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✔ ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA INTRODUÇÃO ação nos ribossomos bacterianos e inibição da síntese proteica por que não atinge a síntese proteica humana? porque possuem seletividade pelos ribossomos bacterianos 30s e 50s) e não pelos humanos 40s e 60s) ribossomos mitocondriais humanos → semelhantes aos ribossomos bacterianos → possível toxicidade quais são os inibidores de síntese proteica? tetraciclinas e glicilciclinas aminoglicosídeos macrolídeos/cetolídeos macrocíclicos lincosamidas oxazolidinonas outros → cloranfenicol, quinupristina + dalfopristina TETRACICLINAS tetraciclo 4 ciclos 4 anéis fundidos CICLINAS tetraciclina, doxiciclina, minociclina, demeclociclina mecanismo de ação entrada no micro-organismo por difusão passiva (porinas) ou por transporte ativo impede que o RNAt-aminoacil se ligue ao sítio A do complexo RNAm-ribossomo → inibição da decodificação (escolha do RNAt correto)→ impedimento da tradução → bacteriostático (para usar em pcts com sistema imune funcional) espectro antibacteriano ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 1 boa atividade para grupos diversos gram+ >>>>> gram- oa atividade contra Streptococcus pyogenes G e Streptococcus pneumoniae G (sensíveis à penicilina) excelente atividade contra MRSA e MSSA G comum resistência em estrepto do grupo B S. agalactiae) e S. pneumoniae G resistentes à penicilina Bacillus anthracis G e Listeria monocytogenes são suscetíveis G limitada atividade contra enterococos G algumas enterobactérias com resistência G uso com frequência no tto de infecções por Chlamydia G resistência bacteriana mediada por plasmídeos e frequentemente induzida bomba de efluxo inativação enzimática produção de proteína de proteção ribossômica (tetM que impede a ligação da tetraciclina à subunidade 30s obs.: resistência a uma tetraciclina não confere resistência universal a todas farmacocinética absorção boa absorção oral ingestão concomitante de cátions divalentes e trivalentes Ca2, Mg2, Al3, Fe2/3, Zn2 diminuem a absorção → formação de quelatos, principalmente com tetraciclina (deve ser adm em jejum) → evitar ingestão concomitante de antiácidos, produtos lácteos, sais de cálcio, magnésio, ferro ou zinco t 1/2 6 a 12h doxiciclina e minociclina disponíveis VO e IV, alimentos não interferem na absorção, tem meia-vida maior distribuição alto volume aparente de distribuição ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 2 40 a 80% de ligação com proteínas séricas se concentram na bile, fígado, rins, líquido gengival e pele se fixam nos tecidos em calcificação minociclina e doxiciclina atingem níveis terapêuticos no LCR atravessam as barreiras placentárias e são encontradas em alta concentração no leite materno metabolismo tetraciclina, minociclina e doxiciclina → biotransformação hepática eliminação tetraciclina eliminada inalterada doxiciclina inalterada eliminada pela bile nas fezes e um pouco na urina efeitos adversos desconforto gastrintestinal, azia, esofagite depósito nos ossos e na dentição primária → coloração, hipoplasia dos dentes, interrupção do crescimento hepatotoxicidade → raro, em pcts com disfunção hepática/renal ou gestantes fototoxicidade → queimaduras em pcts que receberam tetraciclinas quando expostos à luz UV disfunção vestibular → minociclina e doxiciclina → concentração na endolinfa do ouvido dano fetal em gestantes pseudotumor cerebral → raro, HIC benigna, reversível contraindicações gestantes, lactantes, crianças 8a GLICILCICLINAS representante único → tigeciclina → derivado da minociclina 4 anéis + radical parecido com a glicina ampliação do espectro em relação às tetraciclinas indicada no tto de infecções complicadas de pele, tecidos moles e intra-abdominais mecanismo de ação → igual das tetraciclinas espectro antibacteriano MRSA estrepto resistentes a múltiplos fármacos enterococos resistentes à vanco espectro estendido para gram- produtoras de β-lactamases resistência → bombas de efluxo farmacocinética apenas IV ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 3 grande volume de distribuição → boa penetração nos tecidos, concentração plasmática baixa ruim para infecções em corrente sanguínea eliminação biliar/fecal → não precisa fazer ajuste de dose para nefropatas ajuste de dose em disfunção hepática efeitos adversos náuseas, êmese pancreatite aguda elevação das enzimas hepáticas e da creatinina fotossensibilidade pseudotumor cerebral hiperpigmentação dentária dano fetal em gestantes pode diminuir a depuração da varfarina → aumenta o TAP AMINOGLICOSÍDEOS dois aminoaçúcares unidos por ligação glicosídica derivados de Streptomyces sp. e Micromonospora sp. amicacina, estreptomicina, gentamicina, neomicina, tobramicina usar para BACILOS GRAM AERÓBICOS mecanismo de ação passa pela membrana externa da gram- por difusão passiva (porinas) passagem pela membrana interna dependente de oxigênio (por isso só funciona para bactérias aeróbicas) ligação irreversível com a subunidade 30s do ribossomo bacteriano, distorcendo sua estrutura leitura incorreta do RNAm → afeta a tradução único inibidor de síntese proteica que é bactericida efeito concentração-dependente (posso administrar em bólus) Cmax de 8 a 10x a CIM ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 4 efeito pós-antimicrobiano → quanto maior a dosagem, mais longo o EPA uso de altas dosagens em menos administrações ao dia é mais vantajoso espectro antimicrobiano maioria dos bacilos aeróbicos gram-, inclusive os resistentes a vários fármacos Pseudomonas aeruginosa, Klebsiella pneumoniae, Enterobacter sp. associação com β-lactâmicos para infecções graves por gram+ gentamicina + ampicilina → Enterococcus, Streptococcus agalactiae resistência bacteriana bomba de efluxo diminuição da captação inativação enzimática por síntese de enzimas dos plasmídeos amicacina é menos vulnerável farmacocinética absorção → absorção oral inadequada, administração IV/IM exceto neomicina → tópica para infecções cutâneas ou VO para preparação intestinal à cirurgia colorretal distribuição → são hidrofílicos, logo, pouco se distribuem nos tecidos ou penetram nos líquidos orgânicos não alcançam o LCR direito → pode ser feita adm intratecal posologia de acordo com a massa magra → pouca distribuição no tecido adiposo atravessam a barreira placentária e podem estar presentes no plasma do feto e no líquido amniótico metabolismo → não são metabolizados, ficam inalterados excreção → excreção inalterada na urina ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 5 ajuste em pcts com nefropatia efeitos adversos ototoxicidade → acúmulo na endolinfa e perilinfa do ouvido interno fetos em desenvolvimento vertigens nefrotoxicidade → retenção de aminoglicosídeos → lesão renal paralisia neuromuscular → pode ser revestido com neostigmina reações alérgicas → neomicina tópica → dermatite MACROLÍDEOS E CETOLÍDEOS anel de lactona ligado a um ou mais açúcares eritromicina, azitromicina, claritromicina (derivado da eritromicina) telitromicina (cetolídeo) → derivado sintético da eritromicina → ativo contra cepas gram + resistentes a macrolídeos mecanismo de ação ligação irreversível com a subunidade 50s do ribossomo bacteriano → inibição da translocação espectro antibacteriano eritromicina → usar em pacientes alérgicos à benzilpenicilina claritromicina → atividade similar à da eritromicina, ativa contra Haemophilus influenza, maior atividade contra patógenos intracelulares ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 6 azitromicina → grande atividade em infecções respiratórias por H. influenzae e Moraxella catarrhalis, resistência de S. pneumoniae, fármaco de escolha nas uretrites por clamídia telitromicina → espectro similar ao da azitro, modificação estrutural neutraliza mecanismos de resistência (efluxo, inibição enzimática) resistência bacteriana incapacidade de captação do antimicrobianobomba de efluxo diminuição da afinidade do antimicrobiano pela subunidade 50s → metilação de uma adenina no RNA 23s (parte do 50s) em gram+ esterase de eritromicina codificada por plasmídeo em gram- aumento da resistência à eritromicina farmacocinética absorção eritromicina destruída pelo suco gástrico → precisa ser esterificada ou estar em comprimidos revestidos absorção VO adequada claritromicina, azitromicina e telitromicina → estáveis no estômago ácido alimentos diminuem absorção de eritromicina e azitromicina → disponíveis para adm IV distribuição concentração no fígado eritromicina não penetra bem em SNC claritromicina, azitromicina e claritromicina amplamente distribuídas nos tecidos metabolismo eritromicina e telitromicina biotransformadas no fígado interação na CYP450 interfere na biotransformação de outros fármacos excreção eritromicina e azitromicina → bile → fármaco ativo claritromicina → urina ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 7 efeitos adversos irritação e aumento da motilidade gástrica → principalmente associados à eritromicina icterícia colestática (obstrutiva) ototoxicidade → surdez transitória (eritromicina), perda auditiva neurossensorial irreversível (azitromicina) contraindicações hepatopatas → macrolídeos se acumulam no fígado pacientes com arritmias → prolongam o Qtc interações farmacológicas eritromicina, claritromicina e telitromicina inibem a biotransformação de muitos fármacos elimina espécies da microbiota intestinal que inativam digoxina MACROCÍCLICOS FIDAXOMICINA estrutura semelhante dos macrolídeos, mas mecanismo de ação diferente mecanismo de ação → ligação com a subunidade sigma da RNA polimerase → inibe a transcrição → bactericida espectro antibacteriano → estreito → aeróbicos e anaeróbicos gram + uso em infecção por Clostridium difficile farmacocinética absorção sistêmica mínima, permanece no TGI por isso útil para C. difficile efeitos adversos náusea, êmese e dor abdominal hipersensibilidade CLORANFENICOL uso em casos de ALTO RISCO, em que ganhos relacionados ao uso de atb de amplo espectro compensam as perdas mecanismo de ação ligação reversível à subunidade 50s inibindo a peptidiltransferase (enzima que catalisa a transpeptidação) → inibição da tradução inibir a transpeptidação → ligação da cadeia polipeptídica com um novo aminoácido ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 8 semelhança do ribossomo bacteriano com o ribossomo mitocondrial → toxicidade em níveis altos de cloranfenicol espectro antibacteriano ativo contra a maioria do micro-organismos bacteriostático, em altas concentrações pode ser bactericia resistência bacteriana inativação enzimática diminuição da penetração alteração do sítio de ligação na subunidade 50s farmacocinética adm IV ampla distribuição → atinge inclusive o LCR biotransformação hepática → glicuronídeo inativo ajuste de dose em hepatopatas eliminado na urina secretado no leite → evitar em lactantes efeitos adversos anemias → hemolítica XG6PD, hemólise por estresse oxidativo), aplástica, dose-dependente síndrome do bebê cinzento → neonatos têm baixa capacidade de metabolizar e excretar o cloranfenicol → acúmulo → afeta os ribossomos mitocondriais → depressão respiratória, colapso cardiovascular, cianose, morte interações farmacológicas bloqueio da biotransformação de alguns fármacos → varfarina e fenitoína → potencialização do efeito LINCOSAMIDAS CLINDAMICINA mesmo mecanismo de ação da eritromicina (macrolídeo, ligação à subunidade 50s e inibição da translocação) infecções por gram+ MRSA, estreptococos e bactérias anaeróbicas resistência cruzada com a eritromicina C. difficile sempre resistente, uso limitado em gram- (resistência) uso IV e VO (ruim pela intolerância gastrointestinal) boa distribuição, exceto no LCR extensa biotransformação excreção → bile, pouco na urina (não dá p usar em infecções do TU efeitos adversos ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 9 urticária diarreia → colite pseudomembranosa por supercrescimento de C. difficile QUINUPRISTINA + DALFOPRISTINA (30/70) estreptograminas mecanismo de ação cada um se fixa a um local diferente do ribossomo 50s dalfopristina (estreptogramina A inibe a transpeptidação (igual cloranfenicol) quinupristina (estreptogramina B inibe a translocação (igual macrolídeos) associação tem longo EPA e é bactericida espectro antibacteriano cocos gram+, incluindo os resistentes a outros antimicrobianos uso para infecções por Enterococcus faecium resistentes à vanco resistência bacteriana inativação enzimática bomba de efluxo farmacocinética adm IV excelente penetração em macrófagos e neutrófilos → uso para micro-organismos intracelulares baixos níveis no LCR biotransformação hepática excreção fecal efeitos adversos flebite se administradas em veias periféricas hiperbilirrubinemia artralgia e mialgia inibição da CYP3A4 toxicidade de fármacos metabolizados por essa via OXAZOLIDINONAS LINEZOLIDA oxazolidinona sintética que combate gram + resistentes MRSA, VRE, estreptococos resistentes à benzilpenicilina) mecanismo de ação inibição da formação do complexo de iniciação 70s → ligação ao sítio P do RNAr 23s da subunidade 50s → tradução nem começa bacteriostática ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 10 espectro antibacteriano esfilo, estrepto e enterococos uso clínico principal → gram+ resistentes exceto MRSA pode ser usada na TBMR resistência bacteriana não há resistência cruzada redução da ligação com o sítio P da subunidade 50s farmacocinética completamente absorvida após adm VO, mas também tem IV distribuição ampla metabolizada a dois metabólitos ativos excreção renal não precisa de ajuste de dosagem e hapato/nefropatia efeitos adversos distúrbios gastrintestinal, náusea, diarreia cefaleia urticária trombocitopenia em tto>10d neurite óptica, neuropatia periférica em tto>28d síndrome serotonínica (atividade MOA não seletiva) ANTIMICROBIANOS INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA 11