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LITERATURA BRASILEIRA - VISÃO PANORÂMICA 
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Sumário 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................................... 2 
1. VISÃO PANORÂMICA DA LITERATURA PORTUGUESA DO FINAL DO 
SÉCULO XIX ....................................................................................................................... 3 
1.1-Realismo- Naturalismo ........................................................................................ 3 
1.1.1-Contexto Histórico ........................................................................................ 3 
1.1.2-Características do Realismo e do Naturalismo ............................................. 7 
1.1.3Diferenças Entre Realismo e Naturalismo.................................................. 8 
1.2-A Crítica Realista: Sílvio Romero, José Veríssimo. ......................................... 9 
1.2.1-Sílvio Romero ........................................................................................... 9 
1.2.2-José Veríssimo ....................................................................................... 11 
2. SIMBOLISMO (1890-1915) ................................................................................. 13 
2.1 Momentos Históricos ..................................................................................... 14 
2.2 Características ............................................................................................... 17 
2.3Alguns autores ................................................................................................ 18 
2.3.1António Nobre .......................................................................................... 18 
2.3.2Camilo de Almeida Pessanha .................................................................. 18 
2.3.3Cruz e Souza ........................................................................................... 19 
3. MODERNISMO: ORPHEU (1915-1927) ........................................................ 20 
4. MODERNISMO: PRESENÇA (1927-1940) .................................................... 23 
5. NEORREALISMO E TENDÊNCIAS ............................................................... 25 
CONTEMPORÂNEAS (1939-atualidade): ............................................................... 25 
5.1Características do neorrealismo ..................................................................... 26 
6. EXISTENCIALISMO ....................................................................................... 28 
6.1Características do existencialismo .................................................................. 29 
6.2 Principais filósofos ...................................................................................... 30 
7. SURREALISMO ............................................................................................. 31 
REFERÊNCIAS: ...................................................................................................... 35 
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NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um 
grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação 
e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer 
serviços educacionais em nível superior. 
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, 
aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. 
Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que 
constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do 
ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. 
Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma 
confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no 
atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das 
instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
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1. VISÃO PANORÂMICA DA LITERATURA PORTUGUESA DO FINAL 
DO SÉCULO XIX 
1.1-Realismo- Naturalismo 
 
O Realismo e o Naturalismo surgiram inicialmente como uma reação aos excessos 
sentimentais do Romantismo, que já tinha saturado a cena artística europeia desde meados 
do século XIX. Em Portugal, o marco histórico que introduziu as ideias realistas-naturalistas 
foi chamado “Questão Coimbrã que, em 1865 opôs realista a românticos”. No Brasil, 
Realismo e Naturalismo tiveram trajetórias mais ou menos distintas: o primeiro iniciou-se 
com Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assim, publicado em 1881, e o 
segundo, no mesmo ano, com O Mulato, de Aluísio Azevedo. 
Panorama histórico e cultura Eça de Queirós: O crime do padre Amaro (1876); O 
primo Basílio (1878); O Maia (1887-88) Antero de Quental: Odes modernas (1865); Sonetos 
completos (1886). 
 
1.1.1-Contexto Histórico 
 
A partir da segunda metade do século XIX, o ambiente sociocultural europeu 
apresenta significativas mudanças. A civilização europeia de característica burguesa, 
industrial e mecânica, começa a se firmar como a dominante no cenário político e 
econômico. As ideias de liberalismo e democracia ganham dimensões cada vez maiores. 
As ciências naturais desenvolvem-se e os métodos de experimentação e observação 
da realidade passam a ser encarados como os únicos capazes de explicar racionalmente 
o mundo físico. Neste período o método científico determinista e a absoluta confiança na 
capacidade do progresso científico dominam a cena. 
O desenvolvimento científico da época galvanizou a intelectualidade que, das 
cátedras universitárias aos bares boêmios, adere ao cientificismo e ao materialismo, 
opondo-se à metafísica, à religião e a tudo escapasse dos limites da matéria. 
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Algumas doutrinas científico-filosóficas da época deixaram marcas visíveis na 
produção literária. Hegel divulga a sua Dialética do Processo Racional, segundo a qual 
qualquer raciocínio pode ser lógico, desde que seja estruturado na trilogia sequencial “tese- 
antítese - síntese”. 
O Positivismo de Augusto Comte defendia a importância da Ciência para a sociedade 
humana. Ele concluía que a Teologia e a Metafísica poderiam ser abandonadas, já que a 
realidade é concreta, objetiva e lógica, o que permitia a análise lógica e experimental; mais 
ainda: tudo poderia ser explicado e entendido por todos. Calcado nessa teoria, Proudhon 
lançou as bases do pensamento socialista da igualdade. 
A publicação de A Origem das Espécies de Charles Darwin eliminou a aura de 
espiritualidade e misticismo que o idealismo romântico conferia ao ser humano, encarando-
o como parte de uma grande cadeia alimentar, nivelando-o com outros seres vivos. O livro, 
que contou com a forte oposição da Igreja, teve um extraordinário sucesso de público, 
comprovando a curiosidade geral em torno do tema e das novas ideias evolucionistas. Mas 
a teoria filosófica que mais influência teve sobre as artes desse período foi o Determinismo 
de Hipólito Taine, que explicava todas as ocorrências humanas e sociais pelo 
condicionamento do indivíduo ao meio, à raça ou fato histórico. Por essas ideias, o homem 
é preso do ambiente em que vive ou viveu, ao qual se soma a hereditariedade. 
A partir daí, dimensiona-se o pessimismo de Schopenhauer, para quem o homem 
estava fadado à dor e ao sofrimento, já que a felicidade era sempre ilusória. Quando os 
novos ideais chegaram ao Brasil, criaram um frêmito nos meios artísticos, filosóficos e 
universitários. Nesse momento, alguns fatos estavam acontecendo e gerando alteração de 
ordem social, como a Abolição, a passagem da Monarquia à República,a chegada dos 
primeiros imigrantes europeus e a descoberta da Ciência pela burguesia, até então 
refratária a novidades. 
Com isso, as ideias positivas e deterministas não demoraram em seduzir um grande 
número de intelectuais e autores brasileiros. A realidade brasileira clamava por 
interpretações capazes de descobrir lhes o funcionamento contraditório de seus 
mecanismos fundadores. Sob uma capa de tranquilidade político-institucional, na qual os 
partidos funcionavam regularmente, encontrava-se um grande vazio ideológico, que 
tornava esses partidos indistintos entre si. 
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Ideologicamente, as elites brasileiras conseguiam a proeza de fazer conviver o 
ideário liberal com a defesa da Escravidão. Isso tudo criava uma tensão entre a aparência 
e a essência da vida nacional, que será abordada, por vezes abertamente, por vezes 
alegoricamente, pelos escritores do período. 
Aguçando nossa percepção rumo ao conhecimento acerca de mais um estilo de 
época, que perfizeram o cenário da Literatura Brasileira, compreenderemos, antes de tudo, 
que a segunda metade do século XIX foi o marco decisório para a implementação de toda 
uma corrente ideológica determinante nas produções artísticas da era em pauta. 
A Revolução Industrial, já em sua segunda fase, abriu caminhos para uma 
concepção humana: a estreita relação estabelecida entre o ser humano e a sociedade na 
qual se insere. Era notoriamente contrária à concepção romântica, cujo pressuposto 
voltava-se para a interiorização humana, levando-se em consideração seus aspectos 
subjetivos. Os avanços técnicos oriundos da Revolução resultaram, dentre outros fatores, 
no crescimento demográfico e, consequentemente, na “proliferação” de inúmeros 
problemas sociais, visto que tal classe contrapunha-se aos privilégios da burguesia, que 
desfrutava cada vez mais da ascensão econômica. Concomitante a isso, efervesciam as 
teorias científicas, nas quais a razão e a objetividade eram postas em primeiro plano, já não 
mais havia espaço para o sobrenatural ou a vontade subjetiva. 
A ciência, baseada em fatos concretos e experimentais, parecia revelar a explicação 
para todas as questões relacionadas ao cotidiano. Dentre tais correntes científicas 
emergiam importantes figuras, tais como: Augusto Comte (1789- 1857) e sua teoria 
condicionada ao Positivismo, cuja concepção se voltava para a constatação real e 
observação dos fatos por meio do experimentalismo. Comte acreditava que a finalidade do 
saber científico era a previsão – “saber para poder”-, como também expunha sua 
concepção de que uma organização que fosse formada pelos interesses coletivos poderia 
neutralizar os motivos de guerra e discórdia entre as nações. 
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Figura: 1 
Augusto Comte (1789- 1857) 
 
Não deixando de mencionar Taine (1828-1893), que aplicou o método experimental 
ao comportamento do ser humano, sendo este considerado como produto da raça, do meio 
e do momento (contexto histórico), ora caracterizado pelo Determinismo. Charles Darwin 
com sua teoria evolucionista que enfatiza a competição entre as espécies, em que os 
organismos mais fracos tendem a serem eliminados pelos mais fortes e aptos. 
E, finalmente, tem-se o Marxismo, representado por Karl Marx e Friedrich Engels, 
que propunham uma revolução que instaurasse o comunismo em detrimento ao sistema 
capitalista. Mediante toda essa enumeração de fatos, resta-nos crer que a literatura não 
ficou aquém destes, uma vez que seus representantes partiram do pressuposto de que o 
indivíduo não se desvincula do meio em que vive. 
Sendo assim, os personagens realistas, em oposição aos românticos, são retratados 
segundo sua relação com o mundo que os cerca, convivendo em meio aos problemas 
cotidianos e rotineiros. Portanto, caracterizados conforme seu modo de ser e agir (alguns 
bons, corajosos, outros maus, covardes, e assim por diante). 
De modo a efetivarmos nossos conhecimentos em toda a sua plenitude, 
enfatizaremos sobre as características, os pressupostos ideológicos que nortearam toda a 
temática da era realista. 
 
 
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1.1.2-Características do Realismo e do Naturalismo 
 
Características do Realismo: 
As características do Realismo estão intimamente ligadas ao momento histórico em 
que se insere esse movimento literário, refletindo, dessa forma, a postura do Positivismo, 
do Socialismo e do Evolucionismo, com todas as suas variantes. Assim é que o objetivismo 
aparece como negação do subjetivismo romântico e nos mostra o homem voltado para 
aquilo que está diante e fora dele, o não-eu; o personalismo cede terreno ao Universalismo. 
O Materialismo leva à negação do sentimentalismo e da metafísica. O Nacionalismo 
e a volta ao passado histórico é deixado de lado; o Realismo só se preocupa com o 
presente, com o contemporâneo. 
• Veracidade: Despreza a imaginação romântica. 
• Contemporaneidade: Descreve a realidade, fala sobre o que está acontecendo de 
verdade. 
• Retrato fiel das personagens: Caráter, aspectos negativos da natureza humana. 
• Gosto pelos detalhes: Lentidão na narrativa. 
• Materialismo do amor: Mulher objeto de prazer/adultério. 
• Denúncia das injustiças sociais: mostra para toda a realidade dos fatos. 
• Determinismo e relação entre causa e efeito: O realista procurava uma 
explicação lógica para as atitudes das personagens, considerando a soma de fatores que 
justificasse suas ações. Na literatura naturalista, dava-se ênfase ao instinto, ao meio 
ambiente e à hereditariedade como forças determinantes do comportamento dos 
indivíduos. 
• Linguagem próxima à realidade: Simples, natural, clara e equilibrada. 
 
 
 
 
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1.1.3Diferenças Entre Realismo e Naturalismo 
 
A aproximação dos termos Realismo e Naturalismo são muito comuns na história 
da literatura. Em muitos casos eles são usados até como sinónimos. Isso ocorre porque 
existem muitos pontos em comum entre o romance Realista e o Naturalista. 
Como exemplo pode-se citar o ataque à burguesia ao clero e à monarquia. As 
proximidades dessas estéticas são tantas, que, muitas vezes, é difícil classificarem um 
autor e, até mesmo uma obra, como pertencente a essa e àquela corrente literária. Um bom 
exemplo é o escritor português Eça de Queirós, considerado por muitos críticos literários 
como sendo Realista e, por outros, como Naturalista. Apesar de toda essa proximidade, é 
possível encontrar algumas diferenças entre a prosa Realista e a Naturalista. 
O Naturalismo é fortemente influenciado pela teoria evolucionista de Charles 
Darwin. Por isso, vê o homem sempre pelo lado patológico. Sob essa ótica o Homem 
comporta-se como um animal, ou seja, não usa a razão, pois os seus instintos naturais são 
mais fortes. Ainda sob esse ponto de vista, o comportamento humano nada mais é do que 
o reflexo do meio em que o homem vive (Esse meio é composto por educação, pressão 
social, o próprio meio ambiente etc.). 
Esse homem, que ainda é subjugado (dominado moralmente, reprimido, amansado 
domesticado) pelo fator hereditariedade físico, está preso a um destino que ele não 
consegue mudar. O Naturalismo aprofunda a visão científica do Realismo, pois acredita no 
princípio de que somente as leis da ciência são válidas, renegando assim, qualquer tipo de 
visão espiritualista. Dessa forma, acredita que o comportamento do homem pode ser 
explicado cientificamente. Então, o escritor naturalista observa o seu personagem muito de 
perto, buscando conhecer as causas desse comportamento para chegar ao conhecimento 
objetivo dos fatos e das situações. 
A temática também é um dos pontos em que há diferenças significativas entre o 
Naturalismo e o Realismo. Os autores Naturalistas, sempre por meio de uma análise 
rigorosa do meio social e de aspectos patológicos, trazem para sua obra temas como a 
miséria, a criminalidade e os problemas relacionados ao sexo como o adultério e o 
homossexualismo, tanto femininocomo masculino. Esses temas são abordados sempre 
por meio de personagens que representam os grupos marginalizados da sociedade. 
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Em face de tudo o que foi exposto pode-se dizer que todo o Naturalista é Realista, 
porém, nem todo o Realista é Naturalista. Pode-se dizer ainda que o Naturalismo é um 
prolongamento do Realismo, só que mais intenso em determinadas características. 
 
1.2-A Crítica Realista: Sílvio Romero, José Veríssimo. 
 
Neste tópico estudaremos acerca de dois dos principais críticos da Literatura 
Brasileira do final do século XIX, começo do século XX: Sílvio Romero e José Veríssimo e 
por meio de suas obras teremos uma visão da época acerca da Literatura Brasileira. 
 
1.2.1-Sílvio Romero 
 
Figura: 2 
Escritor, político, historiador e folclorista brasileiro, Sílvio Vasconcelos da Silveira 
Ramos Romero nasceu a 21 de Abril de 1851, em Lagarto, no Estado do Ceará (Brasil). 
Em 1863, partiu para o Rio de Janeiro, onde realizou os estudos preparatórios no Ateneu 
Fluminense. Em 1968, foi para Nordeste, matriculando-se na Faculdade de Direito do 
Recife, onde foi colega de Tobias Barreto e de Araripe Júnior. Nessa altura, para além de 
colaborar como ensaísta e poeta para jornais pernambucanos como A Crença, Americano, 
Correio de Pernambuco e Movimento, Sílvio Romero fundou um grupo de jovens 
intelectuais que procuravam renovar o pensamento filosófico brasileiro. 
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Licenciado em 1873, foi promotor da comarca de Estância (em Sergipe) e, um ano 
depois, a deputado pela Assembleia Provincial de Sergipe, renunciando logo ao cargo. 
Ainda, em 1873, defendeu a tese de doutoramento em Direito. Em 1875, foi para o Rio de 
Janeiro e, em seguida, foi designado juiz municipal de Parati. Em 1979, estabeleceu-se no 
Rio de Janeiro, onde colaborou com vários jornais, como O Repórter, no qual cri ticou 
figuras políticas. No ano seguinte, obteve a cadeira de Filosofia no Colégio Pedro II com a 
tese Interpretação Filosófica dos Fatos Históricos e, em 1910, jubilou-se. Foi também 
docente na Faculdade Livre de Direito e na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do 
Rio de Janeiro. Em 1898, foi eleito deputado federal por Sergipe. 
Evidenciou-se como relator do Projeto de Código Civil, defendendo, então, muitas 
das suas ideias filosóficas e, em 1911, foi para Minas Gerais, exercendo o cargo de Juiz de 
Fora. Sílvio Romero, membro fundador da Academia Brasileira de Letras, escreveu vários 
livros dos quais se destacam: Cantos do Fim do Século (1878), Introdução à História da 
Literatura Brasileira (1882), Contos Populares do Brasil (1885), Etnografia Brasileira (1888), 
Ensaios de Filosofia do Direito (1895), Ensaios de Sociologia e Literatura (1901), 
Provocações e Debates (1910), entre outros. 
O escritor foi também um pesquisador bibliográfico sério e minucioso que contribuiu 
grandemente para a historiografia literária brasileira. Sílvio Romero, José Veríssimo e 
Araripe Júnior constituíram uma trindade crítica da época naturalista, marcada pelo 
evolucionismo e pela doutrina determinista de Taine. Para, além disso, foi precursor da 
sociologia brasileira, ao adotar o método monográfico de Frédéric Le-Play (1806- 1882), ao 
criticar o monocausalismo em ciências sociais e ao influenciar a sociologia de Francisco 
José de Oliveira Vianna (1883-1951). Sílvio Romero faleceu a 18 de Julho de 1914, no Rio 
de Janeiro. 
 
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1.2.2-José Veríssimo 
 
Figura: 3 
José Veríssimo (J. V. Dias de Matos), jornalista, professor, educador, crítico e 
historiador literário, nasceu em Óbidos, PA, em 8 de abril de 1857, e faleceu no Rio de 
Janeiro, RJ, em 2 de dezembro de 1916. Compareceu a todas as reuniões preparatórias 
da instalação da Academia Brasileira de Letras. Escolheu por patrono João Francisco 
Lisboa, e é o fundador da Cadeira nº 18. 
Em 1880, viajou pela Europa. Em Lisboa, tomando parte de um Congresso Literário 
Internacional, defendeu brilhantemente os escritores brasileiros, que vinham sendo 
severamente censurados, vítimas de injúrias feitas pelos interessados na permanência do 
livro brasileiro na retaguarda da literatura no Brasil. Voltou à Europa em 1889, indo tomar 
parte, em Paris, no X Congresso de Antropologia e Arqueologia Pré-Histórica, quando fez 
uma comunicação sobre o homem de Marajó e a antiga história da civilização amazônica. 
Sobre a rica Amazônia são também os ensaios sociológicos que escreveu nessa época, 
Cenas da vida amazônica (1886) e A Amazônia (1892). 
De volta ao Pará, foi nomeado diretor da Instrução Pública (1880-91). Em 1891, 
transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde retornou ao magistério, tendo sido professor na 
Escola Normal (atual Instituto da Educação) e no Ginásio Nacional (atual Colégio Pedro II), 
dos quais foi também diretor. Interrompera os seus trabalhos de sociologia e de história, 
ainda no Pará, para fixar-se na crítica e na história literária, atividade a que ele se dedicou 
mais intensamente no Rio de Janeiro. 
Criada a pasta da educação pública, logo após a proclamação da República, o seu 
primeiro ministro, Benjamin Constant, procedeu a reforma do sistema geral de ensino 
público. José Veríssimo discutiu, no Jornal do Brasil no primeiro semestre de 1892, as 
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reformas introduzidas, delas fazendo uma crítica magistral, que depois ele acresceu como 
Introdução da 2ª edição (1906) de seu livro A educação nacional. Referido sempre como o 
fundador da Revista Brasileira, José Veríssimo na verdade dirigiu a sua terceira fase. 
A terceira Revista Brasileira começa em 1895 e vai até 1889, completando vinte 
volumes em cinco anos. Veríssimo teve o dom de agremiar toda a literatura nacional na 
Revista. Prestigiada pelos mais eminentes amigos de José Veríssimo: Machado de Assis, 
Joaquim Nabuco, Visconde de Taunay, Lúcio de Mendonça, entre outros. 
Em 1912, tendo a Academia aceitada a candidatura de Lauro Müller, ministro das 
Relações Exteriores, político e não homem de letras, e que foi eleito por 22 votos para a 
vaga do Barão do Rio Branco, derrotando o conde de Ramiz Galvão, Veríssimo sentiu 
desfazer-se a ilusão com que sonhara ao fundar-se uma instituição em que se recebessem 
exclusivamente expoentes da literatura e, desgostoso, afastou-se da Academia. Nunca 
mais manteve qualquer relação com a casa que ajudara a fundar. 
Como escritor, a sua obra é das mais notáveis, destacando-se os vários estudos 
sociológicos, históricos e econômicos sobre a Amazônia e as suas séries de história e 
crítica literárias. Na Introdução à sua História da literatura brasileira tem-se uma primeira 
revelação de todas as vicissitudes por que havia de passar uma literatura que se nutriu por 
muito tempo da tradição, do espírito e de fórmulas de outras literaturas, principalmente do 
que lhe vinha de Portugal e da França. 
José Veríssimo constitui com Araripe Júnior e Sílvio Romero a trindade crítica da era 
naturalista, influenciada pelo evolucionismo e pela doutrina determinista de Taine; mas seus 
pontos de vista e processos eram diferentes. 
Araripe Júnior, mais independente intelectualmente, com mais sensibilidade artística 
e mais estilo, mostrou até onde ia sua ligação com Taine, de cuja doutrina aceitava mais o 
fator meio, diferentemente de Sílvio Romero, que enfatizou a raça e foi um metodizador e 
um inovador, ao aplicar os seus doutrinas científicas a muitos dos fatos da nossa literatura, 
coordenando-os sobre uma base de doutrina social e demonstrando o que existia de mais 
ou menos organicamente ativo no desenvolvimento da nossa história literária. 
A crítica de José Veríssimo, por sua vez, é penetrada de um constante espírito de 
equilíbrio e de ordem, a que ele juntava, não raro, um pensamento filosófico e moral para 
enriquecê-la de uma autoridade maior, reforçando o crítico no educador. Fazia do 
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racionalismo lógico a sua força capital, achando que “criticar é compreender”,e não se 
enredar no cientificismo que tanto empolgou os outros críticos do seu tempo. 
Para ele, na crítica literária vê-se um pouco como na história: o livro, o “fato literário” 
em si, não é tudo para o crítico, e não basta realçar dele apenas o mais visível dos seus 
meios de expressão; é preciso alcançá-lo nas suas implicações menos aparentes de ordem 
filosófica, estética ou social, para bem situá-lo como razão de ser da literatura. Acima de 
tudo ressalta da sua obra o cunho nacionalista, que ele procurou rastrear desde o início da 
literatura brasileira, na obra de poetas e ficcionistas nos quais soube detectar o sentimento 
de brasilidade. 
Foi ele que, ao seu tempo, chegou à mais íntima comunicação com o espírito e a 
obra de Machado de Assis, notando o quanto ele trazia, pelo romance, pelo conto, pela 
própria poesia, de original e único para a literatura brasileira. 
 
2. SIMBOLISMO (1890-1915) 
 
Na Europa, por volta de 1870, as ciências positivistas e materialistas vão perdendo 
terreno, vão se tornando impotentes. Surge, então, uma nova forma de encarar o mundo. 
Há uma conscientização de que o positivismo e o materialismo já não podem mais explicar 
os ―mistérios‖ da realidade. 
Ao lado dos valores materiais retornam as verdades espirituais adormecidas: a Fé, 
as verdades do sentimento e do inconsciente. A última década do século XIX caracteriza-
se pelo triunfo do espiritualismo, do nacionalismo e do individualismo sobre o materialismo 
e o positivismo. O Simbolismo corresponde, na Arte, a este movimento de ideias que se 
opõe ao objetivismo realista. 
O Simbolismo, corrente literária (mais especificamente poética) que se afirma entre 
1890 e 1915, definem-se por um conjunto de aspectos variáveis de autor para autor. Há 
quem defina o simbolismo como uma busca obstinada da verdade metafísica que tem como 
instrumento de descoberta o símbolo. Diz Mallarmé – mestre do Simbolismo francês – que 
os parnasianos buscam descrever as coisas, enquanto que o sonho está em sugeri-las. A 
visão simbolista consiste no envolvimento entre o eu e as coisas. Essa misteriosa relação 
entre o estado de espírito do poeta e o mundo não pode ser descrita, apenas sugerida. 
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Origem 
O Simbolismo nasceu na França e teve como os mais autênticos representantes 
Mallamé e Verlaine. Esses poetas abandonam os princípios da escola realista e parnasiana 
e dedicam-se ao ―culto do etéreo, do subjetivo, do obscuro, do vago, do sugestivo‖; 
rejeitam o mito da precisão descritiva; para eles, a palavra poética deve antes sugerir que 
dominar. 
Pré-simbolismo 
• Sob a influência de Baudelaire, a partir de 1866, é possível falar de um pré 
Simbolismo em Portugal: 
• Folhetins em prosa poética publicados por Eça de Queirós e depois reunidos sobre 
o título Prosa Bárbaro; 
• A poesia Responso (1874), de Cesário Verde; 
• Quatro sonetos de Gomes Leal, O visionário ou som e cor, no livro Claridades do 
Sul (1875); 
• As Líricas e Bucólicas (1884), de Antônio Feijó. Coube a Eugênio de Castro a 
introdução do Simbolismo em Portugal, com o lançamento de Oaristos – coletânea de 
poemas, prefaciado pelo autor. As primeiras manifestações em favor dessa nova corrente 
em Portugal ligam-se a duas revistas coimbrãs rivais: Os Insubmissos e Boêmia Nova 
(1889). O movimento simbolista estendeu-se até 1915, ano que marca o inicio do 
Modernismo em Portugal. 
 
2.1 Momentos Históricos 
 
O simbolismo dividiu com aquele estilo o espaço cultural europeu entre o final do 
século XIX e o início do século XX. O período que vai de 1890 a 1915 é marcado por 
inúmeras tendências literárias e filosóficas, representando, no geral, a superação das teses 
centrais divulgadas pela geração de 70. Aliás, muitos autores realistas já não endossam 
mais aquelas ideias radicais , como se pode ver pelo modo como Antero de Quental e Eça 
15 
 
 
de Queirós , por exemplo, reveem suas posições intelectuais. Surgem movimentos 
renovadores de cunho antimaterialista e antipositivista. 
A filosofia do espírito ressurge e ideias nacionalistas começam a ganhar terreno na 
literatura. Cumpre destacar que a agitação política contra a monarquia tornava-se cada vez 
mais intensa, vindo a culminar , em 1910 , com a instauração da república. 
O movimento nacionalista vinha, pois, fomentar a exaltação de valores nacionais e, 
se por vezes pecou por um sentimentalismo excessivo, constituiu um fator importante na 
restauração psicológica de uma sociedade em crise. Sobre essa renovação espiritual, 
assim se manifesta o crítico Antônio Soares Amora: “O movimento de reabilitação do” 
espírito foi mais longo; sem cogitar de p6or em dúvida as verdades e as possibilidades 
cognoscentes das ciências positivas, no que respeita a matéria, impôs a convicção de que 
as verdades sobre o mundo exterior, afirmadas por todas as manifestações da 
espiritualidade do homem, não são menos verdades que as apura a inteligência com 
métodos científicos. 
Deste modo, reabilitaram-se as verdades do idealismo, as verdades morais e 
sentimentos, as verdades da imaginação, as verdades do subconsciente, enfim, as 
verdades da alma, que nos dão a realidade objetiva com uma natureza e com uma 
significação muito diferente de tudo o que nos oferece o racionalismo científico e 
materialista. ‖. A esse ressurgir da filosofia do espírito e do nacionalismo, se junta à reação 
ao Realismo com a proposta de uma literatura mais c\voltada para as forças interiores do 
homem, para sua dimensão psicológica e transcendental, beirando o místico e o irracional. 
Essa tendência literária recebeu influência direta do Simbolismo francês, que em 1886 já 
lançara suas bases. 
Contudo, vemos que, em Portugal, esse período de 1890 a 1915, ainda que receba 
o nome geral de Simbolismo, está longe de esgotar-se apenas nessa direção. Para melhor 
o compreendermos, temos que ter presente a de intermediários para as novas posições 
que serão assumidas a partir da década de 20, inaugurando o Modernismo. No Brasil, esse 
início se seu com a publicação, no mesmo ano (1893), dos livros Missal e Broqueis, de 
autoria de Cruz e Souza, nosso melhor poeta simbolista. 
Nos dois países (Portugal / Brasil), considera-se geralmente que o início dos 
respectivos movimentos modernistas representou o surgimento de novas alternativas 
literárias: 1915, em Portugal e 1922, no Brasil. a crítica literária brasileira por vezes opta 
16 
 
 
pela escolha do ano de 1902 para demarcar o fim da era parnasiano-simbolista, porque foi 
então que se deu a publicação do livro Os sertões, de Euclides da Cunha, representativo 
de uma nova preocupação social que, ausente nos estilos anteriores, passaria a dominar a 
literatura nacional. 
A Poesia 
Contrariamente aos preceitos realistas, a poesia do Simbolismo valorizou o 
subjetivismo e o inconsciente, tornando-se um meio de sondagem do mundo interior do 
"eu" lírico. Essa introspecção gerou caminhos diversos nos muitos poetas simbolistas, 
levando tanto a um intimismo saudosista, à expressão dos desencontros da vida como à 
angústia diante do destino e da morte. Na linguagem, os simbolistas abandonaram o 
vocabulário filosófico dos realistas e utilizaram-se abundantemente das metáforas 
inusitadas, dos termos “sugestivos, das analogias, das sinestesias”. 
Ao tom incisivo do Realismo opuseram a musicalidade, mais adequada à expressão 
dos vários matizes da vida psicológica. Essas características subjetivas, que, por vezes, 
deságuam num sentimentalismo de mau gosto, marcaram também a prosa da época. 
Dentre os numerosos poetas de tendências simbolistas, devem ser mencionados Camilo 
Pessanha, Eugênio de Castro (cuja obra O aristos assinala , em 1890 , o início do 
Simbolismo português), Antônio Nobre, Florbela Espanca e Teixeira de Pascoaes. 
A prosa de ficção 
Embora as características típicas do Simbolismo privilegiassem a poesia como meio 
de expressãomais adequado, a prosa também foi bastante cultivada nesse período e, ainda 
que com menor intensidade, revela influências do subjetivismo e do espiritualismo 
dominante nos poetas. Sem deixar de considerar o contexto social, os ficcionistas, 
entretanto, analisaram suas personagens de modo bem mais pessoal e introspectivo do 
que o fizeram os realistas. 
Mergulhando no interior do ser humano, daí extraiu dramas de consciência e 
angústias existenciais que geraram páginas de grande densidade psicológica, traço que vai 
influenciar a geração dos prosadores modernos. A linguagem ganha em plasticidade e, não 
raro, os limites entre prosa e poesia não serão facilmente identificados em obras de autores 
dessa época, dentre os quais merecem citação Raul Brandão, Teixeira Gomes, Carlos 
Malheiro Dias, Antero de Figueiredo, entre outros. 
17 
 
 
Outros gêneros 
O teatro não acompanhou a riqueza da prosa e da poesia, e daqueles que se 
dedicaram a escrever obras para o palco, o único que se tornou mais conhecido foi Júlio 
Dantas (1876-1962) e, mesmo assim, em função apenas de uma obra sentimental: A Ceia 
dos cardeais, de 1902. Por outro lado, a cultura portuguesa viu-se enriquecida com o 
surgimento de uma geração de críticos e historiadores importantes, como Antônio Sérgio e 
Fidelino de Figueiredo. 
 
2.2 Características 
 
A literatura simbolista surgiu, em parte, como reação ao espírito racionalista e 
cientificista do Realismo-Naturalismo e do Parnasianismo. Nesse sentido, seguindo 
correntes filosóficas e artísticas de sua época, negou o poder absoluto de explicação do 
mundo que se atribuía àquele espírito, fundamentando sua arte na rejeição do racionalismo 
e do cientificismo. 
O espiritismo funcionava, assim, como forma de abordagem de um mundo que se 
supunha existir para além da realidade visível e concreta. No Brasil, o vocabulário litúrgico 
(isto é, repleto de referências a celebrações religiosas) foi largamente usado como 
expressão dessa espiritualidade. 
Os objetos, as figuras humanas, enfim toda a realidade era focalizada através de 
imagens vagas e imprecisas, que propositadamente dificultavam sua compreensão e 
interpretação. 
A inovação na combinação de expressões conhecidas conduziu naturalmente os 
simbolistas à criação de neologismos, isto é, novas palavras. 
Os procedimentos técnicos mais ligados ao Simbolismo são a sinestesia e a 
musicalidade. A sinestesia corresponde à mistura de sensações, provocada exatamente 
para acionar no leitor uma série de sentidos: “Tardes como músicas de violinos (Emiliano 
Perneta)”. 
18 
 
 
A musicalidade é obtida com a exploração da camada sonora dos vocábulos. A 
poesia desenvolveu, desde o final da época trovadoresca, formas particulares de obtenção 
da sonoridade, que sempre foram utilizadas. 
A musicalidade está presente na estética simbolista em dois procedimentos básicos: 
a aliteração (repetição de consoantes: “Fujamos flor! à flor destes floridos fenos. Eugênio 
de Castro”). E a assonância (repetição de vogais: "amarguras do fundo das sepulturas"- 
Cruz e Souza). 
 
2.3Alguns autores 
2.3.1António Nobre 
 
António Pereira Nobre (Porto, 16 de Agosto de 1867 — Foz do Douro, 18 de Março 
de 1900), mais conhecido como António Nobre, foi um poeta português cuja obra se insere 
nas correntes ultrarromânticas, simbolista, decadentista e saudosista (interessada na 
ressurgência dos valores pátrios) da geração finissecular do século XIX português. A sua 
principal obra, Só (Paris, 1892), é marcada pela lamentação e nostalgia, imbuída de 
subjetivismo, mas simultaneamente suavizada pela presença de um fio de auto ironia e com 
a rotura com a estrutura formal do género poético em que se insere traduzida na utilização 
do discurso coloquial e na diversificação estrófica e rítmica dos poemas. Apesar de a sua 
produção poética mostrar uma clara influência de Almeida Garrett e de Júlio Dinis, ela 
insere-se decididamente nos cânones do simbolismo francês. A sua principal contribuição 
para o simbolismo lusófono foi a introdução da alternância entre o vocabulário refinado dos 
simbolistas e outro mais coloquial, reflexo da sua infância junto do povo nortenho. Faleceu 
com apenas 33 anos de idade, após uma prolongada luta contra a tuberculose pulmonar. 
 
2.3.2Camilo de Almeida Pessanha 
 
Nasceu no dia 7 de setembro de 1867 na cidade de Coimbra em Portugal. Após 
formar-se em Direito foi para Macau, na China, onde exerceu a função de Professor. 
Acometido de Tuberculose e, segundo alguns estudiosos, viciado em ópio, o que contribuía 
19 
 
 
para o agravamento da doença, retornou várias vezes para Portugal para tratar da sua 
saúde. 
Essas viagens de pouco valeram, uma vez que o poeta faleceu em 1º de março de 
1926 em Macau. Camilo Pessanha que é, sem sombra de dúvidas, o maior e mais autêntico 
poeta Simbolista português foi fortemente influenciado pela poesia do poeta francês 
Verlaine. Sua poesia, que influenciou vários poetas modernistas, como por exemplo, 
Fernando Pessoa, mostra o mundo sob a ótica da ilusão, da dor e do pessimismo. 
O exílio do mundo e a desilusão em relação à Pátria também estão presentes em 
sua obra e passam a impressão de desintegração do seu ser. A sua obra mais famosa é " 
Clepsidra", relógio de água, que contém poemas com musicalidade marcante e temas até 
certo ponto dramáticos. 
 
2.3.3Cruz e Souza 
 
João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro, atual Florianópolis. Filho de escravos 
alforriados pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa, seria acolhido pelo Marechal e sua 
esposa como o filho que não tinham. Foi educado na melhor escola secundária da região, 
mas com a morte dos protetores foi obrigado a largar os estudos e trabalhar. Sofre uma 
série de perseguições raciais, culminando com a proibição de assumir o cargo de promotor 
público em Laguna, por ser negro. 
Em 1890 vai para o Rio de Janeiro, onde entra em contato com a poesia simbolista 
francesa e seus admiradores cariocas. Colabora em alguns jornais e, mesmo já bastante 
conhecido após a publicação de Missal e Broquéis (1893), só consegue arrumar um 
emprego miserável na Estrada de Ferro Central. Casa-se com Gavita, também negra, com 
quem tem quatro filhos, dois dos quais vêm a falecer. 
Sua mulher enlouquece e passa vários períodos em hospitais psiquiátricos. O poeta 
contrai tuberculose e vai para a cidade mineira de Sítio se tratar. Morre aos 36 anos de 
idade, vítima da tuberculose, da pobreza e, principalmente, do racismo e da 
incompreensão. 
 
20 
 
 
3. MODERNISMO: ORPHEU (1915-1927) 
 
Assim como o modernismo no Brasil, o modernismo em Portugal foi fruto das novas 
concepções estéticas que circulavam na Europa no início do século XX. Irreverente, 
contestador e anárquico, romperam com os padrões até então vigentes ao propor uma nova 
linguagem, absolutamente diferente daquela adotada pelos poetas românticos e 
simbolistas. Estendeu-se até o final do Estado Novo, na década de 70, e contou com 
importantes nomes, entre eles Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, 
Irene Lisboa, Miguel Torga, entre outros, que representaram as quatro vertentes do 
modernismo: o Orfismo, o Presencialismo, o Neorrealismo e o Surrealismo. 
Orfismo (1915-1927): corresponde à primeira fase do modernismo português. 
Recebeu esse nome por causa da revista Orpheu, primeiro publicação a divulgar os ideais 
modernistas e as tendências culturais que circulavam na Europa no início do século XX. 
Foi fundada em 1915 por um grupo de escritores e artistas plásticos, entre eles Fernando 
Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros e o 
brasileiro Ronald de Carvalho. 
Os orfistas tinham como objetivo chocar a burguesia ao apresentar uma poesia livre 
da métrica e inserir a literatura portuguesa no contexto cultural europeu, que àquela época 
estava sob forte influência das tendências futuristas.Embora tenha desaparecido 
precocemente (foram publicadas apenas duas edições), a revista Orpheu deixou uma 
enorme herança cultural, influenciando novos artistas, assim como o surgimento de novas 
publicações. 
21 
 
 
 
Figura: 4 
Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros foram os principais representantes do 
Orfismo, primeira fase do modernismo português. 
 
Presencialismo ou Presencismo (1927–1940): O segundo momento modernista 
recebeu esse nome por causa da revista literária Presença, cujo primeiro exemplar foi 
publicado no ano de 1927. Fortemente influenciada pela revista Orpheu, a publicação foi a 
principal responsável por divulgar e dar continuidade às ideias modernistas, embora seus 
representantes tenham defendido uma literatura mais intimista, voltada para a introspecção 
e para o experimentalismo. O grupo encerrou suas atividades no ano de 1940, quando o 
mundo ainda vivia sob as tensões provocadas pela Segunda Guerra Mundial. Seus 
principais representantes foram José Régio, Adolfo Rocha, João Gaspar Simões, Miguel 
Torga, Irene Lisboa, entre outros. 
22 
 
 
 
Figura: 5 
José Régio, Miguel Torga e Irene Lisboa foram os principais representantes do Presencialismo, 
segunda fase do modernismo português. 
 
Neorrealismo (1940-1974): surgiu em um conturbado contexto histórico-social. A 
Europa sofria com as consequências de uma forte crise econômica, com a tirania de 
regimes totalitários e também com a constante tensão provocada pela Segunda Guerra 
Mundial. 
Seus principais representantes foram Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso 
Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário 
Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira, entre outros. 
O neorrealismo teceu duras críticas ao individualismo e ao esteticismo — temas 
caros ao Presencialismo — e divulgou na literatura o pensamento marxista e a forte rejeição 
ao socialismo utópico. As revistas Seara Nova, Sol Nascente e o Diabo foram responsáveis 
por divulgar a estética neorrealista em Portugal. 
23 
 
 
 
Figura: 6 
Alves Redol, Vergílio Ferreira e Fernando Namora estão entre os principais representantes do 
Neorrealismo português. 
 
4. MODERNISMO: PRESENÇA (1927-1940) 
 
O Presencismo, movimento literário português cuja designação e ideário estão 
vinculados à revista Presença, foi fundado em Coimbra pelos então estudantes José Régio, 
João Gaspar Simões, Branquinho da Fonseca e Adolfo Correia da Rocha. Posteriormente, 
outros nomes juntaram-se ao grupo, entre eles o escritor Adolfo Casais Monteiro, que, após 
a saída de Fonseca e Rocha (que então passaria a utilizar o pseudônimo de Miguel Torga), 
passou a integrar o corpo diretivo da revista. Ao apresentar o propósito de isenção 
ideológica e aceitar em suas colunas colaboradoras de qualquer credo político, religioso e 
moral, a revista Presença gerou polêmica, pois, de acordo com intelectuais contrários à 
estética do Presencismo, tal atitude significava um retrocesso em relação ao modernismo 
órfico, cuja principal característica era a defesa de uma arte engajada. 
Os presencistas defendiam um ideal de arte que muito lembrava a “arte pela arte”, 
conceito primordial da literatura produzida no século XIX. Contraditoriamente, buscavam 
atrelar o seu ideário às linhas avançadas da modernidade, espelhando-se nas correntes 
revolucionárias que eclodiram na Europa após a Primeira Guerra Mundial. 
24 
 
 
Nomes como Proust, Max Jacob, André Breton, Reverdy, Jean Cocteau, André Gide, 
Dostoiévski, entre outros, influenciaram a criação de uma literatura introspectiva e intimista, 
próxima das teorias do inconsciente humano defendidas por Sigmund Freud e distante da 
literatura de ênfase social que tanto norteou a estética orfista. 
Esse distanciamento rendeu ao Presencismo o incômodo rótulo de “literatura 
alienada”, alheia à crise política, social e econômica enfrentada pela Europa àquela época. 
Identidade 
Matei a lua e o luar difuso. 
Quero os versos de ferro e de cimento. 
E em vez de rimas, uso 
As consonâncias que há no sofrimento. 
 
Universal e aberto, o meu instinto acode 
A todo o coração que se debate aflito. 
E luta como sabe e como pode: 
Dá beleza e sentido a cada grito. 
 
Mas como as inscrições nas penedias 
Têm maior duração, 
Gasto as horas e os dias 
A endurecer a forma da emoção. 
Miguel Torga 
O Presencismo associou-se a uma concepção de arte metafísica e abstrata na qual 
a subjetividade era mais importante do que a verdade objetiva ou racional, esse último 
conceito presente na literatura orfista. Guardadas as diferenças ideológicas, os escritores 
presencistas reconheciam a importância do Orfismo para a ampliação do panorama 
cultural português e para a ruptura definitiva com a tradição simbolista vigente. Divulgar as 
conquistas da primeira geração e consolidar o modernismo em Portugal foi a principal 
contribuição do Presencismo, estética que vigorou até o ano de 1940, mesmo ano em que 
a revista Presença deixou de circular e no mesmo momento em que o Neorrealismo ganhou 
lugar no gosto do público. 
25 
 
 
 
Figura: 7 
Primeira edição da revista Presença, fundada em Coimbra e publicada no dia 10 de março de 1927. 
 
 
5. NEORREALISMO E TENDÊNCIAS 
CONTEMPORÂNEAS (1939-atualidade): 
 
O Neorrealismo (novo realismo) designa uma corrente artística moderna de 
vanguarda, que surgiu nas primeiras décadas do século XX nas áreas da pintura, literatura, 
música e cinema. 
Corrente ideológica das artes com influência socialista, comunista e marxista, o 
Neorrealismo ocorreu em diversos países europeus, bem como teve influência no Brasil. 
Seu nome já indica sua principal caraterística, ou seja, o realismo. 
Dessa maneira, os artistas neorrealistas estavam empenhados em criar uma arte 
voltada para a realidade, e, portanto, às questões sociais, culturais, políticas e econômicas 
pelo qual passava a sociedade. 
26 
 
 
O termo “Realismo Social” foi proferido pela primeira vez, pelo escritor e ativista 
russo Máximo Gorki (1868-1936) em 1934, durante o “Primeiro Congresso dos Escritores 
Soviéticos”. 
 
5.1Características do neorrealismo 
 
Veja abaixo as principais características da arte neorrealista: 
• Anticapitalismo, marxismo e psicanálise; 
• Realismo social; 
• Arte de vanguarda; 
• Temática social, econômica, histórica e regional; 
• Luta de classes (burguesia e proletariado); 
• Estilo como elemento estético; 
• Objetividade e simplicidade; 
• Linguagem popular, coloquial e regional; 
• Repúdio às formas tradicionais; 
• Vulgarização de personagens. 
Neorrealismo Francês 
27 
 
 
 
Figura: 8 
Cena do filme A Grande Ilusão (1937) de Jean Renoir 
 
Chamado de "Realismo Poético", esse estilo artístico foi destaque no cinema 
francês a partir de 1930. 
Os cineastas estavam inclinados em criar produções inovadoras calcadas em temas 
sociais e humanos, cujas obras estavam repletas de sátiras, humor e o pessimismo gerado 
no período entre as duas grandes guerras. 
O Realismo Poético representou um movimento de vanguarda, crítico e 
revolucionário, o qual procurava denunciar os conflitos e as desigualdades sociais vigentes. 
Com isso, o cinema francês adquire uma abordagem distinta durante os anos 30 e 
40, com a inclusão de gravações fora dos estúdios que apresentavam histórias com 
personagens de classe populares. 
Os diretores franceses mais importantes do realismo poético foram: 
• René Clair e a obra “Sob os telhados de Paris” (1930); 
• Jean Vigo e sua película “O Atalante” (1934); 
• Julien Duvivier e o filme “O Demônio da Algéria” (1937); 
• Jean Renoir com “A Grande Ilusão” (1937); 
28 
 
 
• Marcel Carné e a obra “O Boulevard do Crime” (1945). 
Neorrealismo Italiano 
Inspirado no Realismo Poético francês, o neorrealismo italiano representou um 
movimento cultural e artístico que despontou na décadade 40 na Itália, mais precisamente 
após a segunda guerra mundial (1945). 
O país passava por uma grande crise após a grande guerra mediada pela 
desestruturação social, política e econômica. 
Diante disso, o neorrealismo italiano buscou na simplicidade uma estética e técnicas 
cinematográficas inovadoras. 
Explorou temas cotidianos, da realidade social e econômica por meio de diversas 
criações cinematográficas, inclusive do gênero documental (documentários). 
Merecem destaque os diretores de cinema: 
• Roberto Rosselini e seu filme “Roma, Cidade Aberta” (1945); 
• Vittorio De Sica e sua película “Ladrões de Bicicleta” (1948); 
• Luchino Visconti com o filme “A Terra Treme” (1948). 
6. EXISTENCIALISMO 
 
O existencialismo popularizou-se após a Segunda Grande Guerra. É no contexto 
de uma Paris destruída que essa corrente de pensamento foi associada ao nome de Jean-
Paul Sartre. Trata-se de um equívoco, entretanto, assumir que esse pensador é o 
inaugurador desse novo olhar sobre o mundo e o ser humano. 
A fonte de inspiração da existência como problema filosófico encontra-se em 
Martin Heidegger, que por sua vez, foi influenciado por Friedrich Nietzsche e Soren 
Kierkegaard. Embora esses pensadores tenham elaborado explicações distintas, suas 
reflexões iniciaram-se baseadas no ser humano em sua concretude. 
Maurice Merleau-Ponty, por exemplo, enfatizou a centralidade do corpo 
em Fenomenologia da percepção (1945), sendo sua ausência inconcebível. Nessa obra, as 
29 
 
 
questões foram pensadas com base na vida em seus aspectos concretos, e temas como a 
angústia, a responsabilidade e a liberdade começaram a ser enfatizados. 
 
Figura: 9 
Jean-Paul Sartre é um dos nomes mais famosos do existencialismo. 
 
 
6.1Características do existencialismo 
 
A base da proposta existencialista é analisar o ser humano em seu todo e não 
dividido em aspectos internos (sua mente, cognição e sentimentos) e externos (seu corpo, 
comportamento e ações). Embora tenhamos semelhanças com outros seres e alguns 
objetos, a consciência que temos das nossas ações e do mundo ao nosso redor é peculiar. 
Não poderíamos, assim, tentar entender o ser humano do mesmo modo que 
compreendemos os demais seres e objetos do mundo. A existência não é algo que se 
possa meramente classificar ou mensurar, pois é um desdobramento ou acontecimento que 
não se deixa compreender a não ser sendo um indivíduo. 
Encontramo-nos em uma situação na qual o que somos não está predeterminado, 
mas é antes resultado das nossas ações. Coloca-se em questão, assim, o propósito do ser 
humano em um mundo que não é como deseja ou tenha escolhido. 
Essa situação, que consiste geralmente na percepção de uma limitação, é o que 
gera o sentimento de ansiedade. As ações passam a ser entendidas como resultados 
30 
 
 
unicamente de escolhas e não como reações ou reflexos das situações nas quais alguém 
se encontra. 
 
6.2 Principais filósofos 
 
A radicalidade da tomada de consciência de si e do mundo é um dos principais 
motivos pelo qual o existencialismo continua sendo uma corrente de pensamento relevante 
e que possibilitou desdobramentos em muitas áreas do conhecimento. 
Soren Kierkegaard é apontado por muitos como o primeiro filósofo a colocar o 
indivíduo como ser singular no centro da reflexão filosófica. Essa temática surge em suas 
abordagens do conflito entre questões morais e religiosas, nas quais usa frequentemente 
a figura do personagem bíblico Abraão, indicando limitações nas perspectivas racionalistas 
em oferecer respostas. 
 
Figura: 10 
Soren Kierkegaard é visto como o precursor do existencialismo. 
 
31 
 
 
Martin Heidegger reorientou a visão contemporânea sobre o problema do ser ao 
propor que a pergunta pelo ser só pode ser colocada por dasein (o “ser-aí”) ou o homem 
que existe no mundo. Só o ser humano existe efetivamente, uma vez que os demais seres 
e objetos apenas são. É a investigação sobre essa pergunta que evidencia o caráter 
existencialista de seu pensamento em Ser e tempo (1927). 
Sartre é mundialmente conhecido por sua afirmação de que a existência precede a 
essência, significando que só se pode entender o ser humano com base em suas ações no 
mundo. Conhecido por uma conferência intitulada 
O existencialismo é um humanismo (1946), que continha noções posteriormente 
revisadas e abandonadas, sua grande obra é O ser e o nada, publicada em 1943. 
 
7. SURREALISMO 
 
O surrealismo foi um movimento artístico e literário nascido em Paris na década de 
1920, inserido no contexto das vanguardas que viriam a definir o modernismo no período 
entre as duas grandes Guerras Mundiais. Fortemente influenciado pelas teorias 
psicanalíticas do psicólogo Sigmund Freud (1856-1939), o surrealismo enfatiza o papel do 
inconsciente na atividade criativa. Um dos seus objetivos foi produzir uma arte que, 
segundo o movimento, estava sendo destruída pelo racionalismo. O poeta e crítico André 
Breton (1896- 1966) era o principal líder e mentor deste movimento. Encontramos artistas 
como: René Magritte, Salvador Dalí, Miro, Max Ernest. 
Características 
- Influência da arte metafísica de Giorgio de Chirico, em que sombras são projetadas 
dentro da pintura provenientes de objetos externos; 
32 
 
 
 
Figura: 11 
Giorgio de chirico 
 
- Onirismo e exploração do imaginário (onirismo = sonhos). Salvador Dalí foi o 
pioneiro em pintura onírica, tornando um processo marcante no surrealismo; 
 
Figura: 12 
Salvador Dalí 
 
- Automatismo psíquico (inspiração nos processos do inconsciente, com menos 
racionalidade); 
33 
 
 
- Atmosfera de estranhamento, cenas pictóricas que não são retiradas do mundo 
“real” de observações, mas sim dos sonhos ou de processos internos; 
 
Figura: 13 
Salvador Dalí 
 
- Cenas envolvendo fetiches e desejos voltados a impulsos primitivos (sexo, violência 
e morte); 
- Realizavam experiências de alteração da percepção com drogas, hipnoses, 
sessões espíritas; 
 
Figura: 14 
Rene Magritte 
 
- Simultaneidade da forma, formas híbridas e muitas vezes formas com mais de uma 
imagem; 
- Influenciados pelas teorias freudianas sobre o inconsciente; 
34 
 
 
 
Figura: 15 
“Persistência da memória“ (Salvador Dalí) 
 
- Pintada em 2 horas. Dalí se inspirou ao ver um queijo derretendo na mesa. 
A obra Persistência da memória, com os famosos relógios derretidos, representa a 
teoria do universo curvo de Einstein no qual o tempo é relativo. Ela mostra a passagem do 
tempo, os medos internos de Dalí como o seu temor pelas formigas, por exemplo, 
elementos retirados predominantemente de um medo e reflexão interna. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS: 
 
BELLEZI, Clenir. O Pré-Modernismo. São Paulo Escala, 2005. 
BUENO, Alexei. O Pré-Modernismo. São Paulo, Global, 2006. 
MOISÉS, Massaud. História da Literatura Brasileira: O Simbolismo [Notadamente a 
segunda parte: Bélle Époque].SãoPaulo,Cultrix,vol.3,1985. 
ORTEGA Y GASSET, José. Meditação da técnica. Tradução de Luís Washington 
Vita. Rio de Janeiro: Livro Ibero-Americano, 1963. 
SEVCENKO, Nicolau. Literatura Como Missão. São Paulo, Cia das Letras, 2003.

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