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PREFEITURA MUNICIPAL DE SALVADOR 
PREFEITO 
Bruno Reis
VICE-PREFEITA
Ana Paula Matos 
SECRETARIA DE SUSTENTABILIDADE, RESILIÊNCIA E
BEM-ESTAR E PROTEÇÃO ANIMAL
Secretário
Ivan Euler de Paiva
Subsecretário
Walter Pinto Jr.
Diretor do SAVAM ( Sistema de Áreas de Valor Ambiental e 
Cultural)
João Resch Leal
Coordenadora de Áreas de Valor Urbano-Ambiental
Jaqueline Gonzaga Fernandes
Pesquisa
Alana da Silva Souza 
Sara Damasceno
Fotografi as
Bruno Concha
Jefferson Peixoto
Assessoria de Comunicação
Henrique Trindade Filho
Winnie Alice Gomes
Pedro Souza
2 3
Sumário
Ficha técnica............................................................................................................02 
Sumário .......................................................................................................................03
Introdução .................................................................................................................04
1- Meliponicultura....................................................................................................06
2- A Importância Das Abelhas Sem Ferrão...........................................09
3- Como Surgiu O Projeto De Abelhas Sem Ferrão..........................12
4- Abelhas Sem Ferrão: Caracterização E Manejo ............................16
4.1- Ciclo De Vida E Desenvolvimento........................................................17
4.2-Criando Abelhas Sem Ferrão Em Ambiente Doméstico.....18
4.3-Instalação Das Colmeias............................................................................19
4.4-Produção De Ninho-Isca............................................................................21
4.5-Doenças, Predadores E Prevenção.....................................................23
4.6-Enxameação......................................................................................................25
4.7-Néctar + Enzimas = Mel.............................................................................26
4.8-Alimentação Proteica ................................................................................27
4.9-Produção Da Alimentação Proteica ................................................28
5-Fontes De Consulta .........................................................................................30
4
I� � dução
O Programa Municipal de Hortas e Pomares Urbanos de Sal-
vador, gerido pela Prefeitura Municipal de Salvador, por meio 
da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-estar 
e Proteção Animal (SECIS) e administrado pela Diretoria do 
Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural (SAVAM), tem 
como objetivo promover o desenvolvimento sustentável e a 
resiliência na cidade.
Dentro deste programa, a doação de caixas de abelhas sem 
ferrão foi implementada em 8 hortas urbanas de Salvador, 
com a doação de uma caixa de abelhas para cada uma delas. 
Essa ação estratégica visa não apenas apoiar a biodiversidade 
local, mas também promover práticas sustentáveis e fortale-
cer a resiliência urbana. As abelhas sem ferrão desempenham 
um papel fundamental na polinização, essencial para o de-
senvolvimento de diversas plantas, especialmente nas hortas 
urbanas, que são fontes importantes de alimentos saudáveis 
para a população.
Essas 8 hortas, que receberam as caixas de abelhas, estão 
contribuindo diretamente para a melhoria da produção 
local de alimentos e para a promoção de um ambiente mais 
sustentável e equilibrado. Além disso, o projeto sensibiliza a 
população sobre a importância das abelhas no equilíbrio eco-
lógico, incentivando a preservação dessas espécies essenciais 
para a saúde do meio ambiente e da comunidade.
4 5
A Cartilha Municipal de Abelhas Sem Ferrão tem como ob-
jetivo sensibilizar a população sobre a importância dessas 
abelhas para o meio ambiente, além de fornecer informações 
valiosas sobre o cuidado com as colmeias e a preservação das 
espécies. Ao abordar temas como o papel fundamental das 
abelhas na polinização, que é crucial para o desenvolvimento 
das hortas urbanas e a produção de alimentos saudáveis, a 
cartilha visa aumentar a conscientização sobre a contribui-
ção das abelhas para a biodiversidade local e para o equilíbrio 
ecológico.
Com esse material, busca-se não apenas fortalecer o Progra-
ma Municipal de Hortas e Pomares Urbanos de Salvador, mas 
também engajar a comunidade na preservação das abelhas 
sem ferrão, essenciais para a sustentabilidade e a qualidade 
ambiental da cidade.
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Me� � nicul� � 
A meliponicultura é a criação racional de abelhas sem ferrão, 
conhecidas como meliponíneos. Essas abelhas são nativas
de diversas regiões tropicais e subtropicais, especialmente
da América Latina — como o Brasil. Diferente das abelhas
europeias (Apis mellifera), as meliponíneas não possuem 
ferrão funcional, o que as torna ideais para criação em áreas 
urbanas e rurais com baixo risco de acidentes
6 7
• Manejo de colmeias (caixas ou troncos adaptados)
• Produção de mel, própolis e pólen
• Conservação da biodiversidade
• Educação ambiental e pesquisas
• Polinização de plantas nativas e agrícolas
O que envolve a meliponicultura?
Benefícios da Meliponicultura
• Preservação ambiental – mantém espécies nativas e seus 
habitats
• Segurança – ideal para crianças e idosos por não ferroa-
rem
• Mel medicinal – o mel das abelhas sem ferrão tem pro-
priedades terapêuticas
• Polinização efi caz – melhora a produção de frutas e vege-
tais
• Geração de renda sustentável
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Curiosidades
• O mel de abelhas sem ferrão tem alto valor medicinal, 
sendo mais ácido e rico em antioxidantes.
• Cada colônia pode ter de 300 a 5.000 abelhas.
• Algumas espécies vivem em ocos de árvores, outras em 
muros e até no solo.
• Os meliponíneos existem há mais de 60 milhões de anos!
Importância ecológica
• São excelentes polinizadores: 80% das plantas tropicais 
dependem delas.
• Ajuda na recuperação de áreas degradadas.
• Contribui para a segurança alimentar, promovendo co-
lheitas mais produtivas.
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A im� rtância das 
abelhas sem ferrão
Responsáveis pela polinização das espécies vegetais nos bio-
mas brasileiros, 90% das espécies vegetais da Mata Atlântica 
são polinizadas por abelhas sem ferrão. O desaparecimento 
destes animais coloca em risco a fl ora e a fauna silvestres, 
pois são elas que realizam a polinização, levando o pólen de 
uma fl or para outra e permitindo, assim, a fecundação e a 
produção de frutos e sementes. Na agricultura sua principal 
função é dentro das plantações, pois elas carregam pólen de 
uma fl or para outra, promovendo a diversidade genética. Isso 
evita a chamada consanguinidade entre fl ores da mesma 
planta (que são como “fl ores-irmãs”), garantindo frutos maio-
res, mais bonitos e mais saudáveis. As principais espécies de 
abelhas sem ferrão são:
10
Jataí (Tetragonisca angustula).
Uruçu Nordestina (Melipona 
scutellaris)
Seu nome “Uruçu” vem da língua 
indigena tupi “eiru su” traduzi-
da como “abelha grande” (cerca 
de 12 mm), tem coloração preta 
e marrom com detalhes doura-
dos ou castahos. É muito usada 
por agricultores de frutas como o 
maracujá e o açaí, pois sua mor-
dida fi rme e voo estável ajudam a 
polinizar fl ores de formas complexas
A jataí é uma abelha pequena (5 
mm), dourada e brilhante. Vive 
em ocos de árvores e até em
paredes de casas. Apesar do ta-
manho, é extremamente efi cien-
te na polinização de hortaliças, 
café, e frutas como o morango.
Pequena (cerca de 4 mm) de 
corpo preto e pernas amarela-
das, a mirim droriana atua princi-
palmente em fl orestas e jardins, 
polinizando fl ores de pequeno 
porte. É uma excelente poliniza-
dorade plantas nativas da mata 
atlântica
Mirim Droriana (Plebeia drorya-
na).
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Abelha clara, pequena (4 mm) de 
comportamento calmo, é mui-
to usada em cultivos protegidos, 
como estufas. Ela entra facilmen-
te em fl ores pequenas e profun-
das, polinizando plantas como o 
tomate e o pimentão.
Como o nome sugere, essa abe-
lha tem cores claras, com tons 
esbranquiçados e prateados (cer-
ca de 6 mm). É uma polinizadora 
importante de fl ores silvestres e 
frutíferas. Por ser mais exigente 
com o ambiente, sua presença 
indica que o ecossistema está 
equilibrado.
Essa abelha tem coloração ama-
relada, corpo fi no (cerca de 6 
mm) e é bem produtiva. O nome 
vem do cheiro característico do 
mel que produz, lembrando mar-
melada. Ela é bastante ativa e
visita fl ores de muitas espécies 
diferentes, garantindo poliniza-
ção cruzada em pomares e ma-
tas
Iraí (Nannotrigona testaceicor-
nis)
Moça Branca (Frieseomelitta 
varia)
Marmelada (Frieseomelitta doe-
derleini)
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Como surgiu o 
p� j� o?
A Cartilha Municipal de Abelhas Sem Ferrão surgiu como 
uma iniciativa inovadora para promover a preservação das 
abelhas nativas e sensibilizar a população sobre a importân-
cia desses polinizadores para o meio ambiente e a agricultu-
ra urbana. O projeto tem sua origem diretamente vinculada 
ao meliponário instalado no Parque da Cidade, uma área 
verde fundamental para a biodiversidade de 
Salvador.
12 13
O meliponário foi criado com o objetivo de preservar e con-
servar as espécies de abelhas nativas, em especial a espécie 
Uruçu Nordestina, que não possui ferrão. As colmeias são 
instaladas em caixas de madeira com base de sustentação de 
eucalipto e telhas de proteção. Para garantir a segurança das 
abelhas, utiliza-se folhas de acetato e esponjas com óleo quei-
mado para afastar predadores, além de cuidados regulares de 
limpeza e isolamento térmico com fi tas adesivas.
O sucesso do meliponário no Parque da Cidade levou o SA-
VAM – Sistema de Áreas de Valor Ambiental e Cultural a 
ampliar a iniciativa, incluindo a doação de caixas racionais em 
algumas hortas comunitárias e escolares da cidade. Como 
resultado dessa ampliação, as seguintes hortas foram benefi -
ciadas com 1 caixa de abelha sem ferrão cada:
• Horta Morada do Bosque
• Horta Morada Alto do Imbuí (MAI)
• Horta Vila Anaiti
• Horta Arvores dos Vivendas
• Horta da Pituba
• Horta Escolab Coutos
• Horta do Jardim das Margaridas I Setor 4
• Horta ACE1
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Como desdobramento dessa iniciativa, Salvador inaugurou o 
Meliponário Municipal no Jardim Botânico, situado na Aveni-
da São Rafael, no bairro de São Marcos. O projeto, intitulado “A 
Trilha das Abelhas”, foi aberto ao público em 2024, oferecendo 
uma oportunidade única de educação ambiental. O local abri-
ga dez caixas de abelhas, de cinco espécies nativas da Mata 
Atlântica, todas sem ferrão
Essa ação tem como objetivo promover a preservação e con-
servação das abelhas nativas e fortalecer as hortas urbanas, 
além de incentivar a polinização nas áreas benefi ciadas, con-
tribuindo para a biodiversidade local.
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A Trilha das Abelhas tem como objetivo promover o apren-
dizado sobre a importância das abelhas e sua preservação. 
Atraindo especialmente o público infantojuvenil, a iniciativa 
oferece visitas guiadas com técnicos especializados que expli-
cam o ciclo de vida das abelhas, sua função crucial na polini-
zação e os benefícios dos produtos como mel e própolis.
O projeto busca conscientizar as novas gerações sobre o papel 
vital desses polinizadores para o equilíbrio ambiental e a pro-
dução de alimentos.
Imagem: Bruno Concha | Secom PMS
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Abelhas sem ferrão: 
ca� c� rização e manejo
As abelhas sem ferrão têm uma organização social comple-
xa, com castas bem defi nidas: rainha, operárias e zangões. O 
ciclo de vida se divide em:
16 17
Postura dos ovos:
Fase larval:
Pupação:
Emergência do adulto
Operárias:
Rainha:
A rainha deposita ovos em potes de cria, que são pequenas 
células feitas de cera e resina.
Cada ovo se desenvolve em uma larva, que consome a mistu-
ra de mel e pólen depositada junto ao ovo.
Depois da fase larval, a larva se transforma em pupa, dentro 
de sua célula, onde ocorre a metamorfose.
A abelha adulta emerge cerca de 40 a 50 dias após a postura 
do ovo, variando conforme a espécie e o clima. 
vivem em média 45 dias.
pode viver por anos.
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Zangões: 
vivem menos e têm o 
papel exclusivo de repro-
dução
Criando abelhas sem ferrão em ambiente 
doméstico:
1. Escolha da espécie:
2. Escolha um local:
3. Caixa:
Escolha uma espécie nativa da sua região, as mais comuns.
Lugar abrigado do sol forte e da chuva. Pode ser no quintal, 
varanda, sacada ou até em apartamento com plantas por 
perto. Ventilado e com sombra parcial.
Conheça a espécie, cada abelha sem ferrão tem necessida-
des específi cas, por exemplo:
• Jataí: prefere caixas pequenas e bem vedadas.
• Mandaçaia: se adapta bem a caixas maiores e espaçosas.
• Uruçu: exige caixas com boa ventilação e espaço para 
crias e potes.
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Instalação das colmeias:
4. Floração e Alimentação:
5. Cuidados básicos:
6. Colheita do mel:
Plante fl ores e ervas como: manjericão, alecrim, lavanda, ipês, 
hibisco. Evite agrotóxicos e pesticidas perto das abelhas. Em 
épocas sem fl or, alimente com bombons de pólen (ver titulo 
específi co desta cartilha em “alimentação proteica” de como 
fazê-los)
Evite abrir a colmeia com frequência. Observe se as abelhas 
estão entrando e saindo normalmente. Mantenha o local lim-
po.
Só retire mel quando a colônia estiver forte. Use uma seringa 
ou bomba manual. Armazene em pote de vidro e consuma 
logo — o mel delas fermenta rápido.
Tampas:
Componente 
superior da col-
meia, geralmente 
confeccionado 
em madeira, com função de proteger a co-
lônia contra intempéries (chuva, sol dire-
to vento) e manter o microclima interno. 
Pode ser complementada com isolamento 
térmico (ex: isopor ou manta aluminizada) 
para controle detemperatura.Im
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Melgueira (uma ou duas):
Sobreninho:
Fundo:
Ninho:
Compartimento destinado ao arma-
zenamento de mel pelas operárias. 
Fica posicionado acima do ninho ou 
do sobreninho. Sua presença facilita 
a colheita do mel sem interferir nas áreas de cria, contribuindo 
para o bem-estar da colônia
Parte opcional, localizada entre o ni-
nho e a melgueira, usada para expan-
são da colônia. Pode conter potes de 
pólen e mel. Essa câmara de transi-
ção reduz o estresse das abelhas durante o manejo e permite 
maior organização interna da colônia
Estrutura de base da colmeia. Deve ser resistente e permitir 
ventilação adequada. Geralmente é feito com madeira mais 
densa, podendo conter telas para prevenir a entrada de formi-
gas.
Componente principal da colmeia. 
Contém os discos de cria, onde ocor-
re o desenvolvimento das abelhas 
(ovos, larvas e pupas), além de potes 
de alimento próximos. O manejo do ninho deve ser cuidadoso, 
pois é onde está a rainha e a maior parte da população
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As colmeias devem ser instaladas em locais protegidos da 
incidência direta do sol, da chuva e do vento. É recomendável 
posicioná-las em áreas sombreadas, com boa ventilação e 
longe de fontes de ruído e produtosquímicos. A altura ideal 
é entre 1 e 1,5 metro do solo, sobre suportes resistentes, com 
barreiras contra formigas. Também é importante garantir o 
acesso a água limpa e a presença de fl ores nas proximidades, 
preferencialmente de espécies nativas. O local deve permitir o 
fácil acesso para o manejo e inspeções periódicas da colônia
O ninho-isca é uma estrutura artifi cial utilizada para atrair en-
xames durante o período de enxameação natural das abelhas 
sem ferrão. Seu objetivo é simular os locais naturais de nidifi -
cação, facilitando a captura de colônias sem a necessidade de 
intervenções diretas.
Produção de ninho-isca:
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Os recipientes mais comuns para confecção dos ninhos-isca 
são garrafas PET e caixas Tetra Pak, por serem de fácil acesso 
e baixo custo. Quando utilizado um recipiente transparente, é 
necessário cobri-lo com plástico preto, evitando a entrada de 
luz que pode inibir o interesse das abelhas. 
A tampa do recipiente deve ser furada, criando um orifício de 
entrada semelhante ao de colmeias naturais. Para aumentar 
a atratividade, pode-se colocar cerume ao redor da entrada. 
Internamente, recomenda-se aplicar uma mistura atrativa à 
base de álcool, própolis e/ou cerume, simulando o odor carac-
terístico de colônias em atividade.
Os ninhos-isca devem ser instalados:
• Próximos a colônias naturais ou áreas onde há presença 
de abelhas sem ferrão;
• Em locais sombreados, com pouca variação térmica; A 
uma altura entre 0,5 m e 1,5 m do solo;
Materiais e Montagem
Local de Instalação
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• Cria Pútrida: atinge o ninho das crias (larvas), causa mau 
cheiro, morte das larvas e coloração escura. Causada por 
fungos ou bactérias oportunistas. 
Prevenção: higiene da colmeia e boa ventilação.
• Cria Múmia: as crias morrem antes de se desenvolver, 
secam e fi cam parecendo pequenas múmias. Doença 
associada a fungos (Ascosphaera spp.), pode surgir com 
umidade excessiva e má ventilação.
• Fungos: aparecem em épocas chuvosas ou locais mal 
ventilados. Crescem na cera, no invólucro ou no alimento.
• Formigas: invasoras comuns, atacam o mel e as crias. Use 
barreiras físicas e suporte com graxa nas bases.
• Forídeos (mosquinhas): os ovos viram larvas que se 
alimentam do pólen. Proliferam em caixas mal vedadas 
ou com alimentos expostos. Use armadilhas ou telas fi nas 
nas entradas.
Após a entrada de um enxame no ninho-isca, é recomen-
dável aguardar cerca de 30 dias antes da transferência para 
uma colmeia defi nitiva. Esse tempo pode variar conforme a 
espécie, sendo importante garantir que a colônia esteja bem 
estabelecida antes da realocação
• Com acesso fácil a fontes de água e fl ora melitófi la (plan-
tas produtoras de néctar e pólen);
• Durante períodos com abundância de recursos naturais, 
como fl oradas intensas.
Materiais e Montagem
Predadores:
Captura e Transferência
Doenças, predadores e prevenção
24
• Outros predadores: lagartos, aves e sapos podem ata-
car abelhas na entrada da colmeia. Instale colmeias em 
suportes altos e protegidos.
• Cor marrom-clara ou amarelada (normal): Indica uso 
de própolis e cerume frescos, sinal de atividade saudável, 
abelhas estão construindo e mantendo a entrada. normal 
em espécies como jataí e mandaçaia.
• Cor muito escura ou preta: pode indicar envelhecimento 
do material ou presença de fungos. A entrada pode estar 
mal cuidada, o que sugere baixa atividade interna.
• Presença de bolor esbranquiçado: sinal de fungo ou 
umidade excessiva. Comum em ambientes pouco ventila-
dos ou caixas mal vedadas.
• Ausência de própolis ou entrada destruída: pode indi-
car invasão de forídeos, formigas ou colônia enfraquecida. 
Abelhas doentes ou em colônias prestes a morrer deixam 
de cuidar da entrada, deve-se verifi car o interior da 
colmeia.
• Mantenha as caixas limpas e bem vedadas.
• Evite excesso de umidade e calor.
• Observe a movimentação das abelhas com frequência.
• Use caixas em locais elevados e protegidos.
• Faça revisões mensais cuidadosas.
A coloração da entrada da colônia pode determinar a saúde
Dicas de Prevenção geral
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Enxameação
A enxameagem é o processo natural 
pelo qual a colônia se reproduz e é um 
processo complexo que envolve uma 
rainha virgem e parte das operárias de 
sua corte. Algumas destas operárias 
deixam a colônia original e procuram 
um local adequado para construção de 
novo ninho. Ao encontrá-lo, sua locali-
zação é informada para as demais abe-
lhas do grupo, através do processo de 
comunicação próprio, típico para cada 
espécie, e parte dessas operárias mi-
gram para esse local levando cerume, 
conhecido popularmente como cera, 
retirado da colônia original, e iniciam a 
construção do novo ninho. 
Quando o novo ninho está em condi-
ções de receber a nova colônia, ocor-
rendo o vôo nupcial, migram a rainha 
e muitas operárias. O vínculo com a 
colmeia materna se mantém ainda por 
algum tempo, durante o período que 
as operárias da nova colônia continu-
am frequentando o ninho original, e 
dessa forma transportam para o novo 
ninho alimento e cerume. Após a mi-
gração, a rainha da nova colônia realiza 
o vôo nupcial durante o qual é fecun-
dada e, algum tempo depois, inicia 
postura. (NOGUEIRA-NETO, 1950; apud, 
NOGUEIRA-NETO, 1970)
Imagem : Freepik
26
O mel é a principal fonte de energia das abelhas e o pólen serve 
como suplemento alimentar de minerais, vitaminas e proteí-
nas. Em primeiro lugar, as abelhas operárias coletam o néctar 
e o pólen das fl ores. Dessa maneira o néctar é armazenado no 
papo de mel ou vesícula nectarífera das abelhas. Invertase, Di-
ástase, oxidase, catalase e fosfatase são enzimas acrescentadas 
ao néctar durante o transporte até a colmeia transformando 
a molécula de sacarose. Portanto, quando as abelhas operá-
rias, que coletaram o néctar, chegam a colmeia, elas repassam 
boca a boca o néctar para as outras abelhas operárias que fi -
cam dentro do ninho. É neste momento que ocorre a reação 
enzimática do organismo da abelha operária, e assim, a saca-
rose que é a principal substância do néctar, transformada em 
frutose e dextrose. As abelhas que receberam o néctar dentro 
da colmeia, armazenam o néctar em potes de mel como no 
caso das abelhas sem ferrão. Após o armazenamento, as abe-
lhas produzem calor para evaporar a umidade do néctar arma-
zenado, ocasionando, como resultado, a especifi cação do mel.
Néctar + enzimas = mel
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O pólen trazido pelas operárias também é armazenado em 
potes ou favos. Geralmente são armazenados mais próximos 
ao ninho e as crias. O pólen é a fonte de minerais, vitaminas 
e proteínas da alimentação das abelhas, principalmente para 
abelhas recém-nascidas. Em muitas regiões do Brasil, a oferta 
de alimentação das abelhas, néctar e pólen, por vezes diminui 
drasticamente com a chegada do inverno, e é neste momento 
que o meliponicultor ou apicultor deve ajudar na sustentação 
alimentar das suas colmeias oferecendo uma alimentação às 
abelhas de forma artifi cial. Dessa forma, os enxames devem ser 
alimentados caso seja constatado o baixo estoque de alimento 
durante o monitoramento das colmeias. A falta de alimenta-
ção das abelhas em um enxame faz com que muitas morram 
de fome, como também, que a rainha diminua ou até mesmo 
pare a postura, fazendo com que a população diminua e o en-
xame enfraqueça podendo ocasionar a extinção do enxame.
Alimentação proteica
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Para as abelhas sem ferrão a introdução de proteína no enxa-
me é feita através de bombons de pólen. 
Os bombons podem ser repostos assim que as abelhas termi-
narem de consumi-los.
• 1 . Os bombons são confeccionados misturando pólen 
moído Com um pouco de mel até formarem uma massa 
fi rme.
• 2. Coloque mel aos poucos, pois a mistura não pode fi car 
muito mole, assim, depois que a mistura estiver homo-
gêneae fi rme, devem ser feitas bolinhas do tamanho do 
pote de pólen da espécie que vai receber os bombons.
• 3. Com as bolinhas feitas, deve-se mergulhá-las em cera 
derretida e em seguida em água fria para formar uma 
proteção ao pólen, simulando os potes de pólen que as 
próprias abelhas fazem.
• 4. Por fi m, para fechar o furo do palito, basta mergulhar 
novamente o bombom de pólen somente no furo.
• 5. Depois de pronto, os bombons devem ser introduzidos 
no enxame. Assim, as abelhas vão fazer um pequeno furo 
no bombom e vão consumindo o pólen aos poucos. 
Produção da alimentação proteica
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Exemplos de bombons de pólen
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CRIAR ABELHAS. O que é meliponicultura. Disponível em:
https://www.criarabelhas.com.br/o-que-e-meliponicultura/.
Acesso em: 22 abr. 2025.
CORREIO NOGUEIRENSE. Minicurso ensina a criar ninhos-
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Disponível em: https://correionogueirense.com.br/minicurso-
-ensina-criar-ninhos-isca-para-abelhas-sem-ferraocorreio-
-nogueirense. Acesso em: 22 abr. 2025.
YAHOO. Grupo de discussão sobre árvores e meliponocul-
tura. Grupo Árvores. Disponível em: https://br.groups.yahoo.
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br/. Acesso em: 22 abr. 2025.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP). Qual a importância 
das abelhas sem ferrão para o meio ambiente? E-book gra-
tuito explica. Jornal da USP, 2 set. 2024. Disponível em: https://
jornal.usp.br/universidade/qual-a-importancia-das-abelhas-
-sem-ferrao-para-o-meioambiente-e-book-gratuito-explica/. 
Acesso em: 22 abr. 2025.
Fontes de Consulta
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trazem um novo estilo de vida. Caderno Baiano, 13 jun. 2023. 
Disponível em: https://cadernobaiano.com.br/meliponarios-
ganham-forca-em-salvador-e-trazem-um-novo-estilo-de-vi-
da/. Acesso em: 22 abr. 2025.
TRBN. Salvador vai ganhar cinco novos meliponários até o 
mês de junho. Disponível em: https://www.trbn.com.br/mate-
ria/I37918/salvador-vai-ganhar-cinco-novos-meliponarios-a-
te-omes-de-junho. Acesso em: 22 abr. 2025.
VILLAS-BÔAS, J. Manual Técnico – Mel de Abelhas sem 
Ferrão.Brasília, DF: Instituto Sociedade, População e Natureza 
(ISPN), 2012. Disponível em: https://www.semabelhasemali-
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-Melde-Abelhas-sem-Ferrao.pdf. Acesso em: 22 abr. 2025.
CORTOPASSI-LAURINO, M. et al. Manejo de Abelhas Sem Fer-
rão. Instituto de Biociências da USP, 2007.
Imagem da capa: Por xadart studio no Freepik Dispoível 
em: https://www.freepik.com/free-psd/honeycomb-bees-
-closeup-view-natures-sweetness_407801200.htm#from-
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