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8 - Lei penal em relação às pessoas

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LEI PENAL EM RELAÇÃO ÀS PESSOAS 
PROFESSOR: LEONARDO DE MORAES 
1 - Introdução 
Subdividem-se em imunidades diplomáticas e de chefes de governo estrangeiro 
e as imunidades parlamentares. 
2 – Imunidades diplomáticas e de chefes de governo estrangeiro 
O CP art. 5º aduz que será possível a aplicação de lei estrangeira a crimes ocorridos 
no Brasil, quando houver previsão em tratado, convenção ou regra de direito internacional 
(p. territorialidade relativa). Exatamente isto autoriza a criação de imunidades diplomáticas e 
de chefes de governo estrangeiro. 
Tais imunidades são regras amplamente aceitas pelo direito internacional, em 
respeito ao Estado representado e para que o agente diplomático possa bem desempenhar 
as suas funções. 
Para o Brasil, a Convenção que garante estas regras é a de VIENA (Brasil 
incorporou por meio do Decreto 56.435/65). 
Tais regras se referem à imunidade de jurisdição penal (sujeitando-o ao processo 
e julgamento pelo Estado o qual representa, em qualquer espécie de delito – ligados ou não 
à função que exercem) e a inviolabilidade pessoal (não poderão ser presas e nem submetidas 
a qualquer procedimento sem autorização do país de origem). 
Não há violação ao princípio da isonomia, uma vez que tais regras se referem à 
função (teoria do interesse da função), e não a pessoa do agente diplomático ou do chefe de 
governo estrangeiro. 
A garantia abrange as seguintes pessoas: 
- agentes diplomáticos (embaixadores); 
 
 
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- funcionários das organizações internacionais (ONU, OEA, OIT,...), desde que em 
serviço; 
- familiares dos dois acima; 
- chefes de governo estrangeiro (Imperador, 1º Ministro, Presidente, Rei); 
- Ministro das Relações exteriores. 
Não abrange: 
- empregados particulares; 
- cônsules (funcionários de carreira e que são indicados para a realização de 
determinadas funções em Estado específico), pois possuem imunidades inferiores aos 
diplomatas, qual seja, é limitada aos atos ligados à sua função, de modo que poderão ser 
presos e processados por outros crimes (ex: homicídio, lesão corporal...). 
Obs: São irrenunciáveis pelas pessoas, mas podem ser renunciadas pelo Estado 
representado. 
Obs2: as embaixadas não são extensão do território estrangeiro, tanto o é que se 
algum cidadão comum comete crime em seu interior será processado e julgado segundo a lei 
brasileira. 
 
3 – Imunidades parlamentares 
O Poder Legislativo da União é formado por Deputados Federais e por Senadores, 
cujas funções principais são a criação de leis (atividade legislativa) e fiscalização dos atos do 
Executivo. Para que os parlamentares exerçam as suas funções com independência e sem 
influência de outros Poderes, existe uma série de prerrogativas e imunidades chamadas de 
Estatuto dos congressistas. 
Imunidades parlamentares são prerrogativas (garantias) inerentes à função do 
parlamentar, preservando a independência do Poder legislativo e a influência externa. 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 3 
 
Existem 2 tipos de imunidade: 
3.1 – Imunidade material (ou inviolabilidade) ( art. 53, caput, CF) 
Protege o parlamentar em suas opiniões, palavras e votos, desde relacionados às 
suas funções (deve haver nexo). Não será responsabilizado civil e penalmente. 
Não abrange manifestações não ligadas à função, como chamar de corno, 
vagabundo.... 
Pode ser dentro ou fora do estabelecimento, desde que haja nexo com a função 
(STF). 
Natureza jurídica da imunidade material é de atipicidade do ato (STF). 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. 
3.2 – Imunidade formal (ou processual, adjetiva ou imunidade propriamente dita) 
Refere-se à prisão e ao processo. 
3.2.1 – Prisão (art. 53, §2º, CF) 
Em regra, desde a expedição do diploma, os parlamentares não poderão ser 
presos (abrange a preventiva, temporária, civil – alimentos-...), salvo prisão em flagrante por 
crime inafiançável. 
Se forem presos em flagrante por crime inafiançável, os autos serão enviados à 
Casa a qual pertence o congressista (em 24h contados da efetivação da prisão), para que os 
membros da Casa respectiva decidam (por maioria absoluta – apesar da CF só falar em 
maioria) acerca da manutenção da prisão do parlamentar. A votação será aberta. 
Ressalte-se que se a casa não apreciar o pedido o parlamentar continuará preso, 
salvo se ausentes os requisitos da prisão preventiva (liberdade provisória) (STF). 
 
 
 www.leonardodemoraesadv.com 4 
 
Por óbvio, o parlamentar poderá ser preso em razão de sentença penal 
condenatória transitada em julgado (STF). 
Imunidade durará desde a expedição do diploma até a fim do mandato. 
Art. 53, § 2º Desde a expedição do diploma, os membros do Congresso 
Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável. 
Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de vinte e quatro horas à Casa 
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a 
prisão. 
3.2.2 – Processo (art. 53, § 3º a 5º, CF) 
É a possibilidade de suspensão do processo criminal existente em face de 
parlamentar por delito ocorrido após a diplomação. 
Imunidade apenas se aplicada à delitos ocorridos após a diplomação. 
Após a diplomação do parlamentar, caso este venha a cometer crimes, será 
possível oferecimento da ação penal contra ele e o recebimento da mesma pelo STF. Após o 
recebimento, o STF dará ciência à Casa respectiva, que por iniciativa de partido político que 
tenha na Casa representação e pelo voto da maioria absoluta de seus membros poderá 
sustar o andamento do processo até a decisão judicial final. Se houver sustação do processo, 
também ficará suspenso o prazo prescricional enquanto durar o mandato. 
O pedido de sustação pode ser iniciado por partido político até a decisão final do 
processo, mas apenas será apreciado pela Casa no prazo improrrogável de 45 dias. 
§ 3º - Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime 
ocorrido após a diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa 
respectiva, que, por iniciativa de partido político nela representado e pelo 
voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o 
andamento da ação. 
 
 
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§ 4º - O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo 
improrrogável de quarenta e cinco dias do seu recebimento pela Mesa 
Diretora. 
§ 5º - A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o 
mandato. 
 
O STF não dará ciência à Casa respectiva por crime ocorrido antes da diplomação. 
Neste caso, o processo não poderá ser suspenso e não haverá suspensão da prescrição, de 
modo que a imunidade apenas será aplicada à delitos praticados após a diplomação. 
Obs: Após a diplomação, parlamentar comete crime juntamente com pessoa 
comum, haverá o desmembramento (separação dos processos), de modo que o parlamentar 
terá imunidade, enquanto que o não congressista não se beneficiará de tais regras. 
Obs2: Tal imunidade não impede a investigação policial. 
3.2.3) Foro por prerrogativa de função (art. 53, § 1º) 
Os Deputados e Senadores serão julgados pelo STF, desde a expedição do 
diploma. 
Se o parlamentar possuir processo por crime cometido antes da diplomação, os 
autos irão subir para o STF (foro competente) ficando lá até o fim do mandato para 
julgamento (neste caso, como já dito, não haverá suspensãodo processo e nem da 
prescrição). Após o fim do mandato, os autos descerão para o juízo de 1ª instância. 
§ 1º - Os Deputados e Senadores, desde a expedição do diploma, serão 
submetidos a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal. 
 
 
STF Súmula nº 394 
 
 
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Cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a competência 
especial por prerrogativa de função, ainda que o inquérito ou a ação penal 
sejam iniciados após a cessação daquele exercício. (Cancelada dia 
31/10/2001). 
A prerrogativa da função durará até o fim do mandato. Portanto, acabado o 
mandato acaba esta prerrogativa, descendo o processo para o juízo competente em qualquer 
caso. 
3.2.4) Quanto à produção de prova (art. 53, § 6º) 
Os parlamentares não poderão ser obrigados fornecer informações ligadas ao 
exercício do mandato (basicamente das tratativas realizadas com outros parlamentares) e 
nem de entregar pessoas que lhe confiaram alguma informação. Além disso, em caso de 
necessidade de oitiva de parlamentar, deverão ser intimados previamente e ouvidos em local 
certo. 
§6º Os Deputados e Senadores não serão obrigados a testemunhar sobre 
informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem 
sobre as pessoas que lhes confiaram ou deles receberam informações. 
Art. 221 do CPP. O Presidente e o Vice-Presidente da República, os senadores 
e deputados federais, os ministros de Estado, os governadores de Estados e 
Territórios, os secretários de Estado, os prefeitos do Distrito Federal e dos 
Municípios, os deputados das Assembléias Legislativas Estaduais, os 
membros do Poder Judiciário, os ministros e juízes dos Tribunais de Contas 
da União, dos Estados, do Distrito Federal, bem como os do Tribunal 
Marítimo serão inquiridos em local, dia e hora previamente ajustados entre 
eles e o juiz. 
 
 
 
 
 
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Observações finais: 
a) Tais imunidades não se estendem aos suplentes, uma vez que ainda não foram 
investidos na função; 
b) Imunidades para os Deputados Estaduais (art. 27, §1º) 
Todas as imunidades dos parlamentares federais se aplicam aos Deputados 
Estaduais, em razão do art. 27, §1º, da CF (aplicação do princípio da simetria) (material e 
formal): 
 § 1º - Será de quatro anos o mandato dos Deputados Estaduais, aplicando- 
sê-lhes as regras desta Constituição sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, 
imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos e 
incorporação às Forças Armadas. 
STF Súmula nº 3 (Imunidade de Deputados Estaduais – Restrição) 
CANCELADA 
“A imunidade concedida a deputados estaduais é restrita a justiça do 
Estado.” 
c) Imunidades para os Vereadores (art. 29, VIII, CF) 
As imunidades dos congressistas não se aplicam aos Vereadores (formal ou 
processual: prisão, processo, prerrogativa de função e produção de provas). 
Só possuem imunidade material (inviolabilidade) por suas opiniões, palavras e 
votos, desde que exista nexo com a função, mas limitada à circunscrição do Município. 
Assim, se manifestar opinião ligada à função em outro Município, poderá responder cível e 
criminalmente: 
Art. 29 (...) 
VIII - inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos no 
exercício do mandato e na circunscrição do Município. 
 
 
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Segundo LFG, a CE pode prever apenas prerrogativa de foro para Vereadores, 
para serem julgados perante o TJ. 
 
d) Tais imunidades subsistem durante o estado de defesa e de sítio (art. 53, §8º): 
 § 8º As imunidades de Deputados ou Senadores subsistirão durante o 
estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços 
dos membros da Casa respectiva, nos casos de atos praticados fora do 
recinto do Congresso Nacional, que sejam incompatíveis com a execução da 
medida. 
 
e) Os parlamentares afastados para serem Ministros de Estado, Secretário Estadual ou 
Municipal perdem imunidade material e formal 
Por isso foi cancelada a súmula 4 do STF: 
STF Súmula nº 4 (Imunidade Parlamentar - Congressista - Ministro de 
Estado) CANCELADA 
“Não perde a imunidade parlamentar o congressista nomeado Ministro de 
Estado.” 
 
f) Homicídio doloso praticado por parlamentar federal é julgado no STF; 
Homicídio doloso praticado por Deputado Estadual é julgado no TJ. 
Homicídio doloso praticado por Vereador, mesmo que tenha prerrogativa de função criado 
pelo CE, vai a júri, em razão do teor da súmula 721 do STF: 
STF Súmula nº 721 (Competência Constitucional do Tribunal do Júri - 
Prevalência - Foro por Prerrogativa de Função - Constituição Estadual) 
 
 
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“A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por 
prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição 
estadual.” 
Competência do júri art. 5º, XXXVIII, “d”, CF.

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