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Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – UNIFESSPA Instituto de Geociência e Engenharias – IGE Faculdade de Geologia – FAGEO Prática de Gênese de Depósitos Minerais RELATÓRIO SIMPLIFICADO Docentes: Aderson David de P. Lima José de Arimatéia C. de Almeida Discentes: Camila D. R. dos Santos – 201140603029 João Paulo S. Alves – 201140603021 Lourival A. F. Costa – 201140603013 Marabá – Pará Novembro de 2015 1 – INTRODUÇÃO A Prática de Gênese de Depósitos Minerais foi realizada nos dia 26 de junho a 28 de junho de 2015 com intuito de aplicar os ensinamentos adquiridos durante a realização da disciplina teórica “Gênese de Depósitos Minerais” e conhecer o funcionamento de minas ativas através de visitas técnicas. 2 – GEOLOGIA REGIONAL A Mina do Sossego está localizada ao longo da Zona de Cisalhamento Itacaiúnas, a qual define contato entre as unidades metavulcano-sedimentares do Supergrupo Itacaiúnas e gnaisses e migmatitos do Complexo Xingu. Ocorrem também no depósito diferentes corpos ígneos como granito, gabro e rocha metavulcânica félsica, alongados e concordantes com a estrutura regional, também afetados pelo hidrotermalismo de 2.2 Ga (MARSCHICK & LEIVEILLE, 2001). Os Corpos Máfico-Ultramáficos das Serras da Onça-Puma estão situados no domínio imbricado do Cinturão de Cisalhamento Itacaiúnas. Apresenta-se, em superfície, como um corpo alongado segundo a direção E-W e concordante com a estruturação do cinturão. As rochas encaixantes são constituídas pelo Granito Plaquê, Suíte Cateté e pelo Complexo Xingu. As serras são compostas por serpentinitos, piroxenitos, peridotitos e gabros. Sendo que os peridotitos dominam na Serra da Onça, e os serpentinitos na Serra Puma. E entre os dois depósitos está situada a Serra Arqueada de composição ferrífera (MACAMBIRA, 2001). 3 – VISITAS TÉCNICAS 3.1 – 1º VISITA TÉCNICA: MINA DO SOSSEGO A visita técnica à Mina do Sossego, pertencente à empresa Vale S/A e localizada no município de Canaã dos Carajás (PA), ocorreu no dia 26 de junho de 2015. Fomos recebidos e guiados pelo geólogo Fabrício Franco, funcionário da empresa. Inicialmente assistimos duas apresentações, onde o palestrante foi o funcionário acima, que resumiu de forma prática e informativa sobre a Mina do Sossego e do Siqueirinho (localizada espacialmente com a Mina do Sossego). Posteriormente, o fomos levados até um galpão onde continha furos de sondagens das minas visitadas. O início da pesquisa ocorreu em 1997, durando até 1999. Os métodos utilizados foram: malha de solos, amostragem de solo, geofísica e sondagens, com furos variando entre 400 e 600 metros. Após todos os estudos, a instalação da mina começou no ano 2000, encerrando no ano de 2003, e iniciando a extração do cobre (Cu) no ano de 2004, onde o principal mineral de minério é a calcopirita. O minério de Cu da Mina do Sossego está inserido no granito granofírico, com alto controle estrutural em um formato inteiramente vertical, semelhante a um pipe. O carbonato presente junto ao minério tem influência direta no seu beneficiamento na usina. Já na Mina do Siqueirinho a alteração hidrotermal é dominante, onde o minério encontra-se em uma brecha subvertical (70º). A magnetita é o mineral que influencia no beneficiamento do minério. Vale lembrar que o minério de Cu é mais concentrado neste depósito. Após a sua retirada, o minério é dividido em três pilhas de acordo com o seu teor. De 0,3% a 0,6% é classificado como baixo teor, de 0,6% a 1% é classificado como médio teor e, maior que 1% é classificado como alto teor. Estas pilhas são utilizadas para se obter o teor necessário que a empresa compradora do minério esteja requisitando, podendo haver mistura de porções das pilhas durante o beneficiamento. O minério de Cu pode ter valor agregado, já que também é retirado ouro (Au) durante a sua extração. A recuperação do cobre chega a 94% e do ouro a 72%, com uma produção anual de 380.000 toneladas, sendo vendido principalmente para a Alemanha (70%). A extração do Cu já ocorre a 11 anos (2004-2015), sendo estendida até 2019 como “mina a céu aberto”. A partir do ano de 2020 até o ano de 2026, a mina se tornará subterrânea, com vida útil total de 22 anos (2004-2026). Porém, para que isto seja possível, os estudos (geofísicos, geoquímicos e etc.) não podem parar e o mercado tem que continuar rentável para a extração do Cu. 3.2 – 2º VISITA TÉCNICA: MINA ONÇA-PUMA A visita técnica à Mina Onça-Puma, pertencente à empresa Vale S/A e localizada no município de Ourilândia (PA), ocorreu no dia 28 de junho de 2015. Fomos recebidos e guiados pelo geólogo FULANO DE TAL, funcionário da empresa. Inicialmente assistimos uma apresentação, onde o palestrante foi o funcionário acima, que resumiu de forma prática e informativa sobre a Mina Onça-Puma. Posteriormente, o fomos levados até a Serra Puma para um treinamento prático. A Serra da Onça apresenta uma extensão em torno de 23 km e largura em torno de 2,6 km, localizada nos municípios de São Félix e Ourilândia. A litologia predominante é o peridotito. Já a Serra do Puma apresenta uma extensão em torno de 7 km e largura em torno de 1,6 km, localizada nos municípios de Parauapebas e Água Azul, onde a litologia predominante é o serpentinito. O minério de Ni encontra-se no mineral de minério garnierita, ocorrendo o seu enriquecimento através de processo supergênico, com um teor de 1,9%. As serras apresentam um padrão de relevo denominado de “caixa de ovos”, sendo controladas estruturalmente por falhas, com alguns granitoides discordantes. As litologias estão organizadas de forma acamadada, ocorrendo variações laterais e verticais. Esta sequência acamadada é composta, da base para o topo, rocha sã, saprólito, limonita (podendo ser vermelha ou amarela) e podendo ocorrer algumas porções com cobertura de calcedônia. 3.2.1 – Perfil Da base para o topo foi observado rocha de coloração cinza escuro, descrita como tipo 1 (hard), seguida por uma camada de coloração amarela esverdeada, descrita como tipo 2 (garnierita) estando disseminada na rocha tipo 1. No topo é observado uma cama de coloração cinza claro, classificada como tipo 3 (soft). A rocha apresenta textura afanítica, maciça, com fraturas preenchidas por magnetita, óxido de manganês, clorita, pirita e talco, estando em pequena representatividade no perfil geológico (Figura 01). 4 – AFLORAMENTO ÚNICO Coordenadas UTM: 0625163 Elevação: 285 metros 9291580 Acurácia: 03 metros Localização: afloramento do tipo “pit” localizado em torno de 25 km da Mina do Sossego e há 2 km da Vila Planalto, aproximadamente. O afloramento possui por volta de 30 metros de comprimento e 05 metros de altura, com uma cobertura sedimentar de coloração avermelhada com aproximadamente 02 metros de altura. Descrição: Rocha de coloração rosa esbranquiçado, isotrópica, inequigranular média, fanerítica, hololeucocrática, composta basicamente por quartzo e feldspato potássico. A rocha apresenta uma intensa alteração, caracterizada pelo feldspato potássico. Mineralização: foram notadas concentrações variadas pelo corpo litológico do mineral malaquita. Na porção com maior alteração potássica, a concentração de malaquita não era tão abundante. Já nas áreas onde a alteração potássica ocorria em menor escala, observava-se uma maior concentração de malaquita juntamente com um óxido-mineral.Interpretação: acredita-se que a rocha tenha sofrido uma alteração hidrotermal pervasiva, caracterizada pela própria malaquita e pela alteração potássica, que pôde ter sido anteriormente um granito. Além disso, o corpo ainda apresenta diversos veios e vênulas preenchidas por quartzo, marcando um esforço rúptil que esta litologia tenha sofrido, causando diversas fraturas e, posteriormente, tenha sido preenchida por quartzo. A partir destas características, o corpo pode ser classificado do tipo “stockwork” (brechas). 5 – CONCLUSÃO Com as visitas técnicas e a descrição do afloramento, pôde-se por em prática o conhecimento adquirido durante a fase teórica, exercendo o conhecimento sobre a gênese destes depósitos e suas características. Ainda pôde-se também observar de forma prática o funcionamento de uma mina, deste o projeto inicial de pesquisa, sua instalação e projeções de lavra de acordo com o rendimento e mercado para o minério. 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MACAMBIRA, E.M.B.; Prospecção geológica e geoquímica no corpo máfico- ultramáfico da Serra da Onça – Pará: CPRM, 2001. 1 v.; il – (Informe de Recursos Minerais, Série Metais do Grupo da Platina e Associados, 26) Projeto Platina e Associados. MARSCHIK, R.; LEVEILLE, R.A.; 2001. Iron oxide Cu-Au deposits in South America: Candelária, Chile and Sossego, Brazil. Geological Society of America Abstract with Programs 33.
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