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FUNDAÇÕES PROF. ESP. GIOVANA SABEH AULA 3 BULBO DE TENSÕES BULBO DE TENSÕES Podemos considerar os seguintes valores de profundidade do bulbo de tensões, em função da forma da sapata. Sapata circular ou quadrada: z=2.B Sapata retangular: z=3.B Sapata corrida: z=4.B BULBO DE TENSÕES BULBO DE TENSÕES Com isso, para adotar os parâmetros de Coesão, ângulo de atrito e peso específico do maciço de solo situado sob a base da sapata, devemos considerar apenas a espessura atingida pelo bulbo de tensões. Se for uma camada de mesmo solo, mas com alguma variação nesses parâmetros, podemos determinar o valor médio de cada um dentro do bulbo de tensões, assim como a média dos valores de N, se for o caso. BULBO DE TENSÕES Subjacente à cama superficial em que está embutida a sapata, outra, ambas atingidas pelo bulbo de tensões. considera-se uma segunda camada com características diferentes, ambas atingidas pelo bulbo de tensões. DUAS CAMADAS BULBO DE TENSÕES 1° Determina-se a capacidade de carga, considerando apenas a primeira camada. 2° Determina-se a capacidade de carga para uma sapata fictícia apoiada no topo da segunda camada. 3° Compara-se os valores. σ𝑟1 ⋜ σ𝑟2 OK! 4° Significa que a parte inferior da superfície de ruptura se desenvolve em solo mais resistente e, então, podemos adotar, a favor da segurança, que a capacidade do sistema é: σ𝑟1 DUAS CAMADAS BULBO DE TENSÕES 5° No caso da segunda camada ser menos resistente, tem-se a determinação por meio de uma média ponderada dos dois valores, dentro do bulbo de tensões. σ𝑟1,2 = 𝑎. σ𝑟1 + 𝑏. σ𝑟2 𝑎 + 𝑏 Onde, “a” e “b” = profundidade de cada camada DUAS CAMADAS BULBO DE TENSÕES 6° Verificar se não haveria a ruptura da seguda camada ao ser aplicado esse valor de tensão. Para isso, calcula-se a parcela propagada dessa tensão até o topo da segunda camada, e depois, compare-se com σ𝑟2 𝛥σ = σ𝑟1,2 + 𝐵. 𝐿 𝐵 + 𝑧 . (𝐿 + 𝑧) 𝛥σ ⋜ σ𝑟1,2 OK! σ𝑟1,2 Capacidade do sistema DUAS CAMADAS BULBO DE TENSÕES • Caso a verificação não for satisfeita, (𝛥σ> σr2), será necessário reduzir o valor da capacidade de carga média. 𝛥σ = σ𝑟1,2. σ𝑟2 𝛥σ DUAS CAMADAS EXERCÍCIO 3. Determine a capacidade de carga de um elemento de fundação por sapata, utilizando a formulação de Terzaghi, com as seguintes condições de solo: Solo A = Argila Rija NSPT=15 Solo B = Areia pouco compacta NSPT=6 Obs: utilizar a equação de Terzaghi com a proposição de Vesic. Determinar o ângulo de atrito de acordo com Godoy EXERCÍCIO 4. Estimar a capacidade de carga de um elemento de fundação por sapata indicado na figura, com as seguintes condições de solo na segunda camada: Solo A - Argila Rija Nspt = 15 Solo B - Argila Mole Nspt = 4 Obs: utilizar a equação de Terzaghi com a proposição de Vesic. TENSÃO ADMISSÍVEL 𝝈adm= σ𝑟 𝐹𝑆 O Fator de Segurança está relacionado a incerteza do método utilizado para a determinação da CAPACIDADE DE CARGA 1. Métodos Teóricos (Terzaghi;Vesic) FS =3 2. Método semi-empirico (SPT; CPT) FS = Já inserido na formulação 3. Método a partir de prova de carga FS =2 PROVA DE CARGA EM PLACA Além da forma teórica para o cálculo da capacidade de carga Formulação de Tersaghi com Proposição de Vesic, também temos o método experimental, por meio de provas de cargas em placa, realizadas na etapa de projeto da fundação. Esse ensaio é regulamentado pela NBR 6484/1984 – Prova de Carga Estática em Fundação Direta PROVA DE CARGA EM PLACA Esse ensaio consiste na instalação de uma placa, na mesma cota de projeto da base das sapatas, e aplicar uma carga em estágios, com medida simultânea de recalques. PROVA DE CARGA EM PLACA Equipamentos – Recomendações A placa para aplicação das cargas ao solo deve ter rigidez equivalente à da fundação prevista e deve ter diâmetro de no mínimo 0,30m. O dispositivo de transmissão de carga deve ser tal que ela seja aplicada verticalmente, no centro da placa, e de modo a não produzir choques ou trepidações. O conjunto macaco-bomba-manômetro deve estar devidamente calibrado por laboratório acreditado. PROVA DE CARGA EM PLACA Preparação da Prova de Carga O terreno onde for instalada a prova de carga deve estar caracterizado por meio de sondagens SPT. O ensaio deve estar situado dentro da área de abrangência da sondagem mais próxima. A cota da superfície carregada deve ser preferencialmente a mesma que a maioria das eventuais bases de maior importância da futura fundação. PROVA DE CARGA EM PLACA Preparação da Prova de Carga A placa deve estar apoiada em superfície nivelada. Caso seja necessário abrir um poço para alcançar a cota de apoio, seu diâmetro deve ser no mínimo igual ao da placa + sua 0,60m e sua profundidade não superior a 1,2m. Ao abrir-se o poço, são necessários todos os cuidados para evitar alteração do teor de umidade natural e amolgamento do solo na superfície a ser carregada. A prova de carga deve ser protegida, de modo a evitar a influência do vento, circulação de pessoas e precipitação. PROVA DE CARGA EM PLACA Execução da Prova de Carga A critério do projetista, a prova de carga pode ser executada por meio de um dos seguintes processos: - Com carregamento Lento - Com carregamento rápido - Com carregamento misto tipo 1 (lento seguido de rápido) - Com carregamento misto tipo 2 (rápido seguido de misto) - Com carregamento cíclico, lentou ou rápido. PROVA DE CARGA EM PLACA Execução da Prova de Carga • Com carregamento Lento O carregamento deve ser executado em estágios iguais e sucessivos, observando-se que: a) A carga aplicada em cada estágio não pode ser superior a 20% da carga admissível prevista para o terreno ensaiado. b) Em cada estágio, a carga deve ser mantida até a estabilização dos deslocamentos e no mínimo por 30mim. Devem ser feitas as leituras em 2 mim, 4 mim, 8 mim, 15 mim, 30 mim, 1h, e assim sucessivamente, em intervalos de 1h , contados a partir do inicio do estágio, até se atingir estabilização. A estabilização é atendida quando a diferença entre duas leituras consecutivas corresponde a no máximo 5% do deslocamento existente no mesmo estágio. PROVA DE CARGA EM PLACA Execução da Prova de Carga • Com carregamento Lento O ensaio deve ser levado até pelo menos o dobro da tensão admissível do solo ou até o deslocamento máximo estabelecido pelo projetista. O Descarregamento deve ser feito em no mínimo quatro estágios. Cada estágio é mantido até a estabilização dos deslocamentos considerando o mesmo processo de carregamento. O tempo mínimo de cada estágio é de 15mim. PROVA DE CARGA EM PLACA Resultados Da prova de carga, obtemos uma curva TENSÃO X RECALQUE. PROVA DE CARGA EM PLACA Resultados - No caso de solos com resistência elevada, prevalece o critério da ruptura, pois as deformações são pequenas. Tensão Admissível = Tensão de Ruptura / FS - Para solos de baixa resistência, prevalece o critério de recalque admissível, pois as deformações do solo serão sempre elevadas. Tensão Admissível = Tensão Máxima / FS RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS O dimensionamento das fundações de qualquer obra de engenharia deve assegurar coeficientes de segurança adequados à ruptura do terreno e às deformações excessivas nele provocadas. Essa garantia de segurança é obtida pela aplicação de dois critérios: RUPTURA e DESLOCAMENTOS. A equação geral para o cálculo dos recalques de uma fundação por ser expressa por: S= 𝑆𝑒 + 𝑆𝑎 + 𝑆𝑐𝑠 Onde: S é o recalque total Se é o recalque elástico ou recalque imediato Sa é o recalque por adensamento primário Scs é o recalque por compressão secundária RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS O recalque elástico (Se) ocorre por conta das deformações elásticas do solo. Ocorre imediatamente após a aplicação das cargas, e é muito importante nos solos arenosos e relativamente importantes nas argilas não saturadas. O recalque por adensamento (Sa) ocorre em virtude daexpulsão da água e do ar, dispersos nos vazios do solo. Tende a ocorrer mais lentamente, pois sua ocorrência é predominante em solos argilosos saturados, e pode acontecer em situações intermediárias do grau de saturação. A velocidade da sua ocorrência dependerá das características de permeabilidade do solo. O recalque por compressão secundária (Scs) ocorre em função da expulsão da fração de água intersticial contida entre as partículas do solo. É causado pelo rearranjo estrutural decorrente das tensões de cisalhamento. Ocorre muito lentamente nos solos argilosos saturados, e é geralmente desprezado no calculo de fundações. RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Para o dimensionamento de uma estrutura, verifica-se que, além dos critérios de segurança à ruptura, critérios de deslocamentos limites são também satisfeitos para o comportamento adequado das fundações. Na maioria dos problemas correntes, os critérios de deslocamentos é que condicionam a solução. Os deslocamentos de uma fundação direta estão inter-relacionado de acordo com sua posição inicial e em relação aos demais elementos de fundação. Temos as seguintes definições para os tipos de recalques: RECALQUE NAS ESTRUTURAS RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS a) Recalque total (∆Hm) é o recalque final a que estará sujeito determinado ponto ou elemento de fundação. (Se+Sa). Por exemplo: ∆ H1, ∆H2.... b) Recalque diferencial ( ) é a diferença entre os recalques totais de dois pontos quaisquer da fundação. c) Recalque diferencial especifico é a relação entre o recalque diferencial e a distancia horizontal entre dois pontos quaisquer da fundação. d) Recalque admissível de uma edificação é o recalque limite que uma edificação pode tolerar, sem que haja prejuízo para a sua utilização, ou seja, no estado limite de serviço. (ELS). RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Os efeitos dos recalques nas estruturas podem ser classificados em três grupos: • Danos estruturais: são aqueles causados à estrutura propriamente dita (pilares, vigas e lajes) • Danos arquitetônicos: são aqueles causados à estica da construção, tais como trincas em paredes e acabamentos, rupturas de painéis de vidro ou Mamoré, etc. • Danos funcionais: são os causados à utilização da estrutura, como refluxos de esgotos ou ruptura de redes de esgoto e galerias, emperramento das portas e janelas, desgaste excessivo de elevadores, etc. RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS A grandeza dos recalques que podem ser tolerados por uma estrutura depende essencialmente: • Dos materiais constituintes da estrutura: quanto mais flexíveis os matérias, maiores serão as deformações toleráveis. • Da velocidade de ocorrência do recalque: quando lentos ( em razão do adensamento de uma camada argilosa, por exemplo) permitem uma acomodação da estrutura, e esta passa a suportar recalques diferenciais maiores do que suportaria se esses recalques ocorressem em maior velocidade • Da finalidade da construção: 30mm de recalque podem ser aceitáveis para o piso de um galpão industrial, enquanto 10mm podem ser considerados como exagerados para um piso que suporta maquinas sensíveis a pequenos desníveis ocasionados por recalques. • Da localização da construção: recalques totais, que poderiam ser considerados toleráveis na Cidade de México ou em Santos (argilas moles saturadas), seriam totalmente inaceitáveis em locais com solos de características distintas a essas. RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Causa dos recalques: a. Rebaixamento do lençol freático: caso haja presença de solo compressível no subsolo, ocorre aumento das tensões geostáticas efetivas nessa camada, independentemente da aplicação de carregamentos externos. b. Escavações em áreas adjacentes à fundação: mesmo prevendo-se contenção, submuração ou qualquer outro tipo de arrimo, é inevitável que ocorram movimentos, que porventura venham a ocasionar recalques na edificação vizinha. c. Efeitos dinâmicos: vibrações oriundas da operação de equipamentos, por exemplo, bate- estaca, rolos compactadores vibratórios, etc. d. Escavação de tuneis: qualquer que seja o método de execução, ocorrerão recalques na superfície do terreno. RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Na pratica, a estimativa de recalques é dificultada por fatores muitas vezes fora do controle do engenheiro, como exemplo: • Heterogeneidade do subsolo: normalmente o perfil geotécnico é inferido a partir de alguns pontos de prospecção do subsolo; entretanto, podem existir heterogeneidades no maciço que não foram detectadas no programa de investigação. • Variações nas cargas previstas para a fundação: advindas de imprecisão nos cálculos, cargas acidentais imprevisíveis, redistribuição de esforços. • Imprecisão dos métodos de calculo: apesar do crescente desenvolvimento da mecânica dos solos, os métodos disponíveis para estimativa do recalque ainda não apresentam resultados satisfatórios. • Propriedades dos solos: a estimativa dos parâmetros do solo é realizada em amostras que, teoricamente, são representativas do subsolo investigado; portanto as variações existentes em profundidade e ao longo do horizontal não são levadas em consideração. Dessa forma, a estimativa dos recalques se torna prejudicada, as vezes pela qualidade do ensaio de laboratório empregado ou pela correlação adotada a partir dos ensaios de campo, resultando em valores de recalque distantes da realidade. RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Os recalques causados pelas deformações de solo coesivos saturados são estimados a partir da teoria do adensamento. Esta prevê diminuição no índice de vazios, em razão de um acréscimo de pressão. Partindo-se da curva obtida do ensaio de adensamento em um amostra de solo, chega-se, portanto, à expressão para o cálculo dos recalques. Recalques por adensamento: Para o calculo do recalque por adensamento é necessário definir a tensão de pre adensamento. Esse parâmetro pode ser obtido empregando as metodologias apresentadas por Pacheco e Silva ou Casagrande. CALCULO DE RECALQUES RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Recalques por adensamento: Na análise dos recalques por adensamento, é importante conhecer sua evolução no decorrer do tempo, uma vez que esses recalques podem ser potencialmente significativos em ocasionar danos à estrutura. 𝑇 = 𝐶𝑣. 𝑡 𝐻𝑑² Z= 𝑧 𝐻𝑑 Uz= µe 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 −µe µe 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 CALCULO DE RECALQUES RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Recalque Elástico: Os recalques elásticos ou imediatos são decorrentes de deformações elásticas do solo de apoio de uma fundação e ocorrem logo após a aplicação das cargas. Nota-se que a velocidade de evolução das deformações é fator importante a ser considerado para análise de estruturas, pois quando ocorrem geram uma resposta imediata da estrutura e, portanto, são, muitas vezes, as mais criticas, o que pode justificar o interesse no estudo dos recalques elásticos, preponderantes nos solos arenosos ou nos solos não saturados. CALCULO DE RECALQUES RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Recalque Elástico: Método de Schliercher Baseado na teoria da elasticidade e na distribuição de tensões de Boussinesq, Schlercher )1926) inseriu a tensão vertical causada pela distribuição uniforme sobre a superfície, obtendo a equação para estimativa do recalque elástico (s) do solo diretamente abaixo de uma base perfeitamente elástica. S= K. 𝜎. 𝐴. (1−υ2) 𝐸𝑠 K= coefiecinete de forma que depende do grau de rigidez. 𝜎 = é a pressão liquida aplicada pela base sobre o solo A= área relativa da base E = é o modulo de elasticidade do solo υ é o coeficiente de Poisson do solo. CALCULO DE RECALQUES RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Recalque Elástico: Método de Schliercher Para determinação de alguns parâmetros empregados na equação, é possível encontrar alguns valores típicos na literatura geotécnica para o coeficiente de Poisson para vários tipos de solo: CALCULO DE RECALQUES RECALQUE DE FUNDAÇÕES DIRETAS Recalque Elástico: Método de Schliercher A partir do equacionamento apresentado, pode-se calcular o recalque para todas as posições(canto, centro e bordas). É possível determinar a tensão máxima a ser adotada em projeto, por meio da adoção do recalque limite. Ou seja, a partir de um valor de recalque admissível, obtém-se o valor da tensão aplicada ao terreno. CALCULO DE RECALQUES Estimar o recalque elástico que deverá ocorrer em uma sapata retangular de lado 2m, com uma relação L/B=1,5, apoiada em uma área compacta com N=28. A tensão aplicada uniformemente no terreno é de 350kPa. O recalque deve ser calculado para os seguintes casos: centro , canto livre, médio (utilize o método de Schleicher). EXERCÍCIO 5 Estime o recalque elástico que deverá ocorrer em uma sapata quadrada de lado 1,5m que aplica uma tensão de 300kPa, conforme a figura abaixo. Utilize o método de Schleicher. O recalque deve ser calculado para os seguintes casos: centro , canto livre, médio. EXERCÍCIO 6 CÁLCULO DE RECALQUES ADENSAMENTO CÁLCULO DE RECALQUE Três diferentes situações podem ocorrer para calcular o recalque: 1° O solo recebe um carregamento e sofrerá redução de volume apenas no trecho de recompressão (Cr) 2° O solo recebe um carregamento e sofrerá redução de volume dentro do trecho de compressão virgem (Cc) 3° O solo recebe um carregamento e sofrerá redução de volume dentro do trecho de recompressão (Cr) e de compressão virgem (Cc) CÁLCULO DE RECALQUE H = altura (espessura) da camada 𝝈′𝒑 = Máxima tensão (tensão de pré adensamento) 𝝈𝟏′ = Tensão efetiva inicial 𝝈𝟐′ = Tensão efetiva final (aumento de tensão que foi aplicada) e = índice de vazios inicial Cc= índice de compressão Cs= índice de recompressão po' > 𝝈′𝒑po'