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Introdução à Auriculoterapia 
Conteudista: Prof.ª Esp. Keli Cristina Alves de Oliveira
Revisão Técnica: Prof .ª Dra Gisele Damian Antonio Gouveia 
Revisão Textual : Kel i Franciel i Cattoni
TÓPICOS ABORDADOS
• Auriculoterapia: aspectos conceituais, teóricos e históricos;
• Escolas da auriculoterapia chinesa, francesa e neuro�siologia (biomédica);
• Origem do diagnóstico e tratamento da auriculoterapia chinesa;
• Indicações e contraindicações baseadas em evidências.
OBJETIVOS DA UNIDADE
• Conhecer as principais escolas de auriculoterapia, suas diferenças e semelhanças para
prática clínica.
CONTEXTUALIZAÇÃO
Caro(a) estudante, nesta Unidade abordaremos a introdução à auriculoterapia, suas principais
escolas e histórico. O principal objetivo desta Unidade é entender a origem do diagnóstico e
tratamento da auriculoterapia chinesa.
Para iniciar os estudos sobre a auriculoterapia chinesa, vamos acompanhar um exemplo de estudo
clínico selecionado para esta Unidade, o qual ajudará a elucidar informações sobre indicações,
contraindicações e efeitos da auriculoterapia chinesa. Durante nossos estudos, con�ra cada caso e
re�ita como ele pode ser usado como referência para a construção da sua experiência clínica!
Agora, leia com atenção o case a seguir, que aborda a utilização da auriculoterapia no tratamento de
dor lombar crônica.
Unidade
Case: Efeito de um tratamento com auriculoterapia na dor,
funcionalidade e mobilidade de adultos com dor lombar crônica.
Caro(a) estudante, leia o artigo a seguir, o qual apresenta estudos sobre
os efeitos do tratamento por meio da auriculoterapia em pacientes com
problemas crônicos na lombar: https://bit.ly/3eOw4Eu
Observe que, nessa pesquisa, foram realizadas sessões semanais de
auriculoterapia em pacientes de 18 a 60 anos durante três meses. O
resultado demonstrou que a técnica é bené�ca para a diminuição da
dor lombar crônica e para o aumento da funcionalidade em indivíduos
com dor lombar crônica inespecí�ca.
Na sequência, prezado(a) aluno(a), continuaremos com nossos estudos sobre auriculoterapia!
AURICULOTERAPIA: ASPECTOS CONCEITUAIS, TEÓRICOS E
HISTÓRICOS
A auriculoterapia é uma técnica praticada há milênios pelos chineses e por outras civilizações,
principalmente pelos egípcios. A técnica utiliza o pavilhão auricular para tratar diversos problemas de
saúde, devido ao re�exo que a aurícula exerce sobre o sistema nervoso central. “Ao se efetuar a
sensibilização desses pontos, o cérebro recebe um impulso que desencadeia uma série de fenômenos
físicos relacionados com a área do corpo, produzindo a cura” (SOUZA, 2001, p. 29).
Nessa técnica, utilizam-se sementes ou outras estimulações no pavilhão da orelha para tratar as mais
diversas afecções, além de se obter efeito de analgesia.
Histórico da Auriculoterapia
Acredita-se que a auriculoterapia seja tão antiga quanto a acupuntura sistêmica, já que se pressupõe que
ela tenha, aproximadamente, 5.000 anos, porém sua origem ainda é desconhecida, podendo ter início na
China, Pérsia ou Egito.
VOCÊ SABIA?
Na Europa Antiga e no Oriente Médio, desde a Antiguidade, a utilização da
auriculoterapia como forma de tratamento é mais difundida do que a
acupuntura sistêmica.
LEITURA
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/136212/tolentino_f_me_rcla.pdf?sequence=3
Em meados de 2500 a.C., as mulheres egípcias usavam pontos auriculares como forma de
anticoncepcional, enquanto chineses do século XVII faziam menção do tratamento auricular através de
agulhas, associado ao tratamento pela acupuntura sistêmica.
Nesse mesmo século, em Portugal, Zacutus Lusitanus fez uso da orelha para �ns terapêuticos. Hipócrates
(460-377 a.C.), em sua obra “O livro das epidemias”, indicava uma punção com estiletes nos vasos
auriculares, visando obter diminuição de processos in�amatórios, assim como fez uso da orelha para �ns
contraceptivos.
O livro clássico da acupuntura, “Huang Di Nei Jing”, escrito há mais de 5.000 anos, relata que a aurícula é
um órgão isolado, porém interligado aos demais órgãos e regiões do corpo através do re�exo cerebral.
Agora que você compreendeu a história da auriculoterapia, vamos estudar as escolas da auriculoterapia
chinesa, francesa e a neuro�siologia.
Figura 1 – Página do livro “Huang Di Nei Jing”, que mostra o “O Imperador Amarelo” 
Fonte: Welcome Collection 
Descrição da imagem: a imagem apresenta uma página do livro de acupuntura “Huang Di Nei Jing”, a qual
possui uma ilustração do chamado Imperador Amarelo, um homem com traços asiáticos, cabelos amarrados e
bigodes, usando vestes tradicionais asiáticas, sentado em um banco, com o corpo posicionado levemente à
direita, olhando também à direita.
A auriculoterapia possui duas principais linhas de raciocínio que explicam seus princípios, a escola
chinesa (Medicina Tradicional Chinesa – MTC) e a escola francesa (Paul Nogier). Vamos, agora, conhecer e
estudar cada uma delas!
Escola Francesa e Neuro�siologia
Alguns autores franceses, entre eles o médico Paul Nogier, contribuíram com os estudos sobre a
auriculoterapia e introduziram alterações na localização e no número de pontos auriculares.
Em 1958, na França, a auriculoterapia foi impulsionada pela cartogra�a proposta por Paul Nogier,
esquematizando um feto invertido na orelha, como um mapa somatotópico representando partes
re�exas de estimulação ao corpo.
Observe a imagem a seguir, que mostra a relação da posição fetal com os pontos da auriculoterapia:
Figura 2 – Relação da posição fetal com os pontos da auriculoterapia 
Fonte: Acervo da conteudista 
Descrição da imagem: a imagem apresenta uma ilustração em que, no lado esquerdo, há um feto invertido
sobreposto a um esboço de uma orelha. À direita, há uma orelha fazendo a relação das zonas do pavilhão
auricular.
ESCOLAS DA AURICULOTERAPIA CHINESA, FRANCESA E 
NEUROFISIOLOGIA
Em sua teoria, regiões especí�cas da orelha podem projetar sintomas e patologias, devido à sua
característica de ser uma das poucas estruturas anatômicas formadas por três folhetos embrionários:
endoderma, mesoderma e ectoderma. Assim, pode, hipoteticamente, ter a representatividade de todas
as partes do corpo.
Essa visão alavancou o estudo de suas bases neuro�siológicas de ação e seu reconhecimento pela OMS
em 1987, que a identi�ca como um microssistema da acupuntura capaz de re�etir positivamente no
corpo como um todo.
Desde 1990, há uma padronização da nomenclatura internacional, com atualizações que ocorrem até os
dias de hoje, mesclando os princípios francês e chinês.
Basicamente, as diferenças entre as escolas francesa e chinesa estão baseadas na questão da cartogra�a
diferenciada (isto é, cada escola tem seu mapa) e no fato de que, na auriculoterapia francesa, existem os
pontos �siológicos e patológicos, ou seja, seus pontos não são �xos e se re�etem no pavilhão auricular
apenas quando há o distúrbio correspondente.
Observe a imagem, a seguir, a qual ilustra a cartogra�a proposta por Paul Nogier:
Nesse caso, o ponto do coração, assim como qualquer outro ponto, só estará presente na orelha se
houver um distúrbio ligado a ele.
Figura 3 – Pontos da auriculoterapia francesa 
Fonte: Acervo da conteudista 
Descrição da imagem: a imagem apresenta os 30 pontos auriculares da escola francesa, segundo a cartogra�a
proposta por Paul Nogier. Do lado esquerdo da imagem, temos a imagem de uma orelha contendo todos os
pontos indicados de 1 a 30, enquanto, do lado direito da imagem, temos um quadro contendo o nome dos
pontos indicados, sendo: 1. olho; 2. olfato; 3. maxila; 4. pulmão; 5. auditivo; 6. estômago; 7. garganta; 8. diafragma;
9. baço/pâncreas; 10. coração; 11. vesícula biliar; 12. reto; 13. ciática; 14. joelho; 15. rim; 16. nervo trigêmeo; 17.
agressividade; 18. trago; 19. pele; 20. ombro; 21. zero; 22. membro inferior; 23. membro superior; 24. alergia (bordo);
25. darwin (bordo); 26. síntese (posterior); 27. cerebral; 28. occipital; 29. genital; 30. medular (bordo).
Então, quais são as diferenças entre a auriculoterapia chinesa HuangLi Chun, a
auriculoterapia francesa e a chinesa clássica?
As características da abordagem da re�exoterapia auricular pautada na Escola Francesa de Paul Nogier
são (NOGIER, 1998):
criada por Paul Nogier em 1958;
criação do primeiro mapa, com 28 pontos auriculares;
trata-se uma orelha em cada sessão;
número de pontos: até cinco;
o ponto não tem localização �xa;
identi�cação dos pontos reativos para realizar o tratamento auricular.
Já na auriculoterapia chinesa, leva-se em conta a in�uência dos meridianos que passam próximos à
orelha e a avaliação dos pontos com relação à necessidade de toni�cação e sedação, mas di�cilmente
fala-se em pontos mudando de lugar.
Já a abordagem da auriculoterapia pautada na Escola chinesa Huang Li Chun tem as seguintes
características (GARCIA, 2006):
criada por Huang Li Chun (médica, com formação em MTC, �toterapia e massagem)
em 1999;
desenvolvimento da técnica da semente dupla;
aprimoramento das técnicas de diagnóstico e tratamento da terapia re�exa
auricular, criando a auriculomedicina (auriculoterapia moderna);
criação de um novo mapa, com 140 pontos auriculares;
uso de três módulos básicos: semente dupla, sangria e massagem;
o sucesso do tratamento depende do correto diagnóstico, seleção correta dos
pontos, exata localização dos pontos e sentido correto das sementes;
podem ser utilizados até 11 pontos com sementes, em ambas as orelhas.
Se você comparar a localização dos pontos no mapa chinês e francês, perceberá divergências em alguns
pontos. Porém, �que tranquilo(a), pois:
REFLITA
Fonte: 123RF
Em 1982, o Dr. Walter Douglas Dal difundiu a auriculoterapia no Brasil por meio de seus cursos
ministrados, que tinham como base os princípios de Nogier, após participar de um evento internacional
de auriculoterapia (DEL MAS, 2004). O professor Marcelo Pereira de Souza foi outro importante autor da
história da auriculoterapia no Brasil, sendo o primeiro brasileiro a propor uma literatura e um mapa,
associando a técnica da escola francesa com o referencial da francesa e a auriculoterapia com
acupuntura (SOUZA, 2011). No Brasil, é comum perceber o uso dos dois métodos (DEL MAS, 2004).
Todo o conhecimento abordado pelos estudos feitos por franceses vem sendo somado aos estudos que
envolvem a neuro�siologia e ao conhecimento oriundo da auriculoterapia chinesa, a qual veremos a
seguir.
Escola de Auriculoterapia Chinesa
Conforme Souza (2001), no conceito do “Nei Ching”, o livro mais antigo da acupuntura, o pavilhão
auricular tem relação direta com os meridianos triplo aquecedor, intestino delgado, estômago, vesícula
biliar, bexiga e circulação-sexo. Já os demais meridianos – intestino grosso, pulmão, coração, rim, fígado e
baço-pâncreas – se relacionam de forma indireta com o pavilhão auricular ou aurícula através dos
meridianos de ligação e vasos maravilhosos.
Assim, os meridianos yang estão conectados diretamente à orelha, enquanto os meridianos yin têm
conexão indireta à orelha, através de meridianos secundários.
Observe a imagem a seguir:
A auriculoterapia não promove um estímulo direto no órgão, mas um estímulo da projeção
cerebral relacionada às áreas re�exas proximais.
Os pontos auriculares chineses antigos formavam um conjunto de pontos distribuídos aleatoriamente
pela orelha e não foram organizados de forma somatotópica. Entretanto, após os estudos do Dr. Paul
Nogier, médico francês, nortearam um novo olhar para a representação dos acupontos auriculares e a
utilização da técnica, redistribuindo os pontos de acordo com a representação de um feto invertido e a
conexão com os Zang Fu que passam pelo pavilhão auricular.
Observe a ilustração, a seguir, que mostra o mapa dos pontos da auriculoterapia chinesa na atualidade:
Figura 4 – Meridiano de acupuntura 
Fonte: Wikimedia Commons 
Descrição da imagem: a imagem apresenta uma ilustração de um homem sem blusa, sentado. Ele está com o
corpo virado para o lado, com a região posterior do corpo à mostra. Em destaque, está o trajeto do meridiano
vaso governador.
Figura 5 – 70 principais pontos auriculares segundo a abordagem chinesa 
Fonte: Acervo da conteudista 
Descrição da imagem: a imagem apresenta uma ilustração da orelha direita com os 70 principais pontos do
mapa chinês, sinalizados a partir da região inferior da orelha: hélice 6, amígdalas, olho, dente, lóbulo anterior,
língua, ouvido interno, hipertensor, maxila, ouvido interno, hélice 5, olho 2, mandíbula, frontal, tálamo, temporal,
subcórtex, endócrino, olho 1, hélice 4, san jiao, neurastenia, suprarrenal, fome, occipital, hipó�se, pulmão,
coração, nariz-externo, sede, ouvido-externo, brônquios, boca, esôfago, tronco cerebral, cervical, torácica, lombar,
sacral, córtex, ciático, hélice 4, hélice, 3, hélice 2, hélice 1, região do ombro, cotovelo, punho, falanges, quadril,
joelho, tornozelo, artelhos, calcâneo, hipotensor, genitais internos, hepatite, asma, genitais externos, sistema
nervoso simpático, uretra, bexiga, ouvido central, estômago, intestino delgado, intestino grosso, baço, fígado,
vesícula, pâncreas e rim. Os pontos na cor alaranjada referem-se ao membro inferior, compreendendo: quadril,
joelho, tornozelo, artelhos e calcâneo. Os pontos na cor azul referem-se à coluna vertebral, compreendendo:
tronco cerebral, cervical, torácica, lombar, sacral, córtex, ciático. Os pontos em branco se referem ao ponto
interno e compreendem: o sistema nervoso simpático, nariz interno, suprarrenal, tálamo, subcórtex, ovário e
testículo. Os demais pontos em amarelo são os pontos externos e compreendem todas as outras regiões.
Ling Shu (475-221 a.C.) mencionou pela primeira vez uma somatotopia da orelha, estudada mais
amplamente pelo médico chinês Pian Que.
A abordagem da medicina chinesa pauta-se em uma abordagem teórica-empírica que busca estimular
os mecanismos naturais de prevenção de agravos, promoção e recuperação da saúde por meio de
tecnologias leves, e�cazes e seguras. A auriculoterapia chinesa utiliza, além do referencial das zonas
correlacionadas com os órgãos, vísceras, tecidos e estrutura, os conceitos fundamentais de yin e yang e
dos cinco elementos/movimentos para explicar as desarmonias energéticas do organismo, as mudanças
patológicas e as relações internas dos órgãos com o microssistema auricular.
Assim, a relação da aurícula com os meridianos de acupuntura faz com que a técnica de auriculoterapia
demonstre o estado de saúde da pessoa. Para isso, faz-se necessário entender como deve ser realizada a
avaliação auricular.
A orelha, para os orientais, é a
abertura do elemento água para o
mundo. No elemento água, está o
rim, o qual armazena a energia que
gera a vida, ou seja, a herança
genética, como um feto pronto para
nascer com a cabeça para baixo.
Assim, seguindo a ordem, todos os
pontos de correspondência a
cabeça no lóbulo, dentro da concha
os Zang Fu e o coração no meio a
mesma ordem do corpo
(MACIOCIA, 2017).
Fonte: 123RF
O desenvolvimento da auriculoterapia chinesa se deu em 1572, quando foi publicada, na China, uma obra
que mencionava as relações entre os meridianos da acupuntura e a orelha. Foi a partir de então que os
estudos sobre a terapia relacionada à associação de pontos auriculares com a acupuntura sistêmica
foram intensi�cados, surgindo o sistema de diagnóstico por observação do pavilhão auricular.
A localização e a nomenclatura dos pontos auriculares foram de�nidas de acordo com o andamento dos
estudos realizados acerca do tema. Esses estudos demonstraram observações feitas a respeito da relação
aurícula-órgãos, aurícula-funções orgânicas e aurícula-posições anatômicas do corpo. Diversos artigos
foram produzidos entre 1850 e 1857 por franceses, surpreendendo os médicos da época. Um século mais
tarde, Paul Nogier publicou o mais completo estudo do assunto, por meio de sua obra “Traite
d’auriculotherapie”.
Em dezembro de 1972, foi publicado o primeiro mapa de auriculoterapia chinês, com
mais de 200 pontos (DEL MAS, 2004). A partir daí, foram intensi�cados os estudos
pelos sábios orientais até osdias atuais (SOUZA, 2001).
Nos últimos cem anos, a auriculoterapia vem sendo aplicada com êxito no tratamento de algias e em
procedimentos de anestesia. O conhecimento milenar chinês e os estudos do Dr. Paul Nogier norteiam a
utilização da técnica até hoje.
INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES BASEADAS EM
EVIDÊNCIAS
A auriculoterapia pode bene�ciar um grande número de situações, o que pode criar a impressão de que
essa técnica pode ser utilizada em qualquer situação sem o oferecimento de riscos. Uma pessoa que nos
procura com interesse no tratamento de auriculoterapia para uma determinada condição de saúde pode
ser um paciente poliqueixoso, apresentando muitas queixas e sinais clínicos. Precisamos �ltrar essas
queixas, a �m de que sejamos mais precisos no momento de selecionar os pontos re�exos a serem
utilizados. Assim, destacamos algumas indicações baseadas em evidência e situações nas quais será
necessário você saber orientar a pessoa a buscar uma avaliação médica antes de iniciar o tratamento
complementar com auriculoterapia.
Indicações
Como já vimos até aqui, a auriculoterapia pode ser utilizada em todos os tipos de problemas físicos e
psíquicos, abrangendo uma vasta relação de tratamentos.
IMPORTANTE!
Devido à sua ação direta sobre o cérebro e, mediante ele, sobre todo o
organismo, a auriculoterapia é um método completo de terapia, que pode
ser associada a qualquer outro tratamento.
ORIGEM DO DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DA
AURICULOTERAPIA CHINESA
Além dos efeitos curativos imediatos, a auriculoterapia tem efeitos preventivos, dando ao organismo
energia su�ciente para impedir enfermidades. Conforme a�rma Souza (2001, p. 45): “A auriculoterapia
pode ser aplicada em pacientes de qualquer idade ou estado físico, a qualquer hora do dia, ou da noite”.
A técnica de auriculoterapia oferece excelentes resultados em analgesia e anestesia, sendo também
recomendada em odontologia, cirurgias e tratamentos diversos. O efeito analgésico em crianças é muito
rápido, sendo geralmente utilizadas sementes de mostarda.
REFLITA
Quais as indicações da auriculoterapia?
A auriculoterapia pode ser usada para prevenir ou tratar agravos da saúde, estéticos e psicológicos, dando
ao organismo energia su�ciente para impedir enfermidades. As condições de saúde que já foram objeto
de pesquisa sobre a efetividade da auriculoterapia são: tabagismo, dependência química, etilismo,
lombalgia, cervicalgia, dor pós-operatória, constipação, sintomas relacionados ao câncer e seu
tratamento, dismenorreia, cefaleia, náuseas, vômito na gravidez, condições geriátricas, insônia, adjuvante
no tratamento da obesidade, dor por procedimentos odontológicos, rinite alérgica, ansiedade e estresse,
dor durante o parto, entre outros (DEL MAS, 2004; SOUZA, 2001).
EXPLORE
Acesse o portal da Biblioteca Virtual de Saúde de Medicina Tradicional,
Complementar e Integrativa e pesquise novos estudos que comprovam a
indicação da auriculoterapia para diferentes tratamentos de agravos de
saúde. Clique em: https://bit.ly/3x0AuOH
Contraindicações
O uso da auriculoterapia deve ser exercido por pro�ssionais acupunturistas, pois a escolha dos pontos
deve ser feita mediante diagnóstico especí�co. São poucas as contraindicações da técnica, das quais
destacamos:
1. gestantes até 5 meses;
2. história de abordo espontâneo;
3. gestantes entre 6 a 9 meses (não estimular as áreas re�exas dos órgãos genitais
internos, como útero e ovário, endócrinos, genitais externos, pontos da região
abdominal e pélvica);
4. pacientes debilitados;
5. pacientes em fase terminal;
6. pacientes epiléticos/neurológicos;
7. crianças menores de 6 anos (pode-se tratar com sementes nos PA);
8. in�amação/infecção no pavilhão auricular.
http://mtci.bvsalud.org/pt/
Não devem ser usadas em gestantes entre segundo e sétimo mês. Após esse período, não devem ser
pontuados útero, ovário, abdômen, secreção glandular, sistema endócrino e subcórtex.
IMPORTANTE!
Devemos ter cuidado ao realizar auriculoterapia em gestantes! Se a paciente
tem histórico de aborto espontâneo, é contraindicado o uso da
auriculoterapia durante todo o período gestacional (YAMAMURA, 2004).
Não se deve realizar a terapêutica quando houver lesões, ulcerações, eczemas e similares. Se houver
reações pronunciadas de mal-estar, tontura, fraqueza, desmaios, hipotensão, conforme o caso, deve-se
evitar estimulação enquanto perdurar condições de extrema fraqueza. Em cardiopatas de medicamentos
anticoagulantes, diabéticos, portadores de anemia e condições muito debilitantes de saúde, não é
apropriado o uso de sangria e estimulação forte por tempo prolongado com agulhas sistêmicas e
similares.
Medicamentos podem constituir obstáculos à terapêutica auricular, pois o sistema nervoso pode estar
inibindo as informações geradas pelo estímulo.
Link do vídeo: Introdução à Auriculoterapia - Unidade 1
https://bit.ly/3hZe0Jx
https://bit.ly/3hZe0Jx
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Chegamos ao �m desta Unidade. Nela, vimos como se deu sua origem, sua relação com os meridianos de
acupuntura, suas indicações e os cuidados que devemos ter em alguns casos contraindicados.
Estudamos as escolas existentes, que são muito importantes, pois somam conhecimento da anatomia e
aspectos neurológicos da orelha, enfatizando suas áreas re�exas, através de seus variados feixes e
terminações nervosas e sua relação com o sistema nervoso central.
Esperamos que você tenha compreendido as diferentes formas de aplicação de auriculoterapia e, agora,
possa usufruir dos seus benefícios para a promoção da saúde, prevenção de doenças e cuidado de
diferentes patologias físicas, emocionais, mentais e energéticas.
MATERIAL COMPLEMENTAR
SITE
Auriculoterapia para redução de ansiedade e dor em profissionais de 
enfermagem: ensaio clínico randomizado
https://bit.ly/3R539OJ
LIVROS
Analgesia com auriculoterapia 
LOPES, S. S.; SEROISKA, M. A. Auriculoterapia para analgesia. Curitiba: Omnipax,
2013. 
Uma das queixas mais comuns é a dor. Neste livro, você encontrará protocolos de
auriculoterapia para analgesia nas mais diversas patologias. 
Atlas de auriculoterapia de A a Z 
LOPES, S. S.; SULIANO, L. C. Atlas de auriculoterapia de A a Z. Curitiba: Omnipax,
2017. 
O atlas apresenta o mapa auricular, com descrição da localização anatômica dos
pontos e suas respectivas funções e informações sobre quando sedar e quando
toni�car.
LEITURA
Aplicabilidade da auriculoterapia com agulhas ou sementes para diminuição de
estresse em pro�ssionais de enfermagem 
KUREBAYASHI, L. F. S. et al. Aplicabilidade da auriculoterapia com agulhas ou
sementes para diminuição de estresse em pro�ssionais de enfermagem. Revista
da Escola de Enfermagem da USP, v. 46, p. 89-95, 2012. 
O estudo explica detalhadamente como se dá a redução do nível de estresse com
auriculoterapia em pro�ssionais da enfermagem. 
https://bit.ly/3y8pgcn
http://acupunturabrasil.org/2011/arquivo/Biblioteca/Auriculoterapia/index.htm
https://bit.ly/3y8pgcn
REFERÊNCIAS
AMARAL, A. L.; MEJIA, D. P. M. Microssistema orelha e sua utilização como diagnóstico.
Portal Bio Cursos, [2021]. Disponível em:
. Acesso em: 29/06/2021.
DEL MAS, W. D. Auriculoterapia na doutrina brasileira. São Paulo: Roca, 2004.
GARCIA, E. G. Auriculoterapia. Roca: São Paulo, 2006.
KUREBAYASHI, L. F. S. et al. Aplicabilidade da auriculoterapia com agulhas ou sementes
para diminuição de estresse em pro�ssionais de enfermagem. Revista da Escola de
Enfermagem da USP, v. 46, p. 89-95, 2012.
KWANG, W. T. Massagem auricular. Acupuntura Brasil, [2021]. Disponível em:
.
Acesso em: 18/06/2021.
LOPES, S. S.; SEROISKA, M. A. Auriculoterapia para analgesia. Curitiba: Omnipax, 2013.
LOPES, S. S.; SULIANO, L. C. Atlas de auriculoterapia de A a Z. Curitiba: Omnipax, 2017.
MACIOCIA, G. Os fundamentos da medicina chinesa: um texto abrangente para
acupunturistas e�toterapeutas. 2. ed. São Paulo: Roca, 2017.
NOGIER, P. M. F. Noções práticas de auriculoterapia. São Paulo: Andrei, 1998.
SOUZA, M. Tratado de auriculoterapia. Brasília: Look, 2001.
TOLENTINO, F. Efeito de um tratamento com auriculoterapia na dor, funcionalidade e
mobilidade de adultos com dor lombar crônica. Dissertação (Mestrado em
Desenvolvimento Humano e Tecnologias) – Universidade Estadual Paulista, Rio Claro,
2016. Disponível em: .
Acesso em: 19/06/2021.
YAMAMURA, Y. Acupuntura tradicional. 2. ed. São Paulo: Roca, 2004.
Aula Concluída
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Volte ao Ambiente Virtual de Aprendizagem para continuar com seus estudos.
https://portalbiocursos.com.br/ohs/data/docs/16/62_-_Microssistema_orelha_e_sua_utilizaYYo_como_diagnostico.pdf
http://acupunturabrasil.org/2011/arquivo/Biblioteca/Tecnicas/Massagem%20Auricular.pdf
http://pesquisa.bvsalud.org/mtci/resource/pt/biblio-878830

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