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10 - Sexologia forense e obstetrícia Medicina Legal, Deontologia e Bioética (Universidade Luterana do Brasil) Digitalizar para abrir em Studocu A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade 10 - Sexologia forense e obstetrícia Medicina Legal, Deontologia e Bioética (Universidade Luterana do Brasil) Digitalizar para abrir em Studocu A Studocu não é patrocinada ou endossada por nenhuma faculdade ou universidade Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-luterana-do-brasil/medicina-legal-deontologia-e-bioetica/10-sexologia-forense-e-obstetricia/4419107?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-luterana-do-brasil/medicina-legal-deontologia-e-bioetica/3615058?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia https://www.studocu.com/pt-br/document/universidade-luterana-do-brasil/medicina-legal-deontologia-e-bioetica/10-sexologia-forense-e-obstetricia/4419107?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia https://www.studocu.com/pt-br/course/universidade-luterana-do-brasil/medicina-legal-deontologia-e-bioetica/3615058?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia SEXOLOGIA FORENSE CONCEITO → É a parte da medicina legal que trata das questões médico-biológicas e perícias ligadas a delitos contra a dignidade e liberdade sexual Violência sexual OMS: “uso intencional da força ou poder físico de fato ou como ameaça contra a pessoa, grupo ou comunidade que cause ou tenha possibilidade de causar lesões, morte, danos psicológico, transtorno do desenvolvimento ou privações” Fatores: Socioeconômicos Todas classes sociais Crescimento populacional (periferias) Desemprego Drogas Alcoolismo Falta de justiça Insegurança Cultural Legislação: Código penal, TÍTULO VI, Dos crimes contra a dignidade sexual CAPITULO I, dos crimes contra a liberdade sexual Estupro Art. 213- Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Pena: Reclusão- 6 a 10 anos Violação sexual mediante fraude Art. 215- Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima. Pena: Reclusão 2 a 6 anos Assédio sexual: Art. 216- Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalendo-se o agente de sua condição de superior hierárquico ou ascendência, inerentes ao exercício de emprego ,cargo ou função. Pena: Detenção 1 a 2 anos CÓDIGO PENAL - Capitulo II, dos crimes contra vulnerável. Estupro de vulnerável: Art. 217- Ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso em menor de 14 anos Pena: Reclusão 8 a 15 anos Incorre na mesma pena quem praticar ações descritas com alguém que enfermidade ou deficiência mental não tenha o necessário entendimento para o ato ou não possa oferecer resistência. Corrupção de menores Art. 218- Induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer lascívia de alguém. Pena: Reclusão 2 a 5 anos Crimes contra a dignidade sexual a pena é aumentada da metade se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, curador, tutor, ou qualquer tipo de autoridade sobre ela. Lei 11.106 de 28 Março de 2005; Revoga o crime de adultério – NÃO HÁ PUNISSÃO PARA ADULTÉRIO, APENAS PODE OCORRER INDENISAÇÃO Raríssimas condenações “Pois ofende apenas a honra do cônjuge e não da sociedade como um todo, portanto não deve ser tutelado pelo direito penal” Sedução; Não é crime Se a mulher tiver entre 14 e 18 anos Não for vítima de enganação Tiver pleno entendimento de seus atos Perícia: Local adequado Respeito a dignidade Respeito a privacidade Higiênico Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia Sigilo, respeitar confidencias Condições técnicas, ventilado, iluminado, mesa ginecológica, material de coleta, especulo, SEMPRE ACOMPANHA POR FAMILIARES ADULTOS OU ALGUÉM DA CONFIAÇA DA/O PERICIADO Aceitar recusa Respeitar o limite da periciada Assistência médica tem prioridade Exame: Cuidados → SALA DE ESPERA EXCLUSIVA. → POSSIBILIDADE DE OPTAR POR ATENDIMENTO FEITO POR EQUIPE DE GINECOLOGISTAS DE SEXO FEMININO COM HORÁRIO MATUTINO E VESPERTINO. → PREZAR OS ASPECTOS ÉTICOS DO ATENDIMENTO: PRESENÇA DE AUXILIAR DE PERÍCIA MÉDICO LEGAL NA SALA DE EXAME; AVALIAR CASO A CASO A PRESENÇA DE FAMILIAR NA SALA DURANTE A CONFECÇÃO DO HISTÓRICO; A BSTER-SE DE PRECONCEITOS E JUÍZO DE VALORES; RESPEITO À DOR EMOCIONAL DA VÍTIMA. Exame: Identidade, nome, idade, profissão Histórico Condições psicológicas Lesões corporais, despir e visualizar (descrever) ANAMNESE TIPO DE OCORRÊNCIA,COM BASE NO RELATO DA VÍTIMA. DATA / HORÁRIO / LOCAL DA OCORRÊNCIA. DEFINIR O AGRESSOR (ART 226 CP prevê aumento de pena quando o autor é ascendente, padrasto/madrasta ,tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tem autoridade sobre ela). PERGUNTAR SOBRE VIOLÊNCIA FÍSICA E PSÍQUICA. PERGUNTAR SOBRE GRAVE AMEAÇA. PERGUNTAR SOBRE USO DE PRESERVATIVO E SE HOUVE EJACULAÇÃO. PERGUNTAR A DATA DA ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO. SE A VÍTIMA É SEXUALMENTE ATIVA, DEFINIR SE FAZ USO DE MÉTODO CONTRACEPTIVO E EM QUE DIA OCORREU A ÚLTIMA RELAÇÃO SEXUAL CONSENTIDA. Coito anal: 1-Exame do períneo 2-Exame da mucosa anal, hematomas, rupturas, fissuras, etc.. 3-Esfíncter anal, tônus, aspecto 4-Coleta de material (interno ou externo) Estupro: Art. 213- Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso. Masculino ou feminino Ato libidinoso= esfera sexual, obsceno, lesivo, sem pudor. Ex. coito ectópico, masturbação, apalpações, contatos voluptuosos constrangedores, etc.. Conjunção carnal: Introdução completa ou incompleta do pênis na vagina com ou sem ejaculação. Violência presumida: Menor de 14 anos Enfermidade mental A ENFERMIDADE TEM DE SER PERCEPTÍVEL MESMO PARA UM OBSERVADOR LEIGO (MESMO AO OBSERVADOR LEIGO) Enfermidade física que impeça resistência Violência real: Sinais de reação da vítima Violência psíquica, grave ameaça Perícia em casos de estupro: 1- Histórico, fatos propriamente ditos, relações prévias, partos, temporalidade, etc.. 2- Exame subjetivo: Desenvolvimento mental (mesmo ao observador leigo) 3- Exame genérico: Descrever o mais minuciosamente possível todas lesões encontradas Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 4- Exame específico, ginecológico - Genitais externos - Exame das mucosas vaginal - Exame do hímen, rupturas, sangramentos, hematomas - Gravidez ATENTAR PARA: - Esperma na vagina - Presença de fosfatase acida, glicoproteína P30 (agentes vasectomisados)- Doenças sexualmente transmissíveis - Material para pesquisa de DNA HÍMEN: - Estrutura fibrosa recoberta por mucosa em ambos os lados (face vaginal e vulvar) que delimita a vulva da vagina. - Por vezes rígida e vascularizada - Duas bordas- Borda livre e borda de inserção - Altura do hímen (= orla) é distancia entre as duas bordas - Óstio: é o espaço delimitado pela borda livre Classificação do hímen (Oscar Freire) Orifício A- Sem orifício B- Com orifício 1- Puntiforme 2- Circulares, ovalares ou elípticos 3- Em fenda 4- Triangulares ou trilabiados 5- Multiangulares 6- Dois orifícios (Septos) 7- Três ou mais orifícios 8- Cribiformes C- Atípicos - Múltiplos - Hímen complacente, que permite a cópula sem se romper – POR SER MUITO ELÁSTICO OU POR TER O ÓSTIO MUITO AMPLO - Óstio amplo (altura himenal exígua) - Elástico - Exame complexo, exige experiência do examinador Carúnculas mirtiriformes ou mitriformes → São retalhos do hímen roto, pelo coito ou parto Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia FATORES DA COMPLACENCIA HÍMENAL Membro viril pequeno , afilado Óstio himenal muito grande, rodeado por orla estreita Borda franjada, coroliforme Hímen muito elástico Hímen normal pode apresentar: ENTALHE – insinuação em direção a borda de inserção – pode ser confundido com uma ruptura parcial por coito Pregas Saliências Sulcos Trabéculas Incisuras Criptas Pilares Pontes RUPTURA X ENTALHE Ruptura= geralmente completa, bordos regulares, assimétricos, justapostos, ângulos em “V”, sangrantes, em cicatrização (sangrantes, inflamadas) Se não atingir a borda de inserção é incompleta, se atingir a parede borda de inserção é completa e sugere sempre ato sexual. Entalhe= Pouca penetração na orla, simétricos sem justaposição das bordas, bordas revestidas por epitélio Problema: ? Ruptura parcial cicatrizada X entalhe congênito RUPTURA HIMENAL → Sangrantes 2-4 dias → descrição – método do relógio ou quadrantes → mais comum nos quadrantes posteriores → pode ser completa ou incompleta - CICATRIZAÇÃO – 2-30 dias Virgindade: • É a absoluta falta de prática de conjunção carnal. • O conceito de “virgindade” perante a lei brasileira, está ligado à ocorrência ou não de conjunção carnal e não só à integridade do hímen. • Assim, para afirmarmos ou negarmos a virgindade, teremos que, além do estudo do hímen, analisar dois outros elementos periciais: a presença de espermatozoides na vagina e na gravidez. → o conceito de virgindade também está muito ligado ao conceito de pureza para a sociedade. Mesmo que não haja conjunção carnal, a mulher pode não ser mais virgem. Gravidez: • A gestação traz implícito o defloramento, mesmo não havendo conjunção carnal no sentido estrito e portanto independentemente do estado do hímen Espermatozóides na vagina: • Se for encontrado esperma na vagina, pressupõe que houve conjunção. No entanto, o tempo superior a 48 horas entre a perícia e a prática sexual e os próprios cuidados higiênicos da mulher dificultam ou impedem o seu encontro. • O uso de preservativos por parte do homem praticamente elimina a positividade desse exame. • Também se considera, por presunção, que houve conjunção carnal quando se constata a presença de sêmen, podendo ser encontrado, em média, até 27h após Encaminhamento de vítimas de agressão sexual, é fundamental para: • O diagnóstico e prevenção da gravidez • Prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST) • Distúrbios psíquicos pós-agressao Os quesitos presentes no laudo de conjunção carnal : Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 primeiro: se a paciente é virgem; segundo: se há vestígio de desvirginamento recente; terceiro: se há outro vestígio de conjunção carnal recente; quarto: se há vestígio de violência e, no caso afirmativo, qual o meio empregado; quinto: se da violência resultou para a vítima incapacidade para as ocupações habituais por mais de trinta dias ou perigo de vida, ou debilidade permanente, ou incapacidade permanente para o trabalho, ou enfermidade incurável, ou deformidade permanente, ou aceleração de parto, ou aborto – resposta especificada; sexto: se a vítima é alienada ou débil mental; sétimo: se houve outra causa, diversa de idade não maior de 14 anos, alienação ou debilidade que a impossibilite de oferecer resistência Ato libidinoso diverso da conjunção carnal É a prática de satisfazer completa ou incompletamente, com ou sem ejaculação o apetite sexual Ex. coito anal, vestibular, oral, toques, apalpadas, contatos voluptuosos, etc.. Devem ser caráter sexual, obseno e lesivo ao pudor mínimo. Exame: 1- Histórico 2- Questões subjetivas, retardo mental condições emocionais→(mesmo ao observador leigo). 3- Exame geral, lesões corporais, sinais de luta 4- Exame específico - Posição de “prece maometana”, genupeitoral - Iluminação adequada - Ânus normal, fenda antero-posterior, fechado, pregas anais, mucosa de cor rosada - Equimoses, escoriações, hematomas, edema, fissuras da mucosa, hemorragias..... - Relaxamento do esfíncter, paralisia anal reflexa (1 a 2 dias) - Dor ao toque retal - Fissura anal na junção dos quadrantes posteriores - Esperma no canal retal - Lesões mais graves e evidentes em crianças - Mais complexos em vítimas pederastia passiva Abuso sexual de Crianças É a exploração de menor pelo adulto com finalidade de prazer lascivo Ex. Carícias genitais, contato oro genital e vice-versa, coito anal ou vaginal, masturbação, visualizar pornografia, etc.. Suspeitar quando: - Mudança de comportamento - Medo de determinadas pessoas - Medo de lugares - Recusa ao exame - Uso de expressões ligadas ao ato sexual - Insinuação sobre praticas sexuais - Ruptura do hímen Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia OBSTETRÍCIA FORENSE Estupro - Conjunção carnal - Violência ou grave ameaça Conjunção carnal é a intromissão parcial ou total do pênis em ereção na vagina, com ou sem ruptura do hímen, com ou sem orgasmo, resultando do amplexo heterossexual. Gravidez: A gestação traz implícito o defloramento (DESVIRGINAMENTO), mesmo não havendo conjunção carnal no sentido estrito e portanto independentemente do estado do hímen. Ruptura himenal na ausência de conjunção carnal Acidentes (laceração de períneo) Doenças venéreas (sífilis) Práticas libidinosas (masturbação ou introdução de objetos na vagina). Conjunção carnal sem ruptura himenal Cópula vestibular ou coito nas coxas Anatomia do pênis Hímen dubitativo A contaminação venérea fala a favor da existência de conjunção, mas não tem caráter absoluto, podendo ter outra origem ou mesmo estar vinculada à prática de atos libidinosos diversos da conjunção carnal OBSTETRÍCIA FORENSE → Estuda aspectos médico-legais relacionados com fecundação, gestação, parto, puerpério, além dos crimes de aborto e infanticídio. Fecundação: É a união do óvulo, macrogameta produzido no ovário, com o espermatozóide, microgameta, produzido nas glândulas testiculares do homem, formando a célula ovo ou zigoto. Fecundação pode ser a consequência de : - conjunção carnal; - ato libidinoso diverso de conjunção carnal; - fecundação artificial: em união dos gametas fora do organismomaterno Inseminação artificial: processo para a introdução artificial do gameta masculino no sistema e genital feminina, podendo ser: a) homóloga: feita com sêmen do próprio marido. É plenamente aceita pelo código de ética médica e pelo direito b) heteróloga: feita com o sêmen de um doador, fora do matrimônio; punida pelo código penal quando realizada sem o consentimento do marido Métodos contraceptivos: a) cirúrgicos: laqueadura o ligadura de trompas, nas mulher, ou dos ductos deferentes, no homem b) mecânicos: preservativo, diafragma, dispositivo intra-uterino (DIU) c) químicos: espermaticidas d) hormonais: anticoncepcionais orais f) fisiológicos: coito interrompido, tabelinha Gravidez Corresponde ao período posterior à fecundação, na qual o embrião passa desenvolver-se, até o parto. a) Sinais de presunção b) Sinais de probabilidade c) Sinais de certeza a) sinais de presunção: - amenorreia: ausência de menstruação; - sinais mamários: maior volume e pigmentação no das mamas; - alterações gastro intestinais: náuseas, vômitos, constipação; - alterações cardiovasculares: edema nos membros inferiores; - alterações na pele: máscara gravídica (pigmentação acentuada no rosto) b) Sinais de probabilidade: São sinais específicos e frequentes na gravidez, identificados no exame ginecológico pela alteração da forma, consistência e topografia do útero. Isoladamente ainda não definem o diagnóstico de gravidez. → Beta-HCG teste de gravidez 99% de precisão Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 c) Sinais de certeza - presença de batimentos cardiofetais (BCF), audíveis com o estetoscópio de Pinard a partir da 18ª semana e com monitores eletrônicos desde oitava semana; - movimentos fetais ativos e passivos, percebidos a partir da 18ª semana; - RX do esqueleto fetal, radiológica visível entre a 12ª e a 14ª semanas; - ecografia ou ultra-sonografia, estabelecendo diagnóstico na quarta semana. Puerpério: É o período que se estende do fim do parto até a volta do organismo materno ao estado anterior à gravidez. Retorno ao estado fisiológico normal Não deve ser confundido com o estado puerperal, conceito este que se aplicar a casos de infanticídio. Estado puerperal é estado psicótico pós parto em que a mãe por algum motivo não encontra-se em seu devido juízo. a) Sinais de parto recente ( em mulher viva ou morta): Externos: - edema de vulva e grandes lábios; - roturas hímenais no primeiro parto; - roturas do períneo; - eventuais sinais de episiotomia; incisãolateral realizada na hora do parto para ampliar o canal do parto - presença de lóquios: - secreção sero-sanguinolenta que acompanha a involução do útero. * rubra, até terceiro dia * flava, até o oitavo dia * alba, até décimo segundo dia - mamas túrgidas eliminando colostro; - involução do útero, que é palpável: * primeiro dia na cicatriz umbilical; * quinto dia 6 cm acima do púbis; * 12º dia atrás do púbis. Internos: Recente - Edema, roturas e equimoses na mucosa vaginal; - Colo uterino globoso, cheio de coágulos ou lóquios -Útero gravídico b) Sinais de parto antigo ( em mulher viva ou morta) : Externos: antigo - pigmentação dos mamilos e da linha alba (linha escura que vai do umbigo ao véu pubiano) - cicatrizes no períneo - sinais de episiotomia (incisão realizada para ampliar o canal de parto) - hímen reduzido a um carúnculas mirtiformes (roturas antigas do hímen, cicatrizadas, em forma de tubérculos) - alterações do colo uterino Abortamento Abortamento, sob o ponto de vista jurídico, é interrupção da gravidez em qualquer fase da gestação, com morte do concepto e sua consequente expulsão ou retenção. Do ponto de vista obstétrico, é a interrupção da gravidez com feto ainda não viável, isto é, até vinte semanas de gestação, pesando até 500 g e com altura calcâneo-occipital máxima de 16,5 centímetros → até 20 SG → ATÉ 500g →Altura calcâneo occipital mácima de 16,5cm O aborto pode ser classificado: a) Espontâneo Ocorrem quando condições materno-fetais endógenas impedem o procedimento da gestação. b) Acidental Ocorre quando fatores traumáticos, tóxicos ou infecciosos (em circunstâncias eventuais), provocam a morte do feto c) Provocado Ocorre quando agentes externos, com intuito de interromper a gestação, são intencionalmente aplicados sobre a mulher grávida. Aborto provocado: Puníveis: - provocado: resulta da própria ação da gestante - sofrido: provocado sem consentimento da gestante - consentido: praticado por terceiro, com permissão da gestante Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia Não-Puníveis: - Necessário ou terapêutico: aborto realizado pelo médico para salvar a vida da gestante - Sentimental, piedoso ou moral: em caso de gravidez resultante de estupro -Aborto eugênico : anencefalia Aborto punível O aborto eugênico, visando evitar o nascimento de criança defeituosa, é considerado crime pela legislação brasileira, apesar de algumas associações médicas considerarem que o defeito genético e a malformação do feto justificam o aborto (exceto anencefalia) O aborto social, GRAVIDEZ INDESEJADA praticada por motivos econômicos, morais ou até estéticos, não apresenta qualquer justificativa legal, apesar de sua alta incidência. Quando se pretende interromper uma gravidez, como nos casos previstos em lei, a evacuação uterina por: - Curetagem ou sucção, nas primeiras doze semanas ou menos de gestação. A curetagem por sucção é associada a menos complicações do que é curetagem cruenta. -Nas gestações mais avançadas, procura-se promover previamente a expulsão fetal, utilizando para isso o misoprostol Diagnóstico de Aborto Provocado a) realidade do abortamento Sinais recentes - sinais de gravidez pré existente - sinais de parto recente - sinais de puerpério imediato ( primeira semana) - sinais de puerpério tardio (três semanas seguintes). b) manobras abortivas -Colo do útero: Identificação da presença de corpo estranho ou sinais de pinçamento, no caso de curetagem -Superfície corporal: Presença de contusões, queimadura ou eventuais lesões corporais Sangue: Pesquisando beta-HCG Quando ocorrer nascimento de feto viável, estaremos diante de parto prematuro e a caracterização penal a ser estabelecida aplica-se à situação de aceleração de parto. Verificando a morte posterior do feto, em consequência de sua prematuridade, caberá a discussão quanto ao delito a ser qualificado: Aborto ou aceleração de parto. De qualquer maneira, não é possível falar de aborto sem que haja demonstração de gestação prévia e sem provas segura de que tenha sido provocado. Infantícidio É a morte, pela própria mãe, do recém-nascido durante ou logo após o parto, sob influência do estado puerperal. São elementos do crime de infanticídio: Tipificação - própria mãe; - durante o parto ou logo após ; - influencia do estado puerperal; - recém-nascido com vida extra-uterina. O crime é executado pela mãe, sem auxílio ou indução, sem planejamento prévio, como resultado de gravidez ilícita, dissimulada durante sua evolução, e com parto clandestino e sem a assistência, não admite coautor. A expressão " durante ou logo após o parto " compreende a fase de expulsão, desde a ruptura da bolsa, a insinuação do feto pelo canal vaginal até o seu desprendimento da vulva e o instante imediatamente após. Do ponto de vista médico-legal, o parto termina com o completo desprendimento fetal, mesmo que o recém-nascido ainda permaneça ligado à placenta pelo cordão umbilical O estado puerperal É um quadro de obnubilação e confusão mental que segue o partoÉ desencadeado por fatores físicos, representados pela dor; químicos, proporcionados pelas alterações hormonais; e psicológicos, precipitados pela tensão emocional. Trata-se de um quadro de difícil determinação pericial, sendo muito discutida, do ponto de vista médico-legal, a sua real existência. Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 Não deve ser confundido com o puerpério, nem como os estados de depressão pós-parto e de psicose puerperal. NATIMORTO A vida extra uterina é caracterizada, fundamentalmente, pela respiração, se o feto não respirou, houve morte intrauterina ou durante o trajeto pelo canal de parto. A violência durante o parto é caracterizada pela ocorrência de sufocação direta, esganadura, afogamento ou ferimentos contundentes, principalmente no couro cabeludo. Docimásia de Galeno Docimásias (do grego: dokimos – eu provo) = Prova 1º tempo - mergulha-se o bloco das vísceras torácicas na água: havendo flutuação houve respiração 2º tempo - sem retirar o bloco da água, separam-se os pulmões e após secionar os hilos dos órgãos observa-se se há flutuação 3º tempo - ainda sob a água, separam-se os lobos pulmonares, e se cortam em pequenos fragmentos para verificar o comportamento de cada um deles: se afundam, o pulmão não respirou; caso flutuem, houve respiração. 4º tempo - os fragmentos secionados no tempo anterior são espremidos, sempre sob a água, contra a parede do recipiente observando-se a saída de pequenas bolhas de ar junto com sangue; abandonados os fragmentos, estes também vêm à superfície quando, então, a prova se considera positiva. Baixado por Aleksandra Sagrilo (sharapin41@gmail.com) lOMoARcPSD|5836243 https://www.studocu.com/pt-br?utm_campaign=shared-document&utm_source=studocu-document&utm_medium=social_sharing&utm_content=10-sexologia-forense-e-obstetricia