade como um todo em um momento de crise. Para falar em crise, pense nos casos de acidentes aéreos e no caos que eles determinam para a empresa e sua imagem. Não trataremos de comunicação de crise neste livro-texto, mas é um assunto que merece sua atenção no dia a dia profissional. Como vantagens de planejar, ainda são destacados os seguintes aspectos: • Tomada de decisão mais assertiva. • Reduzir os imprevistos e crises nessa área. • Esforços e investimentos focados em resultados. • Motivação das equipes na busca dos mesmos objetivos. • Responsabilidade e papel de cada um no alcance das metas. 72 Unidade II Ao final, será mais fácil identificar os acertos e os erros das campanhas, retroalimentando os processos de comunicação e promovendo alterações para o próximo período. Existem informações que são básicas ao pensarmos em planejamento de comunicação para a marca ou para um produto específico. Como planejar uma campanha? Devemos sempre nos basear em análises de dados confiáveis para atingirmos os melhores resultados para as campanhas de comunicação. Destacamos o planejamento integrado porque devemos pensar em todos os públicos-alvo, as ferramentas de comunicação e os tipos de mídia que serão utilizados. Em linhas gerais, devemos seguir alguns pontos importantes. O quadro a seguir serve como base para todo tipo de planejamento em comunicação, como a interna, a mercadológica, a propaganda, a promoção de vendas e outras. Quadro 3 – Planejamento de comunicação Fase 1 – Construção do diagnóstico Levantamento de dados Sistemas de informação de marketing Pesquisas primárias Clippings (notícias de jornais e revistas, associações e internet) Outras fontes Análise da situação de mercado Mercado, concorrência, problemas e oportunidades Macro e microambiente Tendências Fase 2 – Definições em três áreas Plano de comunicação Objetivos e metas Posicionamento Público-alvo Estratégias de comunicação: publicidade, propaganda etc. Táticas de comunicação Plano de mídia Objetivos Estratégias Táticas Cronograma Orçamentos Plano de criação Objetivos Estratégias Táticas Peças: cronogramas, resumo de investimentos e sistemas de avaliação Fase 3 – Gerenciamento Implantação e controle Acompanhamento Avaliações periódicas 73 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Vamos conhecer cada uma dessas fases. 4.2 Fases do planejamento de comunicação 4.2.1 Fase 1: construção do diagnóstico Saber onde estamos e de onde vamos partir é o mais importante no início. Assim, vamos elaborar um diagnóstico da situação abrangendo a empresa e o mercado de atuação. Levantamento de dados Nessa fase, busca-se o maior número de informações possíveis da situação atual da empresa e do produto. Devem ser pontuadas questões que nos mostrem o negócio inserido em seu ambiente interno e externo. Esses dados podem vir de diversas fontes, por exemplo, dos Sistemas de Informação de Marketing (SIM), que apresentam os registros de forma compilada e compreensível. Para isso, são usados vários programas e softwares: o CRM cuida do relacionamento com o cliente; o Analytics trata as informações vindas do consumidor, normalmente reunindo-as em grandes bancos de dados; e a big data faz o cruzamento de dados. As áreas envolvidas poderão executar pesquisas primárias, que são realizadas diretamente com os clientes e possíveis clientes para buscar informações específicas que ainda não foram encontradas nos dados internos da empresa. A internet é uma fonte inesgotável de informações para essa fase. Desse modo, poderão ser feitas pesquisas secundárias em jornais e revistas (clippings), associações de segmentos específicos e outras fontes possíveis. Análise da situação de mercado Nessa fase, podem ser utilizadas diversas ferramentas de análise, como a Swot, e as pesquisas de mercado. Nesse contexto, serão analisados detalhadamente os seguintes aspectos: o mercado de atuação da empresa e do produto; quem são os concorrentes; quais as oportunidades e ameaças vindas do ambiente externo e do ambiente interno; e as principais tendências para o setor. No ambiente interno, poderão ser levantados os diversos dados de vendas: • Volume. • Quantidade de produtos. • Faturamento. 74 Unidade II • Market share. • Lucro. • Desempenho de funcionários. • Satisfação dos clientes. • Processos e fluxos internos de trabalho. • Posicionamento de sua marca e dos concorrentes. No ambiente externo, são tratadas questões ligadas a temas como política, legislação, economia, mudanças socioculturais, estrutura da população, dados demográficos, ambiente natural e acontecimentos internacionais. Conhecendo esses ambientes, será possível elencar boas oportunidades e ameaças que devem ser neutralizadas. Essa avaliação poderá ser feita por meio de uma análise Swot, que, resumidamente, apresenta um quadro com essas informações. Assim, será possível encontrar novas possibilidades de produtos e serviços, bem como ideias que precisam ser neutralizadas, pois representam ameaças ao andamento da companhia. O quadro a seguir ilustra uma análise Swot simples. Obviamente, ela não esgota todos os itens que deveriam ser examinados. Quadro 4 Swot – Banco Inter Forças Conceito de fintech Altamente escalável Leve em ativos Sem necessidade de agências bancárias Alto uso de tecnologia Centrado no cliente Fraquezas Ainda há desconfiança por parte da população Marca pouco conhecida Geração de receita é baixa no início Oportunidades Estratégia de cross-selling Possibilidade de parcerias com outras empresas (seguradoras, shopping com cashback etc.) Setor bancário concentrado em poucos bancos Ameaças Surgimento de novas fintech Poder econômico dos bancos tradicionais Ataque de hackers 75 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 4.2.2 Fase 2: definições em três áreas – comunicação,59 3.3 Ferramentas de comunicação on-line e off-line ..................................................................... 61 3.3.1 Propaganda ............................................................................................................................................... 62 3.3.2 Propaganda publieditorial ou merchandising editorial .......................................................... 63 3.3.3 Merchandising eletrônico.................................................................................................................... 63 3.3.4 Publicidade ................................................................................................................................................ 63 3.3.5 Promoção de vendas ............................................................................................................................. 63 3.3.6 Ações no ponto de venda – merchandising ................................................................................ 64 3.3.7 Patrocínio ................................................................................................................................................... 66 3.3.8 Eventos e experiências .......................................................................................................................... 67 3.3.9 Venda pessoal ........................................................................................................................................... 67 3.3.10 Marketing direto ................................................................................................................................... 67 3.3.11 Marketing digital .................................................................................................................................. 68 3.3.12 Redes sociais .......................................................................................................................................... 68 4 PLANEJAMENTO INTEGRADO DE COMUNICAÇÃO ............................................................................. 69 4.1 A importância do planejamento .................................................................................................... 71 4.1.1 Análise de problemas potenciais ...................................................................................................... 71 4.2 Fases do planejamento de comunicação .................................................................................... 73 4.2.1 Fase 1: construção do diagnóstico .................................................................................................. 73 4.2.2 Fase 2: definições em três áreas – comunicação, mídia e criação ..................................... 75 4.2.3 Fase 3: gerenciamento, implantação e controle ........................................................................ 78 4.3 Modelo básico de comunicação integrada ................................................................................ 79 4.4 Planejamento da comunicação mercadológica ....................................................................... 82 4.5 Planejamento de campanha de propaganda ............................................................................ 85 4.6 Planejamento de promoção de vendas ....................................................................................... 87 4.7 Planejamento de marketing digital .............................................................................................. 89 4.7.1 Tópicos em planejamento digital ..................................................................................................... 90 4.7.2 Comunicação no e-commerce .......................................................................................................... 93 4.8 Planejamento em redes sociais ....................................................................................................... 94 4.9 Planejamento e inteligência artificial .......................................................................................... 98 Unidade III 5 A COMUNICAÇÃO INTERNA ......................................................................................................................103 5.1 Fatores que influenciam a comunicação interna nas organizações ............................104 5.2 Fluxos da comunicação ....................................................................................................................105 5.3 Rede formal e rede informal..........................................................................................................106 5.4 Canais ou veículos de comunicação interna...........................................................................107 5.5 Endomarketing ....................................................................................................................................110 5.6 Planejamento de comunicação interna ....................................................................................112 5.7 Comunicação administrativa .........................................................................................................115 5.8 Veículos de redação administrativa ............................................................................................115 5.9 Boas práticas no uso da internet na empresa ........................................................................117 5.10 Correspondência com órgãos oficiais ......................................................................................118 5.11 Pronomes de tratamento ..............................................................................................................118 5.12 Relatório ..............................................................................................................................................119 5.13 Currículo ..............................................................................................................................................121 6 FUNÇÕES DA LINGUAGUEM E COMO ESCREVER MELHOR .........................................................122 6.1 Função referencial ou denotativa ................................................................................................122 6.2 Função conativa ou apelativa .......................................................................................................124 6.3 Função fática ........................................................................................................................................125 6.4 Função emotiva ou expressiva ......................................................................................................125 6.5 Função poética ....................................................................................................................................126 6.6 Função metalinguística ....................................................................................................................128 6.7 Como escrever textos empresariais ............................................................................................130 6.8 Tópico frasal e parágrafo ................................................................................................................132 6.9 Componentes de um texto .............................................................................................................133 6.10 Texto descritivo .................................................................................................................................134 6.11 Texto narrativo ..................................................................................................................................137 6.11.1 Discurso direto e discurso indireto ............................................................................................. 139 6.11.2 Discurso indireto livre ......................................................................................................................mídia e criação Para saber aonde pretendemos chegar, devemos saber o que desejamos, quais seriam os objetivos dessa campanha publicitária, que poderiam ser, por exemplo: • Criação e melhoria de imagem positiva institucional. • Lançamento de um produto ou serviço. • Posicionamento ou reposicionamento de marca. • Ampliar os mercados de atuação. • Ampliar os tipos de públicos-alvo. Objetivos e metas Devem ser traçados com base em outros elementos do planejamento, como o posicionamento e o público-alvo. Observe alguns exemplos: • Aumentar em 10% a venda do produto X no próximo semestre. • Atingir 5% do mercado consumidor em 5 anos. • Atuar em três diferentes mercados dos atuais nos próximos 2 meses. Posicionamento Kotler (2000, p. 23) apresenta o posicionamento de mercado como “a ação de projetar o produto e a imagem da organização com o fim de ocupar uma posição diferenciada na escolha de seu público-alvo”. Resumindo, posicionamento representa o que somos e com qual diferencial somos valorizados pelo cliente. Que espaço específico da mente do cliente nós ocupamos? Qual é a ideia que o produto cria na mente dos clientes, o de líder de vendas, o mais barato, o mais caro, o melhor produto? Isso é posicionamento de produto. Por meio do posicionamento, podemos pensar na melhor comunicação para a empresa. Por isso, é vital saber qual o público-alvo da empresa e do produto, pois assim será possível criar ações personalizadas para ligar a empresa ao cliente e aos valores da marca. Público-alvo Essa campanha está sendo direcionada para qual público? Com quem a marca pretende se comunicar? Ao sabermos quem é o público-alvo, podemos fazer a mensagem correta para atingir essas pessoas. 76 Unidade II O público-alvo da campanha pode não ser o público-alvo do produto. Por exemplo: bebidas lácteas para crianças, como Danoninho, Chambinho. Quem consome esse produto: as crianças. Mas são as crianças que compram? Não! Então, devemos criar campanhas que atinjam as crianças e campanhas que atinjam os possíveis compradores: pais e mães, cuidadores, avôs e avós e tantos outros em que pudermos pensar. Estratégias de comunicação (definição das ferramentas) Quais ferramentas de comunicação deverão ser utilizadas para atingir esse público-alvo específico, apresentando o posicionamento esperado e alcançar os objetivos traçados? É preciso definir o que será adotado: propaganda; relações públicas (assessoria de imprensa, lobby, patrocínios); ações no ponto de venda (merchandising e promoção de vendas); vendas pessoais; marketing direto; marketing digital. Táticas de comunicação Após definir as ferramentas, deve-se escolher quais serão as táticas, ou seja, especificamos mais. Nessa gama de opções, temos: propaganda; folhetos; embalagens; internet; promoção de vendas em pequenos supermercados, por meio de experimentação. Plano de mídia Nessa fase, o plano de mídia definirá cada uma das propostas de ferramenta: onde serão veiculadas, quando, como e quanto custará. Assim, serão considerados: • Objetivos. • Estratégias. • Táticas. • Cronograma. • Orçamentos. Por exemplo, uma campanha de propaganda para ser veiculada em todos os programas da Rede Globo após as 19 horas. Quais serão esses programas? Quantas vezes? Quanto vai custar produzir e veicular essa campanha? Plano de criação Trata-se da criação das peças promocionais: as propagandas e as promoções. Será definido como serão, quais suas cores, que conceitos serão utilizados etc. Inicialmente, precisamos conhecer: 77 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Objetivos. • Estratégias. • Táticas. • Peças. Criação do conceito da campanha O conceito de uma campanha é criado a partir do público-alvo que se pretende atingir. Assim, são definidos os tópicos principais para a campanha: terá apelo racional, emocional, utilizará fontes pessoais ou não pessoais para transmitir a ideia? Após concluir essa etapa, será possível ter uma versão preliminar de uma primeira peça, como um anúncio, uma animação simples, um storyboard para ser testado. Fazer um pré-teste de campanha Para saber se a campanha vai funcionar, o ideal é realizar um pré-teste por meio de uma pesquisa, o que indicará se a campanha está consonante aos objetivos da campanha. Essas pesquisas de comunicação servem para conhecer o possível comportamento do público em relação ao conteúdo. Elas são realizadas para evitar desperdício de tempo e dinheiro com uma ideia errada sobre o tema, ou que os consumidores não a reconheçam como adequada. Cronograma e plano de ação geral Agora é hora de fazer o plano de ação: definir quem faz o quê, por quanto tempo, onde, como e quanto custará, definindo responsabilidades, cronogramas e outros fatores. Para isso, deverão ser respondidas as perguntas da sigla 5W2H. Quadro 5 What O que será feito? As principais ideias da campanha Why Por que será feito? O objetivo da campanha Who Quem fará? Responsabilidades e tarefas divididas nas equipes Where Onde será feito? Como serão realizadas as diversas fases da campanha, quem estará envolvido e como será a organização When Quando será feito? Cronograma da campanha, dividido em etapas How Como será feito? Metodologias e tecnologias que serão utilizadas How much Quanto vai custar? Definir o orçamento da campanha 78 Unidade II Resumo de investimentos Quanto vai custar fazer tudo isso? Sistemas de avaliação Como as campanhas serão avaliadas? Que indicadores serão utilizados para analisar se estão dando resultados ou não? Podemos pensar em resultados do tipo: • Aumento de vendas no período da campanha. • Aumento da lembrança de marca após a campanha. • Lembrança da marca no público-alvo da campanha. Existem diversos tipos de pesquisas e indicadores para fazer essa avaliação, como: • Índice de lembrança (recall) dos anúncios. • Audiência do anúncio. • Intenção de compra do produto. • Lembrança da marca. • Consumidores fiéis à marca. • Atitudes do público em relação à empresa. Há alguns institutos que fazem o monitoramento das campanhas, como o Gallup, o Ibope e a Nielsen. Internamente, os relatórios diversos gerados na empresa e pela área de vendas também servem para fazer esse controle. 4.2.3 Fase 3: gerenciamento, implantação e controle Após a execução do planejamento, será preciso colocar a campanha na mídia e fazer os controles e avaliações necessárias. Está atingindo o objetivo proposto? Se não está, quais são as ações que podem ser realizadas para corrigir esse rumo? Nessa etapa, devemos acompanhar e avaliar periodicamente tudo o que foi feito no planejamento. 79 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Figura 27 – Planejar é o primeiro passo para ter uma comunicação que funcione, independente do público com o quala empresa pretenda falar 4.3 Modelo básico de comunicação integrada Agora vamos conhecer como fica um plano de comunicação integrada na proposta de Pimenta (2015). Considerações iniciais Deve-se contemplar informações que introduzam o plano para quem o lê, por exemplo: • Contexto do plano. • Objetivo específico. • Concepção de comunicação. • Benefícios previstos. Análise Deve-se buscar informações em geral sobre a comunicação da empresa para contemplar um arcabouço o mais abrangente possível sobre a situação atual e histórica da entidade. É como se fosse uma fotografia dos aspectos relevantes para a comunicação: • Histórico da empresa (atual e passado). • Produtos e serviços (estrutura de distribuição, divulgação, pontos fortes e fracos). • Relacionamento com os públicos (interno e externo). • Cultura organizacional. 80 Unidade II • Comunicação interna. • Comunicação externa. • Atividades para o público interno e o externo. • Elementos visuais. Objetivos Conscientizar a opinião pública de que a empresa age bem em todos os sentidos (com a comunidade, com o meio ambiente, com os funcionários, é ética, cumpridora de suas obrigações e tem responsabilidade social). Além disso, acentua-seo seguinte: • Fortalecer a credibilidade. • Abrir e manter canais de comunicação. • Obter bons negócios. • Motivar funcionários. • Favorecer a imagem pessoal da diretoria e da gerência. Resultados Nessa etapa, devem-se traçar ideias dos resultados esperados com o plano e, depois de sua execução, o material coletado se transformará em um relatório de gestão do plano. Se conseguir mostrar tudo a que se propõe, a empresa vai comunicar que: • Se preocupa com o bem-estar social e com a preservação do meio ambiente. • Seus produtos e serviços são os melhores do mercado. • Respeita clientes, acionistas e funcionários. • Possui tradição e a melhor equipe de administradores e outros. Observação Cada um dos objetivos traçados para o plano deverá ser acompanhado de uma lista de atividades específicas para cumpri-lo. 81 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Atividades Nesse ponto, o objetivo das atividades deve sempre visar formar uma imagem positiva sobre a empresa. Elas podem ser divididas em dois níveis: A e B. As atividades de nível A são os processos básicos, as ações permanentes (rotineiras), que precisam ser acompanhadas. Atividades propostas: • Manuais de procedimentos. • Manual de comunicação empresarial (para a comunicação administrativa). • Manual de identificação corporativa (logotipia). • Manual de sinalização padrão. • Manual de uniformes. • Manual para comunicação de crise (disaster sheets). • Mailing list (imprensa, outros públicos). • Publicações permanentes (mídias internas, relatórios anuais, folhetos institucionais, house organ, carta do presidente, canal de TV e rádio interno, marketing digital). Exemplos de atividades de nível A: • Contatos com a imprensa. • Programa de visitas à empresa. • Programa de palestras e conferências. • Escolha de brindes. • Arquivos de fotografias, documentos, referências, fornecedores de produtos e serviços etc. • Apoio cultural e esportivo. • Publicidade institucional, escolha da agência. • Apoio ao setor de marketing etc. 82 Unidade II Já as atividades de nível B são mais complexas e exigem mais investimentos para implantação. É o caso dos projetos especiais, como o aniversário da empresa, a criação de um museu próprio, o livro com a história da entidade e dos fundadores, a participação como patrocinador especial de um grande evento. Conclusão Na conclusão, deve-se escrever um texto benfeito e convincente para os envolvidos sobre a importância do plano. Deve-se fazer um apanhado geral dos objetivos e das ações e ter claras justificativas para sua execução conforme a pesquisa inicial realizada. Saiba mais Conheça o plano de comunicação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piabanha e Sub-bacias do Rio Paquequer e do Rio Preto (Comitê Piabanha), instituição não governamental que coordena atividades de agentes públicos e privados, relacionados aos recursos hídricos de sua base de atuação. COMITÊ PIABANHA. Plano de comunicação: ações e metas para 2020. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: http://www.comitepiabanha.org.br/ conteudo/planocomunicacao.pdf. Acesso em: 27 out. 2020. Observe que o planejamento básico da comunicação segue o instrumento inicial que apresentamos, porém cada uma das ferramentas pode ter suas variações, as quais serão estudadas a seguir. 4.4 Planejamento da comunicação mercadológica Na prática, o plano de comunicação mercadológica faz parte do plano de marketing, como um dos Ps (produto, preço, praça, promoção). Conforme os indicadores apresentados, devemos elaborar o plano de comunicação combinando de maneira adequada e eficaz as diversas ferramentas: propaganda, promoção de vendas, vendas pessoais, publicidade, mídias sociais, relações públicas, marketing direto, cada um com seus objetivos específicos. Kotler (2000) nos ensina a construir o plano em cinco etapas: 1ª etapa: identificar o seu público-alvo Cada público é um mercado-alvo, que pode ser formado por mulheres, homens, crianças, jovens, adolescentes, idosos ou ser uma combinação deles. Se sua intenção é vender produtos para mulheres, por exemplo, deverá considerar a faixa etária e algum estilo de vida, como mulheres entre 18 e 25 anos, que gostam de andar na moda. É um planejamento diferente do que para uma faixa etária de mulheres de negócios, entre 45 e 60 anos. 83 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 2ª etapa: definir os objetivos da comunicação Após a escolha dos públicos de interesse, será preciso definir os objetivos de comunicação, que podem ser, entre outros: • Deixar a marca conhecida. • Aumentar a lembrança da marca. • Mudar atitudes em comportamento de compra. • Criar fidelidade à marca e repetição de compras. • Aumentar vendas. • Lançar um produto. • Motivar os distribuidores e seus vendedores. • Informar sobre mudanças no produto. • Oferecer inventivos para que o cliente compre o produto. • Persuadir o consumidor a comprar. 3ª etapa: projetar a mensagem Nessa etapa, deve-se criar e desenvolver o conteúdo da mensagem para cada um dos segmentos a serem atingidos. Voltando ao nosso exemplo anterior: será que falamos com jovens até 25 anos da mesma forma que falamos com mulheres acima dos 40? Claro que não! Cada uma dessas faixas etárias também está em mídias diferentes. Se quiser fazer com que as pessoas vão ao ponto de venda comprar, a mensagem será diferente da usada apenas informar as mudanças no produto. O importante é que as mensagens das diversas ferramentas de comunicação, como a propaganda, a promoção de vendas e da área de relações públicas, sejam sempre integradas e coerentes, transmitindo a mesma identidade e imagem da empresa. Essa atitude cria confiança e mantém o interesse do cliente nos produtos. 4ª etapa: selecionar os canais de comunicação Nessa fase, serão escolhidos os veículos específicos, o número de anúncios para cada uma das mídias e o tempo de duração das campanhas. 84 Unidade II Para a escolha dos meios de comunicação, a oferta é muito variada e deverá ser escolhida em função do público-alvo e dos objetivos que pretendemos atingir. Os meios de comunicação, também chamados de mídia, podem ser divididos em mídia de massa: a televisão e o rádio, que atingem o grande público; a mídia segmentada, que atinge públicos específicos, como jornais diários, revistas femininas, especializadas, revistas infantis, TV a cabo, por exemplo. Já na mídia dirigida, temos a mala direta, que atualmente é representada pelos e-mail marketing, folhetos e panfletos, que são distribuídos também pelos canais eletrônicos, como sites, internet, blogues, SMS, redes sociais (Facebook, Twitter, You Tube, Instagram) e outras mídias sociais. Podemos considerar que, para os veículos impressos, a atenção deve ser o texto e a fotografia. Na internet, que é um meio muito mais ágil, o conteúdo deve ser menor e sempre ser associado a imagens, vídeos, áudios e links. Na televisão a atenção passa pela imagem e pelo som, com o cuidado nas produções, que devem ter qualidade profissional. No rádio, a atenção será focada no som. Independentemente das mídias, é preciso avaliar o tempo adequado. Será que alguém fica assistindo a uma propaganda de mais de 20 segundos na televisão atualmente? E na internet? Mais do que 10 segundos, 5 segundos? Atenção também para as mudanças que vão ocorrendo nesses comportamentos do cliente, que se irrita com as marcas que não respeitam esses tempos. Escolhidas as mídias, será preciso definir o plano de mídia, que vai apresentar as melhores combinações entre os públicos a serem atingidos e as mídias a serem privilegiadas. Essa programação também depende dos públicos, dos objetivos e da imagem que a empresa pretende passar para o público. 5ª etapa: mensurar os resultados e a eficácia da campanha Nessa fase, já sabemos onde vamos anunciar e o tempo das campanhas. Assim, será preciso mensurar os resultados, verificando se estão funcionando, o que será feito por meio de alguns indicadores de avaliação de resultados,como especificado anteriormente. Figura 28 85 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Figura 29 – As pessoas recebem influência de todos os tipos de canais de comunicação 4.5 Planejamento de campanha de propaganda A propaganda, apesar de tantas mudanças no mercado e a entrada da internet, tem seu lugar garantido entre as ferramentas mais eficazes de comunicação. Ainda é uma das formas mais usadas para consolidar a imagem da marca, mantendo o cliente sempre informado sobre os produtos e serviços da empresa. Para criar uma propaganda que faça a diferença, é preciso conhecer o consumidor e seu ambiente, pois só será possível chamar a atenção do consumidor se atender aos seus desejos e necessidades. Depois, ganharão destaque as definições de materiais de divulgação, estabelecendo-se critérios como: • Tamanho e tipo do anúncio. • Custo de divulgação para cada veículo (revistas, rádio, jornais, material de divulgação e outros). • Inserções: quantas vezes em dias, semanas, meses, ano. • Alcance: quantos ouvintes, leitores, acessos, número de brindes. A frequência (quantas vezes será veiculado) dependerá dos objetivos da empresa. O tempo para veicular uma promoção será diferente do tempo para consolidar a marca. Os objetivos podem ser alternados em promocionais e institucionais. Observados todos os elementos básicos para o planejamento da comunicação, os veículos deverão ser escolhidos. Será que é melhor um anúncio na televisão, no rádio, ou na internet? Ou todos os veículos de uma só vez? 86 Unidade II A imagem da empresa sempre vai influenciar a intenção de compra e encorajará novos consumidores a experimentar o produto. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) dá algumas dicas para fazer um bom anúncio: • Utilize profissionais e agências experientes. • Um bom anúncio demanda conhecimento da empresa, dos produtos, do posicionamento e dos objetivos que se deseja alcançar. • Não aprove um anúncio apenas por sua beleza e priorize a eficiência. Será que vai funcionar para o seu público? • Faça uma análise dos anúncios da concorrência e conheça suas estratégias e tipo de abordagem. • Analise o custo-benefício do material, mas lembre-se de que o resultado também dependerá da qualidade do anúncio. • Escolha os meios de comunicação adequados ao seu público de interesse. • Não pode haver uma linguagem dúbia, a mensagem deve ser clara e convincente. • Um bom anúncio destaca os benefícios do produto ou serviço oferecido. • A marca e o produto devem estar destacados e o título deve ser um chamariz. • Não se esqueça de incluir informações como endereço, site e telefone. • Procure se diferenciar ao máximo de seus concorrentes, sendo ainda mais atrativo. • A linguagem deve ser coerente com o público a ser atendido e a mídia utilizada. • Procure buscar a identificação do cliente com o apelo a ser utilizado no anúncio. • O objetivo é despertar o desejo de compra, por isso o anúncio deve ser fácil de entender. • Dê preferência a textos curtos. • Fotos e imagens dos produtos podem funcionar como fator de atração para o cliente (SEBRAE, 2013). Conheça os principais veículos de comunicação e alguns de seus pontos fortes e fracos: 87 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Quadro 6 – Principais veículos de comunicação e alguns de seus pontos fortes e fracos Meios Vantagens Desvantagens Televisão Alta cobertura Visual impactante Integra áudio e vídeo Alto custo de produção Caro para veicular Poluição visual e auditiva Rádio Público segmentado Baixo custo de produção Alta frequência Muitos comerciais Audiência significativa é cara Apenas áudio Revistas Público segmentado Conteúdo editorial Visual caprichado Alto custo de veiculação Necessidade de exposição continuada Poluição visual Jornais Alto alcance em um dia Alto alcance geográfico Bom para veicular promoções Pouca seletividade Alto custo de veiculação Ruim para reprodução Internet Alta cobertura Diversos formatos Áudio e vídeo Dificuldade para segmentar Pouca seletividade Excesso de comerciais 4.6 Planejamento de promoção de vendas Para planejar a promoção de vendas, é preciso considerar todas as informações básicas sobre planejamento em comunicação e os planos de ação em vendas, tendo em mente que o foco é aumentar vendas e o faturamento. Para isso, é importante conhecer em qual fase o produto está e analisar a mídia de vendas dos últimos seis meses. Em geral, podemos usá-la para saber quando: • O produto for de qualidade inferior perante os grandes players do mercado. • A propaganda tem pouca verba, ou seja, é inferior à concorrência. • Será o lançamento ou reposicionamento. Então, deveremos escolher os tipos de promoção ou as técnicas de promoção de vendas, que podem ser classificadas: • Quanto ao foco — Promoção institucional: imagem da marca. — Promoção de persuasão: vendas. 88 Unidade II • Quanto ao público — Quais públicos? — Quais regiões geográficas? — Quais produtos? Técnica promocional Use a criatividade e escolha a melhor forma de atrair e motivar seus clientes (descontos; cupons, prazos especiais, sorteios etc.). • Qual o melhor tipo de promoção para as pessoas desse local? • Qual o canal de distribuição mais adequado para essa ação? Mecânica da promoção • Qual o caminho para estimular a compra? • Seja simples, claro e objetivo para que o cliente entenda o que precisa fazer para ganhar o benefício. • Observe a legislação em vigor. Divulgar a promoção • Vitrine de loja. • Campanhas de comunicação para os públicos desejados. Treinar a equipe de vendas • Cursos e treinamentos para capacitar os profissionais. O mais importante, no entanto, é ouvir o consumidor o tempo todo, para conhecer suas dores e dificuldades, só assim será possível apresentar as melhores soluções para o público certo. Observe a seguir as principais dificuldades e problemas em promoções de vendas: • Mecânica difícil de entender. • A participação é difícil e complicada para o cliente. 89 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Comunicação inadequada para o público escolhido. • Pouca atratividade dos benefícios para o consumidor. • Duração muito longa da promoção. • Fórmulas já ultrapassadas. A principal vantagem da promoção é fidelizar clientes, uma vez que eles ficam satisfeitos com a experiência. Note que a disponibilidade do produto será fundamental para ao sucesso da promoção. 4.7 Planejamento de marketing digital O uso da internet e das redes sociais para ações de comunicação e marketing não é mais novidade e se amplia a cada ano. O uso do marketing digital deve fazer parte de um planejamento de marketing completo e integrado, que considere as ferramentas off-line e on-line e os objetivos a serem alcançados. As campanhas precisam ser segmentadas aos públicos-alvo desejados. Você vai encontrar muito material referente ao planejamento de marketing digital na internet. Ele segue mais ou menos a mesma estrutura do plano de marketing. Neste livro-texto, vamos apresentar a sugestão de Morais (2015). Para planejar em marketing digital, valem as premissas já apresentadas anteriormente. Vamos conhecer uma possível estrutura para o planejamento adequado dessa ferramenta: • Diagnóstico. • Objetivos. • Cenário. • Concorrência. • Público-alvo. • Posicionamento. • Estratégias. • Presença digital. • Plano tático. 90 Unidade II • Return on Investment (ROI)/Mensuração. • Régua de planejamento. O importante é conhecer os modelos e adaptá-los para a realidade da empresa que será abordada no planejamento. 4.7.1 Tópicos em planejamento digital Diagnóstico No diagnóstico, deve-se apresentar o histórico, com informações e números que deem base para o plano com a situação de pelo menos três a seis meses anteriores. Na análise da concorrência, devem ser traçadas comparações entre empresas e os segmentos para que se compreenda o nicho específico de atuação. Morais (2015) sugere que se busqueminformações sobre as atividades dos concorrentes no marketing digital, mapeando sites, e-mail marketing, mídias e redes sociais (blogues, Facebook, Twitter, Pinterest, LinkedIn, Google, Buscapé etc). Também indica que é preciso acompanhar o que sai na imprensa, informações sobre as campanhas, os principais diferenciais e as promoções aplicadas. Outra análise importante é dos leiautes/designs utilizados, comparação de preços e frete (e-commerce), como é o atendimento ao cliente, existência ou não de SAC, embalagem, produto, posicionamento, pesquisa de mercado. Outros pontos a serem observados são as ações e os resultados obtidos, para ter conhecimento do que funciona e o que não deu certo no que já foi realizado. Dessa forma, é possível aperfeiçoar o planejamento. A avaliação das taxas de conversão do funil de vendas também deve ser observada. Essa análise deve ser realizada com foco em encontrar os pontos fracos que a comunicação precisa resolver. Além disso, é preciso avaliar todos os pontos de contato, ponderando-se o retorno do investimento e do resultado esperado/alcançado. Observe que apenas a fase de diagnóstico vai ocupar um bom tempo para sua execução, haja vista o grande número de informações que devem ser buscadas. Público-alvo Nessa definição devem ser encontrados todos os públicos com os quais a empresa deseja falar, além do consumidor, como: revendedores, distribuidores, acionistas, parceiros, vendedores e ex-clientes. Os influenciadores devem ser pensados na internet e fora dela, incluindo jornalistas e acadêmicos. 91 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Objetivos Após o diagnóstico e a definição dos públicos de interesse para a campanha, devem-se definir os objetivos a serem alcançados e seu respectivo tempo (mês, semestre, ano, por exemplo). No caso do marketing digital, poderá ser algo como: atrair mais leads, aumentar o número de clientes, aumentar vendas e melhorar o relacionamento com os clientes em cada uma das fases. Os objetivos são as metas que se pretende alcançar em um horizonte de tempo determinado, mês, trimestre, semestre, ano, e deverão ser traçados ao se identificar as necessidades e os gargalos da empresa na fase de diagnóstico. Estratégias A estratégia indica como se chegará ao objetivo, o que precisa ser feito para suplantar a concorrência em cada uma das fases de venda, as quais devem ser pensadas especificamente para cada tipo de público-alvo envolvido e objetivo a ser alcançado. Plano de ação O plano de ação, conforme delineado anteriormente, vai trazer as informações para a implementação das ações. Vamos aplicar um exemplo hipotético de uma ação por meio da ferramenta 5W2H, conforme as pesquisas de Morais (2015). • What – O que será feito? Relacionamento on-line pelo Facebook e blogues. Gerar conversas com as pessoas para estimular tráfego para o site. • Why – Por que será feito? Dessa forma, a reputação da marca vai crescer e as pessoas se interessarão em visitar o site. • Where – Onde será feito? Nas redes sociais, blogues, links patrocinados, buscadores, mídia on-line. • When – Quando será feito? Os impactos serão feitos durante os flights periódicos (flights de mídia são os períodos em que a campanha vai ao ar), seguindo o cronograma estipulado. O relacionamento, no entanto, deverá ser diário, com respostas rápidas. 92 Unidade II • Who – Por quem será feito? Campanhas e ações (feitas por pessoas da empresa ou por uma agência contratada). • How – Como será feito? Campanhas na mídia display (Google) para impactar o usuário. Ações de relacionamento no Facebook, Twitter e blogues. Estimular a troca de informações para o engajamento. • How much – Quanto vai custar? Valores a serem despendidos com a campanha. Análise do ROI A análise de quanto a ação será rentável ou quando o investimento será recapitalizado para a empresa são cálculos importantes a serem feitos quando falamos em comunicação. Isso porque os números mostram o quanto vai custar para obter os resultados esperados. Objetivos financeiros podem incluir: • Qual o lucro esperado com a ação? • Quantos produtos precisarão ser vendidos? • Qual porcentagem disso será de imposto? • Qual o lucro líquido? • Qual será o investimento? • Quantos clientes precisam visitar o site para atingir o objetivo de conversão (o mercado estima entre 1% e 2% para se converter em vendas)? Métricas Quando o site e o projeto já estiverem implantados, será preciso rever o que está sendo feito para melhorar sempre. Assim, para fazer correções de rumos, deve-se saber o retorno que cada ação está revertendo para a empresa e acompanhar os constantes feedbacks. Após a definição dos objetivos, devemos realizar as ações necessárias para alcançá-los e estipular o investimento a ser feito. Na sequência, haverá o acompanhamento das métricas de verificação. Para isso, existem diversos programas no mercado que ajudam nessa tarefa. Não vamos especificá-los neste livro-texto, pois o planejamento e o controle da comunicação não são o foco. 93 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 4.7.2 Comunicação no e-commerce As ações de comunicação de marketing digital para converter vendas no e-commerce consideram o cliente em todas as suas fases, desde o momento que ele tem contato com a companhia até tornar-se um comprador de fato. Os clientes todos ficam relacionados a um funil de vendas. Vamos conhecer como funciona a criação das estratégias no funil de vendas do e-commerce, que serve também para as ações off-line. Analisar Atrair Converter Visitantes Vender Leads Relacionar Clientes Figura 30 Fase 1: atração O objetivo é que o cliente conheça a empresa e os produtos e serviços oferecidos. Há boas oportunidades, como propaganda on-line e off-line, links patrocinados, otimização para sites de busca, influenciadores e marketing de conteúdo. Fase 2: conversão/fechamento Nessa fase, o cliente já mostrou que se interessa pelos produtos da empresa e o objetivo principal passa a ser a venda, que pode ser alcançada por meio das redes sociais, promoções e ofertas especiais, remarketing (cliente já demonstrou interesse e abandonou o carrinho) e retargeting (reforçar a comunicação para quem já interagiu com a empresa de alguma forma). Fase 3: fidelização O cliente já comprou e agora precisamos fidelizá-lo e manter um relacionamento com ele. O intuito é mantê-lo satisfeito, para que compre novamente e torne-se um “advogado” da marca. A comunicação deverá ser horizontal e interativa, e quem escolhe quando e onde quer tratar com a empresa é o cliente, e não a empresa. Esses resultados podem ser alcançados por meio de programas de fidelidade e benefícios, marketing de conteúdo, SAC 2.0 multicanais, com respostas rápidas e verdadeiras. 94 Unidade II Atrair Visitantes Campanhas E-books Webinars Vídeos Blogues Call to actions Formulários Landind pages Chats/Fones Converter Oportunidades nú m er o de vi sit an te s nú m er o de ca da st ro s Fechar Clientes nú m er o de cli en te s E-mails Newsletters Reuniões Programas de fidelidade Newsletters Eventos Fidelizar Clientes Figura 31 O planejamento de marketing digital compõe-se ainda dos planejamentos de marketing de conteúdo, e-mail marketing e planos para ações nas redes sociais. 4.8 Planejamento em redes sociais Primeiro, vamos conhecer as vantagens das principais redes sociais em funcionamento. Quadro 7 Rede social e participantes Vantagens Facebook + 2,6 bilhões Maior rede social do mundo Todas as marcas estão lá O volume de procura é grande Oportunidade de entregar conteúdo relevante de forma inovadora YouTube + 2 bilhões Compartilhamento de vídeos Forte presença de conteúdos audiovisuais Disseminação de vídeos em massa Comunidades segmentadas Influenciadores e empresas Os principais benefícios do Youtube Cerca de 5 bilhões de vídeos são visualizados diariamente Cerca de 80% do tráfego na internet são de vídeosCriação de celebridades e influencers 95 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL WhatsApp + 2 bilhões Rede mais popular no Brasil, é baseada em troca de mensagens Praticidade: onipresente para as pessoas em geral e fácil de entrar em contato com as marcas Vantagem para as pequenas empresas locais, funciona como uma espécie de SAC Facilitador de transações de compra Instagram + 1 bilhão Compartilhamento de fotos e imagens Rede que mais cresce Funcionalidades diferenciadas, como momentos diários no Instagram Stories Interação com usuários nas postagens Oportunidades para qualquer marca, com exposição pelo feed ou stories Inovações constantes e possibilidades de interação Lives TikTok + 800 milhões Vídeos rápidos Grande crescimento Vídeos com fundos musicais Conteúdos variados de modelos educacionais ao entretenimento Crescimento entre os mais jovens LinkedIn + 675 milhões Rede de profissionais Conexões profissionais Marcas utilizam como plataforma de recrutamento Influência e relevância para o mundo dos negócios Por ter vagas e carreiras, faz com que talentos sejam encontrados Centraliza os tomadores de decisões das empresas Twitter + 330 milhões Compartilhamento de opiniões Espaço para expressão pessoal e debates político-sociais Relacionamento com seguidores e conexão com o que é importante, melhorando o nível de conhecimento do cliente Pinterest + 320 milhões Plataforma de busca Ainda subestimado Mídia visual, com busca de imagens, criação e interação Possibilidade de ser encontrado com grande quantidade de buscas diárias Busca tornar-se referência e autoridade Snapchat + 229 milhões Compartilhamento de vídeos, fotos e textos que somem após 24 horas Efemeridade e interações rápidas O Instagram Stories derrubou a plataforma, usando a mesma funcionalidade desde 2016 Nicho específico: público entre 12 e 16 anos Autenticidade e vídeo ao vivo De qual rede social a empresa deve participar? Não é só porque todo mundo está na rede social que sua empresa deve estar também. Estude cada uma delas, os públicos de pertinência, e se são coerentes com o seu público para então participar. 96 Unidade II Veja os itens que devem ser observados: • Estude cada rede social. • Conheça sua imagem. — Quem é seu público? — Quais são os hábitos dele on-line? — Em quais mídias sociais ele está presente? — Como ele utiliza essas redes? • Analise sua concorrência. — Quais redes sociais estão na concorrência? — Quais atividades elas realizam ali? • Pense na logística. — Dirija seus esforços para as redes que será capaz de administrar e alimentar com atualizações e conteúdo de qualidade. • Crie conteúdos específicos. — Listas — Notícias — Quizzes. — Infográficos. — Textos debatidos na mídia. — Textos sobre personalidades famosas. Anúncios para a internet e as redes sociais Atualmente, tudo é feito de forma automatizada pelo Google e pelas redes sociais. 97 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Observe a seguir os procedimentos usados em cada um deles: • Google Ads. • Facebook Ads. • Instagram Ads. • LinkedIn Ads. • Youtube Ads. • Twitter Ads. Lembrete Um trabalho efetivo de comunicação nas redes sociais deve considerar a mensuração de comentários, avaliações, menções, chat (possíveis dúvidas de clientes), chatbots e marketing. Veja as principais métricas a serem acompanhadas: • Alcance. • Tráfego. • Engajamento. • Crescimento do canal. Existem ferramentas que fazem essa mensuração. Pesquise sobre isso para conseguir ter informações e efetividade em suas ações nas redes sociais. As próprias ferramentas do Google e das redes sociais oferecem esses números e relatórios para gerenciamento das ações na rede. Métricas de vaidade São números que deixam a empresa feliz, mas que não ajudam na tomada de decisão. Números de curtidas e seguidores podem ser altos, sem, no entanto, gerar negócios. 98 Unidade II 4.9 Planejamento e inteligência artificial Atualmente, quando queremos fazer qualquer tipo de compra, o que fazemos? Pesquisamos na internet o produto, as lojas, lemos as opiniões das pessoas que já o adquiriram. A internet passou a ser a maior fonte de informações, tanto de quem as está buscando, como de quem está vendendo os produtos. Assim, os influenciadores digitais são uma forma importante de alcançar os clientes. No início do uso dos sites, blogues e redes sociais para transmitir opiniões e expertise sobre determinado assunto, essas pessoas chegaram a atingir milhões de seguidores, o que as colocavam num patamar de celebridades, consideradas formadoras de opinião sobre o assunto de que tratavam. Passados já alguns anos desse fenômeno, cada vez mais é difícil alcançar 1 milhão de seguidores. Os pequenos públicos também são interessantes às empresas e eles são atingidos pelos microinfluenciadores, que são os youtubers, instagrammers, bloggers etc. que atingem um público bem específico e segmentado, exercendo um importante papel na decisão de compra do consumidor final das marcas. Isso acontece porque esses microinfluenciadores estão mais engajados com o seu público, estão mais próximos dessas pessoas, gerando um resultado melhor. Quanto mais focada no público-alvo e nos canais que ele utiliza, melhores serão os resultados da campanha. Para tanto, é necessário ter acesso a muitos números a respeito do comportamento do cliente, seja na internet, seja nos ambientes físicos. A comunicação feita dessa forma é personalizada, e quanto maior a personalização, mais ela será capaz de fidelizar os clientes, aumentar as vendas e alcançar os resultados esperados. A comunicação feita por meio dos influenciadores faz parte do que chamamos de marketing de influência, um mercado que obtém bons resultados e é representado por mais de 9 milhões de influenciadores. Desses, os nanoinfluenciadores – que têm entre mil e 10 mil seguidores, a maioria (62%) são mulheres, segundo levantamento da Influencity (BRAVO, 2020). Esses profissionais geram negócios diariamente para muitas empresas. Segundo os especialistas, no entanto, considerar apenas o número de inscritos ou seguidores não é uma métrica confiável para medir os resultados das campanhas. É fundamental que marcas e influenciadores não ponderem apenas os seguidores, links e comentários, mas verifiquem a relevância do conteúdo, o que deve ser feito por profissionais qualificados. Como fazer isso? Os algoritmos dos e-commerces apresentam o perfil de compra dos clientes e o perfil de comportamento do consumidor. Então, esses dados são cruzados com registros do site oferecendo os produtos mais adequados aos consumidores, o que aumenta a chance de vendas, ou de conversão, como são chamadas no ambiente da internet. Vivemos na era da inteligência artificial, da big data e do Analytics, e esses mecanismos ajudam as equipes de vendas e de marketing a encontrar os padrões de consumo dos públicos-alvo desejados. Com essas informações, as campanhas passam a ser muito mais assertivas e dirigidas ao público correto. 99 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Conheça os fatores que influenciam o comportamento do consumidor: Fatores influenciadores da opinião do consumidor Culturais Valores e percepções do meio ao qual pertence Cultura Subcultura Classes sociais Psicológicos Emoções que levam ou não à compra Crenças e atitudes Aprendizagem Motivação Percepção Sociais Grupos referenciais/ formadores de opinião Grupos formais: familiares, amigos, colegas Grupos informais: igrejas, sindicatos, partidos políticos Idade e estágio de vida Estilo de vida Ocupação Condição econômica Personalidade Pessoais Experiência vivida Figura 32 Como há muitos fatores que influenciam o comportamento do consumidor, eles precisam ser verificados por meio das pesquisas de mercado, que podem ser realizadas muito facilmente pela internet, bastando distribuir um questionário ao público-alvo. Assim, será possível saber rapidamente o que as pessoas pensam de determinado produto, ou quando compram,ou quando pretendem comprar, reunindo informações que poderão ajudar na elaboração da melhor campanha de comunicação. As informações sobre pesquisa de mercado podem ser encontradas em vasto material na internet, com resultados de pesquisas realizadas sobre o comportamento do consumidor de forma bem ampla. Lembrete Há vários modelos de planejamento de comunicação, não existe um que seja ideal. Você deverá adaptá-los para cada ferramenta de comunicação aplicada. Por exemplo, cita-se uma campanha que usará propaganda na televisão e marketing digital. Cada uma dessas ferramentas exige um planejamento específico, uma vez que os objetivos, os públicos, a mídia e a criação serão diferentes. 100 Unidade II Resumo Esta unidade apresentou todas as ferramentas de comunicação para você conhecer e aplicar em sua empresa. Foram acentuadas as vantagens de cada uma delas e as formas de uso de propaganda, promoção de venda, merchandising, patrocínio, eventos e experiências, venda pessoal, marketing direto e marketing digital. Assim, conhecemos os diversos usos e aplicações das ferramentas de comunicação, com suas particularidades e direcionamentos aos públicos-alvo específicos e, ainda, considerando os objetivos de comunicação. Na sequência, estudamos a importância do planejamento integrado da comunicação para que as companhias tenham um desempenho adequado na busca dos resultados esperados. Foram ilustradas as particularidades em alguns tipos de planejamento específicos, como em comunicação mercadológica, propaganda, promoção de vendas, marketing digital e redes sociais. Essas atividades de aplicação da comunicação são complexas e envolvem diversas áreas da empresa, principalmente, quando pensamos nas grandes empresas, que têm áreas específicas para cada tipo de atividade em comunicação. Exercícios Questão 1. A comunicação mercadológica externa pode ser feita por meio das seguintes maneiras: • Do fornecedor para a empresa (e vice-versa). • Da empresa para os clientes finais. • Da empresa para os intermediários (distribuidores). Em relação às estratégias usadas na comunicação mercadológica, analise as afirmativas a seguir. I – Na estratégia push (empurrar), os esforços de comunicação são direcionados aos distribuidores, os quais, de fato, têm contato com os consumidores. II – Na estratégia pull (puxar), os esforços de comunicação são dirigidos diretamente ao consumidor final. III – Na estratégia push-pull (empurrar-puxar), há estímulo preponderante dos canais de venda em detrimento dos consumidores finais. 101 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL É correto apenas o que se afirma em: A) I. B) III. C) I e II. D) II e III. E) Todas as afirmativas são corretas. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: a estratégia push (empurrar) tem como característica o direcionamento dos esforços de comunicação aos distribuidores, que realmente travam contato com os consumidores. Um exemplo do uso de tal estratégia é o caso de distribuidores de combustíveis, em que (quase) não há comunicações dirigidas ao público final para esse tipo de produto. II – Afirmativa correta. Justificativa: a estratégia pull (puxar) tem como característica o direcionamento dos esforços de comunicação diretamente ao consumidor final. Um exemplo do uso de tal estratégia está na maioria das campanhas de comunicação. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: na estratégia push-pull (empurrar-puxar), há estímulo tanto dos canais de venda quanto dos consumidores finais. Questão 2. (Enade 2015, adaptada) A comunicação organizacional é um sistema articulado que tem início em um objetivo bem formulado, que permita que o processo siga seu fluxo, tornando-se parte do sistema organizacional. A situação-problema descrita a seguir exemplifica essa afirmativa. Em uma reunião de planejamento de uma empresa, ficou decidido que os projetos estratégicos seriam implementados de acordo com cronograma elaborado com os executivos das outras áreas da empresa. Essa demanda foi registrada em um instrumento formal e enviada aos setores responsáveis por divulgar a decisão. Contudo, dois meses após a reunião, um projeto estratégico que tinha previsão de implantação para o mês 10 foi implementado no mês 8, o que consumiu parte do orçamento previsto para outro projeto estratégico. 102 Unidade II Considerando o conjunto de informações apresentadas na situação-problema, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas. I – A antecipação de implementação do projeto estratégico pode ter sido resultado de falha no sistema de comunicação organizacional. PORQUE II – Um ruído na comunicação organizacional pode desarticular receptor e emissor, prejudicando a mensagem enviada e colocando em risco a estratégia estabelecida pela organização. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II não é uma justificativa correta da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. Resposta correta: alternativa A. Análise das asserções I – Asserção correta. Justificativa: se houve antecipação na implementação do projeto, o cronograma estabelecido com os executivos das outras áreas da empresa não foi respeitado. Isso pode ser resultado de falha no fluxo de informações pela organização. II – Asserção correta. Justificativa: o ruído, em uma comunicação empresarial, é um distúrbio indesejável que altera o objetivo final da comunicação. Se existe alteração na comunicação, com certeza existirá efeito sobre ela, e isso pode comprometer a estratégia estabelecida pela organização. Relação entre as asserções: considerando que o ruído altera a comunicação e que houve falha na comunicação, as duas afirmativas são corretas e a segunda justifica a primeira. 103 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Unidade III 5 A COMUNICAÇÃO INTERNA Os funcionários podem ficar bastante frustrados ao tomarem conhecimento de fatos que se relacionam à organização por meio do público externo, pelos clientes ou pelos meios de comunicação de massa. Matos (2004) exemplifica a decepção proporcionada ao funcionário que lê o jornal e se depara com uma notícia sobre a empresa, falando de uma crise, ou de uma fusão, por exemplo. Segundo Pimenta (2015), a comunicação interna serve para comunicar/tornar comum a todas as pessoas, de todos os escalões, quais os planos, metas e objetivos da entidade; envolver os funcionários para que contribuam no cumprimento desses objetivos; interação e integração das pessoas, departamentos e áreas para concretizar esses alvos. Para estabelecer um processo de comunicação interna transparente, ágil e participativo, é preciso: • Identificar o perfil do público interno. • Construir uma rede de canais que garantam a eficiência da comunicação. • Definir mensagens-chave e posicionamentos da empresa. • Formalizar mecanismos e práticas de feedback. A adoção de práticas em comunicação interna integrando a comunicação empresarial tem mostrado que melhora muito a relação com os públicos de interesse. Hoje o funcionário é parceiro, não mais empregado. Os funcionários devem ser motivados por meio da comunicação interna, meio pelo qual se desenvolvem valores e técnicas. Pimenta (2015, p. 100) explica que valores como responsabilidade, compromisso, cooperação, solidariedade e dedicação são vitais para o trabalho em equipe. Já as técnicas são formas de comunicação que possibilitam às equipes operacionalizarem melhor seus procedimentos, por exemplo, por meio dos grupos de trabalho, reuniões estruturadas para criar, avaliar e controlar novos procedimentos e métodos de trabalho. Matos (2004) acentua ainda que a comunicação é um fator humanizadorpara o relacionamento entre a empresa e os colaboradores, uma vez que os funcionários é que vão fazer as mudanças necessárias para a atuação em ambiente globalizado, adotando posturas diferenciadas no atendimento ao cliente. 104 Unidade III Figura 33 – O foco da comunicação interna são os funcionários 5.1 Fatores que influenciam a comunicação interna nas organizações A comunicação empresarial integra todos os meios, formatos e públicos para que a instituição atinja seus objetivos e construa uma imagem favorável. Os fatores acentuados a seguir influenciam a comunicação eficaz no nível empresarial: estrutura da organização, canais formais e informais, autoridade, especialização do trabalho, propriedade da informação e sobrecarga de informação. Vamos conhecer o assunto. Estrutura da organização Muitas vezes a estrutura da empresa e seus canais formais de comunicação não permitem o fluxo livre e contínuo da comunicação nos diversos níveis, ou não atingem todos os lugares, por causa do tamanho da entidade e da distância entre as unidades, como filiais, lojas e outros. Quanto mais níveis e departamentos, maior é a possibilidade de a mensagem ser modificada, atuando como um filtro, acrescentando ou retirando partes do conteúdo da mensagem. Autoridade da administração Apesar de inerente às organizações, a presença da autoridade sempre inibe comunicações livres e abertas. Por outro lado, os subordinados adotam posturas favoráveis em relação à autoridade, evitando expressar problemas, desacordos e comunicações informais. A estrutura de autoridade também deve respeitar a hierarquia da empresa, para que se faça no nível adequado e seja clara sobre quem se comunica com quem. Especialização do trabalho As diversas divisões, departamentos e áreas dificultam a movimentação fluida da comunicação, pois dividem a empresa em grupos de interesses, atitudes e vocabulário próprios. Imagine o pessoal da área financeira falando em sua lógica e linguajar característico com as pessoas do marketing da empresa. Seria uma confusão só! 105 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Propriedade da informação O ato de dividir a informação com os outros membros da instituição é uma dificuldade, pois quem tem informação tem poder, diz um ditado popular. Por isso, encontrar formas de organizar a informação é imprescindível, e os processos de gestão do conhecimento nas empresas estão em voga. A empresa não pode ficar à mercê de determinado funcionário “dono” de uma área e que conhece todos os processos e ninguém mais tem acesso a eles. Sobrecarga de informações Algumas entidades padecem desse mal quando se percebe que a quantidade de informação é mais importante do que a qualidade. Esse excesso pode levar à paralisação do funcionário, por não ter condições de selecioná-las e analisá-las corretamente nem saber qual o seu comportamento e atividade a ser realizada, qual sua prioridade. 5.2 Fluxos da comunicação Matos (2004) acentua que a comunicação interna pode ter um fluxo descendente, ascendente, horizontal e transversal (entre pares), conforme mostra a figura a seguir. Descendentes ou up down Da alta direção para os funcionários Ascendentes ou top down Dos funcionários para a alta direção Horizontais/ transversais Entre os funcionários/ departamentos Figura 34 • Direção vertical: — Fluxo descendente ou up down: instruções, diretivas, procedimentos e metas saem dos cargos de níveis hierárquicos mais altos para os de níveis mais baixos. É também chamado de centrífuga quando a empresa tem muitos órgãos e departamentos, que dá a ideia para baixo e para fora. Quanto maior o espaço que a entidade pretende atingir, mais pode sofrer perda de informações e a ação dos ruídos. — Fluxo ascendente ou top down: anseios, expectativas, resultados e sugestões saem dos cargos inferiores para os superiores. A comunicação é feita das bases para a alta direção. A tendência é que os funcionários somente informem o que acreditam que seus superiores desejam saber. 106 Unidade III • Direção horizontal e transversal: — Fluxo lateral: inclui os dois tipos citados e permite a circulação da informação entre os funcionários ou grupos de um mesmo nível hierárquico e o melhor entrosamento entre os níveis hierárquicos. A dificuldade é se algum grupo retiver informações importantes para controlar outros. 5.3 Rede formal e rede informal As mensagens são transmitidas dentro da empresa pelas redes, que podem ser formais e informais. Nas primeiras, circulam as mensagens oficiais e legitimadas pela estrutura da empresa, utilizando os canais (veículos) formais, conforme serão expostos adiante. Os canais formais também apresentam problemas na comunicação de cima para baixo: as informações podem ser filtradas, modificadas ou interrompidas, em algum escalão, como o gerencial, a coordenação ou a supervisão. Os superiores só passam aquilo que é relevante aos subordinados. Na comunicação de baixo para cima, acontece a mesma coisa por razões diferentes. Os gerentes médios não comunicam os dados irrelevantes (em especial aqueles que vão de encontro aos seus interesses) aos superiores para evitar que estes fiquem sobrecarregados com informações desnecessárias. Os canais formais também podem inibir o fluxo livre de informações entre os diversos níveis da organização. Quando os canais formais não conseguem manter a comunicação fluente e permeando todos os níveis organizacionais, da direção ao cargo mais baixo da empresa, aparecem os canais informais. A rede de boatos é um tipo de comunicação informal e são os vários caminhos pelos quais as comunicações informais atravessam uma instituição. Os boatos sempre começam com índices, algo que sugere alguma situação, como o cheiro de fumaça a indicar que alguém estava fumando por ali, ou quando vemos nuvens escuras no céu e sabemos que há a possibilidade de chuva. Nas empresas, alguns índices podem dar início aos boatos, por exemplo, compra de novos equipamentos e transferência de funcionários, ou fatos, como declarações da diretoria, circulares, notícias veiculadas na mídia, entre outros. A capacidade de multiplicação dos boatos faz com que eles saiam do controle e da parte interna da empresa, passando a atuar em outros ambientes, como as casas dos funcionários, outras entidades e o mercado. Esses fatores tornaram-se ainda mais preocupantes após a internet, que permite a disseminação de ideias em segundos por meio de e-mails e pelas redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram e outras). Nas redes informais, conhecidas como rádio peão ou rádio corredor, veiculam-se todas as mensagens inadequadas para circulação nas redes formais. Nem toda comunicação informal é rádio peão. Uma conversa entre o chefe e o subordinado é uma comunicação informal, mas não necessariamente para disseminar boatos. 107 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A comunicação deve respeitar o nível hierárquico da empresa, isto é, quem se comunicará com quem, e dita o fluxo da comunicação que determina o caminho da mensagem, desde o emissor até o receptor, na direção vertical ou horizontal. A comunicação empresarial é a responsável pela imagem da organização perante seu público interno e externo. Mas como evitar a criação e disseminação dos boatos? É importante que a entidade tenha canais para ouvir os funcionários, o que permite monitorar o clima organizacional e antecipar possíveis problemas. Os colaboradores devem ser orientados e sensibilizados quanto às mais diversas situações da empresa. Deve-se primar ainda por canais de comunicação que atendam às necessidades de informação do público interno. O planejamento deve prever campanhas que busquem alcançar os objetivos traçados para a área. Procurar desenvolver as habilidades de comunicação dos funcionários também ajuda a manter boas comunicações na empresa. Você deve ter observado que a comunicação interna deve trabalhar em conjunto com a área de Recursos Humanos, pois muitas ações de melhoria em comunicação internadependem de treinamento dos funcionários. 5.4 Canais ou veículos de comunicação interna Segundo Chinen (2010), entre os canais de propagação de conhecimento interno estão a intranet, que é utilizada para comunicação rápida e objetiva. A revista e o jornal também integram as unidades e contribuem para o desenvolvimento profissional, além de agregar as famílias dos funcionários, o que é muito bom para causar motivação nesse público. O autor ainda refere-se às reuniões gerenciais, por videoconferência ou presenciais, que facilitam a distribuição das informações gerenciais, os resultados, e a integração dos diversos setores para trabalhar com os mesmos objetivos. Quadros de avisos podem agregar informações gerais e devem ser atualizados constantemente (CHINEN, 2010). A comunicação interna busca elevar o espírito de solidariedade, estimulando companheirismo, dedicação e motivação. Os canais são os recursos ou instrumentos usados para comunicação na empresa e podem ser realizados de forma oral, escrita ou gestual. Acentuamos a seguir os mais utilizados: Figura 35 – As reuniões presenciais de trabalho podem acontecer nos mais variados locais, por exemplo, enquanto se espera pelo cliente 108 Unidade III Quadro 8 Comunicação não verbal Gestual, comportamental, olhar, expressões faciais, riso e sorriso, aparência, postura, distância, pontualidade, velocidade da fala, dicção, entonação de voz e ênfase; avisos sonoros e campainhas; cartão de ponto; comunicação visual, o leiaute, o ambiente e a decoração, cores, sinalização interna e a identidade visual, telefone muito baixo ou muito alto; uniformes e vestuário (camisas, bottons e bonés); toque; orientação e proximidade; paralinguagem (qualquer som ou qualidade de voz que acompanha a fala e revela a situação em que o falante se encontra (se ele está bem, mal, alegre, triste, cansado etc.) Recursos visuais Escritos: instruções e ordens escritas, circulares, cartas pessoais, manuais, quadro de avisos, jornais, murais, boletins informativos internos e externos (newsletters), panfletos, jornais e revistas, relatórios de atividades, formulários, fax, e-mails, internet/intranet, bilhetes e lembretes, avisos internos, declaração de missão, visão e valores, manuais internos, cartas, ofícios e memorandos, avisos e placas, jornal interno, caixas de sugestões e cartazes Pictográficos: pinturas, fotografias, desenhos, diagramas e mapas Escritos pictográficos: cartazes, filmes mudos com legenda, gráficos, diplomas e certificados Simbólicos: luzes, bandeiras, flâmulas e insígnias Recursos auditivos diretos Sistemas de rádio, avisos sonoros, telefones, intercomunicadores automáticos e autofalantes Conversas, entrevistas, reuniões e conferências Recursos auditivos simbólicos Sirenes, apitos e buzinas, sinos e outros sinais Recursos audiovisuais Televisões internas, telões e projeções multimídias e via internet, filmes, demonstrações; vídeos, videoconferências, teleconferências Adaptado de: Torquato (1996, p. 65). É bom lembrar que quase todos os meios apontados no quadro anterior também existem no formato digital, como os informativos, as conversas e os e-mails. Podemos acrescentar toda a gama de comunicações na rede, como o site, as trocas de mensagens eletrônicas, os filmes e vídeos disponibilizados no site e as imagens. Temos ainda as comunicações realizadas por meio dos aplicativos de comunicação, como o WhatsApp e os aplicativos próprios das empresas. Vamos conhecer algumas ferramentas mais utilizadas em comunicação interna. Intranet Uma rede exclusiva só para os funcionários na qual é possível apresentar as novidades, os novos produtos, oferecer treinamentos. A intranet mantém uma uniformização das informações dirigidas aos funcionários. Rede social corporativa No mesmo formato das redes sociais tradicionais, a rede social corporativa se apresenta como uma intranet avançada, engajando os funcionários. É uma ferramenta de baixo custo e que fica hospedada em nuvem. As redes sociais mais tradicionais já oferecem suas versões para serem utilizadas como rede social empresarial. 109 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Mural O mural é uma comunicação visual e rápida, que precisa estar visível e ser atualizada constantemente, devendo ocupar um lugar de destaque no qual as pessoas passam por alguma razão. Geralmente, as empresas o mantém na área de cafezinho. TV corporativa Uma espécie de mural digital, ela deve estar em ambiente de passagem, de preferência em vários locais, para que todos os setores possam visualizar as informações. Esse veículo representa um investimento maior, mas é uma excelente opção para as empresas que primam pelo visual. E-mail O mais antigo dos meios tecnológicos, serve para informar imprevistos, novidades, agendamentos de reuniões, pois os funcionários costumam estar conectados em sua caixa de e-mails. Newsletter A newsletter tem substituído os antigos jornais internos e pode ser impressa ou digital, dependendo do orçamento e do perfil das pessoas e da empresa. Nela devem ser veiculados um resumo de informações e notícias úteis para os funcionários. Como nos jornais, importa a periodicidade e de quanto em quanto tempo ela será distribuída. Manual do colaborador Uma espécie de guia rápido para os novos funcionários, com detalhes sobre os benefícios que receberão, o funcionamento e as práticas adotadas na empresa. Caixa de sugestões Especial para as pessoas que não gostam de se expor e preferem colocar suas ideias por escrito, mantendo o anonimato. Reuniões Realizadas de forma presencial ou on-line, as reuniões pessoais podem acontecer em ocasiões especiais e para alinhar equipes, fazer planejamentos e definir metas. Videoconferência Semelhante às reuniões, aproxima líderes que não ficam na mesma planta dos subordinados para conversar sobre pontos importantes e alinhamentos pessoais. 110 Unidade III Observação House organs são veículos de comunicação dirigidos ao público interno, como os jornais para funcionários, revistas que chegam às casas deles para serem compartilhadas com a família, bem como as newsletters e os informativos. Figura 36 – Comunicação verbal e não verbal, como nas placas de trânsito e de sinalização interna nas empresas Assim, superar as barreiras organizacionais à comunicação deve ser uma busca constante. Para isso, os aspectos relevantes devem ser explícitos do modo mais claro possível para obter uma comunicação mais eficaz e significativa. As fontes de informação também devem ser claras e prover informações completas aos receptores. É importante pensar o ambiente físico de forma a reduzir as divisões entre as pessoas para melhorar a interação e a circulação da informação, sem descuidar da privacidade. 5.5 Endomarketing Mais do que apenas comunicação interna, o endomarketing surgiu para motivar o público interno. Ele é formado a partir de ações de marketing voltadas para melhorar a satisfação e a ligação com o público interno. Para que a entidade tenha sucesso, é vital ter funcionários motivados com os objetivos empresariais e engajados neles. Por exemplo, se haverá o lançamento de um novo produto, é importante que os colaboradores o conheçam antes do público em geral. Como nos sentiríamos sabendo pelos outros (mídia) o que está havendo no local em que trabalhamos? Com tal configuração, o endomarketing almeja atender melhor os clientes externos. Esse programa é apontado por especialistas da administração moderna como um dos principais diferenciais competitivos que transformam os colaboradores nos principais criadores da imagem institucional das organizações. 111 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Para motivar os funcionários, é recomendável, na visão de Pimenta (2015, p. 125): • Ouvi-los e, a partir de suas sugestões, criar formas de integração. • Retribuir seu empenho com o que for possível (melhor remuneração ou brindes). • Suprir suas necessidades físicas e psicológicas. • Respeitar a sua personalidade e seu humor.• Proporcionar segurança no ambiente de trabalho. Claro que detalhar cada uma dessas atividades geraria uma unidade inteira para este livro-texto, que não tem o objetivo de esgotar esse tema. Assim, é importante que as empresas trabalhem nesse engajamento do público interno, para que todos consigam fazer parte da identidade cultural da empresa e participem das mudanças estruturais, estratégias, decisões, enfim, da condução das diretrizes organizacionais da entidade em que trabalham. Os funcionários sentem-se participantes daquele todo e empenham-se em conseguir resultados cada vez melhores, porque se sentem reconhecidos e encorajados. Algumas ações de endomarketing adotadas pelas empresas são as palestras motivacionais, café da manhã com o presidente, eventos e ações de incentivo para área de vendas, de atendimento, entre outras. Especialistas asseguram que as ações de endomarketing não podem ser esporádicas e pontuais, devem fazer parte de um planejamento maior. A maioria dos programas de endomarketing têm buscado contemplar ações de qualidade de vida e focadas no bem-estar dos funcionários, o que vai ajudar na melhora da produção e na capacidade intelectual das equipes. A 3M do Brasil valoriza e investe em endomarketing. Em seus informativos internos, os funcionários são o centro das atenções, consolidando uma metodologia de comunicação, nascida na empresa há cerca de 30 anos e que hoje se tornou disciplina dos cursos de Administração de Empresas. Na Fiat, o endomarketing faz parte da vida não só do funcionário, como de sua família também. A montadora oferece festas de debutantes para as filhas de seus colaboradores e festas para aniversários de casamento. Além disso, a empresa oferece test-drive aos funcionários. Afinal, o colaborador é o primeiro cliente da montadora (TERRA, 2008). Na Toyota, os novos funcionários passam por um treinamento de cinco meses para entender como é feita a produção dos carros, quais as necessidades e dificuldades acentuadas pelos clientes nas concessionárias e ainda para aprender sobre a cultura Toyota. Após esse período, são considerados aptos e podem apresentar ideias para melhorias no dia a dia da empresa. Assim, a equipe se sente mais útil, aumentando o seu empenho. Constantemente os funcionários recebem capacitações e palestras motivacionais. 112 Unidade III Exemplo de aplicação Esse assunto é bem interessante. Pesquise na internet ações de endomarketing em outras empresas. Você vai descobrir um mundo de possibilidades que podem ajudar a motivar os funcionários e elevar os resultados da companhia. A entidade na qual você trabalha desenvolve programas de endomarketing? De qual tipo? Você acredita que essas ações deixam os funcionários mais motivados? Você se sente motivado por elas? Lembrete Matos (2004, p. 127) explica que os especialistas da administração apontam o endomarketing como “um diferencial competitivo para transformar os funcionários da empresa nos principais criadores da imagem institucional”. 5.6 Planejamento de comunicação interna A comunicação interna tem efeitos diretos na produtividade e na colaboração dos funcionários e não pode ser negligenciada. Em seu planejamento, devemos atuar da mesma forma do que tratamos na comunicação externa. Análise da situação atual Primeiro, devemos analisar o estágio atual da empresa quanto à comunicação e levantar os meios utilizados para realizar ações para o público interno durante o ano e mensurar o que mais atraiu e trouxe resultados positivos, quais entregaram mensagens com menos ruídos e quais formatos chamaram a atenção. É preciso verificar se houve conflitos internos por causa da comunicação entre colaboradores e áreas diferentes. Identificar as falhas Houve falhas? Se sim, é necessário rever os meios utilizados e buscar qual a melhor maneira para reverter essa situação. Se for um mural, por que será que as pessoas não estão lendo? O local que ele está é de passagem das pessoas? A linguagem está acessível a todos, o material também? Faça isso com todos os meios utilizados. 113 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Conhecer o público A premissa para qualquer tipo de comunicação é o público ao qual se destina. Assim, conhecer o público com quem está falando é fundamental, mesmo quando estamos tratando de funcionários de uma empresa. Assim como no marketing temos as personas para definir o público-alvo, é interessante criar as personas dos colaboradores que recebem as mensagens internas. Analisar os perfis dos colaboradores e conhecer seu comportamento de consumo ajudará a escolher melhor os meios a serem aplicados. Se seu público não é de muita leitura, não adianta comunicar algo por meio de textos enormes. A busca pela percepção da cultura e da empresa pelos funcionários também é importante. Faça pesquisas para buscar essas informações. Alinhar os objetivos Após fazer o levantamento sobre as ações do ano anterior e saber com quem deseja se comunicar, tudo precisará estar alinhado ao objetivo para as comunicações internas. • O que se espera alcançar com ela? • Engajamento dos colaboradores? • Deixá-los alinhados com a cultura da empresa? • Manter o pessoal informado sobre os acontecimentos da empresa? • Reduzir retrabalhos? Aumento de produtividade? Para sabermos onde queremos chegar, é vital ter objetivos claros e definidos, esse é o primeiro passo. Assim, será possível traçar o caminho a ser trilhado para chegar lá, ou seja, propor as ações adequadas para alcançá-los. Verifique se os meios escolhidos estão coerentes para alcançar esses objetivos! Planos de ação Depois dos objetivos, podemos criar as ações específicas para impactar o público interno durante o próximo ano. As ações devem ser realistas para que as pessoas se sintam motivadas com o que está sendo proposto, e não chateadas. Lembre-se de que tudo deverá ter um prazo determinado e também um indicador que mostre que a ação foi concluída. E não se esqueça de mensurar os resultados. Apresentamos a seguir dois modelos do plano de ação, na horizontal e na vertical. Existe uma infinidade de modelos a serem utilizados. Escolha um que atenda a sua necessidade. 114 Unidade III Quadro 9 Plano de ação Meta: sensibilizar 40% do pessoal para o trabalho voluntário até dezembro/ano X O que fazer Por que Quem fará Como fará Onde Prazo Indicador Status Definir instituição Escolher uma entidade para o trabalho voluntário Joana Palestra Reuniões Cadastramento Unidades de serviço Novembro Entidade escolhida Fazer Plano de ação Meta: sensibilizar 40% do pessoal para o trabalho voluntário até dezembro/ano X O que Escolher uma entidade para o trabalho voluntário Por que Joana Quem Palestras, reuniões, cadastramento Onde Unidades de serviço Prazo Novembro/ano Indicador Entidade escolhida Status Fazer Cronograma Deve-se montar um cronograma viável para todas as ações e acompanhar o seu desenvolvimento. Vá realinhando conforme necessário, tendo como base o prazo final. Envolva todos os participantes para que todos assumam responsabilidades no cumprimento das metas. Selecione os indicadores Crie ou utilize indicadores existentes na empresa para confirmar se a ação foi realizada ou não, principalmente, se houve eficácia na ação. Essa fase é muito importante para verificar se ação será executada no tempo previsto a tempo de corrigir o rumo das atividades, se necessário. Podem ser utilizadas pesquisas internas, com formulários, redes sociais, softwares e outros. Use indicadores que façam sentido para a sua empresa e seu caso específico. Saiba mais Apesar de parecer complexo, nem sempre o resultado é algo tão complexo assim. Observe que o resultado foi um documento bem simples, mas com todas as fases que apresentamos. Conheça ao planejamento estudado para uma empresa consultando a seguinte referência: PEREIRA, E.; CASTRO, V. Proposta: plano de comunicação interna. São Paulo: USP, 2009. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4460075/mod_resource/content/1/Proposta_Comunicacao_Interna.pdf. Acesso em: 28 out. 2020. 115 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 5.7 Comunicação administrativa Além da comunicação institucional e interna, de que tratamos anteriormente, as empresas precisam ter qualidade nas comunicações do dia a dia. A comunicação administrativa trata das estratégias e dos meios de comunicação a serviço das atividades de gestão da entidade e utiliza instrumentos formais e informais. Na definição dessa estratégia, a organização deve focar nos seguintes aspectos: • O objetivo e o destinatário da comunicação. • Na linguagem e nos meios mais adequados. • O tempo certo de comunicar. 5.8 Veículos de redação administrativa Para cada necessidade, objetivo ou situação, há um veículo de comunicação adequado. As redações administrativas mais comuns, segundo Pimenta (2015), são: Procuração Documento pelo qual uma pessoa confere poderes legais a outra para tratar de negócios ou agir em seu nome. Notificação Documento por meio do qual se informa o destinatário, pessoa física ou jurídica, sobre procedimentos a serem tomados pelo interessado, ou medidas que serão tomadas pelo remetente. Ata Documento de registro do desenvolvimento de uma reunião, assembleia ou sessão. Deve ser escrita com clareza, resumidamente. Os numerais (datas, entre outros) devem ser grafados por extenso. Boletim Texto produzido para informação interna ou externa. Em geral, é composto de resultados de pesquisa ou resumo de algum evento importante. Manual Texto didático, para ser utilizado por várias pessoas, que apresenta informações e orientações em linguagem técnica. 116 Unidade III Jornais e revistas Esses veículos têm sido substituídos por suas versões on-line e são cada vez mais raros no papel. Devem seguir o mesmo formato, linguagem e qualidade técnica dos jornais e revistas em circulação, tratando de assuntos de interesse interno e externo à empresa. Saiba mais O livro a seguir apresenta diversos modelos da redação administrativa. FRANÇA, A. S. Comunicação escrita nas empresas: teorias e práticas. São Paulo: Atlas, 2013. E-mail ou correio eletrônico – mensagens instantâneas e posts Recurso que permite a troca de mensagens e arquivos digitais de forma rápida e versátil por meio da internet. Um dos meios que têm substituído algumas formas tradicionais de comunicação, intensamente usado nas empresas. Neste item, o assunto do e-mail é o que tem mais importância, pois determinará a abertura ou não do documento para leitura. Dada a facilidade de exclusão, é preciso pensar direito num bom título para os e-mails profissionais. Trata-se de correspondência utilizada para as mais diversas finalidades, como assuntos gerais com variadas instituições, solicitar ou agradecer colaboração, justificar atos ou atitudes, homenagear, censurar e advertir, entre outros. As cartas de apresentações, também utilizadas mais por meios digitais, podem ter vários motivos, como apresentar produtos, pessoas, empresas. Muito comum é a carta de apresentação enviada junto com o currículo para que a empresa conheça um pouco mais sobre a pessoa. É preciso estar atento. Se nosso público ainda utiliza e gosta das cartas convencionais em papel, nós devemos assim nos comunicar com ele, pois demonstra respeito e nos mantêm sempre perto do cliente. Dicas para escrever cartas e e-mails com objetividade: a) utilizar preferencialmente a ordem direta ou lógica (sujeito, verbo complementos); às vezes, essa ordem precisa ser alterada em benefício da própria clareza; b) usar as palavras e as expressões em seu sentido mais comum; c) evitar períodos com negativas múltiplas; 117 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL d) transformar as orações negativas em positivas, sempre que possível; e) buscar a uniformidade do tempo verbal em todo o texto; f) escolher com cuidado o vocabulário, evitando o jargão técnico; g) evitar neologismos (palavras, frases ou expressões novas, ou palavras antigas com sentidos novos), preciosismos (delicadeza ou sutileza excessiva no escrever) e regionalismos; h) utilizar palavras ou expressões de língua estrangeira somente quando indispensável (PIAUÍ, 2006, p. 9-10). 5.9 Boas práticas no uso da internet na empresa As boas práticas no uso da internet, bem como do e-mail, têm sido assunto recorrente quando se pretende analisar o que é correto ou não no uso do endereço eletrônico profissional. Conforme estudiosos da área, apesar dos benefícios obtidos por meio da internet, as empresas podem sofrer problemas judiciais que podem ser trazidos pelos funcionários, tais como: spam enviados utilizando o e-mail da empresa (e-mail corporativo), deixando assim a empresa responsável pelo envio do e-mail, instalação de software pirata e até a falta de ética do funcionário em transferir informações da empresa a terceiros. Segundo os autores, outro problema é a queda da produtividade dos funcionários com as funções que exercem. Por exemplo, eles citam: contatos nos programas de mensagens instantâneas de amigos e parentes, acesso a sites que não fazem parte do ramo de atividade da empresa ou como o setor que o funcionário trabalha. A conclusão dos autores leva em consideração a importância de as empresas terem políticas claras de acesso à internet e a necessidade de que as restrições englobem tanto sites de provedores de e-mails gratuitos e particulares quanto o acesso a sites que fujam do âmbito do trabalho, pois, embora ainda não haja leis específicas, a justiça já reconhece como legal este tipo de conduta. Figura 37 – As pesquisas na internet são muito fáceis, porém precisam ser feitas com cuidado para evitar que um conteúdo sem fonte seja utilizado 118 Unidade III 5.10 Correspondência com órgãos oficiais As correspondências com órgãos oficiais seguem normas estritas e a maioria deles têm um manual específico para a escrita. Por muito tempo esse tipo de comunicação foi considerado truncado e com teor rebuscado. Há uma busca pela simplificação que se reflete também nesses manuais. Por exemplo, ainda existe a formalidade nos pronomes de tratamento. Requerimento Documento que serve para fazer solicitações a uma autoridade e é também chamado de petição. Ofício Comunicação oficial expedida por autoridades da administração pública e dirigida a particulares, quase sempre em resposta aos requerimentos. Edital Os editais empresariais mais frequentes são para a escolha de empresas fornecedoras de produtos diversos, assembleia geral e inscrição para concursos. As licitações para tomada de preços, escolha de empresas para realização de obras por órgãos do governo são feitas por editais também. 5.11 Pronomes de tratamento Há formas adequadas de tratamento para a comunicação com órgãos oficiais. Como se trata de um tema muito específico, sugerimos que você consulte documentos dos órgãos para conhecê-las, pois não serão objeto desse material. Apenas para exemplificar, o Presidente da República e Vice-Presidente da República devem ser tratados como Vossa Excelência. O vocativo a ser usado para esses representantes é Excelentíssimo Senhor Presidente da República. Os outros membros do Poder Executivo, como os ministros de Estado, Secretário-Geral da Presidência da República e outros são chamados de Vossa Excelência também, mas o vocativo para eles é apenas “Senhor Ministro das Relações Exteriores”, “Senhor Ministro do Meio Ambiente”. Saiba mais Há manuais em quase todos os órgãos federais, estaduais e municipais. Se você precisa utilizar esse tipo de comunicação, consulte-os antes. Conheça alguns deles: BRASIL. Presidência da República. Manual de Redação da Presidência da República. Brasília, 2018. Disponível em: http://www4.planalto.gov. br/centrodeestudos/assuntos/manual-de-redacao-da-presidencia-da- republica/manual-de-redacao.pdf. Acesso em: 26 out. 2020. 119 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE (FUNASA). Manual de redação de correspondência e atos oficiais da Fundação Nacional de Saúde.139 6.12 Texto injuntivo ..................................................................................................................................140 6.13 Texto expositivo ................................................................................................................................142 6.14 Texto dissertativo .............................................................................................................................142 6.15 Texto acadêmico ..............................................................................................................................144 6.16 Referências .........................................................................................................................................145 6.17 Conteúdo da internet ....................................................................................................................146 6.18 Resumo ................................................................................................................................................147 6.19 Resenhas críticas e os trabalhos acadêmicos .......................................................................150 6.19.1 Resenhas de filmes ........................................................................................................................... 150 Unidade IV 7 COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL E AS APRESENTAÇÕES PROFISSIONAIS ...............................155 7.1 Falar bem em público .......................................................................................................................155 7.2 Apresentações pessoais profissionais .........................................................................................155 7.3 Quais recursos de apoio serão utilizados? ...............................................................................158 7.4 Sugestões para organizar a apresentação ...............................................................................160 7.4.1 Começando a desenvolver o assunto .......................................................................................... 160 7.4.2 Postura e movimentação .................................................................................................................. 162 7.4.3 Contato visual e voz ........................................................................................................................... 163 7.4.4 Vícios de linguagem e artifícios da fala ..................................................................................... 166 7.5 Na hora da apresentação ................................................................................................................167 7.6 Debates ...................................................................................................................................................170 7.7 Exercícios de dicção para melhorar a voz ................................................................................172 8 INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE ......................................................................................................................174 8.1 Metodologias ágeis ............................................................................................................................175 8.2 Lean ..........................................................................................................................................................176 8.3 Kanban ....................................................................................................................................................176 8.4 Metas Smart .........................................................................................................................................177 8.5 Design Thinking ...................................................................................................................................178 8.6 Scrum ......................................................................................................................................................179 8.7 Design Sprint ........................................................................................................................................179 8.8 Modelos de aplicação das metodologias ágeis ......................................................................181 9 APRESENTAÇÃO A comunicação representa uma espécie de gargalo nas companhias atualmente. Nunca tivemos tantos meios de comunicação à disposição, tantas e tão rápidas formas para chegar às pessoas com as informações necessárias. Todavia, nunca foi tão difícil fazer com que a notícia chegue intacta, sem deformações, aonde precise chegar, na hora exata e com o tom necessário. Comunicação empresarial é algo essencial em todos os cursos superiores e traz um amplo panorama sobre como se comunicar melhor, escrevendo, falando e atuando em uma empresa. Assim, aprender sobre as ferramentas de comunicação torna-se imprescindível, afinal, o mundo é dominado por internet e redes sociais. Esta disciplina tem como objetivos principais expandir a capacidade de leitura e interpretação de textos técnicos e teóricos, consolidar a habilidade de julgamento e crítica para elaborar textos técnicos e acadêmicos, bem como aprimorar sua aptidão em comunicação verbal e não verbal tanto no relacionamento humano como no empresarial. O conteúdo deste livro-texto traz discussões e conceitos inerentes ao processo comunicativo do mundo empresarial, considerando as peculiaridades da língua portuguesa quanto à construção, à análise de textos e ao desenvolvimento da habilidade comunicativa dos indivíduos nas organizações. Após estudar os conceitos abordados nesta disciplina, você poderá avaliar os diversos usos da comunicação na empresa: administrativa, mercadológica interna e institucional, bem como atuar com criatividade e inovação em suas atividades pessoais e profissionais. Espera-se que você desenvolva capacidade reflexiva para atuar em um mercado competitivo e dinâmico, caracterizado por mudanças rápidas e vertiginosas. INTRODUÇÃO Os objetivos desta disciplina envolvem um vasto campo de estudos, como comunicação interna, externa ou mercadológica, institucional e administrativa. Inicialmente, vamos conhecer os principais elementos da comunicação e seu processo. Na comunicação institucional, estudaremos como criar e manter uma reputação positiva da empresa, bem como o desafio do atendimento a clientes e como contornar suas reclamações. Serão abordadas as ferramentas de comunicação mercadológica para que a empresa possa mostrar seus produtos e serviços da melhor maneira, bem como a forma para gerenciar as ações de comunicação, por meio do planejamento integrado de comunicação e de comunicação externa. Nesse contexto, ganharão destaque temas como propaganda, promoção de vendas, marketing digital e redes sociais. Em seguida, será apresentada a comunicação interna, na qual estudaremos os caminhos da informação dentro da organização e a comunicação do dia a dia empresarial, por meio da redação 10 comercial ou administrativa. Ainda serão acentuadas as funções da linguagem e a importância de sua adequada aplicação nos textos empresariais. Serão tratados temas como descrição, narração, dissertação, textos acadêmicos e resumos, bem como as melhores dicas para escrever melhor. Também serão ilustradas as artimanhas para fazer excelentes apresentações orais, profissionais e pessoais, com dicas para preparar a exposição e de como se comportar diante da plateia. Para enriquecer o conteúdo, será apresentada uma gama de metodologias ágeis para aplicar nas diversas áreas de gestão, incluindo a comunicação, para atuar com criatividade e espírito inovador em sua vida pessoal e profissional. Trata-se de assunto instigante, com rico conteúdo e informações que levarão você a conhecer as ferramentas de comunicação para o seu trabalho e para sua vida pessoal. Aproveite o conteúdo!2 ed. Brasília, 2006. Disponível em: http://www.funasa.gov.br/site/wp-content/ files_mf/adm_redOficial.pdf. Acesso em: 26 out. 2020. PARANÁ (ESTADO). Departamento Estadual de Arquivo Público. Manual de comunicação escrita oficial do estado do Paraná. Curitiba, Paraná, 2014. Disponível em: http://www.arquivopublico.pr.gov.br/sites/arquivo-publico/ arquivos_restritos/files/documento/2020-02/manual_comunicacao_ escrita.pdf. Acesso em: 26 out. 2020. 5.12 Relatório Documento que contém informações, fatos, estatísticas ou recomendações coletadas por uma pessoa ou grupo, com o objetivo de melhorar processos ou serviços. Descreve fatos, registra observações, pesquisas, investigações, fatos ou relata a execução de serviços ou experiências. Os relatórios podem ser de vários tipos: individual ou coletivo; simples ou complexo; parcial ou completo; periódico ou eventual. Na escrita do relatório, é preciso cuidar dos seguintes aspectos: organização, precisão, clareza, veracidade e boa apresentação das informações. Em geral, utilizam-se gráficos, tabelas, diagramas e estatísticas. Conforme a necessidade da empresa, é possível que haja muitos tipos de relatórios. Por exemplo, as áreas de vendas e de atendimento ao cliente possuem diversas formas de relatórios, com vários tipos de informações diferentes. Comumente, elas adaptam esses dados nos formatos de que precisam para a tomada de decisões. Outras variantes são ainda os relatórios de reunião e os de ocorrência, relatórios técnicos, administrativos, de estágio, de visita e outros que forem preciso para resolver problemas específicos. Observação No mundo acadêmico, existem ainda os relatórios científicos, apreciação sobre um tema, cursos realizados e outros. Sugestão de esquema para um relatório (NADÓLSKIS, 2013, p. 207): Na capa: • título do relatório; • nome do relator; • cidade; • ano. 120 Unidade III Na folha de rosto: • título do relatório (ref). • para; • elaborado por; • assunto; • local; • data de elaboração; • tipo de relatório (parcial, total, inicial, final); • natureza (normal, confidencial, reservado, secreto). Nas folhas seguintes: • resumo (O quê? Quem? Como? Onde? Por quê? O que se fez? Recomendações); • introdução; • objetivos (o que se pretende); • métodos (entrevista, questionários, observações, testes, etc.); • meios (instrumentos); • duração (quanto tempo?); • pessoal envolvido (quem?); • desenvolvimento; • fatos, constatações (exatos, objetivos, em sequência); • avaliação crítica (motivos e consequências, ou causas e efeitos); • recomendações (medidas a serem tomadas); • conclusões (resultados esperados); • anexos; • referências; • local e data; • assinatura, nome legível, identificação funcional. Saiba mais Em uma rápida pesquisa na internet, você encontrará muitos modelos de relatórios. Certifique-se de que atendem às suas necessidades. Você pode fazer adaptações nos modelos para que se adequem ao que você precisa. O Sebrae apresenta um manual para elaboração de relatórios técnicos gerenciais. SEBRAE. Instrumento de apoio gerencial. Sebrae, [s.d.]b. Disponível em: http://www.bibliotecas.sebrae.com.br/chronus/ARQUIVOS_CHRONUS/bds/ bds.nsf/AABA27FA43CD38C183257589005C3406/$File/NT0003FD3E.pdf. Acesso em: 26 out. 2020. 121 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 5.13 Currículo Qualifica uma pessoa, por meio de sucintas informações a respeito de sua formação acadêmica e experiência profissional. A linguagem deve ser concisa, destacando os dados de forma objetiva. Não deve haver valorização dos dados com o uso de adjetivos. Deixe essa valorização para quem lê o currículo. Evite abreviar nomes de entidades, escolas, empresas ou órgãos públicos. A apresentação já indica o cuidado e a organização da pessoa que o expõe, portanto capriche no visual: • Redija em terceira pessoa. • Não há necessidade de juntar comprovantes. • Elimine os itens nos quais não tenha nada a declarar. As partes essenciais, segundo Nadólskis (2013, p. 7), são: • Objetivo: indique o cargo ou a função que pretende. • Dados pessoais de identificação. • Formação e experiência profissional (indicar sempre data de início e de término). As informações devem ser verdadeiras, mas a seleção deve contemplar o que é mais importante para valorizar o interessado conforme as necessidades do destinatário. Você deve elaborar um currículo com esse foco para cada empresa que você se interessar. Pode, ao menos, personalizar um parágrafo inicial no currículo com esse foco. Roteiro para elaborar o currículo: • Identificação (nome, data de nascimento, estado civil, residência, telefone, e-mail). • Objetivo. • Antes dos itens formação e experiência, redija um parágrafo mais pessoal, explicando sobre as experiências em destaque e pontos dignos de nota. • Formação (graduação, pós-graduação, outros cursos, conhecimento de idiomas e informática). • Experiência profissional (empresas em que trabalhou, períodos, o que fazia, resultados alcançados). • Outras informações (trabalhos voluntários, outras formações não pertinentes ao cargo, assuntos interessantes sobre você). 122 Unidade III O currículo deve ser enviado com uma carta de apresentação, que deve conter, além do objetivo, suas pretensões em relação à empresa. Figura 38 – O currículo precisa ser atualizado constantemente e refletir as experiências e grau escolar do candidato a uma vaga 6 FUNÇÕES DA LINGUAGUEM E COMO ESCREVER MELHOR Para escrever bons textos, precisamos saber para quem eles serão dirigidos, o que queremos informar e qual efeito desejamos ter com essa comunicação. Esperamos que o leitor faça alguma coisa? Resolva algum problema? Apenas fique informado? O que pretendemos com o texto? Para isso, precisamos conhecer as funções da linguagem. Quadro 10 Funções da linguagem Referencial ou denotativa Conativa ou apelativa Fática Emotiva ou expressiva Poética Metalinguística Estudaremos a seguir cada uma delas. 6.1 Função referencial ou denotativa Na função referencial, não há a intenção de persuadir o leitor, apenas se transmite a informação. O referente ou contexto é que fica em evidência. Os textos geralmente comunicam de modo bem objetivo, sem adjetivações e sempre prevalece a terceira pessoa do singular ou do plural, pois transmite impessoalidade. Não há possibilidade de outra interpretação além da que está exposta, por isso é chamada denotativa. Veja alguns exemplos: 123 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Exemplo 1 Amigo Americano é um filme que conta a história de um casal que vive feliz com o seu filho até o dia em que o marido suspeita estar sofrendo de câncer. Exemplo 2 Bancos terão novas regras para acesso de deficientes. Exemplo 3 Cia. Teatrodança Ivaldo Bertazzo Em 2002, o coreógrafo paulistano de 61 anos iniciou um trabalho com jovens carentes. Os meninos cresceram e compõem o elenco da companhia de Bertazzo, que estreou o espetáculo Corpo Vivo – Carrossel das Espécies. Dezessete bailarinos, além do ator Rubens Caribé e da cantora lírica Regina Elena Mesquita, participam da peça sobre a evolução do movimento do ser humano. São passos de estilos indiano, grego e street. (90 minutos). Livre. Sesc Pinheiros – Teatro Paulo Autran (1010 lugares). Rua Paes Leme, 195, Pinheiros. Quinta a sábado, 21h. Domingo, 18h. R$ 30,00 (GIOVANELLI, [s.d.], adaptada). A maioria dos textos da comunicação empresarial é escrita nessa função, pois eles precisam apresentar a maior clareza possível, como nas cartas comerciais, editais, ofícios e relatórios, entre outros, exceto os que tratam de propaganda ou ferramentas de comunicação com a nítida finalidade de persuasão. A função referencial ou denotativa é aplicada também em textos jornalísticos, redações técnicas, manuais de instruções, bulas de remédios, resenhas, resumos, informes e descrições. Exemplos: Exemplo 1 Prezado senhor, Informamos que seu pedido n. 327 já foi encaminhado para a transportadora e deve chegar no prazo combinado, em dois dias úteis, a partir desta data.Exemplo 2 Caros funcionários, As férias coletivas desse ano se iniciarão em 23 de dezembro e prosseguirão até 2 de janeiro do próximo ano. No dia 3, impreterivelmente, todos regressam ao trabalho. Departamento Pessoal 124 Unidade III Na propaganda, essa função aparece também quando o objetivo é informar o consumidor sobre produtos e serviços, locais onde encontrá-los etc. Exemplos: • Museu de Arte Contemporânea – aberto das 9h às 18h. Rua do Ouvidor, n. 507, Rio de Janeiro. • Soft – a espuma de banho com hidratante, umectante e vitamina E. Na literatura, a função referencial também aparece. No livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, cujo objetivo era narrar a campanha militar contra Antonio Conselheiro, em Canudos, o autor opta, antes de descrever o homem e narrar a guerra, por localizar a ação descrevendo a terra. Essa descrição geográfica de caráter informativo mostra muitos dados objetivos expressos em linguagem técnica e está escrita em função referencial. Conheça um trecho do texto. O sertão de Canudos é um índice sumariando a fisiografia dos sertões do Norte. Resume-os, enfeixa os seus aspectos predominantes numa escala reduzida. É-lhes de algum modo uma zona central comum. De fato, a inflexão peninsular, estremada pelo cabo de São Roque, faz que para ele convirjam as lindes interiores de seis estados – Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Piauí – que o tocam ou demoram distantes poucas léguas (CUNHA, 1968, p. 31). 6.2 Função conativa ou apelativa Na função conativa, a linguagem da propaganda por excelência, o emissor se dirige diretamente ao receptor, por isso nela há muitos pronomes, você e tu, nome das pessoas, vocativos e imperativos. A ideia é convencer o receptor de alguma coisa por meio de uma ordem, por isso os verbos costumam estar no imperativo – Compre! Faça! Ligue agora! –, ou conjugados na 2ª ou 3ª pessoa – Você não pode perder!, Ele vai melhorar o desempenho do seu carro. Esse tipo de texto é muito comum nos discursos políticos e em sermões. Veja alguns exemplos: • Antes de escolher seu carro novo, vá a uma concessionária Ford. • Beba Coca-Cola. • Aguarde na fila. • Não fume. • Compre Baton, compre Baton, compre Baton. 125 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL YOUR AD HERE Figura 39 – Veja como a função conativa ou apelativa é direta e imperativa: “Seu anúncio aqui” 6.3 Função fática O objetivo da função fática é estabelecer contato com o emissor para averiguar se a mensagem está sendo transmitida. O canal fica em evidência, e a ideia é prolongar ou não o contato, além de testar se houve compreensão. Em um diálogo, essa função é expressa quando o outro diz: “está entendendo?”, “você compreendeu?”. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Nos programas jornalísticos e no rádio, as músicas que ficam entre uma notícia e outra, como um som de fundo, realizam uma função fática. Exemplos: • Alô? Está me ouvindo? • Rádio TudoX, a sua melhor companhia! • Alô, Houston! A missão foi cumprida, OK? Devo voltar à nave? Alguém me ouve? Alô! (filme Apolo 13). • Alô! Você está me ouvindo? Um momento, por favor. 6.4 Função emotiva ou expressiva Na função emotiva, o emissor fica em destaque, e seu objetivo é transmitir suas emoções e seus anseios. A linguagem e a mensagem são subjetivas, por isso prevalece a primeira pessoa do singular, as interjeições, as exclamações, interrogações e reticências, que marcam a subjetividade da mensagem e reforçam a entonação emotiva. A preocupação é com o emitente da mensagem. 126 Unidade III Essa função aparece nas narrativas de teor dramático ou romântico, memórias, biografias, poesias líricas, bilhetes e cartas de amor. Atualmente, é a linguagem dos blogues e de tantas ferramentas das redes sociais na internet, como Twitter, Orkut, Facebook, Instagram e outros. Geralmente, a personagem principal narra sua história em primeira pessoa, e, no texto, sentimentos e pensamentos se misturam. Vamos a alguns exemplos: Exemplo 1 Poema de sete faces [...] Porém meus olhos não perguntam nada. O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do bigode (ANDRADE, 1930, p. 11). Exemplo 2 Natal na barca Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu (TELLES, 2009, p. 80). 6.5 Função poética Na função poética o destaque fica para a mensagem, que é valorizada pelos recursos estilísticos, jogos de sons, grafismos, trocadilhos, disposição das palavras no papel, figuras de linguagem, entre outros. O objetivo do emissor é expressar seus sentimentos por meio das palavras, da sonoridade e do ritmo, além da combinação diferenciada dos signos linguísticos. Aparece na linguagem figurada de obras literárias (prosa e verso), letras de música, algumas propagandas, fala das crianças. Exemplos: Poesia negócio/ego/ócio/cio/0 Na poesia citada, Epitáfio para um banqueiro, José de Paulo Paes faz uma combinação de palavras que passa a ideia do dia a dia de um banqueiro, de acordo com o poeta. 127 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Anúncio publicitário (propaganda do sabão em pó Omo, 1957) Chegou o milagre azul para lavar! Lave na espuma de Omo e tenha a roupa mais limpa do mundo! Onde Omo cai, a sujeira sai! Poema Poema em linha reta [...] Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho, Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo, Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas, Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante, Que tenho sofrido enxovalhos e calado, Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda... (PESSOA, 1972, p. 341). Slogan Tomou Doril, a dor sumiu! Poética Poética O que é poesia? uma ilha cercada de palavras por todos os lados Que é um poeta? um homem que trabalha um poema com o suor do seu rosto um homem que tem fome como qualquer outro homem (RICARDO, 1968, p. 11). 128 Unidade III 6.6 Função metalinguística Essa função refere-se à metalinguagem, ou seja, quando um emissor explica um código usando o próprio código. Entre os elementos de comunicação, fica em destaque o código. É o uso da linguagem para explicar ela própria. Por exemplo, filmes que falam de cinema, livros que tratam de livros, poemas que se referem à poética. A peça teatral de Luigi Pirandello Seis personagens à procura de autor fala o tempo todo sobre uma peça de teatro, evidenciando a linguagem metalinguística. Ela aparece em dicionários, livros de gramática, textos explicativos e didáticos, linguagem científica, comentários ou descritivos de fotografia (imagem) e análises em geral. A audiodescrição também se enquadra aqui. O primeiro dos exemplos a seguir acentua um poema que fala da própria ação de se fazer um poema: Exemplo 1 Para fazer um poema dadaísta (Tristan Tzara) Pegue um jornal Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público (TZARA, 1976). Exemplo 2 Escrevo porque gosto de escrever. Ao passar as ideias para o papel, sinto-me realizada… Exemplo 3 Você, em Portugal, diz ele [Jô Soares], é um tratamento respeitoso, de cerimônia. Na França é completamente diferente: você chama o motorista de vous (que corresponde ao senhor; em português). O tu (que seria você) é dado somente para as pessoas com quem você tem intimidade, não temnada a ver com classe social. [...] No Brasil é diferente. O tratamento você é aplicado como se fosse uma forma de respeito, mas na realidade estabelece diferenças sociais. A gente chama o motorista de você, mas o médico é tratado de senhor, então fica preconceituoso [...] (TRAMONTINA, 2008, p. 14). 129 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Exemplo 4 – Que quer dizer pitosga? — Pitosga significa míope. — E o que é míope? — Míope é o que vê pouco. Exemplo 5 No Brasil não é perigoso chamar alguém por “você”. Pode ser considerado falta de educação caso não se tenha intimidade com a pessoa (especialmente ao se falar com pessoas mais velhas), sendo preferível usar as formas de tratamento “senhor”, “senhora” e “senhorita” (apesar deste último eu não escutar muito ultimamente). Mas depois que se tem mais intimidade, não há problemas em usar “você” (ou as suas formas reduzidas e mais informais “cê” ou “ocê”) (O USO..., 2017). Exemplo 6 Você sabe o que é injeção eletrônica? Para que a injeção de combustível aconteça de maneira otimizada, os sensores analisam diversos aspectos do funcionamento do motor, como temperatura, pressão, velocidade e a mistura dos gases presentes na combustão. Essas informações são enviadas diretamente para o ECM, que as utiliza para comandar da maneira mais eficiente o funcionamento dos atuadores - bomba de combustível, bicos injetores, bobina de faísca, ventoinha de arrefecimento, motor de passo e válvula de purga do cânister. É por isso que esse componente também é conhecido como o cérebro do sistema de injeção eletrônica (VOCÊ..., 2017). Para resumir o tema, observe as funções da linguagem e a relação entre os elementos do processo de comunicação: Quadro 11 Referencial ou denotativa Foco no referencial, ou contexto: apresenta uma linguagem objetiva, clara, sem comentários e só informa. Exemplos: textos científicos, sínteses, comunicados, avisos Conativa ou apelativa Foco no receptor: linguagem persuasiva, quer influenciar e seduzir o receptor. Exemplos: propaganda e outras ferramentas de comunicação utilizam essa função Fática Foco no canal ou meio: preocupa-se com o canal de comunicação, e se ele está funcionando, procurando estabelecer e facilitar a transmissão linguística 130 Unidade III Emotiva ou expressiva Foco no emissor: linguagem subjetiva e com comentários. Exemplos: poesias, crônicas, cartas, resenhas críticas e discursos Poética Foco na mensagem: valoriza a própria mensagem e vale-se do ritmo, dos sons e das figuras de linguagem. Aparece nos poemas, na oratória e sobretudo na linguagem literária Metalinguística Foco no código: preocupa-se com o código da linguagem, com a própria língua. Exemplos: a explicação de um texto, de uma obra de arte e a gramática Para finalizar, devemos lembrar que em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O essencial é saber a função predominante no texto para então defini-lo. Também é importante conhecê-las bem para usar adequadamente cada uma delas para seu objetivo. Certamente isso facilitará o processo de comunicação. 6.7 Como escrever textos empresariais Escrever bem hoje é como falar bem em público. Há a necessidade de desenvolver essa habilidade, pois é uma exigência do mercado de trabalho. Não serve só para isso, mas também para sua vida pessoal. A comunicação escrita se desenvolve em vários níveis dentro de uma empresa, e seus principais objetivos giram em torno de: • Obter e fornecer informação. • Promover uma ação específica. • Promover, manter ou encerrar relacionamentos comerciais. E tantas outras possibilidades. O que é importante saber para escrever um bom texto empresarial? Primeiro, é preciso dominar fatores que atrapalham a compreensão do texto, como as regras gramaticais, evitando erros de pontuação, de ortografia, entre outros. Deve-se também escrever com a maior clareza possível, evitando palavras rebuscadas, frases obscuras ou que tenham duplo sentido, conforme estudamos anteriormente. Blikstein (2004) apresenta a comunicação escrita como eficaz quando possui: • Clareza e objetividade para que a mensagem tenha uma resposta. • Precisão para que o outro compreenda o que se está pensando. • Persuasão para obter a colaboração e a resposta esperada. Blikstein (2004) ainda aponta fatores que dificultam a comunicação escrita, por exemplo: • Interferência física: dificuldade visual, má grafia das palavras, cansaço, falta de iluminação. 131 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Interferência cultural: palavras ou frases complicadas ou ambíguas, diferenças de nível social. • Interferência psicológica: mensagens que contenham agressividade, aspereza, antipatia. O autor ainda diz o seguinte: na comunicação escrita, o emissor do processo de comunicação passa a chamar-se remetente e o receptor, destinatário. A mensagem será compreendida quando: • O remetente transformar suas ideias em mensagem, associando-as a estímulos físicos (letras) ou significantes, formando signos. • O remetente enviar a mensagem constituída de signos ao destinatário. • O destinatário receber os signos, captando os significantes e entendendo os significados ou ideias a eles associados. Quando o destinatário entender o significado, estará apto a produzir uma resposta. Segundo Machado (2003, p. 6), “a comunicação organizacional escrita ainda é praticada com inúmeras deficiências, tanto operacionais quanto de qualidade”. O autor lista as principais delas: • Excesso de detalhes. • Períodos longos demais. • Uso de jargões que não pertencem ao ambiente profissional – mas que se acredita serem símbolos. • De intelectualidade e de conhecimento superior. • Falta de lógica. • Combinação do que é importante com o que não tem relevância. • Falta de cuidado na revisão. • Gentilezas desnecessárias. • Tratamento inadequado. • Palavras impróprias para significar o que o comunicador deseja. • Afirmações sem suporte de informação pertinente. • Informações imprecisas, malformuladas ou não expressas em medidas que permitam avaliar seu significado real. • Redundâncias em excesso. • Uso excessivo de modismos. 132 Unidade III Antes de escrever, é essencial pensar um pouco a respeito do assunto. Deve-se definir qual será seu objetivo, o que você pretende com seu texto. Deseja fazer alguém comprar seu produto, persuadir o leitor? Quer fazer uma cotação de preços? Desculpar-se de algum acontecimento que causou prejuízo a alguém? Simplesmente responder a um questionamento de cliente, ou apenas agradecer pela parceria? Outro fator vital é o seu destinatário, para quem está mandando a mensagem, quais são as características dele. O destinatário também define a escolha do veículo que deverá ser utilizado. Para agilizar o processo, muna-se de informações sobre o assunto, relatórios, e-mails trocados, documentos pertinentes, tudo que possa ajudar e facilitar o processo, além de evitar repetições desnecessárias sobre o tema em questão. Na comunicação empresarial, deve-se cuidar da qualidade: os textos devem ser claros, corretos gramaticalmente, objetivos e concisos. Prioriza-se a norma culta ou o nível formal. Podemos dizer que a linguagem possui diversas funções no texto e que cada uma delas serve a uma finalidade. Do ponto de vista prático, todos podem escrever, apresentar fatos e disseminar conteúdos como bem entenderem, se o fazem na norma culta ou não, isso é apenas um detalhe que em muitas situações não é levado em consideração. Notemos que a comunicação precisa ser adequada ao público, ao ambiente, e todos os elementos que a constituem devem estar em sintonia para evitar os gaps, e o processo de comunicação possa se cumprir adequadamente. Nos textos escritos isso é mais importante ainda, pois não temos elementos de contato visual e interpessoal para ajudar. 6.8 Tópico frasal e parágrafo Agora vamos falar sobre como escrever melhor, começando por aprender a escrever parágrafos. Para entender o parágrafo, precisamos conhecero que é tópico frasal. Segundo a maioria dos autores, o tópico frasal é a introdução do parágrafo, e ele deve ser seguido de desenvolvimento e conclusão. Veja, então, que um parágrafo precisa ser um minitexto completo. Deve ter início, meio e fim. Introdução, desenvolvimento e conclusão. Vamos a um exemplo de um parágrafo e de tópico frasal: Figurando frequentemente na mídia, o tema da sustentabilidade passou a fazer parte da vida das pessoas nos últimos anos. As propagandas dessa e de outras empresas têm disseminado os temas da sustentabilidade e a responsabilidade social, alterando o entendimento e a relação que as pessoas estabelecem com estas temáticas (GARCIA, 2009). 133 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Sempre se deve guardar uma distância da margem, marcada por um espaço em branco, chamado de branco paragráfico, um espaço de até dez toques. Algumas publicações não usam esse espaço em branco, usam a chamada escrita em bloco. Também não existe um número determinado de linhas para caracterizar um parágrafo. Ele pode ir de algumas linhas a várias páginas, dependendo da particularidade de cada autor. Exemplo de aplicação Existem diversas formas de se construir um parágrafo. Para aplicar o que estudamos, escolha algum tema para escrever diversos parágrafos para treinar sua escrita. Para escrever bem, são exigidos conhecimentos de gramática e das regras da língua portuguesa. É preciso dominar aspectos como coerência textual, coesão, clareza e ambiguidade, entre muitos outros. Se você tem dificuldade com a língua, com escrever, sugerimos que você entre nos materiais do conteúdo on-line para eliminar esse problema. Só escreve bem quem lê bastante! Comece por aí! Escolha bons textos sobre um assunto de que você gosta e leia-os. Depois da leitura, reescreva-os com as suas palavras. Que tal? Ficou bom o texto? Precisa melhorar? Só depende de seu esforço para que isso aconteça! 6.9 Componentes de um texto Vamos agora tratar das partes que compõem o texto. Ao escrevermos textos, a grande dificuldade consiste em sabermos o que e como destacar qualquer assunto nele. Para resolver isso, é preciso ter um plano de trabalho, que remete à organização de seu trabalho. Vejamos perguntas fundamentais a serem respondidas: • O que eu vou tratar? • Sob qual ponto de vista? • Tenho informações a respeito? • Para quem é esse texto? Quem é meu leitor? Pensando nesses elementos, é possível construir um pequeno roteiro para elaborar seu texto. Pense que você deve focá-lo em alguns elementos principais, se não ele não chegará ao fim nunca, uma vez que os assuntos são amplos e podem ser abordados a partir de diversos pontos de vista. 134 Unidade III Agora você pode fazer um pequeno esquema, dizendo o que será tratado em cada um dos parágrafos da sua redação. • Início: defender a ideia (a favor ou contra o aborto). • Desenvolvimento: — Questões de saúde, dados, números, informações a respeito de clínicas, número de abortos, número de mortes e outros. — Argumentar sobre seu posicionamento. — Dificuldades para criar um filho (argumentar sobre seu posicionamento). • Conclusão: finalizar o texto, retomando a ideia inicial, a defesa da ideia. Os tipos de texto obedecem a uma estrutura padrão para serem construídos, dividindo-se basicamente em descrição, narração e dissertação. Eles são realizados conforme os objetivos que se tem com eles. Vamos conhecê-los agora. 6.10 Texto descritivo A descrição é uma espécie de fotografia do que estamos vendo. Assim, devemos apresentar o que se descreve como se fosse para alguém que nunca ouviu falar do assunto em questão. As espécies principais de descrições são: • De ser animado ou inanimado (pessoa, animal, objeto). • De interior (ambiente). • De paisagem. • De cena. Descrição de pessoas Para fazer boas descrições de pessoas, também chamadas de retrato, devem-se destacar traços importantes, que realmente caracterizem a pessoa retratada e transmitam uma visão do todo, passem uma impressão sobre ela. Deve-se ter o cuidado, no entanto, de não acumular detalhes supérfluos. A descrição pode ser física e psicológica. Vamos conhecê-las. 135 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Descrição física A moça era mesmo muito alta, tão alta quanto as árvores do calipal, vistas de longe, é claro. As canelas eram finas, finas. Seus cabelos eram eriçados e amarelos como os do milho perto de serem colhidos. Descrição psicológica Apesar desses traços esquisitos, Vanina era de uma doçura sem par. Quando ela perdeu a mãe, aos 12 anos, jurou que ninguém ia fazer com ela como a mãe fazia, de ficar tratando mal. E é assim que ela ganhou o apelido de mainha dos meninos que viviam na rua. Quando descrevemos um lugar, devemos apontar se o local é fechado ou aberto. Caso seja um local fechado, nós o denominaremos ambiente; se for um lugar a céu aberto, chamaremos de paisagem. A paisagem, por sua vez, pode ser rural (campestre) ou urbana (vista que se tem de uma cidade). Descrição de ambiente Sala de estar, uma biblioteca, um quarto de dormir são ambientes passíveis de descrições. Deve-se poder enxergar o ambiente a partir do texto feito em referência aos locais. Observe o exemplo a seguir. Ao entrar naquele sórdido ambiente, observou as cadeiras caídas para um lado, as mesas cheias de copos e garrafas vazias e no canto da sala, o palco. Ali acontecera a tragédia. Descrição de paisagem Avista todos os dias os passarinhos que aparecem à janela do apartamento em que vive e, assim, conta os prédios nos dedos das mãos, depois dos pés, perde a conta e volta para o primeiro. O céu é cinzento e difícil de ficar azul. A movimentação de carros é frenética e assustadora para ela, que conta os prédios todos os dias. Descrição de cena Envolve o cenário, os personagens e tem o objetivo de fazer o leitor visualizar os locais, as pessoas e o que está acontecendo. A descrição pode ser literária ou técnica, segundo sua finalidade. A literária quase sempre é mais subjetiva, enquanto a técnica prima pela objetividade. A descrição técnica interessa aos estudantes, pois pode ser usada em momentos específicos de seu trabalho. Por exemplo, quando se tiver que fazer um relatório de algum acontecimento e descrever minuciosamente determinado fato ou local. Ela também é muito usada em manuais técnicos. 136 Unidade III Descrição de objetos Pode se confundir com a descrição técnica. Na descrição de objetos, o foco são as características físicas; na técnica, o funcionamento, para o que serve. Observe o exemplo. Desde o início da Revolução Industrial, observa-se o aparecimento de máquinas a vapor, com duas chaminés e espaço para que as cinzas do carvão queimado sejam depositadas. Descrição técnica Observe o exemplo da descrição técnica, cujo foco se centra no uso e para o que serve o objeto. O computador pessoal é um objeto chamado de hardware, a parte física, e em sua essência abriga os softwares, que são “a cabeça” do computador. Por meio de seus programas, podemos realizar o que necessitamos, como textos, planilhas, navegar na internet e acessar redes sociais. Figura 40 – Como você descreveria essa imagem? Figura 41 – E esse simples objeto? Como poderíamos descrevê-lo? 137 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Descrição versus definição Não confundir descrição com definição. A definição é o que vem no dicionário sobre determinada palavra. Já a descrição fala em pormenores sobre um determinado objeto, e não sobre todos os objetos da mesma categoria. Por exemplo, a palavra “mulher” no Dicionário Houaiss da língua portuguesa significa indivíduo do sexo feminino, considerado do ponto de vista das características biológicas, do aspecto ou forma corporal, como tipo representativo de determinada região geográfica, época etc. Se tiver que descrever uma mulher, você deverá saber qual é essa mulher. Também poderá fazê-lo a partir de lembranças ou de suposições, da criação de uma mulher para o exercício. 6.11 Texto narrativo Em um texto narrativo,sempre deve existir um fato vivido por personagens em determinado tempo e espaço, o qual é contado por um narrador presente ou não na história; pode participar da história contada, como narrador-personagem, ou pode contá-la de fora, como narrador-observador. • Narrador: — Onipresente (narrador-personagem): 1ª pessoa – testemunha invisível dos acontecimentos, participando dos acontecimentos. — Onisciente (narrador-observador): 3ª pessoa – não participa dos acontecimentos, e apenas conta o que observa em linguagem objetiva. • Fato: o acontecimento em si (o quê?). • Enredo: é a trama, geralmente representada por um conflito (tensão, clímax), responsável pelo nível de tensão da narrativa. • Ambiente ou cenário: é o espaço onde as personagens atuam e se desenrola o enredo (onde?). • Tempo: quando os fatos acontecem (quando?). • Personagens: são os seres que atuam, isto é, que vivem o enredo (quem?). O enredo normalmente tem como início uma apresentação, em que se estabelece o fato, depois passa por uma complicação, fase de conflitos entre as personagens, chega ao clímax, que é um momento de grande tensão, e termina com o desfecho, parte em que a história tem seu final. O narrador, ao transmitir a fala das personagens, pode fazê-lo por intermédio do discurso direto, do discurso indireto ou do discurso indireto livre. Conheça uma narração literária: 138 Unidade III A galinha Cocoricó estava há dias chocando seu ovo, quando ouviu um barulhinho: – Chegou a hora! Meu filho vai nascer! A casca do ovo foi se partindo e uma frágil criaturinha começou a dar sinal de vida. Cocoricó não cansava de admirar a sua cria, que, toda desengonçada, tentava equilibrar-se sobre suas cambaleantes perninhas. Passadas algumas horas, lá estava o pintinho amarelinho, fofinho, aconchegado sob as penas de Cocoricó. – Você vai se chamar Uto! (Autor desconhecido). Acompanhe o exemplo sobre as partes da narração apontado por Andrade e Henriques (2010, p. 125) no poema Pardalzinho, de Manuel Bandeira (1974, p. 265): O pardalzinho nasceu Livre. Quebraram-lhe a asa Apresentação Sacha lhe deu uma casa, Água, comida e carinhos, Complicação Foram cuidados em vão; A casa era uma prisão, O pardalzinho morreu. Clímax O corpo Sacha enterrou No jardim; a alma, essa voou Desfecho Para o céu dos passarinhos! Observação A internet permitiu que muitas pessoas passassem a escrever, por meio de histórias criadas por escritores não profissionais que publicam na rede. Já se falam em novos gêneros de textos, como as fanfictions, ou fanfics, cujos autores baseiam-se em outros contextos, como letras de músicas, romances, poemas, produções audiovisuais das mais variadas, revistas em quadrinhos, entre outros. Assim, elas nascem da vontade de um fã dar continuidade a uma história, como Harry Potter e Star Wars. 139 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 6.11.1 Discurso direto e discurso indireto Nas narrativas, sempre há muitos diálogos, conversas, e também alguém dizendo algo que outra pessoa (personagem) falou. Vamos entender então como usar o discurso direto e o discurso indireto. Quando vamos escrever o que foi escrito ou dito por outra pessoa, podemos fazê-lo exatamente como a pessoa disse, repetindo as palavras. Esse é o discurso direto. Exemplo: O aumento dos combustíveis não poderá ultrapassar o índice anualizado da inflação – disse o Ministro da Fazenda. Dessa forma, as palavras do ministro foram reproduzidas da mesma forma como ele as pronunciou. Outra possibilidade seria escrever o que o ministro disse de outra maneira, de forma indireta. Este é o discurso indireto” O Ministro da Fazenda disse que o aumento dos combustíveis não poderá ser maior do que o índice anualizado da inflação.” 6.11.2 Discurso indireto livre O discurso indireto livre também é chamado de semi-indireto. Nele, a fala não é diferenciada nem por aspas nem graficamente do discurso do narrador, é a fala do autor sobre a fala das personagens. [...] Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas não se passaram bem assim. Quando a mulher da limpeza lhe perguntou pela nesga da porta, Que é que tu queres, o homem, em lugar de pedir, como era o costume de todos, um título, uma condecoração, ou simplesmente dinheiro, respondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não pode vir, está na porta dos obséquios, respondeu a mulher, Pois então vai lá dizer-lhe que não saio daqui até que ele venha, pessoalmente, saber o que quero, rematou o homem, e deitou-se ao comprido no limiar, tapando-se com a manta por causa do frio. [...] (SARAMAGO, 1997, p. 2-3). Esse tipo de discurso é o mais difícil de ser redigido e alguns autores dizem que nele, que não tem nenhum tipo de marcação, o autor capta o pensamento da personagem em um texto em terceira pessoa, sem dar nenhum sinal disso, sem aspas, sem travessão, nada. É muito comum em textos contemporâneos. 140 Unidade III Figura 42 – Os discursos diretos e indiretos representam as conversas, os diálogos nas narrações Saiba mais Conheça o livro Todos os nomes, de José Saramago. Ele escreve esse livro do começo ao fim sem dividir os parágrafos, sem separar os diálogos nem os discursos diretos dos indiretos. A obra trata do Senhor José, um funcionário antigo da Conservatória Geral do Registro Civil já chegado aos 50 anos, sem amigos, sem família e sem grandes ambições. Como diversão, cultiva o hábito de colecionar recortes de jornais e revistas sobre pessoas famosas, artistas, políticos, pessoas comuns, banqueiros, assassinos. SARAMAGO, J. Todos os nomes. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 6.12 Texto injuntivo Olha só que verbo diferente: injungir, que significa instruir, estabelecer regras e leis para que algo aconteça. Estamos acostumados a utilizar essa construção de textos, seja falando – quando recebemos ordens ou indicamos algo a ser feito por alguém, seja de maneira verbal escrita – como as receitas culinárias, cartilhas e manuais de instruções, bulas de remédio, entre tantas outras. A linguagem deve ser objetiva, clara e didática para que a tarefa seja realizada e o objetivo alcançado. O texto injuntivo utiliza os verbos no modo imperativo: “coloque as claras em neve e junte as gemas”, 141 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL e a função da linguagem é a conativa/apelativa. Geralmente, esse texto tem duas partes: a primeira traz a enumeração dos materiais/elementos; a segunda explica e descreve o que deve ser feito. Veja o exemplo a seguir: Pudim de leite condensado MOÇA® Ingredientes Calda: 1 xícara (chá) de açúcar Pudim: 1 Leite MOÇA (lata ou caixinha) 395 g 2 medidas (da lata) de Leite Líquido NINHO Forti+ Integral 3 ovos Modo de preparo Calda: 1 Em uma panela de fundo largo, derreta o açúcar até ficar dourado. 2 Junte meia xícara (chá) de água quente e mexa com uma colher. 3 Deixe ferver até dissolver os torrões de açúcar e a calda engrossar. 4 Forre com a calda uma forma com furo central (19 cm de diâmetro) e reserve. Pudim: 5 Em um liquidificador, bata todos os ingredientes do pudim e despeje na forma reservada. 6 Cubra com papel-alumínio e leve ao forno médio (180 °C), em banho-maria, por cerca de 1 hora e 30 minutos. 7 Depois de frio, leve para gelar por cerca de 6 horas. Desenforme e sirva a seguir (NESTLÉ, [s.d.]). 142 Unidade III 6.13 Texto expositivo Também conhecido como dissertação expositiva, esse tipo de texto apresenta e discute uma ideia de forma ordenada, mas não tem o objetivo de convencer o leitor a nada. O principal é destacar o maior número de informações para que o leitor tenha sua própria compreensão do assunto. Vamos conhecer um exemplo do texto expositivo: Controle remoto As casas estão cheias deles. Um para o aparelho de som, outro para a televisão, e ainda um para o vídeo, no mínimo. Tem gente que se incomoda com tanto controle remoto, e prefere ter apenas um, que controle tudo. Sem dúvida é bem mais prático. Mas o primeiro controle remoto dahistória, de 1955, não era nem um pouco prático. Ele tinha um fio, que o ligava à TV. Para quê, então? Ele servia para trocar os canais à distância – limitada ao comprimento do fio. Depois, o fio foi substituído por um feixe de luz, que acionava algumas células sensíveis, na televisão. Bem complicado. Em seguida, apareceu um controle que operava com ultrassom. Foi só em 1981 que surgiu o mesmo aparelho acionado por luz infravermelha, a mesma que liga e desliga o alarme de alguns carros (COMO FUNCIONAM..., [s.d.]). 6.14 Texto dissertativo Dissertação é uma forma de redação em que se apresentam considerações a respeito de um tema para expor, explanar, explicar ou interpretar ideias. Dissertação argumentativa Nesse tipo de texto, apresentam-se o debate e a discussão de uma ideia, assunto ou doutrina. O objetivo é influenciar e persuadir, conquistar o leitor da mensagem. Possui, por isso, argumentos que levam o leitor a mudar de ideia em relação a algo ou a adotar outra forma de pensamento, e tantas outras possibilidades. A dissertação divide-se em três partes, segundo Andrade e Henriques (2010): • Introdução, apresentação ou prólogo: etapa em que se destaca a ideia, objeto das considerações do autor para situar o leitor dentro do assunto a ser desenvolvido. • Desenvolvimento, análise ou explanação: parte que trata do assunto de forma completa com a apresentação dos fatos, ideias, argumentos exigidos. É a fase de reflexão, e apoia-se em testemunhos, exemplos, autoridades, estatísticas e outros dados. • Conclusão ou fecho: é a síntese que encerra o trabalho, com a reafirmação da ideia central, apontada no início. Deve estar apoiada no que foi dito. 143 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL O excerto a seguir acentua um exemplo de dissertação argumentativa. Amazônia, sociedade anônima A Amazônia é uma sociedade anônima. Há apenas 50 anos o Brasil oficial resolveu ocupar essa floresta sem reconhecer que ela já era habitada pelas populações indígenas há, pelo menos, 14 mil anos. E nós, longe de tratarmos a Amazônia como o nosso bem mais precioso, temos, ao contrário, imaginado que é preciso superar a Amazônia, transformá-la em uma outra coisa que ela não é. A Amazônia é desconhecida da maior parte da população brasileira, ainda que a gente coma a carne, use a eletricidade, vista o algodão, pise na madeira e beba a água vinda de lá. Em termos científicos, das mais de 15 mil espécies de árvores que existem na Amazônia, conhecemos a biologia de 20 delas (CIAVATTA, 2020). Esse é um texto argumentativo, pois o autor está chamando a atenção para como nós, brasileiros, temos tratado esse local tão importante de nosso país, a Amazônia, que é habitada por índios e ainda tão pouco conhecida. Vale a pena ler o texto todo. Saiba mais Leia a referência a seguir e observe as diversas formas para começar um texto dissertativo. LANDARIN, N. O parágrafo-chave: 18 formas para você começar um texto. Algosobre, [s.d.]. Disponível em: https://www.algosobre.com.br/ redacao/o-paragrafo-chave-18-formas-para-voce-comecar-um-texto. html. Acesso em: 26 out. 2020. Observação A maioria dos textos dissertativos que você constrói deve ser escrito em linguagem impessoal, terceira pessoa. Exemplo de aplicação Imagine que na empresa em que você trabalha surgiu uma vaga para a área de gerência comercial, área com a qual você já teve experiência em seu emprego anterior. Você precisa informar que deseja ocupar a vaga e convencer os responsáveis de que é a pessoa ideal para a atividade. Como fazer uma dissertação assim? 144 Unidade III 6.15 Texto acadêmico A principal característica de um texto acadêmico é o seu objeto de estudo, pois ele é fruto de alguma investigação científica, artística ou filosófica e reflete a visão crítica por meio da reflexão e rigor científico, com a preocupação em ser objetivo, expondo as ideias e os argumentos do autor. Uma das principais características do texto acadêmico é o uso das citações. O que são citações? Os estudantes sempre questionam qual a finalidade de colocar citações nos trabalhos acadêmicos. Vamos conhecer um pouco a respeito. Observe o exemplo de uma citação de Domingos (2008) trazida por Garcia (2010, p. 8): Muitas empresas têm adotado o tema da sustentabilidade e da responsabilidade social em suas campanhas de comunicação, com altos investimentos nas mídias eletrônicas e impressas, por meio de propaganda ou outras ferramentas, como o merchandising em novelas, por exemplo. Por outro lado, os ambientalistas chamam essa propaganda de greenwash, tradução livre como “pegada verde”, e se refere às comunicações corporativas que tentam mascarar um fraco desempenho ambiental das empresas, que passam a enganar o consumidor com anúncios mentirosos (DOMINGOS, 2008). O que podemos notar nesse trecho? Que foi escrito baseado no pensamento de outra pessoa, de outro autor, no caso, Domingos (2008). Não se trata de um autor acadêmico, mas de uma matéria de revista. Observe que é uma citação indireta, e foi escrita com as próprias palavras de Garcia (2010), sem utilizar os comentários ipsis literi do autor. Observação É por essa razão que precisamos usar citações em nossos trabalhos acadêmicos. Utilizamo-nos das ideias de quem domina o assunto e já o estudou longamente para nos amparar em nossos comentários. Citações diretas e indiretas são as principais. Existe ainda a citação de citação, o apud, quando um autor se refere a outro. Você deve evitar esse tipo de citação, pois indica que você não foi buscar a fonte original, e isso não é bem-visto no meio acadêmico. Agora que você conhece a razão de usarmos citações, saiba que elas possuem regras e formas para serem aplicadas nos trabalhos acadêmicos. Da mesma maneira, para formatar seu trabalho existem diversas normas a serem seguidas. Quando fizer seus trabalhos finais, consulte o Manual de normalização da UNIP (2018). 145 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Figura 43 – Os trabalhos científicos e acadêmicos demandam equipes de trabalho para um resultado final satisfatório 6.16 Referências Independentemente das fontes que se use para fazer seus trabalhos acadêmicos, é sempre vital colocar as referências completas para facilitar a localização da informação. Trabalhos sem referências indicam que não foram feitos com o devido rigor científico e que os dados não são passíveis de serem checados. Saiba mais O manual da UNIP apresenta todas as formas corretas para as referências nos trabalhos acadêmicos. Leia: UNIP. Guia de normalização para apresentação de trabalhos acadêmicos da Universidade Paulista: ABNT. Biblioteca Central da UNIP, 2018. Disponível em: https://www.unip.br/presencial/servicos/biblioteca/download/manual_de_ normalizacao_abnt_2018.pdf. Acesso em: 26 out. 2020. São muitas as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para referências: citações de teses, artigos publicados em periódicos científicos, em revistas e jornais, em materiais encontrados na internet. Faça a sua lista de referências sempre com o manual ao lado para conferir se está fazendo corretamente. 146 Unidade III Uma dica é destacar o máximo de informações possíveis sobre a referência e dispor a lista em ordem alfabética geral. Também deve ser verificado se todos os autores citados no texto estão na lista e vice-versa. Não pode sobrar nem faltar! Figura 44 – Pesquisas extensas exigem mais consultas e exigem o recurso do fichamento e as anotações das referências bibliográficas 6.17 Conteúdo da internet Você já observou como há uma abundância de materiais distribuídos gratuitamente na internet? Estamos na era do conteúdo, todo mundo produz e distribui material sem cobrar nada. Muitos materiais excelentes, com assinatura de quem escreveu e indicações bibliográficas. Outros, no entanto, realmente duvidosos. O marketing de conteúdo ganhou a internet já há algum tempo e tornou-se a principal ferramenta de marketing de conteúdo. O que acontece? Qualquer texto,para se tornar relevante para o Google, deve ser clicado (acessado) e quem busca precisa entrar no site. Quando isso ocorre, o Google considera relevante e coloca o site no topo das buscas caso muitas pessoas acessem esse conteúdo. O que as empresas fizeram? Investiram em marketing de conteúdo para aumentar a chance de visitantes, o que eleva o número de topos, expandindo a relevância. Aparentemente, é um ciclo infinito. O que acontece com nossas pesquisas para trabalhos escolares? Muitas vezes vemos conteúdos excelentes, porém eles não têm dono nem assinatura, pois fazem parte dessa avalanche de materiais criados para serem encontrados pelos buscadores e clicados por quem faz a pesquisa e, assim, serem considerados relevantes. Desse modo, é preciso atenção ao usar conteúdos em seus trabalhos realizados, evitando indicar sites que apenas replicam qualquer material, sem nenhuma verificação. 147 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 6.18 Resumo Fazer resumos é tarefa corrente na vida estudantil, e também na profissional. A capacidade de síntese é importante para bons textos. Precisamos de um texto breve, que proporcione uma comunicação rápida. Se pensarmos em tempos de redes sociais então, quantas palavras temos paciência e vontade para ler? Quantas linhas no máximo você consegue ler, sem parar? Isso quando estamos nos comunicando e escrevendo rapidamente. Também há momentos de estudo e de aprofundamento de temas que precisamos, gostamos ou queremos conhecer, mas precisamos desenvolver nossa capacidade de síntese, seja falando, seja escrevendo. Assim, podemos escrever de forma mais breve e com menos pormenores. Para isso, podemos resumir os materiais. Qual tipo? Livros, capítulos de livros, monografias e teses, relatórios específicos e tantos outros disponíveis por aí. Para os resumos de trabalhos acadêmicos, existe uma norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) específica para isso, a NBR 6028, acentuando que o resumo é a apresentação concisa de pontos relevantes de um documento e sempre é acompanhado de palavras-chave, quando se trata de artigos acadêmicos e científicos. As palavras-chave devem ser representativas do conteúdo do documento e devem ser evitadas as que já figuram no título (ABNT, 2003). Observação O resumo dos trabalhos acadêmicos deve ser redigido em um único parágrafo, com frases simples, coerentes e com continuidade (começo, meio e fim). A ABNT (2003) recomenda os seguintes tamanhos para os resumos: • Para notas e comunicações breves, até 100 palavras. • Para monografias e artigos, até 250 palavras. • Para relatórios e teses, até 500 palavras. Vejamos os tipos de resumo: • Crítico: faz análise interpretativa de um texto, geralmente feita por especialistas. É também denominado resenha ou recensão (quando analisa apenas uma edição entre várias). • Indicativo: resume apenas os pontos principais. Usual em prospectos e catálogos e não dispensa a consulta ao original, pois não apresenta dados quanti e qualitativos. • Informativo: ressalta, de modo conciso, finalidades, metodologia, resultados e conclusões. Evidencia ao leitor se ele deve ler o texto todo ou não. 148 Unidade III Para fazer um bom resumo, leia o texto uma, duas, três vezes. Comece buscando a ideia principal, o mote central que move o texto, que o levou ao resultado. A ideia principal do autor deve aparecer logo no início, e é imprescindível usar a terceira pessoa do singular, de preferência em frases afirmativas. Encontrada a ideia principal, deve-se eliminar tudo o que não é essencial para a compreensão dela, como excesso de exemplos, afirmações repetidas do autor, dados que se desviem do tema central do texto. Técnica de sublinhar A técnica de sublinhar ajuda bastante quem não tem prática em fazer resumos. Basicamente, trata-se de marcar as frases mais importantes, a ideia central de cada parágrafo. Após sublinhar, deve-se reescrever o texto, a partir das anotações. Esquema, quadro sinóptico, mapa mental Para fazer um esquema, observe os seguintes passos: • Enumerar os elementos importantes. • Elencar as ideias centrais do texto. • Fazer representação gráfica do que se leu. • Usar chaves e números, se preciso. • Ter uma compreensão das partes do texto, pois sem isso não é possível esquematizar. • Observar a fidelidade ao original. • Cuidar da estrutura lógica do trabalho. • Criar flexibilidade e funcionalidade (para que rapidamente se tenha uma ideia do conteúdo). Algumas indicações, que vêm do mundo acadêmico, podem ser úteis para escrever nossos resumos, entenda: • Resumo é a condensação do texto, sintetizado nas ideias centrais. • Levantar o esquema e preparar as anotações de leitura. 149 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Use frases breves, objetivas, sempre acrescentando as referências bibliográficas e observações de caráter pessoal, se necessário. • Ler e reler o texto. • Procurar a ideia-chave de cada parágrafo. • Colocar em ordem e relacionar as ideias dos parágrafos. • Escrever a síntese, formando frases com todas as ideias principais. • Confrontar a síntese com o original para que nada de importante falte no resumo. • Redigir com as próprias palavras. Figura 45 – Marcar o texto de alguma maneira ajuda a elaborar o resumo Figura 46 – Você pode desenvolver sua própria maneira de marcar os textos para facilitar o seu trabalho 150 Unidade III 6.19 Resenhas críticas e os trabalhos acadêmicos Aqui entramos na parte geralmente mais difícil, do ponto de vista dos estudantes, que são convidados a refletir sobre temas e assuntos que não estão acostumados e devem escrever as suas próprias resenhas. Uma resenha não é um resumo. As resenhas partem de um material anterior, um texto, um filme, um livro, e o autor faz uma crítica pessoal a respeito, mas não escreve isso em primeira pessoa, o texto é sempre em terceira pessoa. Observação Uma resenha, também chamada de resenha crítica, é uma síntese geral informativa e avaliativa que pressupõe crítica, opinião. Podemos comparar as resenhas que fazemos em nossas atividades para as disciplinas com os textos acadêmicos. A resenha deve ser composta de uma rápida introdução sobre o tema e um breve resumo do conteúdo; análise com julgamentos de valores dos pontos mais importantes (em obras literárias, estuda-se a construção das personagens, psicológica e sociais); apreciação da obra quanto ao seu valor científico ou estético em visão crítica objetiva, imparcial, sem digressões, que mais ressaltam as ideias do resenhador do que do resenhado; avalia-se a relevância da obra dentro da área de atuação; apresenta-se ainda uma conclusão que abranja o valor do conjunto todo da obra e, se for o caso, as referências bibliográficas e os dados sobre o autor. Lembrete Uma resenha crítica não é apenas um resumo benfeito da obra. Ela precisa ter um conteúdo crítico, que exponha a opinião do autor da resenha, sempre redigido em terceira pessoa. 6.19.1 Resenhas de filmes Veja que nas resenhas sobre filmes, exposições, teatro, normalmente são expostas apenas as informações sobre a obra, em linguagem referencial. As críticas, essas sim, apresentam as opiniões dos autores, são as chamadas resenhas críticas. Três anúncios para um crime Após o assassinato de seu filho, uma mãe jura vingança e justiça para quem cometeu o crime. Cercando o trabalho da polícia local, ela não se conforma com a falta de evidências de que o crime será solucionado. Ela toma, então, uma decisão radical: contratar uma gangue de pistoleiros para que encontrem e deem cabo das pessoas que mataram sua herdeira (TRÊS..., s.d.). 151 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Figura 47 Veja que nas resenhas sobre filmes, exposições, teatro, normalmente são expostas informações em geral sobre a obra, sem detalhamento crítico. Você aprendeu bastante sobre como utilizar as ferramentas de comunicação para conversar com o público interno da empresa e também como escrever melhor os seus textos empresariais.Resumo Essa unidade trouxe os temas da comunicação interna, que busca criar e manter um bom relacionamento entre a empresa e seus colaboradores, alguns dos públicos mais importantes, pois sem eles o produto ou serviço não chegaria ao consumidor. Pudemos entender como funcionam as relações de comunicação entre a instituição e os funcionários para buscar harmonia nessa questão, aprendendo ainda a criar um plano de comunicação interna. Conhecemos o endomarketing e os mistérios da redação comercial, chamada de comunicação administrativa, envolvendo todos os públicos, órgãos do governo e até os currículos. Ilustramos as funções da linguagem e sua importância para a escrita de textos empresariais, destacando como usá-las nas situações adequadas. A maioria dos textos que fazemos profissionalmente são realizados na linguagem referencial, com informações completas e objetivas. As propagandas e os textos que precisam convencer as pessoas a fazer alguma coisa são escritos na função conativa ou apelativa, sendo essas duas funções as mais utilizadas. 152 Unidade III Depois, destacamos elementos capazes de nos ajudar a escrever melhor, começando pela estrutura dos parágrafos, minitextos, que devem ser completos em si, mas com o cuidado de não fechar o texto integral, como um todo. Vimos a importância do tópico frasal e as ideias secundárias, tratando de estruturar bons começos, meios e fins de parágrafos. Então, verificamos os itens que compõem um texto e aprendemos a organizá-los adequadamente para termos uma boa comunicação. Por fim, foram acentuados os mistérios para escrever textos descritivos, narrativos, dissertativos, injuntivos e expositivos. Também conhecemos um pouco de escrita acadêmica e suas peculiaridades, como as citações e as referências, e nos deparamos ainda com os resumos e as resenhas, textos tão importantes em nossa fase de estudos de graduação. Exercícios Questão 1. O linguista Roman Jakobson, baseado nos seis elementos envolvidos na comunicação (emissor, receptor, mensagem, canal, código e referente), definiu as funções da linguagem. Segundo esse pensador, nas situações de comunicação, podemos identificar o elemento que apresenta a maior evidência e, assim, determinar a função da linguagem predominante. O quadro a seguir mostra essa associação. Quadro 12 Elemento da comunicação Função da linguagem Emissor Emotiva ou expressiva Receptor Apelativa ou conativa Mensagem Poética Código Metalinguística Canal Fática Referente Referencial Com base no exposto e nos seus conhecimentos, analise as afirmativas. I – Quando a comunicação é centrada no emissor, temos predomínio da função apelativa (ou conativa) da linguagem. Ela prepondera em uma conversa, por exemplo, em que o emissor fala da sua vida, da sua experiência ou das suas percepções. II – Quando a comunicação foca o receptor, com pronomes como “você”, “seu” ou com verbos no imperativo, temos predomínio da função emotiva da linguagem. Essa função é bastante frequente na publicidade, por exemplo, em “Beba Coca-Cola”. 153 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL III – Quando o importante é simplesmente manter a comunicação, o contato, temos predomínio da função fática da linguagem. Um exemplo dessa situação é o que chamamos de “conversa de elevador”. Nesse caso, em geral, falamos sobre o tempo ou o trânsito. É correto apenas o que se afirma em: A) I. B) II. C) III. D) II e III. E) Todas as afirmativas são corretas. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: quando a comunicação é centrada no emissor, temos predomínio da função emotiva da linguagem, e não a função apelativa (ou conativa). Um exemplo de preponderância da função emotiva ocorre em diálogos nos quais o emissor fala sobre sua vida e suas preferências. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: quando a comunicação foca no receptor, com pronomes como “você”, “seu” ou com verbos no imperativo, temos predomínio da função apelativa (ou conativa) da linguagem, e não da função emotiva. Um exemplo de preponderância da função apelativa ocorre na publicidade, como em “Beba Coca-Cola”. III – Afirmativa correta. Justificativa: quando queremos somente manter a comunicação, há o predomínio da função fática da linguagem. Um exemplo de preponderância da função fática são as conversas vagas, que têm como objetivo apenas manter a comunicação ativa. 154 Unidade III Questão 2. (Enade 2009, adaptada) Um plano de comunicação social para determinada instituição incorpora a execução de tarefas em diversas áreas, como, por exemplo, assessoria de imprensa, relações públicas e publicidade, como propostas específicas de cada uma. Esse plano segue diretrizes geradas pela necessidade básica da comunicação e envolve especificidades. É correto afirmar que um plano de comunicação é: A) Elaborado de forma minuciosa, propondo-se objetivos, metas, datas e estratégias. B) Executado pela instituição com tarefas e datas a serem definidas posteriormente. C) Idealizado desconsiderando a utilização de qualquer tipo de pesquisa em comunicação. D) Proposto a partir de uma necessidade básica de se realizar pesquisa de opinião. E) Realizado pela gestão administrativa e executado por uma equipe contratada. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: o plano de comunicação faz um diagnóstico minucioso da comunicação de uma empresa e propõe sugestões de melhorias, deixando claro o que se pretende com as propostas, indicando a forma de realizá-las e estabelecendo um cronograma para as atividades. B) Alternativa incorreta. Justificativa: as tarefas a serem realizadas devem ser definidas no próprio plano. C) Alternativa incorreta. Justificativa: as pesquisas de comunicação são instrumentos fundamentais para pensar e estruturar um plano de comunicação. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o plano de comunicação é peça estratégica de uma organização. Logo, seus objetivos não se resumem a uma pesquisa de opinião, que é apenas um instrumento para se montar o diagnóstico geral. E) Alternativa incorreta. Justificativa: as tarefas apresentadas em um plano de comunicação devem envolver diversos setores e níveis dentro de uma organização. 155 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Unidade IV 7 COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL E AS APRESENTAÇÕES PROFISSIONAIS A comunicação interpessoal é a que ocorre entre duas pessoas, olho no olho, como se costuma dizer, ou nos contextos de grupos, nos quais as pessoas são tratadas como indivíduos. As informações são trocadas conforme a experiência de vida de cada um. Por outro lado, para falarmos bem em público, precisamos ter as habilidades pessoais para essa atividade. Nós nos comunicamos o tempo todo; atendemos clientes, falamos com pessoas, conversamos com nossa família. De fato, a comunicação pessoal é uma das aptidões mais importantes nas empresas. Falar bem, seja nas relações pessoais, seja na empresa, é uma habilidade que pode ser aprendida, afinal, ninguém nasce sabendo. 7.1 Falar bem em público Você está o tempo todo sujeito a ter que falar em público, tanto em sua vida pessoal como profissional. Empresários, executivos, técnicos e profissionais liberais necessitam cada vez mais da boa comunicação. Todos precisam falar bem para enfrentar as mais diferentes situações, como comandar subordinados, dirigir reuniões ou participar delas, apresentar relatórios, presidir solenidades, vender ou expor produtos e serviços, negociar com grevistas e líderes sindicais, dar entrevistas para emissoras de rádio e televisão, fazer palestras, ministrar cursos, fazer homenagens e agradecer por elas, desenvolver contatos sociais, representar a empresa ou entidade a que pertence. Enfim, é algo presente nos mais diversos acontecimentos e em tantas outras possibilidades. 7.2 Apresentações pessoais profissionais Para fazer uma apresentação de sucesso, devemos buscar a empatia com os ouvintes, oferecendo sinaiscorporais e gestuais para atingir os objetivos propostos. Figura 48 – O mundo globalizado exige comunicações assertivas 156 Unidade IV O que é uma apresentação? É uma forma de comunicação que serve para informar e/ou persuadir uma audiência. Uma apresentação bem-sucedida: • Produz o efeito desejado (persuade e influencia). • Desperta a atenção da plateia. • Mostra claramente os objetivos pretendidos. • Enfatiza a importância do assunto que está sendo exposto. • Expõe o assunto de forma clara e interessante. • Busca a compreensão dos ouvintes. Já que é inevitável falar em público, vamos aprender algumas técnicas importantes sobre o assunto. Essa parte do trabalho é desenvolvida a partir das ideias de Polito (2005) e Blikstein (2006). Conhecimento da matéria Essa é a primeira condição para uma boa apresentação. É preciso conhecer o assunto para falar bem sobre ele. Outro ponto vital é ter claro quais são seus objetivos. Quando estiver se preparando para falar em público, deverá responder aos seguintes questionamentos: • O que pretende comunicar? • Quem é o seu ouvinte? É preciso que se tenha isso bem claro para não fugir do assunto nem falar de temas que não deveriam ser tratados no momento de sua apresentação. Tenha um cuidado especial com o vocabulário. Pense nas palavras que irá dizer. Análise da audiência Quem é o seu público? Para falar em público, é preciso saber para quem se dirigirá a sua comunicação; com quem falará. É importante saber as seguintes informações: • Quem são meus ouvintes? • O que sabem a respeito do tema? 157 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Qual o posicionamento deles sobre o assunto? • Como a audiência o vê como apresentador? • Como se formou o grupo? • Qual a faixa etária? • Qual o nível educacional dos ouvintes? • Quantos ouvintes serão? • Quais as expectativas da audiência? • O público sabe mais do que você? • Sabe menos do que você? • São subordinados? • São pares? • São da diretoria? O público que o ouvirá sabe mais do que você sobre o assunto tratado? Se sim, tenha o cuidado de falar em uma linguagem mais técnica, porém clara. Não tente impressionar. Fale sobre o que domina, assim não cometerá erros. Observação Precisamos saber como se formou esse público. Foi de livre e espontânea vontade ou estão ali por serem obrigados? Se estiverem ali livremente, significa que estão abertos às informações que você apresentará. Se as pessoas sabem menos do que você, então tenha o cuidado de não esnobá-las com palavreado técnico e difícil para elas. Fale a mesma língua de seus ouvintes. Plateias formadas por subordinados tendem a ser mais carinhosas e receptivas (por que será, não?), os colegas do mesmo nível tendem a ser mais críticos com sua apresentação e os elementos superiores tendem a ser profissionais, mas exigem um bom trabalho. Fique atento a sua plateia! 158 Unidade IV 7.3 Quais recursos de apoio serão utilizados? Sempre defina com antecedência os materiais de apoio que utilizará em sua apresentação. Eles devem estar funcionando adequadamente e serem testados com antecedência para, no caso de algum problema, ser acionado o plano B. Entre os mais comuns estão: • Datashow e telão. • Flipchart. • Filmes. • Computadores. • Lousa e giz. • Papéis impressos. • Folhetos. • Produtos. Sobre a entrega de materiais para a plateia, defina o momento em que isso ocorrerá para evitar tumultos e conversas em sua apresentação. Faça-o no início, ou no fim, nunca enquanto estiver falando, o que só pode ser feito se você for experiente no domínio da plateia. Ao usar os recursos audiovisuais, preste atenção à postura em relação à tela de projeção: • Posturas incorretas: diante da tela de projeção, de lado e virado para a tela. • É inadequada a falta de contato com a plateia ou ficar de costas para o público. No tocante à apresentação dos slides, lembre-se sempre de usar letras legíveis, sem erros gramaticais, e com boa disposição gráfica. O uso das cores é importante, mas no máximo três. Conheça as dez regras básicas para produzir um bom visual (POLITO, 2005): • Coloque um título: — Um bom título deve ser simples, de poucas palavras e muito esclarecedor. Normalmente, o título deve ser colocado na parte superior do visual. • Faça legendas. • Escreva com letras legíveis: — De preferência, grandes o suficiente para serem lidas por todas as pessoas da sala. 159 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Limite a quantidade de tamanho das letras: — No máximo três tamanhos de letra por visual. • Componha frases curtas: — Seis ou sete palavras são suficientes para mostrar uma ideia completa, a essência do que pretende dizer. Frases curtas, portanto. • Use poucas linhas: — Na horizontal, o visual pode ter seis ou sete linhas. Na vertical, oito ou nove linhas. • Use cores: — Use, mas não abuse. Utilize cores contrastantes para destacar bem as informações. Estabeleça um limite de três a quatro cores por visual. • Use apenas uma ideia em cada visual: — Identifique a ideia central da mensagem e restrinja-se a ela no visual. • Utilize apenas uma ilustração em cada visual: — Uma única ilustração que realmente contribua para deixar clara a mensagem. • Retire tudo o que prejudicar a compreensão da mensagem: — Ficam no visual apenas os dados que facilitem a compreensão da mensagem. Figura 49 – Retire tudo o que for supérfluo de sua apresentação para que fique com um visual limpo 160 Unidade IV 7.4 Sugestões para organizar a apresentação Para Blikstein (2006), para organizar uma apresentação, é essencial um ponto de honra da comunicação, como ele chama, fazer um planejamento, uma ficha mental e ensaiar. Se as ideias, por melhores que sejam, não estiverem articuladas com os objetivos e a lógica da apresentação, de nada adianta jogá-las no fluxo do discurso, sob pena de o orador criar uma imagem de desorganização, gerando ruídos ou efeitos negativos junto à plateia (BLIKSTEIN, 2006, p. 52). Segundo o autor, montar uma ficha mental deve ser uma maneira corrente para planejar apresentações em público, pois possui três vantagens: • Segurança, clareza e objetividade, por causa da sequência lógica proposta. • Possibilita a persuasão, “vender a ideia” em tempo adequado e planejado. • Facilita a tranquilidade mesmo em momentos mais difíceis ou comprometedores no transcorrer da apresentação. Observação Blikstein (2006) sugere que se monte uma ficha física com os tópicos que se pretende falar e o tempo necessário para cada um deles. É importante fazer um esboço do que se pretende falar, na abertura, no desenvolvimento e na conclusão. Faça-o e procure não fugir desse esboço para não se atrapalhar com o tempo de apresentação, que não deve nunca ultrapassar uma hora e meia, já com a parte destinada às perguntas, dúvidas e troca de contatos. 7.4.1 Começando a desenvolver o assunto Acentuamos a seguir os principais aspectos nessa etapa: • Defina o que vai dizer (escolha o tema). • Faça um esboço do que deseja abordar (escreva os pontos principais). • Pense nos prós e contras do assunto. • Pense nos argumentos, enalteça os prós (benefícios/vantagens), prepare-se para enfrentar os contras. • Estude sobre o tema (leia, converse com experts, faça anotações). 161 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Ordene o assunto em uma sequência lógica. • Escolha o vocabulário adequado. • Pense nos recursos que usará para enriquecer a apresentação. • Enquadre o conteúdo no tempo disponível. • Planeje cada uma das etapas da exposição. • Prepare a apresentação em uma ordem lógica, rigorosa, com começo, meio e fim e apresente nessa ordem. • Não utilize mais do que 2 horas, incluindo o tempo para perguntas e respostas, pois mais do que isso cansa demais a plateia. O canal Muitas pesquisas apontam a importância dos diversos elementos presentes em uma comunicação oral, como é o caso das apresentações profissionais. Uma pesquisa dos anos 1960 mostrou que acomunicação é basicamente exercida por: • Comunicações não verbais (55%). • Entonações de voz (38%). • Palavras (7%). Muitas outras pesquisas já foram feitas desde então, mas esses números ficaram famosos. Assim, se a parte mais importante da comunicação não está nas palavras, é preciso atenção especial aos outros recursos que não sejam elas, como as entonações de voz e a comunicação não verbal feita durante as apresentações. Outros recursos corporais e da voz: • Entonação da voz. • Gestos. • Expressões faciais. • Emoções e sentimentos. 162 Unidade IV A entonação da voz é muito importante. É preciso modular, aumentar e baixar o tom para conquistar a atenção de todos. Os gestos também são perigosos, e podem assustar a plateia, se você aponta o dedo para alguém, por exemplo. As expressões faciais demonstram nossas emoções e sentimentos e precisam ser pensadas para serem bem utilizadas e tornar nossa fala mais expressiva. 7.4.2 Postura e movimentação Sua postura e atitudes antes de falar poderão predispor o ânimo dos ouvintes de forma favorável ou desfavorável. Caminhe com determinação, demonstrando segurança no andar e certeza na postura. Mantenha a cabeça e os ombros eretos, semblante calmo e sereno. Preste atenção aos seguintes pontos: • Movimentação: — Não fique sempre no mesmo lugar. — Não ande sem parar. — Não fique se balançando. — Evite gestos repetidos. — Movimente-se com naturalidade e elegância. • Braços e mãos – erros mais comuns: — Mãos atrás das costas ou nos bolsos. — Braços cruzados. — Apoiar-se sobre a mesa, cadeira, tribuna ou outro objeto. — Cotovelos grudados no corpo. — Estalar os dedos, mexer no relógio, brincar com objetos (caneta, anel, por exemplo). • Postura correta: — Braços ao longo do corpo. — Braços à frente do corpo, acima da cintura, com mão juntas ou separadas. 163 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Pernas – erros mais comuns: — Movimentação desordenada. — Apoiar peso do corpo sobre uma das pernas. — Cruzar os pés em x. • Posição correta: — Pernas levemente afastadas, sem rigidez, para dar equilíbrio ao corpo. Figura 50 – Ao falar em público, todos os detalhes importam: a forma como nos movimentamos, olhamos para as pessoas, gesticulamos e mexemos nossa face 7.4.3 Contato visual e voz Uma atitude muito deselegante adotada por um apresentador é não olhar para as pessoas. O olhar fugidio é logo percebido pelos interlocutores, que sentem a insegurança do palestrante pela sua forma de olhar. Nem pense em escolher um ponto fixo para ficar olhando, as pessoas logo percebem, inclusive que não é para elas que está olhando. O olhar perdido, para o horizonte, para o chão ou para lugar algum também deve ser evitado. Como olhar: • Olhe para todos os ouvintes (todos devem ser observados). • Volte os olhos, vire a cabeça e o corpo em direção a quem dirige a palavra. 164 Unidade IV A voz exprime sentimentos e emoções, gera entendimentos diferentes e por isso deve-se ter um cuidado especial com ela. Há o tom certo para cada palavra conforme o seu significado, bem como uma interpretação correta, a partir do que se pretende transmitir. Não se deve dar uma excelente notícia com semblante triste, assim como não se noticia a morte de alguém com sorriso nos lábios. A voz precisa estar condizente com as expressões faciais. Quanto aos defeitos mais graves, temos: • Voz fraca. • Voz monótona. • Voz rouca. • Voz fanhosa. • Voz de falsete. • Voz estridente. • Voz grave. Para usar bem a voz, é preciso utilizar pausas que permitam uma dicção melhor. Deve-se respirar adequadamente para não perder o ar nem articular as palavras de forma errada ou apressada. É fundamental ter em mente que o objetivo é a compreensão da mensagem, então, por meio das pausas adequadas, o palestrante conseguirá que o receptor decodifique a mensagem. É comum ocorrer omissões, alterações fonéticas e má articulação das palavras, por exemplo, dizer a palavra correr sem o “r” no fim, ou dizer as meninas sem o “s” no fim. Fica muito deselegante e displicente. Para melhorar a entonação e o ritmo da apresentação, deve-se: • Respeitar a velocidade de cada palavra, cada assunto. • Pronunciar os finais das frases sem enfraquecê-las. • Dizer as frases utilizando diversos tons de voz. • Articular bem e claramente cada palavra. • Conhecer a própria voz e dominá-la. 165 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Figura 51 – Falar em público é um dos principais medos das pessoas Siga as regras da Endeavor a seguir para melhorar ainda mais a sua apresentação: Regras para uma apresentação de Power Point brilhante 1. Faça cartões de memorização: não os coloque em tela, fique com eles em mãos. Você pode usar os cartões como forma de garantir que você diga tudo o que tinha sido planejado. 2. Faça slides que consolidam a sua fala, e não que a repetem: os slides devem demonstrar, com provas emocionais, que o que você está dizendo é a verdade. [...] 3. Crie um documento escrito: escreva com o máximo de informações e notas de rodapé você quiser. Quando começar a apresentação, diga ao seu público que você irá entregar os detalhes da palestra posteriormente, para que eles não precisem fazer anotações. 4. Crie um círculo de feedback: se a sua apresentação de PowerPoint for para uma aprovação de projeto, entregue para as pessoas um formulário de aprovação do projeto para feedback, para que não tenha nenhum tipo de ambiguidade sobre o que vocês concordaram na apresentação. [...] Pontos no slide são para a escola! Não use mais do que seis palavras por slide. Nunca. Não use fotos amadoras. Use fotos profissionais de bancos de imagem. 166 Unidade IV Não use as transições de slide animadas. Efeitos sonoros devem ser usados em alguns momentos para provocar a memória emocional sobre a palestra. Não entregue cópias impressas dos seus slides. Eles não funcionam sem você e sua apresentação. As imagens dos slides devem provocar reações emocionais e os conteúdos que você vai explanar são para ampliar as ideias, fazendo com que as pessoas, ao pensarem sobre o que você falou, visualizem as imagens e vice-versa (REGRAS..., 2015). 7.4.4 Vícios de linguagem e artifícios da fala Cuidado com os “ok”, “não é?”, “certo?”, “realmente”, “tá?”, “né?”, “na verdade”, “ehhhhh”, “hummmm” e outros artifícios da fala e vícios de linguagem. Um “né?” tudo bem. Dois, vá lá. Três ou quatro ainda podem ser suportáveis. Mas usar o “né?” com frequência, em quase todo fim de frase, pode fazer com que as pessoas se irritem e se sintam desestimuladas a prestar atenção em suas palavras, seja numa reunião da empresa, nas negociações, nas entrevistas e nas apresentações pessoais (POLITO, 2005, p. 21). Segundo o autor, o “né?” é o grande chefe de uma imensa família, que inclui parentes como “tá?”, “ok”, “não é?”, “certo?”, “realmente”, “percebe?”, “tá entendendo?”, “na verdade”, “não é verdade?”, “fui claro?”, “ehhhhh”, “hummmm”. Para eliminá-los, o autor ensina que o primeiro passo é tomar consciência da existência deles. Quando se está inseguro, a tendência é falar como se estivesse perguntando, como se ao fim das frases perguntasse: estou me comunicando bem? Quando você perceber isso em suas falas, quando estiver perguntando em vez de afirmar, procure mudar a maneira de falar e se expresse com afirmações. Dica: grave suas apresentações em vídeo para conhecer melhor seu trabalho. Geralmente, o orador não tem consciência de seus vícios de linguagem, de postura, nem do quanto movimenta mãos e pés. Se constatar que está exagerando, procure “se ouvir” enquanto fala e vá substituindo essas palavras por outras. Com o tempo, a tendência é perder o hábito de utilizá-las. Agora que você conhece as técnicas para preparar uma boa apresentação, vamos ver então como fazê-la de forma correta, convincente e com bons resultados. 167 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 7.5 Na hora da apresentação Na introdução, deve-se conquistar a benevolência da audiência11 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Unidade I 1 A COMUNICAÇÃO A comunicação é talvez uma das necessidades humanas mais antigas, observada desde os primórdios da humanidade, quando ainda não eram possíveis a fala, as interações sociais mais elaboradas, tampouco os relacionamentos. Quando alguém, em algum momento, resolveu trocar uma ideia, combinar algo com outra pessoa, a comunicação começou a ser desenvolvida. Com a linguagem, o homem pôde perpetuar sua história, passando de geração a geração os conhecimentos atribuídos em sua época. Antes de a linguagem aparecer, os nossos ancestrais tinham que “começar do zero” toda vez que nascia um novo membro na comunidade, na tribo ou no grupo de pessoas de seu convívio. A palavra comunicar vem do latim communicare, que significa “pôr em comum”. Comum, do latim communis, quer dizer “pertencente a todos ou a muitos”. Filosoficamente explicando o conceito, podemos pensar que a comunicação humana perpassa todas as nossas ações em relação aos outros, e para isso é preciso compreender o que se está comunicando, e, assim, poder tornar comuns ideias, experiências e contextos, almejando o entendimento entre os homens. Podemos dizer que comunicar é buscar as explicações para as questões existenciais mais profundas, como: “De onde viemos?”; “Para onde vamos?”; “O que está além do que vemos?”. Saiba mais Alguns filmes mostram de maneira brilhante essas realidades primordiais que não fazem parte do nosso cotidiano. É o caso do longa a seguir, baseado no livro de Umberto Eco, que mostra a rotina de monges que copiavam os livros na Idade Média. O NOME da rosa. Direção: Jean-Jacques Annaud. Alemanha: Neue Constantin Film, 1986. 131 min. 1.1 Elementos do processo de comunicação e ruídos Tomasi e Medeiros (2014) ilustram o histórico do modelo mecanicista, que foi desenvolvido por Shannon e Weaver em 1949. Ao adaptarmos o modelo para a comunicação humana, depreendemos que para transmitir as mensagens um emissor precisa de um código, que nada mais é do que um conjunto organizado de signos. Então, deve-se transformar o que se pretende comunicar em um código, isto é, codificar 12 Unidade I a mensagem. Por exemplo, em uma mensagem escrita, deve-se escrever o texto em um suporte qualquer, um papel, uma tela de computador, com a linguagem escolhida; em nosso caso, o código é a língua portuguesa. Emissor Codificação Decodificação Receptor RespostaFeedback Ruído Mensagem Meio Referente ou contexto Figura 1 – Imagem do processo de comunicação A mensagem precisa de um meio para ser transmitida, que pode ser um papel, um meio eletrônico, como televisão, rádio, telefone, internet e outros. Esse suporte é também chamado de canal de comunicação. O receptor, por sua vez, precisa decodificar a mensagem, realizar o processo inicial de forma contrária, ou seja, entender o que o codificador quis dizer com a mensagem. Quando a decodificação se dá de forma adequada, dizemos que houve comunicação, ou seja, o receptor compreendeu a mensagem e deu um retorno (feedback), reatroalimentando o emissor com ela. Tudo isso ocorre, é bom lembrar, num ambiente, num contexto, conhecido como referente, por meio do qual a comunicação acontece. Veja o exemplo da aula a distância: é possível que uma aula de comunicação empresarial seja diferente nesse contexto virtual quando comparada à forma presencial. Os elementos que compõem o processo de comunicação são: • Fonte: iniciadora do ciclo da comunicação (máquina, pessoa, organização, instituição). • Emissor: protagonista do ato da comunicação, codifica e emite uma mensagem para um receptor. • Receptor: outro protagonista, para quem a mensagem é dirigida, recebe a informação e a decodifica. • Mensagem: objeto da comunicação, é uma estrutura organizada de sinais que servem para comunicar. • Ruído: sinal indesejado que atrapalha a comunicação e perturba a compreensão da mensagem. • Canal: meios de comunicação. • Contexto: situação a que a mensagem se refere, chamado também de referente. • Código: conjunto de signos, escrita. • Signos: combinação de um significado com um significante (ideia mais objeto). 13 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Quando a comunicação não se completa, dizemos que houve ruídos (gaps), quando o receptor não a entende por problemas em algum dos elementos do processo de comunicação, como no próprio receptor, no canal, no código, na mensagem ou no emissor. Problemas de ordem psicológica, como preocupações e estresse, podem afetar o estado de emissor e de receptor. A formação escolar da pessoa, sua cultura, religião, ou seja, sua percepção em relação à comunicação fica prejudicada por causa de sua visão de mundo, preconceitos etc. Outra adversidade ainda pode ocorrer por questões fisiológicas, como dor, mal-estar físico, dificuldade de visão e de audição. No ambiente, os ruídos podem ocorrer por falta de condições mínimas para compreensão da mensagem, como muito barulho, ausência de luz, intensa movimentação de pessoas, entre outros. Outros exemplos de ruídos são: tipo de linguagem usada, vocabulário inadequado, a sequência em que a mensagem aparece e a velocidade da emissão. Figura 2 – As linguagens são formadas por conjuntos de sinais Exemplo de aplicação A respeito do avanço tecnológico e da compreensão das linguagens, a internet possui vídeos interessantes sobre a inserção do livro na sociedade. Pesquise alguns conteúdos e procure avaliar a evolução da comunicação e do livro. Você vai se divertir muito ao ver um suporte técnico dos tempos em que o livro foi inserido na sociedade. 1.2 Signo linguístico e ruído na comunicação Existem muitas formas de linguagem: a oral, a escrita, a científica, a musical e outras. Os meios de combinação dos elementos, bem como as regras e convenções sobre os usos adequados de cada um deles é que determinam que outras pessoas possam entender a linguagem. 14 Unidade I A linguagem é, portanto, um conjunto de signos com regras para serem combinados. O signo é qualquer coisa que faz referência a outra coisa ou ideia. Ele possui significado, ou seja, a maneira pela qual as pessoas o compreendem. Também faz parte do signo o significante, que é a forma concreta do que ele representa, como a palavra, o gesto e o som. Linguagem Conjuntos de signos Signos Regras próprias Referência às coisas Significado Maneira como é entendido Significante Palavra Gesto Som Figura 3 Se alguém disser a palavra casa, você imediatamente vai pensar abstratamente em uma casa. Pode ser a sua ou a casa que você viu pela manhã quando passou por determinada rua. Essa é a ideia de casa que você tem, é o significado dessa palavra. Por outro lado, a representação da casa pode ser feita por uma fotografia, uma imagem, que é o significante da palavra casa. Os signos têm significados diferentes conforme o contexto. Em português, temos muitas palavras assim. Por exemplo: manga pode ser de camisa ou referir-se à fruta manga; podemos ter um documento legal e um encontro legal. 1.3 Níveis de linguagem As línguas possuem elementos que as fazem ser uniformes, e isso as distingue umas das outras. Entretanto, não existem duas pessoas que falem da mesma forma, cada indivíduo utiliza os recursos de modo diferente, o que traz diversidade à língua. Observação A mesma mensagem pode ser transmitida usando-se diferentes níveis de linguagem: • Que odor desagradável! • Que mau cheiro! • Que fedor! • Que catinga! 15 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Mais do que na escrita, na língua falada essa oposição uniformidade/diversidade é mais percebida por não obedecer a padrões tão rígidos impostos pela norma culta da gramática, por exemplo. Que fatores são esses que interferem na forma de as pessoas falarem? Fatores regionais A variação regional, o regionalismo, diz respeito ao modo como se fala de forma distinta até mesmo dentro do país. Aqui no Brasil fala-se de maneira diversa em vários estados. Há diferenças entre o Sul, o Norte epelo comportamento do apresentador. A atitude é essencial nesse momento em que se trava o primeiro contato com a plateia e o orador se apresenta. É importante mencionar nesse momento o tema sobre o qual irá discorrer e falar dos objetivos da apresentação. É o preparo psicológico da plateia para que ela ouça sua mensagem. Mas como ganhar a benevolência da plateia? Como despertar sua atenção? O que evitar Nunca se deve pedir desculpas para o auditório. Contar piadas é perigoso, é bom apenas para palestrantes experientes. É muito difícil retomar o foco se a plateia cair na gargalhada. Não se deve começar com palavras vazias e temas polêmicos: futebol, piadinhas preconceituosas, racistas e machistas. O que se deve fazer? • Mencionar a razão do encontro. • Enunciar um fato interessante. • Fazer uma citação (livros conhecidos, experts do assunto, passagens históricas). • Levantar reflexões. • Prometer brevidade. • Explorar a criatividade. Objetivos e importância da apresentação Deixe bem claro para você quais os objetivos de sua palestra e torne-os claros para sua audiência. Busque conquistar a atenção da audiência demonstrando a relevância da matéria. Diga o que pretende alcançar ou fazer durante a apresentação, de modo a motivar a audiência. Procure relacionar os objetivos com as expectativas dos ouvintes. Enfatize a importância do assunto para os ouvintes, de forma a atrair, seduzir, fascinar, encantar, enfeitiçar. Use a entonação na voz e expressividade na fala. Demonstre que os assuntos que serão tratados são relevantes também por causa de sua experiência pessoal (conte casos profissionais), faça comparações com outros casos. Cite exemplos do assunto, mostre evidências de que sua apresentação é interessante. Traga opiniões de peritos no assunto. 168 Unidade IV A agenda Explique para os ouvintes como será a apresentação: o tempo de duração, com ou sem intervalos; se haverá debates, exercícios, filmes e outros. Fale de modo agradável e seja breve. Essa atitude diminui a ansiedade natural da plateia. Comece a desenvolver seu tema com propriedade de quem sabe sobre o que fala e deixe claro isso aos ouvintes. Fale de maneira lógica (simples para o complexo, familiar para o desconhecido, frequente para o menos usual). Vejamos aspectos relevantes: • Relacione o tema com a realidade da plateia. • Use exemplos, gráficos, imagens para ilustrar sua apresentação. • Evidencie as vantagens. • Argumente sobre fatos. • Destaque o essencial, reafirme o que é relevante. • Faça um resumo da ideia. • Não fale muito rápido nem muito devagar. • Transmita segurança, confiança e credibilidade naquilo que expõe. • Fale com entusiasmo. • Faça um resumo, retomando as principais ideias em destaque. Conclusão da apresentação: • Evite ser lacônico, prolixo e repetitivo. • Fuja do que é prolongado. • Conclua sua apresentação da melhor forma possível. • Faça um convite a uma ação conjunta. • Diga uma frase de efeito. • Agradeça, elogie. 169 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL As perguntas Se a proposta envolver um tempo para perguntas e respostas, tenha uma atitude tranquila, sem agressividade, e mantenha a mente aberta para novas ideias. Efeito da apresentação Deve-se avaliar sempre o resultado da apresentação e procurar entender as causas do sucesso ou fracasso, tendo em mente que esse é um processo que deve sempre ser aperfeiçoado. Não se sinta mal se algo saiu diferente do planejado. É um jogo de erro e acerto para a melhoria contínua da atividade, que só avança com a prática. Blikstein (2006, p. 164) elenca alguns itens com os quais se deve ter cuidado para garantir boas apresentações em público: • Desorganização. • Incoerência. • Falta de motivação. • Falta de empatia. • Falta de clareza. • Falta de contato visual. • Voz baixa. • Falta de entoação (tom monocórdio). • Gestos e/ou movimentos exagerados ou conflitantes. • Postura rígida e autoritária. • Monotonia. • Excesso ou falta de formalidade, procure adequar o tom da apresentação ao público-alvo. • Uso inadequado ou mistura de registros e níveis linguísticos (gíria, linguagem chula etc.). • Uso de clichês, lugares-comuns e frases feitas. • Improviso. Fora isso, procure sempre: planejar, planejar, ensaiar, ensaiar, ensaiar. 170 Unidade IV Figura 52 – Falar em público pode dar certo quando estamos preparados e conhecemos bem o assunto sobre o qual vamos tratar 7.6 Debates Para Pimenta (2015), “debate pode ser definido como manifestação das ideias de pessoas”. Informalmente, no dia a dia, muitos debates acontecem no convívio social. Em algumas instituições, como nas escolas, empresas, associações e outros, o debate pode ser mais formal, técnico e profissional. Ele pode ser oral ou escrito, e, atualmente, via internet. Os argumentos contra e a favor são postos em confronto, facilitando o processo democrático. “Todos têm direito à palavra e todas as ideias são debatidas livremente. Vence o argumento mais consistente ou mais bem-apresentado” (PIMENTA, 2015, p. 169). Não se pode confundir um debate com bate-boca, com imposição de ideias ou com conquistar as pessoas pela força do grito. A condição fundamental para um debate é estabelecer regras: quem fala, por quanto tempo, como é a réplica, os temas, e quem pergunta para quem e assim por diante. Para exemplificar, você já deve ter ouvido as regras dos debates realizados pelas emissoras de televisão com os candidatos a cargos políticos. Elas são minuciosas e completas e isso serve para que não haja nenhum tipo de interferência durante o debate para resolver questões relacionadas à organização do encontro. Para fazer um debate, segundo Pimenta (2015, p. 169), é necessário: • Tema: sobre o que se vai discutir. • Mediador: “juiz” que garante o cumprimento das regras, o tempo e a vez de quem vai falar. • Debatedores: argumentam, contra as ideias ou a favor delas. • Argumentação: raciocínio (argumentos) a respeito de determinado ponto de vista ou tese; a qualidade da argumentação é determinante na qualidade do debate. 171 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • Pesquisa: a pesquisa sobre o tema possibilita a boa argumentação; deve-se consultar bibliografia, ouvir especialistas, procurar exemplos e fatos; buscar estatísticas e outros dados para completar as informações; isso evita o jargão “eu acho”, que empobrece o debate e deve ser evitado. • Posicionamento: a partir do conjunto de argumentos apresentados, é possível identificar a posição do debatedor frente ao tema e seu juízo de valor sobre ele. Um debate é uma técnica que pode ser usada como forma de ajudar a compreensão de todas as posições a favor e as contrárias, bem como as razões e as implicações de cada uma. Mesmo que seja um assunto aparentemente sem solução no momento, por exemplo, a ocupação dos morros cariocas pelos traficantes, é um passo necessário a encaminhamentos possíveis. Observação A defesa de ideias por meio de debates é uma das formas mais populares de saber qual é o pensamento das pessoas sobre determinados assuntos e são vitais no processo político. A mais polêmica edição do Jornal Nacional É comum encontrarmos em livros e trabalhos acadêmicos a sentença de que a edição do debate entre Lula e Collor, exibida pelo Jornal Nacional, foi manipulada em benefício de Collor e decisiva no processo eleitoral de 1989. A Globo sempre negou que tivesse havido má-fé, mas admite que não foi uma edição equilibrada. Por outro lado, mesmo o PT tem consciência de que Lula não havia se saído tão bem no debate quanto seu opositor, ou seja, o desequilíbrio do confronto foi reproduzido no Jornal Nacional. Há quase 30 anos permanece a discussão e a pergunta: a edição do debate apenas reproduziu a má performance de Lula ou foi deliberadamente manipulada de modo a privilegiar Fernando Collor? No livro Jornal Nacional, a notícia faz história (obra publicada pela Jorge Zahar em 2004), do projeto Memória Globo, encontram-se algumasluzes e sombras sobre o episódio. A emissora não se posiciona, mas apresenta elementos que tornam o debate ainda mais interessante. Os depoimentos transcritos no livro apresentam contradições sérias. Difícil saber onde está a verdade. Inexperiência, e não má-fé Na época do debate entre os dois candidatos à presidência, já no segundo turno, as pesquisas apontavam um empate técnico; logo, o confronto na televisão era peça- chave na disputa. No dia seguinte ao debate, a Globo exibiu duas edições diferentes sintetizando o confronto entre os candidatos. A primeira foi ao ar no Jornal Hoje. É 172 Unidade IV consenso que o material apresentado foi imparcial e bem equilibrado; talvez tenha havido até um equilíbrio inexistente no debate em si. Já a edição da noite, no JN, apresentou Collor como campeão do confronto. A Globo, que procurou a isenção na cobertura de todo o processo eleitoral, na reta final parece ter assumido uma posição, justamente na hora do “empate técnico”. Segundo um relato contido no já referido livro sobre o Jornal Nacional, Boni afirmou, na Folha de S.Paulo, que a Central Globo de Jornalismo fizera uma edição favorável a Collor, não seguindo a orientação da direção da empresa para que o tratamento fosse imparcial. Boni deixou claro que não concordou com a edição, mas amenizou a influência da emissora sobre o eleitorado. Já Roberto Marinho, diante da declaração de Boni à Folha, afirmou que o seu vice-presidente de operações não entendia de eleições e que o Jornal Nacional tinha sintetizado de maneira correta o debate, visto que Collor havia se saído melhor. João Roberto Marinho diz ter gostado da matéria exibida no Jornal Hoje, mas que gostou mais da que foi ao ar à noite, concordando com o argumento de seu pai. Ainda assim, ele ressalta que as duas edições foram equivocadas, o que se devia a inexperiência, e não a má-fé (GOULART, 2008). Lembrete Para Pimenta (2015), debate pode ser definido como manifestação das ideias de pessoas. 7.7 Exercícios de dicção para melhorar a voz Para falar bem, é importante estar relaxado. Claro que a maioria das pessoas fica muito nervosa na hora em que tem de fazer uma apresentação em público. É preciso aprender a controlar a ansiedade. Cada pessoa o faz de uma forma. Uns caminham, outros rezam. O ideal é aprender a controlar a respiração. Momentos antes de iniciar sua apresentação, faça pelo menos três longas respirações prolongando ao máximo cada uma das etapas: inspirar, segurar o ar, expirar. Faça-o contando até três ou até cinco, ou até quanto você aguentar. A ideia é distrair-se da tensão e concentrar-se na respiração. Pimenta (2015) sugere ainda sentar-se, contrair todos os músculos do corpo e, em seguida, descontrair devagar (olhos fechados), durante 10 minutos, além de respiração abdominal (pôr a mão no baixo ventre, inspirar, sentindo a barriga dilatar, em seguida, soltar o ar devagar pela boca) e as posturas do ioga (lótus, árvore e outras). 173 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Para aperfeiçoar a dicção e a sonoridade das palavras, os fonoaudiólogos sugerem falar com uma caneta entre os dentes, além de pronunciar trava-línguas, procurando ser cada vez mais rápido e articulando cada vez melhor as palavras. Veja alguns exemplos de trava-línguas: Exemplo 1 Maria-Mole é molenga, se não é molenga, Não é Maria-Mole. É coisa malemolente, Nem mala, nem mola, nem Maria, nem mole. Exemplo 2 Tinha tanta tia tantã. Tinha tanta anta antiga. Tinha tanta anta que era tia. Tinha tanta tia que era anta. Exemplo 3 O sabiá não sabia. Que o sábio sabia. Que o sabiá não sabia assobiar. Exemplo 4 Olha o sapo dentro do saco. O saco com o sapo dentro, O sapo batendo papo E o papo soltando o vento. Exemplo 5 A lontra prendeu a Tromba do monstro de pedra E a prenda de prata De Pedro, o pedreiro. Exemplo 6 A aranha arranha a rã. A rã arranha a aranha. Nem a aranha arranha a rã. Nem a rã arranha a aranha. 174 Unidade IV Quem usa a voz profissionalmente ganha muito se puder fazer uma visita ao fonoaudiólogo. Esse profissional terá dicas importantes para ajudar a ter um melhor proveito no uso da voz. Observação É essencial consultar um profissional da fonoaudiologia, pois existem muitos mitos que podem prejudicar sua voz e, consequentemente, seu trabalho. Figura 53 – Somente um profissional pode ajudar a usar melhor a voz 8 INOVAÇÃO E CRIATIVIDADE Uma cultura de inovação tem sido implantada nas empresas nos últimos anos para encontrar soluções de forma cada vez mais rápida. A internet acelerou o mundo e não há espaço para desenvolvimentos demorados, seja lá sobre qual área estivermos falando. A criação de produtos, o desenvolvimento de novos processos e as atividades corriqueiras, como os usos das comunicações em geral, fazem parte dessa lista. Dessa forma, atividades cada vez mais lúdicas e que envolvam equipes multidisciplinares de todas as áreas da companhia fazem parte do dia a dia empresarial, juntando pessoas de todos os segmentos, formações e experiências, o que traz olhares diversificados para resolver um mesmo problema. Em comunicação, todas as metodologias podem ser adaptadas e utilizadas, proporcionando agilidade e qualidade às criações e às entregas de campanhas. Para isso, deve-se ter um comportamento criativo e aberto a inovação e mudanças nas empresas. É importante que os gestores conheçam diversas ferramentas que facilitem essa atitude. Vamos comentar algumas delas neste livro-texto, pois a internet é um campo aberto, sempre cheio de novidades a serem exploradas. 175 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 8.1 Metodologias ágeis As metodologias ágeis são mais conhecidas pelo seu uso em startups de tecnologia, e começaram a ser utilizadas nas nascentes companhias do Vale do Silício, com o objetivo de escalar soluções tecnológicas e aumentar a possibilidade de ganhos nas implantações de produtos tecnológicos. Essas metodologias ajudam as empresas e evitar etapas infinitas de produção, sem entregas definidas, clarificar as comunicações entre as equipes e alinhar o cliente e as equipes de criação. Pela alta aplicabilidade, logo foram adotadas pelas mais diversas áreas. Para o gestor moderno, é fundamental conhecê-las, pois elas possuem muitas ferramentas criativas. Assim, para confrontar os modelos tradicionais, os ciclos mais curtos propostos pelas metodologias ágeis buscam as entregas bem definidas e se baseiam na melhoria contínua de processos e de alinhamento das equipes de trabalho. Com elas, ficou mais fácil identificar erros e falhas durante os processos, o que trouxe flexibilidade para adaptar e evitar que problemas afetem o resultado final de um projeto. Metodologias como o Brainstorm, já antigo e mais conhecido, o Design Thinking, o Scrum, o Kanban, o Lean e tantas outras têm sido utilizadas na busca de criatividade e inovação nas empresas. Podemos dizer que elas facilitam a criatividade e são orientadas para a solução de problemas. O Manifesto Ágil Em 2001, um grupo de 17 pessoas se reuniu e debateu essas novas abordagens em gerenciamento de projetos e criou o Manifesto Ágil, que é considerado um marco e a oficialização da criação das metodologias, estabelecendo princípios para seu uso, que vamos conhecer a seguir: • Comunicação: busca a interação entre indivíduos, em detrimento de processos e ferramentas. • Praticidade: produto em funcionamento (software), em detrimento de documentação abrangente. • Alinhamento de expectativas e colaboração: colaboração entre os criadores e o cliente mais presente do que a negociação de contratos. • Adaptabilidade e flexibilidade: possibilidade de mudanças, em detrimento da rigidez dos planos. As principais vantagens da implantação de métodos ágeis são: • Times alinhados com os clientes. • Soluções rápidas para os conflitos. • Menos riscos. • Resultado final de alta qualidade. • Economia de recursos. 176 Unidade IV • Entregas mais assertivas. • Rapidez e eficiência nas entregas. • Flexibilidadepara novas alternativas. 8.2 Lean O conceito de “enxuto”, do inglês, lean, foi apresentado por Eric Ries no contexto das startups e do empreendedorismo, cujo foco é identificar e eliminar desperdícios na empresa ou em um projeto específico. A metodologia Lean promove a importância da criação do minimum viable product – MVP (Produto Mínimo Viável), que é a versão mais simples e barata do produto proposto que serve para a avaliação da ideia, verificando falhas e acertos antes do investimento de tempo e dinheiro em uma proposta acabada. 8.3 Kanban O modelo Kanban, que já é utilizado desde os anos 1960, começou na Toyota, no Japão. Compreende um checklist de atividades e seus status, sendo uma das formas mais simples e mais utilizadas nas empresas. Trata-se basicamente de um quadro, que pode ser físico ou virtual, que é dividido em algumas colunas, conforme a necessidade da área, e no qual é possível acompanhar o andamento das diversas atividades do setor. • To do: tarefas a serem realizadas em um intervalo de tempo. • Doing: tarefas que estão sendo executadas no momento e por quem. • Done: tarefas finalizadas, entregues e validadas pela equipe. Observe que se trata de uma ferramenta simples, só exige que a equipe esteja engajada para funcionar adequadamente, acompanhando todas as suas fases. Uma ampliação da proposta poderia ser assim: Quadro Kanban Para fazer Planejar Executar Revisar Ajustar Feito Figura 54 177 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Para a comunicação, poderíamos pensar em algo assim: Fazer Mensurar resultados Configurar a campanha no canal Fazer briefing das artes Fazendo Definir período Aprovação Definir orçamento Feito Definir objetivo Escolher canais Definir público-alvo Figura 55 Lembrete As ferramentas apresentadas neste livro-texto fazem parte das metodologias ágeis utilizadas para que os processos se acelerem. O intuito é que as empresas, independentemente do porte, avancem em ideias que realmente possam dar bons resultados. 8.4 Metas Smart Essa metodologia serve para criar objetivos em qualquer área e também em nossas vidas pessoais. Cada uma das letras remete a um tema que deve participar da criação das metas. Meta Smart O quê?S Específico Quanto?M Mensurável Como?A Atingível Para quê?R Relevante Quando?T Temporal Figura 56 178 Unidade IV Observação Veja o significado da sigla Smart: Specific, Measurable, Attainable, Relevant Time-related – Específico, Mensurável, Atingível, Relevante, Temporal. Pode-se, por exemplo, criar uma meta para a vida pessoal. Imagine que você deseja fazer uma viagem para o exterior. Essa é uma informação é vaga. Todavia, quando ela é aplicada no modelo SMART, ela fica bem realizável. • S – específica: viajar para a Suíça por vinte dias. • M – mensurável: gasto de R$ US$ 2.000. • A – atingível: período de férias, ou seja, livre para viajar. • R – relevante: Suíça é um país encantador e que está em sua lista de viagens. • T – tempo: você viajará em dezembro do próximo ano (é preciso colocar o ano planejado). Observação Criar metas nesse modelo torna qualquer atividade realmente realizável. Mesmo que não consiga realizar, pelo menos você consegue enxergar qual foi o problema da meta. Se não fizer esse planejamento específico, sua meta será apenas um sonho, o qual dificilmente se concretizará. 8.5 Design Thinking É uma metodologia de abordagem de problemas e criação de possíveis soluções de forma organizada, separada por etapas bem claras: imersão, ideação, prototipação e desenvolvimento, que ocorrem com tempos marcados. A metodologia considera o seguinte modelo: Empatia Observar Definir Foco Idear Alternativas Prototipar Construir Testar Aprender Implementar Aprender Figura 57 179 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Entender Observar Definir Idealizar Prototipar Testar Figura 58 Design Thinking é um modelo dinâmico que vai e volta até encontrar a melhor solução para o problema. Depois de encontrar o que é possível de ser realizado, pode-se retomar o sistema para ajustes e novas ideias no mesmo sentido. A metodologia envolve o planejamento de reuniões e encontros com tempos pré-determinados, pois o objetivo é que não se pense muito e se encontre o máximo possível de ideias viáveis. Assim, determina-se um tempo para os grupos entenderem o problema e observar possíveis ideias para solucioná-lo. Entre essas ideias, seleciona-se uma para ser levada adiante, para ser devidamente analisada. Se ela for viável, parte-se para a prototipação, que envolve uma criação no papel com materiais simples, mas destacando exatamente como vai funcionar a solução. O passo seguinte é testar a ideia. Observe que cada uma das fases pode ser retomada para ser mais bem elaborada, ou por não ter dado certo na fase seguinte, tratando-se de um processo dinâmico e rico, no qual as pessoas envolvidas vão se tornando cada vez mais especializadas na busca daquela solução. 8.6 Scrum Nessa metodologia, os papéis precisam ser bem definidos entre os envolvidos, e o principal é que haja um dono do produto, ou do projeto), que irá representar o usuário final ou o cliente, definindo claramente o que deve fazer parte do produto e suas funcionalidades, criando uma lista por ordem de prioridade, chamada backlog. As tarefas passam a ser distribuídas entre a equipe e passa-se à fase de sprints, que acrescenta os tempos de desenvolvimento do produto, que tem duração geralmente de uma semana, jamais podem passar de um mês. 8.7 Design Sprint Nos mesmos moldes do Design Thinking, essa metodologia objetiva buscar e implementar uma solução específica em uma semana, conforme a proposta apresentada e utilizada no Google para a criação de soluções. 180 Unidade IV A diferença com o Design Thinking é que aqui já temos uma proposta de problema bem definida e se apresenta como um desafio, com tempo, etapas, metodologias e pessoas pré-definidas, com um desafio bem recortado. Nessa semana da atividade, buscar-se-á entender o usuário, o contexto de uso do produto, o contexto da empresa e encontrar a solução. Segunda-feira Comece pelo fim Mapeie Pergunte aos especialistas Alvo Terça-feira Ajuste e aperfeiçoe Faça esboços Quarta-feira Decida Batalha Storyboard Quinta-feira Protótipo Sexta-feira Teste Aprenda Figura 59 Em cada final de sprint, a equipe revisa e avalia o desenvolvimento para validar as soluções propostas, cabendo refazer, adaptar ou aprovar o produto e assim sucessivamente, até finalizar a lista – backlog. Há metodologias que estão surgindo, a exemplo do Design Scrum. Algumas acrescentam fases, outras as eliminam, recebendo novos nomes. Saiba mais O Sebrae apresenta informações bem completas e materiais sobre o tema: SANTO, R. Brainstorming – Tempestade de ideias (BS – TI) ou Como tirar seu time do “cercadinho mental”. Sebrae, [s.d.]. 9 p. Disponível em: http://www. sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/brainstorming-tempestade-de-ideias,0f 08000e96127410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 26 out. 2020. SEBRAE. Design: entenda o design thinking. Sebrae, [s.d.]a. Disponível em: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/entenda-o-design -thinking,369d9cb730905410VgnVCM1000003b74010aRCRD. Acesso em: 26 out. 2020. 181 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 8.8 Modelos de aplicação das metodologias ágeis As metodologias ágeis têm sido utilizadas nas mais diversas funções em todos os tipos de empresas. Como o objetivo é criar ideias e aplicações de forma cada vez mais rápida e inovadora, muitas são usadas para a criação de novos produtos, a compreensão dos problemas dos clientes e dos funcionários, bem como a busca de oportunidades em planejamento estratégico. Google O Google tem sido fonte de inspiração para muitas empresas, uma vez que se tornou a marca mais valiosa e poderosa do planeta. Ao lado do Facebook, domina a comunicação e a venda de dados na internet. Os fundadores do Google conseguiram encontrar uma fórmula paraganhar dinheiro com a internet quando ninguém sabia como fazê-lo. A inovação faz parte do DNA dessa empresa. Muitos produtos já foram criados com o amparo da marca Google. Uma das principais ideias é ouvir e analisar a experiência do usuário, assim, poderá aprimorar as soluções internas. O portal da IEEP apresenta a experiência do Google com o Scrum para a criação do Gmail. De modo a colocar a ideia do Gmail em prática, foram criados vários times Scrum, para alcançar o objetivo final. A ideia é que seriam feitas sprints sincronizadas, com tarefas independentes. Ao final de cada ciclo, existia uma integração entre as equipes para coletar o tão precioso feedback do usuário e integrar as funcionalidades (COMO A GESTÃO..., 2020). Se fizer uma busca na internet, vai encontrar muitas empresas que utilizam essas metodologias e as aplicam na prática. Agora você pode fazer o uso delas em seu dia a dia para a criação em diversas áreas. 182 Unidade IV Resumo Abordamos temas essenciais na atualidade: falar em público e a importância das boas apresentações. Assim, foram acentuadas muitas dicas para ajudar você a se apresentar adequadamente onde trabalha ou em ambientes sociais, com destaque para a preparação das exposições e como se comportar diante do público, bem como a forma de se vestir e de atuar com os equipamentos tecnológicos que apoiam as apresentações. Em seguida, foram estudadas algumas metodologias ágeis, as quais podem ser aplicadas não só em suas atividades de comunicação profissional, como também em outras áreas de trabalho e de sua vida pessoal. Conhecemos Lean, o Kanban, as metas Smart, o Design Thinking, o Scrum e o Design Sprint. Com os conhecimentos adquiridos neste livro-texto, você estará apto a desenvolver diversas ações que podem ajudar a sua empresa a criar planos de comunicação interna e externa e também a se comunicar melhor pessoal e profissionalmente. Exercícios Questão 1. Leia o texto a seguir. As organizações em geral, como fontes emissoras de informações para seus mais diversos públicos, não devem ter a ilusão de que todos os seus atos comunicativos causam os efeitos positivos desejados ou que são automaticamente respondidos e aceitos da forma como foram intencionados. É preciso levar em conta os aspectos relacionais, os contextos, os condicionamentos internos e externos, bem como a complexidade que permeia todo o processo comunicativo. Daí a necessidade de ultrapassarmos a visão meramente mecanicista da comunicação para uma visão mais interpretativa e crítica. KUNSCH, M. M. K. Comunicação organizacional: conceitos e dimensões dos estudos e das práticas In: MARCHIORI, M. Faces da cultura e da comunicação organizacional. São Caetano do Sul: Difusão, 2006. No contexto apresentado, analise as asserções a seguir e a relação entre elas. I – Na avaliação da efetividade da comunicação organizacional, precisamos considerar uma larga amplitude de aspectos, que incluem, por exemplo, contextos específicos e condicionamentos internos e externos. PORQUE II – Para que haja sucesso da comunicação organizacional, os colaboradores devem suprimir características próprias de habilidades interpessoais no que se refere à transmissão de ideias. 183 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL A respeito dessas asserções, assinale a opção correta. A) As asserções I e II são verdadeiras, e a II justifica a I. B) As asserções I e II são verdadeiras, e a II não justifica a I. C) A asserção I é verdadeira, e a II é falsa. D) A asserção I é falsa, e a II é verdadeira. E) As asserções I e II são falsas. Resposta correta: alternativa C. Análise das asserções I – Asserção verdadeira. Justificativa: segundo o texto do enunciado, “as organizações em geral [...] não devem ter a ilusão de que todos os seus atos comunicativos causam os efeitos positivos desejados ou que são automaticamente respondidos e aceitos da forma como foram intencionados”. Além disso, aponta-se a necessidade de que sejam levados em conta “os aspectos relacionais, os contextos, os condicionamentos internos e externos, bem como a complexidade que permeia todo o processo comunicativo”. II – Asserção falsa. Justificativa: as habilidades interpessoais dos colaboradores, especialmente no que se refere aos aspectos da melhora da comunicação, devem ser desenvolvidas, e não suprimidas. Questão 2. O Scrum pode ser considerado um conjunto de regras e normas (framework) que possibilita, de modo inovador e eficiente, o encontro de soluções para questões complexas, com a máxima agregação de valor. Em relação ao Scrum, analise as afirmativas. I – No Scrum, as responsabilidades dos participantes precisam ser bem definidas e deve haver um representante do produto com o cliente. II – O Scrum tem como base o empirismo, processo de aprendizagem e de produção de conhecimentos oposto à experimentação. III – No Scrum, as atividades são vistas pelos âmbitos da transparência total, da adaptação parcial e da inspeção eventual. 184 Unidade IV É correto apenas o que se afirma em: A) I. B) II. C) III. D) I E) Todas as afirmativas são corretas. Resposta correta: alternativa A. Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: no Scrum, os papéis a serem desenvolvidos pelos participantes precisam ser claramente determinados. Deve existir um responsável por representar o produto com o cliente, que precisa estabelecer o que deve fazer parte desse produto e quais são as suas funcionalidades. II – Afirmativa incorreta. Justificativa: o Scrum tem como pilar o empirismo, que pode ser visto como o processo de aprendizagem e de produção de conhecimentos cuja base é a experimentação. III – Afirmativa incorreta. Justificativa: no Scrum, as atividades são balizadas pela transparência, pela adaptação e pela inspeção, que não devem ser concretizadas de forma parcial ou eventual. 185 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 2 300PX-SHOTOKAN_JAPANESE.SVG.PNG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/ thumb/1/1f/Shotokan_japanese.svg/300px-Shotokan_japanese.svg.png. Acesso em: 26 out. 2020. Figura 4 BUSINESS-1150551__340.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/01/19/22/21/ business-1150551__340.jpg. Acesso em: 21 out. 2020. Figura 5 EMPLOYEES-1704059__340.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/09/29/22/53/ employees-1704059__340.jpg. Acesso em: 21 out. 2020. Figura 7 SOCIAL-3064515__340.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/01/06/07/53/ social-3064515__340.jpg. Acesso em: 21 out. 2020. Figura 8 SILHOUETTE-3186564_960_720.PNG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/02/27/20/ 49/silhouette-3186564_960_720.png. Acesso em: 26 out. 2020. Figura 9 MODERN-TECHNOLOGIES-1263422_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/ photo/2016/03/17/17/25/modern-technologies-1263422_960_720.jpg. Acesso em: 26 out. 2020. Figura 10 WHITE-MALE-1871383__340.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/11/29/21/55/ white-male-1871383__340.jpg. Acesso em: 21 out. 2020. Figura 11 COMMUNICATION-SKILLS-3224425__340.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/ 03/14/06/04/communication-skills-3224425__340.jpg. Acesso em: 21 out. 2020. 186 Figura 12 STATUE_OF_RONALD_MCDONALD%2C_GEORGETOWN%2C_PENANG%2C_MALAYSIA.JPG. Disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/4d/Statue_of_Ronald_McDonald%2C_ Georgetown%2C_Penang%2C_Malaysia.JPG. Acesso em: 26 out. 2020. Figura 13 STARBUCKS-1262392_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2016/03/17/07/02/ starbucks-1262392_960_720.jpg. Acesso em: 26 out. 2020. Figura 14 REPORTER-852096__340.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/07/19/22/04/ reporter-852096__340.jpg. Acesso em: 21 out. 2020. Figura 15 AUDIENCE-828584__340.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/07/02/10/07/ audience-828584__340.jpg. Acesso em: 21 out. 2020. Figura 16 FLOWER-3140492_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2018/02/08/22/27/flower-3140492_960_720.jpg. Acesso em: 26 out. 2020. Figura 21 TIME-SQUARE-606839_960_720.JPG. Disponível em: https://cdn.pixabay.com/photo/2015/01/21/15/ 47/time-square-606839_960_720.jpg. Acesso em: 26 out. 2020. Figura 23 OBJECTS-1315183_960_720.JPG. 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Acesso em: 28 out. 2020. Unidade I – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015: Administração. Questão 15. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2015/01_ administracao.pdf. Acesso em: 28 out. 2020. 198 Unidade II – Questão 2: INSTITUTONACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2015: Administração. Questão 23. Disponível em: http://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2015/01_ administracao.pdf. Acesso em: 28 out. 2020. Unidade III – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2009: Comunicação Social: Jornalismo. Questão 17. Disponível em: http://public.inep.gov.br/enade2009/COMUNICACAO_SOCIAL. pdf. Acesso em: 28 out. 2020. 199 200 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000o Nordeste. Dentro das regiões há ainda variações por estados e cidades. O português de Portugal é diferente do que é falado no Brasil. Exemplos: • A la pucha, tchê! • O índio está mais por fora do que cusco em procissão (cusco: cão pequeno e sem raça). • O negócio hoje é a tal de comunicação, seu guasca! (caipira). • Mas que guapa! (bonita). Fatores culturais Entre os fatores culturais, também chamados sociológicos, que mais influenciam na maneira de falar estão o grau de escolarização das pessoas e a formação cultural. Uma pessoa culta, estudada, como dizem, utiliza a língua de maneira diferente da pessoa inculta ou com baixo grau de escolarização. Esses fatores também estão ligados a elementos como idade, sexo e profissão. Veja os exemplos a seguir: • O senhô vai armoçá gorinha memo? • Eu ponhei a chave bem dibaxo do tapetinho. • Despois nóis vorta. • Vós poderíeis dizer-me que estou equivocado. Entretanto, saberíeis dizer exatamente em que aspecto? Fatores contextuais Neste caso, dependendo do ambiente, assunto, ouvinte, da relação entre os interlocutores, entre outros, o falante altera o registro de sua fala conforme a situação em que se encontra. 16 Unidade I Exemplos: • Cara, eu conheço ele desdos tempos do colégio! • A gente vai almuçá sempre junto. Você já tinha visto ele? • Cê vai lá hoje de noite? 1.4 Linguagem escrita e falada Assim como quando estamos em casa nos vestimos com uma roupa qualquer, ficamos à vontade, sem nos preocuparmos com nossa aparência, quando vamos sair para um passeio, colocamos uma roupa melhor, calçamos sapatos, alguns até arriscam uma maquiagem. Se for uma festa, então, o capricho é maior ainda! Assim é com nossa fala. Podemos comparar a fala (linguagem oral) a estarmos mais à vontade em casa e a língua escrita aos cuidados que temos quando vamos passear. O texto escrito, no entanto, como supera os limites do espaço e do tempo, tem a tendência de ser mais bem elaborado e sempre é feito de maneira formal, conforme os elementos envolvidos e sua finalidade. Em ambos os casos, quem está transmitindo a mensagem deve escolher a modalidade mais adequada para executá-la da maneira mais conveniente. Segundo Nadólskis (2013), as normas da linguagem podem assim ser pensadas: • Norma culta, que é a linguagem padrão, que conhecemos pela gramática. • Norma comum, a mais geral, que leva em conta a cultura média. • Norma coloquial, que é a fala mais familiar das pessoas cultas. • Norma vulgar, que é a fala de quem tem pouca instrução formal. Na fala das pessoas, encontramos o reflexo desses fatores, e isso gera os diferentes níveis de fala ou de linguagem, que podem ser classificados em: • No nível formal (culto): são obedecidas as regras prescritas pela gramática normativa, que normalmente são encontrados em: — Discursos acadêmicos. — Trabalhos científicos. — Língua escrita em textos literários e didáticos. — Comunicação empresarial em cartas, documentos oficiais e outros. 17 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL • No nível informal (coloquial ou popular): oposto ao formal, não segue estritamente a norma gramatical, apresentando gírias e formas contraídas. É a linguagem familiar ou espontânea, usada no dia a dia, e que a maioria das pessoas utiliza no cotidiano. Exemplos: — Bilhetes. — Cartas pessoais. — Diários íntimos. — Conversas com amigos. Alguns autores ainda fazem outra divisão, criando os níveis: • Técnico ou profissional: trata-se do jargão, da linguagem específica de alguns grupos profissionais, como economistas, advogados, analistas de sistemas e médicos. • Norma vulgar: fala de quem tem instrução rudimentar. Há ainda o que se chama de linguagem de nível popular, que se afasta das regras gramaticais e que faz uso de frases feitas e repetições, além de gírias e obscenidades. Repetem-se muito as ideias, fenômeno chamado de redundância. Geralmente, nesse caso, a linguagem caminha para o vulgar, é informal demais e sempre desvalorizada no ambiente familiar e, principalmente, no ambiente profissional. A gíria é um linguajar coloquial e que foge à norma culta, sendo utilizado para aproximar pessoas de determinados grupos sociais, como os adolescentes. Podemos dizer que a gíria funciona quase como um sinônimo, como se tem observado na internet, com a criação de termos diferenciados para explicar algo de forma simples e que só os envolvidos compreendem, pelo menos antes de serem popularizados. Alguns exemplos de gírias: Ranço: sentimento de desprezo ou raiva que uma pessoa pode desenvolver por algo ou alguém. – Peguei um ranço de fulano de tal, que vive ostentando seus carros caros. Partiu!: usado como sinônimo de “Vamos lá!”, indicando que algo precisa ser realizado imediatamente. – Fulano, vamos ao cinema? – Partiu! Deu ruim!: quando algo sai fora do planejado ou não funciona. – Deu ruim! Minha mãe descobriu tudo sobre a festa surpresa! 18 Unidade I 1.5 Comunicação verbal e não verbal Há muitos tipos de interferência que podem ocorrer quando pronunciamos as palavras. Nesse processo, deve-se prestar atenção ao conteúdo da informação não verbal presente na comunicação. Importa mais o que se faz ou o que se deixa de fazer enquanto falamos do que o conteúdo propriamente dito da mensagem. A leitura do não verbal muitas vezes complementa a compreensão da comunicação verbal. Com isso, vemos que o sucesso de nossa comunicação não depende só da habilidade com que usamos as palavras. O ser humano faz uso de muitos signos universais da comunicação. A palavra é essencial, mas é apenas um desses signos. Outras formas que expressam a comunicação são os gestos, os movimentos com a cabeça, a expressão dos olhos e da face, a postura, a aparência e outros símbolos. • Expressão facial. • Movimento dos olhos: dependendo do contexto, pode significar ameaça, provocação ou interesse. Desviar os olhos pode demonstrar desinteresse ou submissão. • Movimentos da cabeça: acompanham a emissão de mensagens. • Postura e movimentos do corpo: o corpo comunica mais claramente do que a expressão facial, por exemplo, pode mostrar a posição hierárquica e a classe social. • Comportamentos não verbais da voz: a entoação (qualidade, velocidade e ritmo da voz) pode se revelar importante para o processo de comunicação. Será que uma voz agitada e rápida comunica da mesma forma do que uma voz tranquila e serena? • A aparência: destaca a imagem que a pessoa gostaria de transmitir, por meio de roupas, penteado, maquiagem, acessórios, postura, gestos, jeito de falar, entre outros. Você já deve ter ouvido a expressão “o corpo fala”. Muitas vezes falamos algo, mas nosso corpo comunica outra coisa. Esses sinais não verbais servem para facilitar e encadear as interações sociais e para expressar emoções e atitudes entre os envolvidos. Observe que cada indivíduo apresenta a imagem como gostaria de ser reconhecido e espera que os outros possam respeitar isso. Esse é um bom caminho para boas relações interpessoais. A junção entre a comunicação verbal e a não verbal é que possibilitará o sucesso da comunicação empresarial. Tudo que envolve o processo da comunicação é essencial: o que falar ou escrever e como o fazemos. Conforme o objetivo que se tem com a comunicação, a linguagem desempenha uma função, seja de informar, seja de persuadir, sempre com o fito de ser mais bem compreendida pelo receptor. Quando falamos, temos que nos adequar ao ambiente, e quando escrevemos isso também deve prevalecer. 19 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Figura 4 Conforme o objetivo que se tem com a comunicação, a linguagem desempenha uma função, seja de informar, seja de persuadir, sempre visando ser mais bem compreendida pelo receptor. Quando falamos, temos que nos adequar ao ambiente, e quando escrevemos isso também deve prevalecer. 1.6 Comunicação interpessoal e as empresas A comunicação interpessoal é um método de comunicação que promove a troca de informações entre as pessoas. Está ligada à inteligênciainterpessoal e se manifesta na sua forma mais avançada como a habilidade de perceber intenções e desejos de outras pessoas e reagir apropriadamente a partir dessa percepção. Significa ter sensibilidade para o sentido de expressões faciais, voz, gestos e posturas de habilidade para responder de forma adequada às situações interpessoais (PIMENTA, 2015). Nas empresas, essas habilidades são importantes, uma vez que, ao demonstrar suas emoções, as pessoas podem trazer harmonia ou toxicidade ao ambiente. Falar bem em público hoje não é só uma habilidade importante. Ela é imprescindível para o sucesso profissional. Em todos os âmbitos, as pessoas são instadas a dar opiniões; no trabalho, são requisitadas para fazerem apresentações profissionais sobre sua área ou sobre algo que seja do seu conhecimento. Por exemplo, se você faz um trabalho social interessante no seu bairro, pode ser que algum dia precise falar corretamente sobre isso na empresa em que você atua. Por essas razões e tantas outras, falar em público adequadamente é uma exigência cada vez maior e uma habilidade que se deve aprender. 1.7 O que é comunicação empresarial? Você já deve ter observado a dificuldade que é fazer comunicação de boa qualidade nas empresas, ponderando todos esses elementos. Há organizações que compreendem essa complexidade e a importância das pessoas nas entidades, envolvendo conflitos, emoções, potencialidades e dificuldades. Essa atitude empresarial tem levado à valorização da comunicação, gerando reflexos positivos, como a socialização dos conhecimentos da área. 20 Unidade I Contudo, há também uma leva de empresários, com visão apenas administrativa e de lucro, que concebe a comunicação como algo secundário ao seu negócio. Essa postura não tem contribuído muito para ampliar o aumento da compreensão entre as pessoas nem para facilitar a solução de conflitos, quase sempre decorrentes da falta de comunicação. A transformação do mercado, observada com mais afinco a partir dos anos 1990, mostra que atribuir importância a essa área da empresa tem trazido melhor resultado àquelas que levam em consideração a dimensão humana e a comunicação consistente com os diversos públicos e as diversas áreas envolvidas. A comunicação empresarial caracteriza-se como o somatório de todas as atividades de comunicação da empresa. Veja esse comentário de Nassar e Figueiredo (2006, p. 20): A comunicação empresarial é uma verdadeira guerra com muitas frentes de batalha: a frente de batalha voltada para mostrar que a empresa tem uma relação de respeito com a natureza, visando sobretudo a sua preservação (se você quiser, pode chamar de frente de batalha ecológica); a frente de batalha para manter e conquistar novos consumidores; a frente de batalha da comunicação interna, dirigida para os imensos exércitos de trabalhadores engravatados e de uniformes que constituem os recursos humanos das empresas modernas; a frente de batalha das complicadas relações da empresa com os governos e os políticos, ou seja, o lobby empresarial. E a grande frente de batalha da propaganda e da promoção de produtos. Como você refletiria sobre essa definição? Você consegue compreender a dimensão que esse tema tem e o valor estratégico que pode representar para a organização ao negligenciar o assunto no ambiente empresarial? A comunicação é um dos principais elementos para o bom andamento de uma instituição; é uma área-chave em que deve prevalecer a qualidade das informações, e o fluxo deve ser livre. Na prática, a comunicação corporativa ou comunicação empresarial serve para nomear os processos de comunicação de uma empresa e seus stakeholders, envolvendo todos os grupos de pessoas com quem se relaciona, desde colaboradores até investidores. Acompanhar as mudanças e novas possibilidades em comunicação é uma prática saudável, uma vez que grande parte das empresas se apega às ferramentas tradicionais, não inovando em sua comunicação com seus públicos. Para que serve a comunicação empresarial? Para a comunicação com os diversos públicos de interesse, seja para apresentar os resultados aos acionistas, informar as novidades aos funcionários, lançar um produto, informar mudanças ou educar o mercado. Essas ações geram impacto na imagem da empresa, que precisa receber a devida atenção dos empresários e zelar pela manutenção de uma marca forte. 21 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL O trabalho da comunicação corporativa deve representar a voz da empresa. Por isso, tem que ser feito de maneira integrada, com um alinhamento entre todos os segmentos e uma mensagem unificada. Ao mesmo tempo, é preciso identificar o perfil de cada um dos públicos e adaptar a linguagem e o formato para que seja compreendida da melhor maneira por todos. Uma boa estratégia de comunicação corporativa não apenas traz resultados para a reputação de uma marca, como ajuda a estreitar laços com o seu público-alvo. É a ponte para que a empresa consiga transmitir as mensagens desejadas da forma mais eficiente possível. E não podemos esquecer que é um caminho de duas vias: a comunicação empresarial também deve estar pronta para ouvir e responder as demandas de seus públicos. As complexidades se mostram inicialmente pelo número de públicos envolvidos, que são múltiplos, com os quais a entidade, necessariamente, precisa se relacionar. Falaremos melhor disso a partir de agora. 1.8 Públicos de interesse: os stakeholders O relacionamento entre a empresa e a sociedade tem entre seus principais representantes o público externo, que é formado por: • Sociedade em geral. • Consumidores/usuários. • Opinião pública/sociedade. • Formadores de opinião – jornalistas, acadêmicos, professores, influenciadores. • Governos (municipais, estaduais, federais). • Políticos. • Concorrentes. • Distribuidores. Entre os relacionamentos mais importantes com o público externo estão os que são travados com os formadores de opinião, que são representados pela mídia e pelos diversos meios de comunicação de massa: televisão; revistas; rádio; jornais; mídia externa e internet. Observação Após a internet, os formadores de opinião se multiplicaram muito, hoje qualquer um pode criar um blogue, fazer um canal de vídeo e expor suas opiniões. Se conseguir seguidores, passa a influenciar pessoas a respeito de produtos, programas e pessoas. É mais um público de interesse para as empresas acompanharem. 22 Unidade I Saiba mais Conheça tudo sobre stakeholders nos livros: CAMARGO, A. A. B. et al. Gerenciamento de stakeholders. São Paulo: FGV, 2014. ROCHA, T.; GOLDSCHMIDT, A. Gestão dos stakeholders: como gerenciar o relacionamento e a comunicação entre a empresa e seus públicos de interesse. São Paulo: Saraiva, 2012. Internamente, a empresa precisa construir boas relações com seu público interno, representado por: • Funcionários. • Colaboradores. • Prestadores de serviços. • Terceirizados. • Acionistas e fornecedores. Figura 5 – O público interno é formado pelos colaboradores (funcionários, fornecedores e parceiros) Trata-se de uma ferramenta estratégica de planejamento que aplica a comunicação interna e a comunicação externa para melhorar o fluxo de informações e o relacionamento organizacional, com o objetivo de garantir sua sustentabilidade no mercado (VAZ, 2016). 23 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL “A comunicação empresarial é uma atividade multidisciplinar que envolve métodos e técnicas de relações públicas, jornalismo, assessoria de imprensa, lobby, propaganda, promoções, pesquisa, endomarketing e marketing” (PIMENTA, 2015, p. 98), incluindo ainda as relações com investidores e clientes, comunicação interna, produção de conteúdo, entre outros. Para isso, são utilizados os mais diferenciados canais e ferramentas, como: blogues, sites, publicações impressas, vídeos, press releases, mídias sociais, relatórios, e-mail marketing, apresentações e muito mais. A partir dessa definição, observa-se que a comunicação empresarial é complexae depende da utilização de diversas técnicas e gestão eficiente para que aconteça de forma ideal. Se em casa, no seio familiar, com pais, filhos e companheiros, a comunicação não é das atividades mais fáceis, imagine numa empresa em que muitos fatores estão presentes. Os fatores que influenciam a comunicação pessoal também se aplicam à comunicação das organizações. Os públicos podem ainda ser divididos como primários e secundários. Quadro 1 Tipos de públicos Definição Exemplos Primários Públicos que afetam diretamente a organização Clientes, funcionários, acionistas, sócios, fornecedores Secundários Públicos que não afetam de forma direta, por não estarem engajados em suas transações, porém podem prejudicar a imagem da empresa ao mobilizar a opinião pública Imprensa, associações de classe, grupos de pressão, organizações não governamentais Os públicos de interesse não se resumem aos que já foram citados, conforme demonstra a figura a seguir: Organização Investidores/ acionistas Outras empresas/ concorrentes Públicos internacionais Líderes de opinião Sindicatos Meios de comunicação FuncionáriosOrganizações sociais Comunidade Consumidores Governo Instituições de pesquisa Fornecedores Comunidade financeira Figura 6 24 Unidade I Na visão de Lupetti (2012), podemos destacar ainda os stakeholders chave: • Força de vendas: indivíduos ligados direta ou indiretamente à organização que realizam a venda dos produtos ou serviços. • Intermediários: empresas que atuam entre a entidade produtora e o consumidor final, como distribuidoras, atacadistas, lojas varejistas, lojas de comércio eletrônico. • Influenciadores: formadores de opinião, que avaliam a empresa, sua marca e produtos e influenciam o julgamento de outras pessoas pelo papel social que ocupam. • Consumidores finais: conjunto de pessoas que possuem certas características em comum que fazem delas consumidoras atuais ou potenciais de determinado produto ou serviço ofertado por uma empresa. • Consumidores empresariais: organizações que consomem os produtos ou serviços ofertados por uma empresa. Lembrete Tudo o que uma empresa faz em termos de comunicação é para construir e manter a imagem corporativa. E o que é imagem? Imagem é o que as pessoas veem da empresa, como se fosse um espelho. Os participantes dos processos da empresa, sejam internos, sejam externos, os chamados stakeholders (públicos de interesse), têm uma percepção da empresa, que tem a ver com a identidade corporativa ou a visão que o público tem da organização. Claro que é preciso trabalhar para que essa imagem seja sempre positiva. As empresas modernas entendem que se comunicar com seus diversos públicos é uma necessidade básica para mostrar o que elas fazem para consolidar a imagem institucional e evitar boatos e distorções que a falta de comunicação pode causar, seja no público interno, seja no externo (MATOS, 2004). 1.9 Os formadores de opinião e os influenciadores Depois da internet a comunicação se transformou totalmente, tanto no âmbito empresarial como fora dele. A mobilidade facilitou as comunicações com os clientes e inverteu a ordem das ferramentas tradicionais, na qual a empresa procura o cliente. Agora, o cliente busca a empresa ao entrar na internet e procura os produtos e companhias de interesse. Muitos buscam empresas que fabricam produtos nas condições desejadas, sem maltratar pessoas, sem mão de obra escrava, sem agredir o meio ambiente, respeitando leis e normas internacionais e tantas outras exigências. 25 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL O consumidor sabe o que quer e exige que as empresas tenham atitudes coerentes com o momento atual, sem ferir nenhum tipo de regra. Caso contrário, deixam de consumir os produtos. Hoje tudo deve ser feito de forma ética: abordagem de temas sensíveis nas propagandas; público interno; atendimento ao cliente; responsabilidade social; relações com o governo. Essa nova fase da comunicação, advinda também dos processos de globalização e instauração do Código de Defesa do Consumidor (CDC), nos anos 1990, conferiu bastante poder ao cliente, que pode reclamar, exigir e ter seus direitos defendidos por lei. Nesse contexto de influência da internet, ganharam destaque as ferramentas digitais, as mídias e as redes sociais, que são usadas pelos influenciadores para a divulgação de ideias, de produtos e de empresas. 1.10 A internet e as redes sociais Os consumidores atuais são bem informados e aprenderam a se amparar no Código de Defesa do Consumidor. Não é viável que nenhuma empresa pense sequer em desafiar as vontades de seu cliente, conhecedor de seus direitos, sabendo do poder que exerce nos negócios empresariais. Foi por essa evolução que as empresas passaram a ter atendimentos especiais para seus consumidores, criando o Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC), a figura do ombudsman e as ouvidorias. Após a disseminação da internet, em especial das redes sociais, o atendimento ao cliente e os SACs se transferiram para esses locais. Afinal, os consumidores se acostumaram a ter suas respostas atendidas mais rapidamente ao “colocarem a boca no trombone”, ganhando uma expressiva visibilidade ao fazer suas reclamações por meio da internet. As empresas passaram a dar atenção a essas queixas de forma muito mais rápida do que pelos canais convencionais, e os consumidores transformaram o microfone desses locais em ponto de referência para saber a qualidade do atendimento ao cliente. O telefone ainda é bastante utilizado, mas a tendência é que o atendimento se transfira quase que totalmente para os canais digitais e aplicativos. O pedido de informações ou a queixa exposta nos canais da internet, seja em blogues, sites, portais ou nas redes sociais, pode ser visualizado por qualquer um e, se não houver uma resposta, causa danos à imagem e à reputação da empresa. O atendimento tradicional, como vimos, segue regras explicitadas pela legislação, mas para o canal on-line não há regulamentação, mas o que importa é a agilidade com que as marcas identificam, respondem e resolvem casos de atendimento. 26 Unidade I Figura 7 – Cada vez mais as pessoas utilizam as redes sociais como se fosse um serviço de atendimento ao cliente 1.11 Comunicação e atendimento ao cliente As imagens empresariais são representações feitas pelas pessoas em razão das próprias experiências e história de vida de cada um. Se tivermos uma experiência boa ou ruim com um produto, ou com o atendimento de alguma companhia, isso vai determinar uma imagem positiva ou negativa em relação a eles. Segundo Cahen (1990, p. 157), “imagem é o conceito que as pessoas têm e/ou formam sobre as coisas”. Podemos dizer que a comunicação empresarial é responsável pela formação da imagem institucional, o principal patrimônio de uma empresa. A era do cliente tem criado áreas específicas para a empresa atendê-lo da melhor forma. Assim, temos o SAC, feito no âmbito pessoal, por telefone, ou virtual (redes sociais e aplicativos próprios ou de comunicação, como WhatsApp), a figura do ombudsman e a ouvidoria, que defendem os interesses do cliente, dentro da organização e para os casos não resolvidos nas instâncias anteriores, a internet e as redes sociais, que se transformaram em um SAC para as empresas e os serviços de reclamações on-line. Figura 8 – O cliente tem sempre razão. Será? E quando tem, o que devemos fazer? E quando não tem? 27 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL 1.11.1 Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) Quando um cliente compra um produto ou serviço, espera receber da empresa um atendimento adequado, sobretudo quando houver algum tipo de dificuldade, como artigo que não funciona, serviço que não se realiza, entrega que não acontece, entre outras. Para atender esses casos, as entidades dispõem (ou deveriam dispor) de SAC. O SAC apresenta-se como o canal de comunicação entre a empresa, os clientes e as áreas internas da companhia. Os clientes podem ser os finaise os intermediários (revendas, pontos de vendas, franqueados, vendedores). A central de atendimento do SAC é formada pelos canais de atendimento ao consumidor, seja para pedir informações e tirar dúvidas sobre o produto, seja para fazer reclamações e cancelar compras. A central de atendimento é um conjunto de soluções e facilidades (equipamentos, sistemas e pessoal) utilizadas para fazer a interface entre os clientes e a empresa. Essas unidades ou departamentos esclarecem dúvidas, prestam informações e registram queixas dos consumidores. Nessas áreas, o cliente tem a possibilidade de ter seu problema resolvido, trata-se de um setor importante no caminho de excelência no atendimento, pois o cliente não pode ser desrespeitado. É preciso acentuar que sua criação foi promovida após a instauração do Código de Defesa do Consumidor, e não por bondade das organizações. A área de atendimento ao cliente, por meio do SAC ou de uma central de atendimento, o call center, existe para resolver os problemas dos clientes e evitar empecilhos com a justiça. Vejamos as atribuições do SAC: • Ouvir e orientar os clientes. • Transformar as informações coletadas em base para desenvolvimento de ações estratégicas. • Envolver as diversas áreas internas, para aperfeiçoar produtos e serviços a partir das questões trazidas pelos clientes. • Acompanhar produtos antes e depois de seu lançamento, analisando a reação dos clientes, buscando pontos de atenção e problemas. • Criar pesquisas com os clientes para divulgar e lançar produtos, de forma integrada com o marketing. • Manter contato com os órgãos de defesa do consumidor. • Estabelece comunicação única e personalizada com os clientes. • Facilitar o acesso dos consumidores ao fabricante, solucionando reclamações com rapidez e eficiência (CONFEA, 2013, p. 12). 28 Unidade I As empresas sempre deram tão pouca importância a essa área, que foi preciso termos uma lei para proceder o processo do atendimento ao consumidor. O Decreto n. 6.523/2008 (Lei do Atendimento ao Cliente) propõe algumas regras para esse trabalho, das quais destacamos alguns pontos (BRASIL, 2008). Quadro 2 O atendimento ao cliente deve ser gratuito e custeado pelas empresas – não pode ser cobrado nada do cliente para obter esse atendimento: as ligações devem ser gratuitas e o atendimento deve estar disponível 24 horas por dia, sete dias por semana A empresa não pode “encerrar” a chamada antes da conclusão do atendimento e, se o atendente transferir o caso para outro setor, não pode pedir que o consumidor repita sua história após o registro pelo primeiro atendente. Não devem ser transferidas ligações para casos de reclamações e cancelamentos de serviços, tendo os atendentes treinamentos cabíveis para resolver essas situações A empresa deve observar ainda a proibição de veiculação de mensagens publicitárias durante a espera pelo atendimento, sendo possíveis apenas se houver consentimento do consumidor para tanto A empresa obriga-se a fornecer o número de registro da demanda, com data, horário e objetivo da demanda, como manter gravações das chamadas pelo período mínimo de 90 dias. O consumidor tem o direito de acessar esse histórico e conteúdo de seu atendimento, em um prazo máximo de 72 horas, seja por meio eletrônico, seja por correspondência, conforme sua exigência Os pedidos de informação e os cancelamentos solicitados pelo cliente devem ser processados imediatamente pelo SAC, e outros casos devem ser resolvidos em um prazo máximo de cinco dias úteis, a contar da data de registro O não cumprimento das regras impõe punições previstas no artigo 56 da Lei n. 8.078/1990 – Código de Defesa do Consumidor – que vão desde multas até a suspensão das atividades da companhia Os dirigentes dessas áreas devem estar atentos a estes fatores e primarem pela qualidade do atendimento ao cliente. Alguns dos dispositivos utilizados para gerenciar a área e garantir o cumprimento das leis: tempo médio de atendimento (TMA), taxas de abandono e outras métricas propostas pelo call center Nem todos os segmentos são obrigados a ter um SAC, mas ele é obrigatório (e tem regras definidas por decreto federal) para energia elétrica, telefonia móvel ou fixa, televisão por assinatura, planos de saúde, aviação civil, empresas de ônibus interestaduais, seguradoras, bancos, financeiras, operadoras de cartões de crédito e consórcios O consumidor deve procurar o SAC de acordo com o problema. Por exemplo, se for sobre a entrega, com o fornecedor, se for para alguma dúvida referente ao produto, com o fabricante Adaptado de: Brasil (2008). 1.11.2 Ouvidoria A ouvidoria não deve ser confundida com o SAC. Segundo o Manual de Boas Práticas de Ouvidorias da Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente – Abrarec, em parceria com a Associação Brasileira de Ouvidores/Ombudsmen, a ouvidoria atua na defesa dos direitos dos cidadãos, consumidores e usuários de produtos e serviços no esclarecimento dos seus deveres e na prevenção e solução de conflitos, definindo a ouvidoria como “a instituição que representa os legítimos interesses dos cidadãos no ambiente em que atua, na busca de soluções definitivas” (ABRAREC, 2015, p. 11). Em algumas empresas, apesar de não haver formalmente a figura do ombudsman, existe o ouvidor e a ouvidoria para resolver os casos os quais o atendimento ao cliente não conseguiu solucionar. “A palavra ouvidor surgiu a partir de ombudsman, expressão de origem nórdica, a qual resulta da junção da palavra ombud, que significa ‘representante’, ‘procurador’, com a palavra inglesa man, ‘homem’” (BARROSO FILHO, 2015). Podemos dizer que a ouvidoria representa a 29 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL mesma função do ombudsman, mas com uma característica mais departamental do que pessoal (NAVAJAS, 2016). É dever da ouvidoria garantir uma avaliação justa e imparcial às demandas dos consumidores, viabilizando um canal de comunicação direto entre o cidadão e as organizações, atuando como segunda instância administrativa no atendimento de suas manifestações. Para isso, ela age de forma independente e estratégica. A ouvidoria deve ser acionada depois de esgotadas as possibilidades de atendimento ou solução por outros canais. Os ouvidores possuem autonomia para, caso necessário, contatar diversas áreas da empresa. Por isso, o serviço pode ser considerado uma última instância (antes de entrar na Justiça) para a solução dos conflitos entre empresa/fornecedor e o cliente. Para abrir uma ocorrência com a ouvidoria, o consumidor deve ter o número do protocolo fornecido pelo SAC em mãos. Hoje não somente as empresas buscam a qualidade máxima no atendimento ao cliente, isso é uma prática comum em órgãos governamentais, muitos deles possuindo ouvidorias. A cidade de São Paulo possui desde 2001 a Ouvidoria Geral da Cidade de São Paulo (OGM), regulamentada por lei, com a função principal de coordenar e orientar a atuação das demais unidades de ouvidoria dos órgãos e entidades municipais. Há diversas funções no escopo do trabalho: Orientar a atuação das demais unidades de ouvidoria dos órgãos e entidades do Poder Executivo Municipal. Examinar manifestações referentes à prestação de serviços públicos pelos órgãos e entidades do Poder Executivo Municipal. Propor a adoção de medidas para a correção e a prevenção de falhas e omissões pelos responsáveis pela inadequada prestação do serviço público. Produzir estatísticas indicativas do nível de satisfação dos usuários dos serviços públicos prestados no âmbito do Poder Executivo Municipal. Contribuir com a disseminação das formas de participação popular no acompanhamento e fiscalização da prestação dos serviços públicos. Identificar e sugerir padrões de excelência das atividades de ouvidoria do Poder Executivo Municipal. Sugerir ao Controlador Geral a propositura de medidas legislativas ou administrativas, visando corrigir situações de inadequada prestação de serviços públicos. Promover capacitação e treinamentorelacionados às atividades de ouvidoria. 30 Unidade I Analisar as denúncias e representações recebidas na Controladoria Geral do Município, encaminhando-as, conforme a matéria, às unidades competentes para a adoção das medidas cabíveis (SÃO PAULO, 2014). Vamos conhecer o caso da Ouvidoria da Agência de Autorregulamentação das Associações de Proteção Veicular e Patrimonial (AAAPV): Mais de 90% dos casos levados à Ouvidoria da AAAPV são solucionados em até 10 dias Em funcionamento desde o fim de outubro de 2017, a Ouvidoria da Agência de Autorregulamentação das Associações de Proteção Veicular e Patrimonial (AAAPV) já recebeu dezenas de casos e carrega um número extremamente positivo: mais de 90% foram resolvidos com a mediação da Agência, sem precisar de apoio judicial. Os problemas relatados chegam pelo telefone, e-mail e website da entidade representativa. Atualmente, o mecanismo é visto pelo setor não como uma vitória para o consumidor, mas também para as mútuas. O caminho é simples: após narrar o acontecido, o associado envia documentos que comprovem as alegações, um diretor entra em contato com a associação filiada para ouvir a versão da mútua e, depois, são propostas soluções para satisfazer ambas as partes. Casos variados De acordo com o diretor responsável pela Ouvidoria, Leandro Ribeiro, as demandas são variadas. “Temos casos ‘simples’, de usuários que estão insatisfeitos com algum reparo feito no veículo e mais complexos, como a demora do pagamento em caso de perda total do veículo. Eles querem maior agilidade nas indenizações e nós ajudamos nisso, claro, com o apoio das filiadas, que têm boa vontade de resolver as coisas de forma pacífica”, comentou. O administrador Kleverton Lemos, de 29 anos, faz parte do quadro de casos mais complexos, resolvidos com a intermediação da Ouvidoria. Lemos se envolveu em um acidente no ano passado e teve o caso classificado como “perda total”. O associado não estava conseguindo entrar em consenso com a mútua para que o pagamento ocorresse de forma mais rápida. Com a ajuda dos ouvidores, ele recebeu os R$ 19 mil referentes a um Renault Megane Dynamique 2008 dez dias após entrar em contato com a Central de Atendimento. Ele conta que ficou sabendo da Ouvidoria pelo site da mútua, que divulga os benefícios da Agência. “Poucas vezes fui tratado com tanto respeito e atenção. E este tratamento foi unânime, da secretária que trabalha na sede, Karla Nascimento, ao diretor Leandro Ribeiro. Estou surpreso e muito satisfeito com o serviço”, comentou (SIMEK, 2018). 31 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Figura 9 Ombudsman, termo inglês mantido em nosso uso corrente, significa, em primeira instância, funcionário governamental que investiga as queixas contra órgãos públicos. Na prática brasileira, é um colaborador na empresa que representa o cliente internamente. Quando o SAC não consegue solucionar a demanda do cliente, o ombudsman entra em ação. Se uma entidade resolve ter esse cargo, é importante que o profissional tenha poderes para resolver as questões do cliente, pois sua função é defender e lutar pelos direitos do cidadão. Além do profissional que atende o cliente externo, algumas empresas têm a figura do ombudsman interno, para atuar no mesmo sentido, só que defendendo os funcionários. Figura 10 – O primeiro ombudsman no Brasil foi uma mulher: Vera Giangrande, do Pão de Açúcar Lembrete O atendimento ao cliente, representado pelos SACs, pelo ombudsman e pela ouvidoria, devem colocar-se no lugar do cliente para proporcionar a solução do problema. 32 Unidade I 1.11.3 Atendimento pela internet e redes sociais Antigamente, as reclamações se escondiam nas cartas dos leitores dos jornais. Hoje qualquer reclamação assume proporções enormes quando chega à internet, principalmente por meio das redes sociais, nas quais as pessoas reclamam sobre mau atendimento, atraso em entregas e problemas nos produtos. Tendo essa visibilidade aumentada, as empresas se deram conta da dificuldade que seria manter um bom atendimento ao cliente e hoje dispõem de áreas exclusivas para se relacionar e monitorar o que as pessoas vêm dizendo sobre sua marca. Podemos observar que não se trata apenas de resolver o problema do cliente, mas de estar atento ao burburinho realizado em razão de seu atendimento. É uma mudança de paradigma, na qual a empresa precisa ser proativa para falar com seu cliente antes que ele invada as redes sociais e os canais destinados às reclamações como o Reclame Aqui, site que trouxe mais poder ao consumidor, confrontando o que diz o cliente com as respostas das empresas. 1.11.4 Sites de reclamação Funcionando desde 2001, o Reclame Aqui foi o primeiro a ter destaque nessa seara. Surgiu após o seu fundador, Mauricio Vargas, ter uma reclamação ignorada por uma empresa. Especializado e com know how importante na área, o Reclame Aqui tem diversas funcionalidades e possui mais de 18 milhões de reclamações cadastradas, com informações abundantes e rankings com organizações com mais ou menos queixas, números de atendimentos e, o mais importante, os comentários dos clientes, positivos e negativos, e as respostas das instituições. O site tem sido o terror dos empresários quando se trata de reclamações de clientes. Funciona como uma rede social, com login e senha, e pode ser acessado com os dados do Facebook. Cerca de 600 mil pessoas (números de 2018) buscam o site todos os dias para verificar a reputação de entidades e conhecer o histórico de comentários a respeito de seu atendimento antes de comprar, contratar um serviço ou resolver um problema. Outras iniciativas nesse sentido foram localizadas ao realizar essa pesquisa, como o reclamao.com. br e o denuncio.com.br, mas não foram obtidas informações específicas sobre atendimentos e rankings. Você conhecia essas iniciativas? Já usou esses serviços? Teve casos resolvidos? Vale refletir sobre esse tema para propor um atendimento ao cliente de qualidade na organização em que você trabalha ou em seu próprio negócio. Se com todo o aparato de atendimento o cliente ainda continuar com pendências com as empresas, poderá adotar medidas legais por meio do Procon, órgão que regulamenta as relações entre os consumidores e as empresas. 33 COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL Será que essas atitudes atrapalham a imagem da empresa? Claro que sim! Por isso, deve-se manter um bom relacionamento com todos os públicos envolvidos, sobretudo com os clientes, que são quem traz o dinheiro para a empresa. Estudaremos a seguir como a empresa faz para criar e manter uma boa imagem. O atendimento ao cliente, como vimos, é um dos meios de fazê-lo. 1.12 Práticas essenciais na comunicação corporativa Inteligência artificial e captação de leads Hoje os gerenciadores de inteligência artificial são capazes de levantar os visitantes dos sites. Assim, a empresa trabalha para elevar esses números, com a criação de conteúdo de qualidade e significante para o público-alvo. Essa prática é denominada captação de leads, um serviço essencial para aumentar a base de clientes. Os leads podem não ser clientes nem estarem interessados no produto da empresa, no entanto, em algum momento podem ter se interessado pelo conteúdo, ou seja, há potencial para se tornarem clientes. No linguajar do marketing digital, captar o cliente significa “converter o cliente”. O conteúdo em questão pode ser inserido em sites e em blogues. O usuário deverá responder uma questão e oferecer seu e-mail, assim, receberá informações de qualidade e de seu interesse. Esse material é formado por materiais diversos, por exemplo, e-books disponíveis para download. Nesse contexto, também há a participação em webinar (seminário on-line em vídeo). Com esses possíveis clientes em mãos, deve-se realizar as ações de envio de newsletters ou e-mails periódicos, com novidades da empresa, gerando uma conexão com os produtos e serviços ofertados. Essas ações tornam o nome da empresa conhecido e fácil de ser lembrado