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RECURSOS ESTILÍSTICOS 1 1 Sumário RECURSOS ESTILÍSTICOS ................................................................... 0 NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 CONCEITO DE ESTILÍSTICA..................................................................3 CAMPOS DA ESTILÍSTICA......................................................................5 ESTILÍSTICA SEMÂNTICA.......................................................................9 QUAIS SÃO OS RECURSOS ESTILÍSTICOS........................................11 O QUE É ESTILÍSTICA...........................................................................12 ESTILÍSTICA E FONÉTICA....................................................................13 ELEMENTOS DA ESTILÍSTICA..............................................................14 OUTROS RECURSOS EXPRESSIVOS.................................................16 A ESTILÍSTICA E O ENSINO DE PORTUGUÊS....................................17 ESTILÍSTICA, ESTILO, RETÓRICA.......................................................19 AS GRANDES VERTENTES DA ESTILÍSTICA......................................22 REFERÊNCIAS.......................................................................................25 2 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 3 3 CONCEITO DE ESTILÍSTICA O que é a Estilística? Ela tem a ver com estilo? É importante para a compreensão da língua portuguesa? Existe relação com a gramática? Certamente, há muitas dúvidas sobre o assunto. Então, é importante começar conceituando o termo. A Estilística é a parte dos estudos da linguagem que, como o próprio nome denota, preocupa-se com o estilo. Nela, a linguagem pode ser utilizada para fins estéticos, conferindo à palavra dados emotivos. A linguagem afetiva é representada por esse importante recurso, no qual podemos observar os processos de manipulação da linguagem utilizados para extrapolar a mera função de informar. Na Estilística há um interessante contraste entre o emocional e o intelectivo, estabelecendo uma relação de complementaridade entre seu estudo e o estudo da Gramática, que aborda a linguagem de uma maneira mais normativa e sistematizada. Muitas pessoas ainda associam o estilo a uma idéia de deformação da norma linguística, o que não é necessariamente uma verdade, visto que existe uma grande diferença entre traço estilístico e erro gramatical. O traço estilístico acontece quando há uma intenção estético-expressiva que justifique o desvio da norma gramatical. Já o erro gramatical não apresenta uma intenção estética, pois se configura apenas como um desconhecimento das regras. Existem, pois, os seguintes campos da Estilística: ⇒ Estilística fônica; ⇒ Estilística morfológica; ⇒ Estilística sintática; ⇒ Estilística semântica. 4 4 Para auxiliar na organização das palavras, tanto na linguagem escrita como na linguagem oral, a Estilística ocupa-se do estudo dos elementos expressivos, abarcando assim a conceitualização e os diversos usos das figuras, vícios e funções de linguagem. A partir da leitura de nossos artigos, você poderá entender quão importante é a Estilística, um recurso amplamente utilizado em diversos gêneros, especialmente na linguagem poética e na linguagem publicitária. A Estilística está relacionada com a função expressiva, que pretende conferir emoção ao discurso através de recursos como as figuras de linguagem 5 5 CAMPOS DA ESTILÍSTICA De acordo com os estudiosos, a Estilística pode ser dividida nos seguintes campos: Estilística Fônica Nesse campo, as figuras de som contribuem para atribuir harmonia aos textos mediante a sonoridade, como podemos verificar nas figuras de som ou harmonia abaixo: Aliteração: a repetição de consoantes marca o ritmo do texto. Exemplo: O peito do pé do Pedro é preto. Veja também: Aliteração Assonância: a repetição harmônica das vogais intensifica o ritmo do texto. Exemplo: Minha Foz do Iguaçu Pólo Sul, meu azul Luz do sentimento nu (Trecho da música Linha do Equador - Djavan) 6 6 Estilística Morfológica Esse campo da Estilística se preocupa principalmente com a forma. Para tanto, o recurso mais utilizado para exprimir mais emoção ao texto são os sufixos aumentativos e diminutivos. Exemplo: No Brasil, usa-se o diminutivo principalmente em relação à comida. Nada nos desperta sentimentos tão carinhosos quanto uma boa comidinha. - Mais um feijãozinho? O feijãozinho passou dois dias borbulhando num daqueles caldeirões de antropófagos com capacidade para três missionários. Leva porcos inteiros, todos os miúdos e temperos conhecidos e, parece, um missionário. Mas a dona de casa o trata como um mingau de todos os dias. - Mais um feijãozinho? - Um pouquinho. - E uma farofinha? - Ao lado do arrozinho? - Isso. - E quem sabe mais uma cervejinha? - Obrigadinho. (Trecho de Diminutivo - Luís Fernando Veríssimo) 7 7 Stilística Sintática A Estilística Sintática recorre a uma série de recursos para proporcionar efeitos estéticos nos textos. Veja abaixo como as figuras de sintaxe ou de construção contribuem nesse sentido: Silepse: a construção frasal baseia-se na concordância das ideias expressas no discurso. Exemplo: Uso da silepse de pessoa em "mais da metade da população mundial somos crianças" e "as crianças, vamos ter o mundo nas mãos" Anáfora: a repetição de palavras de forma regular marca o ritmo do texto. Exemplo: 8 8 Uso da anáfora pela repetição de "se for" Anacoluto: caracteriza-se pela mudança na sequência lógica da estrutura da frase tornando o texto mais interessante. Exemplo: “Eu, porque sou mole, você fica abusando. (Rubem Braga) ESTILÍSTICA SEMÂNTICA 9 9 No campo da Estilística Semântica os efeitos responsáveis por trazer emoção ao texto são as figuras de palavras ou semânticas. Dentre elas, destacam-se: Metáfora: a comparação de palavras que não se relacionamentre si torna o texto mais atrativo. Exemplo: Na imagem acima, a aderência do o pneu à pista está sendo comparada à do durex no papel Metonímia: é marcada pela transposição de significados, que considera a parte pelo todo. Exemplo: “Tinha tanta fome que comeu três pratos ao almoço. A metonímia está presente na ideia "comer o pratos". Na verdade, a pessoa não comeu os pratos, mas o que continha neles. Sinestesia: o efeito estilístico é transmitido através da associação de sensações por órgãos de sentidos diferentes. 10 1 0 Exemplo: “Agora, o cheiro áspero das flores leva-me os olhos por dentro de suas pétalas. (Trecho de Recordação - Cecília Meireles) O cheiro está associado ao olfato e não ao tato (cheiro áspero). QUAIS SÃO OS RECURSOS ESTILÍSTICOS Os recursos estilísticos são meios utilizados pela Estilística para individualizar os estilos, a depender das funções da linguagem empregadas. Nisso, nos referimos às funções emotiva, referencial, poética, conativa, metalinguística e fática. Sendo assim, a Estilística faz uso dos seguintes recursos linguísticos empregados pela língua: Linguagem Denotativa e Conotativa: recursos da língua empregados conforme o contexto em que ocorrem. A linguagem denotativa representa o uso literal da palavra, como aquele usado em jornais e artigos científicos. A linguagem conotativa se refere ao uso subjetivo da palavra, frequente em textos literários. Exemplo: A fera foi controlada pelo domador x Ela fica uma fera quando a ignoram. Vícios de Linguagem: são as construções sintáticas divergentes da norma culta. São exemplos: Pleonasmo: repetição de um termo com o mesmo significado na mesma oração. Exemplo: “rir meu riso” 11 1 1 Barbarismo: erro na grafia ou pronúncia de determinada palavra. Exemplo: pobrema (problema) Redundância: quando a informação é expressa mais de uma vez. Exemplo: conclusão final Cacofonia: sons desagradáveis formados pela combinação do final de uma palavra com o início da seguinte. Exemplo: não fiz, já que tinham me falado que ela o faria. Ambiguidade: duplicidade de sentido das palavras. Exemplo: Prenderam o cachorro do menino. O QUE É ESTILÍSTICA A estilística é um recurso da linguística relacionado com o estilo da linguagem utilizada, tanto oral quanto escrita. É o estudo da variação da língua para atribuir às palavras e frases sentidas emotivos e estéticas. A estilística trabalha com o contexto no qual as palavras se inserem para identificar os diversos sentidos. A escolha de um sinônimo em vez de outro, palavras que trazem significados que não são originalmente definidos para ela, a estilística é feita para explicar todas essas questões da linguagem. O foco de estudo não são apenas as palavras, mas a forma como elas são organizadas, não do mesmo jeito que a sintaxe as estuda, mas como são pronunciadas e em que posição geográfica elas se encontram, como se organizam em relação ao texto e o tipo de escrita usada. Todos esses fatores podem criar um diferente resultado de entendimento, segundo os estudos estilísticos. Em resumo, a estilística é uma forma de se expressar usando a língua e ultrapassando apenas o significado literal das palavras. 12 1 2 ESTILÍSTICA E OS ESTUDOS DA LINGUAGEM Uma característica da estilística é que ela pode passar por todos os outros estudos da linguagem e formar recursos de expressão. Não necessariamente ele interage com um por vez, mas para facilitar o estudo é melhor separá-los. ESTILÍSTICA E FONÉTICA A fonética pode ser combinada com a estilística de diversas maneiras, como, por exemplo, pela repetição de fonemas ao longo do texto. O uso de palavras que não possuem um significado exato, pois são apenas reproduções gráficas de sons, também é fruto desta relação entre as áreas da linguísticas. A sonoridade das palavras cria certo ritmo para o texto que foge do estudo da gramática. ESTILÍSTICA E MORFOLOGIA Os recursos morfológicos normalmente estão presentes na estilística em sufixos das palavras, os mais comuns são os de aumentativo e diminutivo. Esses dois tipos de sufixos normalmente referem-se ao tamanho de alguém ou algo, mas neste contexto não precisam referir-se necessariamente a isso, e por essa razão é possível, por exemplo, compor apelidos carinhosos simplesmente adicionando-se um sufixo diminutivo a um nome próprio. ESTILÍSTICA E SINTAXE A sintaxe traz diversos recursos expressivos, podendo interagir com a estilística de várias maneiras. Uma delas é retirar os conectivos de uma oração para desacelerar o ritmo, ou repeti-los para acelerar. Os recursos 13 1 3 sintáticos podem produzir diversos sentidos numa oração, dar ênfase, igualar a língua escrita com a oral, entre diversos outros objetivos. ESTILÍSTICA E SEMÂNTICA A semântica trabalha com os significados das palavras, e usando-a como recurso expressivo, é possível fazer com que uma palavra tenha um significado que não pertence a ela, mas no contexto seja possível perceber ao que se refere. Essa mistura de semântica e estilística gera várias figuras de linguagem, entre elas a metáfora e a metonímia. ELEMENTOS DA ESTILÍSTICA O estudo aprofundado da estilística a diversos outros assuntos é importante para a expressão e para entender melhor não só a literatura, mas qualquer obra que carregue um mínimo de expressão. São itens pertinentes à estilística: Figuras de Linguagem: São recursos estilísticos que utilizam aspectos fonólogicos, sintáticos ou semânticos para auxiliar a expressão do emissor. Funções de Linguagem: São formas que a linguagem assume a partir da adoção de recursos estilísticos que conferem a ela certas características que a tornam adequada para determinadas finalidades. Alguns estudiosos da língua portuguesa também associam à estilística a questão da Conotação e Denotação , suas definições e utilizações. 14 1 4 Fonte:https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.slideshare.net%2Fkati apgm%2Fliteratura-recursos-estilsticos&psig=AOvVaw3F732UGulIR- bbIAESqYN4&ust=1603462324945000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCMi3lu SwyOwCFQAAAAAdAAAAABAD 15 1 5 OUTROS RECURSOS EXPRESSIVOS São diversos instrumentos estilísticos que servem para dar ênfase ao texto ou em passagens que poderiam passar desapercebidas. Exemplos desses recursos são: Repetição; Enumeração; Adjetivação Expressiva; Paralelismo; Polissemia; Intertextualidade; Ambiguidade; Interrogação Retórica; Alegoria; Recursos sonoros variados: assonâncias, aliterações, rimas, onomatopeias. A ESTILÍSTICA E O ENSINO DE PORTUGUÊS Definida como a disciplina lingüística que estuda os recursos afetivo- expressivos da língua (ou sistema, no sentido estruturalista de Ferdinand de Saussure), a estilística é uma ciência recente (fundada no início do século XX pelo suíço Charles Bally e o alemão Karl Vossler), mas um saber muito antigo, que remonta à tradicional retórica dos gregos. Tendo em comum o estudo da expressividade, distinguem-se, contudo, por seus objetivos: a retórica era uma doutrina com finalidade pragmático- prescritiva, enquanto a estilística, como ciência, apresenta um caráter mais descritivo-interpretativo, sem considerações de natureza normativa. Essa preocupação fica reservada à gramática, sistematização dos fatos contemporâneos da língua, com vistas a uma aplicação pedagógico- escolar.16 1 6 Há quem veja os estudos estilísticos antes como um procedimento metodológico do que propriamente uma ciência. De acordo com essa visão, a estilística seria considerada um subdomínio das ciências da linguagem, fundamentando-se em teorias lingüísticas e literárias de diversas tendências, como o idealismo, o estruturalismo, o gerativismo, a semiótica, etc. Dividida por Pierre Guiraud (1970: 62) em estilística da língua ou da expressão (linha estruturalista de Bally: ênfase à expressividade latente no sistema) e estilística genética ou do autor (corrente idealista de Vossler e Leo Spitzer: ênfase à criação expressiva individual), trabalha com algumas categorias básicas, como funções da linguagem, estilo, desvio e escolha. No que diz respeito ao trabalho com os recursos estilísticos, devemos levar em consideração que se trata de um ramo da linguística voltado para a análise de meios afetivo-expressivos da língua. Em outras palavras, seria o estudo destinado a um caráter mais descritivo e mais interpretativo que se pode obter a partir das possibilidades que a língua nos proporciona. O resultado desse uso inventivo da língua é a criação expressiva individual, ou seja, os efeitos expressivos. É importante frisar que tais efeitos não se revelam absolutos; senão, relativos. Essa relativização dos efeitos expressivos decorre do contexto. O diminutivo, por exemplo, pode ter valor afetivo; no entanto, apenas a situação de seu uso poderá nos dizer se ele reforça a humildade do personagem, ou sugere a linguagem infantil, ou expressa o cuidado do rapaz com sua amada… 17 1 7 Por fim, é importante ressaltar que o recurso estilístico, em muitos casos, apresenta-se como uma forma de desvio em relação ao padrão normativo, explorando aspectos fonéticos, lexicais e sintáticos. ESTILÍSTICA, ESTILO, RETÓRICA Segundo Guiraud (1970), estilística é a disciplina que estuda a expressividade duma língua e sua capacidade de emocionar mediante o estilo. Esse estilo, por sua vez, é o objeto de estudo da retórica antiga. Ele define-se não somente como uma maneira de escrever, mas também, como a maneira de escrever própria de um escritor, de uma escola artística, de um gênero, de uma época, de uma cultura. Tem-se então que: “A estilística […] não é mais que o estudo da expressão linguística; e a palavra estilo, reduzida a sua definição básica, nada mais é que uma maneira de exprimir o pensamento por intermédio da linguagem”. (GUIRAUD, 1970, p.11). A retórica dos séculos clássicos é, ao mesmo 18 1 8 tempo, uma arte da expressão literária e uma norma; instrumento crítico para a apreciação de estilos individuais e da arte de escritores renomados. Todavia, a partir do século XVIII, sua concepção tornou-se obsoleta, devido à chegada de novas tendências da arte e da linguagem. Por razão de sua incapacidade de reciclagem, surge a “Estilística” em sua dupla forma e torna-se uma retórica moderna, atualizando-se em uma ciência da expressão e também uma crítica dos estilos individuais. O conjunto dos processos do estilo constituía; entre os antigos, objeto de um estudo especial, a retórica, arte da linguagem, técnica da linguagem considerada como arte e simultaneamente, gramática da expressão literária e instrumento crítico para a apreciação das obras. Transmitida da Antiguidade à Idade Média, renovada na época clássica, constitui uma estilística que é ao mesmo tempo ciência da expressão e ciência da literatura, tal como podia ser entendida na época. (GUIRAUD, 1970, p.18). Considerando que a gramática das línguas naturais se abre em quatro grandes módulos (fonética/fonologia, morfologia, sintaxe e semântica) e que as fronteiras entre os mesmos não são absolutas, mas graduais (tanto que é possível falar em morfologia ou morfossintaxe), é possível vislumbrar pelo menos três grandes dimensões da Estilística, conforme o faz Mattoso Câmara Júnior (1997, p. 110), a saber: a) estilística fônica ou fono-estilística, que ressalta a expressividade do material fônico dos vocábulos tanto isolados quanto agrupados em frase. Nesse caso, estudam-se, sobretudo as assonâncias vocálicas, como no verso “E as cantilenas de serenos sons amenos”, de Eugênio de Castro; as aliterações, como nos seguintes versos de Fernando Pessoa: “Em horas, ainda louras. Lindas / Clorindas e Belindas, brandas / Brincam nos tempos das Berlindas / As vindas vendo das varandas”; e as onomatopeias, como em “Café com pão; Café com pão / Café com pão / Café com pão”, de Manuel Bandeira, onde a repetição do sintagma “café com pão” sugere o ruído de uma locomotiva em movimento. Para tanto, o objeto de análise é o material fonético da língua, sobretudo os jogos entre sons oclusivos versus fricativos, surdos versus sonoros, entre outras 19 1 9 oposições possíveis. Além disso, considerando a representação escrita, à estilística fônica interessam também os fenômenos da paronímia, homofonia e homografia, a entoação frasal, o ritmo do verso ou da frase e a musicalidade inerente à palavra. b) Estilística léxico-semântica ou léxico-estilística, que estuda a seleção vocabular e os fenômenos de conotação e polissemia, referentes aos valores afetivos, emotivos, ou socialmente convencionais que se aderem à significação das palavras. Assim, entram aí a exploração do vocabulário, o emprego de diminutivos e aumentativos afetivos, o emprego de diminutivos pejorativos ou maliciosos, a exploração da polissemia, da sinonímia e da paronímia, mais a exploração do antagonismo entre determinados campos semânticos. Somem-se ainda a coesão semântica obtida a partir da seleção vocabular, os fenômenos de denotação e conotação, a monossemia ou monossignificação versus a polissemia ou plurissignificação, as figuras de linguagem tais como as comparações, as metáforas e metonímias, as hipérboles e as sinestesias, os neologismos (criação estilística de novas palavras) e a adequação vocabular. c) Estilística sintática, cujo objetivo de análise é a ordem sintática e os fenômenos a ela inerentes, tais como ruptura da ordem sintática preferencial dentro de um verso ou de uma frase. Nesse caso, à estilística sintática interessam as variantes de colocação, suscetíveis de causar emoção ou sugestionar o próximo. Além dessas três grandes dimensões da Estilística geral, conforme Monteiro (2005) existem modalidades mais específicas da ciência estilística, quando aplicada delimitadamente a outros domínios, como, por exemplo, um texto jornalístico, um texto jurídico, um texto científico ou a uma campanha de propaganda de um determinado produto. Em cada um desse 20 2 0 AS GRANDES VERTENTES DA ESTILÍSTICA Ao longo do desenvolvimento dos estudos estilísticos, segundo este ou aquele ponto de vista, foram se delineando pelo menos nove grandes vertentes, conforme Monteiro (2005, p.15-41), a saber: a) estilística retórica; b) estilística descritiva; c) estilística idealista; d) estilística estrutural; e) estilística gerativa; d) estilística poética; e) estilística semiótica; f) estilística estatística; g) estilística discursiva. Destas, conceituar-se-á as primeiras de forma breve apenas para que se tenha uma noção do que as diferenciam, pois não é objetivo do trabalho focar nas várias estilísticas, mas nas figuras. Estilística retórica Resultante da retomada da retórica clássica, a Estilística Retórica concentra-se em dois grandes objetivos: 1) utilizar métodos linguísticos para a análise do texto literário; 2) transpor o conceito de função poética da linguagempara o de função retórica. Estilística descritiva 21 2 1 Conforme Monteiro (2005), os objetivos dessa vertente dos estudos de estilística são: analisar a expressão dos fatos de sensibilidade sobre a linguagem; analisar a ação dos fatos de linguagem sobre a sensibilidade. Esses objetivos seriam aplicáveis a alguns domínios, a saber: a) à linguagem em sua totalidade, procurando determinar os chamados “universais estilísticos”; à uma determinada língua, delimitando a “estilística langue”. Estilística idealista Segundo Monteiro (2005), a estilística idealista é resultado das idéias esteticistas de Benedetto Croce (1866-1952). Seu principal postulado é a unidade do espírito humano, que seria a fonte de todo o conhecimento. Assim, a partir da premissa de que os traços fundamentais da expressão poética são a totalidade e a universalidade, Croce procurou submeter o conceito de poesia a uma investigação sistemática. Estilística estrutural Consoante Monteiro (2005), a Estilística Estrutural deve estar baseada em critérios objetivos, suficientes para controlar as possíveis inferências do leitor. Assim, a metodologia de análise estilística deve centrar-se nos fatos “estilisticamente marcados” em oposição a outros fenômenos linguísticos “não-marcados” em termos de estilo. Isso significa que é importante ressaltar a percepção do leitor, posto que sejam exatamente os fatos “marcados” os que surpreendem o leitor, uma vez que são imprevisíveis. Logo, aí, são fundamentais as noções de “norma” e “desvio” e a de “campos estilísticos”, proposta por Pierre Guiraud (1954a, b). Estilística gerativa De acordo com Monteiro (2005), o estilo é resultado de transformações de estruturas profundas em estruturas de superfície, que variam segundo as regras transformacionais em operação. Logo, o “efeito estilístico” resulta de uma forma particular de utilização do mecanismo transformacional inerente à língua em nível de realização superficial. 22 2 2 Estilística poética Monteiro (2005) entende a Estilística poética com base em metodologia de análise linguística, procura descrever os níveis estruturais da linguagem poética, que seriam a fonte da “literariedade” ou “expressividade literária”. Desse modo, a linguagem poética difere da língua prosaica pelo caráter perceptível de sua construção. Pode-se perceber seja pelo aspecto acústico, seja pelo aspecto articulatório, seja pelo aspecto semântico, às vezes, não é a construção, mas a combinação de palavras, a sua disposição que é perceptível. Estilística semiótica A Estilística semiótica procurou transcender os limites da frase ou verso, do texto literário, para buscar uma análise da expressividade nos mais variados tipos de mensagens oriundas de quaisquer outros sistemas semióticos (sistemas de signos). Nessa linha de análise, a Estilística se aplicaria a quaisquer linguagens, sobretudo às artísticas, enquanto sistemas de signos, tendo em vista dois grandes objetivos: a) a análise da organização da obra de arte; b) a análise da tipologia do discurso literário. 23 2 3 REFERÊNCIAS ANTUNES, Odete. Figuras de Linguagem. Disponível em: Acessado às 22h30 do dia 05/03/2013 AULETE, Caldas. Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004. BARKER, Kenneth Lee. Bíblia de Estudo NVI. 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