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Hipertensão arterial sistêmica (HAS)
 
A hipertensão arterial sistêmica é uma condição crônica caracterizada pela elevação persistente da pressão arterial, geralmente de forma silenciosa, sem sintomas aparentes, mas capaz de causar danos progressivos a órgãos como coração, rins, cérebro e vasos sanguíneos. Ela representa um dos principais fatores de risco para doenças como infarto, AVC, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e complicações vasculares. Quando surge ainda na juventude, pode contribuir para quadros de demência vascular e Alzheimer ao longo da vida. Por ser uma condição de evolução lenta e contínua, exige identificação precoce, controle regular e mudanças no estilo de vida para evitar complicações futuras.
 
Fatores de risco 
A hipertensão é considerada uma doença multifatorial e surge pela combinação de fatores genéticos, ambientais e comportamentais. A genética e o histórico familiar influenciam diretamente o risco, especialmente em pessoas negras, que apresentam maior predisposição e, muitas vezes, formas mais graves da doença. O risco também aumenta progressivamente com o envelhecimento, além de apresentar diferenças entre os sexos, sendo mais comum em homens antes dos 50 anos e em mulheres após a menopausa devido à queda do estrogênio. Entre os fatores modificáveis, destaca-se a alimentação rica em sódio e ultraprocessados, pois o excesso de sal está diretamente associado ao aumento da pressão arterial. O sedentarismo contribui para o acúmulo de gordura abdominal e para piora do sistema cardiovascular, enquanto o excesso de peso é um dos fatores mais importantes, já que mesmo pequenas variações podem elevar a pressão. O consumo de álcool, principalmente quando frequente, também aumenta os valores pressóricos, assim como a apneia obstrutiva do sono, que provoca quedas de oxigênio durante a noite e ativa mecanismos que elevam a pressão arterial.
 
Hipertensão arterial na gravidez
As doenças hipertensivas da gestação são a principal causa de morte materna e podem gerar complicações tanto para a mãe quanto para o bebê. A hipertensão pode surgir após a vigésima semana, sendo chamada de hipertensão gestacional, ou pode evoluir para quadros mais graves, como a pré-eclâmpsia, que envolve pressão alta associada à proteinúria. A forma mais grave é a eclâmpsia, quando ocorrem convulsões. Há também casos em que a mulher já possuía hipertensão antes da gravidez, o que caracteriza hipertensão crônica. Em outras situações, a gestante já era hipertensa e sofre agravamento durante a gestação. Todas essas condições aumentam o risco de parto prematuro e de bebês pequenos para a idade gestacional, exigindo acompanhamento rigoroso.
 
Hipertensão arterial sistêmica em crianças e adolescentes
Em crianças e adolescentes, a hipertensão está relacionada principalmente ao histórico familiar, sobrepeso e obesidade. O estilo de vida atual, marcado por alimentação inadequada e pouca atividade física, contribui para o aumento desses casos. O diagnóstico é estabelecido quando os valores de pressão arterial ultrapassam o percentil 95 para idade, sexo e altura, acrescidos de 5 mmHg, em três momentos diferentes. Como a doença nessa faixa etária também costuma ser silenciosa, é essencial avaliação periódica para prevenir agravamentos futuros.
 
Hipertensão arterial com diabetes 
Pessoas com diabetes apresentam maior predisposição a desenvolver hipertensão, e quando ambas as condições estão presentes, o risco de complicações cardiovasculares aumenta de forma significativa. A combinação de diabetes e hipertensão está associada a maior incidência de infarto, AVC, doença arterial periférica e doença renal. Estima-se que entre 20% e 60% dos diabéticos sejam hipertensos, principalmente idosos e pessoas com obesidade. O controle rigoroso da pressão arterial nesses indivíduos é fundamental, pois reduz de forma importante a morbimortalidade.
 
Nova diretriz brasileira sobre hipertensão arterial 
A nova diretriz brasileira redefiniu os valores considerados normais, classificando como pressão normal apenas valores inferiores a 120 por 80 mmHg. Valores entre 120 e 129 por 80 a 89 mmHg passaram a ser considerados pré-hipertensão, funcionando como um sinal de alerta. A hipertensão é confirmada com valores iguais ou maiores que 140 por 90 mmHg, sendo dividida em estágios 1, 2 e 3 conforme a gravidade, com estágios mais elevados acima de 160 por 100 mmHg. As metas de controle também foram atualizadas, e pessoas com maior risco cardiovascular, como diabéticos, portadores de doenças renais ou com histórico de eventos cardíacos, devem manter a pressão abaixo de 130 por 80 mmHg. Em idosos entre 60 e 75 anos, o alvo de controle pode ser um pouco mais flexível, entre 130 a 140 por 70 a 80 mmHg, desde que bem tolerado.
 
A fisioterapia na hipertensão
A fisioterapia desempenha um papel fundamental tanto na prevenção quanto no controle da hipertensão, principalmente na Atenção Primária à Saúde. O fisioterapeuta atua promovendo educação em saúde, orientando sobre hábitos saudáveis, estimulando a prática de atividade física e ajudando no controle dos fatores de risco modificáveis. A prática regular de exercícios aeróbicos, como caminhada, ciclismo e atividades aquáticas, reduz a resistência dos vasos sanguíneos e melhora o funcionamento cardiovascular, contribuindo para a diminuição da pressão arterial. Avaliações como o teste Time Up and Go, a caminhada de seis minutos e a marcha estacionária de dois minutos permitem acompanhar a evolução do paciente. Além disso, programas de grupos de saúde, como caminhadas guiadas, atividades de relaxamento, práticas corporais e monitoramento da pressão arterial, ajudam a prevenir agravamentos e promovem qualidade de vida.
 
Educação e ações em saúde 
A educação em saúde é uma das principais ferramentas para controlar e prevenir a hipertensão. O fisioterapeuta participa de ações como palestras, rodas de conversa, grupos de caminhada, atividades físicas coletivas, meditação, automassagem e ações comunitárias realizadas em UBS, escolas, parques e outros espaços públicos. Projetos como o Hiperdia e o Doce Saúde reúnem pacientes para monitoramento da pressão arterial, exercícios, orientação nutricional e práticas corporais, promovendo autonomia e adesão ao tratamento. Esse trabalho integrado contribui para reduzir o risco de complicações graves e melhora o bem-estar da população.

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