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Processo e relação jurídica processual
CAPÍTULO 6: JURISDIÇÃO
I - Introdução
A função pacificadora do Estado, um de seus papéis fundamentais, manifesta-se no sistema de justiça de duas
formas principais, através de processos distintos e complementares:
II - Função, poder e atividade
A jurisdição pode ser compreendida a partir de três perspectivas que se integram:
III - Características - a importância de Chiovenda e Carnelutti
Dois grandes juristas italianos, Giuseppe Chiovenda e Francesco Carnelutti, foram fundamentais para a
sistematização do direito processual e a definição das características da jurisdição.
Processo de Conhecimento: Nesta fase, o Estado, através do Poder Judiciário, atua para "dizer o direito"
(juris dictio). Ele analisa os fatos, as provas e os argumentos das partes para declarar quem tem razão no
conflito.
Exemplo: Em uma ação de cobrança, o juiz analisará o contrato, as notas fiscais e as provas de
pagamento para decidir se a dívida realmente existe e se deve ser paga.
Processo de Execução: Após a decisão ser tomada, o Estado age para "realizar concretamente o decidido". É
a fase em que se utiliza a força estatal para garantir que o direito reconhecido na sentença seja efetivamente
cumprido.
Exemplo: Se o devedor condenado na ação de cobrança não pagar voluntariamente a dívida, o Estado
pode determinar a penhora de seus bens (dinheiro em conta, carro, imóvel) para satisfazer o crédito do
vencedor.
Função: É a incumbência do Estado, exercida pelo Poder Judiciário, de solucionar conflitos de interesse e
garantir a aplicação da lei, promovendo a paz social.
Exemplo: Quando um cidadão se sente lesado e ajuíza uma ação, ele está provocando o Estado a exercer
sua função jurisdicional.
Poder: É a manifestação da soberania do Estado na figura do juiz. Ele detém a autoridade para dizer o direito
de forma imperativa, conduzir o processo e impor suas decisões às partes, que devem cumpri-las.
Exemplo: Um juiz, ao emitir uma ordem de despejo ou um mandado de prisão, está exercendo o poder
jurisdicional que lhe foi conferido pelo Estado.
Atividade: Corresponde ao conjunto de atos coordenados e praticados pelos órgãos judiciais ao longo de um
processo para aplicar o direito a um caso concreto.
Exemplo: A realização de audiências, a análise de provas documentais e testemunhais, e a prolação de
sentenças são atos que compõem a atividade jurisdicional.
Substitutividade (Chiovenda):
Conceito: O Estado, por meio do juiz imparcial, substitui a vontade das partes para resolver o conflito. Em
vez de as partes fazerem justiça com as próprias mãos (autotutela, que é proibida), o Estado assume a
tarefa de dizer quem tem o direito e impor sua decisão, garantindo também seu cumprimento.
IV - Princípios
Exemplo: Em um acidente de trânsito, em vez de os motoristas discutirem indefinidamente de quem é a
culpa, o Estado, através do juiz, assume a responsabilidade de analisar as provas e decidir quem deve
indenizar quem.
Atuação do direito (Chiovenda):
Conceito: A jurisdição não cria o direito, mas aplica as normas jurídicas (direito material ou substancial)
que já existem antes do conflito, seguindo regras processuais também preestabelecidas. Isso visa alcançar
um escopo jurídico (aplicar a lei) e um escopo social (promover a paz).
Exemplo: Ao julgar um caso de divórcio, o juiz não inventa novas regras, mas aplica as normas do Código
Civil sobre partilha de bens e guarda de filhos que já existiam quando o casamento foi realizado.
Lide (Carnelutti):
Conceito: Para Carnelutti, a lide é o elemento central do processo. Trata-se de um conflito de interesses
qualificado por uma pretensão resistida. Ou seja, uma parte exige algo (pretensão), e a outra se opõe
(resistência).
Exemplo no Processo Civil: Uma pessoa entra com uma ação para exigir o pagamento de um aluguel
atrasado (pretensão), e o inquilino se recusa a pagar, alegando que o imóvel tinha problemas estruturais
(resistência).
Exemplo no Processo Penal: O Ministério Público acusa alguém de roubo (pretensão punitiva do Estado),
e o réu se defende alegando inocência (resistência).
Inércia:
Conceito: A jurisdição, em regra, só atua quando é provocada por alguém (ne procedat iudex ex officio). O
juiz não pode iniciar um processo por conta própria.
Fundamentos: Evitar que o Estado fomente conflitos e, principalmente, garantir a imparcialidade do
julgador, que deve se manter equidistante das partes.
Exemplo: Por mais que um juiz tenha conhecimento de uma dívida não paga entre seus vizinhos, o
Judiciário só tomará uma providência se o credor lesado entrar com uma ação.
Definitividade:
Conceito: As decisões judiciais, após esgotados todos os recursos possíveis, tornam-se definitivas e
imutáveis, um fenômeno chamado de "coisa julgada". Isso traz segurança jurídica e estabilidade para as
relações sociais.
Exemplo: Depois que uma decisão sobre a propriedade de um terreno transita em julgado, a discussão
não pode ser reaberta, garantindo ao vencedor a segurança de que o bem é seu.
Exceções: A Ação Rescisória no processo civil e a Revisão Criminal no processo penal são medidas
excepcionais que permitem, em casos específicos e graves previstos em lei (como prova falsa ou fraude),
reanalisar uma decisão definitiva.
Investidura:
Apenas quem foi devidamente autorizado pelo Estado (aprovado em concurso público de provas e títulos e
empossado no cargo) pode exercer a função jurisdicional. Atos praticados por quem não é juiz são nulos.
Exemplo: Uma decisão sobre a guarda de uma criança proferida por um líder comunitário não tem validade
jurídica, pois ele não foi investido de jurisdição pelo Estado.
Indelegabilidade:
O juiz, como agente do Estado, não pode delegar suas funções e competências essenciais (como sentenciar) a
outra pessoa ou Poder.
Exemplo: Um juiz de uma vara cível não pode pedir para o juiz de outra comarca sentenciar um processo
de sua responsabilidade.
Exceções são os atos de cooperação previstos em lei, como as cartas (precatória, de ordem), onde se
solicita o cumprimento de uma diligência.
Aderência ao Território:
A jurisdição é exercida dentro de limites territoriais definidos (competência). Um juiz de uma comarca não pode,
V - Espécies
A jurisdição é una em sua essência, mas é dividida para fins de organização judiciária:
VI - Relação entre Jurisdição Civil e Penal
Há situações em que um mesmo fato gera consequências tanto na esfera cível (ex: indenização) quanto na penal
(ex: prisão).
em regra, praticar atos em outra.
Exemplo: Um juiz de São Paulo não pode determinar a penhora de um bem localizado em Salvador. Para
isso, ele deve expedir uma carta precatória, solicitando que o juiz competente em Salvador cumpra a
diligência.
Indeclinabilidade ou Inafastabilidade:
O juiz não pode se recusar a julgar um caso alegando que não há lei específica ou que a lei é obscura (art. 5º,
XXXV, da CF). Este princípio garante o acesso à justiça.
Exemplo: Se surge um conflito envolvendo um novo tipo de contrato digital para o qual não há legislação
específica, o juiz não pode deixar de decidir. Ele deverá usar a analogia, os costumes e os princípios gerais
do direito para proferir uma decisão.
Juiz Natural:
Todos têm o direito de ser julgados por um juiz competente, cuja competência foi estabelecida por lei antes da
ocorrência do fato. Ninguém pode ser submetido a um tribunal de exceção (art. 5º, XXXVII, da CF), criado após
o fato para um julgamento específico.
Exemplo: Após o cometimento de um crime de grande repercussão, o governo não pode criar um tribunal
especial apenas para julgar aquele caso. O acusado deve ser julgado pela vara criminal que já era
competente para aquele tipo de delito.
Inércia:
Reitera a característica de que o Judiciário deve ser provocado para agir, garantindo sua imparcialidade.
Exemplo: Uma empresa que teve sua marca utilizada indevidamente por um concorrente precisa ingressar
com uma ação judicial para que um juiz ordene a cessação do uso. O juiz não agirá de ofício.
Penal e Civil (Não Penal):Separa os casos que tratam de crimes (esfera penal) dos demais conflitos da vida
civil (família, contratos, consumidor, etc.).
Comum e Especial: A Justiça Comum (Estadual e Federal) possui competência residual, julgando todos os
casos que não sejam da competência específica da Justiça Especial (Trabalho, Militar e Eleitoral).
Superior e Inferior: Divisão baseada na hierarquia dos órgãos judiciais (juízes de 1ª instância, tribunais de 2ª
instância e tribunais superiores), estrutura que garante o princípio do duplo grau de jurisdição.
1. Independência Relativa: A regra é a independência entre as esferas. No entanto, a decisão no crime pode
influenciar a decisão no cível.
2. Suspensão do Processo Civil: É comum que a ação civil aguarde o desfecho da ação penal, especialmente
quando o fato que gera o dever de indenizar também constitui um crime. O juiz do processo civil não é obrigado
a esperar a decisão do trâmite do processo criminal e ele deve aguardar por tempo razoável.
Exemplo de Homicídio: Após um atropelamento fatal, a família da vítima entra com uma ação cível
pedindo indenização. Ao mesmo tempo, o Ministério Público inicia uma ação penal por homicídio contra o
motorista. Geralmente, o juiz cível suspende o processo para aguardar a decisão criminal, que estabelecerá
com certeza a autoria e a materialidade do fato.
Influência: Uma condenação no âmbito criminal praticamente garante o sucesso da ação cível. No entanto,
a absolvição no crime por falta de provas não impede a condenação no cível, onde os critérios para
VII - Justiça Comum e Justiça Especial
VIII - Justiça Superior e Inferior
IX - Jurisdição de Direito e Jurisdição de Equidade
responsabilização (culpa) podem ser diferentes e menos rigorosos. A absolvição criminal por negativa de
autoria ou inexistência do fato, porém, impede a discussão no cível.
3. Sentença Penal Condenatória como Título Executivo: A sentença penal condenatória transitada em julgado
funciona como um título executivo judicial no cível. A vítima não precisa mais discutir a culpa, apenas liquidar
(calcular) e executar o valor da indenização.
Exemplo: Se um motorista é condenado criminalmente por lesão corporal culposa no trânsito, a vítima pode
levar essa sentença ao juízo cível e iniciar diretamente a execução para cobrar os danos materiais e morais.
4. Prova Emprestada: Provas produzidas em um processo (ex: penal) podem ser utilizadas em outro (ex: cível),
desde que seja garantido o direito ao contraditório para a parte contra quem a prova será usada.
Exemplo: Um laudo pericial sobre as causas de um acidente, realizado no processo criminal, pode ser
"emprestado" e utilizado no processo cível de indenização.
5. Crime falimentar: São crimes cometidos no contexto da falência de uma empresa. A apuração desses crimes
corre na esfera penal, mas está diretamente ligada ao processo de falência, que tramita na vara empresarial
(cível).
Exemplo: Se o administrador de uma empresa falida é acusado de desviar bens para prejudicar os
credores, ele responderá por crime falimentar na justiça criminal, e essa condenação terá reflexos diretos no
processo de falência.
Justiça Comum: Possui competência residual.
Justiça Estadual: É a regra geral. Julga a grande maioria das causas cíveis (divórcios, cobranças) e
criminais (roubos, homicídios) que não competem às outras justiças.
Justiça Federal: Julga causas de interesse da União, suas autarquias ou empresas públicas federais, além
de crimes federais (ex: crimes contra o sistema financeiro, tráfico internacional de drogas).
Justiça Especial: Tem competência para julgar matérias específicas.
Justiça do Trabalho: Conflitos entre trabalhadores e empregadores.
Justiça Militar: Crimes militares definidos em lei.
Justiça Eleitoral: Questões relativas às eleições.
Duplo Grau de Jurisdição: É o princípio que garante a possibilidade de reexame das decisões de primeira
instância por um órgão colegiado superior (art. 5º, LV, da CF).
Exemplo: Se uma parte perde uma causa com um juiz de primeira instância, ela pode recorrer ao Tribunal
de Justiça (segunda instância) para que o caso seja reanalisado por desembargadores.
Instância vs. Entrância:
Instância: Refere-se ao grau de jurisdição (1ª instância: juízes; 2ª instância: tribunais).
Entrância: É um critério administrativo de organização das comarcas dentro de um estado (inicial,
intermediária, final), baseado no volume de processos e estrutura. Não se confunde com instância.
Competência Originária: São os casos em que a ação, pela importância do cargo da autoridade envolvida,
deve ser iniciada diretamente em um tribunal, e não em um juiz de primeira instância.
Exemplo: Uma ação penal contra o Governador do Estado deve começar diretamente no Superior Tribunal
de Justiça (STJ), conforme define a Constituição.
Jurisdição de Direito: É a regra geral. O juiz deve decidir com base estritamente no que está previsto na lei.
CAPÍTULO 7: PROCESSO E PROCEDIMENTO
I - Glossário
II - Introdução ao Processo
III - Teorias sobre a Natureza do Processo
Exemplo: Em uma ação de despejo por falta de pagamento, o juiz deve aplicar a Lei do Inquilinato.
Jurisdição de Equidade: É a exceção. Ocorre quando a própria lei autoriza o juiz a decidir com base no seu
senso de justiça e nas particularidades do caso, sem estar estritamente preso à letra da lei.
Exemplo na Jurisdição Voluntária: Em um processo para definir a guarda de um filho, onde não há um
conflito litigioso, mas um pedido de regulamentação, o juiz decidirá com base no que for melhor para a
criança, usando critérios de equidade.
Exemplo na Arbitragem: As partes, em um contrato, podem autorizar o árbitro a decidir o conflito por
equidade.
Sentença Terminativa:
Resolve o processo sem analisar o mérito da questão, geralmente por um vício processual (ex: falta de um
documento essencial). Gera a "coisa julgada formal", que impede a discussão da matéria apenas dentro do
mesmo processo, mas permite que uma nova ação seja proposta sobre o mesmo tema, corrigido o vício.
Sentença Definitiva (de Mérito):
Resolve o processo analisando e julgando o mérito da causa (dizendo quem tem razão). Gera a "coisa julgada
material", que torna a decisão imutável e impede que a mesma questão seja discutida em qualquer outro
processo.
Continência:
Ocorre quando uma ação ("ação contida") tem seu pedido e causa de pedir incluídos em outra ação mais ampla
("ação continente"). Para evitar decisões conflitantes, as ações são reunidas para julgamento conjunto.
Exemplo: Alguém entra com uma ação para cobrar apenas a multa de um contrato. Depois, entra com
outra ação para rescindir todo o contrato e cobrar a multa mais outras penalidades. A primeira ação
(contida) será reunida na segunda (continente).
O processo é o instrumento pelo qual o Estado exerce a jurisdição. Pode ser entendido como uma "marcha
adiante", uma sequência organizada de atos praticados pelos sujeitos processuais (juiz, autor e réu) que visa a
um objetivo final: a entrega da tutela jurisdicional (a decisão de mérito).
Teorias Privatistas (superadas):
Contrato (Iluminismo): Via o processo como um acordo de vontades entre as partes para submeter o
conflito ao Estado.
Quase Contrato: Ajustava a teoria anterior, reconhecendo a imposição do Estado.
Teorias Publicistas (modernas):
Relação Jurídica (Bülow): É a teoria dominante. Descreve o processo como uma relação jurídica de
direito público, de natureza triangular, que une o juiz, o autor e o réu, estabelecendo direitos, deveres e
ônus para todos.
Situação Jurídica (Goldschmidt): Critica a visão estática da relação jurídica e foca nas posições
dinâmicas das partes (chances, expectativas, ônus) para obter uma decisão favorável.
Procedimento em Contraditório: Teoria contemporânea que vê o processo como um método de
legitimação da decisão pelo diálogo. A decisão justa é aquela construída a partir da participação ativa e do
IV - Princípios Processuais Fundamentais
V - Relação entre Direito Material e Direito Processual
VI - As Escolas do DireitoProcessual
VII - Importância dos Princípios, suas Dimensões e Objetivos do Processo
O processo ideal busca um equilíbrio entre quatro objetivos:
debate entre as partes, sob a condução do juiz.
Contraditório e Ampla Defesa: É a base do processo democrático. Garante que as partes tenham a
oportunidade de se manifestar sobre tudo o que é apresentado no processo, influenciando ativamente a decisão
do juiz. O contraditório moderno compreende:
Direito à Informação: Saber o que está acontecendo no processo (citação).
Direito à Reação: Oportunidade de responder, contestar e produzir provas.
Direito de Influenciar a Decisão: O juiz deve considerar os argumentos das partes ao decidir (dever de
fundamentação).
Teoria Dualista (Chiovenda): Defende uma separação estrita. O direito material (o direito à vida, à
propriedade) existe antes e fora do processo. O processo é apenas um instrumento para "atuar a lei", ou seja,
aplicar esse direito preexistente a um caso concreto.
Teoria Unitária (Carnelutti): Argumenta que o comando da lei é abstrato. O direito material só se torna
concreto e real quando o juiz, ao analisar o caso, "compõe a lide" e cria uma norma específica para aquela
situação. Para ele, processo e direito material são inseparáveis.
Fase Civilista ("Adjetiva"): Período inicial em que o direito processual era visto apenas como um apêndice
("adjetivo") do direito material, sem autonomia.
Fase Autonomista: Marco da afirmação do Direito Processual como um ramo científico independente, com
objeto, princípios e métodos próprios. O processo é visto como um instrumento técnico e científico.
Fase Instrumentalista: Uma evolução que, sem negar a autonomia, critica o tecnicismo excessivo. Enfatiza
que o processo não é um fim em si mesmo, mas um instrumento para alcançar a justiça social e garantir os
direitos. Esta fase trouxe as "ondas renovatórias" de acesso à justiça:
Primeira Onda: Assistência judiciária para os pobres.
Segunda Onda: Tutela de interesses coletivos e difusos (ex: Ação Civil Pública, Código de Defesa do
Consumidor).
Terceira Onda: Foco na efetividade e nos métodos de solução de conflitos (conciliação, mediação, gestão
processual) e participação mais ativa dos juízes na condução do processo.
Lógico: Ser o meio mais rápido e eficaz para apurar a verdade.
Jurídico: Garantir a igualdade entre as partes e resultar em uma decisão justa.
Político: Oferecer uma garantia à sociedade sem impor um sacrifício pessoal excessivo às partes.
Econômico: Ter um custo e uma duração razoáveis.
VIII - Procedimento
Neste tópico, agrupam-se os institutos que materializam o andamento do processo.
Ação
A ação é o direito público, subjetivo e autônomo de provocar a atividade jurisdicional do Estado para a solução de
um conflito.
Processo de Execução
É a fase ou o processo destinado a dar cumprimento forçado a uma obrigação reconhecida em um título.
IX - A Prova
É o conjunto de meios utilizados para convencer o juiz da veracidade dos fatos alegados no processo.
X - Tutelas Provisórias
São decisões judiciais concedidas de forma antecipada para garantir a eficácia do processo ou proteger um direito
em risco.
Condições da Ação: Requisitos para que o juiz possa analisar o mérito do pedido.
Legitimidade para Agir (Legitimatio ad causam): A parte que processa (autor) e a que é processada
(réu) devem ser, em tese, os titulares da relação jurídica discutida.
Exemplo: Se "A" bate no carro de "B", apenas "B" tem legitimidade para processar "A" pedindo a
reparação.
Interesse de Agir: A ação judicial deve ser necessária (o único meio para obter o bem desejado) e
adequada (o procedimento escolhido deve ser o correto).
Exemplo: Uma pessoa com um cheque sem fundos tem interesse de agir, pois a via judicial é
necessária para forçar o pagamento, e o processo de execução é o meio adequado.
Título Executivo Judicial: Documento que se forma ao final de um processo de conhecimento.
Exemplo: Uma sentença que condena o réu a pagar R$ 10.000,00.
Características: A obrigação deve ter certeza, liquidez (valor definido) e exigibilidade (vencida).
O cumprimento ocorre dentro do mesmo processo, na fase de "cumprimento de sentença".
Título Executivo Extrajudicial: Documento que a lei considera prova suficiente de uma obrigação, permitindo
que a execução seja iniciada diretamente, sem um processo de conhecimento prévio.
Exemplos: Cheque, nota promissória, contrato assinado por duas testemunhas.
A cobrança é feita por meio de um "processo de execução" autônomo.
Procedimento Probatório: A sequência de atos para a produção de provas (requerimento, admissão, produção
e valoração pelo juiz).
Provas Ilícitas: São aquelas obtidas com violação de normas constitucionais ou legais (ex: confissão sob
tortura, gravação clandestina). Em regra, são inadmissíveis no processo.
Ônus da Prova: É a responsabilidade que cada parte tem de provar os fatos que alega.
Regra Geral: Cabe ao autor provar o fato constitutivo de seu direito, e ao réu, provar a existência de fato
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
Exemplo: Numa ação de cobrança, o autor prova a dívida (apresenta o contrato). O réu, se alegar que
pagou, deve provar o pagamento (apresenta o recibo).
CAPÍTULO 8: SUJEITOS PARCIAIS DO PROCESSO: AS PARTES
I - Introdução aos Sujeitos do Processo
O processo é classicamente compreendido como um ato que envolve três sujeitos principais: o autor, o réu e o juiz.
Cada um desempenha um papel distinto na relação processual.
Sujeitos Parciais (As Partes):
Sujeito Imparcial (O Juiz):
Outros Participantes do Processo:
II - A Relação Jurídica de Direito Material e Processual
É fundamental distinguir a relação jurídica que existe fora do processo (material) daquela que se forma dentro dele
(processual).
Tutelas de Urgência: Concedidas com base em fumus boni iuris (probabilidade do direito) e periculum in mora
(perigo da demora).
Tutela Antecipada: Adiantamento dos efeitos da decisão final.
Tutelas de Evidência: Concedidas quando o direito da parte é muito evidente, independentemente do perigo
de demora.
Autor: É aquele que provoca a jurisdição, pedindo proteção para um direito que alega ter.
Réu: É aquele em face de quem o pedido é feito, ou seja, quem é chamado a responder pela pretensão do
autor. Toda demanda deverá ter um réu, mesmo que ele não apresente defesa.
Legitimidade para Agir: A indicação do réu é feita pelo autor, que aponta quem deve figurar no polo passivo da
demanda. A análise sobre se o réu é de fato o titular da obrigação é questão de mérito.
Posição: O juiz, representando o interesse do Estado na composição da lide, assume uma posição equidistante
das partes.
Deveres: Deve ser imparcial (diferente de neutro) e garantir que as partes recebam tratamento isonômico ao
longo de todo o processo.
Advogado: Essencial para a postulação em juízo, pois detém a capacidade postulatória que, em regra, falta às
partes. O advogado não é considerado sujeito parcial nem secundário do processo.
Ministério Público: Pode atuar como parte (autor de uma ação civil pública, por exemplo) ou como fiscal da lei
(custos legis), caso em que não é considerado sujeito secundário.
Auxiliares da Justiça: Considerados sujeitos secundários, pois auxiliam o andamento processual sem pedir
algo em nome próprio.
Exemplos: oficial de justiça, perito, intérprete e mediador.
Definição de Parte: Parte é quem pede em seu próprio nome (autor) ou em face de quem se pede (réu) a
atuação da lei para um caso concreto. As partes defendem suas posições com base em seus próprios
argumentos.
Pedido ao Estado Juiz: O autor provoca o Estado para que o juiz declare, constitua ou condene o réu em
relação a um bem da vida.
Princípios Fundamentais das Partes:
III - Pluralidade de Partes: Litisconsórcio
O litisconsórcio ocorre quando há mais de uma pessoa no polo ativo (autores), no polo passivo (réus) ou em ambos
(misto).
Classificações:
Quanto ao Momento de Formação:
Quanto à Obrigatoriedade:
Quanto ao Resultado da Sentença:
Observações:Dualidade: O processo sempre terá, no mínimo, duas partes (autor e réu).
Contraditório e Igualdade: As partes devem ter as mesmas oportunidades de se manifestar e influenciar a
decisão, em paridade de armas.
Inicial: A pluralidade de partes já existe na petição inicial.
Ulterior: Forma-se no curso do processo, como na sucessão processual por falecimento de uma das partes,
quando seus herdeiros ingressam na lide.
Necessário: A formação é obrigatória por lei ou pela natureza da relação jurídica.
Exemplo: em uma ação de reivindicação de imóvel, a ação deve ser movida contra o casal (marido e
esposa), e não apenas um dos cônjuges.
Facultativo: A formação é uma opção das partes, por conveniência.
Exemplo: credores distintos que se unem para cobrar um devedor comum.
Unitário: A decisão de mérito deve ser a mesma para todos os litisconsortes.
Exemplo: na ação para anular uma assembleia, a decisão de anulação vale para todos os sócios que
participam do processo.
Não Unitário (ou Simples): A decisão pode ser diferente para cada um dos litisconsortes.
Exemplo: em uma ação de usucapião, o juiz pode julgar a ação improcedente para um réu (que provou ser
dono de parte da área) e procedente para outro (que não contestou o pedido).
Nem todo litisconsórcio necessário é unitário. O exemplo clássico é a ação de usucapião, que é necessária
(todos os confrontantes devem ser citados) mas não unitária (a decisão pode variar para cada réu).
Nem todo litisconsórcio facultativo é não unitário. Por exemplo, se dois sócios, em ações diferentes, pedem a
anulação do mesmo ato de assembleia, a reunião dos processos por conexão gerará um litisconsórcio
facultativo (pois se uniram por opção) e unitário (a decisão sobre a validade do ato será a mesma para ambos).
3. Chamamento ao processo:
Fazer integrar um polo passivo a demanda de um réu
4. Amicus Curiae
Conceito: Significa "amigo da corte". É uma forma de intervenção anômala, introduzida especialmente com
o novo CPC (art. 138) para ampliar o debate em causas de relevância social, política, econômica ou jurídica.
Quem pode ser Amicus Curiae: Entidades públicas, associações civis, ONGs, órgãos especializados,
universidades, institutos de pesquisa, entre outros que possuam representatividade, especialidade ou
IV - Assistência
A Assistência é a intervenção voluntária de um terceiro em um processo que já está em andamento. Esse terceiro
ingressa na lide para ajudar uma das partes (autor ou réu), pois ele tem um interesse jurídico de que a sentença
seja favorável a essa parte. A natureza desse interesse define se a assistência será Simples ou Litisconsorcial
Critério Assistência Simples Assistência Litisconsorcial
Interesse
Jurídico
Indireto ou Reflexo. A decisão afeta uma relação
jurídica que o terceiro tem com a parte, e não o direito
principal discutido.
Direto e Imediato. A decisão afeta um direito do qual
o próprio terceiro também é titular.
Posição
Processual
Atua como um mero auxiliar da parte. Sua atuação é
subordinada e limitada.
É tratado como Litisconsorte. Possui autonomia,
com os mesmos poderes e ônus da parte que ajuda.
Relação com o
Direito
O assistente não é titular do direito que está sendo
discutido no processo.
O assistente é co-titular do direito em disputa.
Efeito da
Decisão
A decisão o afeta de forma indireta. Ele não pode, em
outro processo, discutir a justiça da decisão, salvo
exceções.
É atingido diretamente pela coisa julgada, como se
fosse parte desde o início. A decisão é imutável
para ele.
Exemplo: O sublocatário que ajuda o locatário em uma ação de despejo. Um coproprietário que ajuda o outro em
uma ação que discute a propriedade do bem comum.
V - Intervenção de Terceiros
Modalidades que permitem o ingresso de um terceiro em um processo já existente. As principais são:
VI - Defesa de Direito Próprio e Direito Alheio
interesse institucional no tema discutido.
Características:
Não é parte do processo, mas atua para fornecer subsídios técnicos e jurídicos.
Pode atuar em favor da tese do autor, do réu ou apenas ampliar o debate.
Não sofre condenação em honorários sucumbenciais.
Sua admissão é facultativa, a critério do juiz ou tribunal, quando reconhecida a relevância da matéria
Exemplo: Em uma ação de repercussão geral sobre direito ambiental, uma ONG especializada em preservação
da natureza pode ser admitida como amicus curiae para oferecer parecer técnico que auxilie o tribunal na
decisão.
1. Denunciação da lide: Utilizada para chamar ao processo um terceiro que, por força de lei ou contrato, tem a
obrigação de garantir o resultado da demanda, caso o denunciante seja vencido.
2. Chamamento ao processo: Permite que o réu chame para integrar o polo passivo os demais devedores
solidários, a fim de que a sentença tenha efeito para todos.
3. Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica: Procedimento para afastar a autonomia
patrimonial da pessoa jurídica e atingir os bens dos sócios em caso de abuso ou fraude.
4. Amicus Curiae (Amigo da Corte): Permite a participação de pessoa ou entidade com notório saber sobre a
matéria em discussão para fornecer subsídios ao juízo.
Regra Geral: Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento
jurídico (Art. 18 do CPC).
VII - Representação, substituição e sucessão
a) Representação: O representante não é a parte, mas atua em juízo em nome do representado, que é o titular do
direito.
b) Substituição: Ocorre quando alguém comparece em juízo em nome próprio para defender o direito do
substituído. É a hipótese de legitimação extraordinária.
VIII - Legitimidade e Capacidade Processual
IX - Princípio do Poder Dispositivo
As partes têm o poder de decidir se querem ou não provocar a jurisdição para solucionar um conflito. Elas
controlam o objeto da lide, apresentando-a da maneira que considerarem mais conveniente.
X - Faculdades, Direitos e Ônus das Partes
Faculdades Puras: São opções que a parte pode exercer sem gerar consequências para a esfera jurídica de
outrem.
Exemplo: Contratar mais de um advogado ou apresentar a defesa no primeiro ou no último dia do prazo.
Poder: É a capacidade de produzir efeitos na esfera jurídica de outra pessoa.
Legitimação Ordinária: Ocorre quando a parte defende em nome próprio um direito que é seu. É a regra no
sistema processual.
Legitimação Extraordinária (Substituição Processual): É a exceção, na qual a lei autoriza alguém a
defender, em nome próprio, um direito que pertence a outra pessoa.
Exemplos:
O Ministério Público e os Sindicatos atuando em nome da coletividade ou da categoria.
O cidadão na Ação Popular, que defende o ente público prejudicado.
Os legitimados para a Ação Civil Pública (art. 5º da Lei 7.347/85) e para a Ação Coletiva em Defesa do
Consumidor (art. 82 do CDC).
Os legitimados para propor Ação Direta de Inconstitucionalidade (art. 103 da CF).
c) Sucessão: Ocorre a troca da parte no curso do processo, como no caso de herdeiros que assumem o
lugar da parte falecida ou de uma empresa que incorpora outra.
Legitimidade para ser parte: É a aptidão genérica para ser sujeito de direitos e obrigações.
Legitimidade para estar em juízo: É a capacidade de praticar os atos processuais. O incapaz, por exemplo,
pode ser parte (autor ou réu), mas para estar em juízo precisa ser representado.
Capacidade postulatória: É a aptidão para pedir em juízo, que, em regra, é exclusiva dos advogados.
"In statu assertionis" "legitimidade ad causam"
Exemplo: O poder de recorrer de uma decisão gera o dever para o juiz de analisar o recurso e a faculdade para a
parte contrária de apresentar contrarrazões.
XI - Ônus Processual
Conceito: É um "imperativo do próprio interesse". Trata-se de uma atitude que a parte deve tomar para obter uma
vantagem ou evitar uma desvantagem para si mesma.
Características: O cumprimento de um ônus não pode ser exigido por outra parte, e sua não observância não
constitui um ato ilícito, apenas gera uma consequência processual desfavorável para a própriaparte.
Exemplos: Ônus de demandar (iniciar o processo), de contestar (apresentar defesa), de provar os fatos alegados e
de recorrer da decisão desfavorável.
NULIDADE
FORMAÇÃO, SUSPENSSÃO E EXTINÇÃO DO PROCESSO
SUSPENSÃO (art. 313 CPC)
EXTINÇÃO
PETIÇÃO INICIAL PADRÃO DO PROCEDIMENTO COMUM
Atos Processuais
1. Conceitos Introdutórios
1.1. Fatos Jurídicos
Aproveitamento de atos? algo relacionado a isso, verificar na gravação
Falta de atuação do MP
Por força da vontade das partes podem requerer de comum acordo a suspensão do processo.
Suspensão por morte
Se da com a sentença
Partes
Causa de pedir (fatos e fundamentos jurídicos pedidos)
Pedido
Valor da causa (diferente do pedido; é usado para determinar os honorários, custas, fixação de multa,
sucumbência)
Requerimentos finais
Interesse na audiência de conciliação?
Substanciação (o que vale é o conteúdo do artigo elencado)
Juízo (territorialiedade)
Conceito: São fatos da vida que possuem consequências jurídicas.
Exemplo: Nascimento, morte, contrato, etc.
1.2. Fato Processual
1.3. Ato Processual
2. Distinções Importantes
2.1. Ato Processual vs. Ato não processual com efeitos processuais
2.2. Ato praticado no processo vs. Ato Processual
3. Negócios Jurídicos Processuais
4. Classificação dos Atos Processuais
4.1. Quanto à Pessoa
4.2. Quanto à Natureza
Conceito: É uma espécie (um tipo) de fato jurídico.
Exemplo: A preclusão (perda do direito de praticar um ato no processo).
Fundamento: Um ato processual precisa ser praticado dentro de um processo com a finalidade de alterar o
modo de ser do processo ou o seu procedimento.
Conceito: É uma espécie de fato jurídico que é fruto da vontade humana. São condutas comissivas (fazer algo)
ou omissivas (deixar de fazer algo) voluntárias, praticadas pelos sujeitos do processo (autor, réu, juiz, auxiliares,
advogado, MP).
Exemplo: A apresentação de uma petição inicial, de uma contestação, ou uma sentença.
Conceito: É preciso distinguir o ato processual (feito dentro do processo) de um ato não processual que apenas
produz efeitos dentro do processo.
Exemplo: Uma cláusula de eleição de foro ou uma cláusula de compromisso arbitral firmadas em um contrato
(ato feito fora dos autos do processo).
Conceito: Existem atos que são praticados dentro do processo, mas que não são considerados processuais,
pois não têm a finalidade de mudar o modo de ser do processo ou a relação processual.
Exemplo: A renúncia a um direito material ou uma transação (acordo) sobre um direito material que está sendo
discutido nos autos.
Fundamento:
Estão previstos, por exemplo, nos artigos 190 e 191 do CPC.
O juiz pode vetar (recusar) o negócio se ele tratar de direito sobre o qual não caiba negociação ou se
houver vulnerabilidade de uma das partes.
Conceito: O pressuposto (requisito) para sua validade é que haja a escolha livre da vontade das partes.
Exemplo:
Cível: Inversão do ônus da prova (art. 373, §3º, CPC), fixação consensual dos pontos controvertidos (art.
357, §2º, CPC), escolha de perito em comum acordo (art. 471, CPC).
Penal: Transação penal (art. 76 da Lei 9099/95), suspensão condicional do processo, acordo de não
persecução penal (artigo 28-A do CPP).
Conceito: Os atos se dividem em:
a) Atos dos órgãos judiciários e do juiz;
b) Atos das partes.
5. Atos Processuais Judiciais (Pronunciamentos do Juiz)
5.1. Despacho (ou Despacho de mero expediente)
5.2. Decisão Interlocutória
5.3. Sentença
5.4. Acórdãos
6. Atos dos Auxiliares da Justiça
7. Atos das Partes
7.1. Atos Postulatórios
Conceito: Os atos se dividem em: a) simples; e b) complexos.
Fundamento: Os pronunciamentos judiciais estão classificados nos artigos 203 a 205 do CPC.
Conceito: A utilidade prática de identificar o tipo de pronunciamento judicial (provimento) é saber qual o recurso
cabível contra ele.
Fundamento: A definição estava no antigo artigo 162, §3º do CPC.
Conceito: É um pronunciamento sem conteúdo decisório, destinado à organização do processo e que não
causa prejuízo à parte.
Exemplo: Dar ciência à parte contrária de um documento juntado; despacho que determina a conclusão
(remessa) dos autos ao juiz para apreciar um requerimento.
Fundamento: Definição prevista no artigo 203, §1º do CPC.
Conceito: Tem conteúdo decisório e causa prejuízo à parte, mas não põe fim ao processo nem à fase de
conhecimento. Também são os atos com conteúdo decisório praticados na fase de Cumprimento de Sentença
ou no Processo de Execução. O recurso é o Agravo de Instrumento, sendo apenas as contempladas no art.
1015 do CPC
Fundamento:
Deve seguir os requisitos do artigo 489 do CPC.
Pode ser "sem resolução do mérito" (artigo 485 do CPC) ou "com resolução do mérito" (artigo 487 do CPC).
Conceito: Tem conteúdo decisório, causa prejuízo à parte e põe fim à fase de conhecimento.G
Conceito: São os pronunciamentos judiciais colegiados (emitidos por tribunais).
Fundamento: Estão previstos a partir do artigo 149 do CPC.
Tipos de Atos:
Movimentação: Atos para dar andamento ao processo.
Exemplos: Conclusão, remessa dos autos ao contador, expedição de ofício ou mandado.
Documentação: Atos para registrar formalmente o que ocorre.
Exemplos: Lavratura de certidão.
Comunicação: Atos para informar as partes (citação, intimação).
Exemplos: Citação ou intimação feita pelos Correios, escrivão ou oficial de justiça.
Execução: Atos praticados pelo oficial de justiça para cumprir ordens.
Exemplos: Busca e apreensão, penhora, prisão.
7.2. Atos Dispositivos
7.3. Atos Omissivos
7.4. Atos Instrutórios
7.5. Atos Reais
8. Documentação dos Atos Processuais
8.1. Termo
8.2. Assentada
8.3. Ata
8.4. Auto
8.5. Forma (Registro)
Conceito: Atos em que a parte pede algo ao juiz.
Exemplo: Petição inicial, contestação, recurso, pedido e requerimento.
Fundamento: Previstos em artigos como 485, VIII (desistência da ação), 33 (suspensão), 998 (desistência do
recurso), 999 (renúncia ao recurso) e 63 (eleição de foro) do CPC.
Conceito: Atos em que a parte abre mão de um direito ou posição processual.
Exemplo: Desistência da ação, renúncia ao direito, convenção (acordo) para suspensão do processo,
desistência do recurso, renúncia ao direito de recorrer, eleição de foro.
Conceito: Atos caracterizados pela inércia (deixar de fazer algo).
Exemplo: Revelia (não apresentar contestação), não recorrer, contumácia.
Conceito: São os atos praticados para a produção da prova.
Conceito: Atos que consistem em uma ação física da parte.
Exemplo: Comparecer à audiência, recolher (pagar) custas, exibir documentos.
Conceito: É um tipo de registro escrito de um ato processual.
Exemplo: Termo de juntada (de um documento), termo de vista (retirada dos autos), termo de recebimento,
termo de conclusão (envio ao juiz).
Fundamento: O CPC atual não usa mais a palavra "Assentada".
Conceito: Era o nome dado ao Termo de acompanhamento (depoimento) das testemunhas em juízo.
Conceito: É o registro das ocorrências (o que aconteceu) em um ato, como uma audiência.
Conceito: É o registro de atos praticados pelo Juiz, auxiliares ou oficial de justiça fora do cartório e da sala do
juiz.
Exemplo: Auto de penhora, auto de arresto, auto de busca e apreensão, auto de arrematação (em um leilão),
auto de inspeção judicial, auto de prisão.
Fundamento:
A lei autoriza o registro por meios eletrônicos (artigos 195, 196 e 210 do CPC).
A Lei dos Juizados Especiais (Lei 9099/95) autoriza o registro em fitas magnéticas (art. 13, §3º).
Conceito: A forma dos atos não se limita mais à escrita à mão.